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RESUMO FACTORING (2)

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O factoring mais próximo ao utilizado nos dias atuais surgiu em meados do Século XVIII, na Inglaterra e somente em 1960, na Europa. Essa mesma atividade chegou ao Brasil, especificamente em 1982, na fundação da Associação Nacional de Factoring (Anfac). 
Seu surgimento, segundo Fran Martins, citando Fabio Konder Comparato, serviu para atender as pequenas e médias empresas, na obtenção de capital de giro, sem dificuldades usualmente observadas no desconto bancário, muitas vezes de difícil acesso aos pequenos comerciantes. 
 Do conceito de Factoring, abstrai-se a característica marcante da atividade.
De acordo com Arnaldo Rizzardo:
“O sentido tradicional de factoring não oferece maiores dificuldades. Pode-se afirmar que se está diante de uma relação jurídica entre duas empresas, em que uma delas entrega à outra um título de crédito, recebendo como contraprestação, o valor constante do título, do qual se desconta certa quantia, considerada a remuneração pela transação”. (in Factoring, 3ª ed. rev. atual. e ampl., São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2004, p.13). 
Maria Helena Diniz conceitua:
“O contrato de faturização de fomento mercantil ou factoring é aquele em que um empresário (faturizado) cede a outro (faturizador), no todo ou em parte, os créditos provenientes de suas vendas mercantis a terceiro, mediante o pagamento de uma remuneração, consistente no desconto sobre os respectivos valores, ou seja, conforme o montante de tais créditos. É um contrato que se liga a emissão e transferências de faturas (Curso de direito civil brasileiro, vol. 3: teoria das obrigações contratuais e extracontratuais, São Paulo, Saraiva, 2004, p. 693). 
Numa avaliação mais abrangente, Antônio Carlos Domini, Rogério Alessandro de Oliveira Castro e Luiz Lemos Leite afirmaram que a fatorização (factoring) não fica restrita apenas a compra de direitos decorrentes da venda mercantil de uma empresa.
Por primeiro, ressalta Antônio Carlos Domini:
“Factoring são atos que envolvem a cessão de crédito, antecipação de recursos não financeiros e prestação de serviços convencionais ou diferenciados, conjugados ou separadamente, a titulo oneroso, entre dois empresários, faturizador e faturizado”. (in Factoring: de acordo com o novo Código Civil, Rio de Janeiro, Forense, 2002, p.11). 
Vejamos o escólio de Rogério Alessandro de Oliveira Castro:
[...] atualmente o factoring é um contrato celebrado entre uma empresa, geralmente aquela que tem carência de crédito junto a bancos, e uma sociedade de factoring, em que esta compromete-se a prestar, aquela de forma continua e cumulativa, serviços de assessoria creditícia, mercadológica e contábil, como condição para compras dos créditos com minimização dos riscos e, por consequência de fatores (taxa de desconto aplicada para compra do título) (cf. CASTRO, Rogério Alessandro de Oliveira. Factoring: seu reconhecimento jurídico e sua importância econômica, Leme/ São Paulo, Editora de Direito, 2000, p. 32). 
Em arremate, diz Luiz Lemos Leite:
“Factoring é uma atividade comercial mista atípica = serviços + compras de crédito (direitos creditórios) resultante de vendas mercantis” (Factoring no Brasil, São Paulo, Atlas, 2004, p. 36). 
Importante frisar, ademais que não há legislação especifica sobre a matéria, todas as questões são dirimidas pela legislação civil e comercial aplicáveis a cada caso. Conforme Antônio Carlos Domini, inexiste legislação especifica regulamentando o factoring. Entretanto, ressalta o referido autor que o direito positivo o socorre, destacando o direito civil quanto às questões referentes à cessão de crédito e prestação de serviços e o direito mercantil, o qual regula o direito cambiário, títulos de crédito, especialmente o endosso. 
Por outro lado, muito embora não exista lei específica concorrente à atividade de factoring, há diversos atos administrativos e legislativos infraconstitucionais definindo sua atividade-fim, como podemos visualizar a atividade de factoring nas seguintes legislações: 
- Código Comercial: Arts. 191 a 220 – vendas mercantis – subsidiados e supridos pelos Arts. 1.065 a 1.078 – cessão de créditos do Código Civil/16.
- Código Civil/16 – Arts. 1.216 – prestações de serviços
- Lei nº 5.747/68 – vendas mercantis 
- Decreto nº 57.663/66 – títulos de crédito (Convenção de Genebra). 
Outrossim, conclui-se que o factoring só se concretiza efetivamente se ocorrer a combinação que inclua pelo menos dois dos seguintes aspectos: a) gestão de crédito; b) administração de contas a receber e a pagar; c) cobrança; d) proteção contra riscos de crédito; e) fornecimento de recursos. 
Factoring é o conjunto de serviços oferecidos por empresas especializadas a uma clientela composta exclusivamente de pessoas jurídicas proporcionando-lhes a assistência indispensável a sua sobrevivência e ao seu crescimento sendo de notar que o mercado alvo de factoring é o seguimento da pequena e média empresa. Isso porque as operações de factoring não se podem resumir a captação e intermediação de recursos financeiros de terceiros, visando a simples antecipação de crédito por títulos sacados contra terceiros, pois tal conduta, isoladamente, representa especifica e privativa atividade das instituições financeiras, consoante o Art. 17 da Lei nº 4.595/64, alterado pela Lei nº 7.492/86, que em seu Art. 1º definiu como: 
Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários.
        Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira:
        I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros;
        II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual.
Segundo o autor Antônio Carlos Domini:
“As empresas de factoring não emprestam dinheiro, não estando esta função na sua razão social, sendo o objeto do factoring a aquisição de créditos, antecipação de recursos não financeiros e a prestação de serviços convencionais e diferenciados” (obra citada, p.62).
Colhe-se do Superior Tribunal de Justiça sobre o assunto:
[...] I – “Factoring” não se confunde com Instituição Financeira, sendo vedada a empresa de “FACTORING” a prática de qualquer operação com as características privativas das instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central [...] (HC n. 7.463/PR, rel. Min. Felix Fischer, j. Em 13-10-1998, DJ 22-2-1999, p.112, LEXSTJ, vol. 119, p.285, RJADCOAS, vol. 5, p. 60, RSTJ, vol. 115, p. 430).
Mais explicitamente é a conclusão apresentada por Rogério Alessandro de Oliveira Castro: 
[...] a) a sociedade de factoring, quando ajuizar execução conta o possível emitente do título de crédito, deverá comprovar que este decorreu efetivamente de uma venda mercantil ou de uma prestação de serviços, sob pena de a ação ser julgada improcedente;
b) a cobrança judicial pela sociedade de factoring de cheques que não decorram efetivamente de uma venda mercantil fica prejudicada;
c) a sociedade de factoring poderá exercer o direito de regresso contra a empresa faturizada, cedente de títulos, caso fique comprovado que as mercadorias cujos créditos foram negociados foram a esta devolvidas;
d) a sociedade de factoring por adquirir os títulos pro soluto e, assim, assumir o risco do negócio, não poderá voltar-se contra a empresa faturizada, caso o sacado não venha a pagá-los em seu vencimento; 
[...] h) a sociedade de factoring poderá valer-se da ação monitória, inovação incluída no Código de Processo Civil (Art. 1.102) para cobrar cheque prescrito do emitente, independentedo comprovação de o crédito referir-se a uma venda mercantil [...] (obra citada, p. 99 e 100).

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