Buscar

Direito de Empresas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO DE EMPRESAS
1. EMPRESA COMERCIAL
2. HISTÓRIA DO DIREITO COMERCIAL
3. REGISTRO DE COMÉRCIO
4. NOÇÃO DE EMPRESA
	4.1. Caracterização de Comerciante 
5. COMERCIANTE
	5.1 Deveres do Comerciante
	5.2 O Nome Comercial
6. SOCIEDADE
	6.1 Sociedade e Comunhão
	6.2 Sociedade e Associação 
	6.3 Sociedade de Pessoas e Capitais
7. RESPONSABILIDADE 
	7.1 Responsabilidade do Sócio
7.2 Responsabilidade Limitada e Ilimitada 
7.3 Responsabilidade Solidária 
8. TIPOS DE SOCIEDADE
	8.1 Sociedade em nome coletivo 
	8.2 Sociedade em Comanditas Simples
	8.3 Sociedade em Comanditas por Ações 
	8.3 Sociedade por quotas responsabilidade limitada 
	8.4 Sociedade Anônima
		8.4.1 Espécies de Sociedades Anônimas
		8.4.2 Constituição da Sociedade Anônima
8.4.3 Capital Social
8.4.4 Debêntures
9. LIVROS OBRIGATÓRIOS
10. O BALANÇO E A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
11. DIREITO COMERCIAL
12.TÍTULO DE CRÉDITO
	12.1 Emissão
	12.2 Endosso 
	12.3 Aval
	12.4 Duplicata Mercantil e Prestação de Serviço
12.5 Cheque
13. CONCORDATA 
14. FALÊNCIA	
		14.1 Por Impontualidade				
15. LIQUIDAÇÃO
16. PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
	16.1 Marcas
	16.2 Desenho Industrial
	16.3 Patente 
	16.4 Indicações Geográficas 
17. DIREITOS PROTEGÍVEIS 
	
1. Empresa Comercial
O conceito de comerciante, no ordenamento jurídico brasileiro, remonta a meados do século XIX. O termo surgiu com a edição do Código Comercial de 1850, inspirado no Código Comercial Francês de 1808 e adotou A Teoria dos atos de Comércio para essa teoria, a identificação do sujeito das normas do Direito Comercial se dá em função da atividade por ele exercida, ou seja, considera comerciante a pessoa que praticava a mercancia, prática profissional de atos de comércio, atividades relacionadas em um rol taxativo que elencava: compra para posterior revenda (comércio “strictu senso”), compra para transformação e posterior revenda (indústria), transporte de mercadorias, espetáculos públicos, incorporações imobiliárias, seguros, armação e expedição de navios e atividade bancária.
Naquele rol, estavam excluídas diversas figuras que, de fato, praticavam atividades comerciais, tais como os prestadores de serviços, extrativistas, pecuaristas, mineradores, agentes imobiliários, agentes de transporte de pessoas, entre outros. Esta exclusão tornava o mercado desigual, haja vista a natureza igualmente lucrativa entre aqueles que eram considerados comerciantes e estes que, embora não fossem, de fato praticavam atividades equivalentes.
Diante das críticas que sofria o critério dos atos de comércio, a figura do comerciante foi extinta com a edição do Código Civil de 2002, substituindo-a pelo empresário.
O conceito de empresário é distinto do conceito de comerciante, de modo que possa abarcar todos aqueles que efetivamente praticam atividades comerciais/empresárias, independentemente de sua nomenclatura, mas com base nas atividades desenvolvidas.
O art. 966, do Código Civil, define empresário como aquele que “desenvolve atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços”.
De passagem, por ser a linguagem popular, consigne-se que aqueles “empresários” de atletas e celebridades não se enquadram na conceituação legal, considerando-se que praticam atividade típica de agenciamento, e não de desenvolvimento de atividade econômica organizada. 
Na mesma vereda, os sócios de uma pessoa jurídica empresária coletiva não são empresários, pois é a sociedade quem, por direito, pratica os atos e assume as responsabilidades por estes.
Diante disso, podemos concluir que a alteração legislativa teve condão de equiparar os praticantes de atividade comercial/empresária na mesma esfera jurídica, oferecendo maior equalização nas relações de mercado, o que, por si, tende a caminhar no sentido de incentivar o empreendedorismo, um dos princípios basilares do Direito Empresarial contemporâneo, e afeto também ao Direito Econômico, ramos indissociáveis do ordenamento jurídico.
O Direito Comercial, em sua terceira etapa evolutiva, deixa de cuidar de determinadas atividades (as de mercancia) e passa a disciplinar uma forma específica de produzir ou circular bens ou serviços, a empresarial.
2. História do Comerciante
A evolução do Direito Comercial deu-se a partir das mudanças sofridas da natureza da atividade mercantil.
O Direito Comercial como um direito profissional e corporativista desaparece quando são editados, na França, os códigos napoleônicos de Direito Civil e Comercial, respectivamente, em 1804 e 1808. Passa, então, a existir um sistema jurídico estatal para disciplinar as relações mercantis em lugar do antigo direito de classe, não mais norteado pela óptica dos comerciantes, mas sim, pelo espírito da burguesia comercial e industrial, valorizando a riqueza imobiliária; e um Código Civil que atendia os interesses da burguesia fundiária, pois estava centrado no direito de propriedade .
Diante dessa divisão, cria-se a necessidade de se delimitar, através de critérios claros, a atuação do código comercial que surgiu como um regime jurídico especial para a regulamentação das atividades comerciais. Assim, surge a teoria dos atos do comércio que, resume-se, rigorosamente falando, a uma relação de atividades econômicas, sem que entre elas se possa encontrar qualquer elemento interno de ligação.
Os atos de comércio eram definidos pelo legislador, tendo como uma de suas funções a de atribuir a qualidade de comerciante a quem os exercesse. Dessa forma, tem-se que eram expressos em lei quais atos eram de natureza mercantil e, automaticamente, quem os praticasse era qualificado como comerciante e estava sujeito às regras do Direito Comercial.
Por se resumir ao estabelecimento de uma relação de atividades econômicas, o sistema francês dos atos de comércio gerou indefinições quanto à natureza mercantil de algumas delas, principalmente, porque quando de sua definição pelo legislador, apenas foi considerada a natureza comercial dos atos que já eram realizados pelos comerciantes da época; ou seja, não existiram critérios científicos para defini-los, mas sim, apenas fatores da tradição histórica. Também foi essa a razão de se ter deixado de fora atividades importantes como a prestação de serviço, a agricultura e a negociação imobiliária, uma vez que essas atividades não eram tradicionalmente desenvolvidas pelos comerciantes.
A inexistência de um critério científico na divisão das atividades econômicas em civis e comerciais e a exclusão de importantes atividades do rol dos atos comerciais constituem os principais motivos para que a teoria dos atos de comércio perdesse prestígio e fosse substituída pelo sistema italiano da teoria da empresa. Vale destacar que tal substituição só ocorre mais de um século após terem sido editados os códigos napoleônicos, tempo mais que suficiente para servirem de inspiração para praticamente todas as codificações que a eles se seguiram, inclusive o Código Comercial Brasileiro de 1850.
A teoria da empresa foi inserida no Código Civil italiano de 1942 que, diferentemente do sistema francês, não dividiu as atividades econômicas em dois grandes regimes – civil e comercial, passando a disciplinar os dois num único diploma legal, uniformizando a legislação do direito privado para por fim à diferença de tratamento entre eles existente.
A teoria da empresa elaborada pelos italianos não se preocupa com o gênero da atividade econômica. O que importa é o desenvolvimento da atividade econômica mediante a organização de capital, trabalho, tecnologia e matéria-prima, que resulte na criação e na circulação de riquezas. Com ela o Direito Comercial passa a ser baseado e delimitado na atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, libertando-se da arbitrária divisão das atividades econômicas segundo o seu gênero, como previa a teoria dos atos de comércio.
A teoria da empresa faz com que o Direito Comercial não se ocupe apenas com alguns atos, mas com uma forma específica de exercer uma atividade econômica: a formaempresarial. [...] Fica superada, portanto, a dificuldade, existente na teoria francesa dos atos de comércio, de enquadrar certas atividades na disciplina jurídico-comercial [...] Para a teoria da empresa, qualquer atividade econômica, desde que exercida profissionalmente e destinada a produzir ou fazer circular bens ou serviços, é considerada empresarial e pode submeter-se ao regime jurídico comercial discipliná-los através de um regime geral que deixa de fora apenas algumas atividades com mínima expressão econômica.
É possível dizer que a história do Direito Comercial brasileiro se inicia em 1808, com a chegada da família real portuguesa (que se refugiava do domínio napoleônico na Europa) e a abertura dos portos às nações amigas que a ela. Isso ocorreu através da Carta Régia de 28 de janeiro desse mesmo ano. Além deste, outros importantes atos foram editados para disciplinar o comércio, sendo exemplos: o Alvará de 1º de abril, que permitiu o estabelecimento livre de fábricas e manufaturas; e o de 12 de outubro, que criou o Banco do Brasil.
Em 25 de junho de 1850, nasceu o Código Comercial Brasileiro, as relações jurídico-mercantis do Brasil eram regidas pelas leis portuguesas e os Códigos Comerciais da Espanha e da França. Isso acontecia em razão de entre as leis portuguesas existir a "Lei da Boa Razão" a qual previa que, no caso de lacuna da lei portuguesa, fossem aplicadas as leis das "nações cristãs, iluminadas e polidas para dirimir os conflitos .
Como o Brasil apresentava grande potencial econômico, surgiu a necessidade de se ter um código comercial próprio em substituição às disciplinas estrangeiras, culminando com a aprovação, pelo então Imperador D. Pedro II, do Código Comercial Brasileiro, inspirado diretamente no Código Comercial francês.
Dessa maneira o direito brasileiro passou a disciplinar a atividade econômica pelos critérios da teoria dos atos de comércio, embora nenhum dos seus artigos apresente a enumeração desses atos, como acontece no Código Comercial francês de 1807 nos artigos 632 e 633. Essa ausência foi proposital e se justificou pelos problemas que a enumeração causava na Europa em relação à caracterização da natureza comercial ou civil de determinadas atividades econômicas constantes da lista dos atos de comércio. Temendo que isso se repetisse no Brasil, o legislador optou por não inserir tal enumeração no Código Comercial Brasileiro.
A tão buscada unificação do direito privado brasileiro veio a ocorrer, formalmente, apenas em 2002, com o novo Código Civil. Mas, apesar dessa "unificação" ter se consolidado apenas aí, é possível constatar que desde os anos 1970 o sistema italiano da teoria da empresa já vinha sendo considerado pela doutrina pátria; bem como, vinha sendo utilizado em julgados de causas mercantis em razão da teoria francesa não mais abarcar os conflitos que surgiam.
As dificuldades encontradas na definição da comercialidade das relações jurídicas e a adoção da teoria da empresa para caracterizar determinadas atividades econômicas como comerciais caracterizam o período de transição do Direito Comercial brasileiro. Esse período transitório entre a teoria dos atos de comércio, presente no Código Comercial, e teoria da empresa, já usada no âmbito jurídico-mercantil na doutrina, na jurisprudência e algumas leis comerciais, se vê finalizado com a edição do novo Código Civil brasileiro.
Sendo o Código Civil de 2002, conforme vimos, adotado a teoria da empresa, restou superado o ultrapassado e deficiente critério do código comercial de 1850, que definia o comerciante como aquele que pratica habitualmente atos de comércio. Com a edição do Código Civil de 2002, portanto, tornam-se obsoletas as noções de comerciante e de ato de comércio, que são substituídas pelos conceitos de empresário e de empresa.
3. A Noção de Empresa
Este termo como a realização de uma atividade econômica explorada pelo empresário visando a organização, produção e a circulação de bens e serviços.
· “empresa é uma atividade econômica organizada com a finalidade de fazer circular ou produzir bens ou serviços. Empresa é, portanto, atividade, algo abstrato. Empresário, por sua vez, é quem exerce empresa. Assim, a empresa não é sujeito de direito. Quem é sujeito de direito é o titular da empresa. Melhor dizendo, sujeito de direito é quem exerce empresa, ou seja, o empresário, que pode ser pessoa física (empresário individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresarial)."
As características principais da empresa é o seu fim econômico, visando à obtenção de lucros em sua atividade exercida, pois é uma atividade não se confunde com o empresário (sujeito) nem com o estabelecimento empresarial (coisa). Podem ser classificadas da seguinte maneira:
Com base na atividade econômica:
· Empresas do setor primário, secundário e terciário;
Com base na sua constituição jurídica:
Empresas individuais e societárias;
Com base na sua titularidade do capital:
Empresas privadas, públicas, mistas e de autogestão;
 Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.As caracterísicas dessa profissão são divididas em: economicidade a qual relaciona ao fato do empresário desenvolver atividades econômicas, ou seja, atividades voltadas para a produção de riquezas ou por organização a qual é essencial na vida de qualquer empresário, tendo em vista que é necessária a organização dos fatores de produção; profissionalidade – englobando os conceitos de pessoalidade, habitualidade e monopólio das informações. Tais regras que são aplicáveis ao empresário individual não se aplicam aos sócios da sociedade empresária.
 Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”
O estabelecimento empresarial pode ser definido como o conjunto de bens organizados pelo empresário para a exploração da atividade econômica (empresa). Apresentando-se como um conjunto ou complexo de bens, não se resume, conforme visto, ao local de desenvolvimento da empresa. O estabelecimento empresarial não se confunde com o empresário, que é aquele que exerce a atividade empresarial, e nem com a empresa, que corresponde à própria atividade exercida pelo empresário por meio do estabelecimento empresarial. O estabelecimento não é sujeito de direito.
Com relação aos elementos integrantes do Estabelecimento Empresarial, podemos distingui-los em: corpóreos, materiais: abrangem as mercadorias do estoque, utensílios, veículos, móveis, máquinas, matéria prima; incorpóreos, bens industriais, nome empresarial, título de estabelecimento; o contrato de compra e venda do estabelecimento empresarial é denominado trespasse. No trespasse há a transferência do estabelecimento do patrimônio do empresário alienante (trespassante) para o patrimônio do empresário adquirente (trespassário). O objeto da venda é o complexo de bens corpóreos e incorpóreos. O trespasse constitui contrato bilateral realizado entre o alienante do estabelecimento e o adquirente.
Sociedade Empresarial é a união de duas ou mais pessoas para exercer atividade econômica. 
É incorreto considerar os integrantes da sociedade empresária como os titulares da empresa, porque essa qualidade é a da pessoa jurídica, e não dos seus membros. 
A pessoa jurídica empresária é cotidianamente denominada" empresa ", e os seus sócios são chamados" empresários ". Em termos técnicos, contudo, empresa é a atividade, e não a pessoa que a explora; e empresário não é o sócio da sociedade empresarial, mas a própria sociedade. É necessário, assim, acentuar, de modo enfático, que o integrante de uma sociedade empresária (o sócio) não é empresário; não está, por conseguinte, sujeito às normas que definem os direitos e deveres do empresário. 
A sociedade limitada, normalmente relacionada à exploração de atividades econômicas de pequeno e médio porte, é constituída por um contrato celebrado entre os sócios. A responsabilidade dos sócios é limitadaao capital social da sociedade. O seu ato constitutivo é, portanto, o contrato social.
Já a sociedade anônima se relaciona normalmente à exploração de grandes atividades econômicas, e o documento básico de disciplina das relações entre os sócios se chama estatuto.
O administrador empresarial realiza tarefas que possibilitam alcançar os objetivos previamente definidos. Como: planejar, o planejamento, característica básica da empresa, é a função administrativa permanente, que inclui a definição de objetivos, diretrizes, planos, determinação de métodos e processos de trabalho, programação de tarefas, etc; organizar, organização no sentido de função administrativa; dirigir – Depois do planejamento e da organização, a etapa seguinte é a direção, função mediante a qual o administrador fará com que seus subordinados executem o que foi planejado. O administrador deverá, então, transmitir os planos aos subordinados e estimulá-los de maneira a despertar-lhes a motivação para que atinjam os objetivos e metas predeterminadas; e controlar, que significa: verificação da execução.
4. Registro de comércio 
O Registro do Comércio equivale ao Registro Civil para as pessoas naturais. É o documento público, lavrado na Junta Comercial, possibilitando a consulta, por parte de qualquer pessoa, dos documentos sobre a vida da empresa. Consiste em várias entradas, desde a matrícula (que é o ato de inscrição na Junta Comercial) até o cancelamento do registro.
 Instituto de caráter público, que compreende a matrícula das pessoas naturais e jurídicas dos comerciantes, o arquivamento dos contratos sociais, suas alterações e inscrições etc.
A história do Registro do Comércio no Brasil pode ser dividida em duas fases distintas: A primeira é originada no período colonial, quando, devido ao fraco desenvolvimento das atividades econômicas, ainda não havia a necessidade de um órgão que registrasse a criação de empresas mercantis e com isso disciplinasse suas atividades. A segunda fase inicia-se com a promulgação da Lei 4.726, de 13 de julho de 1965, que pode ser considerada uma verdadeira constituição do registro do comércio em nosso País.
Entre os anos de 1750 e 1777, ainda no Brasil Colônia, surgia no Brasil às chamadas Mesas de Inspeção. A partir deste fato surgem as origens do registro do comércio em nosso País. Embora elas não realizassem ainda todos os serviços hoje desempenhados pelas Juntas Comerciais, podem ser consideradas como as primeiras instituições criadas no Brasil com este objetivo. Eram voltadas mais para o comércio externo, pois o comércio interno era ainda pouco desenvolvido, situando-se, portanto, apenas nas principais cidades marítimas.
As Mesas de Inspeção desempenharam seu papel por aproximadamente 70 anos, quando foram absorvidas pela “Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábrica e Navegação”, cuja finalidade era efetuar o registro e manter o controle das atividades comerciais. Era criado o primeiro Tribunal brasileiro específico para as atividades do comércio.
A Real Junta exerceu suas atividades mesmo depois de proclamada a independência do Brasil, uma vez que só veio a ser suprimida em 1850. Em seu lugar foram criados os Tribunais do Comércio, com funções administrativas e judiciárias, cujas atividades estavam sujeitas ao Código Comercial Brasileiro de 1850.
O registro do comércio, no entanto, era apenas uma das atribuições inseridas nas demais atividades dos Tribunais de Comércio, pois o mesmo código estabelecia, em seu artigo 11, que nas Secretarias dos Tribunais de Comércio haveria o registro público do comércio, onde em livros próprios seriam inscritos não só as matrículas dos comerciantes, como também os papéis que nele deveriam ser registrados, por imposição de preceitos comerciais.
A Real Junta exerceu suas atividades mesmo depois de proclamada a independência do Brasil, uma vez que só veio a ser suprimida em 1850. Em seu lugar foram criados os Tribunais do Comércio, com funções administrativas e judiciárias, cujas atividades estavam sujeitas ao Código Comercial Brasileiro de 1850.
O registro do comércio, no entanto, era apenas uma das atribuições inseridas nas demais atividades dos Tribunais de Comércio, pois o mesmo código estabelecia, em seu artigo 11, que nas Secretarias dos Tribunais de Comércio haveria o registro público do comércio, onde em livros próprios seriam inscritos não só as matrículas dos comerciantes, como também os papéis que nele deveriam ser registrados, por imposição de preceitos comerciais.
O registro do comércio, no entanto, era apenas uma das atribuições inseridas nas demais atividades dos Tribunais de Comércio, pois o mesmo código estabelecia, em seu artigo 11, que nas Secretarias dos Tribunais de Comércio haveria o registro público do comércio, onde em livros próprios seriam inscritos não só as matrículas dos comerciantes, como também os papéis que nele deveriam ser registrados, por imposição de preceitos comerciais.
Nas províncias, onde não houvesse Tribunais de Comércio, as atribuições seriam exercidas pelos Tribunais de Relação ou, na falta desses, pelas autoridades administrativas designadas pelo governo. Foi somente com o Decreto n.º 864, de 17 de novembro de 1851, que se criaram Juntas de Comércio em todas as províncias marítimas do Império que não tivessem Tribunais de Comércio.
Em 1965, com a entrada em vigor da Lei n.º 4.726, inicia-se a segunda fase da história do Registro do Comércio no Brasil. Essa Lei representa um marco na reestruturação das Juntas Comerciais, pois o Governo Federal assumiu a responsabilidade pela coordenação das atividades do registro do comércio em todo território nacional.
Na fase anterior, o Registro do Comércio assemelhava-se a um depósito de papel, e as atividades do registro do comércio, embora reguladas pelo Governo Federal, eram totalmente descentralizadas e sem coordenação central.
Naturalmente tal fato permitia uma diversidade de interpretação e aplicação das Leis que regulavam a matéria. A par disso, e certamente por razões históricas, as Juntas Comerciais apresentavam características de entidades cartoriais tradicionais, com pouco ou nenhum investimento para o desenvolvimento de seus serviços.
Nesta segunda fase, com a implantação do Sistema Nacional do Registro do Comércio, com regras de uniformização, o serviço modernizou-se, transformando-se num arquivo vivo e público das atividades do comércio, propiciando o conhecimento da vida das empresas e a fiscalização de seus atos. Esses avanços estão na Lei n. º 4.726/65 e Decreto 57.651/66.
A partir das reformas efetuadas na organização do Registro do Comércio, em 1965, e da evolução da legislação anterior, procurou-se estabelecer um verdadeiro Sistema Nacional do Registro do Comércio, com o objetivo de executar os serviços do registro do comércio e atividades afins, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e independente.
O Departamento Nacional de Registro do Comércio desempenha o papel de órgão central do Sistema e as Juntas Comerciais atuam como seus órgãos regionais. No interior do país, as Delegacias ou os escritórios Regionais das Juntas funcionam como seus órgãos locais. O DNRC integra a estrutura básica do Ministério da Indústria e do Comércio, como órgão da administração direta.
As Juntas Comerciais pertencem à administração direta dos Estados e subordinam-se tecnicamente ao DNRC, com funções executoras do registro do comércio. 
A órgãos de registro de empresa:O Departamento Nacional do Registro do Comércio integra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e é o órgão máximo do sistema. Entre as suas atribuições, destacam‑se as seguintes:
 
a) supervisionar e coordenar a execução do registro de empresa, expedindo, para esse fim, as normas e instruções necessárias, dirigidas às Juntas Comerciais de todo o País;
 
b) orientar e fiscalizar as Juntas Comerciais, zelando pela regularidade na execução do registro de empresa. Caso suas instruções não sejam satisfatoriamente atendidas, caberá, na forma da lei, promover a representaçãoàs autoridades administrativas competentes, como os Secretários de Estado
a que esteja vinculada a Junta ou, até mesmo, ao próprio Governador;
 
c) promover ou providenciar medidas correicionais do Registro de Empresa. Dessa competência não deriva o poder para intervir unilateralmente nos serviços da Junta Comercial, quando necessário à correção de falhas ou deficiências. Como a competência do DNRC tem natureza exclusivamente
supletiva, conforme esclarece a própria lei, em obediência ao princípio constitucional federativo, só poderá ocorrer a intervenção se resultar frutífera a representação endereçada à autoridade estadual hierarquicamente superior à Junta e essa autoridade, então, concordar que a correção se faça
pelo órgão federal;
 
d) organizar e manter atualizado o Cadastro Nacional das Empresas Mercantis. Esse cadastro não tem efeitos registrários, ou seja, a inscrição do empresário nele efetuada não supre o registro na Junta Comercial, para fins de regularidade do exercício do comércio; cuida‑se, isto sim, de um
simples banco de dados de natureza essencialmente estatística, que serve de subsídio à política econômica federal.
 
Compete‑lhe, todavia, fixar as diretrizes gerais para a prática dos atos registrários, pelas Juntas Comerciais, acompanhando a sua aplicação e corrigindo distorções.
 
Já às Juntas Comerciais, órgãos da administração estadual, cabe a execução do registro de empresa, além de outras atribuições legalmente estabelecidas. Destacam‑se as seguintes competências:
 
a) assentamento dos usos e práticas mercantis. O comércio rege‑se também por normas consuetudinárias, cuja compilação é da incumbência da Junta Comercial. Na forma de seu regimento interno, o assentamento deve ser precedido de ampla discussão no meio empresarial e análise de sua adequação à ordem jurídica vigente, pela Procuradoria. Uma vez deliberado o assentamento, a Junta pode expedir aos interessados as correspondentes certidões, que servem em juízo como início de prova;
 
b) habilitação e nomeação de tradutores públicos e intérpretes comerciais. A Junta funciona, nesse caso, como órgão profissional dessas categorias para comerciais, cabendo‑lhe exercer o poder disciplinar, bem como estabelecer o código de ética da atividade e controlar o exercício da profissão;
 
c) expedição da carteira de exercício profissional de empresário e demais pessoas legalmente inscritas no registro de empresa.
 
A subordinação hierárquica da Junta Comercial é híbrida.
 
A Junta Comercial, no exercício de suas funções registrárias, está adstrita aos aspectos exclusivamente formais dos documentos que lhe são dirigidos. Não lhe compete negar a prática do ato registral senão com fundamento em vício de forma, sempre sanável. E, mesmo nesta seara, a sua atuação deve orientar-se pelas prescrições legais, sendo‑lhe defeso exigir o atendimento de requisito formal não estabelecido no ordenamento jurídico em vigor. O prejudicado por ilegalidade da Junta poderá, evidentemente, socorrer-se do Poder Judiciário.
 
Sobre os atos do registro da empresa,matrícula é o nome do ato de inscrição dos tradutores públicos, intérpretes comerciais, leiloeiros, trapicheiros e administradores de armazéns‑gerais. Trata‑se de profissionais que desenvolvem atividades para comerciais. Os dois primeiros, além de matriculados, são também habilitados e nomeados pela Junta, enquanto os três últimos são apenas matriculados.
 
O arquivamento é pertinente à inscrição do empresário individual, isto é, do empresário que exerce sua atividade econômica como pessoa física, bem como à constituição, dissolução e alteração contratual das sociedades empresárias. As cooperativas, embora sejam sociedades simples,continuam a ter os seus atos arquivados no registro de empresa (em razão de questionável entendimento do DNRC). São igualmente arquivados os atos relacionados aos consórcios de empresas e aos grupos de sociedades, assim como os concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil. Arquivam‑se, finalmente, as declarações de microempresa e, analogicamente, também as de empresa de pequeno porte, além de quaisquer outros documentos ou atos de interesse de empresários. O Código Civil determina que os atos modificativos da inscrição do empresário sejam averbados à margem desta. A averbação é uma espécie de arquivamento.
 
Já a autenticação está ligada aos denominados instrumentos de escrituração, que são os livros comerciais e as fichas escriturais. Nesse caso, a autenticação é condição de regularidade do documento, já que configura requisito extrínseco de validade da escrituração mercantil. Ela pode revestir- se, contudo, também de outra natureza, isto é, a de mero ato confirmatório da correspondência material entre cópia e original do mesmo documento, desde que esteja registrado na Junta .
Processo decisório do registro da empresa prevê a lei dois regimes de execução do registro de empresa: o da decisão colegiada e o singular.
 
Processa‑se pelo regime de decisão colegiada o arquivamento de atos relacionados com a sociedade anônima, tais como os estatutos, as atas de assembleias gerais, do conselho de administração etc. Nesse mesmo regime se enquadra o arquivamento da transformação, incorporação, fusão e cisão de sociedade empresária de qualquer tipo, além dos relacionados a consórcio de empresas ou grupo de sociedade.
 
Já o regime de decisão singular compreende a matrícula, a autenticação e todos os demais arquivamentos. Assim, o contrato social de uma sociedade limitada, sua alteração contratual e a inscrição do empresário individual são, por exemplo, arquivados por decisão singular.
 
Quanto a inatividade da Empresa O empresário individual e a sociedade empresária que não procederem a qualquer arquivamento no período de dez anos devem comunicar à Junta que ainda se encontram em atividade, nos termos do art. 60 da LRE. Se não o fizerem, serão considerados inativos. A inatividade da empresa autoriza a Junta a proceder ao cancelamento do registro, com a consequente perda da proteção do nome empresarial pelo titular inativo.
 
Exige a lei que a Junta comunique, previamente, o empresário acerca da possibilidade do cancelamento, podendo fazê‑lo por edital. Se atendida a comunicação, desfaz‑se a inatividade; no caso de não atendimento, efetua‑se o cancelamento do registro, informando‑se o fisco. Se, no futuro, o empresário pretende reativar o registro, deverá obedecer aos mesmos procedimentos relacionados com a constituição de uma nova empresa, não tendo o direito de reivindicar o mesmo nome empresarial anteriormente adotado, caso este tenha sido registrado por outro empresário.
 
Do cancelamento do registro por inatividade não decorre a dissolução da sociedade, mas apenas a sua irregularidade na hipótese de continuar funcionando. Quer dizer, a sociedade com arquivamento cancelado não deve necessariamente entrar em liquidação; mas sobrevêm as consequências do exercício irregular da atividade empresarial, caso os sócios não a encerrem.
 
O empresário irregular o registro no órgão próprio não é da essência do conceito de empresário. Será empresário o exercente profissional de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, esteja ou não inscrito no registro das empresas. Entretanto, o empresário não registrado não pode usufruir dos benefícios que o direito comercial libera em seu favor, de sorte que a eles se aplicam as seguintes restrições, quando se tratar de exercente individual da empresa:
 
a) o empresário irregular não tem legitimidade ativa para o pedido de falência de seu devedor, consoante prescreve o art. 97, § 1º, da LF. Por este dispositivo, somente o empresário inscrito na Junta Comercial e que exiba o comprovante desta inscrição está em condições de postular a falência de outro empresário. O irregular, embora não possa requerer a falência de outro exercente de empresa, pode ter a sua própria falência requerida e decretada e pode requerer a própria falência (autofalência);
 
b) o empresário irregular nãotem legitimidade ativa para requerer a recuperação judicial, na medida em que a lei elege a inscrição no Registro de Empresa como condição para ter acesso ao favor legal (LF, art. 51, V);
 
c) o empresário irregular não pode ter os seus livros autenticados no Registro de Empresa, em virtude da falta de inscrição. Desta maneira, não poderá se valer da eficácia probatória que a legislação processual atribui a esses instrumentos; outrossim, se for decretada a sua falência, esta será, necessariamente, fraudulenta, incorrendo o empresário no crime falimentar previsto no art. 178 da LF.
 
Quando se tratar de sociedade empresária, como se verá no momento oportuno, além dessas consequências, deve‑se acrescentar mais a do art. 990 do CC (“sociedade em comum”), vale dizer, a responsabilidade pelas obrigações sociais solidária e ilimitada dos sócios, respondendo diretamente aquele que, dentre estes, administrou a sociedade.
4.1 Caracterização de comerciantes 
Comerciante é toda pessoa jurídica ou física que exerce atividade empresarial. Requisitos para ser comerciante:
· Capacidade
· Habitualidade (com cunho econômico/profissional)
· Intuito ao lucro
· Compra e venda
· Atuar em nome próprio
Atenção:
Compra e venda = relações comerciais = escambo = circulação de mercadoria
Intuito ao lucro = especulação
 
Regularidade e registro não são requisitos de comerciantes, ou seja existem comerciantes irregulares.
5. COMERCIANTE 
5. 1 Deveres do Comerciante 
A responsabilidade civil do comerciante no sistema está presente no Código de Defesa do Consumidor.
A responsabilidade civil dos fornecedores no sistema consumerista está dividida em duas espécies:
1.	Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço (art. 12 a 17 do CDC);
 
2.	Responsabilidade por vício do produto e do serviço (art. 18 a 27 do CDC).
 
A primeira dica importante para delimitar a responsabilidade do comerciante decorre: arts. 12, 13 e 18 do CDC
 
“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.” (...)
“Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis.“ (...)
“Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.”
No art. 12, o legislador menciona, expressamente, algumas categorias de fornecedores, a saber: fabricante, produtor, construtor e importador.
Esse detalhe é importante porque quando o legislador menciona o “nome” do fornecedor, deseja diferenciar a responsabilidade desses sujeitos em relação ao comerciante.
 
No art. 18 o legislador diz tão somente fornecedores, e com isso que demonstrar que a intenção foi a de incluir todo e qualquer fornecedor que participe da relação de consumo. O segundo detalhe relevante relaciona-se com a espécie de prejuízo sofrido pelo consumidor. Na responsabilidade por fato do produto, inicialmente só os sujeitos elencados no caput do art. 12 é que responderão solidariamente, pois, no caso de fato do produto, estaremos diante de um acidente de consumo, isto é, de um prejuízo que extrapola a esfera meramente econômica do produto e do serviço, causando um dano ao consumidor.
 
Destarte, inicialmente não se pode atribuir ao comerciante a responsabilidade por um defeito de fabricação, construção, produção ou pela importação de um produto que cause dano a outrem, devendo o consumidor se voltar contra os sujeitos arrolados no art. 12.
Por sua vez, no caso de vício do produto e do serviço, haverá tão somente ofensa à incolumidade econômica do consumidor, pois estará diante de uma anormalidade do produto ou serviço (defeito) que não oferece riscos à sua segurança, à sua saúde física ou psíquica. No caso do comerciante, sua responsabilidade é diferenciada em relação à ocorrência de fato do produto, pois, nessa hipótese, sua responsabilização, de forma solidária, será condicionada à ocorrência das hipóteses elencadas nos incisos I e II do art. 13.
 
Veja-se:
 
1. No inciso I, o comerciante será responsável quando não se puder identificar algum dos sujeitos do art. 12. Obviamente, o consumidor não poderá amargar o prejuízo. Como os fornecedores atuam no mercado de consumo se submetendo a riscos, certamente o comerciante deverá responder de forma objetiva, caso comercialize produtos sem identificação.
 
2. No caso do inciso II, há praticamente a mesma dificuldade presente no inciso I, pois o consumidor fica impossibilitado de saber contra quem se voltar, e assim o comerciante também responderá. Recorde-se que o CDC é um diploma que protege o consumidor, sendo que a facilitação de sua defesa é uma das pedras de toque do sistema, fundada em sua presumida vulnerabilidade.
O dispositivo diz ser o comerciante responsável quando não conservar adequadamente os produtos perecíveis. Nessa hipótese, contudo, a melhor exegese é no sentido de que este sujeito será integralmente responsável, pois a má conservação de produtos perecíveis não guarda relação com a atividade dos sujeitos do art. 12. Imagine-se a hipótese de o fabricante entregar o produto em perfeitas condições ao comerciante, mas este, por ato exclusivamente seu (desligar um freezer durante a noite, por exemplo), permitir que o produto se deteriora. Que culpa terá o fabricante? Nenhuma, obviamente. Por isso o comerciante responderá sozinho, de forma objetiva.
Passando aos casos de vício do produto, deve-se atentar para a redação do art. 18, que diz:
“os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente…”
Observa-se que o legislador se refere a fornecedores, de maneira indistinta, e por isso o comerciante, em caso de vício do produto, será solidariamente responsável, sem qualquer ressalva, pois nesses casos não se estará diante de um acidente de consumo, mas do fornecimento de algo impróprio para o consumo. Em outras palavras, o bem de consumo não cumpre o que promete, sem contudo, causar qualquer dano ao consumidor.
5.2 Nome Comercial
Como elemento de identificação do empresário, o nome empresarial não se confunde com outros elementos identificadores que habitam o comércio e a empresa, os quais têm, também, proteção jurídica, assim a marca, o nome de domínio e o título de estabelecimento.
 
Enquanto o nome empresarial identifica o sujeito que exerce a empresa, o empresário, a marca identifica, direta ou indiretamente, produtos ou serviços, o nome de domínio identifica a página na rede mundial de computadores e o título do estabelecimento o ponto. Na maioria das vezes, por conveniência econômica ou estratégia mercadológica, opta‑se pela adoção de expressões idênticas ou assemelhadas, o que, a rigor, não tem nenhuma relevância jurídica, posto que nome empresarial, marca, nome de domínio e título de estabelecimento continuam a ser considerados institutos distintos, ainda quando possuírem um mesmo conteúdo e forma. Cada um destes elementos de identificação recebe, do direito, tratamentos específicos, próprios, decorrentes de sua natureza. Por ora, o nome empresarial não se confunde com esses outros designativoempresariais.
 
O direito contempla duas espécies de nome empresarial: a firma e a denominação. No linguajar cotidiano do comércio, firma tem o sentido de sociedade ou de empresa, mas, no rigor da técnica jurídica, essa expressão é reservada para uma das espécies de nome empresarial. A firma e a denominação se distinguem em dois planos, a saber: quanto à estrutura, ou seja, aos elementos linguísticos que podem ter por base; e quanto à função, isto é, a utilização que se pode imprimir ao nome empresarial.
6. SOCIEDADE
6.1 Sociedade e Comunhão
Dentro das formações de sociedades, podemos encontrar a sociedade entre cônjuges, ou dos cônjuges com terceiros. Fica permitido desde que os sócios não sejam casados pelo regime de comunhão universal ou de separação obrigatória de bens, conforme o art. 977 do novo Código Civil. 
Faz sentido o veto, uma vez que no caso do regime de comunhão universal de bens, as titularidades de quotas não se separam, tornando-se então, uma sociedade fantasma; e no caso do regime de separação obrigatória, a lei não permite aos cônjuges misturar os patrimônios. 
Não se permite, que um cônjuge ingresse na sociedade já constituída do outro, tirando assim a possibilidade de burlar a lei. 
Art. 977 “Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
6.2 Sociedade e Associação
O termo associação, como prescrito no art.53 do Código Civil, se refere à pessoa jurídica formada em prol de uma combinação de ideias e empenhos sem visar fins lucrativos. No mesmo artigo, fica previsto no parágrafo único, que os associados não têm direitos e obrigações recíprocos, tornando-se então, umas das principais diferenças da sociedade.
As decisões jurídicas são tomadas com base no estatuto da associação.
Art. 53 “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.”
Diferentemente das associações, a sociedade, visa fins lucrativos, oferecendo um bem ou serviço. Os lucros gerados pelas atividades econômicas, são partilhada entre os sócios, conforme indicado no art.981. 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
6.3 Sociedade de Pessoas e Capitais
Definida pela doutrina, e não pela lei entende-se por Sociedade de Pessoas, aquela a qual os sócios estabelecem um vínculo chamado affectio societatis, que por sua vez está relacionado a confiança mútua entre os sócios, e também na intenção conjunta do desenvolvimento das atividades empresariais. Tal vínculo, se uma vez que quebrado pode significar a quebra de contrato.
Por outro lado, na Sociedade de Capitais, não estabelece vínculo affectio societatis
Sendo uma definição estabelecida pela doutrina, uma sociedade é determinada de Pessoas ou de Capitais, através de uma análise das cláusulas de controle do contrato social.
É de importância ressaltar, que por exemplo, as Sociedades Simples Pura, sempre serão Sociedades de Pessoas, enquanto as Sociedades Anônimas (S/A) sempre serão Sociedades de Capitais. 
7. RESPONSABILIDADE 
7.1 Responsabilidade do Sócio
Na teoria o sócio, como pessoa física, não corresponde às dívidas da sociedade, já que uma vez consolidada como pessoa jurídica,fica estabelecida autonomia patrimonial.
Entretanto, se esgotado o patrimônio, os sócios podem ser chamados a subsidiar os gastos e dívidas.
Perante a natureza jurídica escolhida para a formação societária, podemos eleger tipos de responsabilidade, sendo elas: limitada, ilimitada, e solidária.
7.2 Responsabilidade Limitada e Ilimitada 
Quando a natureza jurídica uma sociedade é estabelecida como Responsabilidade Limitada podemos entender que a responsabilidade do sócio é limitada ao capital social subscrito, não comprometendo-o como pessoa física, indicado no art 1.052.
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Em contraponto, quando a natureza jurídica, caracteriza-se como ilimitada, compromete-se os bens dos sócio como pessoa física.
Vale ressaltar que, tais naturezas jurídicas, são responsabilidades ordinárias, entretanto quando não se cumpre as obrigações com terceiros,o juiz age pela responsabilidade extraordinária, onde a sanção aplicada afeta diretamente as pessoas físicas, conforme previsto no art 1.080.
Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram.
7.3 Responsabilidade Solidária 
A natureza jurídica da Responsabilidade Solidária, diz respeito a todos os sócios responder individualmente ao credor, por toda a dívida. art 1016
Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.
8. TIPOS DE SOCIEDADE
8.1 Sociedade em nome coletivo 
Sociedade em Nome Coletivo é aquela que todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
Atualmente não se justifica mais, a existência desse tipo de sociedade, uma vez que nesse tipo de sociedade os bens particulares do sócio são comprometidos.
8.2 Sociedade em Comanditas Simples
De acordo com o artigo 1045 “Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota. ” 
8.3 Sociedade em Comanditas por Ações
Já sobre a sociedade em comandita por ações, o artigo 1093 cita que “A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação. ” 
8.3 Sociedade por quotas responsabilidade limitada 
Na sociedade limitada, de acordo com o artigo 1052 “a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social”.
8.4 Sociedade Anônima
Outro tipo de sociedade por ações é denominada sociedade anônima que de acordo com os artigos 1088 “Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. ” E no artigo 1089 “A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplicando-se lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código”. 
8.4.1 Espécies de Sociedades Anônimas
Existem dois tipos de sociedade anônima: aberta, que pode captar recursos junto aos investidores em geral, pela oferta de valores mobiliários. E fechada que não tem valores mobiliários ofertados ao público em geral, e, portanto, possui estrutura mais simples em relação à sociedade de capital aberto.
8.4.2 Constituição da Sociedade Anônima
 	A constituição da sociedade anônima depende do cumprimento de três requisitos preliminares: I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. 
8.4.4 Debêntures
Debêntures são valores mobiliários que conferem direito de crédito perante a sociedade anônima emissora, nas condições constantes do certificado (se houver) e da escritura da emissão; podem ser públicos ou privados, no primeiro é necessária prévia autorização da CVM e no segundo bastasua comunicação. 
8.4.3 Capital Social
O capital social de uma empresa é o dinheiro ou bens que se investem e se mantém investidos para que a sociedade exista e funcione como empresa, permitindo gerar riqueza. Quando o sócio contribuir com bens, estes serão sujeitos a avaliação.
9. Livros obrigatórios
Livros empresariais são livros comerciais da empresa, ou seja, da atividade da empresa. Eles podem ser obrigatórios divididos em comuns e especiais ou facultativos. 
Os livros obrigatórios: devem obrigatoriamente ser feitos e registrados porque têm efeito jurídico. São subdivididos em: comuns: é o chamado diário e deve ser apresentado por absolutamente TODOS os empresários. No diário devem ser apresentados o lançamento do balanço patrimonial e do lançamento de resultado econômico; e especiais: existem vários, a depender do tipo da empresa: 
I- registro de duplicatas, para casos de empresa de compra e venda,que deve constar todas as duplicatas emitidas, com o número de ordem, data e valor das faturas originárias e data de sua expedição; nome e domicílio do comprador; anotações das reformas; prorrogações e outras informações necessárias; II- livro de entrada e saída de mercadorias, para empresas de armazéns gerais registrarem os pagamentos, as vendas e todas as informações que ocorrem relativamente às mercadorias depositadas; e III- livros diversos para Sociedades por Ações, para as empresas sociedades (como as S.A., por exemplo, que são compostas por ações), registrarem suas atividades, como Registro de Ações Nominativas, Transferência de Ações Nominativas, Registro de Partes Beneficiárias Nominativas, Atas das Assembléias Gerais, Presença dos Acionistas, Atas das Reuniões da Diretoria e Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
Os facultativos são aqueles opcionais porque, apesar de importantes, não têm efeito jurídico.
10. O Balanço e a Demonstração de Resultado do Exercício
	O Balanço Patrimonial é um relatório contábil feito sobre o registro de todas as movimentações financeiras de uma empresa em determinado período. Esses registros constam no livro diário da empresa (obrigatório).
Essa demonstração informa toda a situação patrimonial, ou seja, os bens, direitos e obrigações de uma empresa. Além disso, é possível identificar todos os investimentos e suas fontes financeiras.
A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, é uma das obrigações mais importantes de qualquer empresa, independentemente de seu “tamanho”. É um tipo de demonstração financeira que tem como finalidade principal juntar as informações financeiras da empresa para formar o resultado líquido do exercício, ou seja, o lucro ou prejuízo resultante da atividade empresarial. A formação desse resultado se dá através de todas as receitas da empresa, tanto custos quanto despesas.
11. Direito Comercial
12.Título de Crédito
Títulos de Crédito é um documento que constata um direito de crédito (de receber algo do devedor) e representa a obrigação desta dívida com as informações descritas.
Os Títulos de Crédito têm algumas classificações importantes:
1) Pelo modelo: podem ser vinculados ou livres.
a) Vinculados: devem atender a um padrão específico, definido por lei, para que sejam criados criação. Ex:. cheque.
b) Livres: são os títulos que não exigem um padrão obrigatório de emissão, basta que conste os requisitos mínimos exigidos por lei. Ex:. letra de câmbio e nota promissória.
2) Pela estrutura: podem ser ordem de pagamento ou promessa de pagamento.
a) Ordem de pagamento: o saque cambial dá origem a três situações distintas: sacador ou emitente, que dá a ordem para que outra pessoa pague; sacado, que recebe a ordem e deve cumpri-la; e o beneficiário, que recebe o valor descrito no título. Ex:. letra de câmbio, cheque.
b) Promessa de pagamento: envolve apenas duas situações jurídicas: promitente, que deve, e beneficiário, o credor que receberá a dívida do promitente. Ex:. nota promissória.
3) Pela natureza: podem ser títulos causais ou abstratos.
a) Títulos causais: são aqueles que têm vínculo com a causa que lhes deu origem, que deve estar expressa, ou seja, só poderão ser emitidos se ocorrer o fato a que estão condicionados (fato que a lei determina). Podem circular por endosso. Ex:. duplicata, que só pode ser emitida, como será visto com mais detalhes adiante, para documentar a realização de uma compra e venda mercantil (duplicata mercantil) ou um contrato de prestação de serviços (duplicatas de serviço)
b) Títulos abstratos: são aqueles que não mencionam a relação que lhes deu origem, podendo ser criados por qualquer motivo, cuja emissão não está condicionada a nenhuma causa preestabelecida em lei. Ex: cheque,que pode ser emitido para documentar qualquer relação negocial.
	
12.1 Emissão
	O ato de emitir títulos de crédito, podendo ser endosso ou aval.
12.2 Endosso 
O endosso é uma forma diferente do Título de Crédito funcionar, por exemplo a ocorrência de transferência de propriedade do título de crédito, ou seja, uma pessoa dá seu título à outra. Acontece, por exemplo, quando um beneficiário utiliza seu título para pagar uma outra dívida, e, neste caso, transfere o direito de recebimento a outra pessoa. A pessoa que transfere é chamada de endossante e a pessoa que recebe de endossatário. O endossante pode repassar somente os valores integrais de seu título de crédito.
12.3 Aval
O aval é uma declaração que pode constar no título de crédito para que se tenha uma garantia de seu pagamento, através da inclusão de um outro agente, conhecido como "avalista" e que tem a obrigação de pagamento da dívida. É como se fosse uma fiança, ou seja, um terceiro fica responsável pelo título caso seu proprietário não cumpra.
12.4 Classificação dos títulos de crédito
São pagos pela ordem os seguintes créditos: os trabalhistas; créditos com garantia real; créditos tributários; créditos com privilégio especial; créditos com privilégio geral; crédito quirografários; as multas contratuais e as penas pecuniárias, créditos subordinados. 
Créditos com direitos reais de garantia são os que estão garantidos por meio de hipoteca ou penhor; Créditos com privilégio especial são considerados os seguintes: os créditos assim conceituados pelas leis civis e comerciais, desde que não contrariem disposições da Lei de Falências; os créditos de aluguel do prédio locado ao falido para seu estabelecimento e sobre o mobiliário respectivo; os créditos a cujos titulares a lei confere o direito de retenção sobre a coisa .
Créditos com privilégio geral consideram-se os seguintes: os créditos assim conceituados que não contrariem disposições da Lei de Falências; os créditos da Previdência Social, pelas contribuições que o falido dever; os créditos dos empregados, devidamente reconhecidos por decisão da Justiça de Trabalho.
Finalmente, créditos quirografários classificam-se como os não incluídos nas classes anteriores; os saldos dos créditos não cobertos pelo produto dos bens vinculados ao seu pagamento e o resgate do valor das indenizações devidas aos empregados.
12.5 Duplicata Mercantil
A duplicata mercantil é um título de crédito de emissão nas vendas mercantis a prazo, realizadas entre vendedor e comprador domiciliados no Brasil. A duplicata indicará sempre o valor total da fatura. Como na letra de câmbio e na promissoria, do contexto de duplicata deve constar a denominação ‘’duplicata’’. Além disso, devem figurar na duplicata: a data de emissão, o número da ordem, o número da fatura, a data do vencimento, o nome e domicílio do vendedor, o nome e domicílio do comprador, a importância a pagar, o lugar do pagamento, a cláusula à ordem, a declaração da obrigação de pagar, a assinatura do comprador como aceite cambial e a assinatura do emitente.
Duplicata de Prestação de Serviço
Por prestação de serviço, inclusive de profissionais liberais, permite-se a emissão de duplicata. Os empresários, individuais ou coletivos, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação de serviços também poderão emitir fatura e duplicata nos termos do art 20 da lei n 5.474/68. Pode o profissionalliberal expedir fatura e duplicata do serviço prestado, para fins de execução do seu crédito 
12.6 Letra de Câmbio
A letra de câmbio é um exemplo de título de crédito. É uma ordem de pagamento, no qual o sacador (que dá ordem de pagamento) emite a ordem, para que o sacado (quem recebe a ordem para efetuar o pagamento) pague e o tomador (quem recebe o pagamento) se beneficie. A validade da letra de câmbio depende do "aceite" da ordem de pagamento pelo sacado . A letra de câmbio, como um documento, possui alguns requisitos para que seja válido, como:
a) constar as palavras “letra de câmbio”, inseridas no próprio texto, não apenas no alto do título;
b) constar o valor monetário a ser pago;
c) constar o nome do sacado e do tomador;
d) constar a data e local onde a letra deve ser sacada;
e) constar a assinatura do sacador.
f) constar o lugar do pagamento e do saque
Se estes requisitos não forem seguidos, a letra de câmbio será descaracterizada de título de crédito.
12.10 Cheque 
O cheque corresponde a um título de crédito permitido pelo Direito Empresarial. Tal objeto permite a circulação de riquezas na sociedade baseada em uma relação de boa-fé entre os envolvidos. Sua natureza jurídica de acordo com Fran Martins é a expressão de uma ordem de pagamento, a vista dada a um banco ou instituição por alguém que tem fundos disponíveis para fazer isso. (MARTINS, 2010:237) 
rt . 1º O cheque contêm: I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido; II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); IV - a indicação do lugar de pagamento; V - a indicação da data e do lugar de emissão; VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente. Art . 2º O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não vale como cheque, salvo nos casos determinados a seguir: I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado junto ao nome do sacado; se designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão; II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente. Art . 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque. Art . 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como cheque.§ 1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para pagamento. § 2º - Consideram-se fundos disponíveis: a) os créditos constantes de conta-corrente bancária não subordinados a termo; b) o saldo exigível de conta-corrente contratual; c) a soma proveniente de abertura de crédito. (BRASIL, 2019)
A existência desse título de crédito é antiga. Um exemplo vem da Idade Média em que havia o depósito de quantidades de ouro nas chamadas Oficinas dos Ourives a fim de mantê-las seguras; a partir disso se emitem papéis que possuíam valores fixos e eram chamados de polizzenotatafede. Outra passagem na história é a na Inglaterra em meados do século XVIII (entre 1759 a 1772), em que a palavra cheque foi usada pela primeira vez.
Assim é falado por Gladson Mamede,   
As práticas medievais que conduziram ao cheque não são inovadoras, mas mera evolução de práticas comerciais anteriores que diante das necessidades que foram se apresentando, acabaram por dar-lhe nova conformação. O mandado de pagamento, por exemplo era usado pelos imperadores germânicos, que mantinham uma conta corrente em cidades tributárias, sacando valores por meio de recibos. Já os reis ingleses emitiam Bill of Exchequer contra seus tesoureiros mesmo a favor das cidades italianas, das quais eram devedores. A segurança oferecida pelas casas bancárias, diante do impulso do comércio, levou a prática do depósito dos valores nestes estabelecimentos, bem como de dispor de importâncias por meio de títulos escritos, o que provavelmente se deu na Itália, com stanse dei publici pagamenti. Assim o estabelecimento bancário de Veneza (1942) recebia depósitos e pagava mediante ordem do depositante. A instituição emitia títulos denominados contadi di banco que circulavam como se fossem dinheiro. Já o banco de S. Gerídio, em Genebra (1407) emitia bigliette di cartulatorio, que chegavam de S. Grerício, em dinheiro de contado. Somen as cedole catulario do Banco de Santo Ambrósio, em Milão e as polizze ou fedi di credi do Banco de Nápoles. (MAMEDE, 2008:242)
	No Brasil a primeira regulamentação sobre cheque aconteceu de acordo com as professoras Kelsilene Cristine Abrantes Pires Beserra e Maria Bernadete Miranda em 1845 em Regulamento do Banco da Província da Bahia, que foi aprovado pelo Decreto n.º 438. Depois disso, em 22 de agosto de 1860 uma nova Lei n.º 1083, falava sobre bancos de emissão, meio circulante e outras disposições necessárias para o uso dos recibos ou mandatos ao portador, a palavra cheque ainda não era usada. 
	Finalmente em 2 de setembro de 1985 foi promulgada a A lei nº 7.357 para regular o uso dos cheques e a mesma ainda é usada atualmente.
O cheque é um tipo de título de crédito que representa uma obrigação a ser prestada, os princípios que regulam esse título de crédito são: cartularidade, literalidade e autonomia cambial. A cartularidade corresponde a necessidade de se mostrar o papel ou a cártula em que estão expressos os atos cambiários. A literalidade, corresponde a necessidade de o título ser literal, porque sua existência se regula pelo teor do que está escrito e não se pode assumir algo que não esteja presente naquele conteúdo. A autonomia tem relação com a boa-fé, por exercer um direito próprio, que não pode ser restringido ou destruído em razão das relações entre os anteriores possuidores e o devedor; de modo que cada obrigação advinda do cheque é autônoma em relação às demais. Outras características que compõem essa obrigação são: é independência, que relaciona ao fato de que não é necessária a existência de outro documento para completar-se ao cheque e fazê-lo válido; e inoponibilidade. 
Outra característica do cheque é:
Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário. Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação.(BRASIL, 2002)
	No entanto, a jurisdição permite a existência da modalidade do cheque pós-datado baseado também em uma relação de boa fé na qual os envolvidos estabelecem um compromisso de apresentar o cheque apenas quando previsto. Tal decisão foi estabelecida em:
PROCESSUAL CIVIL. COMERCIAL. EXECUÇÃO. CHEQUES PÓS-DATADOS. A emissão de cheque pós-datado, conhecido como cheque pré-datado, não lhe retira a natureza de título de crédito, apenas amplia o prazo de apresentação. Dispõe o art. 25, da L. n° 7.357/85 em consonância com aquilo que dispõe o art. 17, da Lei Uniforme, que as execuções devem estar fundadas em relações pessoais com o emitente. Essas relações de caráter pessoal com o emitente, a toda evidência, devem se consubstanciar nas relações estabelecidas subjacentemente ao título e que digam respeito ao negócio jurídico que determinou a criação do título. (BRASÍLIA, 2016:121)
O cheque como meio de pagamento estabelece um papel muito importante, pois são utilizados para transações mercantis de forma mais segura e ágil ao sistema de capital. Desta forma, o crédito facilita as negociações e o progresso comercial.
13. Concordata
 	Concordata (atualmente chamada de Recuperação Judicial) ocorre quando a empresaestá devendo para muitos credores e percebe que não irá conseguir efetuar o pagamento. Então, ela pede uma Recuperação Judicial para o Juiz, que irá analisar a situação da empresa e nomear um Administrador Judicial, que fiscalizará os bens e ações da empresa nesse processo, evitando que essa ignore o processo de recuperação, ou que desvie dinheiro. Existe uma lei que a recuperação judicial deve seguir que é a Lei de Recuperação Judicial (Lei 11.1001/2005) que estabelece uma ordem de pagamento aos credores. Quando o Juiz percebe que os bens da empresa são inferiores à dívida, ele decreta a falência da empresa, e o que resta é chamado de “massa falida” que será administrada também pelo Administrador Judicial.
14. FALÊNCIA
A Falência ocorre quando o Juiz verifica que a empresa, mesmo com a recuperação judicial e, mesmo vendendo os seus bens, não irá conseguir pagar suas dívidas. Nesse caso, ele irá decretar a falência, ou seja, a dissolução da sociedade empresária, havendo um encerramento da atividade empresarial.
É caracterizado como Insolvente aquele que deve mais do que recebe. Diferentemente do falido, que deve mais do possui. Podem ser classificados como insolventes aqueles que apresentarem impontualidade, ou seja, atraso no pagamento, que muitas vezes é injustificado.
 Também podem ser considerados insolventes aqueles que não pagarem a execução frustrada, que é a tentativa falha dos credores de exigirem seu pagamento judicialmente aos devedores, e a própria falência.
 Quando a empresa vai à falência, seus bens são reunidos e passam a se chamar “massa falida”, que continua sendo controlada pelo Administrador Judicial. Esse patrimônio vai servir para o pagamento dos credores.
14.1 Por Impontualidade
A impontualidade é o atraso no pagamento (geralmente injustificado), porém existem fatos diversos como o caso da execução frustrada, onde um dos credores entra com uma execução (processo onde judicialmente esse credor pode receber, ou seja, pedir o pagamento). Termina apenas quando o devedor paga, ou quando o Estado caça os bens, para que a empresa pague. Porém, quando a execução não é concluída, ela é chamada de “frustrada”. O outro fato diverso é quando é decretada a falência. Esses fatores (impontualidade, execução frustrada, ato de falência) levam o devedor a ser caracterizado como insolvente. 
15. A liquidação
A liquidação é fase posterior a demonstração de intenção do encerramento de uma sociedade a chamada dissolução que pode ser judicial ou extrajudicial. A partir disso se finalizam as atividades negociais, apurando os ativos da sociedade e os transformando em dinheiro para o pagamento dos passivos e se houver saldo realizar uma partilha entre os sócios. A liquidação tem o procedimento previsto nos artigos 1.102 a 1.112 do Código Civil – CC.
Ao dissolver a sociedade é nomeado um liquidante, a pessoa responsável por realizar a liquidação. Caso o liquidante não seja o administrador da sociedade ele deve investido nessa função com a necessidade de ser nomeado. A partir da escolha do liquidante fica sob sua responsabilidade de acordo com o Artigo 103 do Código Civil:
Art. 1.103. Constituem deveres do liquidante: I - averbar e publicar a ata, sentença ou instrumento de dissolução da sociedade; II - arrecadar os bens, livros e documentos da sociedade, onde quer que estejam; III - proceder, nos 15 (quinze) dias seguintes ao da sua investidura e com a assistência, sempre que possível, dos administradores, à elaboração do inventário e do balanço geral do ativo e do passivo; IV - ultimar os negócios da sociedade, realizar o ativo, pagar o passivo e partilhar o remanescente entre os sócios ou acionistas; V - exigir dos quotistas, quando insuficiente o ativo à solução do passivo, a integralização de suas quotas e, se for o caso, as quantias necessárias, nos limites da responsabilidade de cada um e proporcionalmente à respectiva participação nas perdas, repartindo-se, entre os sócios solventes e na mesma proporção, o devido pelo insolvente; VI - convocar assembléia dos quotistas, cada 6 (seis) meses, para apresentar relatório e balanço do estado da liquidação, prestando conta dos atos praticados durante o semestre, ou sempre que necessário; VII - confessar a falência da sociedade e pedir concordata, de acordo com as formalidades prescritas para o tipo de sociedade liquidanda; VIII - finda a liquidação, apresentar aos sócios o relatório da liquidação e as suas contas finais; IX - averbar a ata da reunião ou da assembleia, ou o instrumento firmado pelos sócios, que considerar encerrada a liquidação. Parágrafo único. Em todos os atos, documentos ou publicações, o liquidante empregará a firma ou denominação social sempre seguida da cláusula “em liquidação” e de sua assinatura individual, com a declaração de sua qualidade. (BRASIL, 2015, p 242)
	De acordo com o Artigo 105 do Código Civil fica sob responsabilidade do liquidante ainda alienar móveis e imóveis, transigir, receber e da liquidação e ao menos esteja autorizado não é permitido contrair ônus real ou empréstimo (apenas quando for necessário para o pagamento de obrigação). 
	Ao final, depois da apuração dos ativos, pagamento dos passivos e partilha do remanescente é convocada uma assembleia para a prestação final das contas, caso essas contas sejam aprovadas a liquidação é encerrada e a sociedade é extinguida (a extinção é o término da existência da empresa individual ou da sociedade mercantil e da pessoa jurídica através da desvinculação dos elementos humanos e materiais que dela faziam parte) ao ser averbada no registro da ata da Assembleia. Na situação de insatisfação de algum dos envolvidos esse dissidente tem o prazo de 30 dias desde de a publicação da ata averbada para promover ação contra e ele só terá direito de exigir dos sócios individualmente o pagamento do crédito e de realizar uma ação de perdas e danos.
16. Propriedade Industrial
A lei número 9.279 de 14 de Maio de 1996 regula as obrigações e direitos relacionados a propriedade industrial. Essa lei considera o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país, para isso ela concede patentes de invenção e de modelo de utilidade, registro de marcas, registro de desenhos industriais e repreende falsas indicações de localizações geográficas e concorrência desleal. Essas concessões são consideradas bens móveis.
A lei tem como objetivo a proteção dos avanços tecnológicos obtidos no país não em um sentido monopolista, mas sim como garantia de reconhecimento. Ademais, ela promove a melhoria de produtos já existentes, a criação de novos produtos e gera alianças, já que a possibilidade de lucratividade a partir do investimento é alta, sendo então, um estimulador para as empresas e pessoas a buscarem a inovação e melhorias.
Essa lei de acordo com o artigo 3 se aplica aos nacionais ou pessoas domiciliadas em país que assegure aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no Brasil a reciprocidade de direitos iguais ou equivalentes. As disposições dos tratados são aplicáveis em igual condição a pessoa jurídica nacional, física ou domiciliada no país. 
16.1 A Marca
A marca é uma forma de identificar produtos e serviços ela de se constitui como qualquer nome, símbolo, sinal gráfico que possa identificar visualmente. 
A marca pode ser classificada por:  certificação, que é usada para estabelecer conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, de acordo com à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada; a marca coletiva é usada para diferenciar os produtos ou serviços comercializados por membros de certa entidade; a nominativa é quando é formada apenas por palavras, letras ou algarismos, mas não de forma fantasiosa; a figurativa é a forma que apresenta desenho, imagem, símbolo ou outra forma figurativa relacionada a letra ou número; a mista é formada por elementos figurativos e nominativos; por último, a tridimensional é formada por um efeito técnico, a marca é o próprio formato da embalagem ou do produto. (LPI, artigo122)
Para registrar uma marca, diferente do desenho industrial e patente, ela não precisa ser uma novidade absoluta, ela precisa ser nova naquele ramo de produto, industrializado, comercializado ou de serviço prestado para determinar uma categoria econômica. Além disso, as marcas de alto renome e as notoriamente conhecidas em seu ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial tem proteção especial tal qual o beneficiário tem o poder de barrar a utilização de marca assemelhada ou igual em qualquer ramo da atividade econômica. (LPI, artigos 126 e 127)
A marca precisa protegida, entre os motivos está a intenção de não confundir o consumidor, essa tutela mais atenciosa se refere aos produtos e serviços que podem ser confundidos. Caso os produtos não possam ser confundidos não há uma necessidade de exclusividade de marca.
A validade da marca é de 10 anos a partir de quando concedido, mas pode ser prolongado no último ano de registro. A extinção acontece pelo término do prazo de validade sem a devida ampliação; pela renúncia do titular ou seus sucessores; e também por meio de processo administrativo de nulidade.
A marca se extingue quando se expira o prazo de vigência, acontece renúncia que pode ser total ou parcial em relação aos produtos ou serviços assinalados pela marca, pela caducidade e inobservância descrita no artigo 217. (LPI, artigo 142)
16.2 O Desenho Industrial
O desenho industrial é a característica visual do produto, já que com o desenvolvimento industrial o que torna o objeto atrativo não é apenas sua característica utilitarista, mas também sua apresentação. Sendo assim é considerado desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. Ademais, para que se possa registrar esse tipo de desenho ele deve apresentar características distintivas dos demais. Com isso, é possível adquirir o direito de propriedade sobre o desenho industrial através de um registro concedido pelo INPI. 
No entanto, nem tudo pode ser registrado, os objetos que são impedidos de sofrerem registro são aqueles que forem contra à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimentos dignos de respeito e veneração e a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.
O pedido de registro é mandado para o INPI que no prazo será analisado e protocolado e se de acordo com o exigido será concedido o registro. No certificado consta o número e o título, nome do autor - observado o disposto no o nome, a nacionalidade e o domicílio do titular, o prazo de vigência, os desenhos, os dados relativos à prioridade estrangeira, e, quando houver, relatório descritivo e reivindicações. E esse registro durará o prazo de 10 (dez) anos contados da data do depósito, prorrogável por 3 (três) períodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada. Ademais, a prorrogação deverá ser pedida no último ano de vigência.
Quanto a nulidade: 
 O processo administrativo pode ser instaurado a pedido de terceiros, desde que seja requerido dentro de 5 (cinco) anos contados da concessão do registro. Quando a nulidade for requerida no prazo de 60 (sessenta) dias após a concessão, os efeitos do registro serão automaticamente suspensos. O decurso do prazo quinquenal não impede o INPI de instaurar de ofício o procedimento administrativo de nulidade, quando constatar vício ao proceder ao exame de mérito requerido pelo titular, nem proíbe que o legítimo interessado questione a validade do registro do desenho industrial diretamente em juízo, a qualquer tempo de sua vigência.  O procedimento administrativo de nulidade comporta contraditório. O titular do registro é intimado para se manifestar no prazo de 60 (sessenta) dias. Com ou sem manifestação, o INPI emite um parecer que é publicado para manifestação das partes no prazo comum de 60 (sessenta) dias. Decorrido o prazo, é proferida decisão declarando a nulidade ou validade do registro. Essa decisão não comporta recurso e encerra a instância administrativa. Além das hipóteses de nulidade, o registro do desenho industrial também se extingue pelo término do prazo de vigência, pela renúncia do titular, pela falta de pagamento das taxas devidas ou pela ausência de um agente domiciliado no país, dotado de poderes para receber citações e representar em instância administrativa ou judicial o titular domiciliado no exterior. A falta de uso não é motivo hábil para a extinção do registro de desenho industrial. Os efeitos da nulidade retroagem à data de depósito do pedido de registro. As demais hipóteses de extinção geram apenas efeitos “ex nunc”. Como a nulidade é dotada de efeitos “ex tunc”, o processo administrativo ou judicial de nulidade deve prosseguir mesmo que o registro já tenha sido extinto. A declaração de nulidade legitimará qualquer ato de contrafação que tiver sido praticado durante a vigência do registro, impedindo qualquer cobrança indenizatória contra quem tiver explorado o desenho industrial. (SCHMIDT, 2018) 
16.3 A Patente
Sobre as patentes, correspondem a um documento expedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)  Art. 19. O pedido deverá conter: requerimento; relatório descritivo; reivindicações; desenhos, se for o caso; resumo; e comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito. Assim é feito um registro de propriedade de um inventor e assim o invento é impelido para que a exploração dele por terceiros seja necessária a prévia autorização de seu proprietário.
Para se realizar uma patente tem-se de escolher entre patente de utilidade ou invenção verificar se já existe uma patente desse objeto é necessário o pagamento de uma taxa e iniciado o pedido de concessão de patente e verificado e então fazer o acompanhamento se o pedido foi aprovado ou não. A concessão tem vigência de 20 anos para PI e de 15 anos para MU. A patente pode ser pedida em nome próprio, pelos herdeiros ou sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade. No caso de duas ou mais pessoas requererem a mesma patente o direito de obter patente será assegurado àquele que provar o depósito mais antigo, independentemente das datas de invenção ou criação.
	Sobre o que não pode ser patenteado:
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade: I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; II - concepções puramente abstratas; III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; V - programas de computador em si; VI - apresentação de informações; VII - regras de jogo; VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais. (LPI, 1996)
A patente é extinguida quando expira o prazo de vigência; o titular renuncia o direito, caduca e pela falta de pagamento anual nos prazos previstos na Lei e pela inobservância do disposto no artigo 217. 
16.4 A Indicação Geográfica
A indicação geográfica surgiu a cerca de um século e meio atrás na França como uma forma de designar o produto pela região. Assim, a Indicação Geográfica se estabelece como um bem, que aumenta o valor do fundo de negócio daqueles que exploram uma atividade em uma

Continue navegando