Buscar

Factoring: Cessão de Crédito e Prestação de Serviços

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conceito
Atividade desenvolvida por empresas autônomas e independentes para alavancar o comércio regulado pela lei do mercado. Modalidade de cessão de crédito utilizada por micro e pequenas empresas para amenizar dificuldades encontradas na negociação de crédito. Segundo Arnaldo Wald: 
“O contrato de factoring ou de facturização, consiste na aquisição, por uma empresa especializada em créditos faturados por um comerciante ou industrial, sem direito de regresso contra o mesmo. Assim, a empresa de facturização, ou seja, o factor assume os riscos da cobrança e, eventualmente, da insolvência do devedor, recebendo uma remuneração ou comissão, ou fazendo a compra dos créditos com redução em relação ao valor dos mesmos”
O autor Fran Martins explana sobre factoring da seguinte maneira: “o contrato de facturização ou factoring é aquele que o comerciante cede os créditos na totalidade ou em parte, de suas vendas a terceiro, recebendo o primeiro do segundo montante desses créditos, mediante o pagamento de uma remuneração”
Na convenção de Ottawa da qual o Brasil não participou como signatário, apena assinou a ata das reuniões de leasing e factoring frisam-se no item b, n°2, do art.1, ficou convencionado que o facturizador deverá desempenhar no mínimo duas das seguintes funções:
Financiamento ao fornecedor, incluindo empréstimos e pagamentos adiantados
Manutenção de contas (livro razão) relativo aos valores a receber
Cobrança dos valores a receber
Proteção contra o inadimplemento do pagamento pelos devedores
Pela convenção de Ottawa, o facturizador poderá adquirir crédito sem assumir riscos em face da insolvência do devedor (pro solvendo). Somente quando o facturizador optar por desempenhar a função descrita no item iv- “proteção contra o inadimplemento do pagamento pelos devedores” será – pro soluto.
Para aperfeiçoar a factoring, não há a necessidade de prestação de serviço, mas sim a cessão de crédito.
Factoring resume-se em atos que envolvem cessão de crédito, antecipação de recursos financeiros não financeiros e prestação de serviço convencional ou diferenciado, conjugado ou separadamente, a título oneroso, entre dois empresários facturizador e facturizado.
Atualmente no Brasil existem cinco principais modalidades de factoring:
Convencional, quando a operação envolver cessão de crédito e prestação de serviços, conjugados ou separadamente
Importação – exportação, direcionada exclusivamente para o comércio exterior, atuando o facturizador em três frentes: importação, exportação, e “garantia” securitização 
Maturity, onde o factor adquire os títulos e faz pagamentos ao facturizado somente no vencimento daquele, podendo ainda prestar ao seu cliente todos os seus serviços administrativos usuais e, opcionalmente, lhe faz adiantamentos sobre o valor dos créditos comerciais cedidos.
Trustee, cuja operação, o facturizador passa a dirigir e administrar as contas da facturizada, caracterizando uma parceria, confiando a gestão de contas a receber de sua empresa á factoring.
Matéria- prima: Em que a facturização não terá como fomento recursos financeiros, mas sim insumos para sua produção, cujo o custo será bancado pelo facturizador junto aos fornecedores.
Prestação de serviços: Assessoria creditícia, mercadológica, de gestão de crédito, acompanhando de contas a receber e a pagar, consultorias, análise de créditos a receber etc.
Importante frisar, ademais que não há legislação especifica sobre a matéria, todas as questões são dirimidas pela legislação civil e comercial aplicáveis a cada caso. Conforme Antônio Carlos Domini inexiste legislação especifica regulamentando o factoring. Entretanto, ressalta o referido autor que o direito positivo o socorre, destacando o direito civil quanto às questões referentes à cessão de crédito e prestação de serviços e o direito mercantil, o qual regula o direito cambiário, títulos de crédito, especialmente o endosso. 
Por outro lado, muito embora não exista lei específica concorrente à atividade de factoring, há diversos atos administrativos e legislativos infraconstitucionais definindo sua atividade-fim, como podemos visualizar a atividade de factoring nas seguintes legislações: 
- Código Comercial: Arts. 191 a 220 – vendas mercantis – subsidiados e supridos pelos Arts. 1.065 a 1.078 – cessão de créditos do Código Civil/16.
- Código Civil/16 – Arts. 1.216 – prestações de serviços
- Lei nº 5.747/68 – vendas mercantis 
- Decreto nº 57.663/66 – títulos de crédito (Convenção de Genebra). 
Outrossim, conclui-se que o factoring só se concretiza efetivamente se ocorrer a combinação que inclua pelo menos dois dos seguintes aspectos: a) gestão de crédito; b) administração de contas a receber e a pagar; c) cobrança; d) proteção contra riscos de crédito; e) fornecimento de recursos.
Constituição de uma empresa factoring
 Para a constituição de uma empresa de factoring não precisa de autorização do Banco Central do Brasil. Sua constituição social poderá ser limitada ( LTDA) ou anônima ( S/A) cuja a existência legal nasce com o arquivamento de seus atos constitutivos nasce na Junta Comercial.
Remuneração do Faturizador
O contrato de factoring é essencialmente oneroso: cobram os faturizadores pela atividade que exercem. Resume-se no fator de remuneração pelas prestações de serviços, na forma convencional ou diferenciada.
O fator principal é a lei da oferta e da procura. As empresas de factoring acompanham os juros que as instituições financeiras cobram na operação financeira cobram na operação de desconto de duplicatas. 
Inadimplência do facturizado
Se o descumprimento ocorrer por culpa do facturizado, faturizadores poderá cobrar daquele: o principal , multa no percentual estabelecido expressamente no contrato de fomento mercantil, juros de mora de 1,0 % ao mês quando estabelecido por escrito e correção monetária, com base em índice oficial.
Importância da Factoring
Segundo o presidente do Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Centro Sul de Santa Catarina, Sérgio Dagostim, discorre sobre a importância da factoring:
“O factoring tem sido o sustentáculo das pequenas e médias empresas. Se não fosse a factoring, muitas empresas estariam passando por enormes dificuldades ou até mesmo, com o encerramento de suas atividades aumentando as estatísticas de emprego. Os bancos são muitos rigorosos na cessão de crédito, analisando única e exclusivamente a situação do mercado e do país, sem considerar a viabilidade do cliente e suas situações futuras”( DONINI, p.34, 2010)
Natureza Jurídica
	Há diversas interpretações sobre a natureza jurídica de factoring, alguns o classificam como cessão de crédito a título oneroso e outros como contrato de compra e venda (DE BRITO, p. 528, 2008). Sobre isso, Martins (2001, p. 469) expõe:[1: MARTINS, F. Títulos de crédito. 11. ed. Rio de Janeiro, Forense, 1999.]
“É aquele em que um comerciante cede a outro os créditos, na totalidade ou em parte, de suas vendas a terceiros, recebendo o primeiro do segundo o montante desses créditos, mediante o pagamento de uma remuneração.”
	
E, completa Rizzardo (2000):[2: RIZZARDO, A. Factoring. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.]
“Parte dos autores que se dedicou ao assunto dá relevo à idéia não propriamente de cessão do título de crédito, mas de compra e venda. Tem-se uma compra de crédito celebrada entre um empresa ou cliente e uma entidade mercantil- que é a sociedade de ‘factoring’, ou o ‘factor’. Há um negócio de compra de crédito não especificamente regulamentado, embora com tipicidade própria, malgrado entendimento contrário de muitos, objetivando uma finalidade econômica concreta. Esta transferência de crédito melhor se coaduna com sua realidade fática se vista como uma cessão remunerada de título”.
Porém, o que pode-se concluir do contrato de factoring, é que possui uma natureza mista sendo prestação de serviços mais compra e venda de direitos creditórios. Importante destacar que por não possuir intermediação de crédito bancário,não se trata de um contrato bancário.
Distinção de Factoring e Instituições Financeiras
“Os negócios de um banqueiro, seus negócios propriamente dito não começam quando ele utiliza seu próprio capital: ele começa quando começam quando utiliza no capital dos outros”.
Não se consideram as empresas que atuam no factoring como sendo instituição financeira, pois não realizam atividades bancárias e tampouco são reguladas pelo Banco Central do Brasil.
A empresa factoring, por sua vez não capta recursos apenas presta serviços e compra créditos vencíveis, com recurso próprio e não de terceiros.
Em concomitância com o que foi exposto acima o autor Antonio Carlos Domini, diz:
“A empresa factoring é uma empresa comercial e não uma instituição financeira, por que no factoring não ocorre, a bem de verdade uma operação de crédito, tal qual como aquelas praticadas por bancos , mas tão somente uma venda a vista de créditos em que o faturizado se responsabiliza pela origem dos títulos transferidos á faturizador podendo, ainda, responsabilizar-se pela idoneidade financeira do devedor não caracterizando com isso operação bancária” (p.49, ano 2002).

Outros materiais