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www.cers.com.br 
 
OAB 2ª FASE - XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
1 
R E C L A M A Ç Ã O T R A B A L H I S T A 
 
ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 
 A reclamatória trabalhista observará a seguinte estrutura: 
 
RECLAMAÇÃO 
TRABALHISTA 
I. Preliminar de Mérito; 
II. Mérito; 
III. Pedidos; 
IV. Requerimentos Finais. 
 
 
Segue estrutura geral para visualização da petição inicial: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA … VARA DO TRABALHO DE … . 
 
NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem respeitosamente 
perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCU-
RAÇÃO ANEXA), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intima-
ções ou notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito (...) 
 
em face de NOME DA RECLAMADA, qualificação e endereço completos, pelas razões 
de fato e de direito a seguir expostas. 
 
I – PRELIMINAR DE MÉRITO 
 
A - TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO: 
- Idoso (art. 71, Lei 10741/2003 e art. 1.211-A, CPC) 
- Portador de doença grave (art. 1.211-A, CPC) 
- Dissídio que verse exclusivamente sobre salário ou empregador falido (art. 
652, parágrafo único, CLT) 
- figurar como parte pessoa com deficiência (art. 9º, VII, Lei 13.146/2015). 
Nos termos do art. 2º da Lei 13.146/2015, "considera-se pessoa com defici-
ência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, po-
de obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas". 
 
B – JUSTIÇA GRATUITA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
II – MÉRITO 
 
III – PEDIDOS 
(Repetição dos pedidos constantes no mérito da RT) 
 
IV - REQUERIMENTOS FINAIS 
O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da Reclamada para apresentar resposta 
à Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia. 
 A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVA em direito admitidos, em especial 
o depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, a oitiva de testemunhas, 
prova pericial e juntada de novos documentos. 
 Por fim, requer a PROCEDÊNCIA dos pedidos, com a condenação da Reclama-
da ao pagamento de todas as verbas postuladas, acrescidas de juros e correção mo-
netária. 
Atribui-se à causa valor superior a 40 salários mínimos. 
 Nestes Termos, 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
2 
 Pede deferimento. 
 Local e data. 
 Advogado 
 OAB nº 
 
 
 
ANÁLISE DETALHADA DE CADA UM DOS ITENS DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
ENDEREÇAMENTO 
 A competência territorial é definida pelo art. 651 da CLT, sendo, em regra, o juízo do local da prestação 
dos serviços: 
Art. 651, CLT. A competência das Varas do Trabalho é determinada 
pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, pres-
tar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro 
local ou no estrangeiro. 
§ 1º. Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a 
competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha 
agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na fal-
ta, será competente a Vara da localização em que o empregado te-
nha domicílio ou a localidade mais próxima. 
§ 2º. A competência das Varas de Conciliação e Julgamento, esta-
belecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agên-
cia ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e 
não haja convenção internacional dispondo em contrário. 
§ 3º. Em se tratando de empregador que promove realização de ati-
vidades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao em-
pregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato 
ou no da prestação dos respectivos serviços. 
 
 O endereçamento de uma reclamação trabalhista é simples e deve ser realizado da seguinte maneira: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA … VARA DO TRABALHO DE … 
 
Atenção! O último pontilhado deve ser preenchido com o local da 
prestação do serviço; se esta informação não estiver na proposta, 
devemos deixar o espaço em branco. 
 
Na comarca onde não houver juiz do trabalho, a lei poderá investir o juiz de direito da jurisdição trabalhista 
(art. 112, CF). Nesse caso, o endereçamento deve ser realizado da seguinte maneira: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CÍVEL DA COMARCA DE … 
 
QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
 
 Normalmente, a Banca não informa todos os dados necessários para a qualificação completa das partes. 
Diante disso, o Examinando poderá utilizar a expressão “qualificação e endereço completos” ou utilizar o gêne-
ro destes dados (ex.: nacionalidade, estado civil, etc.). O candidato não deve criar dados, como por exemplo um 
endereço, sob pena de identificação de prova. 
 
Exemplo: 
NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem respeitosamente pe-
rante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO 
EM ANEXO), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e 
notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, pelo rito ... 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
3 
em face de NOME DA RECLAMADA, qualificação e endereço completos, pelas razões de 
fato e de direito a seguir expostas. 
 
OU 
 
NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de 
Identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº, portador da CTPS nº, residente e 
domiciliado no endereço completo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por in-
termédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório 
profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no arti-
go 840 da CLT, propor: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, pelo rito... 
 
em face de NOME DA RECLAMADA, pessoa jurídica de direito privado (se for o caso), inscri-
ta no CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço completo, pelas razões de fato e de direito 
que passa a expor. 
 
Observação: caso a reclamação trabalhista seja proposta contra a massa falida, a inicial deve revelar o 
nome do síndico e o endereço onde receberá as notificações, uma vez que nos termos do art. 12, III, do CPC, a 
massa falida é representada pelo síndico. Na qualificação deve constar a razão social precedida da expressão 
“Massa Falida”. 
 
PRELIMINAR 
 
A) COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA (CCP) 
 
A passagem pela CCP era obrigatória em função do disposto no artigo 625-D da CLT. Contudo, o STF 
suspendeu, em caráter liminar (ADI 2139 e ADI 2160), a eficácia desse dispositivo, de modo que a tentativa conci-
liatória pela CCP é uma faculdade para o reclamante. 
 Antes das decisões referidas, era importante mencionar na petição inicial que a passagem do Reclamante 
pela CCP era obrigatória, mas diante da suspensão da eficácia do art. 625-D da CLT, tal menção tornou-se des-
necessária. Caso, ainda assim, o candidato opte por mencioná-la, deve fazê-lo na forma do exemplo a seguir: 
 
III. PRELIMINAR DE MÉRITO 
01. Comissão de Conciliação Prévia 
 O Reclamante esclarece que não passou pela Comissão de Conciliação Prévia, uma 
vez que esta é uma faculdade do autor, nos termos das liminares concedidas pelo STF nas 
Ações Diretas de Inconstitucionalidade – ADIs.2139 e 2160. 
 
B) TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO 
 
Assegura-se a tramitação preferencial do feito nas seguintes hipóteses: a) processos em que figurar como 
parte ou interessado idoso – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos (art. 71, Lei 10.741/2003); b) o dissídioversar exclusivamente sobre salário (art. 652, § ú, CLT); c) decorrer da falência do empregador (art. 652, § ú, 
CLT) e d) figurar como parte ou interessado portador de doença grave (art. 1211-A, 2ª parte, CPC). 
 
EM SÍNTESE: 
TRAMITAÇÃO 
PREFERENCIAL 
Idoso (art. 71, Lei 10.741/2003 e art. 1211-A, CPC); 
Dissídio sobre salário (art. 652, § ú, CLT); 
Dissídio originado pela falência do empregador (art. 652, § ú); 
Parte ou interessado portador de doença grave (art.1211-A, CPC). 
 
 
 Observe a legislação referida: 
Art. 71, Lei 10.741/2003. É assegurada prioridade na tramitação 
dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligên-
cias judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com 
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
4 
§ 1˚. O interessado na obtenção da prioridade a que alude este arti-
go, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade 
judiciária competente para decidir o feito, que determinará as provi-
dências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em lo-
cal visível nos autos do processo. 
§ 2˚. A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, esten-
dendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou compa-
nheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 3˚. A prioridade se estende aos processos e procedimentos na 
Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos 
e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à De-
fensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em re-
lação aos Serviços de Assistência Judiciária. 
§ 4˚. Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil 
acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a 
idosos em local visível e caracteres legíveis. 
 
Art. 652, CLT. Compete às Varas do Trabalho: 
Parágrafo único. Terão preferência para julgamento os dissídios 
sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do 
empregador, podendo o Presidente da Vara, a pedido do interessa-
do, contrair processo em separado, sempre que a reclamação tam-
bém versar sobre outros assuntos. 
 
Art. 1.211-A, CPC. Os procedimentos judiciais em que figure como 
parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (ses-
senta) anos, ou portadora de doença grave, terão prioridade de tra-
mitação em todas as instâncias. 
Parágrafo único. (vetado) 
 
C) JUSTIÇA GRATUITA 
 
O benefício da justiça gratuita implica apenas a isenção do pagamento de despesas processuais previstas 
no art. 3º da Lei 1060/50. 
 
Nesse sentido, Carlos Henrique Bezerra Leite leciona; 
 
“a justiça gratuita pode ser concedida por qualquer juiz de qualquer instância a qualquer trabalha-
dor, independentemente de estar sendo patrocinado por advogado ou sindicato, que litigue na 
Justiça do Trabalho, desde que perceba salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal ou que 
declare que não está em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento do 
próprio ou de sua família”. 
 
 Os requisitos para a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita estão previstos no art. 790, § 3º, CLT. 
Observe: 
Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos 
Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamen-
to das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão 
expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. 
... 
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos 
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimen-
to ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a 
traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou 
inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da 
lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo 
sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
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Art. 2º, Lei 1060/50. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais 
ou estrangeiros residentes no país, que necessitarem recorrer à 
Justiça penal, civil, militar ou do trabalho. 
Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, 
todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as cus-
tas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sus-
tento próprio ou da família. 
 
Art. 3º, Lei 1.060/50. A assistência judiciária compreende as se-
guintes isenções: 
I - das taxas judiciárias e dos selos; 
II - dos emolumentos e custas devidos aos Juízes, órgãos do Minis-
tério Público e serventuários da justiça; 
III - das despesas com as publicações indispensáveis no jornal en-
carregado da divulgação dos atos oficiais; 
 
 A declaração da situação econômica do reclamante pode ser realizada pelo advogado, na própria 
petição inicial (OJ 304, SDI-1, TST), sendo Desnecessária a outorga de poderes especiais ao patrono da causa 
para firmar declaração de insuficiência econômica, destinada à concessão dos benefícios da justiça gratuita (OJ 
331, SDI-1, TST). 
 Os benefícios da justiça gratuita devem ser requeridos em preliminar, sempre que o examinador indicar 
que o reclamante recebe salário igual ou inferior a dois salários mínimos ou que não tem condições de arcar com 
as despesas do processo. 
 Segue exemplo: 
 
Justiça Gratuita 
O reclamante encontra-se desempregado, sem condições de arcar com as despesas do processo. 
Nos termos do art. 790, § 3º da CLT e art. 2º, parágrafo único, da Lei 1060/50 o reclamante faz jus aos benefícios 
da justiça gratuita. 
Diante do exposto, requer a concessão dos benefícios previstos no art. 3º da Lei 1060/50. 
 
D) ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
 São requisitos para assistência judiciária gratuita: a) tratar-se de reclamante beneficiário da justiça gratuita 
e b) a assistência por advogado de sindicato (219 e 329, TST, art. 14, Lei 5584/70). Nesses casos, o reclamante 
terá direito as isenções previstas no art. 3º da Lei 1060/50 e também a assistência gratuita por advogado de sindi-
cato. 
 
O beneficiário da assistência judiciária gratuita faz jus as isenções previstas no art. 3º, da lei 1060/50 e 
também aos honorários sucumbenciais. 
 Segue exemplo: 
 
Assistência Judiciária Justiça Gratuita 
 O reclamante encontra-se desempregado, sem condições de arcar com as despesas do processo, sendo as-
sistido por advogado vinculado ao sindicato. 
 Nos termos do art. 14 da Lei 5584/70, súmulas 219 e 219 do TST, faz jus aos benefícios da assistência judiciá-
ria gratuita o empregado que preencher os requisitos da justiça gratuita e estiver assistido pelo sindicato. 
 Diante do exposto, requer a concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita. 
 
MÉRITO 
 No mérito, sugerimos que o Candidato destine o primeiro tópico ao contrato de trabalho, mencio-
nando, quando se tratar de relação de emprego, apenas os seguintes dados: admissão, função, último salário e 
data de demissão. Os demais tópicos devem ser nominados de acordo com os demais pedidos que serão formu-
lados pelo autor. Após o título, o reclamante deve incluir o fato, o fundamento e o pedido. 
 
A) SALÁRIO E REMUNERAÇÃO 
 
► SALÁRIO E REMUNERAÇÃO - DEFINIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
6 
 
O salário é a retribuição dos serviços prestados pago diretamente pelo empregador, enquanto a remune-
ração caracteriza-se pela soma dos salários pagos pelo empregador, incluindo outras importâncias auferidas de 
terceirosem decorrência do contrato de trabalho, por exemplo, as gorjetas. Nesse sentido é o art. 457 da CLT. 
Observe: 
 
Art. 457, CLT. Compreendem-se na remuneração do empregado, 
para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago direta-
mente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorje-
tas que receber. 
§ 1º. Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como 
também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diá-
rias para viagens e abonos pagos pelo empregador. 
§ 2º. Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como 
as diárias para viagem que não excedem de cinquenta por centro 
do salário percebido pelo empregado. 
§ 3º. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente 
dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for co-
brada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas a qual-
quer título, e destinada à distribuição aos empregados. 
 
A distinção entre os institutos é relevante, tendo em vista que algumas verbas trabalhistas são calculadas 
sobre o valor da remuneração (FGTS, férias, 13º salário, etc.); outras, em contrapartida, são calculadas sobre o 
valor do salário, como o adicional de periculosidade (Súmula 191, TST) ou sobre o salário mínimo, como o adicio-
nal de insalubridade etc. 
Depreende-se dos artigos 457 e 458 da CLT que a REMUNERAÇÃO do empregado é composta das se-
guintes verbas: 
• salário pago diretamente pelo empregador, incluindo o salário base e os sobressalários (salário in natura, 
gratificações, adicionais, comissões, diárias de viagem que ultrapassem a 50% (cinquenta por cento) do 
salário do empregado e os abonos pagos pelo empregador etc.) e 
• verbas pagas por terceiro, como as gorjetas, as gueltas (trata-se de pagamento indireto que visa estimular 
as vendas ou a produção) e etc. 
Juntas, tais parcelas compõe a remuneração do empregado para cálculo das verbas que incidem sobre 
esta parcela. 
 Ressalte-se que as gorjetas tem natureza jurídica de remuneração, matéria cobrada pela FGV no IX Exa-
me de Ordem Unificado. 
 
► REFLEXOS 
 
 Observe passo a passo o procedimento de pensamento que deve ser adotado para identificação e formu-
lação do pedido de reflexos: 
1º Passo 2º Passo 3º Passo 4º Passo 5º Passo 
Formular o 
pedido 
principal. 
Verificar se a 
parcela postu-
lada tem natu-
reza salarial 
 
+ 
 
Habitualidade 
DSR? 
Lembrar que o 
DSR é devido 
SEMPRE que pre-
enchido o 2º passo. 
Destaque-se que o 
legislador quer que 
o empregado rece-
ba quando está 
descansando o 
mesmo que recebe 
quando está traba-
lhando. 
 
OLHAR para o 
pedido formulado: 
• se o DSR já 
estiver incluído 
no pedido (parcela 
mensal ou quinze-
nal) = não pedir 
reflexos nele. 
• se o DSR não 
estiver incluído 
no pedido (parcela 
por hora, dia ou 
produção) = pedir 
reflexos nele. 
 
 
Pedir reflexos no 
“Pacote básico 
(verbas contratuais 
e resilitórias)”: 
• aviso prévio; 
• 13º integral e 
proporcional; 
• Férias integrais e 
proporcionais + 1/3; 
• FGTS (depósitos 
+ multa de 40%; 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
7 
 
Não tem natureza salarial, dentre outras, as seguintes: o veículo fornecido pelo empregador para o tra-
balho (Súmula 367, I/TST), a alimentação ou o vale alimentação fornecido em decorrência dos Programas de Ali-
mentação do Trabalhador (art. 3º da Lei 6.321/76 e OJ 133, SDI-1, TST), o vale-transporte (artigo 2º da Lei 
7.418/85), as férias indenizadas, o aviso prévio indenizado, a indenização adicional (art. 9º da Lei 7238/84), a in-
denização por rescisão antecipada do contrato por prazo determinado (art. 479 da CLT), a participação nos lucros 
(art. 7º, inciso XI, da Constituição Federal), a multa e o depósito do FGTS, ajudas de custo, as diárias para viagem 
que não excedam de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido pelo empregado e as utilidades fornecidas 
pelo empregador ao empregado para o trabalho (art. 458, § 2º, da CLT). 
 
 
 EM SÍNTESE: 
• Parcela postulada mensal ou quinzenal: desnecessário postular reflexo em DSR. Basta requer reflexos 
em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais 
e proporcionais acrescidas do terço constitucional, e FGTS (depósitos e multa de 40%). São exemplos: adicional 
de periculosidade, adicional de insalubridade, equiparação salarial, salário in natura, etc. 
• Parcela postulada variável (pagas por dia, hora ou produção): requerer a condenação da reclamada 
ao pagamento de reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DRS, aviso prévio, décimo terceiro salário inte-
gral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa 
de 40%). São exemplos: hora extra, sobreaviso, intervalos, adicional noturno, comissões, etc. 
 
Os quadros abaixo apresentam alguns exemplos da forma do pedido das verbas trabalhistas e seus refle-
xos. 
 
• Adicional de periculosidade 
 
ADICIONAL DE 
PERICULOSIDADE 
PEDIDO DE ADICIONAL DE 
PERICULOSIDADE 
CALCULADO SOBRE 
O SALÁRIO-BASE 
(parcela mensal) 
DSR INCLUÍDO NO 
PEDIDO PRINCIPAL 
 
CONCLUSÃO: desnecessário requerer reflexos em DSR. 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade, no importe 
de 30% do salário-base do reclamante, BEM COMO, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, 
décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e 
FGTS (depósitos e multa de 40%). 
 
• Horas extras 
 
HORAS EXTRAS HABITU-
AIS 
PEDIDO DE HORAS EX-
TRAS 
CALCULADA SOBRE O 
VALOR DA HORA 
DSR EXCLUÍDO DO 
PEDIDO PRINCIPAL 
 
CONCLUSÃO: necessário requerer reflexos em DSR. 
 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de horas extras, assim consideradas as 
excedentes a oitava diária e a quadragésima quarta semanal, acrescidas de 50%, como estabelecem os arts. 7º, 
XVI da CF e art. 59, § 1º, da CLT, BEM COMO, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso pré-
vio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constituci-
onal e FGTS (depósitos e multa de 40%). 
 
• Equiparação salarial 
EQUIPARAÇÃO 
SALARIAL 
PEDIDO DE 
DIFERENÇAS 
HABITUAIS 
MENSAIS 
DSR INCLUÍDO NO 
PEDIDO PRINCIPAL 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito do Trabalho 
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CONCLUSÃO: desnecessário requerer reflexos em DSR. 
 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais, BEM COMO, refle-
xos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias 
integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). 
 
► SALÁRIO IN NATURA 
 
O caput do artigo 458, CLT, refere-se ao salário pago em utilidades, como a habitação, a alimentação, o 
vestuário, dentre outros. É o chamado salário in natura. 
 
“As utilidades salariais são aquelas que se destinam a atender às necessidades individuais do tra-
balhador, de tal modo que, se não as recebesse, ele deveria despender de parte do seu salário para ad-
quiri-las. As utilidades salariais não se confundem com as que são fornecidas para melhor execução do 
trabalho (fornecidas PARA O TRABALHO). Estas se equiparam a instrumento de trabalho e, consequen-
temente, não tem feição salarial”. 
 
 
 PELO TRABALHOCARÁTER SALARIAL 
SALÁRIO IN NATURA 
 PARA O TRABALHO NÃO TEM CARÁTER 
SALARIAL 
 
 O valor da parcela paga in natura integra o salário do empregado quando preenchidos os seguintes requi-
sitos: a) a utilidade houver sido concedida de forma habitual; b) gratuita; c) pelos serviços prestados; d) destituída 
de caráter nocivo à saúde do empregado (bebidas alcoólicas, drogas, cigarros – art. 458, CLT e súmula 367, II, 
TST) e e) quando não houver lei retirando a natureza salarial da parcela (art. 458, § 2º, CLT). 
Dessa forma, influenciarão no cálculo de todas as verbas trabalhistas que tem como base de cálculo o 
próprio salário (art. 458, caput, CLT). 
 
Art. 458, CLT. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no 
salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, ves-
tuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do 
contrato ou costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em 
caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou 
drogas nocivas. 
§ 1º. Os valores atribuídos às prestações in natura deverão ser jus-
tos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos per-
centuais das parcelas componentes do salário mínimo (arts. 81 e 
82). 
(...) 
§ 3º. A habitação e a alimentação fornecidas como salário utilidade 
deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, 
respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por 
cento) do salário contratual. 
§ 4º. Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário utilidade a 
ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da 
habitação pelo número de coocupantes, vedada, em qualquer hipó-
tese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma 
família. 
 
Os percentuais fixados no parágrafo terceiro do art. 458 da CLT aplicam-se apenas quando os emprega-
dos recebem salário mínimo (súmula 258, TST). 
 
Súmula 258, TST. Os percentuais fixados em lei relativos ao salário 
in natura apenas se referem às hipóteses em que o empregado per-
 
 
 
 
 
 
 
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cebe salário mínimo, apurando-se, nas demais, o real valor da utili-
dade. 
 
Ressalte-se que a alimentação fornecida pelo empregador tem natureza salarial (art. 458, caput, da CLT 
e súmula 241 do TST). 
 
Súmula 241, TST. O vale para refeição, fornecido por força do con-
trato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do 
empregado, para todos os efeitos legais. 
 
A alimentação fornecida pelo empregador não terá natureza salarial quando: a) estiver pactuado, em 
norma coletiva, que o auxílio-alimentação terá caráter indenizatório ou b) quando a empresa aderir ao PAT – Pro-
grama de Alimentação do Trabalhador (OJ 133, SDI-1, TST). 
 
OJ 133, SDI – 1, TST. A ajuda alimentação fornecida por empresa 
participante do programa de alimentação ao trabalhador, instituído 
pela Lei 6321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o 
salário para nenhum efeito legal. 
 
 Atenção! Na recente OJ 413 da SDI-1, o TST esclareceu que o caráter indenizatório da alimentação for-
necida pelo empregador somente se aplica aos empregados contratados após a pactuação em norma coletiva 
que assegure caráter indenizatório ao auxílio ou após a adesão ao PAT. In verbis: 
 
OJ 413, SDI-1, TST. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. ALTERAÇÃO DA 
NATUREZA JURÍDICA. NORMA COLETIVA OU ADESÃO AO PAT. 
(DEJT divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) 
A pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à 
verba "auxílio-alimentação" ou a adesão posterior do empregador 
ao Programa de Alimentação do Trabalhador — PAT — não altera a 
natureza salarial da parcela, instituída anteriormente, para aqueles 
empregados que, habitualmente, já percebiam o benefício, a teor 
das Súmulas nos 51, I, e 241 do TST. 
 
Caso o examinador relate que o empregador fornecia em caráter habitual o auxílio-alimentação, compu-
tando-o no salário do reclamante para o cálculo das demais verbas e, posteriormente, em razão de adesão ao 
PAT, por exemplo, venha a considerá-lo de natureza indenizatória, o examinando deve alegar a ocorrência de 
redução salarial e requerer a sua integração (soma) ao salário desde a supressão para fins de gerar reflexos das 
demais parcelas. 
 
Não têm natureza salarial as utilidades fornecidas pelo empregador descritas no art. 458, § 2º da CLT e 
súmula 367, do TST. 
 
Art. 458, § 2º, CLT. Para os efeitos previstos neste artigo, não se-
rão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas 
pelo empregador: 
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos 
empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do 
serviço; 
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de tercei-
ros, compreendendo os valores relativos à matrícula, mensalidade, 
anuidade, livros e material didático; 
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retor-
no, em percurso servido ou não por transporte público; 
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada direta-
mente ou mediante seguro-saúde; 
V – seguros de vida e de acidentes pessoais; 
VI – previdência privada; 
VII – (vetado) 
 
 
 
 
 
 
 
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VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. 
 
Súmula 367, TST. 
I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empre-
gador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do 
trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, 
seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particula-
res. 
II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua noci-
vidade à saúde. 
 
 Quanto ao salário in natura, de modo geral, a importância para a prova prático-profissional está em saber 
que quando o empregador fornece ao empregado salário in natura seu valor integra-se (soma-se) ao seu salário 
para gerar reflexo em outras parcelas. Caso o examinador relate que isso não ocorria, então cabe ao examinando 
requerer tal integração. 
 Nesse caso, devemos postular a integração da parcela, bem como reflexos nos consectários legais. 
 
 Proposta (exemplo): 
O empregador pagava para seu empregado, durante os cinco anos em que perdurou o contrato de traba-
lho, o aluguel de um veículo no valor de R$ 500,00 mensais, apenas para que este tivesse mais conforto, sendo 
absolutamente desnecessário para o trabalho. Esclarece o empregado que o empregador não computava tal valor 
em seu salário para fins de aviso prévio, décimo terceiro, férias acrescidas de 1/3 e FGTS (depósitos + multa de 
40%). 
 Obs.: o examinando deve pedir a integração de tal valor ao salário do reclamante e as projeções, da se-
guinte maneira: 
 
 II – Mérito 
 01. Salário in natura 
A reclamada pagava mensalmente em favor do reclamante, durante os cinco anos em que perdurou o 
contrato de trabalho, aluguel de um veículo no valor de R$ 500,00 mensais, apenas para que ele tivesse mais 
conforto, sendo absolutamente desnecessário para o trabalho. (Fato) 
Nos termos do art. 458 da CLT, as utilidades fornecidas pelo empregador de forma habitual; gratuita; pelos 
serviços prestados; destituída de caráter nocivo à saúde do empregado e quando não há lei retirando a natureza 
salarial da parcela (art. 458, § 2º, CLT), como no caso em questão, possuem natureza salarial, devendo, portanto, 
integrar o seu salário para fins de projeções legais. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a integração do valor do aluguel pago mensalmente pela reclamada para fins de 
reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, fériasintegrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS (depósitos e multa de 40%). 
Por fim, requer a retificação da CTPS do reclamante, de modo a contar o seu real salário, nos termos do 
artigo 29, §1º da CLT. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final dos parágrafos buscam apenas orien-
tar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
C) DURAÇÃO DO TRABALHO 
 
► HORAS EXTRAS 
 
Vários doutrinadores distinguem as expressões: jornada de trabalho e horário de trabalho. Alice Monteiro 
de Barros leciona que “jornada é o período, durante um dia em que o empregado permanece à disposição do em-
pregador, trabalhando ou aguardando ordens (art. 4°, CLT). Já o horário de trabalho abrange o período que vai do 
início ao término da jornada, como também os intervalos que existem durante o seu cumprimento”. 
O art.4º estabelece que se considera como de serviço o período em que o empregado estiver à disposição 
do empregador, aguardando o ou executando ordens. Observe: 
Art. 4, CLT. Considera-se como de serviço o período em que o em-
pregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou execu-
tando ordens, salvo disposição especial expressamente consigna-
da. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O limite da jornada de trabalho é de 8 (oito) horas diárias (art. 7º, XIII, CF e art. 58, CLT) e 44 horas se-
manais, conforme o (art. 7º, XIII, da CF). Extrapolados quaisquer desses limites, as horas excedentes devem ser 
postuladas como horas extras, acrescidas do adicional de 50% , nos termos do art. 7º, XVI, da CF e art. 59, § 1º, 
da CLT. 
Observe a legislação referida: 
 
Art. 7, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social: 
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários 
e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de 
trabalho[...] 
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, 
em cinquenta por cento à do normal; [...] 
 
Art. 58, CLT. A duração normal do trabalho, para os empregados 
em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diá-
rias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. 
 
Art. 59, CLT. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de 
horas suplementares, em número não excedente de duas, mediante 
acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contra-
to coletivo de trabalho. 
§ 1º. Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, 
obrigatoriamente, a importância remuneração da hora suplementar, 
que será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora 
normal. 
 
 Segue exemplo de pedido de horas extras: 
 
I – MÉRITO 
01. Horas extras 
 
Durante todo o pacto laboral laborou de segunda a sábado, das 08h00 às 22h00, sem receber pelas horas 
extras trabalhadas. (Fato) 
Nos termos do art. 7º, XIII, da CF e do artigo 58 da CLT, é direito do trabalhador a duração máxima do 
trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, os quais foram extrapolados no curso da relação de trabalho. 
(Fundamento) 
Diante do exposto, postula-se a condenação da reclamada ao pagamento das horas extraordinárias, as-
sim consideradas todas as horas excedentes da 8ª diária e 44ª semanal, acrescidas do adicional de 50%, nos 
termos do art. 7º, XVI, CF e art. 59, § 1º, da CLT, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em 
DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do 
terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%) (Pedido). 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o 
leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
► INTERVALO INTRAJORNADA 
O intervalo intrajornada é concedido para alimentação e repouso durante a jornada de trabalho. Quando 
esta ultrapassar 6 (seis) horas diárias, o intervalo deverá ser de no mínimo 1 (uma) e no máximo 2 (duas) horas, 
salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho que poderão elastecer o intervalo. 
O intervalo intrajornada não é computado na jornada de trabalho (art. 71, § 2º, CLT), salvo quando não es-
tiver previstos em lei (súmula 118, TST) ou quando a mesma estabelecer que deva ser computado. 
Seguem exemplos em que o próprio legislador estabelece que os intervalos serão computados na jornada 
de trabalho: 
• empregados que atuam no serviço permanente de mecanografia e digitação: 10 minutos de intervalo 
para cada 90 minutos t\rabalhados consecutivamente (art. 72 da CLT e Súmula 346, TST); 
• empregados que trabalham em câmaras frias: 20 minutos de descanso para cada 1 hora e 40 minutos 
de trabalho (art. 253, CLT); 
 
 
 
 
 
 
 
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• empregados que trabalham em minas e subsolo tem direito a intervalo de 15 minutos para cada 3 ho-
ras de trabalho (art. 298, CLT). 
Mesmo que a jornada contratual de trabalho do empregado seja de 6 (seis) horas, se extrapolada habitu-
almente, é devido intervalo de no mínimo (uma) 1 hora. Nesse sentido é a súmula 437, IV, TST. 
O empregador que não conceder o intervalo intrajornada fica obrigado a remunerar o período correspon-
dente com um acréscimo de no mínimo 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71, § 
4º, CLT e Súmula 437, I, TST). 
Mesmo que a supressão do intervalo seja parcial (concessão de intervalo de 45 minutos, quando devido 
no mínimo uma hora de intervalo), o empregador será obrigado a remunerar ao empregado o valor corresponden-
te ao período integral do repouso, ou seja, deverá pagar uma hora acrescida de 50%. Isso porque a supressão do 
intervalo intrajornada, ainda que parcial, inviabiliza a sua finalidade, que é a de garantir ao empregado o tempo 
adequado para alimentação e repouso. Portanto, o empregador deverá remunerar a hora “cheia” acrescida do 
adicional de 50%. 
 
Súmula 437, TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA RE-
POUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT 
(conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 
380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 
27.09.2012 
... 
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de traba-
lho, é devido o 
gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o 
empregador a remunerar o período para descanso e alimenta-
ção não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicio-
nal, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT. 
 
Art. 71, CLT. Em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda 
de seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para re-
pouso ou alimentação, o qual será no mínimo, de uma hora e, salvo 
acordo ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 
duas horas. 
§ 1º. Não excedendo de seis horas o trabalho, será, entretanto, 
obrigatório um intervalo de quinze minutos quando a duração ultra-
passar quatro horas. 
§ 2º. Os intervalos de descanso não serão computados na duração 
do trabalho. 
§ 3º. O limite mínimo de uma hora para repouso e refeição poderá 
ser REDUZIDO por ato do Ministério do Trabalho, quando, ouvido o 
Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, se 
verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências 
concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos 
empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a 
horas suplementares. 
§ 4º. Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste 
artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a 
remunerar o períodocorrespondente com um acréscimo de no mí-
nimo 50% (CINQÜENTA POR CENTO) SOBRE O VALOR DA 
REMUNERAÇÃO DA HORA NORMAL DE TRABALHO. 
 
Ressalte-se que o intervalo tem natureza salarial, nos termos da súmula 437, III, do TST. 
Observe o disposto na súmula 437 do TST: 
 
Súmula 437, TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA RE-
POUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT 
(conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 
380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 
27.09.2012 
 
 
 
 
 
 
 
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I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a conces-
são parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimen-
tação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do 
período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com 
acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da 
hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo 
da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. 
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de tra-
balho contemplando a supressão ou redução do intervalo intra-
jornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segu-
rança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da 
CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva. 
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da 
CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 
1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o inter-
valo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, 
assim, no cálculo de outras parcelas salariais. 
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de traba-
lho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, 
obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e 
alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo 
adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT. 
 
 Em razão disso, sempre que o examinando postular a condenação da reclamada ao pagamento do inter-
valo intrajornada deve postular também os reflexos. 
 Segue exemplo de pedido do intervalo: 
 
II - Mérito 
01. Intervalo Intrajornada 
O Reclamante cumpria a jornada de 7 horas diárias, usufruindo apenas 30 minutos para repouso e alimen-
tação. (Fato) 
Nos termos do art. 71 da CLT o empregado que trabalho mais de 6 horas diárias faz jus a, no mínimo, 1 
hora de intervalo intrajornada para descanso e alimentação. (Fundamento) 
 Diante da exposição, requer a condenação da reclamada ao pagamento da hora cheia do intervalo acres-
cida do adicional de 50%, nos termos do art. 71, § 4º, da CLT e súmula 437, I, do TST, bem como, reflexos, uma 
vez que o intervalo tem natureza salarial nos termos da súmula 437, III do TST, em verbas contratuais e resili-
tórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acres-
cidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o 
leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
► INTERVALO INTERJORNADAS 
 
O intervalo interjornada refere-se ao intervalo entre um dia e outro de trabalho, isto é, entre duas jornadas 
de trabalho. A duração do intervalo interjornada é, em regra, de pelo menos 11 horas consecutivas. Observe o art. 
66 da CLT. 
 
Art. 66, CLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um perío-
do mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. 
 
 Caso entre uma jornada de trabalho e a seguinte, o período de descanso seja de apenas 8 horas, por 
exemplo, o empregado fará jus a 3 horas acrescidas do adicional de 50%, por aplicação analógica do art. 71, § 4º 
da CLT e súmula 110 do TST (OJ 355, SDI-1, TST). 
 
OJ 355, SDI-1, TST. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSER-
VÂNCIA. HORAS EX-TRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBRE-
JORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º 
DO ART. 71 DA CLT. DJ 14.03.2008. 
 
 
 
 
 
 
 
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O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 
da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º 
do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a 
integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acresci-
das do respectivo adicional. 
 
Súmula 110, TST. JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO (man-
tida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao 
repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 
11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser 
remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adi-
cional. 
 
Observe o exemplo: 
I – MÉRITO 
01. Intervalo Interjornadas 
Durante todo o período contratual o reclamante lavorava nas segundas-feiras das 9h às 18h00, iniciando 
sua jornada de trabalho nas terças-feiras, às 2h, ou seja, usufruindo apenas 8 horas de intervalo interjornadas. 
(Fato) 
Nos termos do art. 66 da CLT, entre 2 (duas) jornadas de trabalho deverá haver um período mínimo de 11 
(onze) horas consecutivas para descanso, o qual não foi observado. O desrespeito ao intervalo interjornadas pre-
visto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula 
nº 110 do TST, ou seja, a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo 
adicional. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das horas faltantes para completar 
as 11 horas de descanso, acrescidas do adicional de 50%, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitó-
rias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acresci-
das de 1/3 e FGTS (depósitos e multa de 40%). (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o 
leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
 
► DESCANSO SEMANAL REMUNERADO 
 
 Nos termos do art. 7º, XV, da CF e 67 da CLT, todo trabalhador tem direito a um dia de descanso semanal 
remunerado, o qual deve ser concedido preferencialmente aos domingos. O art. 1º da lei 605/49 também estabe-
lece que todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 horas consecutivas, preferentemente 
aos domingos, e ao descanso remunerado nos feriados civis e religiosos. 
 Para fazer jus ao descanso semanal remunerado os requisitos são assiduidade e pontualidade (art. 6º, Lei 
605/49). Nesses casos, o empregado perderá tão somente a remuneração do dia de descanso e não o direito de 
não trabalhar. 
 O trabalho prestado em domingos e em feriados, não compensado, deve ser pago em dobro (súmula 146, 
TST). 
 Nesse sentido seguem os dispositivos referidos: 
 
Art. 7, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social: 
... 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domin-
gos; 
 
Art. 67, CLT. Será assegurado a todo empregado um descanso 
semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo 
motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do servi-
ço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. 
Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, 
com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala 
 
 
 
 
 
 
 
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de revezamento,mensalmente organizada e constando de quadro 
sujeito à fiscalização. 
 
FRArt. 1º, Lei 605/49. Todo empregado tem direito ao repouso se-
manal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferen-
temente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das 
empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição 
local. 
 
Art. 6º, Lei 605/49. Não será devida a remuneração quando, sem 
motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a 
semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de traba-
lho. 
§ 1º São motivos justificados: 
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolida-
ção das Leis do Trabalho; 
b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da 
administração do estabelecimento; 
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do 
empregador, não tenha havido trabalho; 
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude 
do seu casamento; 
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do traba-
lho; 
f) a doença do empregado, devidamente comprovada. 
§ 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico da 
instituição da previdência social a que estiver filiado o empregado, 
e, na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do 
Comércio ou da Indústria; de médico da empresa ou por ela desig-
nado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou 
municipal incumbido de assuntos de higiene ou de saúde pública; 
ou não existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico 
de sua escolha. 
 
Súmula 146, TST. O trabalho prestado em domingos e feriados, 
não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remu-
neração relativa ao repouso semanal. 
 
OJ 410, SDI-1, TST. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. 
CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABA-
LHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 
e 26.10.2010) 
Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remu-
nerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no 
seu pagamento em dobro. 
 
1I – MÉRITO 
01. Descanso Semanal Remunerado 
Durante todo o período contratual o reclamante jamais usufruiu de descanso semanal remunerado. (Fa-
to) 
Nos termos do art. 7º, XV da CF, 67 da CLT e art. 1º da Lei 605/49, tal descanso, preferencialmente aos 
domingos, trata-se de direito dos trabalhadores. Sua inobservância implica o pagamento em dobro do período 
correspondente, nos termos da súmula 146 do TST. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento dos dias de descanso semanal re-
munerado em dobro. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o 
leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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► INTERVALO INTERJORNADAS E DESCANSO SEMANAL REMUNERADO 
 
Há uma peculiaridade no que concerne ao intervalo interjornadas e ao descanso semanal remunerado. 
Quando entre uma jornada de trabalho e outra estiver o repouso semanal remunerado, de 24 horas, este deve ser 
somado ao intervalo interjornadas de 11 horas. Quando o empregado termina sua jornada de trabalho no sábado, 
retornando a trabalhar apenas na segunda-feira, por exemplo, por se tratar o domingo de dia de descanso sema-
nal remunerado, o empregado deve usufruir de 35 horas de descanso entre o término da jornada no sábado e o 
início da seguinte, na segunda-feira, sendo 11 horas relativas ao intervalo interjornada e 24 em razão do DSR. As 
horas faltantes para completar as 35 deverão ser pagas como horas extras acrescidas do adicional de 50%. 
Segue exemplo: 
 
I – MÉRITO 
01. Intervalo Interjornadas e Descanso Semanal Remunerado 
Durante todo o período contratual, uma vez por mês, o reclamante laborava aos sábados até às 22h00 e 
iniciava sua jornada na segunda-feira subsequente às 06h00. (Fato) 
Nos termos do art. 66 da CLT, entre duas jornadas de trabalho deve ser observado um intervalo mínimo 
de descanso de 11 horas consecutivas de descanso e, conforme estabelece o art. 7º, XV da CF, 67 da CLT e art. 
1º da Lei 605/49, o trabalhador tem direito a um dia de descanso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos. Assim, quando entre uma jornada de trabalho e outra estiver o repouso semanal remunerado, de 24 
horas, este deve ser somado ao intervalo interjornadas de 11 horas, totalizando um período de descanso de 35 
horas. Período este que não foi observado, uma vez que entre uma jornada e outra de trabalho decorreu apenas 
32 horas. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de 3 horas extras acrescidas do 
adicional de 50%, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro 
salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS (depósito e multa de 
40%). (Pedido) 
 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o 
leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
► ADICIONAL NOTURNO 
 
 O horário noturno, no meio urbano, é das 22h00 às 05h00. A hora noturna não corresponde a 60 minutos, 
mas sim a 52 minutos e 30 segundos. Ao trabalho no período noturno, assegura-se um acréscimo de 20% sobre o 
valor da hora diurna. 
 No meio rural, o trabalho noturno é disciplinado pelo art. 7º da Lei 5889/73, o qual estabelece que se con-
sidera noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h00 às 05h00 e, na pecuária, das 20h00 às 04h00. A 
hora noturna é de 60 minutos e o adicional é de 25%. 
 O art. 73 da CLT afasta o direito ao adicional noturno dos empregados que trabalham em turnos ininter-
ruptos de revezamento. Tal disposição, entretanto, não foi recepcionada pela Constituição de 1998, que em seu 
art. 7º, IX, CF, assegura a todos indistintamente o direto ao adicional noturno (súmula 213, STF). 
 
Art. 7º, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além 
de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
... 
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
 
 
Súmula 213, STF. É devido o adicional de serviço noturno, ainda 
que sujeito o empregado ao regime de revezamento. 
Art. 73, CLT. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinze-
nal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, pa-
ra esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte 
por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minu-
tos e 30 segundos. 
 
 
 
 
 
 
 
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§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho 
executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguin-
te. 
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando 
de empresas que não mantêm, pela natureza de suas atividades, 
trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista os quantitativos 
pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relação 
às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas ati-
vidades, o aumento será calculado sobre o salário mínimo geral vi-
gente na região, não sendo devido quando exceder desse limite, já 
acrescido da percentagem. 
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem perí-
odos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o 
disposto neste artigo e seus parágrafos. 
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste 
capítulo. 
 
Em síntese, nos termos do art. 73 da CLT, tem-se que: 
a) considera-se noturno, para efeitos desse artigo, o trabalho urbano executado entre as 22 horasde um 
dia e as 5 horas do dia seguinte. 
b) o adicional noturno é de, no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna. 
c) a hora de trabalho noturna será computada como sendo de 52 minutos e 30 segundos. 
Destaca-se acerca do adicional noturno a Súmula 60 do TST. Observe: 
 
Súmula 60, TST. I - O adicional noturno, pago com habitualidade, 
integra o salário do empregado para todos os efeitos. II - Cumprida 
integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, de-
vido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese 
do art. 73, § 5º, da CLT. 
 Segue o exemplo: 
 
 II – MÉRITO 
 01. Adicional noturno 
 A jornada do reclamante iniciava-se às 22 horas e encerrava-se às 5 horas do dia seguinte, quando chega-
va o outro empregado da reclamada. Apesar de trabalhar no período noturno, o reclamante sempre recebeu o 
mesmo salário que o empregado que laborava no período diurno. (Fato) 
Nos termos do art. 7º, IX da Constituição Federal, o trabalho prestado no período noturno terá remunera-
ção superior ao do período diurno. O art. 73 da CLT estabelece que o adicional deve ser de 20% sobre o valor da 
hora diurna. Adicional este que jamais foi pago ao reclamante. (Fundamento) 
 Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional noturno, no importe de 
20% do valor da hora diurna, em relação às horas trabalhadas no período noturno, bem como, reflexos em verbas 
contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e 
proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). (Pedido) 
 
 É possível transferir o empregado do período noturno para o diurno, retirando-lhe o adicional noturno, por 
se tratar de alteração contratual mais benéfica para a saúde do trabalhador (art. 468 da CLT e súmula 265, TST). 
 
Súmula 265, TST. A transferência para o período diurno de traba-
lho implica a perda do direito ao adicional noturno. 
 
 Acerca do adicional noturno é importante destacar: 
● É vedado ao menor o trabalho noturno (art. 7º, XXXIII, CF). 
● Súmula 214, STF: a duração legal da hora de serviço noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui van-
tagem suplementar, que não dispensa o salário adicional. 
● OJ 97, SDI – 1, TST: o adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no período 
noturno. 
● Súmula 402, STF: o vigia noturno tem direito a salário adicional. 
 
 
 
 
 
 
 
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● Advogados – art. 20, §3, Lei 8906/94: o trabalho noturno é o compreendido entre às 20h00 e 05h00 e o 
adicional é de 25%. 
● No meio rural: o trabalho noturno é disciplinado pelo art. 7º da Lei 5889/73, o qual estabelece que se 
considera noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h00 às 05h00 e, na pecuária, das 20h00 às 04h00. A 
hora noturna é de 60 minutos e o adicional é de 25%. 
 
D) VERBAS RESCISÓRIAS 
 
 As verbas rescisórias são provenientes da extinção do contrato de trabalho, ou seja, são as parcelas que 
devem ser pagas pelo empregador na ocasião darescisão contratual. 
 
 Seguem relação de verbas rescisórias devidas nas principais formas de extinção do contrato de trabalho: 
 
CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO 
Forma de Extinção Verbas Rescisórias Devidas 
Dispensa sem justa causa - saldo de salário; 
- aviso prévio (art. 7º, XXI, CF, art. 487, § 1º, 
CLT); 
- décimo terceiro proporcional; 
- férias vencidas e proporcionais + 1/3; 
- multa de 40% do FGTS (art. 18, caput e § 
1º, Lei 8036/90); 
- guias: CD/SD (seguro desemprego – súmula 
389, TST) e para liberação do FGTS. 
Pedido de demissão - saldo de salário; 
- décimo terceiro proporcional; 
- férias vencidas e proporcionais + 1/3 (súmu-
la 261, TST); 
 
Aviso prévio: caso não cumprido pelo empre-
gado, o empregador pode descontar o valor 
correspondente a ele (art. 487, § 2º CLT); 
O empregado NÃO tem direito de receber: 
aviso prévio, multa de 40% do FGTS, guias 
para recebimento do seguro desemprego e 
levantamento do FGTS e perde a proteção 
das garantias de emprego. 
Dispensa por Justa Causa (falta grave do 
empregado) 
- saldo de salário; 
- férias vencidas; 
 
O empregado NÃO tem direito de receber: 
aviso prévio, multa de 40% do FGTS, guias 
para percepção do seguro desemprego e 
levantamento do FGTS e perde a proteção 
das garantias de emprego. 
Rescisão (falta grave do empregador) 
 
- saldo de salário; 
- aviso prévio; 
- décimo Terceiro proporcional; 
- férias vencidas e proporcionais + 1/3; 
- multa de 40% do FGTS; 
- guias: CD/SD (seguro desemprego – súmula 
389, TST) e para liberação do FGTS. 
 
CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO 
Forma de Extinção Verbas Rescisórias Devidas 
No prazo - saldo de salário; 
- décimo Terceiro proporcional; 
- férias vencidas e proporcionais + 1/3; 
 
 
 
 
 
 
 
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- guia: para liberação do FGTS. 
 
O empregado NÃO tem direito de receber: 
aviso prévio, multa de 40% do FGTS e guia 
para percepção do seguro desemprego. 
 
Dispensa antecipada por ato empresarial • sem cláusula assecuratória de di-
reito recíproco de rescisão antecipada: 
- saldo de salário; 
- multa do art. 479 da CLT; 
- décimo terceiro proporcional; 
- férias vencidas e proporcionais + 1/3; 
- multa de 40% do FGTS (há divergência, 
mas devemos pedir na petição inicial); 
- guia para levantamento do FGTS e percep-
ção do seguro desemprego (súmula 389, 
TST). 
 
O empregado NÃO tem direito de receber 
aviso prévio. 
 
• com cláusula assecuratória de di-
reito recíproco de rescisão antecipada 
- são devidas as mesmas verbas do contrato 
de trabalho por prazo indeterminado em que 
o empregado é dispensado sem justa causa. 
Dispensa antecipada por ato do empregado • sem cláusula assecuratória de di-
reito recíproco de rescisão antecipada: 
- saldo de salário; 
- multa do art. 480, CLT; 
- décimo terceiro proporcional; 
- férias vencidas e proporcionais + 1/3. 
 
O empregado NÃO tem direito às guias para 
liberação do FGTS e percepção do seguro 
desemprego. 
 
• com cláusula assecuratória de 
direito recíproco de rescisão antecipada 
- são devidas as mesmas verbas do contrato 
de trabalho por prazo indeterminado em que 
o empregado pede demissão. 
 
 Segue exemplo: 
 
 II – MÉRITO 
 01. VERBAS RESILITÓRIAS 
 O reclamante foi dispensado sem justa causa pela reclamada no dia…, e não recebeu suas verbas resci-
sórias. (Fatos) 
 Diante disso, requer a condenação da reclamada ao pagamento de todas as verbas rescisórias provenien-
tes da dissolução do contrato de trabalho, quais sejam: saldo de salário, aviso prévio, décimo terceiro salário pro-
porcional, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional vencida e proporcional e multa de 40% do FGTS. 
Ademais, requer a guia para levantamento do FGTS e a guia para percepção do seguro desemprego (súmula 389 
do TST), bem como a baixa da CTPS. (Pedido) 
 
Cuidado! O art. 7º, XXI da CF assegura aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo 
de 30 dias, nos termos da lei. A lei 12.506/2011 entrou em vigor na data de sua publicação, em 13/10/2011, regu-
lamentando o aviso prévio proporcional previsto no art. 7º, XXI, CF, assegurando-o na proporção de 30 dias aos 
 
 
 
 
 
 
 
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empregados com menos de 1 ano de serviço na mesma empresa, acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço 
prestado na mesma empresa quando completarem um ano e assim sucessivamente, até o máximo de 60 (sessen-ta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Assim, tais regras se aplicam aos contratos extintos após 
13/10/2011. Ressalte-se, entretanto, que há decisões isoladas do STF considerando devido o aviso prévio propor-
cional mesmo no caso de contratos concluídos antes desta data. 
Segue a lei: 
LEI Nº 12.506, DE 11 DE OUTUBRO DE 2011 
Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 
Lei: 
Art. 1o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, 
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos 
empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. 
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço 
prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. 
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 11 de outubro de 2011; 190o da Independência e 123o da República. 
DILMA ROUSSEFF 
José Eduardo Cardozo 
Guido Mantega 
Carlos Lupi 
Fernando Damata Pimentel 
Miriam Belchior 
Garibaldi Alves Filho 
Luís Inácio Lucena Adams 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.10.2011 
 O Ministério do Trabalho expediu Nota Técnica nº 184/2012 tratando da aplicabilidade na nova lei. Em 
síntese, conforme resumo constante na própria Nota Técnica: 
 “III. Conclusão 
 Em síntese, estes são os entendimentos que se submete à consideração superior para fins de aprovação: 
 
• a lei não poderá retroagir para alcançar a situação de aviso prévio já iniciado; 
• a proporcionalidade de que trata o parágrafo único do art. 1º da norma sob comento aplica-se, exclusi-
vamente, em benefício do empregado; 
• o acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço prestado ao mesmo empregador, computar-se-á a partir do 
momento em que a relação contratual supere um ano na mesma empresa; 
• a jornada reduzida ou faculdade de ausência no trabalho, durante o aviso prévio, prevista no art. 488 da 
CLT, não foram alterados pela Lei 12.506/11; 
• A projeção do aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os fins legais; 
• Recaindo o término do aviso prévio proporcional nos trinta dias que antecedem a data base, faz jus o em-
pregado despedido à indenização prevista na lei nº 7.238/84; e, 
• As cláusulas pactuadas em acordo ou convenção coletiva que tratam do aviso prévio proporcional deverão 
ser observadas, desde que respeitada a proporcionalidade mínima prevista na Lei nº 12.506, de 2011. 
 
 O Ministério do Trabalho e Emprego, na referida Nota Técnica, apresenta o seguinte quadro: 
 
Tempo de Serviço 
(anos completos) 
Aviso Prévio Propor-
cional ao Tempo de 
Serviço (nº de dias) 
0 30 
1 33 
2 36 
3 39 
4 42 
5 45 
6 48 
7 51 
8 54 
 
 
 
 
 
 
 
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9 57 
10 60 
11 63 
12 66 
13 69 
14 73 
15 75 
16 78 
17 81 
18 84 
19 87 
20 90 
 
Atenção! Caso o examinador forneça dados suficientes, o Candidato deve indicar o número de dias do 
saldo de salário postulado e a proporcionalidade das férias e décimo terceiro. 
parágrafo busca apenas orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
 
E) ESTABILIDADE – REINTEGRAÇÃO – INDENIZAÇÃO 
 
 O empregado que possui estabilidade provisória no emprego somente pode ser despedido por justa cau-
sa. A dispensa sem justa causa enseja-lhe o direito de postular sua reintegração no emprego e, sucessivamente, 
indenização substitutiva. 
 
► PEDIDO NO CASO DE EMPREGADO DETENTOR DE ESTABILIDADE PROVISÓRIA 
 
 APENAS quando o empregado for detentor de ESTABILIDADE PROVISÓRIA no emprego é possível 
pedir a sua reintegração e, sucessivamente, indenização substitutiva. 
 EM SÍNTESE, na reclamação trabalhista o reclamante deve narrar os fatos, apresentar os fundamentos 
que asseguram ao empregado estabilidade provisória no emprego e por fim PEDIR: 
• nulidade da dispensa; 
• reintegração do reclamante ao emprego com o pagamento de todos os salários e demais haveres tra-
balhistas relativos aos meses que compreendem a data da dispensa e a sua reintegração; e 
• sucessivamente, pleitear o pagamento da indenização substitutiva, correspondente aos salários e de-
mais vantagem relativas ao período da estabilidade e as verbas resilitórias quais sejam: saldo de salário, 
aviso prévio, décimo terceiro salário proporcional, férias acrescidas de 1/3 integral e proporcional e multa 
de 40% do FGTS, bem como, guias para levantamento do FGTS e percepção do seguro desemprego 
(Súmula 389, TST). Requer, por fim, a baixa da CTPS do reclamante. 
 
Caso o reclamante seja detentor de estabilidade provisória no emprego, tenha sido despedido sem justa 
causa e tenha recebido as verbas rescisórias deve PEDIR: 
• nulidade da dispensa; 
• reintegração do reclamante ao emprego com o pagamento de todos os salários e demais haveres tra-
balhistas relativamente aos meses que compreendem a data da dispensa e a sua reintegração, deduzi-
dos os valores pagos a título de verbas rescisórias; e 
• sucessivamente, pleitear o pagamento da indenização substitutiva, correspondente aos salários e de-
mais vantagem relativas ao período da estabilidade. 
 
Caso o período da estabilidade tenha se exaurido, o reclamante deve PEDIR apenas: 
• indenização substitutiva, correspondente aos salários e demais vantagem relativas ao período da esta-
bilidade (Súmula 396, TST) e as verbas resilitórias, quais sejam: saldo de salário, aviso prévio, décimo 
terceiro salário proporcional, férias acrescidas de 1/3 integral e proporcional e multa de 40% (quarenta por 
cento) do FGTS, bem como guias para levantamento do FGTS e percepção do seguro desemprego (sú-
mula 389, TST). Requerer, por fim, se for o caso, a baixa da CTPS do reclamante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Súmula 396, TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE 
REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO SALÁRIO RELATIVO AO 
PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE 
JULGAMENTO "EXTRA PETITA" (conversão das Orientações Ju-
risprudenciais nºs 106 e 116 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 
e 25.04.2005 
I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao emprega-
do apenas os salários do período compreendido entre a data da 
despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo asse-
gurada a reintegração no emprego. (ex-OJ nº 116 da SBDI-1 - inse-
rida em 01.10.1997) 
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que 
deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os ter-
mos do art. 496 da CLT. (ex-OJ nº 106 da SBDI-1 - inserida em 
20.11.1997) 
 
Segue exemplo: 
 
 I – MÉRITO 
 01. Reintegração 
 O Reclamante sofreu sério acidente de trabalho, permanecendo afastado por 3 (três) meses, percebendo 
auxílio doença acidentário. No dia seguinte a cessação do auxílio, o Reclamante compareceu à empresa, momen-
to em que o empregador o dispensou sem justa causa. (Fatos) 
 Nos termos do artigo 118 da Lei 8213/91 e súmula 378, II, do TST, o empregado, vítima de acidente do 
trabalho, tem assegurada a manutenção de seu contrato de trabalho pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, 
quando: a) permanecer afastado por período superior a 15 (quinze) dias e b) receber auxílio-doença acidentário. 
Requisitos esses preenchidos pelo reclamante. (Fundamento) 
 Diante do exposto, requer a nulidade da dispensa sem justa causa e a consequente reintegração do Re-
clamante ao emprego com o pagamento de todos os saláriosdos meses havidos entre a rescisão e o retorno às 
atividades. Sucessivamente, caso não seja este o entendimento deste Juízo, requer o pagamento de indenização 
substitutiva referente aos salários e demais vantagens relativas ao período da estabilidade e as verbas resilitó-
rias próprias da extinção do contrato de trabalho sem justa causa, quais sejam: saldo de salário, aviso prévio, 
décimo terceiro salário proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e multa de 40% do FGTS, 
bem como guias para levantamento do FGTS e percepção do seguro desemprego (súmula 389 do TST), bem 
como, a baixa da CTPS. (Pedido) 
 Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o 
leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
 
F) RESCISÃO INDIRETA 
 
 O empregador, assim como o empregado, possui obrigações oriundas do contrato de trabalho. Caso o 
empregador não cumpra com tais deveres ou pratique qualquer falta grave, o empregado pode requerer ao Poder 
Judiciário a rescisão indireta do contrato, assim como, a condenação do empregador ao pagamento de todas as 
verbas resilitórias provenientes da demissão sem justa causa. 
 O art. 483 da CLT elenca diversas hipóteses de falta grave por parte do empregador. Observe: 
 
Art. 483. O empregado poderá considerar rescindido o contrato e 
pleitear a devida indenização quando: 
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por 
Lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato; 
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos 
com rigor excessivo; 
c) correr perigo manifesto de mal considerável; 
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; 
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas 
de sua família ato lesivo da honra e boa fama; 
 
 
 
 
 
 
 
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f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, sal-
vo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; 
g) O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou ta-
refa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. 
§ 1º. O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou 
rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações le-
gais, incompatíveis com continuação do serviço. 
§ 2º. No caso de morte do empregador constituído em empresa in-
dividual, é facultado ao empregador rescindir o contrato de trabalho. 
§ 3º. Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado preitear a 
rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respecti-
vas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final deci-
são do processo. 
 
 EM SÍNTESE, na reclamação trabalhista, o reclamante deverá relatar a falta grave cometida pelo empre-
gador, na fundamentação apontar o(s) artigo(s) que classifica(m) tal conduta como falta grave e PEDIR: 
a) a rescisão indireta do contrato de trabalho; e 
b) a condenação da reclamada ao pagamento das verbas rescisórias próprias da extinção do contrato 
de trabalho sem justa causa, quais sejam: saldo de salário, aviso prévio, décimo terceiro proporcional, 
férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e multa de 40% do FGTS. Requerer, ainda, a conces-
são das guias para levantamento do FGTS e percepção do seguro desemprego (súmula 389, TST), bem 
como, se for o caso, a baixa da CTPS do reclamante. 
 
 Segue exemplo: 
 
 II – MÉRITO 
01. Rescisão Indireta do Contrato de Trabalho 
 Há três meses o reclamante não recebe seus salários. Por não suportar mais esta situação pretende a 
rescisão do contrato de trabalho por culpa do empregador. (Fatos) 
 Nos termos do art. 483, “d” da CLT, o empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a 
devida indenização quando o empregador não cumprir com as obrigações do contrato. Sendo a principal obriga-
ção do empregador em uma relação de trabalho a contraprestação pelos serviços prestados pelo empregado, a 
ausência de pagamento de salários motiva o pedido de rescisão indireta da relação contratual. (Fundamento) 
 Diante do exposto, requer que seja declarada a rescisão indireta do contrato de trabalho, tal como a con-
denação da Reclamada ao pagamento das verbas rescisórias próprias da dispensa sem justa causa, quais sejam: 
saldo de salário, aviso prévio, décimo terceiro salário proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do 
terço constitucional e multa de 40% do FGTS. Requer-se ainda a guia para levantamento do FGTS e para percep-
ção do seguro desemprego (súmula 389, TST) e a baixa da CTPS do reclamante (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o 
leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
 
G) REVERSÃO DA DISPENSA POR JUSTA CAUSA EM SEM JUSTA CAUSA 
 
 Ensejam a dispensa do empregado por justa causa apenas a prática de condutas tipificadas em lei como 
de falta grave. 
 Por exemplo, o artigo 482 da CLT, apresenta diversas hipóteses de falta grave. Esse rol é exemplificativo, 
posto que outras legislações também estabelecem condutas consideradas como faltas graves. 
 EM SÍNTESE, na petição inicial o reclamante deverá: 
a) afastar a falta grave que lhe foi imputada. Para tanto poderá: a. negar a conduta (exemplo: negar a 
prática de ato de improbidade) ou b. afirmar que tal conduta não caracteriza falta grave (exemplo: recusar-se a se 
submeter à revista íntima (art. 373-A, VI, CLT)). 
PEDIR: 
• se não for detentor de estabilidade provisória no emprego: a reversão da dispensa por justa causa em 
sem justa causa e a condenação da reclamada ao pagamento das verbas resilitórias próprias da dispensa 
sem justa causa, quais sejam: saldo de salário, aviso prévio, décimo terceiro salário proporcional e férias 
integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e multa de 40% do FGTS, bem como as guias 
para percepção do seguro desemprego e levantamento do FGTS. Requer ainda a baixa da CTPS. Neste 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE - XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
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caso, o título do tópico no mérito será mesmo denominado “reversão da dispensa por justa causa em sem 
justa causa”. 
• se for detentor de estabilidade provisória no emprego: a) nulidade da dispensa; b) reintegração do re-
clamante ao emprego com o pagamento de todos os salários e demais haveres trabalhistas relativos aos 
meses que compreendem a data da dispensa e a sua reintegração e c), sucessivamente, pleitear o pa-
gamento da indenização substitutiva, correspondente aos salários e demais vantagem relativas ao período 
da estabilidade e resilitórias próprias da dispensa sem justa causa, quais sejam: saldo de salário, aviso 
prévio, décimo terceiro salário proporcional e férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitu-
cional e multa de 40% do FGTS, bem como as guias para percepção do seguro desemprego (súmula 389 
TST) e levantamento do FGTS Requer ainda a baixa da CTPS. 
Segue exemplo: 
 
I – MÉRITO 
01. Reversão da Dispensa por Justa em Causa em sem Justa Causa 
A Reclamante foi dispensada por justa causa, pois não se submeteu a revista íntima imposta pela recla-
mada, que a dispensou alegando que se tratava de ato de indisciplina e insubordinação. (Fatos) 
A recusa em submeter-se a revista íntima não caracteriza falta grave, tendo em vista que tal conduta é 
vedada ao empregador nos termos do art. 373-A, VI da CLT. Portanto, a Reclamante não pode ser demitida por 
justa causa com fundamento no artigo 482, “h” da CLT, posto que sua conduta não constitui ato de indisciplina e 
insubordinação. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a reversão da demissão por justa causa para demissão

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