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Nome: Barbara Luiz Sales RA: 8973169 Turma: 003210B EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA _ª VARA DA COMARCA BELFORD ROXO/RJ. Jorge Mário da Silva, estado civil..., filho de..., portador da carteira de identidade de n˚..., com o CPF n˚..., CTPS n˚..., série..., PIS n˚..., residente domiciliado à Rua..., n˚..., bairro..., CEP n˚..., por meio de seu advogado que esta subscreve, nos termos da procuração (anexa), com escritório à Rua..., em nome de quem e para onde quer que sejam remetidas as notificações, vem, perante a Vossa Excelência, propor, com fulcro no artigo 840, §1º da CLT. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Pelo rito ordinário, contra a Empresa PIZZARIA BURGUESINHA LTDA, CNPJ n˚..., situada ..., n˚..., bairro Belford Roxo, CEP..., o que faz de acordo com os fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos: DA JUSTIÇA GRATUITA Cumpre salientar que o Reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei nº 7.510/86. I- DOS FATOS O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no dia 10/12/2019 para exercer o cargo de MOTOBOY, realizando entrega em domicílio de pizzas e outros tipos de massas aos clientes da pizzaria, recebendo o salário mensal de R$1500,00 reais e exercendo a função seis dias na semana, com folga na 2ª feira, sendo que, uma vez por mês a folga era em um domingo. Jornada sendo cumprida das 18h às 3h30, com intervalo de 40 minutos para refeição. Em Agosto de 2020, Seu Jorge realizou uma entrega traumática na casa de um cliente. Ocorre que o cozinheiro da pizzaria se confundiu no preparo e assou uma pizza de atum, sendo que o cliente era alérgico a esse produto. Ao ver a pizza errada, o cliente foi tomado de fúria incontrolável, começou a xingar e a ameaçar Seu Jorge, e terminou por soltar seus cães de guarda, dando ordem para atacar o entregador. Sendo assim, Seu Jorge correu desesperadamente, mas foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gravemente. Em razão disso, ele precisou se afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do INSS. Seu Jorge gastou R$ 250,00 na compra de vacina antirrábica e demais remédios, que por recomendação médica foi obrigado a tomar, porque não sabia se os cachorros eram vacinados. No dia 20 de setembro de 2020, após obter alta do INSS, Seu Jorge retornou à empresa, contudo, o dono da pizzaria tomou conhecimento de interesse romântico que sua mulher teria em Seu Jorge, assim, optou por dispensá-lo sem o pagamento de qualquer verba rescisória. Além do mais nos contracheques de Seu Jorge, constam, mensalmente, o pagamento do salário mínimo nacional na coluna de créditos e o desconto de INSS na coluna de descontos, sendo que no mês de março de 2020 houve ainda dedução de R$ 31,80 a título de contribuição sindical, sem que tivesse autorizado o desconto. Seu Jorge foi à CEF e solicitou seu extrato analítico, onde consta depósito de FGTS durante todo o contrato de trabalho. II- DO DIREITO 1. JORNADA DE TRABALHO Durante o vínculo, o reclamante sempre prestou serviços em horários extraordinários, visto que, estava a disposição da Reclamada, como já tinha dito outrora, tinha como jornada contratual das 18h às 3h30, durante seis dias na semana, com folga às 2º feira, sendo que ocorria uma folga no domingo por mês. Toda vez que o empregador prestar serviços ou permanecer à disposição da empresa após esgotar-se a jornada normal de trabalho, haverá trabalho extraordinário, que deverá ser remunerado com o adicional de, no mínimo, 50% superior ao da hora normal. Conforme o artigo 7º, inciso XIII da CF e artigo 58 da CLT, são devidas as horas extra ao empregado que trabalhou além da duração normal do trabalho. Artigo 7°, inciso XIII: “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.” Artigo 58, da CLT: “ A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.” Sendo assim, não resta dúvidas que foi violado o direito do empregador a ser recompensado por seu trabalho suplementar. Outrossim, cabe salientar que as horas trabalhadas aos domingos e feriados devem ser remuneradas com o adicional de 100%, tendo em vista que o empregador cumpriu o expediente em todos os domingos durante o exercício da sua atividade. A súmula 146 do TST, menciona sobre trabalho aos domingos e feriados, não compensados: Súmula nº 146 do TST TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 93 da SBDI-1) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. Diante do exposto, é devida tal adicional de 100% de horas sobre os dias de repouso trabalhado, bem como domingos e feriados, assim sendo, faz jus o recebimento do adicional de horas extras com seus devidos reflexos legais. 2. DO INTERVALO INTRAJORNADA Considerando que a jornada do Reclamante ultrapassava de 6 horas diárias, o mesmo teria direito de pelo menos uma hora de intervalo para alimentação e descanso, outrossim, o disposto do artigo 71, parágrafo 4° da CLT, relata: Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. § 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Diante do artigo citado acima, vemos que o intervalo INTRAJORNADA não foi respeitado, assim sendo, o reclamante tem o direito de receber com hora extraordinária o período de descanso não usufruído. 3. ADICIONAL NOTURNO Durante o vínculo empregatício, o Reclamante iniciou a jornada de trabalho às 18 horas e encerrava às 3:30 horas, deste modo, o empregador possui direito ao adicional noturno após às 22 horas, tendo em vista que das 22 horas até 5 horas da manhã é considerado trabalho noturno. Outrossim, o Reclamante exerceu a prestação de serviço no período noturno, diante do artigo 73 da CLT. Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. Por conseguinte, o reclamante nesse período em que exerceu a prestação de serviços, jamais recebeu o adicional noturno, além do mais, por não ter sido paga as horas noturnas, o cálculo possui base superior na remuneração a diurna, possuindo o acréscimo de 30% do diurno, assim como menciona o artigo citado acima. A súmula 60 do TST menciona que o trabalho noturno é mais desgastante que o diurno, deste modo, o cálculo das horas extras deve ser auferido com incidência cumulativa de adicionais e não pela aplicação isolada dos percentuais sobre o salário hora. ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. (ex Súmula n° 60 - RA105/1974, DJ 24.10.1974) II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art 73, parágrafo 5°, da CLT (ex-OJnº 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996). Em suma, o adicional noturno deverão refletir em férias, 13º, aviso prévio, indenização do tempo de serviço, descanso semanal remunerado e FGTS. 4. ADICIONAL PERICULOSIDADE Em decorrência da função de motoboy, o Reclamante faz jus ao recebimento do adicional de periculosidade, pois atividades em que a natureza ou os seus métodos de trabalho configure em condição de risco acentuado o que inclui os trabalhadores que entram em contato direto com alto risco. Conforme o artigo 193, parágrafo 4° da CLT trata sobre a periculosidade dos motoboys Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: § 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. Assim sendo, o reclamado possui o pagamento do adicional de periculosidade de 30% referente a todo o período trabalhado, sendo estabelecida que a periculosidade fosse calculada sobre o piso da categoria que corresponde a função de motoboy. 5. DANO MORAL Cumpre esclarecer, que o Reclamante durante sua prestação de serviço para a empresa Reclamada, foi devidamente ferido por um de seus clientes, o mesmo ficou furioso por um erro em seu pedido e soltou seus cachorros para agredir o Reclamante. Desta forma, vemos que a empresa negligenciou ao saber a conduta de seu cliente sobre o Reclamante, logo, afetando expressamente os direitos morais, conforme o disposto do artigo 223- B, 223-C da CLT. Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação. Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. "DANO EXTRAPATRIMONIAL: EXCLUSIVIDADE DE CRITÉRIOS APLICAÇÃO EXCLUSIVA DOS NOVOS DISPOSITIVOS DO TÍTULO II-A DA CLT À REPARAÇÃO DE DANOS EXTRAPATRIMONIAIS DECORRENTES DAS RELAÇÕES DE TRABALHO: INCONSTITUCIONALIDADE. A ESFERA MORAL DAS PESSOAS HUMANAS É CONTEÚDO DO VALOR DIGNIDADE HUMANA (ART. 1º, III, DA CF) E, COMO TAL, NÃO PODE SOFRER RESTRIÇÃO À REPARAÇÃO AMPLA E INTEGRAL QUANDO VIOLADA, SENDO DEVER DO ESTADO A RESPECTIVA TUTELA NA OCORRÊNCIA DE ILICITUDES CAUSADORAS DE DANOS EXTRAPATRIMONIAIS NAS RELAÇÕES LABORAIS. DEVEM SER APLICADAS TODAS AS NORMAS EXISTENTES NO ORDENAMENTO JURÍDICO QUE POSSAM IMPRIMIR, NO CASO CONCRETO, A MÁXIMA EFETIVIDADE CONSTITUCIONAL AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (ART. 5º, V E X, DA CF). A INTERPRETAÇÃO LITERAL DO ART. 223-A DA CLT RESULTARIA EM TRATAMENTO DISCRIMINATÓRIO INJUSTO ÀS PESSOAS INSERIDAS NA RELAÇÃO LABORAL, COM INCONSTITUCIONALIDADE POR OFENSA AOS ARTS. 1º, III; 3º, IV; 5º, CAPUT E INCISOS V E X E 7º, CAPUT, TODAS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL" Diante do exposto, o artigo citado acima, o empregador pode se submeter à apreciação da Justiça do Trabalho em pretensão indenizatória, com o objetivo de compensar o dano moral suportado em razão da violação à imagem que a empresa causou no mesmo. Por conseguinte, o artigo 223-G da CLT, fixa a indenização pelo dano moral nas relações de trabalho: Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: § 1o Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) I - para ofensa de natureza leve - até três vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) (Vigência encerrada) II - para ofensa de natureza média - até cinco vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) (Vigência encerrada) III - para ofensa de natureza grave - até vinte vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social; ou (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) (Vigência encerrada) IV - para ofensa de natureza gravíssima - até cinquenta vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) (Vigência encerrada) § 2o Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1o deste artigo, mas em relação ao salário contratual do ofensor. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 3o Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da indenização. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Em suma, o entendimento sobre a inconstitucionalidade do artigo citado acima, viola o princípio da reparação integral, além disso, a fixação da quantia da reparação de acordo com o salário da vítima viola o princípio da isonomia. “Ora, o estabelecimento de tarifa para a reparação de danos (art. 223-G, §1º, 2º e 3º, a CLT), padece de evidente inconstitucionalidade, por afronta aos arts. 1º, III; 3º, IV; 5º, caput e incisos V e X e caput do art. 7º, da Constituição Federal. Isto porque a tarifação dos danos estabelecida ofende o princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, a Constituição Federal), ao admitir que a esfera personalíssima do ser humano trabalhador possa ser violada sem a reparação ampla e integral, eis que foram estabelecidos limites e valores módicos e insuficientes, em claro desrespeito ao art. 5º, V e X da CF/88 e com tratamento discriminatório ao ser humano "trabalhador". “O art. 223-G, da CLT, prevê tratamento discriminatório e de menor proteção ao trabalhador em relação aos demais membros da sociedade quanto às reparações por danos extrapatrimoniais, já que em relação a estes se aplicam as regras do CCB, que são mais amplas, sem estabelecimento de tarifas para a reparação e se encontram em consonância com a CF/88 e seus princípios da proteção integral. Restringir o valor da reparação pela dor do trabalhador constitui inegável discriminação e violação aos arts. 3º, IV e 5º, caput, da Constituição da República. O fato de a pessoa humana estar envolvida em relação laboral não torna sua dor menor dos demais membros da sociedade.” Ante o exposto, se entende que a aplicação do artigo citado acima, deve ser aplicado, não ocorrendo nenhuma ressalva. 6. DANO MATERIAL Em decorrência das patologias, ora apontadas, o reclamante foi ferido gravemente em decorrência das mordidas dos cachorros, além do mais, não tinha conhecimento sobre as vacinas do cachorro, deste modo, o mesmo precisou tomar uma vacina antirrábica e demais remédios, ora recomendado por sua médica. Em decorrência do ato omissivo do empregador o artigo 186 e 927 do CC, trata sobre a responsabilidade civil, uma vez que ocorreu uma infração a deveres previstos à proteção do trabalhador:Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Não se pode olvidar que, tendo a reclamada, contribuído para o atual quadro de saúde do reclamado, deva custear os gastos que o mesmo teve. 7. REINTEGRAÇÃO Diante do quadro fático exposto decorrente a existência de acidente de trabalho, o Reclamado foi afastado, pois sofreu acidente do trabalho, sendo assim, o mesmo obtinha garantia do emprego no prazo mínimo de um ano, diante do exposto artigo 118 e 21, inciso II da Lei 8213/91 e a Súmula 378 do TST. Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; “Súmula 378/TST - 20/04/2005 - Seguridade social. Acidente de trabalho. Garantia de emprego. Estabilidade provisória. Pressupostos. Auxílio- acidente. Lei 8.213/1991, art. 118 (constitucionalidade). Lei 8.213/1991, art. 86. - É constitucional o art. 118 da Lei 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ 105/TST-SDI-I - Inserida em 01/10/97). II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00082131991-118 https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00082131991-118 https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00082131991-86 https://www.legjur.com/legislacao/htm/lei_00082131991 percepção do auxílio doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ 230/TST- SDI-I - Inserida em 20/06/2001). III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego, decorrente de acidente de trabalho, prevista no art. 118 da Lei 8.213/1991. “ O acidente ligado ao trabalho causado por lesão que exija atenção médica para a sua recuperação, deve-se permanecer afastado recebendo o benefício da auxílio-doença acidentário até receber alta e retornar às suas atividades. Não obstante a garantia do emprego e não a compensação patrimonial do trabalhador no período da estabilidade provisória, a conversão da estabilidade em indenização substitutiva é medida que se impõe como forma de assegurar o direito do reclamante. Diante do caso narrado, o reclamante foi afastado pelo INSS, sendo assim, permanecendo em gozo do Auxílio-Doença e assim que retornou o Reclamado foi dispensado SEM JUSTA CAUSA, deste modo, deve-se proceder sua reintegração imediata. 8. DIFERENÇA FGTS A contribuição sindical está assegurada em seu artigo 578, 579 da CLT, possuindo a finalidade de um tributo cujo o objetivo da contribuição é que as entidades representativas tenham fundos para manterem a sua estrutura e trabalho em prol das classes representadas. Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) https://www.legjur.com/legislacao/htm/lei_00082131991 Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação. Outrossim, a obrigação do empregado em efetuar os recolhimentos dos trabalhador existirá somente mediante concordância do empregado. Após a Reforma Trabalhista, o disposto do artigo 582 da CLT, ocorreu uma alteração, condicionando este desconto a uma autorização prévia e expressa do empregado, conforme o demonstrado abaixo: Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano a contribuição sindical dos empregados que autorizaram prévia e expressamente o seu recolhimento aos respectivos sindicatos. Entretanto, observa-se que a contribuição sindical somente será devida, desde que obedecidas o artigo citado acima, logo, deve-se observar a autorização prévia, voluntária do empregado e o recolhimento da contribuição sindical que será exclusiva por meio de boleto bancário ou eletrônico, sendo obrigatoriamente encaminhado a residência do empregado, ocorrendo a impossibilidade de recebimento, a sede da empresa. 9. MULTA Tendo em vista, que o reclamada não efetuou o pagamento das verbas rescisórias, conforme o disposto do artigo 477 da CLT: Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo. Visto que, o prazo para o pagamento das verbas rescisórias, prevista no artigo citado acima, não foi observado, requer que a reclamada faça jus ao pagamento da multa. Não ocorrendo o pagamento das diferenças apontadas na presente reclamatória, requer a multa do disposto artigo 467 da CLT: Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento. 10. TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA Nesse diapasão, o instituto da tutela provisória e suas especificações trazidas pelo artigo 294 e seguinte do CPC, além de ser integralmente compatível com o direito laboral (por analogia, disposições contidas no artigo 659, inciso IX, X da CLT), está diretamente vinculada à celeridade e à efetividade do processo, ambos os valores reconhecidos como inerentes ao princípio constitucional do devido processo legal e vetores da prestação jurisdicional adequado ao ramo trabalhista, construído sob a premissa de ser um instrumento que possa garantir justiça no seio de uma relação jurídica entre desiguais. Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Devido algumas situações, ora, citado nessa reclamação,não se pode aguardar a decisão judicial que passe pelo crivo da cognição exauriente, sendo necessário oferecer ao julgado mecanismo de pronta atuação para atender aos casos urgentes ou em que não se afigura justo fazer parte suportar a demora natural do procedimento. Pois bem, mediante a narração inicial corroborada com o robusto arcabouço documental apresentado aos autos, comprova-se o preenchimento legal dos requisitos exigidos pelo artigo 300 do CPC, vejamos: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. Por conseguinte, vemos que o Reclamante não obtém renda devido ao acidente do trabalho, o auxílio pelo INSS, ora tem acabado e o reclamada não efetuou o pagamento das verbas rescisórias corretamente. Deste modo, requer o pedido antecipado, visto que reclamado não possui condições de manter a si e sua família. 11. HONORÁRIOS Requer a condenação do Reclamado em honorários sucumbências, conforme o disposto do artigo 791-A da CLT, sobre o valor bruto total resultante desta demanda, como medida apta a custear o trabalho advocatício. Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. III- DOS PEDIDOS Requer a Vossa Excelência a condenação do Reclamado: a) Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devido à difícil situação econômica do reclamado, que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio; b) Ao pagamento das horas extras sobre o excesso da jornada de trabalho durante o período contratual e o pagamento do adicional noturno; c) A condenação do reclamado ao pagamento das horas suprimidas durante todo o contrato laboral; d) Ao pagamento do adicional de insalubridade, com reflexos em horas extras; e) A tutela provisória antecipada, mediante o FGTS e o Seguro f) Considerando o caráter punitivo e pedagógico que deve ter a indenização por danos morais, requer seja fixada no montante equivalente a 10 vezes o valor da última remuneração do Autor g) Pagar honorários advocatícios sobre a condenação; h) Além disso, condenar a Reclamada ao pagamento da multa prevista no art. 477 da CLT, e, em não sendo pagas as parcelas incontroversas na primeira audiência, seja aplicada multa do art. 467 da CLT, tudo acrescido de correção monetária e juros moratórios. Requer, ainda, seja a Reclamada condenada ao pagamento das contribuições previdenciárias devido em face das verbas acima requeridas, visto que caso tiverem sido pagas na época oportuna, não acarretariam a incidência da contribuição previdenciária. Dá-se à causa o valor de R$ (...) para efeitos fiscais. Nestes termos, Pede e deferimento. (Município – UF), … (dia) de … (mês) de … (ano). ADV/OAB
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