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Aula 1: O Sistema Financeiro Nacional e a Intermediação Financeira Você está iniciando o estudo da disciplina Análise e Avaliação de Operações Bancárias. Nesta disciplina, você erceberá a perspectiva de um importante campo de atuação profissional: o de consultoria financeira. Para tanto, serão abordadas informações sobre o Sistema Financeiro Nacional e definidos os conceitos de intermediação financeira. Então, vamos começar? Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional é formado pelo conjunto de instituições dedicadas a promover a intermediação financeira entre os agentes econômicos, em um fluxo contínuo de recursos entre poupadores e utilizadores (tomadores de recursos para investir ou consumir) dentro do país. A estrutura do Sistema Financeiro Nacional – SFN é composta por dois subsistemas: o normativo e o de intermediação financeira e instituições auxiliares. Subsistema Normativo: • Tem como sua principal função a regulamentação e fiscalização do mercado financeiro. • Compõe-se do Conselho Monetário Nacional – CMN, o Banco Central do Brasil – BACEN, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e a Secretaria de Previdência Complementar – SPC. • Existe, também, a Associação Nacional dos Bancos de Investimento – ANBID, um organismo de autorregulação das instituições que operam no mercado de capitais Subsistema de intermediação financeira e instituições auxiliares • Compõem-se de todas as instituições financeiras que captam recursos dos poupadores e os repassam para os tomadores desses recursos. • Outras instituições auxiliam o SFN, como as bolsas de valores e de mercadorias e de futuros. • Sistemas e Câmaras de Liquidação e Custódia gerenciam e garantem a liquidação de títulos, valores mobiliários e recursos monetários. PDF ADICIONAL: Intermediação Financeira Dentre as instituições financeiras, algumas possuem características singulares e por essas atribuições dentro do SFN são conhecidas como Agentes Especiais: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. Dentre os principais intermediários financeiros, destacam-se os Bancos Comerciais, os Bancos de Investimento e os Bancos Múltiplos. ATENÇÃO! Os Bancos Múltiplos são aqueles que possuem pelo menos duas das seguintes carteiras financeiras: banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, financeira, sociedades de crédito imobiliários. Existem ainda outros intermediários ou auxiliares financeiros, como as Bolsas de Valores e de Mercadorias e de Futuros, as Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários, as Sociedades de Crédito Imobiliário - SCI (vulgarmente conhecidas como Cadernetas de Poupança), as Sociedades de Arrendamento Mercantil (leasing) e as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Cooperativas de Crédito e Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (as populares financeiras). Interligando o subsistema de intermediação financeira, funcionam os sistemas e câmaras de liquidação e custódia. Gerenciam e dão garantias para a liquidação de títulos, valores mobiliários e outros recursos monetários. São eles o SELIC, a CETIP, a CBLC, a Câmara de Compensação e o SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro. Intermediação financeira e formação de poupança POUPANÇA é definida de forma simplificada como sendo a parte que sobra da renda dos agentes econômicos, já descontadas as despesas de consumo. Em outras outras palavras, a parte da RENDA que não é consumida e sobra é chamada de poupança. Esse é o conceito econômico de poupança. Tenha cuidado para não confundir com o produto Caderneta de Poupança. Agentes econômicos SUPERAVITÁRIOS: São as pessoas (físicas ou jurídicas) que fizeram poupança. Agentes econômicos DEFICITÁRIOS: São as pessoas/empresas que têm necessidade de recursos, pois precisam consumir/investir no presente. Atenção: Tanto os AGENTES ECONÔMICOS SUPERAVITÁRIOS quanto os AGENTES ECONÔMICOS DEFICITÁRIOS são muito importantes para a economia. PDF ADICIONAL: Intermediação Financeira e Formação de Poupança Na economia, como na vida, só pode ser consumido o que é produzido. Então, como já vimos, a poupança é a parte da produção que não foi consumida. Em algum momento, no futuro, essa poupança poderá ser utilizada, transformando- se em consumo. Esta poupança também pode ser utilizada para investimento, que proporciona a geração de mais renda, só que no futuro, pelo aumento da produção. Imagine você se todo mundo economizasse o máximo possível da renda recebida e consumisse muito pouco... A economia cresceria muito devagar, poucos empregos seriam gerados e haveria poucos incrementos de renda no futuro (por falta de investimento). Foi o caso recente do Japão que teve que fazer campanhas para estimular sua população a consumir mais e economizar menos, para gerar maior crescimento econômico. Mas, imagine o quanto seria angustiante, para um agente superavitário, encontrar onde guardar suas economias ou alguém com necessidade de recursos para investimento... Uma complicação! A solução foi o aparecimento das instituições financeiras, que juntam os interesses dos agentes, num perfeito casamento de interesses. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA tem como objetivo realizar a intermediação financeira entre os agentes econômicos com excessos de recursos (captação) e aqueles com carência de recursos (aplicação). Agora, temos um caso particular de instituição financeira: autorizadas pelo BACEN, as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS captam recursos à vista (através de depósitos em conta-corrente livremente movimentável) dos agentes superavitários e repassam esses recursos aos agentes econômicos deficitários, sob a forma de empréstimos, configurando os bancos como instituições financeiras monetárias (porque têm a capacidade de criar moeda através do efeito multiplicador do crédito). ATENÇÃO: CAPTAÇÃO x INVESTMENTO – nesta disciplina estamos falando sob a ótica da instituição financeira, para a qual o dinheiro entregue pelo poupador é uma dívida da instituição para com ele (na contabilidade é uma conta do passivo e tem saldo credor quando está positiva). Se precisar de mais recursos, haverá a necessidade de CAPTAÇÃO de mais recursos junto aos agentes superavitários. Por outro lado, quando empresta dinheiro para o tomador de recursos, a instituição financeira passa a ter um crédito para com o tomador, um direito de receber o dinheiro emprestado (na contabilidade, é uma conta do ativo e tem sempre saldo devedor). Se tiver recursos disponíveis (sobrando), a instituição financeira poderá fazer a APLICAÇÃO desses recursos. Por esse motivo, nas instituições financeiras, o depósito à vista é um exemplo de produto de captação bancária, enquanto os empréstimos são produtos de aplicação bancária. Existem duas formas de intermediação financeira: a INDIRETA (clássica) e a DIRETA (contemporânea). INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA INDIRETA – teve origem nas “bancas italianas” no meio dos mercados medievais, que compravam e vendiam “dinheiro”. Neste caso, os recursos do poupador são passados para a instituição financeira e desta para o tomador do empréstimo. E de quem é o risco de calote? Da instituição financeira, claro! O poupador entregou seus recursos em confiança à instituição financeira. Exemplos: captação em Depósitos à Vista, em Depósitos a Prazo (CDB/RDB) e em Caderneta de Poupança. INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA DIRETA – é um conceito contemporâneo de intermediação financeira: os recursos do poupador são transferidos DIRETAMENTE para o tomador dos recursos. E, neste caso, de quem é o risco pelo calote do tomador? O poupador, é claro! Exemplos: fundos de investimento, títulospúblicos e privados, títulos de capitalização, ações de empresas negociadas em bolsa de valores, debêntures, commercial papers, captação em carteiras administradas. Assim, as instituições financeiras (em particular as bancárias) oferecem aos seus clientes vários produtos de captação, produtos de aplicação e produtos de serviços. PRODUTOS DE CAPTAÇÃO objetivam captar os recursos financeiros que estão disponíveis no mercado através de, por exemplo: Depósitos à Vista, CDB Certificado de Depósito Bancário, Caderneta de Poupança, Capitalização, Previdência Privada, Seguros Diversos (Vida, Renda, Imóveis, Veículos), Fundos de Investimento, Cheques de Viagem. PRODUTOS DE APLICAÇÃO destinam-se a atender a demanda dos clientes por recursos financeiros através de, por exemplos: Cheque Especial; Financiamentos (pessoal, imóvel, automóvel); Leasing; Desconto de Títulos Recebíveis (Notas Promissórias, Duplicatas, Vendas com Cartão de Crédito); Crédito Rural, Capital de Giro. PRODUTOS DE SERVIÇO permitem facilitar a vida dos clientes bancários como, por exemplo, pela utilização de: câmbio e Cheques de Viagem; Cartão de Crédito e de Débito (como meios de pagamento); Cobrança de Títulos; Pagamento Automático de Contas; Custódia e Compensação de Cheques; Custódia de Títulos e Valores Mobiliários; Transferência de Recursos entre instituições financeiras; Administração de Fortunas; Consultoria Financeira; Automação Bancária. Instituições Financeiras e suas formas de remunerar seus serviços financeiros Em função de tanta variedade de produtos de captação, de aplicação e de serviços oferecidos, nada mais natural do que o cliente ficar satisfeito e reconhecer o valor da oferta bancária que recebe, pagando a devida remuneração pelos serviços recebidos.. A instituição financeira utiliza algumas formas de remunerar sua atividade: Tarifas: Remuneram a prestação dos serviços relacionados com o uso da conta-corrente. Nesse caso, a cobrança do Pacote de Tarifas é muito interessante para o cliente (que pode pagar menos no conjunto do que pagaria se utilizasse os mesmos serviços individualmente) e para o banco (que passa a ter uma receita certa). Comissões: São muito utilizadas na prestação de serviços pela intermediação indireta como: Taxas de Corretagem (pagas pelas seguradoras); Taxas de Administração (recebidas indiretamente). Spread: Constitui-se na diferença entre as taxas praticadas na captação e aplicação de recursos (na intermediação indireta). Float: É o período transcorrido entre a liberação de recursos e sua utilização, tanto na captação quanto na aplicação. Nesse período, os recursos são aplicados pelos bancos, que recebem remuneração por essa transação. Tributações dos produtos oferecidos pelas instituições As operações bancárias têm atualmente a incidência de 2 tributos: o Imposto de Renda - IR e o Imposto sobre Operações Financeiras - IOF.V Imposto de Renda: Incide sobre todos os ganhos financeiros nas operações com alguns produtos de captação. Costuma onerar os ganhos ou rendimentos efetivamente recebidos, representados pela diferença positiva entre o valor aplicado pelos clientes e o valor atualizado na data do efetivo recolhimento, descontado o IOF quando este tiver incidência. Impostos sobre operações financeiras: Cobrado nos empréstimos bancários e também nos ganhos de capital dos investimentos dos clientes em prazo menor do que 30 dias. A cobrança do IOF visa a desestimular o resgate dos recursos por prazos muitos curtos, proporcionando uma melhor gestão dos recursos por parte das instituições financeiras. Atenção: Até há poucos anos, era cobrada a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras – CPMF, que incidia sobre todos os recursos que saíam da conta-corrente, exclusivamente. Mas, a qualquer momento, ela pode voltar a ser cobrada, mesmo que com outro nome. Aula 2: O perfil do consumidor de produtos bancários Seja bem-vindo à segunda aula da disciplina Análise e Avaliação de Operações Bancárias. Sabemos que cada pessoa é diferente das demais, com suas necessidades, anseios e desejos. No entanto, algumas semelhanças podemos inferir a partir da segmentação de mercado de produtos bancários. A oferta de produtos leva sempre em consideração a relação tríplice de rentabilidade-liquidez-risco. Para cada público- alvo, um ou mais produtos são direcionados. Os produtos de captação mais tradicionais são a Caderneta de Poupança e o CDB - Certificado de Depósito Bancário, como veremos nesta aula. Vamos lá? Investigando as necessidades e desejos do consumidor de produtos bancários Imagine que você está prestando consultoria financeira para uma pessoa. Antes de mais nada, é importante que você se pergunte quem é essa pessoa. Esse cliente pode ter várias características pessoais, familiares, muitas necessidades e também desejos. Características pessoais como sexo, renda familiar, tamanho da família e idade, por exemplo, podem determinar a propensão ao consumo de produtos bancários. CICLO DE VIDA DO CLIENTE BANCÁRI: É o conjunto de características e necessidades em função da idade do cliente. Porém, as faixas etárias não são determinantes. Elas apenas identificam o comportamento de consumo de produtos bancários de uma ampla maioria de clientes. Muitas pessoas podem não se sentir enquadradas nas faixas etárias, o que chega a ser até natural. Esta segmentação é um orientador para a oferta de produtos bancários. Os objetivos do cliente como investidor Alternativas de orientação do investidor de recursos são possíveis, mas também é fundamental que o cliente conheça a sua propensão ao risco. Propensão ao risco: é a resistência que o investidor tem para ver seu patrimônio ficar reduzido, momentânea ou definitivamente. A propensão ao risco pode ser ALTA, MÉDIA ou BAIXA, em função do prazo para o investimento, do valor a ser aplicado pelo cliente, da necessidade de disponibilidade desses recursos e dos objetivos desse investimento. A Análise do Perfil do Investidor definirá o seu perfil, que poderá ser CONSERVADOR, MODERADO ou ARROJADO (AGRESSIVO). Prazo: pode ser CURTO (até 30 dias – 1 mês), MÉDIO (entre 1 e 12 meses), LONGO (acima de 12 meses). Valor: pode ser PEQUENO (menor do que US$ 5.000), MÉDIO, ou GRANDE (maior do que US$ 50.000). A moeda em dólar é uma referência internacional que encontra correspondência em nosso país. Disponibilidade: pode ser IMEDIATA, quando os recursos estão à disposição (pela venda de um imóvel, por exemplo), FUTURA (como no caso da devolução do Imposto de Renda Retido na Fonte) ou PERIÓDICA. Neste último caso, recursos estarão à disposição periodicamente (rendas de imóveis, por exemplo). Objetivos: PROTEGER, MANTER ou CONQUISTAR. No caso da necessidade de proteger, o investidor não quer correr qualquer risco de perder seu patrimônio. Cabem aqui a oferta de alguns produtos de seguridade (Vida, Residencial, Automóvel), bem como de fundos de investimento com essas características: fundos cambiais (que protegem contra a variação cambial) ou fundos que acompanham índices de inflação (para proteger contra o aumento da inflação). Nestes casos, a perda de rentabilidade é largamente compensada pelo menor risco. No caso da necessidade de manter, o investidor aceita correr o mínimo de risco para manter o patrimônio que conquistou. Neste caso, quanto mais conservador for o investimento, melhor será a satisfação do cliente, pois manteve o seu patrimônio preservado. Aqueles investidores que têm o objetivo de conquistar patrimônio, aceitam correr um risco maior para ter seus objetivos atingidos no futuro. Normalmente, nestes casos, o tempo é um aliado. Por exemplo, investidores mais jovens aceitam até um risco muito maior de perder todo o seu patrimônio, pois têm tempo para recompô-lo no futuro. Atenção: Lembramos que, quando estamosfalando em riscos, falamos sobre algo que pode ser medido e avaliado. Não estamos fazendo referência a qualquer tipo de aposta em “jogo”. Neste caso (de jogo) o estudo é sobre probabilidades estatísticas de ocorrer um determinado evento. Muitos administradores de fundos de previdência adotam o conceito de CICLO DE VIDA DO CLIENTE, ou seja, se o investidor é mais jovem e o tempo para aposentadoria é muito grande (e, neste caso, pode correr mais riscos), uma grande proporção fica em renda variável. Conforme o tempo vai passando e o investidor se aproxima do fim do seu período de acumulação de capital, os administradores vão gradativamente modificando a composição dos investimentos para que, no final do período, todos os investimentos estejam em renda fixa e não tragam risco de perda do patrimônio acumulado. A relação entre rentabilidade / Liquidez / Riso Você lembra que na primeira aula falamos sobre o conceito econômico da POUPANÇA? Falamos que a POUPANÇA gerada pelos agentes superavitários poderia ser utilizada pelos agentes deficitários para investimento ou consumo. Logo, concluímos que o investimento no conceito econômico significa a utilização da poupança para gerar renda no futuro. POUPANÇA: Em um conceito mais amplo, a POUPANÇA gerada é o sacrifício do CONSUMO presente para que esse CONSUMO possa ser realizado no futuro. Popularmente também chamamos essa poupança de INVESTIMENTO. Quais são suas necessidades para atingir os seus objetivos? Esta é a pergunta mais importante para quem deseja orientar um poupador (investidor) sobre as melhores alternativas para o investimento de suas economias (poupança). Afinal, o investidor está sacrificando seu consumo atual e postergando-o para o futuro Basicamente, todo investidor avalia as opções disponíveis em função de um conjunto de três opções: RENTABILIDADE – SEGURANÇA (RISCO) – LIQUIDEZ. Formam um tripé, em equilíbrio, equivalentes ao desempenho, economia e conforto de um automóvel. Dificilmente vamos encontrá-las no mesmo nível em um único veículo. Rentabilidade (ou retorno): é o quanto rende o investimento feito. Isoladamente, não nos dá a certeza de que o investimento foi vantajoso. Para isso temos que utilizar uma referência (benchmark) para comparação. Nos investimentos de renda fixa, um benchmark utilizado é o da rentabilidade paga pelo CDI - Certificado de Depósito Interbancário. Nos investimentos de renda variável, utiliza-se como comparação o IBOVESPA - Índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Outro aspecto relacionado com rentabilidade é o de performance, ou seja, leva em consideração o risco que o investidor correu para atingir o resultado observado. Segurança: (ou risco) é a certeza de receber de volta o investimento que foi feito. As ameaças vêm de vários lugares. Riscos de Mercado dependem do comportamento do preço dos bens (ativos) em função das condições de mercado. Riscos de Crédito dependem da solvência da contraparte da transação. Riscos de Liquidez são a possibilidade de perdas pela incapacidade de uma posição de investimento ser desfeita imediatamente devido às condições de mercado. Liquidez: é a facilidade de transformar o investimento em moeda ($). Está relacionada com a dificuldade de vender um bem ou direito (ativo). Um investimento com pequena liquidez exige maior tempo para sua venda. Um investimento em imóveis residenciais leva um tempo muito maior do que os recursos que estão na caderneta de poupança, para ser transformado em moeda. As diferenças entre Renda Fixa e Renda Variável Vimos que alguns investidores aceitam correr mais riscos. Para esses clientes, orientamos o investimento em produtos bancários de renda variável, em proporção que dependerá de seu perfil enquanto investidor. Nos casos de clientes de perfil conservador, a recomendação será por produtos de renda fixa. Então, qual é a diferença entre RENDA FIXA e RENDA VARIÁVEL? RENDA FIXA - É todo investimento a prazo certo (vencimento determinado) e com rentabilidade previamente definida. Estas duas condições estabelecem o investimento em renda fixa. RENDA VARIÁVEL - É todo investimento cujo prazo ou rentabilidade não estão perfeitamente definidos. Atenção: Caso você tenha dúvida sobre se um investimento é de renda fixa ou de renda variável, basta checar o VENCIMENTO (prazo) e a RENTABILIDADE. PDF ADICIONAL Renda fixa e renda variável Alguns exemplos de Renda Fixa: 1) CDB Pré-Fixado, de 365 dias (Certificado de Depósito Bancário com taxa pré-definida) Prazo: 360 dias – Rentabilidade definida: Pré-Fixada. 2) CDB DI, de 360 dias (taxa variável, em função da rentabilidade da taxa do Depósito Interbancário) Prazo: 360 dias – Rentabilidade definida: pós-fixada, em função da taxa DI. 3) Caderneta de Poupança Prazo: mensal – Rentabilidade definida: TR + 0,5% ao mês. (TR = Taxa Referenciada). 4) Fundo de Investimento LP IGP-M (que investe em títulos de renda fixa, no longo prazo – períodos superiores a 365 dias – com rentabilidade atrelada à variação do índice inflacionário IGP-M) Prazo: diário – Rentabilidade definida: pós- fixada em função da variação do IGP-M. 5) Debêntures Pré, de 10 anos, rentabilidade paga anualmente (debênture: títulos emitidos por empresas para captar financiamentos de longo prazo) Prazo: 10 anos – Rentabilidade Definida: Pré-Fixada. 6) NTN-D, de 10 anos (Notas do Tesouro Nacional, com rendimento pósfixado atrelado ao dólar) Prazo: 10 anos – Rentabilidade Definida: Pós Fixada em função da variação da cotação do dólar. Alguns exemplos de Renda Variável: 1) Ações de Empresas Prazo: não tem – Rentabilidade Definida: não tem, será em função da valorização da empresa no mercado. 2) Moeda Estrangeira (dólar ou euro) Prazo: não tem – Rentabilidade Definida: não tem. 3) Ouro Escritural Prazo: não tem – Rentabilidade Definida: não tem. 4) Imóvel Prazo: não tem – Rentabilidade Definida: não tem. A caderneta de poupança Caderneta de Poupança é um depósito remunerado, sem data de vencimento, com rendimento mensal pós-fixado composto de ajuste monetário e juros, exclusivo das SCI – Sociedades de Crédito Imobiliário, Carteiras Imobiliárias de Bancos Múltiplos, Associações de Poupança e Empréstimo e Caixas Econômicas. BJETIVO DA CADERNETA DE POUPANÇA: Estimular a poupança voluntária da população brasileira, adiando o seu consumo, com a expectativa de uma rentabilidade. PÚBLICO ALVO: Pessoas Físicas (preferencialmente) O QUE OS BANCOS GANHAM COM O PRODUTO? Spread (diferença de taxas) entre os valores captados e aplicados. Fidelização do cliente. Possibilidade de oferecer outros produtos bancários. PDF ADICIONAL: Caderneta de Poupança CARACTERÍSTICAS: Tem LIQUIDEZ, pois não tem carência. RENTABILIDADE: – TR + 0,5% am (TR + 6,17% aa) para PF Pessoas Físicas e PJ Pessoas Jurídicas Imunes. - TR + 0,5% at – para pessoas jurídicas APLICAÇÃO DOS RECURSOS CAPTADOS: 70% na área habitacional (*) 15% recolhido compulsoriamente ao BACEN (com a mesma remuneração da captação = TR + 0,5% AM) 15% para livre movimentação (*) As cadernetas do Banco do Brasil, BNB Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amazônia são verdes, pois aplicam até 70% dos recursos na área agrícola. MOVIMENTAÇÃO: não há valor mínimo para movimentação e não precisa ter conta-corrente. O investimento é garantido pelo FGC Fundo Garantidor de Crédito até o limite de R$ 60.000,00 (em maio/2010) por CPF na instituição financeira. TRIBUTAÇÃO: a Caderneta de Poupança tem uma das tributações mais simples do mercado - IMPOSTO DE RENDA: ISENÇÃO (para PF e PJ imunes) ou de 20% sobre o rendimento (PJ) CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS: O produto Caderneta de Poupança pode ter algumas outras características, variáveis em função da instituição financeira: seguro de acidentes pessoais, sorteio de prêmios, permite fazer comprasno comércio com o uso da função de débito do cartão de movimentação da caderneta de poupança, redução de juros do cheque especial, redução de tarifas. O CDB – Certificado de Depósito Bancário Depósito a prazo é uma promessa de pagamento, à ordem, da importância depositada acrescida da remuneração combinada na hora da contratação. Temos duas modalidades, ambas emitidas pelos bancos somente na forma escritural: RDB - Recibo de Depósito Bancário: nominativo e intransferível. CDB - Certificado de Deposito Bancário: com ou sem emissão de certificado, nominativo e transferível. Atenção: Quando contrata um RDB, o aplicador faz um contrato com a instituição financeira. Não há emissão de título de crédito. Por isso não permite negociação no mercado nem a retirada antecipada dos recursos aplicados. O CDB gera um título de crédito que pode ser transferido por endosso nominativo (pode ser negociado). PDF ADICIONAL: CDB – Certificado de Depósito Bancário O CDB Certificado de Depósito Bancário é um tipo de depósito a prazo. Os Depósitos a Prazo são títulos de renda fixa, nominativos, pré ou pós-fixados emitidos por bancos comerciais, de desenvolvimento, de investimento e caixas econômicas, em que a taxa e o prazo são negociados no momento da aplicação. Depósitos a Prazo são os mais antigos instrumentos de captação de recursos das instituições financeiras bancárias. Os recursos são de livre movimentação, portanto, podem ser aplicados onde proporcionem maiores rendimentos para os bancos. VANTAGENS PARA O APLICADOR – 1) ter a segurança do emissor; 2) conhecer a rentabilidade final; 3) poder fazer operações de hedge com swap para outros indicadores VANTAGENS PARA O BANCO – 1) Aplicar os recursos captados, ganhando com o SPREAD (diferença de taxas); 2) Ganhos extras, com a recompra antecipada dos títulos. RENTABILIDADE: o rendimento é creditado no final do prazo contratado ou quando o banco faz a recompra do títulos e varia de acordo com o prazo da operação e a taxa negociada, que pode ser: PRÉ-FIXADO – rendimento definido no dia da aplicação, com base nas taxas de mercado. PÓS-FIXADA – CDI ou TR, por exemplo. O investimento é garantido pelo FGC Fundo Garantidor de Crédito até o limite de R$ 60.000,00 (em maio/2010) por CPF na instituição financeira. TRIBUTAÇÃO – o Depósito a Prazo tem dois tipos de tributação: IR - Imposto de Renda, em função do tempo em que o investimento este rendendo, e IOF - Imposto sobre Operações Financeiras, cobrado com alíquotas regressivas nos primeiros 30 dias do investimento. Atenção: o valor do IOF cobrado será reduzido da base de cálculo para cobrança do Imposto de Renda. PÚBLICO-ALVO – Pessoas Físicas com disponibilidade para investimento de recursos superiores a R$ 5.000,00. O FGC O FGC é uma associação civil, sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado. O FGC tem por objetivo prestar garantias de créditos ao investidor das instituições dele participantes, nas hipóteses de: Decretação de intervenção, liquidação extrajudicial ou falência da instituição financeira; Reconhecimento pelo BACEN do estado de insolvência de instituição financeira. O FGC garante até o limite de R$ 60.000,00 por CPF os investimentos em Depósito à Vista, Caderneta de Poupança e RDB/CDB. Atenção: fundos de investimento não são garantidos pelo FGC. Segundo o Glossário de Termos Econômicos e Financeiros, publicado pelo SBERJ - Sindicato de Bancos do Estado do Rio de Janeiro, define-se: HEDGE: do inglês, PROTEÇÃO, é um mecanismo utilizado por operadores do mercado financeiro para se resguardarem de uma flutuação de preços. As operações de hedge não têm por finalidade obter lucros com as sucessivas operações com compra e venda de commodities, títulos, etc, mas sim permitir aos operadores defesas e proteção contra as flutuações de preço que estas mercadorias sofrem no decorrer do tempo. SWAP: do inglês, significa, PERMUTA, que se refere à concessão de empréstimos recíprocos entre bancos, em moedas diferentes e com taxas de câmbio idênticas, utilizada comumente para antecipar recebimentos em divisas estrangeiras. Pode haver a permuta entre outros índices (CDI, ouro, dólar e outros), que irão remunerar os recursos. Aula 3: Fundos de investimento Seja bem-vindo à terceira aula da disciplina Análise e Avaliação de Operações Bancárias. Antes de mais nada, é importante que você saiba que uma das modalidades de investimento mais versáteis do mercado é a dos fundos de investimentos. Nela, a gestão profissional permite aos investidores individuais obter um resultado melhor do que se estivessem investindo individualmente. É sobre isso que vamos falar nesta aula. Pronto para começar? Conceituando fundo de investimento Classificação dos fundos de investimento Conceituando fundo de investimento FUNDO DE INVESTIMENTO é um condomínio de pessoas físicas ou jurídicas que aplica os recursos captados em ativos nas diversas modalidades de investimento disponíveis no mercado financeiro. Podem ser abertos ou fechados. Possuem personalidade jurídica própria. Para sua administração, os condôminos contratam uma empresa especializada que cobra por seus serviços uma taxa de administração fixa ou variável. Veja abaixo algumas características do fundo de investimento: o Personalidade Jurídica Própria: Assim como um condomínio residencial que está cadastrado no CGC e tem um síndico que administra todo o condomínio, o FUNDO DE INVESTIMENTO tem um CGC, porque tem personalidade jurídica própria e um administrador que cuida de tudo. o Contabilidade Própria: Por possuir um CGC, o Fundo de Investimento tem sua própria contabilidade. o Patrimônio Líquido: É composto pelos aportes de recursos dos QUOTISTAS (os condôminos). o Administrador: Como todo “condomínio”, também o fundo de investimento contrata um administrador, com a obrigação de fazer a gestão do fundo, adquirindo os ativos que compões o fundo e tomando todas as medidas para o bom desempenho do fundo. A Resolução 2.451 do BACEN regulamenta o conceito de CHINESE WALL (“muralha da china”), a separação clara da gestão pelas instituições financeiras de recursos próprios e de terceiros. Ao administrador do fundo de investimento é vedado o conflito de interesses entre a instituição financeira gestora do fundo e seus quotistas. Classificação dos fundos de investimento Os fundos de investimentos podem ser classificados quanto à composição dos ativos, quanto aos mercados financeiros, quanto ao prazo, quanto ao acesso e quanto à liquidez. Vamos ver mais detalhes sobre cada uma das classificações. Quanto à composição dos ativos: Os fundos de investimento podem aplicar seu patrimônio líquido na aquisição de diversos tipos de ativos. Basicamente, os ativos podem ser adquiridos de vários MERCADOS FINANCEIROS e classificados como de RENDA FIXA ou RENDA VARIÁVEL. RENDA FIXA: Compõem sua carteira com títulos de renda fixa e atuam nos mercados de juros pré e pós-fixados, de câmbio e de inflação. RENDA VARIÁVEL: Compõem sua carteira com títulos de renda variável e atuam nos mercados de ações e de derivativos. Quanto aos mercados financeiros: Entre os principais mercados, estão o de juros pré e pós-fixados, o de câmbio, o de inflação, o de ações e o de derivativos. Juros Pré Fixados: O valor do resgate é conhecido pelo investidor no ato da contratação. A taxa básica de juros norteia os juros da economia. Juros Pós Fixados: O valor do resgate é conhecido somente no vencimento. Também tem a taxa de juros do CDI como benchmark. Mercado de Cambio: Tem como referência a variação cambial de moedas estrangeiras: dólar e euro. Mercado de Inflação: Tem como referência a variação de índices de inflação, em especial a do IPCA Índice dePreços ao Consumidor Amplo e a do IGP-M Índice Geral de Preços de Mercado. Mercado de Açoes: Os títulos de renda variável negociados nas bolsas de valores formam o mercado de ações. Mercado de Derivativos: É o mercado onde se realizam as operações financeiras que derivam dos mercados tradicionais, negociados à vista: Mercado a Termo, Mercado Futuro, Mercado de Opções, Mercado de SWAP. Quanto ao Prazo: Os fundos de investimentos podem ser classificados como sendo de longo e de curto prazo. Longo Prazo: A regulamentação fiscal define que fundos de longo prazo são aqueles que incluem em sua carteira ativos de renda fixa com prazos contratados com vencimento superior a 365 dias. Diferenciam-se dos fundos de curto prazo pela cobrança de Imposto de Renda sobre o rendimento em prazo superior a um ano. Quanto maior o prazo do investimento, menor será a alíquota do imposto de renda. Curto Prazo: São aqueles que têm menor volatilidade e, por esse motivo, admitem-se a aplicação e o resgate automáticos. Quanto ao Acesso: Quanto à acessibilidade aos Fundos de investimento, estes podem ser Abertos, Fechados ou Exclusivos. Abertos: Costumam ser recomendados para abrigar ativos com maior liquidez. Nesse tipo de fundo, os quotistas podem aplicar/resgatar seu investimento livremente (respeitadas as condições do fundo quanto a valores de movimentação). Fechados: Podem ter ou não um prazo determinado. Normalmente os fundos fechados têm um propósito específico e o número de quotas é limitado. Nesse caso, o quotista só pode resgatar suas quotas no momento da liquidação (extinção) do fundo. Exclusivos: É um fundo de investimento com apenas um quotista, com o objetivo de atender especialmente clientes de grande porte que devem ser do tipo “investidor qualificado”. Conceituando fundo de investimento Quanto à Liquidez: A maioria dos fundos tem grande liquidez. No caso dos fundos de investimento abertos, o investidor pode solicitar o resgate a qualquer momento e o prazo máximo para o pagamento de um resgate em fundo de investimento não pode ultrapassar 5 dias úteis (no caso de renda variável). Fundos fechados têm menor liquidez, porque exigem que o quotista encontre um novo investidor para que haja a troca de titularidade das quotas. PDF ADICIONAL: RISCO – Mesmo ativos de renda fixa têm certa dose de risco. Rendimentos de títulos pós-fixados que acompanham certo índice têm correlação com a variação desse índice. Por outro lado, títulos pré-fixados podem ter vantagem ou desvantagem de rendimento em função dos juros praticados no mercado. Sendo os fundos de renda fixa compostos por títulos de renda fixa pré e pós-fixados, os administradores promovem reajustes diários dos preços dos títulos quando as taxas básicas de juros são modificadas pelo CMN Conselho Monetário Nacional. O objetivo é o de impedir que eventuais saques prejudiquem o patrimônio de todos os quotistas dos fundos. Porém, quando acontece uma elevação da taxa de juros, essa medida provoca a diminuição do valor das quotas. O motivo é o seguinte: O título pré-fixado, como o nome já diz, tem um valor de resgate pré- estabelecido. Se o Tesouro Nacional garantir que daqui a um mês pagará R$ 1.000,00 por um título e a taxa de juros esperada for, por exemplo, de 1,58%a.m., esse título vale hoje: 1.000,00/(1,0158)=R$984,45. Digamos que haja uma elevação na taxa de juros e ela passe de 1,58%a.m. para 3,10%a.m. Nesse caso, o título de R$1.000,00, de mesmo período, vale hoje: 1.000,00/(1,031)=R$969,93. Podemos concluir, então, que QUANDO A TAXA DE JUROS ESPERADA PELO MERCADO AUMENTA, O VALOR PRESENTE DO TÍTULO DIMINUI. Isso porque ninguém comprará por R$ 984,45 um título que daqui a um mês só valerá R$ 1.000,00 (rendendo apenas 1,58%), quando o mercado já está oferecendo 3,10% de remuneração para o período. QUEM COMPROU O TÍTULO A UMA TAXA DE 1,58% NÃO PERDEU DINHEIRO, APENAS DEIXOU DE GANHAR MAIS com a nova taxa que está sendo paga pelo mercado, desvalorizando o título com taxa de 1,58%. Para que o administrador reflita sobre o valor da quota, o real valor dos títulos que compõem a carteira de investimento, a CVM Comissão de Valores Mobiliários regulamentou a MARCAÇÃO A MERCADO, quando os títulos são contabilizados pelo valor de mercado que têm em determinada data, não pelo valor contratado. ATENÇÃO – as aplicações dos investidores em fundos de investimento não são garantidas pelo FGC Fundo Garantidor de Crédito. MOVIMENTAÇÃO – Os valores de movimentação podem mudar de uma instituição financeira para outra e são especificados no prospecto do fundo de investimento. TRIBUTAÇÃO – O fundo de investimento é tributado com IOF Imposto sobre Operações Financeiras incidente sobre o rendimento das aplicações que forem resgatados num período inferior a 30 dias. Sobre o rendimento remanescente recai a cobrança do Imposto de Renda, com alíquota diferenciada de acordo com o prazo de cada aplicação. As diversas alíquotas são relacionadas a seguir. Alíquota de Imposto de Renda sobre o Rendimento em Renda Fixa O imposto de renda é cobrado semestralmente, nos dias 31/maio e 30/novembro, à alíquota de 20% para os fundos de curto prazo e à alíquota de 15% para os fundos de longo prazo. A diferença da alíquota (de maneira complementar), em função do investimento não ter completado o prazo para resgate pela alíquota base, ficará reservada no fundo de investimento até que o investidor complete o prazo de curto prazo ou de longo prazo. No caso de resgate antes de completados os prazos para obtenção da alíquota mais favorável (a menor alíquota), será cobrado imposto de renda com a alíquota determinada em função do prazo em que a aplicação permaneceu investida. PÚBLICO-ALVO – Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas. Investidores Qualificados têm tratamento diferenciado. VANTAGENS PARA OS INVESTIDORES 1. ACESSIBILIDADE – Pequenos recursos representam baixa atratividade em mercados que movimentam recursos muito expressivos. Ao aglutinarem esses pequenos valores de muitos aplicadores, os fundos de investimento podem acessar mercados antes quase impenetráveis. Os fundos também são capazes de comprar ativos financeiros por um preço mais baixo do que se fossem comprados individualmente pelo investidor. Juntando pequenos volumes, o administrador obtém somas expressivas com as quais é possível “barganhar” melhores taxas e descontos. Assim, o pequeno investidor tem acesso a investimentos que são possíveis com o uso dos fundos de investimento, mas que não seriam possíveis individualmente. 2. DIVERSIFICAÇÃO – A diversificação diminui o risco de uma carteira de títulos. Pequenos volumes não permitem a diversificação. No entanto, o administrador, ao juntar grandes volumes de recursos, consegue uma diversificação dos ativos financeiros que compõem a carteira do fundo de investimento, beneficiando assim os quotistas. 3. LIQUIDEZ – Significa que existe a possibilidade de se fazer saques a qualquer momento. O investidor que atua individualmente no mercado de capitais pode deparar-se com um alto custo de liquidez, caso tenha a necessidade de resgatar inesperadamente os recursos aplicados. Para vender um título, poderá ter que “pagar um pedágio”, ou seja, vender a preço mais baixo o ativo em questão. Como os recursos são administrados em conjunto pelos gestores dos fundos de investimento, o fluxo de entradas e saídas possibilita uma maior liquidez sem a necessidade de que o fundo tenha que se desfazer de papéis, o que poderia comprometer a rentabilidade. VANTAGENS PARA OS BANCOS – Os bancos obtêm diversas vantagens por administrarem fundos de investimento: fidelização do cliente, remuneração direta pela prestação do serviço e indireta pela captação de recursos em CDB. Fidelização do cliente – O fundo de investimento tem característicasde fácil entendimento Remuneração direta dos administradores – Os fundos de investimento geram receitas diretas para os seus administradores pela cobrança de taxas de administração, de performance, de saída e de ingresso. 1) Taxa de Administração – É a remuneração cobrada pelo gestor para administrar os recursos do fundo de investimento. 2) Taxa de Performance – É um percentual cobrado pelo gestor sempre que a rentabilidade de um determinado benchmark é superado. 3) Taxa de Saída – É a taxa cobrada nos resgates totais ou parciais de alguns fundos. Normalmente antes de um determinado prazo acordado pelo prospecto. Dessa forma, o gestor tenta inibir a saída do investidor antes do prazo combinado. 4) Taxa de Ingresso – É cobrada pela entrada de um investidor no fundo e na aquisição de novas quotas. Embora seja prevista na legislação, é pouco comum ser cobrada no Brasil. No entanto, nos Estados Unidos, é comum essa taxa ser cobrada em fundos de ações para inibir o ingresso de novos quotistas. Remuneração indireta dos administradores – de forma indireta, os administradores dos fundos de investimento podem obter remuneração adicional. É permitido pela legislação que os fundos possam adquirir títulos de renda fixa da própria instituição financeira (até o limite de 20% do patrimônio do fundo), podendo aplicar a totalidade em títulos de instituições financeiras de primeira linha. A aquisição pelos fundos de investimento de CDB de instituições financeiras permite às instituições financeiras uma renda indireta com Spread (diferença de taxas) entre os valores captados e aplicados. Aula 4: Mercado acionário e fundos de investimento de renda variável Seja bem-vindo à quarta aula da disciplina Análise e Avaliação de Operações Bancárias. Nesta aula, vamos falar sobre uma das modalidades de investimento mais versáteis do mercado: os fundos de investimentos. Veremos que a gestão profissional permite aos investidores individuais obter um resultado melhor do que se estivessem investindo individualmente. Assim, eles obtêm vantagens de acessibilidade, diversificação e liquidez. vamos começar? Características básicas do mercado de capitais O mercado acionário Compra e venda de ações Fundos de investimento de renda variável Características básicas do mercado de capitais O mercado de capitais é onde as instituições financeiras não bancárias que intermediam as negociações de títulos e valores mobiliários canalizam recursos dos agentes compradores (investidores) para as empresas privadas (emissoras dos títulos), obtendo, dessa forma, os recursos de médio e longo prazo para investimentos de capital. Veja no que consiste a oferta de títulos: Oferta de títulos: As ofertas de títulos (ações, debêntures(1), notas promissórias(2) e bônus de subscrição(3)) podem ser feitas através de subscrição particular ou de oferta pública. Elas objetivam a abertura de capital, o aumento de capital, a emissão de títulos de dívida de uma sociedade anônima ou a transferência de títulos entre investidores. Mas o que é uma AÇÃO? - É um título de renda variável, nominativo e negociável, representativo da menor parte em que se divide o capital social de uma empresa. As ações podem ser ordinárias ou preferenciais e são sempre nominativas e escriturais. Vamos analisar mais detalhadamente cada dessas propriedades das ações: Ordinárias: Ação que dá direito a voto nas assembleias da empresa. Cada ação representa um voto. Preferenciais: Como o próprio nome dá a entender, seu portador tem a preferência no recebimento dos dividendos, mas não tem direito a voto. Nominativas: Relacionam nominalmente o detentor das ações. Escriturais: Não são emitidos títulos físicos, o registro é escritural. A transferência de propriedade também é feita escrituralmente. O mercado acionário Mercado de ações é o segmento do mercado de capitais onde ocorre a transação (compra e venda) de participações no capital das sociedades anônimas. Seu principal objetivo é o de proporcionar liquidez à comercialização de títulos emitidos por companhias abertas. O mercado acionário é formado por um conjunto de mercados distintos, a saber: Mercado Primário: Onde ocorre a primeira colocação pública dos títulos de uma sociedade anônima (subscrição pública de ações), também conhecida com underwriting. As Companhias recebem os recursos captados dos investidores. Mercado Secundário: Onde são comercializadas as ações das sociedades anônimas de capital aberto. A troca de recursos dá-se entre investidores. Mercado de balcão: Onde acontecem as operações realizadas fora do ambiente das bolsas de valores, realizadas diretamente entre as partes ou com a intermediação de instituições financeiras. Essas operações não são fiscalizadas e só as partes envolvidas conhecem os termos da negociação. Mercado de balcão organizado: Regulamentado pela Instrução 243/1996, da CVM, visa a dar transparência para os negócios com ações de empresas que têm pouca liquidez. No Brasil, a SOMA Sociedade Operadora do Mercado de Ativos é a responsável pela administração do mercado de balcão organizado. Mercado de Bolsas: É o segmento do mercado secundário de ações que é fiscalizado e regulamentado pela CVM Comissão de Valores Mobiliários. É nesse mercado que atuam as Bolsas de Valores. Os títulos e valores mobiliários de renda variável que são negociados em bolsa de valores são distribuídos por Corretoras de Valores e, também, por Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários. Mas o que são Bolsas de Valores? São sociedades sem fins lucrativos, auxiliares do SFN Sistema Financeiro Nacional, que objetivam proporcionar um local onde possam ser negociados títulos e valores mobiliários. Sua função básica é a de proporcionar liquidez aos títulos emitidos por companhias abertas. No Brasil, o mercado acionário concentra-se na BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo. Compra e venda de ações Com o investimento direto no mercado acionário, o investidor assume sozinho o risco inerente a esse mercado e fica responsável pelo recolhimento dos impostos sobre os rendimentos. A decisão de investimento em uma ação deve considerar por parte do investidor os seguintes princípios: Custo de Oportunidade da Renda fixa: Como existem alternativas de investimento e a ação é um título de renda variável, deve ser levado em consideração pelo investidor o rendimento de um título de renda fixa que tenha o menor risco. Prêmio de Risco: Existem incertezas quanto ao risco do negócio da empresa emissora da ação, às práticas de governança corporativa, dividendos e liquidez em bolsa de valores. Essas incertezas podem ser mensuráveis como sendo um prêmio de risco. Liquidez da ação no mercado secundário: É a possibilidade de transformar em dinheiro o investimento feito na ação. Verifica o volume financeiro de compra e venda da ação num determinado período, a quantidade de negócios realizados e a quantidade de pregões em que esteve presente na bolsa de valores. Geração de Resultados e taxa de crescimento: É a medida da taxa de crescimento da empresa emissora da ação e de sua capacidade de gerar lucros. PDF Adicional: Compra e venda de ações COMPONENTES DA REMUNERAÇÃO DO INVESTIDOR – Os ganhos obtidos pelo investidor titular da ação resultam da conjugação de três parcelas distintas: 1) Resultados da Companhia – renda decorrente da distribuição do lucro gerado pela empresa e não retido (dividendos e juros sobre capital próprio) 2) Resultados do Mercado – resultado (lucro ou prejuízo) decorrente das oscilações do preço da ação no mercado em relação ao preço pago (preço de venda superior ao de venda) ATENÇÃO – Só com a venda da ação é que efetivamente acontecerá o resultado. É quando o lucro ou prejuízo é realizado. Enquanto a vendanão acontecer, o resultado, positivo ou negativo, será sempre escritural (virtual) 3) Resultado Decorrente de Alteração no Estatuto Social – proveniente de bonificações ou subscrição de ações. TRIBUTAÇÃO – a tributação do IOF Imposto sobre Operações Financeiras é previsto, mas não é cobrado. O IR Imposto de Renda incide à alíquota de 15% sobre os ganhos líquidos das operações normais e de 20% sobre o ganho líquido auferido nas operações de Day Trade. São ISENTAS do Imposto de Renda as vendas de ações realizadas por pessoas físicas no mercado à vista de valor mensal igual ou inferior a R$ 20.000,00. VANTAGENS PARA OS BANCOS – os bancos têm poucas vantagens ao facilitar o acesso de seus clientes ao mercado acionário: fidelização do cliente e remuneração direta pela devolução da taxa de corretagem. Fidelização do cliente – ao utilizar o home broker da instituição financeira, o cliente mantém-se fiel ao banco. Remuneração indireta – os investidores pagam uma taxa de corretagem e parte dessa taxa é devolvida pelas corretoras aos bancos que, assim, auferem receita com a prestação do serviço. Fundos de investimento de renda variável Fundos de renda variável são fundos de investimento destinados a investidores que estão dispostos a correr riscos maiores para obter uma rentabilidade maior. Suas carteiras são compostas basicamente por ações e estão sujeitos a oscilações em sua rentabilidade. Vamos recordar o conceito de fundos de investimento, que estudamos na aula 3: É um CONDOMÍNIO DE PESSOAS físicas ou jurídicas que aplica os recursos captados em ativos nas diversas modalidades de investimento disponíveis no mercado financeiro. Podem ser abertos ou fechados e possuem personalidade jurídica própria. Para sua administração, os condôminos contratam uma empresa especializada que cobra por seus serviços uma taxa de administração fixa ou variável. ATENÇÃO: Como já vimos, o ativo de um fundo é formado por todos os bens e direitos que poderá aplicar com os aportes investidos por seus quotistas. Os ativos que compõem um fundo de investimento podem ser de várias naturezas, tipos, prazos, riscos e rentabilidades. No caso dos fundos de renda variável, o ativo é composto por ações e seus direitos no mercado à vista e no mercado de derivativos. Além disso, são títulos sem definição de valor de remuneração e nem prazo para caducar. PDF ADICIONAL: Fundos de investimento de renda variável Por sua característica de volatilidade, os fundos de investimento de renda variável podem proporcionar rentabilidade negativa devido a fatores com mudanças bruscas nas taxas de juros do País ou alterações na política econômica tanto do Brasil quanto do resto do mundo. ADMINISTRADOR – os profissionais que fazem a gestão de fundos de renda variável têm perfil distinto daqueles que administram fundos de renda fixa. Utilizamse das Análises Fundamentalista (em que empresa investir) e Gráfica (em que momento investir) para nortear suas decisões de investimento. BENCHMARK – No mercado acionário, existem vários índices que servem de benchmark como o IBOVESPA Índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Alguns fundos visam a acompanhar seu benchmark (gestão passiva) e outros visam a sua superação (gestão ativa). Quando se propõem a acompanhar o benchmark, normalmente investem em ações no mercado à vista. Por outro lado, os fundos de gestão ativa utilizam-se de operações no mercado de derivativos para poder “alavancar” a rentabilidade do fundo. Dificuldades de Reprodução dos Índices Referenciados – Alguns motivos levam os fundos de renda variável a não reproduzirem o Índice de Referência ao qual o fundo se propôs acompanhar ou superar: 1) despesas que são encargos dos fundos, como taxa de administração; 2) a composição da carteira do fundo nunca é idêntica na mesma proporção à do Índice de Referência; 3) Para o fundo, prevalece a cotação média ponderada da ação que compõe a carteira enquanto na bolsa de valores é considerada a cotação de fechamento; 4) Presença de papéis de renda fixa ou dinheiro em caixa para fazer frente à necessidade de liquidez pelos quotistas (esses valores mobiliários têm comportamento diferente do mercado acionário). FUNDOS MULTIMERCADO –Um fundo de investimento pode conter em seu prospecto a possibilidade de investir em mais de um mercado, simultaneamente, podendo variar os percentuais de forma a obter uma maior rentabilidade. QUANTO AO PRAZO – por sua natureza, os fundos de ações são de investimento de longo prazo. Embora os saques possam ser feitos diariamente, o mais conveniente é fazer os investimentos sem um horizonte de tempo para saque. Quando estamos falando em longo prazo, significa que os recursos investidos não têm prazo definido para resgate. É necessário esclarecer que o horizonte de tempo do investimento é uma prevenção ao risco, não um limitador. Sabendo disso, um investidor racional não vai aplicar em ações o dinheiro de que precisará no curto prazo. Como não há prazo definido para resgate e os saques podem ser feitos a qualquer momento, o investidor pode escolher o melhor momento para vender suas ações ou solicitar resgate do fundo quando estiver convencido de que obteve a rentabilidade que esperava. Por exemplo - um investidor faz uma aplicação em um fundo de ações de recursos de que não tem necessidade no curto prazo, esperando um retorno de 20% no prazo de pelo menos um ano. Após 60 dias, o fundo acumula uma rentabilidade de 24% e a perspectiva para os próximos 12 meses não deve superar 6% a.a. Ele pode resgatar esse investimento, embolsando a rentabilidade obtida, e aplicar os recursos em um investimento que tenha perspectivas de ganho de 6% a.a. Nesse exemplo, o ganho foi no curto prazo, só que, quando aplicou os recursos, o investidor não sabia que o retorno viria tão rápido. É por isso que o horizonte de tempo do investimento em ações é sempre de longo prazo, embora o ganho efetivo possa vir até no curtíssimo prazo. QUANTO AO ACESSO – Os fundos de ações podem ser abertos, fechados ou exclusivos, dependo de sua política de investimentos. Os fundos de ações fechados são utilizados quando se reúnem investidores com o objetivo de adquirir participação acionária em empresas de capital aberto ou em vias de abrir seu capital. QUANTO À LIQUIDEZ - A maioria dos fundos tem grande liquidez. No caso dos fundos de investimento abertos, o investidor pode solicitar o resgate a qualquer momento. Será utilizada a quota do dia útil seguinte à solicitação e o prazo máximo para o pagamento do resgate acontecerá no 5° dia útil após a solicitação. RISCO – As ações, por sua própria natureza, são de maior risco por apresentarem maior oscilação. No entanto, mesmo entre as empresas com ações cotadas em bolsa, existem aquelas que oscilam menos em comparação com o IBOVESPA. Então podemos dizer que são ações com “menor” risco. ATENÇÃO – as aplicações dos investidores em fundos de investimento não são garantidas pelo FGC Fundo Garantidor de Crédito. MOVIMENTAÇÃO – os valores de movimentação podem mudar uma instituição financeira para outra e são especificados no prospecto do fundo de investimento. TRIBUTAÇÃO – o fundo de investimento em ações é isento de IOF Imposto sobre Operações Financeiras, embora esteja prevista sua cobrança. Sua tributação limitase à cobrança do IR Imposto de Renda, à alíquota única de 15% sobre os rendimentos. PÚBLICO-ALVO – Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas. Investidores Qualificados têm tratamento diferenciado. É interessante notar uma característica particular dos fundos de renda variável. Grandes investidores são empresas familiares (Panificações, Farmácias, Açougues, Bares, Restaurantes, etc.). Isso acontece porque, nesse caso em particular, o patrimônio da empresa se confunde com o próprio dono e é este quem está fazendo os investimentos,utilizando-se do patrimônio de sua empresa. VANTAGENS PARA OS INVESTIDORES – como nos fundos de renda fixa, também nos fundos de renda variável o investidor tem vantagens como Acessibilidade, Diversificação e Liquidez. Além disso, no caso dos fundos que investem em ações o fundo paga uma tarifa de corretagem para a compra e venda de ações nas bolsas de valores, a corretora devolve para o próprio fundo parte do valor da corretagem, aumentando a rentabilidade do fundo. ATENÇÃO – as corretoras que pertencem a bancos retêm para si toda a TARIFA DE CORRETAGEM, diminuindo a rentabilidade do fundo. VANTAGENS PARA OS BANCOS – os bancos obtêm diversas vantagens por administrarem fundos de renda variável: fidelização do cliente e remuneração indireta pela prestação do serviço. Essa é a intermediação financeira moderna, na qual a instituição financeira apresenta as partes interessadas que transacionam entre si. Fidelização do cliente – o fundo de investimento tem características de fácil entendimento e tributação de fácil compreensão. Remuneração indireta pela prestação do serviço – parte das taxas cobradas pelos fundos de investimento é repassada para a instituição que realizou a captação dos recursos. Aula 5: Capitalização e previdência privada Seja bem-vindo à quinta aula da disciplina Análise e Avaliação de Operações Bancárias. Nesta aula, falaremos sobre dois importantes instrumentos de captação do mercado: a capitalização e a previdência privada. Abordaremos suas características, tributação e vantagens do produto, tanto para o cliente quanto para a instituição financeira. Vamos lá? Produtos de seguridade Capitalização Previdência privada Produtos de seguridade Os bancos têm várias opções para captar a poupança dos agentes superavitários. Pode ser através da intermediação indireta (tradicional) ou da intermediação direta (contemporânea). Em geral, os bancos captam recursos através de RDB, CDB e Caderneta de Poupança. Modernamente, essa poupança é direcionada pelos bancos para produtos de seguridade, consórcios, mercado de capitais e, em particular, o mercado acionário. Entre os produtos de seguridade, temos os títulos de capitalização, os fundos de previdência privada e os diversos ramos de seguros. Ao direcionar sua poupança para esses produtos, o agente superavitário da economia (o poupador) está fazendo uma escolha. Para compreender melhor, analise o fluxo abaixo: Capitalização Capitalização é uma combinação de economia programada e sorteio. Para compreender melhor, clique nas palavras abaixo: ATENÇÃO: As Sociedades de Capitalização emitem o TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO. Esse é um título do mercado mobiliário, nominativo, que pode ser adquirido a prazo ou à vista, com retorno de seu desembolso conforme cláusulas contratuais descritas pelas Condições Gerais, Nota Técnica Atuarial e Material de Comercialização. Você sabe como surgiu a capitalização? Curiosamente, surgiu em 1850, quando Paul Viget, diretor de uma cooperativa de minérios da França, idealizou a Capitalização com o objetivo de proporcionar auxílio financeiro aos sócios através de suas próprias poupanças (economias). O sistema era baseado em contribuições mensais, visando à constituição de um capital garantido, pago no final de prazo previamente estipulado ou, antecipadamente, através de sorteio. No início do século XX, a capitalização tomou um grande impulso na França e de lá se difundiu através dos países de origem latina. PDF ADICIONAL: Capitalização REGULAÇÃO – A SUSEP Superintendência de Seguros Privados é o órgão governamental responsável pela regulação e fiscalização do Sistema Nacional de Capitalização. O BACEN Banco Central do Brasil contribui com a regulamentação da aplicação das Reservas Matemáticas que as Sociedades de Capitalização acumulam para fazer frente aos resgates e aos sorteios. A Resolução 3.034, de 29/10/02, alterou e consolidou todas as normas que disciplinavam a aplicação das reservas, das provisões e dos fundos das Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC, das Sociedades de Capitalização - SC, e das Seguradoras. A questão da regulação do BACEN sobre as Reservas Matemáticas das Sociedades de Capitalização é muito importante, porque garante a correta aplicação dos recursos de forma a garantir o pagamento dos sorteios e dos resgates. CARACTERÍSTICAS – Cada pagamento do Título de Capitalização é decomposto pelo menos em três elementos: Reserva Matemática, Despesas Operacionais e Custo de Sorteios. RESERVA MATEMÁTICA – É a parcela deduzida de cada pagamento para constituir as quantias economizadas pelo subscritor do título. É somente sobre a reserva matemática que se aplicam a remuneração. DESPESAS OPERACIONAIS – É a parcela deduzida de cada pagamento para cobrir despesas operacionais e administrativas, tais como: salários, honorários, aluguéis, publicidade, correios etc. CUSTO DE SORTEIOS – É a parcela deduzida de cada pagamento para garantir o pagamento dos prêmios aos subscritores contemplados PRAZOS – Dois prazos são importantes: o Prazo de Capitalização (também conhecido como o prazo de vigência do plano) e o Prazo de Carência. Prazo de Capitalização é o período em que os valores depositados são capitalizados. O prazo mínimo estabelecido pela legislação é de um ano. Prazo de Carência é o período mínimo em que se deve deixar o valor aplicado. Somente após esse prazo, o saldo acumulado pode ser resgatado. RESGATES – Ao final do prazo de capitalização. Existem planos que permitem o resgate parcial (uma ou mais vezes) ao longo da vigência do plano. Devem ser perfeitamente conhecidas as Condições Gerais do Plano de Capitalização porque alguns planos preveem a liquidação do título no caso de ser contemplado no sorteio. SORTEIOS – Essa é a parte lúdica da capitalização. Pode ser de várias vezes o valor do último pagamento feito. REMUNERAÇÃO – Ocorre somente sobre a Reserva Matemática e é composta de correção monetária e juros e não sobre o valor total das mensalidades. Ao final do plano, é resgatado o valor da reserva matemática, atualizada monetariamente pela TR Taxa Referencial de Juros (também utilizada para corrigir monetariamente a caderneta de poupança). TRIBUTAÇÃO – a Reserva Matemática é tributada pelo IR Imposto de Renda à alíquota de 15% sobre os ganhos líquidos das remunerações. VANTAGENS PARA OS BANCOS – Os bancos têm grande interesse em oferecer produtos de capitalização: fidelização do cliente, remuneração direta com taxas de corretagem pela venda do produto e remuneração indireta de spread. Fidelização do cliente – O prazo de carência e o período de vigência mantêm o cliente fiel à instituição financeira que comercializa o título de capitalização. Remuneração direta – Com taxas de corretagem pela comercialização dos títulos de capitalização. Remuneração indireta – O BACEN determina a aplicação da Reserva Matemática das empresas de capitalização em títulos públicos e privados. Entre os títulos privados, estão os CDBs Certificados de Deposito Bancário, emitidos pelos bancos. Dessa forma, os bancos captam recursos que são aplicados como empréstimos. A diferença entre as taxas de aplicação e de captação é conhecida como spread. O CDB Certificado de Depósito Bancário é o instrumento de captação das instituições financeiras bancárias para livre aplicação: pode ser emprestado aos clientes que pagarem mais por esse recurso. PRODUTOS SUBSTITUTOS – Em relação a fazer economia: caderneta de poupança, fundos de renda fixa. Em relação a participar do sorteio: loterias de forma geral, jogo do bicho, apostas de forma geral. Previdência privada Após um período de tempo de trabalho ativo, de contribuição para a previdência oficial, é o momento do merecidodescanso do trabalho. Assim, o conceito de previdência está relacionado com o acúmulo de uma reserva financeira para ser utilizada após a aposentadoria do participante, por prazo determinado ou indefinidamente, até sua morte. A previdência privada é o complemento facultativo à previdência oficial. Existem dois tipos de previdência privada. Veja abaixo: PREVIDENCIA PRIVADA FECHADA: Também chamada de Fundos de Pensão. Aqui, existe um patrocinador exclusivo. Uma empresa e seus funcionários constituem um fundo de pensão no qual o patrão e seus empregados têm responsabilidade sobre a gestão das reservas matemáticas que garantirão a aposentadoria dos participantes. Só os funcionários da empresa participam. Isso ocorre porque muitas vezes o empregador entra com contribuições patronais para o fundo fechado. Por terem custo elevado de gestão, os fundos de previdência fechados ficam limitados a grandes empresas. PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA: Como o próprio nome já sugere, esse tipo de previdência está aberto à contribuição voluntária de qualquer interessado. Existem três modalidades oferecidas no mercado cujas particularidades estão relacionadas com a legislação que regula o setor de previdência privada no Brasil. Temos o FAPI, o PGBL e o VGBL. PDF ADICIONAL: Previdência Privada Modalidades de Previdência Privada Aberta 1) FAPI – Fundo de Aposentadoria Programada Individual – Inspirado no IRA – Individual Retirement Account, dos Estados Unidos, onde o contribuinte é o quotista de um fundo que tem como objetivo constituir para o aplicador um plano de complementação à aposentadoria básica da Previdência Social (INSS Instituto Nacional de Seguridade Social). Permite a contribuição patronal (do empregador). 2) PGBL – PLANO GERADOR DE BENEFÌCIO LIVRE – É um produto de previdência complementar que visa à acumulação de recursos e a sua futura transformação em renda na aposentadoria. 3) VGBL – VIDA GERADOR DE BENEFÍCIO LIVRE – É um produto estruturado na modalidade seguro de vida que, da mesma forma que os planos de aposentadoria, visa à acumulação e à concessão de renda na aposentadoria. É um seguro de renda no futuro. A tabela ao lado apresenta algumas diferenças entre o FAPI e PGBL. REGULAÇÃO – A SUSEP Superintendência de Seguros Privados é o órgão governamental responsável pela regulação e fiscalização do Sistema Nacional de Previdência Complementar. O BACEN Banco Central do Brasil contribui com a regulamentação da aplicação das Reservas Matemáticas que as Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC acumulam para fazer frente aos resgates e pagamentos dos benefícios. A Resolução 3.034, de 29/10/02, alterou e consolidou todas as normas que disciplinavam a aplicação das reservas, das provisões e dos fundos das Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC, das Sociedades de Capitalização - SC, e das Seguradoras. A questão da regulação do BACEN sobre as Reservas Matemáticas das Sociedades de Capitalização é muito importante, porque garante a correta aplicação dos recursos de forma a garantir o pagamento dos sorteios e dos resgates. BENEFÍCIOS FISCAIS – Os fundos de previdência dão ao participante o benefício de diferir o pagamento do imposto de renda na Declaração de Ajuste Anual. Também não fazem cobranças periódicas sobre os rendimentos (tributação exclusivamente na fonte, não compensável). 1. Imposto de Renda Diferido - Tanto o FAPI quanto o PGBL permitem que o participante individual desconte até 12% da renda bruta do Imposto de Renda devido. A vantagem só contempla aquele contribuinte que comprove contribuir para a previdência oficial (INSS). O imposto diferido será pago no futuro, compensando a vantagem do presente. Empresas podem criar o PIAPI – Plano de Incentivo à Aposentadoria Programada Individual (desde que contribuam para pelo menos 50% da folha de pagamentos até o limite de 20% dos salários brutos). Permite às empresas abater as contribuições como despesas do imposto de renda e não considerar como parte integrante da remuneração dos funcionários. O VGBL não tem o benefício fiscal em relação ao imposto de renda diferido. O total anual das contribuições à previdência complementar (incluindo o PGBL, o FAPI e outras alternativas de previdência complementar), até o limite de 12% da renda bruta do contribuinte, permite um verdadeiro ganho fiscal no ano-base das contribuições. 2) Imposto de Renda Exclusivamente na Fonte – Não se aplica aos fundos de previdência complementar a prática do “Come Quotas”. Essa prática da Receita Federal consiste no recolhimento semestral de imposto de renda sobre os rendimentos do período. O acerto com a Receita só ocorrerá no momento do resgate. Enquanto isso, o recolhimento que deixou de ser feito continua sendo remunerado permitindo ganhos financeiros ao participante. PRAZOS – Dois prazos são importantes: o Prazo de Acumulação (também conhecido como o prazo de vigência do plano) e o Prazo de Carência. Prazo de Acumulação é o período em que as contribuições formam o patrimônio. O contribuinte estabelece a data de saída no ato da contratação. Alguns planos preveem a repactuação dos prazos, recalculando os valores dos benefícios. A idade máxima para a aposentadoria é de 99 anos. Prazo de Carência é o período mínimo em que se deve deixar o valor aplicado. Somente após esse prazo, o saldo acumulado pode ser resgatado. Nos planos de previdência, esse prazo pode variar de 60 dias a 24 meses. CONTRIBUIÇÕES E RESGATE DO PLANO – As contribuições podem ser mensais até o final do plano. Ao longo do prazo, podem ser feitas contribuições esporádicas. Ao final do período de contribuição, o investidor pode escolher entre a renda mensal vitalícia e a renda mensal temporária. No caso do FAPI, ao final do prazo, deve ser feito o resgate total. 1) Renda Mensal Vitalícia – a partir da data de aposentadoria até o falecimento do participante; 2) Renda Mensal Temporária – a partir da data de aposentadoria e prazo determinado. ATENÇÃO – as aplicações dos investidores em fundos de investimento não são garantidas pelo FGC Fundo Garantidor de Crédito. PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO – Uma característica muito interessante é a que estabelece que, na morte do participante durante o prazo de vigência do plano, o valor acumulado é entregue aos beneficiários indicados, sem necessidade de abertura de inventário. TRIBUTAÇÃO – A tributação de Imposto de Renda será definida pelo participante no ato de contratação do plano de previdência. Pode ser a tabela Regressiva Definitiva ou a Progressiva Compensável. Lembramos que a tributação do PGBL incide sobre todo o valor resgatado enquanto no FAPI e no VGBL incide apenas sobre os rendimentos. VANTAGENS – Benefícios Fiscais como o Imposto de Renda Diferido e a postergação da cobrança do Imposto de Renda sobre os rendimentos. Indicado para prazos superiores a 13 anos. ADMINISTRADOR – Por sua característica de seguro, o VGBL é administrado exclusivamente por uma seguradora devidamente registrada na SUSEP. FAPI e PGBL são administrados por instituições financeiras, corretoras e distribuidoras de valores. Os valores administrados podem ser migrados de uma instituição para outra. Esse é o conceito da Portabilidade. Só pode ocorrer quando o plano está há pelo menos 6 meses sob a gestão do mesmo administrador. PRODUTOS SUBSTITUTOS – São substitutos aos fundos de previdência privada abertos à previdência oficial, à previdência privada fechada (fundos de pensão), caderneta de poupança, fundos de investimento, gestores independentes de recursos. VANTAGENS PARA OS BANCOS – Os bancos têm grande interesse em oferecer produtos de previdência privada: fidelização do cliente, remuneração direta com taxas de corretagem pela venda do produto e remuneração indireta de spread. Fidelização docliente – O prazo de carência e o período de vigência mantêm o cliente fiel à instituição financeira que comercializa a previdência privada. Esse é um dos maiores prazos de relacionamento com o cliente. Para o cliente, sempre existe a possibilidade da portabilidade para outro administrador. Remuneração direta – Com taxas de corretagem pela comercialização da previdência privada. São cobradas taxas de administração, de carregamento e de saída. Remuneração indireta – O BACEN determina a aplicação da Reserva Matemática das entidades abertas de previdência complementar. Entre os títulos privados, estão os CDBs Certificados de Deposito Bancário emitidos pelos bancos. Dessa forma, os bancos captam recursos que são aplicados como empréstimos. A diferença entre as taxas de aplicação e as de captação é conhecida como spread. Em relação a um fundo de investimento comum, os produtos de previdência têm uma vantagem adicional: não fazem parte dos bens que compõem um inventário. Se o contribuinte morre durante o prazo de acumulação, os beneficiários indicados recebem em poucos dias o dinheiro aplicado. Tributação Progressiva Compensável (no Ajuste Anual da Declaração do Imposto de Renda) – Os valore e alíquotas dependerão sempre da legislação em vigor. No ano de 2010, temos: O imposto de renda de fundos de investimento de longo prazo é de 15% para recursos que permanecerem investidos por prazo superior a 2 anos. Taxa de Administração Financeira – Incide sobre o saldo da reserva matemática. Taxa de Carregamento – Incide sobre o valor de cada contribuição. Taxa de Saída – Incide sobre o valor resgatado (taxa regulada da SUSEP) e o seu objetivo é o de manter os recursos investidos por prazo mais longo. VANTAGENS PARA OS INVESTIDORES – Por tratar-se de um produto de prazo mais longo, permite ao cliente vantagens tributárias e acumular um patrimônio que será usado na aposentadoria do investidor. Aula 7: Cheque especial e CDC - Crédito Direto ao Consumidor Seja bem-vindo à sétima aula da disciplina Análise e Avaliação de Operações Bancárias. Nesta aula, iniciaremos o estudo dos produtos de aplicação financeira. As instituições financeiras captam recursos disponíveis no mercado (aqueles que estão com os agentes superavitários) e aplicam esses mesmos recursos, emprestando-os aos agentes econômicos deficitários (aqueles que necessitam de recursos para consumo ou investimento). Os produtos mais práticos para o consumidor são o cheque especial e o CDC (Crédito Direto ao Consumidor). E estes produtos são o foco principal do nosso estudo. Pronto para começar? Produtos de aplicação financeira O cheque especial O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) Produtos de aplicação financeira Já vimos que os produtos de empréstimo são aqueles de aplicação dos recursos captados pelas instituições financeiras, disponíveis com os agentes econômicos superavitários. Esta é a essência da intermediação financeira clássica: as instituições financeiras captam recursos no mercado e os aplicam, emprestando aos tomadores de recursos. Porém, como existe uma limitação dos recursos disponíveis para captação, também existe uma limitação para a aplicação desses recursos como empréstimos. Daí temos os produtos de aplicação. Mas o que são os produtos de aplicação financeira? Os produtos disponíveis para aplicação variam muito, em função de prazos, taxas, formas de pagamento e existência de garantias. Esses elementos compõem a concessão das operações de crédito das instituições financeiras. O cheque especial O cheque especial surgiu no país pelo Banco do Brasil. O produto CHEQUE-OURO virou verbete do Dicionário Aurélio como sinônimo de cheque especial. O cheque especial está exclusivamente vinculado à conta-corrente (que no caso de Pessoa Física, pode ser conjunta com outra pessoa física). É uma modalidade de crédito em que é oferecida ao cliente um limite de crédito rotativo. Assim, o cliente consegue suprir necessidades emergenciais de crédito (na falta de recursos no seu fluxo de caixa) ou permitir a aquisição de bens à vista (quando não há recursos disponíveis e o cliente obtém um desconto maior do que a taxa de juros do cheque especial). ATENÇÃO: O cheque especial tem contrato por prazo determinado (normalmente por períodos anuais), podendo ser renovado automaticamente por períodos idênticos. Já o limite de crédito é determinado em função da análise de crédito que a instituição financeira fizer do cliente. A taxa de juros do empréstimo é o valor que será cobrado do tomador a título de remuneração dos recursos em função do tempo e do custo de oportunidade da operação financeira. São cobrados exclusivamente no período de sua utilização. Mas quais são as vantagens para os bancos ao oferecer o cheque especial aos seus clientes? Conheça-as agora: FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE: O cliente tem seu limite determinado em função da análise que é feita para determinação do crédito, quando são avaliados vários parâmetros de risco: tempo de relacionamento, renda fixa, patrimônio financeiro mantido na instituição. O conhecimento da instituição financeira é determinante para a fidelização do cliente. REMUNERAÇÃO DIRETA: As instituições financeiras obtêm receita com as taxas de abertura e renovação de crédito e também com spread bancário. Aula 8: Cartão de crédito e leasing Seja bem-vindo à oitava aula da disciplina Análise e Avaliação de Operações Bancárias. Neste encontro, abordaremos mais um importante produto de serviço bancário: o leasing. Falaremos também sobre um outro produto: o cartão de crédito, que também representa um componente de crédito importante neste nosso estudo. Vamos lá? Cartão de crédito O cartão de crédito é um instrumento utilizado para a aquisição de bens e serviços e o saque em moeda em estabelecimentos bancários. Ele pode, ou não, estar vinculado a uma conta-corrente bancária, mas esta não é uma pré-condição. Mas você sabe como surgiu o cartão de crédito? Um americano, frequentador habitual de restaurantes, incomodava-se de ter que portar dinheiro em espécie ou de ter que utilizar talão de cheques para pagar suas despesas. Surgiu, então, a ideia de “pendurar” o desembolso para pagamento posterior, de forma muito parecida com o “caderninho” de antigos comerciantes que vendem fiado. Dessa forma surgiu o primeiro cartão de crédito do mundo: o Diners Club. Em seguida, foi formado um clube de frequentadores habituais de restaurantes que pagavam suas contas mediante a apresentação de um cartão (na época com assinatura do portador). O restaurante dava crédito para pagamento posterior. Os organizadores do clube faturavam periodicamente (mensalmente) os portadores titulares dos cartões e repassavam os recursos arrecadados para os estabelecimentos comerciais. Esse produto evoluiu rapidamente com a assunção por instituições financeiras da função de intermediar a relação de pagamento entre estabelecimentos comerciais e os portadores de cartão de crédito. E o que era apenas de uso pessoal passou a incluir também as empresas como consumidores. Existem três importantes intervenientes no produto cartão de crédito: a administradora de cartões, o portador do cartão e o estabelecimento comercial. Cada um desses intervenientes possui um papel diferente. Veja: ADMINISTRADORA DE CARTÕES: Faz a intermediação financeira, recebendo o pagamento do portador do cartão e repassando os recursos para o estabelecimento comercial. PORTADOR DO CARTÃO: Faz compras de bens e/ou serviços em estabelecimentos comerciais conveniados e paga com o seu cartão de crédito, sem a necessidade de transacionar com dinheiro em cada operação. Ao final de um período, a administradora de cartões fatura e cobra de uma só vez todas as compras feitas pelo
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