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Aula 04_Normas Parte II

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Normas de Auditoria – parte II
Prof. Ronan Pereira Capobiango
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHO E MUCURI
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E JURÍDICAS
CON022 – AUDITORIA CONTÁBIL
Normas de Auditoria
As normas gerais para o trabalho de auditoria são conhecidas como normas de auditoria geralmente aceitas. Essas normas representam, portanto, as condições necessárias a serem observadas pelos auditores externos no desenvolvimento do serviço de auditoria, e podem ser divididas em três grupos:
NORMAS GERAIS RELATIVAS À PESSOA DO AUDITOR;
NORMAS RELATIVAS À EXECUÇÃO DO TRABALHO;
NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO.
NORMAS GERAIS OU RELATIVAS À PESSOA DO AUDITOR
COMPETÊNCIA TÉCNICO PROFISSIONAL
O contador, na função de auditor independente, deve manter seu nível de competência profissional pelo conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação inerente à profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação específica aplicável à entidade auditada.
COMPETÊNCIA TÉCNICO PROFISSIONAL
 
O auditor deve recusar os serviços sempre que reconhecer não estar adequadamente capacitado para desenvolvê-los, contemplada a utilização de especialistas noutras áreas, face à especialização requerida e aos objetivos do contratante.
Independência – NBC PA 290
É a capacidade que a entidade de auditoria tem de julgar e atuar com integridade e objetividade, permitindo a emissão de relatórios imparciais em relação à entidade auditada, aos acionistas, aos sócios, aos quotistas, aos cooperados e a todas as demais partes que possam estar relacionadas com o seu trabalho. 
A independência exige:
 
independência de pensamento – postura que permite a apresentação de conclusão que não sofra efeitos de influências que comprometam o julgamento profissional, permitindo que a pessoa atue com integridade, objetividade e ceticismo profissional;
aparência de independência – evitar fatos e circunstâncias que sejam tão significativos a ponto de que um terceiro com experiência, conhecimento e bom senso provavelmente concluiria, ponderando todos os fatos e circunstâncias específicas, que a integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional da firma, ou de membro da equipe de auditoria ficaram comprometidos.
A independência pode ser afetada por: 
 
ameaça de interesse próprio - ameaça de que interesse financeiro ou outro interesse influenciará de forma não apropriada o julgamento ou o comportamento do auditor; 
ameaça de autorrevisão - ameaça de que o auditor não avaliará apropriadamente os resultados de julgamento dado ou serviço prestado anteriormente por ele, ou por outra pessoa da firma dele, nos quais o auditor confiará para formar um julgamento como parte da prestação do serviço atual;
 ameaça de defesa de interesse – (do cliente) ameaça de que o auditor promoverá ou defenderá a posição de seu cliente a ponto em que a sua objetividade fique comprometida;
 
ameaça de familiaridade - ameaça de que, devido ao relacionamento longo ou próximo com o cliente, o auditor tornar-se-á solidário aos interesses dele ou aceitará seu trabalho sem muito questionamento;
 ameaça de intimidação - ameaça de que o auditor será dissuadido de agir objetivamente em decorrência de pressões reais ou aparentes, incluindo tentativas de exercer influência indevida sobre o auditor.
Perda de Independência
 
Os itens 102 a 231 da referida norma (NBC PA 290) descrevem circunstâncias e relacionamentos específicos que criam ou podem criar ameaças à independência. Os itens descrevem as ameaças em potencial e os tipos de salvaguardas que podem ser adequados para eliminar as ameaças à independência ou reduzi-las a um nível aceitável e identificar determinadas situações nas quais nenhuma salvaguarda poderia reduzir as ameaças a um nível aceitável. Os itens não descrevem todas as circunstâncias e relacionamentos que criam ou podem criar ameaça à independência.
 
Perda de Independência
 
Alguns exemplos de circunstâncias e relacionamentos específicos que criam ou podem criar ameaças à independência podem ser observados nos temas seguintes:
Interesses financeiros
Empréstimos e garantias
Relacionamentos comerciais
Relacionamentos familiares e pessoais
Função de conselheiro ou diretor em cliente de auditoria
Prestação de serviços que não são de asseguração a clientes de auditoria
Serviços de auditoria interna
Honorários
Presentes e afins
 
GUARDA DA DOCUMENTAÇÃO
O auditor, para fins de fiscalização do exercício profissional, deve conservar a boa guarda, pelo prazo de 5 (cinco) anos, a partir da data de emissão do seu relatório, de toda a documentação, papéis de trabalho e relatórios relacionados com os serviços realizados.
HONORÁRIOS
O auditor deve estabelecer e documentar seus honorários mediante avaliação dos serviços, considerando os seguintes fatores:
a relevância, o vulto, a complexidade, e o custo dos serviços a executar;
o número de horas estimadas para a realização dos serviços;
a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente;
a qualificação técnica dos profissionais que irão participar da execução dos serviços; e
o lugar em que os serviços serão prestados, fixando, se for o caso, como serão cobrados os custos de viagens e estadas.
HONORÁRIOS
Os honorários deverão constar de carta-proposta ou documento equivalente, elaborados antes do início da execução do trabalho, que também contenham:
a descrição dos serviços a serem realizados, inclusive referências às leis e aos regulamentos aplicáveis ao caso; 
que o trabalho será efetuado segundo as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis e as presentes normas;
o prazo estimado para a realização dos serviços;
os relatórios a serem emitidos; e
as condições de pagamento dos honorários.
A inobservância de qualquer dos temas observados constitui infração ao Código de Ética do Contabilista.
Sigilo – NBC P 1.6
  
A obrigatoriedade do Auditor Independente não revelar, em nenhuma hipótese, salvo as contempladas na legislação vigente, bem como nas Normas Brasileiras de Contabilidade, as informações que obteve e tem conhecimento em função de seu trabalho na entidade auditada.
Dever do Sigilo
 
Deve ser observado nas seguintes circunstâncias:
 
na relação entre o Auditor Independente e a entidade auditada;
na relação entre os Auditores Independentes;
 
na relação entre o Auditor Independente e os organismos reguladores e fiscalizadores;
 
na relação entre o Auditor Independente e demais terceiros.
UTILIZAÇÃO DO TRABALHO DO AUDITOR INTERNO
A responsabilidade do auditor não será modificada, mesmo quando o contador, na função de auditor interno, contribuir para a realização dos trabalhos.
UTILIZAÇÃO DE TRABALHOS DE ESPECIALISTAS
Existem condições e procedimentos para utilização de especialistas, pelo auditor independente, como parte da evidência de seus trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis.
 
Ao utilizar-se de trabalhos executados por outros especialistas legalmente habilitados, o auditor independente deve obter evidência suficiente de que tais trabalhos são adequados para fins de sua auditoria.
UTILIZAÇÃO DE TRABALHOS DE ESPECIALISTAS
A expressão “especialista” significa um indivíduo ou empresa que detenha habilidades, conhecimento e experiência em áreas específicas não relacionadas à contabilidade ou auditoria.
 Um especialista pode ser: 
contratado pela entidade auditada;
	contratado pelo auditor independente; 
empregado pela entidade auditada; ou 
empregado pelo auditor independente.
UTILIZAÇÃO DE TRABALHOS DE ESPECIALISTAS
A expressão “especialista” significa um indivíduo ou empresa que detenha habilidades, conhecimento e experiência em áreas específicas não relacionadas à contabilidade ou auditoria.
 Um especialista pode ser: 
contratado pela entidade auditada;
	contratado pelo auditor independente; 
empregado pela entidade auditada; ou
empregado pelo auditor independente.
Referência ao Especialista no Parecer do Auditor
 
A responsabilidade do auditor fica restrita à sua competência profissional. 
 
Em se tratando de um relatório sem ressalva, o auditor independente não pode fazer referência do trabalho de especialista no seu parecer.
 
Em situações onde especialista legalmente habilitado for contratado pela entidade auditada, sem vínculo empregatício, para executar serviços que tenham efeitos relevantes nas demonstrações contábeis, este fato deve ser divulgado nas demonstrações contábeis e o auditor, ao emitir o relatório de forma diferente do relatório sem ressalvas, pode fazer referência ao trabalho do especialista.
EDUCAÇÃO CONTINUADA – NBC PA12
O auditor independente, no exercício de sua atividade, deverá comprovar a participação em programa de educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
EXAME DE COMPETÊNCIA PROFISSIONAL
O auditor independente, para poder exercer sua atividade, deverá submeter-se a exame de competência profissional, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
MANUTENÇÃO DOS LÍDERES DA EQUIPE DE AUDITORIA
A utilização dos mesmos profissionais de liderança (sócio, diretor e gerente) na equipe de auditoria, numa mesma entidade auditada, por longo período, pode criar a perda da objetividade e do ceticismo, necessários na auditoria.
O risco dessa perda deve ser eliminado adotando-se a rotação, a cada intervalo menor ou igual a cinco anos consecutivos, das lideranças da equipe de trabalho de auditoria, que somente devem retornar à referida equipe no intervalo mínimo de três anos.
NORMAS RELATIVAS À EXECUÇÃO DO TRABALHO
PLANEJAMENTO E SUPERVISÃO
O auditor deve planejar seu trabalho cosoante as Normas Profissionais de Auditor Independente, as Normas Brasileiras de Contabilidade e de acordo com os prazos e demais compromissos contratualmente assumidos com a entidade.
RELEVÂNCIA
Os exames de auditoria devem ser planejados e executados na expectativa de que os eventos relevantes relacionados com as demonstrações contábeis sejam identificados.
EVIDÊNCIAS DE AUDITORIA
São as informações utilizadas pelo auditor para fundamentar suas conclusões em que se baseia a sua opinião. As evidências de auditoria incluem informações contidas nos registros contábeis subjacentes às demonstrações contábeis e outras informações. 
EVIDÊNCIAS DE AUDITORIA
Para fins das NBC TAs:
A quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e também pela qualidade de tal evidência; 
A adequação da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência de auditoria; isto é, sua relevância e confiabilidade no fornecimento de suporte às conclusões em que se baseia a opinião do auditor.
RISCO DE AUDITORIA
Risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção. 
RISCO DE AUDITORIA
Risco de detecção é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções. 
RISCO DE AUDITORIA
Risco de distorção relevante é o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção relevante antes da auditoria. Consiste em dois componentes, descritos a seguir no nível das afirmações:
RISCO DE AUDITORIA
Risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados;
RISCO DE AUDITORIA
Risco de controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade.
RELAÇÕES ENTRE RISCOS
Quanto maiores são os riscos de distorção relevante que o auditor acredita existir, menor é o risco de detecção que pode ser aceito e, portanto, mais persuasivas são as evidências de auditoria exigidas. 
AVALIAÇÃO DO SISTEMA CONTÁBIL E DE CONTROLE INTERNO
O auditor deve efetuar o estudo e avaliação do sistema contábil e dos controles internos da entidade, com base para determinar a natureza, oportunidade e extensão da aplicação dos procedimentos de auditoria, considerando: 
O tamanho e complexidade das atividades da entidade;
Os sistemas de informação contábil, para efeitos tanto internos quanto externos;
As áreas de risco de auditoria;
A natureza da documentação, em face dos sistemas de informatização adotados pela entidade;
O grau de descentralização de decisão adotado pela administração da entidade, e
O grau de envolvimento da auditoria interna, se existente.
CONDUÇÃO DA AUDITORIA EM CONFORMIDADE COM NBC TAS
O auditor deve observar todas as NBC TAs relevantes para a auditoria. Uma NBC TA é relevante para a auditoria quando ela está em vigor e as circunstâncias tratadas nela existem na situação específica;
O auditor deve entender o texto inteiro de cada NBC TA, inclusive sua aplicação e outros materiais explicativos para entender os seus objetivos e aplicar as suas exigências adequadamente;
O auditor não deve declarar conformidade com as normas de auditoria (brasileiras e internacionais) no seu relatório, a menos que ele tenha cumprido com as exigências desta Norma e de todas as demais NBC TAs relevantes para a auditoria.
PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
CREPALDI, S. A. Auditoria Contábil: teoria e prática. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MARRA, E.; FRANCO, H. et al. Auditoria Contábil: normas de auditoria, procedimentos e papéis de trabalho, programas de auditoria, relatórios de auditoria. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resoluções, ementas e normas do CFC. Disponível em: <http://www.cfc.org.br. 
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