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INSTITUTO SÃO BOAVENTURA
BACHARELADO EM FILOSOFIA
ESCOLAS LITERÁRIAS BRASILEIRAS
Fr. Jéverson de Andrade Santos
Fr. Ricardo Rodrigues Lima
Brasília – DF, Novembro de 2016
Fr. Jéverson de Andrade Santos e Fr. Ricardo Rodrigues Lima
ESCOLAS LITERÁRIAS BRASILEIRAS
Monografia apresentada à disciplina de Língua Portuguesa do Curso de Filosofia do Instituto São Boaventura, sob a orientação da professora Tânia Dutra Henriques como requisito parcial à conclusão da disciplina.
Brasília – DF, Novembro de 2016
Língua Portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac, Poesias, 2001
Agradecimentos
A Jesus Cristo, amigo sempre presente; Maria, nossa mãe querida; José, Padroeiro da Congregação de São José; São Leonardo Murialdo, fundador da Congregação que sem os quais nada seria possível.
A Congregação de São José e aos amigos, que nós incentivaram.
Aos nossos colegas de classe pela amizade e companheirismo que recebemos.
A Professora Tânia Dutra Henriques, que nos acompanhou, transmitindo-nos conhecimento e auxílio com o conteúdo abordado.
Resumo
Qualquer pessoa que tenha contato com a literatura é possível notar a falta de ligação entre ela e o mundo real. A verdade é que as pessoas não sabem o que é literatura. Se soubessem o quanto a história da literatura é riquíssima, compreenderiam o contexto da história porque a literatura é própria história da humanidade. Cada época, cada escola literária revela para as pessoas do presente como os seus antepassados viviam, suas devidas expressões culturais. Esse trabalho buscará um pouco da história da literatura, desde os seus primórdios, ressaltando em cada época a contextualização histórica e, também, algumas obras e autores até chegar os nossos dias. 
Palavras-chaves: Literatura brasileira. Escolas Literárias. Quinhentismo. Barroco. Arcadismo. Romantismo. Realismo. Simbolismo. Modernismo. Contemporâneo. Poema. Poesia. Prosa.
Abstract
Anyone who has contact with the literature it is possible to notice the lack of connection between it and the real world. The truth is that people do not know what is literature. If they knew how much the history of literature is very rich, they understand the context of the story because literature is itself history. Each time, each literary school reveals for the present people as their ancestors lived, their proper cultural expressions. This work will seek a bit of history of literature, from its beginnings, emphasizing each time the historical context and also some works and authors to reach our days.
Keywords: Brazilian Literature. Literary schools. Quinhentismo. Baroque. Arcadian. Romanticism. Realism. Symbolism. Modernism. Contemporary. Poem. Poetry. Prose.
INTRODUÇÃO
Arte da palavra, assim pode ser descrita a literatura. Ela dá vida a fantasia, dá voz às emoções e aos pensamentos, utilizando-se da palavra, escrita e fala. Cada obra está ligada, diretamente, ao escritor na forma como este vê, sente e pensa a realidade em que vive.
Culturas, inclinações políticas, contexto social, experiências de vida, frustrações, anseios; são marcas deixadas pelo autor ao utilizar a realidade para dar vida à literatura.
A abordagem da literatura brasileira nesta monografia busca, de modo sintético, esboçar as Escolas Literárias do Brasil. Desde a nascitura literatura com predominante expressão cultural, política, religiosa de sua metrópole – Portugal –, típicos do período quinhentista, aos nuances mais descritivos dos elementos das novas terras, como é expresso com ênfase no Condoreirismo, demonstrando fortes traços nacionalistas.
A literatura brasileira é dividida em duas eras separadas por um período de transição política e consequentemente cultural: Era Colonial, ou chamada de Luso Brasileira, dos anos 1500 a 1808, que, regida nos moldes dos pensamentos do Império Português, divide-se em três movimentos: Quinhentismo, Barroco e Arcadismo, com características e autores próprios de seu período. Entre as duas eras, compreende-se o período de transição, que vai de 1808 a 1836; período de independência do Brasil de Portugal, significando também ruptura de algumas dependências culturais. 
Posteriormente segue a Era Nacional, de 1836 aos tempos atuais. Essa era é marcada por escritores compromissados em criar uma expressão própria que retratasse as características culturais, sociais e linguísticas do país. É dividida nos seguintes movimentos: Romantismo, Realismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Modernismo, Pós-Modernismo e Contemporaneidade.
Todo esse trabalho gerou uma pesquisa interessante que possibilitará compreender a forma como o contexto histórico influencia as características da produção literária de uma época, bem como mostrar que há características literárias que retornam de um período para outro mesmo que trazidos por motivos diferentes.
ERA COLONIAL (1500 – 1808)
O descobrimento do Brasil, marcada pela cultura portuguesa, dá inicia no Brasil a Literatura Colonial. Desta forma, a literatura colonial é alicerçada em três diferentes movimentos: Quinhentismo, Barroco e Arcadismo. 
A Literatura Colonial começou com a carta de Pero Vaz de Caminha. Desde então, muitos foram os autores, tanto brasileiros, quanto internacionais, que tiveram suas obras marcadas por esse período da literatura.[1: Às vezes popularmente chamado de Pedro Vaz de Caminha, foi um fidalgo português que se notabilizou nas funções de escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral. Foi também vereador na cidade portuguesa do Porto.]
Quinhentismo (1500)
Contextualização Histórica
O Renascimento, período entre os séculos XV e XVI, trouxe profundas transformações na forma de pensar e ver o mundo, marcando o fim da Idade Média. O mesmo significou uma ruptura com o mundo feudal, baseado na fé e na religião, pois defende a crença no homem e na razão. Nesse período, de intensa atividade cultural e científica, o homem europeu fez coisas inimagináveis até então. 
A chegada dos navegadores europeus no Oriente, pelo mar, concluíram, que a Terra era redonda. Descobrem, também, que os oceanos não eram habitados por monstros e dragões. Entretanto, a formulação do heliocentrismo significou uma nova visão de mundo, colocando o Sol no centro do Universo.
 No Brasil
Nesse período, não se pode dizer que havia uma literatura, originalmente, brasileira, simplesmente porque o país ainda não existia de fato, era apenas uma das colônias de Portugal. Contudo, havia as crônicas produzidas pelos navegantes sobre a terra recém-descoberta. Essas obras têm mais valor histórico do que literário, pois relatam os primeiros contatos com a terra brasileira e seus nativos. Portanto, são textos que tinham como objetivo manter os governantes metropolitanos informados sobre os novos domínios. Por isso, diz-se que trata de uma literatura de informação. 
Dentre as obras mais importantes do período, a mais renomada é a Carta do descobrimento, de Pero Vaz de Caminha, escrivão-mor da esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral. Escrito em 1500 e publicado pela primeira vez apenas em 1817, o documento, destinado ao Rei de Portugal, fala das terras brasileiras como se fossem o próprio Paraíso. “Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar,dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”, revela um trecho da carta. Para alguns historiadores, a carta de Pero Vaz de Caminha pode ser considerada a “certidão de nascimento” do Brasil.[2: Ver anexo: imagem 1.]
Literatura Jesuítica
Nos primeiros anos de colonização, não existia vida cultural no Brasil. Ela só começa em 1549, com a chegada dos jesuítas, que fundaram os primeiros colégios, únicos redutos de atividade intelectual na colônia. Mas os jesuítas tinham outra missão: catequizar os índios (os negros, que começavam a chegar, foram ignorados) e expandir a fé católica no Novo Mundo. O principal instrumento de catequização foi o teatro, mas os jesuítas também produziram poemas sem finalidade catequética, com destaque para o padre José de Anchieta. 
Obras e autores
Literatura Informativa de Origem Ibérica:
Diário de Navegação (Pero Lopes de Sousa);
Tratado Descritivo do Brasil (Gabriel Soares Sousa);
Tratado da Terra do Brasil e História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil (Pero de Magalhães Gândavo);
História do Brasil (Frei Vicente do Salvador).
Literatura Informativa de Autores não Ibéricos
A singularidade da França Antártica (André de Thevet);
Cultura e opulência do Brasil (Antonil);
Duas Viagens ao Brasil e Meu Cativeiro Selvagem no Brasil (Hans Staden);
Viagem à Terra do Brasil (Jean de Léry).
Literatura de Catequistas
Tratado da Terra e da gente do Brasil (Fernão de Cardim);
Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões; poesias: De Gestis Mendis de Saa, De beata virgine dei Matre Maria; Auto de São Lourenço, Arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil (José de Anchieta);
Cartas do Brasil e Diálogo sobre a conversão do gentio (Manuel da Nobrega).
Barroco (1601)
Contextualização Histórica
O Barroco foi um período do século XVI marcado pela crise dos valores Renascentistas, gerando uma nova visão de mundo através de embates religiosos e dualismos entre espírito e razão. Esse movimento envolve novas formas de literatura, arte e até filosofia. No campo religioso, a Reforma (1517) contestou as práticas da Igreja Católica e propôs uma nova relação entre Deus e os homens. 
Uma das propostas desse movimento foi a tradução da Bíblia para os idiomas nacionais, abrindo caminho para novas interpretações das Escrituras, deixando a Igreja dividida e enfraquecida. A Cúria da Igreja teve que reagir rapidamente. Em 1563 tem início a Contrarreforma, que tinha como objetivo conter e combater a expansão do protestantismo e recuperar os domínios perdidos. Portanto, a Europa do século XVII reflete a crise religiosa do século anterior. O homem europeu se vê dividido entre duas forças destoantes: o antropocentrismo e o teocentrismo. O Barroco é a estética que espelha essa tensão, ou seja, a divergência entre fé e razão, espiritualismo e materialismo.
No Brasil
Na literatura barroca brasileira, as primeiras manifestações ocorreram na Bahia, centro político e comercial da colônia durante o ciclo da cana-de-açúcar. Segundo muitos especialistas, os primórdios da literatura brasileira remontam a esse período. A justificativa é que, no século XVII, os escritores já nascidos na colônia teriam adaptado pela primeira vez uma estética europeia à realidade brasileira, colocando em prática uma espécie de estilo brasileiro na linguagem literária. 
Obras e Autores
Gregório de Matos (1633-1695)
Graças à sua poesia satírica, com termos de baixo calão e críticas abertas à sociedade baiana, o poeta ganhou o apelido de “Boca do Inferno”. Além de abordar temas clássicos do Barroco europeu, como a religiosidade. Gregório de Matos também se dedicou à lírica filosófica, explorando temas como o carpe diem, lema latino cuja tradução seria “aproveite o dia”. [3: Técnica literária ou artística que ridiculariza um determinado tema (indivíduos, organizações, estados), geralmente como forma de intervenção política ou outra, com o objetivo de provocar ou evitar uma mudança.]
Goza, goza da flor da mocidade, 
Que o tempo trata, a toda a ligeireza 
E imprime em toda flor sua pisada.[4: Poema com expressões amorosas a uma dama a quem queria - a Maria dos Povos, sua futura esposa.]
O homem barroco tem consciência da transitoriedade da vida e do tempo, por isso busca os prazeres terrenos, embora se sinta culpado por isso.
Padre Antônio Vieira (1608-1697)
Por onde passou ficou conhecido por seus sermões, discursos orais destinados aos fiéis sobre temas religiosos, bíblicos e morais. Porém, Antônio Vieira não se limitou à pregação religiosa, colocando seus sermões a serviço de suas ideias políticas e ideológicas. Em Portugal ganhou a antipatia da Inquisição ao defender o retorno dos judeus, perseguidos pelo tribunal, ao território português, para driblar a crise econômica. No Brasil, combateu com radicalismo a escravização dos índios e foi perseguido pelos colonos. Escreveu Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda e Sermão da sexagésima.
Arcadismo (1768)
Contextualização Histórica
O Arcadismo (ou Neoclassicismo) surge em 1756 com a fundação da Arcádia Lusitana: movimento de reação ao Barroco. O Arcadismo buscava retomar o equilíbrio, a harmonia e a simplicidade da literatura renascentista, rompida pelo período da contrarreforma protestante. Com a proposta de elidir os rebuscamentos e os ornamentos exagerados da estética barroca, os autores árcades baseiam-se nos princípios Iluministas (movimento filosófico de bases racionalistas e antirreligiosas). [5: Também conhecida como Arcádia Olissiponense, foi uma reputada academia literária de Portugal em meados do século XVIII.]
Em meio a momentos marcantes da história mundial, o movimento literário do século XVIII desponta, com o Iluminismo, a Independência dos Estados Unidos (1776), a Revolução Francesa (1789), a Inconfidência Mineira (1789), a Economia com desenvolvimento industrial e comercial, o Despotismo esclarecido do Marquês de Pombal e a Fundação da Arcádia.[6: Movimento cultural da elite europeia que visava ao esclarecimento, levando ao espírito enciclopédico: difusão do conhecimento.][7: Movimento que busca a independência do Brasil em relação a Portugal.]
A poesia árcade repudiava as coisas inúteis e valorizava o contato com a natureza, símbolo de felicidade e harmonia. Seus cenários são as paisagens campestres, em contraste com o avanço industrial e a realidade social estabelecida na época. Destaca-se o uso de frases latinas, como Carpe diem e Aurea Mediocrita, além de pseudônimos gregos e latinos adotados pelos poetas árcades.
Principais Características
Segundo o crítico Alfredo Bosi, em seu livro História Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora Cultrix, 2006), houve dois momentos do Arcadismo no Brasil: poético e ideológico.
O poético tendo o retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos e a valorização da natureza e da mitologia; e o ideológico com a influência da filosofia presente no Iluminismo, traduzindo a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero.
O ideológico, poder-se-á fazer uma fragmentação:
Bucolismo/Pastoralismo: a poesia árcade retrata uma natureza tranquila e serena, procurando o “Lócus Amoenus”, um refúgio calmo que se contrastava com os centros urbanos monárquicos. O burguês culto buscava na natureza o oposto da aristocracia;
Aurea Mediocritas: os poetas, autointitulados pastores, exaltavam a vida simples, equilibrada, espontânea e humildade. Para ser feliz, bastava estar em comunhão com a natureza;
Pseudônimos pastoris: o fingimento poético (simulação de sentimentos fictícios) é marcado pela utilização dos pseudônimos pastoris. Como pastores, os poetas, em sua maioria burgueses que vivam nos centros urbanos, realizavam o ideal da mediocridade dourada (aurea mediocritas);
Carpe diem: significa aproveitar o dia, viver o momento com grande intensidade. Foi a atitude assumida pelos poetas-pastores, que acreditavam que o tempo não parava e, por isso, deveria ser vivido plenamenteem todos os sentidos;
Fugere Urbem: os árcades buscavam uma vida simples, próxima da natureza, longe das confusões urbanas. A modernização das cidades trazia os problemas dos conglomerados urbanos. A alternativa era mudar-se para os prados e campos;
Inutilia Truncat/Objetivismo: as inutilidades eram cortadas. A linguagem era depurada, sem exageros ou o rebuscamento da poesia barroca. Os poetas árcades eram contidos em sua expressão poética;
Universalismo: os árcades não compactuam com o individualismo. Tratam dos temas de maneira geral ou universal. 
Obras e Autores
Enéias no Lácio e obra poética espasa (Alvarenga Peixoto);
O Uruguai (Basílio da Gama);
Obras Poéticas: Vila Rica e Fábula do Ribeirão do Carmo (Cláudio Manuel da Costa);
Caramuru (Santa Rita Durão);
Obras poéticas: Glaura e o Desertor (Silva Alvarenga);
Obra espasa: poemas, traduções e cartas (Sousa Caldas);
PERÍODO DE TRANSIÇÃO (1808 – 1836)
Este período ficou marcado pela vinda da Família Real portuguesa para o Brasil, no ano de 1808, e significou o início do processo de Independência da Colônia.
O período compreendido entre 1808 e 1836 é considerado de transição na literatura brasileira devido à transferência do poder de Portugal para as terras brasileiras que trouxe consigo, além da corte e da realeza, as novidades e modelos literários do Velho Continente nos moldes franceses e ingleses. Houve também a mudança de foco artístico e cultural, da Bahia para o Rio de Janeiro, capital da colônia desde o ano de 1763.
ERA NACIONAL (1836 – DIAS ATUAIS)
A Era Nacional marcou o início do desenvolvimento das formas literárias genuinamente brasileiras, período que prezou pela estética e pelo compromisso dos escritores em criar uma expressão própria que retratasse nossas características culturais, sociais e linguísticas. Por esse motivo, a Era Nacional é tida como a vertente estética da literatura brasileira, quando finalmente a autonomia literária foi estabelecida. Representam o período as seguintes escolas: Romantismo, Realismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Modernismo e Contemporaneidade.
Romantismo (1836)
Contextualização Histórica
Entende-se por Romantismo um amplo movimento cultural surgido na Alemanha do século XVIII. Em 1774, Goethe publica Os Sofrimentos do Jovem Werther, que conta a história de um jovem que se apaixona pela noiva de seu melhor amigo. Como não pode realizar esse amor, a vida torna-se insustentável, levando o personagem ao suicídio. 
A obra teve grande repercussão na Europa e foi acusada de influenciar outros jovens a buscarem o mesmo fim trágico de Werther. Com isso, Goethe apresenta a ideia central do Romantismo: a de que a força mais poderosa da vida é o sentimento, e não a razão. 
Por isso, o movimento romântico pode ser entendido como uma reação contra a onda de racionalismo provocada pelo Iluminismo do século anterior.
No Brasil
Em 1808, a família real portuguesa, fugindo do avanço das tropas napoleônicas, resolve instalar-se no Brasil, abrindo caminho para a emancipação política da colônia, o que acontece em 1822, quando é declarada oficialmente a Independência do Brasil. 
Apesar do rompimento político com a metrópole, os intelectuais brasileiros ainda reproduziam os modelos do pensamento europeu. Logo, manifesta-se a necessidade entre os pensadores brasileiros em criar uma arte e uma forma de pensar que rompesse com os padrões do Velho Mundo. Desta forma, os escritores românticos brasileiros buscaram mais do que a independência política – buscaram a independência cultural. 
No Brasil, o movimento romântico costuma em três momentos: fase nacionalista, fase ultrarromântica (mal do século) e fase social (condoreira).
Primeira geração – fase nacionalista 
Introdução
No Romantismo, o indivíduo sente-se em desajuste com a sociedade, por isso a necessidade de fugir da realidade. Um dos mecanismos usados para fugir da realidade é voltar-se para o passado. 
No Romantismo europeu, a volta ao passado histórico leva à Idade Média, onde estão as origens das nações europeias. Mas, como o Brasil não teve Idade Média, voltar ao passado significa redescobrir o país antes da chegada dos europeus, quando era habitado por nações indígenas. 
Como exemplo, leia este trecho de Iracema, de José de Alencar:  
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. (ALENCAR, José de, 1973. Pág. 14)
Nesse romance, de 1865, o escritor apresenta uma visão poética da formação do povo brasileiro. De acordo com sua “lenda”, ele tem origem na união do índio, representado por Iracema, a “virgem dos lábios de mel”, e o branco europeu, representado pelo guerreiro Martim. Observe que o negro ficou de fora do projeto nacionalista-literário da primeira geração. 
Em lugar do cavaleiro medieval, a figura do índio é idealizada porque seria um antepassado nacional legitimamente brasileiro, e não europeu. Logo, um dos temas centrais da primeira geração é o indianismo. Outro tema é a exaltação da pátria (nacionalismo ufanista), pois os primeiros românticos entenderam que sua missão era fundar uma identidade brasileira.  [8: Também pode ser considerado como nacionalismo exagerado ou exacerbado é o caso de um orgulho excessivo pelo país onde uma pessoa nasceu.]
Obras e Autores
Primeiros Cantos; Segundos Cantos; Últimos Cantos; Sextilhas de Frei Antão; os Timbiras; Leonor de Mendonça; Dicionário da língua tupi (Gonçalves Dias);
Poesias; Suspiros poéticos e saudades; A confederação dos tamoios; Amância (novela); Antônio José (Gonçalves de Magalhães);
Brasilianas; Colombo (Manuel de Araújo Porto Alegre).
Segunda geração – fase ultrarromântica (mal-do-século)
Introdução
Entre as características gerais do Romantismo, aquela que mais se faz presente na segunda geração do movimento no Brasil é a evasão da realidade. Só que essa evasão não acontece no tempo ou no espaço, como na primeira geração. Agora, a fuga da realidade ganha contornos trágicos. 
Os heróis românticos encontram na morte uma solução para seus problemas existenciais, podendo chegar, inclusive, ao suicídio. Isso acontece porque, de acordo com o pensamento romântico, o indivíduo vive em constante conflito com a sociedade, tornando-se uma espécie de “desajustado”. Essa sensação de constante desajuste tem como consequência alguns comportamentos tipicamente românticos: pessimismo, dor existencial, sofrimento, isolamento.
Essas atitudes caracterizam aquilo que ficou conhecido como “mal do século”. Assim sendo, por levar o subjetivismo romântico às últimas consequências, a segunda fase do Romantismo no Brasil também é conhecida como geração ultrarromântica. 
Obras e Autores
Lira dos vinte anos; O conde Lopo; Noite na taverna; O livro de Fra Gondicario; Macário (Álvares de Azevedo);
As primaveras; Camões; O Jaú (Casimiro de Abreu);
Vozes da América; estandarte auriverde; Canto do ermo e da cidade, Cantos religiosos; Anchieta ou o evangelho nas selvas (Fagundes Varela).
Inspirações do Caustro (Junqueira Freire).
Terceira geração – fase social (condoreira) 
Introdução
Na terceira fase do movimento romântico, o Brasil já se encontra em outro contexto social e histórico. É o momento em que os republicanos querem acabar com a monarquia e o movimento abolicionista ganha força entre os intelectuais. Por isso, a terceira fase do Romantismo também é conhecida como geração condoreira, pois o condor é uma ave que, voando muito alto, representa o desejo de renovação da sociedade brasileira. 
Na verdade, a terceira geração romântica questiona a ideologia da primeira geração. É que os escritores da primeira fase do Romantismo, como José de Alencar, representam o povo brasileiro como resultado da união de duas etnias: o branco europeu e o índio – mas deixa o negro de fora desse projeto nacionalista-literário. Afinal, numa sociedade escravocrata, transformar o negro em herói seria umagrande contradição.
Logo, podemos pensar que a terceira geração, ao recuperar o negro como personagem da nossa cultura, possibilita uma resposta a essa lacuna.
Obras e Autores
Navio Negreiros; espumas flutuantes; Os escravos; A cachoeira de Paul Afonso; Hino do Equador; Gonzaga ou a revolução de Minas (Castro Alves);
Obras poéticas; Harpa selvagem; Guesa errante (Sousândrade);
Dias e noites (Tobias Barrento).
Realismo (1881)
A segunda metade do século XIX foi marcada por um período de profundas mudanças no modo de pensar e agir das pessoas. As contradições sociais começaram a aparecer em decorrência da Revolução Industrial, e todos esses fatores influenciaram as artes de um modo geral, sobretudo a literatura. 
O egocentrismo romântico deu lugar às correntes cientificistas que buscavam explicar fenômenos sociais, naturais e psicológicos sob o viés de teorias materialistas. A subjetividade, comum ao Romantismo e ao Simbolismo, foi substituída pela objetividade das ideias do Realismo.
O Realismo é subdividido em Romance Realista, Romance Naturalista e Poesia Parnasiana.
Romance Realista
Contextualização histórica
Em 1857, Gustave Flaubert publica Madame Bovary, recebido como um escândalo pelo público, acostumado aos heróis românticos, sonhadores e idealistas. A protagonista é Ema Bovary, uma mulher casada que busca no adultério uma saída para sua vida sem graça. No final, a personagem se mata, mas não por amor – é porque ficou endividada. 
Com esse romance, Flaubert revela ao público a hipocrisia da vida burguesa, preocupada com apenas com a aparência. O texto é considerado o marco inicial do Realismo na Europa, pois busca retratar a vida em sociedade de modo objetivo e fiel, sem o idealismo dos românticos.
No Brasil, o principal representante da prosa realista é o carioca Machado de Assis. Os romances da fase “madura” do escritor são considerados realistas, pois desmascaram os interesses que estão por trás das relações sociais e analisam seus personagens de um ponto de vista psicológico.
Porém, Machado vai além disso. É um escritor que desafiou a tradição, trazendo inovações que fazem de sua obra um marco na literatura brasileira e ocidental.
Obras e Autores
Amor por anexins; A pele do lobo; O dote; A princesa dos cajueiros; O liberato; A mascote na roça; O tribofe; revelação de um segredo; A fantasia; A capital federal (Artur Azevedo);
Helena; Memórias Póstumas de Brás Cubas; Quincas Borba; Dom Casmurro; Crisálidas; Relíquias da casa velha; História sem data; Crítica literária (Machado de Assis);
O ateneu; Uma tragédia no Amazonas; Microscópicos; Agonia; As joias da coroa; Canções sem metro (Raul Pompeia).
Romance Naturalista
Contextualização histórica
Seguindo as premissas do Naturalismo europeu, no final do século XIX, os escritores também começaram a conceber seus romances como instrumento de análise da sociedade brasileira, e não apenas como entretenimento para a classe média, como fizeram os autores românticos. 
O principal representante da estética naturalista no Brasil foi o maranhense Aluísio Azevedo, autor de obras como O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço, considerado sua obra-prima. O romance foi, provavelmente, inspirado no cortiço mais famoso do Rio de Janeiro no final do século XIX, conhecido como Cabeça de Porco. Depois de sua demolição, em 1893, tem início o processo de favelização dos morros cariocas.
Obras e Autores
A normalista; O bom criolo; Tentação; Judith (Adolfo Caminha);
Uma lágrima de mulher; O mulato; Mistérios da Tijuca; O cortiço; Memórias de um condenado (Aluísio de Azevedo);
Luzia-homem (Domingos Olímpio);
O cacaulista; Histórias de um pescador; O coronel sangrado; O missionário (inglês de Sousa);
A carne; Padre Belchior de Pontes (Júlio Ribeiro);
Dona Guidinha do Poço; A afilhada (Manuel de Oliveira Paiva).
Poesia Parnasiana
Contextualização Histórica
Como muitos dos movimentos culturais, o Parnasianismo teve sua inspiração na França, de uma antologia poética intitulada O Parnaso contemporâneo, publicada em 1866. Parnaso era o nome de um monte, na Grécia, consagrado a Apolo (deus da luz e das artes) e às musas (entidades mitológicas ligadas às artes). 
No Brasil, em 1878, em jornais cariocas, um ataque à poesia do Romantismo gerou uma polêmica em versos que ficou conhecida como a Batalha do Parnaso. Entretanto, considera-se como marco inicial do Parnasianismo no país o livro de poesias Fanfarras, de Teófilo Dias, publicado em 1882. O Parnasianismo prolongou-se até a Semana de Arte Moderna, em 1922. 
Obras e Autores
Canções românticas; Meridionais; Sonetos e poemas; Versos e rimas (Alberto de Oliveira). 
Primeiros sonhos; Sinfonias; Versos e versões; Aleluias; Poesias (Raimundo Correia).
Via Láctea; Sarças de fogo; Alma inquieta; O Caçador de esmeraldas; Tarde (Olavo Bilac).
Ardentias; Relicário; Rosa; Rosa de amor; Poemas e Canções (Vicente de Carvalho).
Simbolismo (1893)
Contextualização Histórica
Após a Segunda Revolução Industrial, a economia mundial entra em crise. Houve aumento da concorrência e, com isso, falta de mercado consumidor. As empresas pequenas não conseguiram sobreviver, sendo encampadas pelas maiores, formando os trustes. O monopólio da comercialização de produtos com a formação dos cartéis limita as condições de venda e de pagamentos. O capitalismo não se desenvolve de maneira uniforme no mundo, gerando concentração de capital em países como França, Inglaterra e Estados Unidos, instituindo-se as grandes potências e o imperialismo econômico.[9: Fusão de várias empresas de modo a formar um monopólio com o intuito de dominar determinada oferta de produtos e/ou serviços. Pode-se definir truste também como uma organização empresarial de grande poder de pressão no mercado.]
Com o capitalismo e a evolução da ciência e da tecnologia, o mundo volta seu olhar para os interesses materiais. Entretanto, a classe trabalhadora não obteve melhorias em suas condições de vida, principalmente por causa da exploração de mão de obra como meio de auferir grandes lucros pelos empreendedores capitalistas. Isso gerou insatisfação e frustração ao homem comum, que passa a buscar conforto no lado místico e espiritual do universo.
Tal busca pelo subjetivismo revela-se na arte como um retorno ao Romantismo, em que o anseio pelo refúgio fora do mundo real era valorizado. Nesse sentido, o predomínio da emoção supera o cientificismo e o objetivismo do período anterior, mas uma emoção carregada de frustrações e tristezas em decorrência do momento vivido na época.
Características
Predominância da emoção; 
O objeto deve estar subentendido, não se mostrando claramente – daí o "símbolo";
Musicalidade (através de aliterações, assonâncias e outras figuras de estilo);
Referências a cores, principalmente à branca;
Presença de motivos religiosos; a poesia representaria uma espécie de ritual;
Sonho, imaginação e espiritualismo;
Subjetividade;
Culto à forma, com influências parnasianas;
Uso da figura de linguagem sinestesia, que representa a fusão de sensações (beijo amargo, cheiro azul), além de outras como personificação e metáfora;
Abordagem vaga de impressões subjetivas e/ou sensoriais (Impressionismo), sobretudo na pintura. 
Obras e Autores
Broquéis; Missal; Evocações; Faróis; Últimos sonetos (Cruz e Sousa);
Setenário das dores de Nossa Senhora; Câmara ardente; Dona Mística; Kyriale; Pastoral aos crentes do amor e da morte; A escada de Jacó; Salmos da noite (Alphonsus de Guimaraens).
Pré-Modernismo (1902)
Contextualização Histórica
O período literário conhecido como Pré-Modernismo situa-se, aproximadamente, nas duas primeiras décadas do séc. XX, precedendo o movimento modernista de 22. Na verdade, o Pré-Modernismo não corresponde a uma escola literária, mas sim a um confluir de escritores que, não correspondendo a nenhuma das estéticas de fins do século XIX, tiveram uma produção de impacto, apresentando novas vertentes estilísticas e/ou temáticas em nossa literatura.
O Rio de Janeiro do início do século XX,capital da recém-proclamada República, em meio a suas profundas transformações promovidas pela reforma urbana de Pereira Passos, na região central da cidade, é o pano de fundo da obra de dois grandes representantes do momento pré-modernista: Lima Barreto e João do Rio.[10: Engenheiro e político brasileiro. Foi prefeito da cidade do Rio de Janeiro entre 1902 e 1906, nomeado pelo presidente Rodrigues Alves.]
A Reforma Pereira Passos, também conhecida à época por Bota Abaixo, instaurava o período conhecido como Belle Époque, marcado por ares europeizados do Centro da Cidade, sobretudo. O Rio de Janeiro apresentava-se como a Paris dos Trópicos.
No Brasil
Esse mesmo cenário agudiza conflitos sociais na cidade. A percepção dessa desigualdade social marcada será sublinhada na obra de Lima Barreto. 
O escritor, de fato reconhecido em sua grandiosidade apenas postumamente, trouxe uma prosa em linguajar mais corrente, de certa forma, retomando o projeto de abrasileirar a linguagem literária brasileira, iniciado por Alencar e que atingiria seu clímax com os modernistas de 22. 
Sua literatura é de denúncia de desigualdades sociais e preconceitos, de temáticas que retratam aspectos mais populares da sociedade e de construção de um projeto de país utópico, como bem retratadas em sua obra maior O triste fim de Policarpo Quaresma.
Obras e Autores
Eu (Augusto dos Anjos);
O rajá de Pendjab; O morto; O paraíso; Tormenta; Esfinge; Rapsódias; Álbum de Calibã; Vida mundana (Coelho Neto);
Os sertões; Contrastes e confrontos; Peru versus Bolívia; A margem da História; Canudos – diários de uma expedição (Euclides da Cunha);
Canaã; A viagem maravilhosa; Malazarte; A estética da vida; Espírito moderno; Futurismo (Graça Aranha);
Recordações do escrivão Isaias Caminha; O triste fim de Policárpio Quaresma; Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá (Lima Barreto);
Urupês; Cidades mortas; Negrinha; O macaco que se fez homem; O presidente negro; Ideias de Jeca Tatu; Reinações de Narizinho; O poço de Visconde; As caçadas de Pedrinho (Monteiro Lobato);
Luz mediterrânea (Raul de Leoni).
Modernismo (1922)
O movimento Modernista é uma referência ao projeto estético que conduziu o fazer artístico nas artes brasileiras, especialmente na primeira metade do séc. XX, com amplas repercussões que nos alcançam contemporaneamente. Habitualmente, o movimento é dividido em grandes momentos, delimitados cronologicamente e, cada um, com sua linhagem de escritores.
O Modernismo, especialmente em sua primeira geração, é o primeiro movimento artístico que não corresponde a um transplante de tendências ideológico-artísticas a terras brasileiras. Contudo, em sua gênese, os artistas que compunham a linha de frente desse movimento beberam amplamente em fontes das Vanguardas Artísticas Europeias do início do séc. XX: o Expressionismo (1905), o Cubismo (1907), o Futurismo (1909), o Dadaísmo (1916) e o Surrealismo (1924).
A pintora Anita Malfatti, em sua exposição de 1917, apresenta em São Paulo uma pintura que incorpora, para além do Impressionismo de fins do séc. XIX, traços evidenciados de diálogo com o contexto geral de inovação das Vanguardas. Sua exposição recebeu severa crítica de Monteiro Lobato, expoente literário, em seu artigo Paranoia ou Mistificação?, do qual é citado um breve trecho:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. [...] A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência; são frutos de fim de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes brilham um instante, as mais das vezes com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento. [...] Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & Cia.
O tom de veemente depreciação é por demais acentuado, e tamanha virulência acaba ironicamente por se tornar fator de coesão a um grupo de jovens artistas que sai em defesa de Malfatti, encabeçados por Oswald de Andrade, depois Mário de Andrade, Menotti del Picchia e outros. A partir de 1919, Tarsila do Amaral estreitaria laços com os autores.
SEMANA DE ARTE MODERNA
Antes mesmo de Malfatti, o pintor Lasar Segall já realizara, em 1913, uma exposição que muito impressionara Mário de Andrade, em seu perfil de pintura não acadêmica. Em 1917, mesmo ano do artigo de Lobato, Oswald e Mário aproximam-se, engendrando o que seria o epicentro da 1ª geração de modernistas. No mesmo ano, o segundo publica, sob o pseudônimo de Mário Sobral, "Há uma gota de sangue em cada poema", em crítica à Primeira Guerra Mundial. 
Manuel Bandeira publica, respectivamente, em 1917 e em 1919, "A cinza das Horas" e "Carnaval". Em 1921, durante o grandioso lançamento de "As máscaras", de Menotti del Picchia, Oswald de Andrade conclama a chegada do momento da revolução modernista no Brasil. Também em 21, Di Cavalcanti expõe seus desenhos e caricaturas na mostra "Fantoches da Meia-Noite"; Mário de Andrade compõe sua série "Mestres do Passado", em que analisa a poesia parnasiana, considerada, então, referência de fazer poético.
Estava formada a base do que viria a ser a Semana de Arte Moderna de 1922, ano do centenário da Independência, logo, propício ao repensar da própria identidade nacional. O evento aconteceu entre 13 a 17 de fevereiro, quando os artistas referidos apresentaram sua arte moderna, sobretudo, à intelectualidade paulistana, sob a chancela do notabilizado pré-modernista Graça Aranha. O objetivo do evento era, claramente, chocar os presentes, ressignificando o próprio conceito de arte. 
O evento, realizado no Teatro Municipal de São Paulo, gerou ferozes críticas conservadoras, o que era, desde o princípio, seu objetivo. Com as esculturas e pinturas transgressoras conferências de Graça Aranha, Menochi del Picchia, a declamação de "Os sapos", de Manuel Bandeira e Heitor Villa-Lobos apresentando-se de roupa formal e chinelo gerou grande repercussão.
A partir desse momento, estavam abertas as portas trariam, além dos autores da primeira geração modernista, contemporânea e participante dos acontecimentos relatados, todo um rol de imortais nomes da literatura brasileira do século XX, como: Carlos Drummond, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e tantos outros.
Primeira Geração (Fase Heroica)
Contextualização Histórica
Nascida da Semana de Arte Moderna de 1922 e de seus antecedentes estéticos e ideológicos, a primeira geração de escritores modernistas corresponde fundamentalmente ao grupo protagonista desses eventos. Foi meta privilegiada sua a elaboração e execução de um projeto estético de arte brasileira, com “brasilidade”.
A essa primeira geração, também, convencionalmente, denominada “heroica”, coube, portanto, estabelecer os novos paradigmas de arte. Assim, a missão a que seus autores se propunham era solapar os pilares da arte acadêmica tradicional “importada” da Europa ao longo dos anos, numa postura carregada de iconoclastia e que se pretendia fundante da verdadeira arte brasileira.
Características
O período de 1922 a 1930 é o mais radical do movimento modernista, justamente em consequência da necessidade de definição e do rompimento com as estruturas do passado. Daí, o caráter anárquico dessa primeira fase do modernismo e seu forte sentido destruidor, assim definido por Mario de Andrade:
[...] Se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e ideias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor. [...]
Ao mesmo tempo que seprocura o modernismo, o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: volta às origens, pesquisa de fontes quinhentistas, busca de uma “língua brasileira” (a língua falada pelo povo nas ruas), paródias, numa tentativa de repensar a história e a literatura brasileira, e valorização do índio verdadeiramente brasileiro. É o tempo dos manifestos nacionalistas do Pau-Brasil e da Antropofagia, dentro da linha comandada por Oswald de Andrade, e dos manifestos do Verde-Amarelismo e do grupo da anta que já trazem a semente do nacionalismo fascista comandado por Plínio Salgado.
Como se percebe já ao final da década de 20, a postura nacionalista aponta duas vertentes distintas: de um lado, um nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade brasileira, identificado politicamente com as esquerdas; de outro, nacionalismo ufanista, utópico, exagerado, identificado com as correntes políticas de extrema direita.
Obras e Autores
Brás, Bexiga e Barra Funda; Laranja da China; Mana Maria (Antônio de Alcântara Machado);
Dentro da noite; a frauta de Pã; Martim-Cererê; Deixa estar; O sangue das horas (Cassiano Ricardo);
A cinza das horas, Carnaval; Ritmo Dissoluto; Libertinagem; Lira dos Quinhent’anos; Estrela da manhã; Crônicas da província do Brasil (Manuel Bandeira);
A uma gota de sangue em cada poema; Pauliceia desvairada; Losango Cáqui; Clã o jabuti; Macunaíma; lira paulistana; A escrava que não é Isaura (Mario de Andrade);
Juca mulato; Moisés; Chuva de pedras; O homem e a morte (Menotti del Picchia);
Pau-Brasil; Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade; Cântico dos cânticos para flauta e violão; Os condenados (Oswald de Andrade);
Toda a América; Epigramas; Epigramas irônicos e sentimentais (Ronald de Carvalho).
Segunda Geração (Geração de 30)
Contextualização Histórica
Na Literatura modernista dos anos 30, as conquistas da geração modernista de 22 já se encontram consolidadas. É preciso, mais do que digeri-las, também ressignificá-las, sobretudo em um mundo de repentina maior complexidade, ditado por um contexto de apreensão e perplexidade mediante um contexto beligerante nunca antes visto, nas proporções que por fim tomou e que não refrearam no período entre guerras.
O mundo é ditado, agora, por uma atmosfera de pessimismo quanto aos rumos da humanidade, mas também pela necessidade de compreensão, de maior envolvimento social. Essas demandas também nortearão o olhar de toda uma safra de escritores a um cenário novo em nossa literatura: o Nordeste, suas agruras e suas sofridas personagens. Eis os balizadores que nortearão a visão modernista da segunda geração. Sua produção é bastante fecunda tanto em prosa quanto em poesia. 
Costumeiramente, situam-se os marcos dessa geração entre 1930 e 1945.   
Poesia
Contextualização Histórica
Há na poesia, dessa fase, um grau de uniformidade e mesmo de coesão menor do que nos autores de 1922. Percebe-se, no entanto, que a maior parte dos autores de 22 são contemporâneos da safra de poetas de 30, com os quais partilham o gosto pelo verso livre, a liberdade temática, a postura antiacadêmica, a valorização do cotidiano. Esses traços aqui não são mais uma espécie de guia a se seguir, mas amplas conquistas já estabelecidas. 
A produção desses autores abrange tanto as típicas experiências estéticas modernistas quanto a liberdade de, inclusive, retomar modelos tradicionais.
Característica
A poesia dessa segunda fase do modernismo representa um amadurecimento e um aprofundamento das conquistas da geração de 1922, percebe-se, inclusive, a influência exercida por Mário e Oswald de Andrade sobre os jovens que iniciaram suas produções poéticas após a realização da Semana. Lembra-se, a propósito, que Carlos Drummond de Andrade dedica seu livro de estreia, algumas poesias (1930), a Mário de Andrade; Murilo Mendes, com seu livro História do Brasil, segue a trilha aberta por Oswald, repensando a história brasileira com muito humor e ironia: 
Festa Familiar
Em outubro de 1930
Nós fizemos – que animação! – 
Um pic-nic com carabinas.
	Formalmente, os novos poetas continuam a pesquisa estética iniciada na década anterior, cultivando o verso livre, a poesia sintética: 
Cota zero
Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?
	Entretanto, é na temática que se percebe uma nova postura do artista, que passa a questionar com maior vigor a realidade e, fato extremamente importante, passa a se questionar tanto como um indivíduo em sua “tentativa de exploração e de interpretação ‘estar – no – mundo’”, como em seu papel de artista. O resultado é uma literatura mais construtiva e mais politizada, que não quer e não pode se afastar das profundas transformações ocorridas neste período; daí também o surgimento de uma corrente mais voltada para o espiritualismo e intimismo.
	De qualquer forma é um tempo de definições, de compromissos, de aprofundamentos do eu com o mundo, mesmo com a consciência da fragilidade do eu. 
Obras e Autores
Navio perdido; Pássaro cego; desaparição da amada; Canto da noite (Augusto Frederico Schimidt);
Algumas poesias; Brejo das almas; Sentimento do mundo; A rosa do povo; Claro enigma; Viola de bolso; Boitempo; As impurezas do branco; Menino antigo (Carlos Drummond de Andrade);
Aspectros; Nunca mais; retrato natural; Romanceiro da inconfidência; Ou isto ou aquilo; Giroflê giroflá; Escolha seu sonho (Cecília Meireles);
O caminho para distância; Forma e exegese; Ariana, a mulher; Cinco elegias; Para viver um grande amor; Orfeu da Conceição (Vinícius de Morais);
Prosa
Contextualização 
É na prosa que essa geração vai instituir a grande novidade em nossa literatura, ao apresentar um protagonismo a partir daí, permanentemente, presente na cultura brasileira: o da figura do nordestino sofrido, em meio às agruras da seca, aos desmandos sociais. 
São romances caracterizados pela denúncia social. Houve grande interesse por temas nacionais, uma linguagem mais brasileira com um enfoque mais direto dos fatos, aproximando-se de procedimentos do Realismo-Naturalismo. Na prosa, atingiu-se elevado grau de tensão nas relações do "eu" com o mundo; é o encontro do escritor com seu povo. Havia uma busca do homem brasileiro nas várias regiões, por isso, o regionalismo ganhou importância, com destaque às relações da personagem com o meio natural e social (seca, migração, problemas do trabalhador rural, miséria, ignorância). 
Além do regionalismo, destacaram-se também outras temáticas como o romance urbano e psicológico, o romance poético-metafísico e a narrativa surrealista. 
Refletindo as preocupações sociais e políticas que agitavam o Brasil na época, desenvolveu-se um tipo de ficção que encaminhou para o documentário social e romance político. A publicação, em 1928, de A bagaceira, de José Américo de Almeida, costuma ser indicada como marco inicial dessa série de obras cuja intenção básica foi a denúncia dos problemas sociais econômicos do nordeste, dos dramas dos retirantes das secas e da exploração do homem num sistema social injusto.
Características
As transformações vividas pelo país com a Revolução de 1930 e o consequente questionamento das tradicionais oligarquias, os efeitos da crise econômica mundial, os choques ideológicos levando a posições mais definidas e engajadas, formam um campo propicio ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia social, verdadeiro documento da realidade brasileira, que exprime um elevado grau de tensão nas relações do eu com o mundo.
Numa incessante busca do homem brasileiro, o regionalismo ganha uma importância, até então, não alcançada na literatura brasileira, levando ao extremo as relações do personagem com o meio natural e social. 
Poder-se-á ainda, acrescentar outros temas abordados por estes autores: nas regiões de cana, os burguês e os engenhos sendo devorados pelas modernas usinas – ponto fundamental do romance de José Lins do Rego –; o poder político nas mãos de interventores; e as constantes secas acirrando as desigualdades sociais, gerando mãode obra baratíssima, um intenso movimento migratório, a miséria e a fome.
Obras e Autores
Fronteiras; Repouso; A menina morta (Cornélio Pena);
O amanoense; Belmiro; Abdias; A montanha (Ciro dos Anjos);
Clarissa; Música ao longe; Um lugar ao sol; Olhai os lírios do campo; O resto é silêncio; O senhor embaixador; Incidentes em Antares (Érico Veríssimo);
Angústia; Caetés; São Bernardo; Vidas secas; Infância; Insônia; Memórias do cadáver (Graciliano Ramos);
O país do Carnaval; Cacau; Suor; Capitães de areia; Jubiabá; Seara vermelha; Terras dos sem fim; São Jorge dos Ilhéus; Gabriela, cravo e canela; Os pastores da noite; Dona flor e seus dois maridos; Tenda dos milagres (Jorge Amado);
O quinze; João Miguel; Caminho de pedras; As três Marias; Lampião; A beata Maria do Egito (Raquel de Queirós).
Pós-Modernidade (1945)
Contextualização Histórica	
A terceira geração modernista nasce no contexto pós 2ª Guerra Mundial e, no Brasil, depois da ditadura Vargas. Os novos tempos são de Guerra Fria e governo JK. Nesse cenário, vão surgir escritores que exploram a forma literária, tanto em prosa quanto em poesia, sob novos parâmetros, além de aprofundarem os conteúdos inovadores. 
Há, em meio à crítica literária, quem considere que, nessa geração, não mais se trata de Modernismo, denominando seus autores, por vezes, de pós-modernistas. Vê-se, de fato, nessa fase, um apuro e rigor formal menos afeito ao padrão estético instaurado pelos escritores de 1922.
Obras e Autores
Auto da compadecida; A pena e a lei; O santo e a porca (Ariano Suassuna);
Perto do coração selvagem; O lustre; A maça no escuro; Laços de família; A legião estrangeira; A paixão segundo G. H.; Agua Viva (Clarice Lispector);
A luta corporal; João Boa-Morte; Dentro da noite veloz; Cabra marcado para morrer; Poema sujo (Ferreira Gullar);
Sagarana; Corpo de baile; Grande sertão; Veredas; Primeiras estórias; Tutameia: terceiras estórias; Estas estórias (Guimarães Rosa);
Pedra do sono; O engenheiro; Psicologia da composição; Fábula de Anfion e Antiode; O cão sem plumas; O rio; Morte e vida severina; Auto do frade (João Cabral de Melo Neto);
A moratória; A veredas da salvação; A escada; Os ossos do barão; Senhora da boca do luxo; Rastro atrás; Milagre na sela (Jorge Andrade);
O caminho sem aventura; A morte do Brasil; Ninho de cobra; As alianças; Os sobrinhos do general; A noite misteriosa; Use a passagem subterrânea (Lêdo Ivo);
Canto ao meio; Elegias (Mauro Mota);
Perdoa-me por me traíres; Álbum de família; Os sete gatinhos; Viúva porém honesta; Bonitinha mas ordinária; A falecida; Boca de ouro; Beijo no asfalto; Toda nudez será castigada; A serpente (Nelson Rodrigues);
Sol sem tempo; Lamentação floral (Péricles Eugênio da Silva Ramos);
Contemporaneidade (1959)
Contextualização Histórica
A Literatura Brasileira Contemporânea engloba as produções do final do século XX e da primeira metade do século XXI sendo marcada por uma multiplicidade de tendências.
Ela reúne um conjunto de caraterísticas de diversas escolas literárias anteriores, revelando assim, uma mistura de tendências que irão inovar a poesia e a prosa do período.
Vale lembrar que muitas características da literatura contemporânea estão relacionadas com o movimento modernista, por exemplo, a ruptura com os valores tradicionais, entretanto, a identidade nesse momento não é mais uma busca, sendo revelada por uma crise existencial do homem pós-moderno.
Poesia
A partir da década de 50, vários movimentos e grupos procuraram novos caminhos para a poesia brasileira em função das transformações (mudanças de ordem política, social, econômica e tecnológica) do mundo. Por outro lado, a prosa de ficção revelou dezenas de novos autores, que ora usam recursos tradicionais da técnica narrativa, ora buscam novas formas de expressão, inserindo-se numa perspectiva experimentalista.
Concretismo (1956)
Concepção poética baseada na geometrização e na visualização da linguagem, que preconiza a substituição da estrutura tradicional do verso por expressões nominais relacionadas espacialmente. O grupo concretista foi liderado por Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari.
Neoconcretismo (1957)
Reage aos excessos formais dos concretistas, propondo uma poesia social, mais voltada para os problemas do país. São representantes desse grupo: Ferreira Gullar, Thiago de Melo, José Paulo Paes.
Poesia Práxis (1962)
Considera as palavras que integram um vocabulário não um simples objeto inerte de composição, e sim energia transformável. Mário Chamie lidera a nova tendência e Cassiano Ricardo adere ao movimento.
Poesia Participante (1962)
Textos que se utilizam de acontecimentos da vida política nacional, de fatos históricos e problemas sociais.
Poema Processo (1967)
Propôs uma nova codificação para o texto, que seria uma nova linguagem. Utilizaram, além da palavra, fotografias, desenhos, colagens. Foi liderado por Wladimir Dias-Pino.
Tropicalismo
Movimento cultural do fim da década de 60 que revoluciona a música popular brasileira. É iniciado no lançamento das músicas “Alegria, Alegria” de Caetano Veloso e “Domingo no Parque” de Gilberto Gil, no Festival de MPB da TV Record em 1967. É influenciado pelo Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade e também um reflexo da resistência à censura e à repressão, agravada após o AI – 5 (1968).
Prosa
Intertextualidade, aproveitamento da forma popular de ficção, cultivo da ambiguidade, exploração da paródia, rompimento com a sintaxe são aspectos que marcam a narrativa ficcional contemporânea.
Romance
Realista-regionalista: Mário Palmério, Antônio Callado...
Introspectivo: Lygia Fagundes Telles (influência de Clarice Lispector), Autran Dourado, Adonias Filho...
Preocupação com a linguagem: Osman Lins, Nélida Pinon...
Outras tendências:
Romance policial: Rubem Fonseca, Marcelo Rubens Paiva, Garcia Rosa, etc.
Romance memorialista: Fernando Gabeira.
Outros romancistas: J.J. Veiga e João Ubaldo Ribeiro.
Conto
Representantes: Moacyr Scliar, Marina Colasanti, Dalton Trevisan, Murilo Rubião, entre outros.
Crônica
Forma literária muito divulgada nos veículos de comunicação de massa. Dedicam-se ao gênero: Luís Fernando Veríssimo, João Ubaldo Ribeiro, entre outros.
Obras e Autores
A Coleira do Cão; O Cobrador; Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos; Feliz Ano Novo; Agosto (Rubem Fonseca);
O Analista de Bagé; O Popular; Ed Mort e Outras Histórias; A Velhinha de Taubaté; O Santinho; O Jardim do Diabo; Comédias da Vida Pública; Gula – O Clube dos Anjos (Luís Fernando Veríssimo);
Solte os Cachorros; O Homem da Mão Seca; Manuscritos de Filipa; Palavra de Mulher; Contos Mineiros; Poesia Reunida; Prosa Reunida; A Imagem Refletida (Adélia Prado);
Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo; Madeira Feita de Cruz; A Casa da Paixão; A Doce Canção de Caetana; Vozes do Deserto; Coração Andarilho; Tempo das Frutas; Até Amanhã, Outra Vez; A Roda do Vento; Aprendiz de Homero (Nélida Piñon).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pode observar no decurso desta monografia, as escolas literárias brasileiras, como em qualquer período e lugar, são imbuídas das sensibilidades dos autores e das pessoas que os leem. 
A colonização portuguesa, fator marcante do início da literatura brasileira, como foi apresentada, é contextualizada pela catequização dos índios e escravização dos negros; encontros de culturas distintas e diversas formas de ver o mundo. A culminação disso é demonstrada nos escritos de padre José de Anchieta, por exemplo. Ou ainda, a Carta de Pero Vaz de Caminha, descrevendo a sua alteza as belezas e peculiaridades das novas terras conquistadas para o Reino. 
O curso literário que se seguiu daí em diante seria inimaginável, tomando formas e características cada vez mais próprias do Brasil, ou mesmo reinvindicação de movimentos passados, culminando em novos períodos, com ênfases diversas. Como fora exemplado no decorrer dessa monografia, as escolas literárias do barroco e arcadismo refletem essa problemática.
As característicasbrasileiras foram cada vez mais difundidas e cultivadas, desde os altos períodos do romantismo, passando pelas mudanças sociais, politicas e culturais dos períodos de transição do parnasianismo e pré-modernismo, ao movimento modernista, cunhado pela Semana de Arte Moderna, refletindo novos nuances da literatura brasileira; até o período contemporâneo marcado pela múltipla e dinâmica comunicação, cercada de aparatos tecnológicos. 
Assim como há diferentes períodos, há diversos autores que foram os ícones de cada período, com opiniões e características singulares; cada autor optando por diferentes formas de escrita, cada um escolhendo, a maneira que considera melhor para retratar, expor, interpretar e analisar a realidade ou seus medos e anseios. É por esta razão que as escolas literárias não são independentes, mas uma sendo base da outra, tecendo o corpo literário característico desse múltiplo povo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros
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Endereços Eletrônicos
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SILVA, Marina Cabral Da. "O Barroco no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/literatura/o-barroco-no-brasil.htm>. Acesso em: 04/11/2016 as 19:24.
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VILARINHO, Sabrina. "Parnasianismo no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/literatura/parnasianismo-no-brasil.htm>. Acesso em: 05/11/2016 as 21:56.
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WIKIPÉDIA. Arcádia Lusitana. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Arc%C3%A1dia_Lusitana>. Acesso em: 05/11/2016 as 15:03.
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__________. Quinhentismo. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Quinhentismo>. Acesso em: 04/11/2016 as 22:53.
__________. Pero Vaz de Caminha. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pero_Vaz_de_Caminha>. Acesso em: 04/11/2016 as 19:09.
ANEXOS
Imagens
	Imagem 1
	
	Carta a El-Rei Dom Emanuel sobre o descobrimento do Brasil. Por Pero Vaz de Caminha.
Quadros Comparativos
	CLASSICISMO
	BARROCO
	
	NEOCLASSICISMO
	BARROCO
	Equilíbrio e harmonia
	Desequilíbrio e exuberância
	
	Volta ao Renascimento
	Volta a Idade Média
	Estatismo expressivo
	Dinamismos violentos
	
	Objetivismo
	Subjetivismo
	Euforia Vital
	Depressão vital
	
	Racionalismo
	Imaginação
	Perenidade
	Perecimento
	
	Ideias definidas
	Ideias em dilemas
	Exaltação do humano
	Pessimismo em relação ao homem
	
	Clareza
	Fusionismo
	Glória e fama
	Desencanto
	
	Equilíbrio
	Desequilíbrio
	Antiguidade Clássica
	Idade Média
	
	Purismo
	Palavras estrangeiras
	Paganismo
	Mitologia e cristianismo
	
	Simplicidade
	Complexidade
	Sistemas racionais
	Complicação e quebra de sistemas
	
	Comedimento de figuras
	Livre emprego de figuras
	Colorido
	Claro-escuro
	
	Clareza de ideias
	Confusão de ideias
	Clareza
	Hermetismo
	
	Diz-se
	Sugere-se
	Uniformidade
	Aspectos distintos
	
	Arte reta
	Arte contorcida
	NEOCLASSICISMO
	ROMANTISMO
	
	ROMANTISMO
	REALISMO
	Volta à Antiguidade Classica
	Volta à Idade Média
	
	Subjetivismo
	Objetivismo
	Objetivismo
	Subjetivismo
	
	Fantasia e sonho
	Realidade
	Comedimento
	Imaginação
	
	Imaginação
	Observação
	Modelos e esquemas
	Liberdade Métrica
	
	Evasão da vida
	Procura da vida
	Universalismo
	Individualismo
	
	Assunto do passado
	Assuntos contemporâneos
	Mitos pagãos
	Mananciais cristãos
	
	Sentimento
	Razão 
	Realidade
	Fantasia
	
	Fatos psicológicos de ordem espiritual
	Fatos psicológicos de ordem material
	Valorização do presente
	Valorização do passado
	
	idealismo
	Imediatismo
	Racionalismo
	Sentimentalismo
	
	Inverdade gramatical
	Correção gramatical
	Observação
	Imaginação
	
	Individualismo 
	Universalismo
	Introspecção psicológica
	Introspecção emotiva
	
	Espiritualismo 
	Materialismo
	O Belo é universal e ideal
	O Belo é individual e sentimental
	
	Complexidade 
	Simplicidade
	Mitologia greco-latina
	Maravilhoso cristão
	
	Artificialismo 
	Naturalidade
	A natureza como ornamento
	Fascinação pela natureza
	
	Descrição 
	Narração
	A natureza como pano de fundo
	A natureza insinuante e exótica
	
	Verificação da vida
	Interpretação própria da vida
	A natureza como simples cenário
	A natureza e os seus contornos sugestivos
	
	
	
	Apego à retórica e à poética
	Abolição da retórica e da poética
	
	
	
	ROMANTISMO
	PARNASIANISMO
	
	PARNASIANISMO
	SIMBOLISMO
	Subjetivismo
	Objetivismo
	
	Concepção imediata da vida
	Concepção mística da vida
	Inconformismo
	Impassibilidade
	
	Interesse pelo geral
	Interesse peloparticular
	Interior
	Exterior
	
	Interesse pelo universal
	Interesse pelo individual
	(eu)
	(ele)
	
	Valorização plástica
	Valorização musical
	Variação, exuberância
	Sobriedade e serenidade
	
	Objetivismo
	Subjetivismo
	Poesias dos estados indecisos da alma
	Poesia dos estados definidos da alma
	
	Temas pagãos
	Temas cristãos
	Poesia de confidencias
	Poesia descritiva
	
	Realidade
	Imaginação
	Instabilidade 
	Equilíbrio
	
	Matéria
	Espírito
	Sentimentalismo exuberante
	Sentimento contido
	
	Real
	Irreal
	Espiritualismo e idealismo
	Ateísmo e racionalismo
	
	Poesia descritiva
	Poesia sugestiva
	Cristianismo medieval
	Paganismo greco-romano
	
	O consciente e o terreno
	O misticismo e o subconsciente
	Fantasia
	Realidade
	
	Concepção material da vida
	Concepção mística da vida
	Expressão do imperfeito, do emocional
	Expressão do perfeito, do racional
	
	Conhecimento lógico
	Conhecimento intuitivo
	Arte popular
	Arte erudita
	
	Ênfase na realidade
	Ênfase na imaginação e fantasia
	Desprezo ao artesanato poético
	Rigor da forma
	
	Interesse geral
	Interesse no espirito intimo do homem
	Presença da linguagem transmitida
	Predomínio da linguagem adquirida
	
	A palavra real
	A palavra sonora, colorida
	Inspiração anárquica
	Inspiração serena
	
	
	
	Poesia do outono, do inverno, das sombras
	Poesia do verão, da primavera, da luminosidade

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