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Odontologia Legal no Brasil

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Resumo 
Odontologia Legal
AV1
Lucas Silva
1.0 Definição
- A odontologia legal envolve análise, perícia 
pelo dentista com o objetivo de pesquisar 
fenômenos psíquicos, físicos, químicos e 
biológicos que podem atingir o indivíduo vivo, 
morto ou restos mortais.
- Competências dessa especialidade 
incluem: identificação humana; perícia em 
foro civil, criminalista e trabalhista; tanatologia 
forense; orientação odonto-legal para o 
exercício profissional; deontologia; elaboração 
de laudos, autos e pareceres, relatórios e 
atestados.
2.0 Aspectos históricos
2.1. No mundo: - Odontologia data da pré- 
história e era denominada arte dentária nos 
seus primeiros registros na mesopotâmia;
- Fundação da odontologia legal como ramo 
das ciências forenses pelo dentista Cubano 
Oscar Amoedo, que se interessou por um 
acidente ocorrido em 1897 em Paris, no qual 
as vítimas morreram queimadas impedindo a 
identificação;
2.2. No Brasil: - Tanner de Abreu publicou o 
livro Medicina Legal aplicada à arte dentária 
em 1922.
- 1934 – houve o Congresso Nacional de 
Identificação Humana → foi discutida a 
importância do estudo da fórmula dentária e 
de dentístistas possuírem fichas odontológicas 
completas (prontuários);
- Em 1931 foi instituído o ensino da 
odontologia legal na UFRJ;
- A lei 1314 de 1951 – Primeira vez que foi 
solicitado o título de médico dentista para 
atuação
- Em 1966 – lei 5081, substituiu a lei 1314
3.0 Regulamentação da odontologia legal 
no Brasil
- Está disposta na Consolidação das normas 
para procedimentos nos Conselhos de 
Odontologia, publicados na resolução 63 de 
2005 do CFO;
- O artigo 63 dessa resolução dispõe das 
competências envolvidas na odontologia legal 
(que estão no tópico 1.0);
- A odontologia de maneira geral foi 
regulamentada pela lei 5081 em 1966. Dentre 
as competências do cirurgião dentista 
previstas nessa lei, estavam as perícias 
odontolegais, entretanto o indivíduo deveria 
possuir os conhecimentos prévios necessários 
para essa prática (por formação regular no 
curso de graduação ou em uma pós-
graduação);
4.0 Regulamentação da odontologia no 
Brasil
- Até antes da lei 1314 de 1951, a odontologia 
era feita por dentistas práticos (sem qualquer 
tipo de formação); 
- Em 1933 a atuação dos práticos passa a ser 
restringida e esse não podem mais fazer 
procedimentos que envolvam sangramento. 
Nessa época também passou a não ser mais 
permitido que pessoas sem a experiência 
como prático começassem a atuar;
4.1. Lei 1314 de 1951
- Em 1951, a lei 1314 determinou que a 
prática da odontologia somente por indivíduos 
com título obtido em escola de odontologia 
oficial ou legalmente reconhecida;
- Atribuições do dentístia:
* processos terapêuticos, intervenções 
cirúrgicas, próteses dentárias e buco maxilo-
faciais; prescrever e administrar anestesias 
local e troncular, prescrição de especialidades 
farmacêuticas indicadas na odontologia 
(licenciados pelo Departamento Nacional de 
Saúde);
* prescrever e administrar medicação em 
casos de urgência nos casos em que seu 
paciente esteja sob risco de vida;
* fazer notificação de doenças de notificação 
compulsória;
* ter anexo ao consultório aparelhagem para 
análises clínicas relacionadas com a sua 
especialidade;
* atestar morte;
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* proceder a perícia odonto-legal em fôro 
civil, criminal ou trabalhista.
- É vedado ao cirurgião dentista anunciar:
* cura ou atestado de cura de doenças para as 
quais não há tratamento seguro segundo as 
evidências científicas atuais;
* mais de duas especialidades;
* consultas sem estar na presença do 
paciente;
* Serviços gratuitos em consultórios 
particulares;
* Agradecimentos de pacientes;
* Concorrência desleal (preços muito baixos);
* Expor trabalhos odontológicos como 
propaganda.
4.2 Lei 5081 de 1966
- Lei que substitui a lei 1314;
- Regula o exercício da odontologia no Brasil;
- O dentista passa a poder atestar doenças 
como justificativa de faltas ao emprego (além 
de poder atestar morte);
- Aparelhos de raio X passam a estar 
regulamentados nessa lei (em adição ao 
trecho que permite laboratórios de análises 
clínicas em anexo ao consultório);
- É regulamentada mais especificamente a 
função de perito odontólogo
- Quanto as práticas vedadas na lei 1314, 
essas são mantidas na lei 5081 (incluindo o 
anúncio de cura de doenças para as quais não 
há cura, exposição de trabalhos odontológicos 
como propaganda, concorrência desleal etc);
4.3. Lei 4324 de 1964
- Nessa lei são regulamentados os Conselhos 
Federal e Regionais de odontologia como 
órgãos responsáveis por fiscalizar o exercício 
da odontologial;
- Profissional só é legalmente habilitado 
quando possui inscrição no Conselho Federal 
de Odontologia (que faz a expedição das 
carteiras profissionais); 
- O profissional necessita da inscrição para 
exercício da profissão como autônomo; para 
cargo público, civil ou militar; magistério; 
qualquer outra atividade para a qual seja 
indispensável a condição de cirurgião dentista
- Requisitos para receber a carteira do 
conselho federal de odontologia:
* Ser diplomado em curso de odontologia 
reconhecido pelo MEC;
* Ser diplomado por escola estrangeira com 
diploma devidamente reconhecido;
* Ter colado grau há menos de 2 anos da 
requisição da carteira
5.0 Diretrizes em Odontologia
5.1. Conselho Federal e Conselhos 
Regionais de Odontologia
- Foram estabelecidos pela lei 4324 de 1964 
(tópico 4.3);
- Constituem uma autarquia, cada um é uma 
personalidade jurídica de direito público com 
autonomia administrativa e financeira;
- Os conselhos tem a finalidade de fazer a 
supervisão da ética profissional em toda a 
república;
- Os conselhos buscam sempre debater 
tópicos de importância para os profissionais, 
mercado de trabalho, biossegurança etc;
-Competências dos conselhos regionais:
* Decidir sobre inscrição ou cancelamento de 
profissionais registrados;
* Fiscalizar o exercício da profissão 
(juntamente com os órgãos sanitários);
* Decidir sobre assuntos ligados à ética 
profissional;
* Os conselhos estaduais organizam seus 
regimentos internos e os submetem à 
aprovação do conselho federal; 
* Designar um representante em cada 
município;
*Publicar relatórios anuais dos trabalhos 
feitos;
* Oferecer cursos para formação continuada e 
aprimoramento;
* Dar consultoria jurídica aos profissionais 
inscritos;
* Defender a classe junto as entidades 
públicas
- Os conselhos regionais tem estrutura 
administrativa para fiscalizar, supervisionar a 
ética e julgar processos éticos, etc
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5.1.1 Inscrição junto aos conselhos para 
atuar como Cirurgião-dentista
- Tipos de inscrição:
* Provisória: Dada a profissional recém-
formado, mas ainda sem diploma de 
graduação. Só pode durar 2 anos a partir da 
data da colação;
* Principal: É a inscrição definitiva. Habilita 
para o exercício legal no seu estado de 
inscrição. O número da inscrição provisória é 
mantido
* Secundária: É dada ao profissional que 
deseja atuar em uma segunda região e já se 
encontra registrado em uma região (em um 
CRO);
* Inscrição como especialista: Deve estar 
inscrito previamente no conselho de sua 
jurisdição e apresentar comprovação de sua 
formação como especialista.
* Cancelamento da inscrição: Pode ser 
requerido pelo profissional ou pessoa 
autorizada por procuração (encerra as 
atividades do profissional na odontologia)
5.2. Obrigações fiscais dos profissionais:
- Contribuição sindical – Imposto federal, sua 
contribuição é prevista por lei, na CLT (artigo 
583 para autônomos e 580 para dentistas 
empregados);
5.3. Consultórios Odontológicos
- São também regulamentados e, para serem 
abertos, é necessário que seja apresentado: 
diploma, inscrição no CRO, aprovaçãodo 
projeto, alvará de localização.
5.4. Outros profissionais regulamentados 
pelo CFO
5.4.1. Técnico em Prótese Dentária
- Compete a eles executar a parte mecânica 
dos trabalhos odontológicos e treinar 
auxiliares e serventes do laboratório de 
prótese odontológica;
- São responsáveis pelo cumprimento das 
disposições legais perante o Serviço de 
Fiscalização;
- Não podem prestar assistência direta aos 
pacientes, manter equipamentos e 
instrumentos para consultório dentário, ou 
fazer propaganda de seus serviços.
5.4.2. Técnicos em Higiene Bucal (THDs)
- Podem atuar apenas na presença de um 
cirurgião-dentista com no máximo 5 THDs 
para cada cirurgião-dentista;
- Podem participar do treinamento de 
atendentes em consultórios dentários, 
colaborar em programas de saúde bucal, 
ensinar escovação, educar e orientar 
pacientes, usar substâncias para a profilaxia 
de caries
- Podem responder pela administração da 
clínica, supervisionar e delegar sobre o 
trabalho de atendentes;
-Podem realizar teste de vitalidade pulpar, 
tomar e revelar radiografias intraorais, 
remover placas, indutos ou cálculos 
intragengivais; fazer modelos, preparar 
moldeiras, remover suturas etc.
- Não podem exercer atividade autônoma, 
prestar atenção ao paciente direta ou 
indiretamente sem a supervisão de um 
cirurgião dentista. Não podem fazer 
propaganda dos seus serviços.
5.4.3. Atendente de consultório Dentário
- Atuam sempre sob a supervisão de um 
cirurgião dentista ou um técnico em higiene 
bucal;
- Podem fazer orientações sobre a higiene 
bucal aos pacientes, marcar consultas e 
preencher e anotar fichas;
- Podem controlar o movimento financeiro;
- Tem permissão para montar e revelar 
radiografias intra-orais, preparar o paciente 
para o atendimento, auxiliar no atendimento e 
instrumentação;
- Podem isolar o campo operatório, manipular 
materiais odontológicos, confeccionar moldes 
em gesso e aplicar métodos para profilaxia da 
carie e manutenção nos equipamentos.
- Não podem exercer atividade autônoma, 
fazer propaganda dos serviços ou qualquer 
atividade não prevista (as citadas 
anteriormente no tópico).
5.4.4. Estagiário
- O trabalho de estudante como estagiário é 
regulamentada por lei que dispõe sobre a 
inserção do estágio no programa didático, 
sobre a carga horaria e as disposições que 
caracterizam o estágio. O estágio tem que 
ocorrer em estabelecimento onde haja 
condições de formação prática do estudante.
- As instituições de ensino devem comunicar o 
conselho regional sobre os estagiários. 
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6.0 Exercício ilícito da odontologia no 
Brasil
- O exercício ilícito da odontologia é 
classificado como charlatanismo, 
curandeirismo e exercício ilegal da profissão;
- O exercício ilegal está no código penal 
brasileiro (Decreto-Lei 2848 de 1940. No 
código é previsto também que se o crime for 
praticado com o fim de lucro, também é 
aplicada multa;
- Charlatanismo: Uso de engodo, mentira ou 
falsidade durante a prática profissional;
* O crime de charlatanismo também pode 
ser praticado por indivíduo profissional 
habilitado desde que se enquadre no ponto 
anterior;
- Curandeirismo: Exercício da profissão por 
pessoas sem habilitação profissional em 
odontologia;
7.0 Ética Profissional
→ Valores éticos: veracidade, decência, 
honestidade, responsabilidade, confiabilidade 
e amor. 
→ Qual o objetivo principal da sua profissão? 

manutenção da saúde. 
→ São condenados: 
- Excesso de propaganda 
- Condenar postura mercantilista 
- Excesso de propaganda
- Profissão voltada para o lucro 
7.1 Código de Ética
→ São divididos em capítulos. 


A) Capítulo I - Disposições Preliminares
→ Regulamenta o equilíbrio entre o direito e o 
dever agregando valores éticos.É em 
benefício da saúde do ser humano e da 
coletividade, sem discriminação de qualquer 
forma.
B) Capítulo II - Direitos Fundamentais 
→ Diagnosticar, planejar e executar com 
convicção sobre a atual ciência e seu 
profissionalismo.
→ Resguardar o segredo profissional. 
→ Recusar-se a exercer a profissão em local 
que não tenha infraestrutura segura e salubre.
→ Renunciar ao atendimento durante o 
tratamento, assegurando-se da continuidade 
ao cirurgião dentista que lhe suceder. 
C) Capítulo III - Deveres Fundamentais
→ Zelar pela saúde 
→ Manter atualizado o conhecimento 
profissional.
→ Guardar segredo profissional.
→ Apontar falhas.
→ Propugnar pela harmonia na classe
→ Assumir responsabilidade pelos atos 
praticados. 
→ Acesso ao prontuário 
→ Manter qualquer procedimento arquivado. 
D) Capítulo V - Relacionamento com 
Paciente e Equipe de Saúde
SEÇÃO 1 Com paciente
* Constitui Infração Ética: 
→ Discriminar paciente 
→ Aproveitar-se de situações decorrentes da 
relação profissional/paciente para obter 
quaisquer vantagem. 
→ Propor tratamento desnecessário 
→ Recusar atendimento de emergência
→ Iniciar tratamento de menores sem 
autorização. 
SEÇÃO 2 - Com A Equipe de Saúde
* Constitui Infração ética
→ Desviar paciente de colega
→ Assumir cargo de profissional que tenha 
sido demitido sendo ético.
→ Praticar ou permitir que se pratique 
concorrência desleal. 
→ Explorar colegas nas relações de emprego.
→ Utilizar-se de serviços prestados por 
profissionais não habilitados legalmente.
E) Capítulo VI - Sigilo Profissional 
* Constitui Infração ética: 
→ Revelar sem justa causa fato sigiloso que 
tenha conhecimento em razão de sua 
profissão.
→ Fazer referência a casos clínicos 
identificáveis para circulação pública, só é 
aceito com autorização do paciente para fins 
cientifico. 
§1. Compreende-se como justa causa 
principalmente: 
- colaboração com a justiça. 
- perícia odontológica 
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8.0 Comunicação na Odontologia 
Art.32 Os anúncios, a propaganda e a 
publicidade deverá obedecer os preceitos 
desse código. 
I. Todo profissionais inscritos podem fazer 
divulgação? 
Sim.Respeitando os critérios do código.
II. Qual o veículo de comunicação pode ser 
usado? 

Tv, internet, rádio, panfletos e etc.
III. Procedimentos e técnicas de tratamento 
poderão ser anunciados? 

Não poderão ser anunciados.
IV. Posso anunciar que dou descontos? 

Não.
V. Posso divulgar quantas especialidades?
Duas
 
8.1 Precauções com os Anúncios 
→ Proibido a exibição de casos clínicos, 
apenas informativo e científico. 
8.2.a Deve Constar:
→ O nome do profissional
→ A profissão 
→ O número de inscrição no Cons.Regional
* As especialidades nas quais o cirurgião-
dentista esteja inscrito. 
* Endereço, telefone, fax, horário de trabalho, 
convênio.
* Logomarca e/ou logotipo 
8.2.b Constitui Infração Ética: 
→ Anunciar preços e modalidade de pagamento.
→ Anunciar título que não possua
→ Anunciar técnicas de tratamento, equipamentos 
e instalações.
→ Criticar procedimentos de colegas de profissão. 
→ Dar consultar ou prescrição sobre qualquer via 
de comunicação que não seja em corpo presente. 
→ Aliciar pacientes 
→ Divulgar nome ou endereço dos pacientes
→ Oferecer trabalho gratuito com intenção de 
autopromoção.
§1. Derivados de dentistas não podem fazer 
propagandas ou publicidade.
§2. Serão permitidas propagandas em revistas 
especializadas, jornais e folhetos. 
9.0 Honorários Profissionais do Cirurgião - 
Dentista. 
Honorários é a remuneração atribuída aos 
profissionais liberais (advogado, médico, 
arquiteto, engenheiro…).
→ Conceito de Alcântara Machado: 
Mandante ofertava o mandatório pela 
compensação de despesas e gratidão pelo 
atendimento recebimento. 
→ Conceito de Valdemar da Graça Leite
Aceite como ‘’presente’’ pois isso não paga o 
trabalho prestado. 
9.1.a Fundamentos Éticos para cobrança 
de honorários.
I) A condição sócio-econômica do paciente e 
da comunidade.
II) O conceito do profissional
III) O costume do lugar (bairronobre, 
suburbano)
IV) A complexidade do caso
V) O tempo utilizado
VI) O Custo operacional 
9.1.b Art.12 Constitui Infração Ética 
→ Oferecer serviço gratuito a quem possa 
pagar. 
→ Oferecer serviço como prêmio em concurso 
de qualquer natureza.
→ Receber ou dar gratificação por 
encaminhamento de paciente.
→ Abusar da confiança do paciente 
submetido-o a tratamento de custo 
inesperado.
→ Cobrar honorários de paciente atendido em 
órgão público.
→ Receber ou cobrar remuneração adicional 
de paciente atendido pelo convênio.
→ Agenciar, aliciar ou desviar pacientes de 
instituição publica ou privada para sua clinica 
particular. 
9.2 Fundamentos Éticos.
→ O Cirurgião Dentista deve evitar baixar 
muito valor ou seja baixar sensivelmente para 
vencer a concorrência.
→ Toda espécie de serviço ou trabalho lícito, 
material ou imaterial, pode ser contratada 
mediante retribuição.
→ Em acordo judicial se não chegar em 
acordo de honorários serão levados em conta 
costume do lugar, o tempo de serviço e a sua 
qualidade.
9.3 Consolidação das Leis Trabalhistas
→ Empregado é toda pessoa física que 
prestar serviço de natureza não eventual ao 
empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário.
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