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PROCESSO PENAL 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB 2ª FASE 
 
PROCESSO PENAL 
 
PROF. NIDAL AHMAD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO PENAL 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
2 
 
ÍNDICE 
 
01 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DA PRISÃO PROCESSUAL ........................................................ 4 
02 PRISÃO EM FLAGRANTE ..................................................................................................... 5 
03 PRISÃO PREVENTIVA ....................................................................................................... 28 
04 PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei n. 7960/89) ........................................................................... 44 
05 PROCEDIMENTOS ............................................................................................................. 53 
06 QUEIXA-CRIME ................................................................................................................. 56 
07 COMPETÊNCIA .................................................................................................................. 66 
08 DENÚNCIA E CAUSAS DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA ......................................................... 81 
09 CITAÇÃO ........................................................................................................................... 84 
10 RESPOSTA À ACUSAÇÃO – Art. 396 e 396-A ..................................................................... 86 
11 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO ........................................................................................... 100 
12 MEMORIAIS .................................................................................................................... 102 
13 EMENDATIO LIBELLI E MUTATIO LIBELLI – PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO E PRINCÍPIO 
DA CONSUBSTANCIAÇÃO ............................................................................................... 114 
14 PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI – 1ª FASE ...................................................... 120 
15 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ................................................................................... 132 
16 CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ................................................ 148 
17 APELAÇÃO ....................................................................................................................... 151 
18 APELAÇÃO DAS DECISÕES DO JÚRI ............................................................................... 163 
19 CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO .................................................................................... 172 
20 REFORMATIO IN PEJUS .................................................................................................. 176 
21 EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE ................................................................. 179 
22 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ......................................................................................... 185 
23 AGRAVO EM EXECUÇÃO .................................................................................................. 189 
24 CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO ............................................................... 200 
25 HABEAS CORPUS ............................................................................................................ 203 
26 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ..................................................................... 211 
27 REVISÃO CRIMINAL ....................................................................................................... 216 
28 CARTA TESTEMUNHÁVEL ................................................................................................ 221 
29 RECURSO ESPECIAL ....................................................................................................... 226 
30 RECURSO EXTRAORDINÁRIO ......................................................................................... 234 
31 DA PROVA ....................................................................................................................... 239 
32 DAS NULIDADES ............................................................................................................ 245 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO PENAL 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
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PROCESSO PENAL 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
4 
 
 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DA PRISÃO PROCESSUAL 
 
A) Considerações gerais 
A prisão processual ocorre por força da necessidade de segregação cautelar do 
acusado da prática de um delito durante as investigações ou no curso da ação penal nas hipóteses previstas 
na legislação processual penal. 
É aquela que ocorre antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
Não visa a punição do agente, mas de impedir que volte a praticar novos delitos 
ou que adote conduta voltada a influenciar na instrução criminal ou na aplicação da sanção decorrente da 
prática delituosa. 
Nos termos do artigo 283 do CPP, três são as espécies de prisão provisória: prisão 
em flagrante (art. 301 a 310 CPP), preventiva (art. 311 e 316 CPP) e temporária (Lei 7.960/89). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
01
 
PRISÃO EM FLAGRANTE – artigo 301/310 do CPP 
PRISÃO PREVENTIVA – artigo 311/316 do CPP 
PRISÃO TEMPORÁRIA – Lei 7.960/89 
ESPÉCIES DE PRISÃO PROVISÓRIA 
Obrigatório mandado 
 
(Se não houver, a prisão é 
ilegal, e deve ser relaxada) 
 
 
 
PROCESSO PENAL 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
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PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
2.1) CONCEITO 
Trata-se de medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar e processual, 
consistente na prisão, independente de ordem escrita do juiz competente, de quem é surpreendido 
cometendo, ou logo após ter cometido, um crime. 
A Lei nº 12.403/2011 introduziu o artigo 310, inciso II, do CPP, suprimindo a 
possibilidade de a prisão em flagrante prender por si só, na medida em que, se presentes os requisitos do 
artigo 312 do CPP e inadequada ou insuficiente a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, o juiz 
deverá converter a prisão em flagrante em prisão preventiva. 
Logo, forçoso concluir que a prisão em flagrante passou a assumir natureza 
precautelar, com duração limitada até a adoção pelo juiz de uma das providências do artigo 310 do CPP 
(relaxar a prisão em flagrante, convertê-la em prisão preventiva ou conceder a liberdade provisória). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
02
 
 
 
 
PROCESSO PENAL 
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OAB 
2ª Fase 
 
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2.2) ESPÉCIES DE FLAGRANTE – Art. 302 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Flagrante próprio – Art. 302, I e II 
Trata-se de prisão efetivada no momento em que o sujeito está praticando uma 
infração penal, ou quando acabou de cometê-la. 
É, pois, aquele em que o agente é surpreendido cometendo uma infração penal ou 
quando acaba de cometê-la. Aqui o agente ainda está no local do crime. 
Ex: prisão em flagrante no exato instante em que agentes criminosos buscam sair da agência bancária onde 
praticavam o delito de roubo. 
b) Flagrante impróprio (QUASE-FLAGRANTE) – Art. 302, III 
A definição da expressão “logo após” traduz uma relação de imediatidade, com 
perseguição iniciada em momento bem próximo da infração. Aqui o agente já deixou o local do crime. 
É o tempo que decorre entre a prática do delito e as primeiras coletas de 
informações a respeitoda identificação do autor, iniciando-se, logo após, imediatamente a perseguição. 
Uma vez cessada a perseguição, cessa a situação de flagrância. Ou seja, a perseguição deve ser 
contínua, sem interrupções. 
ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
PRÓPRIO 
Art. 302, inciso III, do CPP. Ver art. 290, CPP. 
Art. 302, inciso I, do 
CPP. 
 
Art. 302, inciso II, 
do CPP. 
 
Preso praticando 
o delito ou 
quando acabou 
de cometê-lo 
Perseguição 
ININTERRUPTA 
IMPRÓPRIO 
Encontrado – Art. 
302, IV, CPP 
PRESUMIDO 
a)
) 
b)
) 
c)
) 
 
 
 
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2ª Fase 
 
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A concepção de perseguição pode ser extraída do art. 290 do CPP, notadamente 
das alíneas “a” e “b” do parágrafo primeiro. 
Não confundir início com duração da perseguição. O início da perseguição deve ser 
logo após o fato; a perseguição, no entanto, pode perdurar por muitas horas e até dias, como, por exemplo, 
em crime de roubo a banco, em que a polícia chega imediatamente ao local, faz o primeiro levantamento e, 
de imediato, sai em perseguição dos suspeitos, que se embrenharam numa mata por mais de 30 horas. 
Se o agente for preso após cessada a perseguição, a prisão em flagrante será 
ilegal, devendo, pois, ser relaxada. 
 
 
 
 
 
 
c) Flagrante presumido – Art. 302, inciso IV, do CPP 
Aqui a pessoa não é “perseguida”, mas “encontrada” na posse de objetos ou 
instrumentos do crime, cujo contexto fático permita a conclusão de que o sujeito detido é autor do delito. 
Quanto ao alcance da expressão “logo depois”, a jurisprudência tem admitido 
prisões ocorridas várias horas depois do crime, ou até no dia seguinte ao do crime. Não aceita, no entanto, 
dias depois ao do crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIDADO: a perseguição deve ser ininterrupta. Uma vez cessada a 
perseguição, não há mais situação de flagrância, devendo-se, a partir 
de então, efetivar-se a prisão somente munido de mandado judicial 
(prisão preventiva ou temporária, conforme o caso). 
 
 
 
 
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2.3) OUTRAS VARIAÇÕES DAS ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
A) FLAGRANTE PROVOCADO OU PREPARADO 
O flagrante preparado ocorre quando uma pessoa, policial ou particular, provoca, 
induz ou instiga alguém a praticar uma infração penal, somente para poder prendê-la. Nesse caso, não fosse 
a ação do agente provocador, o sujeito não teria praticado o delito, pelo menos nas circunstâncias pelas 
quais foi preso. 
Trata-se, na verdade, de hipótese de crime impossível, já que, por força da 
preparação engendrada pelo policial ou terceiro para prendê-lo, jamais o sujeito consumaria o crime. Em 
síntese, simultaneamente à indução à prática do crime, o agente provocador do flagrante age para evitar a 
consumação. 
É o que diz a Súmula 145 do STF: “Não há crime quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. Trata-se de hipótese de crime impossível, 
que não é punível nos termos do artigo 17 do Código Penal. 
Em que pese a súmula mencionar somente o flagrante pela polícia, a ilegalidade 
também pode decorrer de flagrante preparado por particular. 
Ex: Suspeitando que a empregada doméstica esteja furtando objetos da residência, dona de casa deixa uma 
jóia na mesa de centro da sala, ficando a espreita. No momento em que a empregada pega a jóia, a dona 
de casa, auxiliada ou não por outras pessoas, a detém, prendendo-a em flagrante. Trata-se de prisão ilegal, 
já decorrente de flagrante preparado. 
Em suma, o flagrante provocado é ilegal, devendo, pois, a prisão ser relaxada. 
B) FLAGRANTE ESPERADO 
O flagrante esperado ocorre quando a autoridade policial, tomando conhecimento, 
por fonte segura, de que será praticado um delito, desloca-se até o local indicado, aguarda o início da 
execução do delito ou, se for o caso, a consumação, e, na sequência, prende em flagrante o agente 
criminoso. 
O flagrante esperado não se confunde com o flagrante preparado, a começar pelo 
fato de que constitui modalidade de flagrante válido, regular e, portanto, legal. 
 
 
 
 
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C) FLAGRANTE FORJADO 
O flagrante forjado se caracteriza pela criação de provas para forjar a prática de 
um crime inexistente. Aqui a ação da autoridade policial ou de um particular visa a simular um fato típico 
inexistente, com o objetivo de incriminar falsamente alguém. 
Ex: policial coloca/enxerta droga no interior do veículo de determinada pessoa para prendê-la pelo delito de 
tráfico ilícito de entorpecentes. 
Trata-se de hipótese de flagrante absolutamente nulo, merecendo, pois, ser 
relaxado. A autoridade policial ou particular que forjou o flagrante responderá por denunciação caluniosa 
e/ou abuso de autoridade, se for funcionário público no exercício da função. 
D) FLAGRANTE RETARDADO OU DIFERIDO 
Caracteriza-se pela possibilidade de retardar o momento da prisão em flagrante, 
não obstante estar o delito em curso, justamente para buscar maiores informações ou provas contra pessoas 
envolvidas em organizações criminosas ou tráfico ilícito de entorpecentes. 
Há previsão de ação controlada, com destaque ao flagrante retardado ou diferido, 
no art. 53, II, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), no art. 4º, B, da Lei 9.613/98, com redação dada pela 
Lei 12.683/2012 (Lei de Lavagem de Capitais) e art. 8º da Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações 
Criminosas). 
Nos termos do artigo 53, II, da Lei 11.343/2006, a não atuação policial na prisão 
imediata em flagrante depende de autorização judicial e manifestação do MP. Essa autorização judicial está 
condicionada ao conhecimento do itinerário provável e à identificação dos agentes do delito ou de 
colaboradores. 
Conforme o artigo 8º, § 1º, da Lei 12.850/2013, o retardamento da intervenção 
policial não exige prévia autorização judicial, mas mera comunicação ao juiz competente que, se for o caso, 
fixará os limites da atuação e comunicará ao MP. 
De acordo com o artigo 53, II, da Lei de Drogas, a não atuação imediata da 
autoridade policial exige autorização judicial e manifestação do MP. Sem essa autorização judicial na Lei de 
Drogas ou comunicação ao juiz competente prevista na Lei 12.850/2013, a prisão será ilegal, devendo ser 
relaxada. 
 
 
 
 
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DIFERIDO/ 
RETARDADO 
ESPERADO espera a prática do delito para prender em flagrante. Prisão LEGAL. 
Cumpre no futuro 
PREPARADO/ 
PROVOCADO 
 
provoca, induz ou instiga 
 
 
Prisão ILEGAL 
 
Para aprofundar INVESTIGAÇÃO 
* artigo 53, inciso II, da Lei n. 11.343/2006; 
* artigo 4º, B, da Lei 9.613/98, com redação dada pela Lei 12.683/2012; 
* artigo 8º da Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas). 
 
Súmula 145 STF. CRIME IMPOSSÍVEL (artigo 17 do CP) 
 
Prisão ILEGAL 
 
acusa INOCENTE 
 
FORJADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 02 XII EXAME DE ORDEM 
Ricardo é delinquente conhecido em sua localidade, famoso por praticar delitos contra o patrimônio sem 
deixar rastros que pudessem incriminá-lo. Já cansando da impunidade, Wilson, policial e irmão de uma das 
vítimas de Ricardo, decide que irá empenhar todos os seus esforços na busca de uma maneira para prender, 
em flagrante, o facínora. 
Assim, durante meses, se faz passar por amigo de Ricardoe, com isso, ganhar a confiança deste. Certo dia, 
decidido que havia chegada a hora, pergunta se Ricardo poderia ajudá-lo na próxima empreitada. Wilson diz 
que elaborou um plano perfeito para assaltar uma casa lotérica e que bastaria ao amigo seguir as instruções. 
O plano era o seguinte: Wilson se faria passar por um cliente da casa lotérica e, percebendo o melhor 
momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no referido estabelecimento e anunciasse o assalto, 
ocasião em que o ajudaria a render as pessoas presentes. Confiante nas suas próprias habilidades e 
empolgado com as ideias dadas por Wilson, Ricardo aceita. No dia marcado por ambos, Ricardo, seguindo o 
roteiro traçado por Wilson, espera o sinal e, tão logo o recebe, entra na casa lotérica e anuncia o assalto. 
Todavia, é surpreendido ao constatar que tanto Wilson quanto todos os “clientes” presentes na casa lotérica 
eram policiais disfarçados. Ricardo acaba sendo preso em flagrante, sob os aplausos da comunidade e dos 
demais policiais, contentes pelo sucesso do flagrante. Levado à delegacia, o delegado de plantão imputa a 
Ricardo a prática do delito de roubo na modalidade tentada. 
Nesse sentido, atento tão somente às informações contidas no enunciado, responda justificadamente: 
A) Qual a espécie de flagrante sofrido por Ricardo? (Valor: 0,80) 
B) Qual é a melhor tese defensiva aplicável à situação de Ricardo relativamente à sua responsabilidade 
Jurídico penal? (Valor: 0,45) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.4) PROCEDIMENTO PARA A LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (Arts. 304 a 
309 do CPP) 
Auto de prisão em flagrante é o documento elaborado, via de regra, sob a 
presidência da autoridade policial, contendo as formalidades que revestem a prisão em flagrante, tendo por 
objetivo precípuo retratar os fatos que ensejaram a restrição de liberdade do agente e, ainda, reunir os 
primeiros elementos de convicção acerca da infração penal que motivou a prisão. 
Uma vez preso em flagrante, por policial ou particular, o acusado deve ser 
conduzido à presença da autoridade policial. Se a autoridade policial considerar se tratar de situação de 
flagrância e que o fato constitui crime, determinará a lavratura do auto de prisão, incumbindo-lhe proceder 
da seguinte forma: 
a) oitiva do condutor: 
O condutor é a pessoa que levou o preso até a Delegacia de Polícia e o apresentou 
à autoridade policial. Pode ser policial ou qualquer pessoa. Embora na maioria das vezes o condutor seja 
quem procedeu à prisão, não precisa necessariamente ser o responsável pela detenção do suspeito. 
Ex: seguranças de determinada loja prendem em flagrante uma pessoa pela 
prática do delito de furto e acionam a polícia militar, que conduzem o preso à Delegacia de Polícia. Será um 
dos policiais, portanto, quem apresenta o preso ao delegado de polícia, figurando, assim, como condutor. 
b) oitiva de testemunhas: 
Em seguida, devem ser ouvidas as testemunhas que acompanharam o condutor, 
que, pelos arts. 304, caput, e 304, §1º, devem ser, no mínimo, duas (referem-se a “testemunhas”, no plural). 
Não há qualquer vedação a que sirvam como testemunhas agentes policiais. 
O condutor também pode ser considerado como testemunha numerária. 
A falta de testemunhas da infração não impedirá a lavratura do auto de prisão em 
flagrante, mas, nesse caso, com o condutor deverão assinar a peça pelo menos duas pessoas que tenham 
testemunhado a apresentação do preso à autoridade (art. 304, § 2º). Considera-se, portanto, testemunha 
de apresentação aquelas que presenciaram o momento em que o condutor apresentou o preso à autoridade 
policial. 
 
 
 
 
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c) Interrogatório do preso. 
As formalidades para o interrogatório devem observar as mesmas regras do 
interrogatório judicial, previstas nos arts. 185 a 196, dentre as quais se destaca a advertência ao preso do 
seu direito constitucional ao silêncio, sem que isso possa ser interpretado em seu desfavor (art. 5º, LXIII, 
da CF1). 
O direito à assistência por advogado constitui direito constitucionalmente 
assegurado ao preso (art. 5º, LXIII, da CF/88). Nesse sentido, à evidência, não cabe à autoridade policial 
vedar a presença do advogado nos atos que integram a lavratura do auto de prisão em flagrante, podendo 
o profissional acompanhar a oitiva do condutor, das testemunhas, bem como o interrogatório do flagrado. 
d) Nota de culpa: 
Superadas essas etapas, cumpre à autoridade policial, em até 24 horas após a 
realização da prisão, encaminhar o auto de prisão em flagrante devidamente instruído ao juiz competente, 
bem como entregar ao preso, no mesmo prazo, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, 
com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. 
Trata-se a nota de culpa de documento por meio do qual a autoridade policial 
cientifica o preso dos motivos de sua prisão, do nome do condutor e das testemunhas. 
Se não for entregue nota de culpa, o flagrante deve ser relaxado por falta de 
formalidade essencial. 
Além disso, a Lei 13.257/2016, incluiu o § 4º ao artigo 304, segundo o qual “Da 
lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas 
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos 
filhos, indicado pela pessoa presa.” 
2.5) GARANTIAS LEGAIS E CONSTITUCIONAIS DO PRESO 
A) Da comunicação imediata ao juiz competente e ao Ministério Público 
 
1 Esse dispositivo é fundamental para qualquer interrogatório, seja na fase de investigação ou no curso da ação penal: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado; 
 
 
 
 
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De acordo com o artigo 306 do CPP, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do 
preso ou à pessoa por ele indicada. 
O artigo 5º, LXII, da CF/88 dispõe que a prisão de qualquer pessoa e o local onde 
se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele 
indicada. 
A ausência da comunicação imediata da prisão em flagrante ao juiz competente e 
ao Ministério Público torna a prisão ilegal, devendo, portanto, ser relaxada. 
B) Da comunicação imediata da prisão à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
Nos termos do artigo 306 do CPP e artigo 5º, LXII e LXIII, da CF/88, cumpre à 
autoridade policial providenciar a comunicação imediata da prisão em flagrante à família do preso ou à 
pessoa por ele indicada, garantindo-lhe, assim, a assistência da família. 
Essa comunicação tem por objetivo certificar familiares acerca da localização do 
preso, bem como viabilizar ao preso o apoio e a assistência da família. 
A comunicação à família ou à pessoa pelo preso indicada constitui direito subjetivo 
do flagrado. Se não for observada essa formalidade pela autoridade policial, a prisão em flagrante será ilegal, 
devendo, pois, ser relaxada. 
C) Da assistência de advogado ao preso 
Nos termos do artigo 5º, inciso LXIII, parte final, da Constituição Federal, o presotem direito à assistência da família e de advogado. 
Se o flagrado não informar o nome do seu advogado, deverá a autoridade policial 
encaminhar, em até 24 horas, cópia integral do APF à Defensoria Pública, nos termos do artigo 306, § 1º, 
do Código de Processo Penal. 
Em síntese, a inobservância de qualquer dessas regras gera a ilegalidade da prisão 
em flagrante, devendo o juiz, ao receber os autos, e verificar que não houve comunicação imediata (ao juiz 
plantonista, à família do preso, ao advogado e ao Ministério Público), deixar de homologar o auto de prisão 
em flagrante, determinando o relaxamento da prisão por ilegalidade formal. 
 
 
 
 
 
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2.6) PROVIDÊNCIAS JUDICIAIS AO RECEBER O AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE – Art. 310 
Ao receber o Auto de Prisão em Flagrante, o Juiz deverá adotar uma das 
providências previstas na nova redação do artigo 310 do CPP: 
A) 
B) 
C) 
 
Nesse sentido, num primeiro momento, o Magistrado deverá analisar o aspecto 
formal, a legalidade do auto de prisão em flagrante, bem como se há situação de flagrância, conforme as 
hipóteses do artigo 302 do CPP. Se observadas as formalidades, o Juiz homologa; na hipótese de alguma 
ilegalidade, seja formal ou material, o Juiz deverá relaxar a prisão em flagrante. 
Num segundo momento, uma vez homologado o auto de prisão em flagrante, o 
Juiz deverá verificar a necessidade de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva ou a concessão 
de liberdade provisória, com ou sem fiança e a eventual imposição de medida cautelar diversa. 
Em sendo legal a prisão em flagrante, o juiz deve verificar se concederá a liberdade 
provisória ou se converterá a prisão em flagrante em prisão preventiva2. 
 
2 Antes da Lei nº 12.403/2011, o agente ficava preso em decorrência da prisão em flagrante. O Juiz simplesmente homologava o APF e 
mantinha a prisão em flagrante. Com a alteração, o juiz, se presentes os requisitos, deverá converter a prisão em flagrante em prisão 
preventiva. Eis a razão do caráter precautelar da prisão em flagrante (pois dura até ser convertida em preventiva ou concedida a liberdade 
provisória). 
GARANTIAS LEGAIS e CONSTITUCIONAIS DO PRESO 
COMUNICAÇÃO AO JUIZ (imediata) 
COMUNICAÇÃO AO MINISTÉRIO PÚBLICO 
COMUNICAÇÃO FAMÍLIA ou QUEM INDIQUE 
ACESSO A ADVOGADO (DPE se não indicar adv.) 
A falta é 
ilegal 
RELAXAR O FLAGRANTE 
CONVERTER A PRISÃO EM FLAGRANTE EM PRISÃO PREVENTIVA 
CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA (com ou sem fiança ou 
medidas cautelares) 
 
 
 
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16 
 
É importantíssimo ressaltar que a prisão preventiva somente poderá ser decretada 
em substituição da prisão em flagrante se estiverem presentes os requisitos do art. 312 do CPP3 e se não 
for suficiente outra medida diversa da prisão, bem como se presente as hipóteses do artigo 313 do CPP. 
Assim, pela leitura do artigo 310, II, CPP, verifica-se que a prisão preventiva é 
a última ratio das medidas cautelares. Ela somente deve ser decretada quando todas as demais medidas 
cautelares se revelarem inadequadas e insuficientes para o caso concreto. Em outras palavras, a insuficiência 
das medidas cautelares diversas da prisão passou a ser mais um requisito para o cabimento da prisão 
preventiva. 
Além disso, por ser medida de caráter excepcional, o juiz somente poderá 
converter a prisão em flagrante em prisão preventiva se estiverem presentes os requisitos do artigo 312 e 
313 do CPP. 
Em síntese: O juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, deverá, 
fundamentadamente, converter a prisão em flagrante em preventiva (inciso II, primeira parte), desde que: 
a) a prisão seja legal (inciso I); 
b) as medidas cautelares diversas da prisão se revelarem inadequadas ou insuficientes (inciso II, parte final); 
c) o agente não tenha praticado o fato ao amparo das causas de exclusão da ilicitude previstas no art. 23, 
do CP; 
d) estejam presentes os requisitos dos artigos 312 e 313 do CPP. 
Caso contrário, será concedida liberdade provisória (com ou sem cautelares). 
 
 
 
 
 
 
3 Garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal. 
Será estudado oportunamente. 
 
 
 
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17 
 
2.7) RELAXAMENTO DA PRISÃO 
2.7.1) BASE LEGAL 
 
 
2.7.2) IDENTIFICAÇÃO 
O pedido de relaxamento de prisão guarda relação com PRISÃO ILEGAL. 
2.7.3) CONTEÚDO 
A prisão ilegal pode decorrer de ilegalidade formal e/ou material. 
A) ILEGALIDADE FORMAL 
Ocorre quando o auto de prisão em flagrante não observou as formalidades 
procedimentais previstas no art. 304 e 306 do CPP e dos incisos do art. 5º da Constituição Federal, 
notadamente LXI, LXII, LXIII, LXIV. 
RELAXAMENTO DA PRISÃO PRISÃO ILEGAL 
BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e art. 5º, LXV da CF/88 
PEÇA: 
 RELAXAMENTO DA PRISÃO 
PALAVRA MÁGICA: 
PRISÃO ILEGAL 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
 
 
 
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18 
 
As ilegalidades formais podem ocorrer durante ou depois da lavratura do auto de 
prisão em flagrante. 
Além da inobservância das formalidades no art. 304 e 306 do CPP e dos incisos do 
art. 5º da Constituição Federal, notadamente LXI, LXII, LXIII, LXIV, pode incidir a ilegalidade pelo excesso 
de prazo da prisão, como, por exemplo, na conclusão do inquérito policial além do prazo previsto em lei, 
sem justificativa plausível ou, ainda, não oferecimento da denúncia de réu preso (prazo 05 dias). 
II) ILEGALIDADE MATERIAL 
Além das formalidades legais e constitucionais para a lavratura do APF, devem 
estar presentes situações autorizadoras da prisão em flagrante. 
Nesse sentido, se a prisão realizada não se enquadra em nenhuma das hipóteses 
do artigo 302, a prisão será materialmente ilegal. Em outras palavras, se não estiver configurada nenhuma 
das hipóteses de flagrância, a prisão é ilegal. 
Assim, em tese, a ilegalidade da prisão em flagrante, na forma material, ocorre 
invariavelmente antes do início da lavratura do auto de prisão em flagrante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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19 
 
Para melhor sistematizar o estudo, recomenda-se identificar as ilegalidades no seu 
aspecto formal e material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAXAMENTO DA PRISÃO 
ALGUMAS ILEGALIDADES FORMAIS 
* Inobservância das formalidades legais e constitucionais na lavratura do APF. 
* Não comunicação imediata da prisão à autoridade judiciária. 
* Não comunicação imediata ao Ministério Público 
* Não encaminhamento do APF à Defensoria Pública, quando o autuado não informa 
nome de advogado. 
* Não entrega da nota de culpa no prazo de 24 horas. 
* Não viabilizar assistência de advogado. 
* Não comunicação imediata à família. 
* Falta de representação do ofendido, sendo hipótese de prisão decorrente de crime 
de ação penal pública condicionada à representação. 
* Ausência de requerimento da vítima na hipótese de prisão em flagrante por crime 
de ação penal privada; 
* Inversão da ordem de oitiva prevista no artigo 304 do CPP. 
* Falta de laudo de constatação da natureza da substância entorpecente (art. 50, §1º, 
da Lei 11.343/2006) 
ALGUMAS ILEGALIDADES MATERIAIS 
* Não está em situação de flagrância (artigo 302 do CPP)* Flagrante preparado/provocado – Súmula 145 do STF 
* Flagrante forjado 
* Preso por fato atípico 
* Condutor veículo no trânsito se prestar socorro à vítima (art. 301 do CTB). 
* Delito menor potencial ofensivo – comprometimento de audiência. Artigo 69 da Lei 
9.099/95. 
* Preso por posse de drogas – Vedação usuário (art. 48, §2º, da Lei 11.343/2006). 
 
 
 
 
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A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA...... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA...... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL)4 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA COMARCA......(SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA 
DE......(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
Autos nº 
Fulano de Tal, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº...5, por seu 
procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o 
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com base no art. 310, inciso I, Código de Processo 
Penal e art. 5º, LXV da Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos 
I) DOS FATOS6 
II) DO DIREITO7 
Como se vê, restou suficientemente demonstrada a ilegalidade da prisão do 
requerente, já que não observadas as formalidades previstas na legislação, devendo, por isso, ser relaxada 
a prisão em flagrante. 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, 
a fim de que possa responder a eventual processo em liberdade, com a expedição do respectivo alvará de 
soltura, ou, subsidiariamente, a concessão da liberdade provisória sem fiança, por ser medida de inteira 
justiça. 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local e data 
______________________ 
ADVOGADO 
OAB 
 
4 Competência da Justiça Federal – Ver art. 109 da CF/88. 
5 Não inventar dados. Utilizar somente os disponibilizados no enunciado da peça. 
6 Fazer um breve relato dos fatos. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 
7 Buscar no enunciado informações que permitam desenvolver teses voltadas à ilegalidade formal e/ou material. 
 
 
 
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21 
 
2.8) LIBERDADE PROVISÓRIA 
2.8.1) CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Entende-se por liberdade provisória o instituto destinado a conferir ao acusado o 
direito de responder ao processo em liberdade, mediante o cumprimento ou não de determinadas condições. 
Nas palavras de Avena, com o advento da Lei 11.719/2008, modificada a redação 
do art. 408 (que restou substituído pelo atual art. 413) e revogado o art. 594, ficou o instituto da liberdade 
provisória limitado à prisão em flagrante.8 
Esse também é o entendimento de Nucci9, segundo o qual “a liberdade provisória, 
com ou sem fiança, é um instituto compatível com a prisão em flagrante, mas não com a prisão preventiva 
ou temporária. Nessas duas últimas hipóteses, vislumbrando não mais estarem presentes os requisitos que 
a determinam, o melhor a fazer é revogar a custódia cautelar, mas não colocar o réu em liberdade provisória, 
que implica sempre o respeito a determinadas condições”. 
A liberdade provisória está prevista no artigo 310, inciso III, do CPP, segundo o 
qual ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz poderá, fundamentadamente, conceder a liberdade 
provisória, com ou sem fiança. Está prevista ainda no art. 5º, LXVI, da CF/88, ninguém será levado à prisão 
ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Além disso, o artigo 321 do CPP dispõe que, ausentes os requisitos que autorizam 
a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as 
medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste 
Código. 
Segundo Lopes Júnior, a liberdade provisória é disposta como uma medida cautelar 
(na verdade, uma contracautela), alternativa à prisão preventiva, nos termos do art. 310, III, do CPP. No 
sistema brasileiro, situa-se após a prisão em flagrante e antes da prisão preventiva, como medida impeditiva 
da prisão cautelar [...] É a liberdade provisória uma forma de evitar que o agente preso em flagrante tenha 
sua detenção convertida em flagrante.10 
 
 
 
88 AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. São Paulo: Método. 2013. p. 973. 
99 NUCCI, Guilherme Souza. Código de Processo Penal Comentado. São Paulo: RT. 2016, p. 785. 
10 LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 9ª ed. São Paulo: Saraiva. 2016, p. 703. 
 
 
 
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2.8.2) BASE LEGAL 
 
2.8.3) IDENTIFICAÇÃO 
Cabe pedido de liberdade provisória nas hipóteses de prisão flagrante legal. 
2.8.4) CONTEÚDO 
A) AUSÊNCIA DOS FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA (ART. 321 DO CPP) 
Nos termos do artigo 321 do CPP, ausentes os requisitos da prisão preventiva, o 
juiz deverá conceder a liberdade provisória, sendo-lhe facultado, com a observância dos critérios da 
necessidade e da adequação previstos no art. 282 do CPP, exigir a prestação de fiança com a finalidade de 
assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de 
resistência injustificada à ordem judicial, bem como aplicar outras medidas cautelares diversas da prisão 
previstas no art. 319 do CPP. 
B) QUANDO HOUVER INDICATIVOS DE QUE O AGENTE PRATICOU A INFRAÇÃO PENAL 
ABRIGADO POR EXCLUDENTES DE ILICITUDE (ART. 310, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPP) 
BASE LEGAL: art. 310, inciso III, CPP e art. 5º, LXVI da CF/88 
PEÇA: 
 LIBERDADE PROVISÓRIA 
PALAVRA MÁGICA: 
PRISÃO LEGAL 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
 
 
 
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23 
 
Trata-se da hipótese em que os elementos constantes no auto de prisão em 
flagrante indicam ter o agente praticado o fato em situação de legítima defesa, estado de necessidade, 
exercício regular do direito ou estrito cumprimento do dever legal. 
Nesses casos, deverá o juiz conceder a liberdade provisória ao agente, 
independentemente se o fato praticado caracteriza delito afiançável ou inafiançável. 
Embora não esteja previsto no artigo 310, parágrafo único, do CPP, parte da 
doutrina entende possível a concessão da liberdade provisória nas hipóteses de excludente de culpabilidade 
(embriaguez acidental completa, coação moral irresistível, erro de proibição, etc), uma vez que, ao final, o 
agente não será privado de liberdade. 
C) QUANDO, EMBORA AFIANÇÁVEL O CRIME, NÃO POSSUI O FLAGRADO CONDIÇÕES 
ECONÔMICAS PARA PEGAR A FIANÇA (ART. 350 DO CPP) 
D) LIBERDADE PROVISÓRIA X TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES 
A jurisprudência e a doutrina oscilavam em relação ao artigo 44 da Lei 
11.343/2006, que veda a concessão de liberdade provisória no crime de tráfico ilícito de entorpecentes. 
Todavia, o STF, no julgamento do HC 104.339/SP, considerou inconstitucional o 
disposto no artigo 44 da Lei 11.343/2006 também na parte que veda a concessão da liberdade provisória, 
sob o fundamento de que o dispositivo viola o princípio da presunção da inocência e da dignidade da pessoa 
humana, bem como que a Lei 11.464/2007, ao excluir dos crimes hediondos e equiparados a vedação à 
liberdade provisória, sendo posterior à Lei de Drogas, revogou, tacitamente,o artigo 44 desta Lei, que proibia 
o benefício ao crime de tráfico de drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
Inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei n. 11.343/2006 na parte que veda a concessão da 
liberdade provisória 
Ofensa ao princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88. 
Ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no artigo 1º, inciso III, da CF/88. 
.. 
Ofensa ao princípio do devido processo legal, previsto no artigo 5º, inciso LIV, da CF/88. 
 
 
 
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24 
 
QUESTÃO 4 XV EXAME 
Wesley, estudante, foi preso em flagrante no dia 03 de março de 2015 porque conduzia um veículo automotor 
que sabia ser produto de crime pretérito registrado em Delegacia da área em que residia. Na data dos fatos, 
Wesley tinha 20 anos, era primário, mas existia um processo criminal em curso em seu desfavor, pela suposta 
prática de um crime de furto qualificado. Diante dessa anotação em sua Folha de Antecedentes Criminais, a 
autoridade policial representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, afirmando que existiria 
risco concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato judicial. 
Você, como advogado(a) indicado por Wesley, é comunicado da ocorrência da prisão em flagrante, além de 
tomar conhecimento da representação formulada pelo Delegado. Da mesma forma, o comunicado de prisão 
já foi encaminhado para o Ministério Público e para o magistrado, sendo todas as legalidades da prisão em 
flagrante observadas. Considerando as informações narradas, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a medida processual, diferente de habeas corpus, a ser adotada pela defesa técnica de Wesley? 
(Valor: 0,50) 
B) A representação da autoridade policial foi elaborada de modo adequado? (Valor: 0,75) Responda 
justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao 
caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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25 
 
SUGESTÃO DE PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA: 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA COMARCA......(SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA.......(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 11 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA......(SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA......(SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
Autos nº 
7 a 10 linhas 
Fulano de Tal, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº...12, por seu 
procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a LIBERDADE 
PROVISÓRIA, com base no art. 310, inciso III, Código de Processo Penal e art. 5º, LXVI, da 
Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos 
I) DOS FATOS13 
II) DO DIREITO14 
* Fundamentar o pedido de liberdade provisória com o disposto no art. 5º, 
LVII, da CF/88 (princípio da presunção da inocência). 
* Demonstrar a ausência dos requisitos e pressupostos da prisão 
preventiva: 
* Sugere-se postular, como tese subsidiária, a aplicação de uma das 
medidas cautelares previstas no artigo 319 e 320 do CPP.15 
 
11 Competência da Justiça Federal – Ver art. 109 da CF/88. 
12 Não inventar dados. Utilizar somente os disponibilizados no enunciado da peça. 
13 Narrar os fatos, fazendo um breve relato. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 
14 Ausência dos requisitos da prisão preventiva (art. 321 CPP) ou hipótese de excludente de ilicitude (art. 310, parágrafo 
único). 
15 Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou 
instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e 
trabalho fixos; 
 
 
 
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26 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer a concessão da LIBERDADE PROVISÓRIA, a fim 
de que possa responder a eventual processo em liberdade, com a expedição do respectivo alvará de soltura, 
ou, subsidiariamente, a aplicação de medida cautelar, como medida de inteira justiça. 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local e data 
______________________ 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver 
justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os 
peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do 
seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IX - monitoração eletrônica. 
§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com 
outras medidas cautelares. 
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as 
saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e 
quatro) horas. 
 
 
 
 
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2ª Fase 
 
27 
 
 
Em suma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando não for caso de conversão da prisão em flagrante em 
preventiva 
Formal ou material 
ma 
Ausência dos requisitos preventiva – art. 321 CPP e 
excludentes ilicitude – art. 310, parágrafo único do CPP 
Medidas cautelares – art. 319 do CPP 
FLAGRANTE 
DELITO 
PRISÃO 
LEGAL 
PRISÃO 
ILEGAL 
LIBERDADE 
PROVISÓRIA 
Se indeferido, 
HABEAS 
CORPUS 
 
Se denegado, 
ROC 
RELAXAMENTO 
DA 
PRISÃO 
 
Se indeferido, 
HABEAS CORPUS 
 
Se denegado, 
ROC 
 
 
 
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28 
 
 PRISÃO PREVENTIVA 
 
3.1) CONCEITO 
Trata-se de modalidade de prisão processual decretada exclusivamente por juiz 
competente quando presentes os pressupostos e as hipóteses previstas em lei (arts. 312 e 313 doCPP). 
Possui natureza cautelar, uma vez que visa a tutela da sociedade, da investigação 
criminal e garantir a aplicação da pena. Por se tratar de medida cautelar, pressupõe a coexistência do 
 
Como repercute na esfera da liberdade do acusado, que constitui direito e garantia 
fundamental do cidadão, a possibilidade de decretação da prisão preventiva encontra embasamento também 
no artigo 5º, especificamente no inciso LXI, da Constituição Federal, que permite a prisão provisória, antes do 
trânsito em julgado da sentença condenatória, desde que precedida de ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente. Em síntese, somente é possível decretar a prisão preventiva
 
 
 
Conforme dispõe o art. 283, §2º, do CPP, a prisão poderá ser efetuada em qualquer 
dia e a qualquer hora, respeitada a garantia fundamental da inviolabilidade do domicílio, prevista no artigo 
5º, inciso XI, da Constituição Federal, segundo o qual salvo na hipótese de prisão em flagrante, a prisão 
somente pode ser efetivada mediante ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. 
De acordo com o artigo 293 do CPP, durante o período noturno, no caso de prisão 
preventiva e temporária, em que se exige mandado de prisão expedido por juiz competente, é vedado à 
autoridade policial ingressar em domicílio alheio para efetivar a prisão do suspeito. Todavia, nesse caso, se 
o morador consentir com o ingresso no seu domicílio, a autoridade policial, desde que munida de mandado, 
poderá efetivar a prisão. 
Durante o período noturno, se o morador não permitir o ingresso no seu domicílio, 
a autoridade policial deverá aguardar o amanhecer, com os primeiros raios solares, para invadir, com ou 
sem consentimento do morador, a residência e aí sim efetivar a prisão. Se invadir sem permissão do morador, 
a prisão é ilegal, devendo ser relaxada. 
fumus bonis iuris (ou fumus comissi delicti) e do periculum in mora (ou periculum libertatis). 
 
“por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente”. 
03
33
Necessita de Mandado 
 
 
 
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29 
 
O mandado de prisão deverá preencher os requisitos do artigo 285, parágrafo 
único, do CPP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 NOITE 
 
3.2) MOMENTO DA DECRETAÇÃO 
Atualmente, a decretação da prisão preventiva pode ser verificada em três situações: 
MOMENTO 
DA 
DECRETAÇÃO
CONVERSÃO 
DO FLAGRANTE 
EM 
PREVENTIVA
ART. 310, II, CPP
PELO JUIZ
QUANDO AS 
CIRCUNSTÂNCIAS 
DO CASO 
REVELAREM 
NECESSIDADE
FASE 
INVESTIGATÓRIA
FASE JUDICIAL
DESCUMPRIMENTO 
DE MEDIDA 
CAUTELAR
ART.282, §4º, CPP
HIPÓTESES CUMPRIMENTO MANDADO NO DOMICÍLIO 
Pode ser cumprido SEMPRE – Sem restrições 
 
Sem permissão: é ILEGAL – Cabe relaxamento da prisão. 
Tese de inviolabilidade do domicílio – art. 293, CPP e art. 5º, inciso XI, 
CF. CCF 
 
 
 
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30 
 
 
Nesse caso, de acordo com o art. 310 do CPP, ao receber a cópia do auto de prisão 
em flagrante deverá o juiz relaxar a prisão nos casos em que esta for ilegal, convertê-la em preventiva ou 
ainda conceder liberdade provisória. 
Vale lembrar que o Juiz só decretará a preventiva nos casos em que inadequadas 
ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão. 
 
Nesse caso, o Magistrado decreta, durante a investigação criminal ou ação penal, a 
prisão preventiva, que deve ser cumprida mediante a expedição do respectivo mandado. Em outras palavras, 
nessa hipótese a prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou do 
processo penal. 
Conforme se extrai do artigo 311 do CPP, nesse caso, durante as investigações 
policiais, o juiz não pode decretar a prisão preventiva de ofício, mas apenas a requerimento do Ministério 
Público ou representação da autoridade policial. 
Durante a ação penal, a decretação da prisão preventiva pode ser decretada de 
ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente de acusação. 
 
Na hipótese de descumprimento injustificado da medida cautelar anteriormente 
imposta, o Magistrado poderá substituir por outra, determinar a cumulação com outra e, somente em último 
caso, decretar a prisão preventiva. 
3.3) LEGITIMAÇÃO 
Diante do que dispõe o art. 5º, LXI, CF/88, no sentido de que ninguém será preso 
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo 
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei, resta claro que a prisão 
preventiva somente pode ser decretada por ordem judicial. 
a) Na conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva – Art. 310, II, CPP 
b) Quando não for prisão decorrente de flagrante, mas as circunstâncias do caso revelam a necessidade da 
decretação da prisão preventiva – Art. 311 do CPP 
c) Quando o acusado descumprir, injustificadamente, medida cautelar diversa da prisão – Art. 282, § 4º, do 
CPP. 
 
 
 
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31 
 
Nesse caso, nos termos do disposto nos arts. 311 e 282, § 2º, do CPP, forçoso 
concluir que a prisão preventiva poderá ser decretada pelo juiz da seguinte forma: 
 
Se, na fase de investigação, o juiz decretar de ofício a prisão preventiva, a prisão 
será ilegal, sendo, nesse caso, cabível relaxamento de prisão. 
3.4) PRESSUPOSTOS 
Nos termos da parte final do artigo 312 do CPP, a prisão preventiva somente é 
possível, se, no caso concreto, houver: 
 
Como o dispositivo se refere expressamente a “crime”, forçoso concluir que não 
cabe prisão preventiva nas contravenções penais. 
3.5) FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA – Art. 312 
De acordo com o artigo 312 do CPP, a prisão preventiva pode ser decretada como 
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, para assegurar a 
F
A
S
E
 I
N
V
E
S
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G
A
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Ó
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IA • Mediante 
representação da 
autoridade policial
• Mediante 
requerimento do 
Ministério Público
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S
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 D
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 P
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C
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S
S
O
• O Juiz de ofício
• Mediante 
requerimento do 
Ministério Público, 
do querelante ou 
do assistente 
acusação
INDÍCIOS 
SUFICIENTES 
DE AUTORIA
PROVA DA 
MATERIALIDADE 
DO CRIME
PRESSUPOSTOS 
DA PREVENTIVA
 
 
 
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aplicação da lei penal ou em caso de descumprimento das obrigações impostas por força de outras medidas 
cautelares. 
 
 
a) Garantia da ordem pública 
A prisão preventiva para garantia da ordem pública somente deve ocorrer em 
hipóteses de crimes que se revestem de especial gravidade no caso concreto, seja pela pena prevista, seja, 
sobretudo, pelos meios de execução utilizados. Cabe, ainda, prisão preventiva para garantia da ordem 
pública diante do risco de reiteradas investidas criminosas e quando presente situação de comprovada 
intranquilidade coletiva no seio social ou de uma determinada comunidade. 
A gravidade em abstrato do crime não autoriza a prisão preventiva. O juiz deve 
analisar a gravidade de acordo com as circunstâncias do caso concreto. Se não fosse assim, todo crime de 
homicídio ou de roubo, por serem abstratamente graves, autorizariam a prisão preventiva compulsória. 
Em suma: a gravidade em concreto que autoriza a prisão preventiva é aquela 
revelada não só pela pena abstratamente prevista para o crime, mas também pelos meios de execução, 
C
AU
T
E
L
A
R
ID
A
D
E
SOCIAL
GARANTIA DA 
ORDEM PUBLICA
Não confundir com clamor 
popular. Deve haver 
gravidade em concreto, o 
criminoso deve oferecer 
perigo real, capaz de abalar a 
paz social.
GARANTIA DA 
ORDEM 
ECONOMICA
Se aplica, por exemplo, a 
crimes econômicos, nos 
casos em que o autor possa 
colocar em risco a situação 
financeira de instituição ou 
órgão estatal.
PROCESSUAL
ASSEGURAR A 
INSTRUÇÃO 
CRIMINAL
Não basta o mero receio da 
vitima ou testemunha.
ASSEGURAR A 
APLICAÇÃO DA LEI 
PENAL
Nos casos de fundado receio 
de fuga do acusado. 
 
 
 
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33 
 
quando a perversidade e o desprezo pelo bem jurídico atingido, reclamem medidas imediatas para assegurar 
a ordem pública, decretando-se a prisão preventiva. Diante disso, a gravidade em abstrato não constitui 
motivo idôneo a embasar um decreto de preventiva, devendo o Magistrado fundamentar sua decisão, nos 
termos do artigo 93, IX, da CF/88, art. 5º, LXI, da CF/88, bem como artigo 315 do CPP. 
O clamor público, por si só, não autoriza o decreto da prisão preventiva, servindo 
como uma referência adicional para o exame da necessidade da custódia cautelar, devendo, portanto, estar 
acompanhado de situação concreta excepcional, que justifique a prisão processual. 
b) Conveniência da instrução criminal 
É empregada quando houver risco efetivo para a instrução criminal e não meras 
suspeitas ou presunções. Ou seja, simples receio ou medo da vítima ou testemunha em relação ao acusado, 
não autoriza o decreto da prisão preventiva. 
Não cabe prisão preventiva com fundamento na conveniência da instrução criminal 
quando se pretende interrogar ou compelir o acusado a participar de algum ato probatório (acareação, 
reconstituição ou reconhecimento), sobretudo pela violação ao direito ao silêncio. 
Evidentemente, sendo a custódia decretada unicamente com base no fundamento 
in examen, uma vez esgotada a instrução, não há mais razões para que subsista o decreto, impondo-se, então, 
a revogação, conforme se infere dos arts. 316 e 282, § 5º, ambos do CPP. Do contrário, passa a preventiva a 
se constituir uma forma de execução antecipada de pena, configurando constrangimento ilegal. (AVENA, 2013, 
p. 938). 
 
 
c) Garantia da aplicação da lei penal 
Significa assegurar a finalidade útil do processo penal, que é proporcionar ao 
Estado o exercício do seu direito de punir, aplicando a sanção devida a quem é considerado autor da infração 
penal. 
Se o réu 
estava preso 
por ameaçar 
testemunhas
Ocorreu a 
oitiva das 
testemunhas 
Cessou o 
motivo que 
ensejava a 
preventiva
PEDIDO DE 
REVOGAÇÃO 
DA 
PREVENTIVA
 
 
 
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34 
 
É a prisão para evitar que o agente empreenda fuga, tornando inútil a sentença 
penal por impossibilidade de aplicação da pena cominada. 
Todavia, o risco de fuga não pode ser presumido. Tem de estar fundado em 
circunstâncias concretas. Logo, não havendo nenhum elemento concreto, mas mera suspeita de fuga, não 
há motivo suficiente para o decreto da prisão preventiva. 
 
d) Garantia de ordem econômica 
Nesse caso, visa-se, com a decretação da prisão preventiva, impedir que o agente, 
causador de seriíssimo abalo à situação econômico-financeira de uma instituição financeira ou mesmo de 
órgão do Estado, permaneça em liberdade, demonstrando à sociedade a impunidade reinante nessa área. 
Equipara-se o criminoso do colarinho branco aos demais delinquentes comuns, na 
medida em que o desfalque em uma instituição financeira pode gerar maior repercussão na vida das pessoas, 
do que um simples roubo contra um indivíduo qualquer. 
e) Descumprimento de obrigações impostas por força de outras medidas cautelares 
Nos termos do art. 312, parágrafo único, do CPP, a prisão preventiva também 
poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras 
medidas cautelares (art. 319 do CPP), conforme art. 282, § 4º, do CPP. 
Nesse caso, é imprescindível que o juiz atente para a proporcionalidade, devendo 
sempre priorizar a cumulação de medidas cautelares ou adoção de outra mais grave, optando pela prisão 
preventiva em último caso. 
Em síntese, o Juiz deve priorizar a aplicação de medida cautelar diversa da prisão 
caso entenda adequada e suficiente diante do caso concreto. Ex: Suponha que o juiz determine a proibição 
do acusado de estabelecer contato com pessoa determinada (art. 319, III, CPP) e ele descumpre a medida. 
Nesse caso, o juiz deve, primeiro, optar por substituir a medida ou aplicar outra em cumulação, para só 
então, se persistir o descumprimento, decretar a preventiva, conforme dispõe o art. 312, parágrafo único, 
c/c o art. 282, § 4º, CPP. 
 
 
 
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35 
 
 
3.6) CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA – Art. 313 
Não se mostra suficiente a presença de um dos fundamentos da prisão preventiva, 
devendo, além disso, ser decretada somente em determinadas espécies de infração penal ou sob certas 
circunstâncias. Trata-se das condições de admissibilidade. 
 
Nos termos desse inciso, somente é cabível a prisão preventiva para os crimes 
dolosos com pena máxima, privativa de liberdade, superior a quatro anos. 
O limite de 04 anos tem a sua razão de ser, porquanto, se condenado 
definitivamente, o agente poderá, se preenchidos os requisitos do artigo 44 do Código Penal, ter substituída 
sua pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. Nesse sentido, se condenado o agente não irá, a 
princípio, para prisão, com muito mais razão não poderá ser mantido preso quando incide a seu favor a 
presunção da inocência. 
Além disso, se condenado a pena não superior a 04 anos, o agente poderá cumprir 
a pena privativa de liberdade em regime aberto, podendo sair para trabalhar durante o dia e retornar ao 
cárcere à noite. 
São inúmeros os crimes que, em razão deste inciso, não comportam prisão 
preventiva, tais como furto simples (art. 155 CP), apropriação indébita (art. 168 CP), receptação simples (art. 
180 CP), descaminho (Art. 334 do CP), dentre outros. 
No caso de concurso material de crimes, somam-se as penas para fins de prisão 
preventiva. Nos casos de concurso formal de crimes e crime continuado, considera-se a causa de aumento no 
máximo e a de diminuição no mínimo. Em qualquer caso, se a pena máxima for superior a 04 anos, poderá, 
em tese, ser decretada a prisão preventiva. 
Tratando-se de causas de aumento de pena e de diminuição da pena, deve-se 
considerar a quantidade que mais aumente ou que menos diminua, respectivamente, a fim de se chegar a 
pena máxima cominada ao delito. 
A) NOS CRIMES DOLOSOS PUNIDOS COM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE MÁXIMA SUPERIOR 
A 4 (QUATRO) ANOS: 
Descumpriment
o de Cautelar
Nova 
Cautelar
Cumular 
Cautelares
DECRETAR 
PREVENTIVA
 
 
 
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36 
 
Ex1: Furto noturno, previsto no artigo 155, § 1º, CP, a pena é aumentada em 1/3. 
O furto simples não autoriza o decreto da prisão preventiva, pois a pena máxima cominada é de 04 anos. 
Todavia, se for praticado durante repouso noturno, a pena é aumentada em 1/3, superando os 04 anos e, por 
conseguinte, autorizando o decreto da prisão preventiva. 
Ex2: Tentativa de estelionato. Conforme o artigo 171 do CP, a pena máxima 
cominada ao delito de estelionato é de 05 anos. Na hipótese de tentativa de estelionato, esta pena poderá ser 
reduzida de 1/3 a 2/3, conforme dispõe o art. 14, parágrafo único, do Código Penal. Se aplicadasobre a pena 
de 05 anos a redução mínima (1/3), a pena resultará em 03 anos e 04 meses, quantidade, portanto, 
incompatível com o disposto no artigo 313, inciso I, do CPP, o decreto da prisão preventiva. 
 
Trata-se da hipótese do réu reincidente em crime doloso. Nesse sentido, ainda que 
se trate de crime com pena máxima não superior a quatro anos, poderá ser decretada a prisão preventiva se 
o réu for reincidente em crime doloso, desde que presente um dos fundamentos do art. 312. 
Assim, se uma pessoa primária está sendo processada por crime cuja pena máxima 
não excede 4 anos, descabe inicialmente a prisão preventiva, ainda que existam provas de que ela, por 
exemplo, está ameaçando testemunhas, podendo, nesse caso, ser aplicada uma das medidas cautelares 
previstas no art. 319 CPP. Somente se descumprida a medida cautelar, pode-se aventar a possibilidade de 
decreto da preventiva, com base no artigo 282, § 4º, c/c art. 312, parágrafo único, CPP. 
 
Por fim, cabe preventiva se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a 
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas 
protetivas de urgência. 
Além das medidas protetivas previstas na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), a 
nova redação do artigo 313 do CPP incluiu os casos de violência doméstica, não só em relação à mulher, mas 
à criança, adolescente, idoso, enfermo ou qualquer pessoa com deficiência. 
Essas medidas protetivas estão previstas no art. 22 da Lei 11.340/2006 (Lei Maria 
da Penha), arts. 43 a 45 do Estatuto do Idoso, e arts. 98 a 101 do ECA. 
B) SE O RÉU OSTENTAR CONDENAÇÃO ANTERIOR DEFINITIVA POR OUTRO CRIME DOLOSO NO 
PRAZO DE 05 ANOS DA REINCIDÊNCIA 
C) SE O CRIME ENVOLVER VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER, CRIANÇA, 
ADOLESCENTE, IDOSO, ENFERMO OU PESSOA COM DEFICIÊNCIA, PARA GARANTIR A EXECUÇÃO 
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA 
 
 
 
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37 
 
Convém registrar que, neste caso, a prisão preventiva será decretada apenas para 
garantir a execução das medidas protetivas de urgência, indicando, assim, a necessidade de imposição anterior 
das cautelares protetivas de urgência. 
3.7) REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA 
3.7.1) BASE LEGAL 
 
 
 
3.7.2) IDENTIFICAÇÃO 
Prisão preventiva legal. Quando não mais subsistem os fundamentos que ensejaram 
o decreto da prisão preventiva. Trata-se de peça privativa de advogado. 
3.7.3) CONTEÚDO 
Buscar no enunciado informações no sentido de que não estão presentes ou 
cessaram os fundamentos que ensejaram o decreto da prisão preventiva, previstos no artigo 312 do Código 
de Processo Penal, ou seja, que o agente não representa risco à ordem pública, à ordem econômica, à 
conveniência da instrução criminal, bem como à aplicação da lei penal. 
 
PEÇA: 
REVOGAÇÃO 
 DA PREVENTIVA 
PALAVRA MÁGICA: 
PRISÃO PREVENTIVA 
LEGAL 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
BASE LEGAL: art. 316 do CPP 
 
 
 
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3.8) RELAXAMENTO DE PRISÃO PREVENTIVA 
3.8.1) BASE LEGAL 
 
 
 
3.8.2) IDENTIFICAÇÃO E CONTEÚDO 
O relaxamento da prisão no contexto da prisão preventiva poderá ocorrer quando 
a prisão for ilegal. Trata-se de peça privativa de advogado. 
Exemplos: 
* Prisão preventiva decretada em crime não listado no rol do art. 313 CPP. 
* Nos casos de crimes culposo 
* Nos casos de Contravenções Penais 
* Inobservância dos requisitos essenciais do mandado de prisão (art. 285, p. único, do CPP). 
* Prisão preventiva sem fundamentação. 
* Prisão preventiva decretada de ofício pelo juiz na fase investigatória 
 
 
 
 
 
 
 
BASE LEGAL: art. 5º, LXV, CF/88 
 
 
 
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Em suma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUIZ DECRETA 
A PRISÃO 
PREVENTIVA 
 
PRISÃO LEGAL 
 
PRISÃO ILEGAL 
 
PEDIDO DE 
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA 
 
PEDIDO DE 
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO 
 
HC 
 
ROC 
 
DA DECISÃO 
QUE INDEFERE 
DA DECISÃO 
QUE DENEGA 
ROC 
 
HC 
 
DA DECISÃO 
QUE INDEFERE 
DA DECISÃO 
QUE DENEGA 
PRISÃO 
PREVENTIVA 
LEGAL
•Crimes dolosos com pena
máxima superior a 4 anos
•Independente da pena, sendo o
réu reincidente em crime
doloso
•Para garantia das medidas
protetivas de urgência se o
crime for contra a mulher,
idoso, enfermo, menor ou
deficiente
•Se houver dúvida quanto à
identificação civil do acusado e
este se recusar a esclarecê-la.
•Para garantia da ordem pública,
econômica, conveniência da
instrução criminal e aplicação
da lei penal.
PRISÃO PREVENTIVA 
ILEGAL
•Prisão preventiva decretada
em crime não listado no rol do
art. 313 CPP.
•Nos casos de crimes culposo
• Nos casos de Contravenções
Penais
•Inobservância dos requisitos
essenciais do mandado de
prisão (art. 285, p. único, do
CPP).
•Prisão preventiva sem
fundamentação.
• Prisão preventiva decretada
de ofício pelo juiz na fase
investigatória
ATENÇÃO ATENÇÃO 
Se o juiz decretar a prisão 
preventiva nestes casos, a prisão 
será ilegal. Portanto, caso de 
RELAXAMENTO DE PRISÃO. 
Se o juiz decretar a prisão 
preventiva nestes casos, a prisão 
será legal. Portanto, caso de 
REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA. 
 
 
 
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40 
 
SUGESTÃO DE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA: 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ....VARA CRIMINAL DA COMARCA ......(SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ....VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE 
......(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 16 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ....VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA 
...... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ....VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA ......(SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
Autos nº 
7 a 10 linhas 
Fulano de Tal, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº...17, por seu 
procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a REVOGAÇÃO 
DA PRISÃO PREVENTIVA, com base no art. 316 do Código de Processo Penal, pelos fatos e 
fundamentos jurídicos a seguir expostos 
2 linhas 
I) DOS FATOS 
* Narrar os fatos, fazendo um breve relato. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 
II) DO DIREITO 
* Fundamentar o pedido de revogação da prisão preventiva com o disposto no art. 5º, LVII, da 
CF/88 (princípio da presunção da inocência). 
* Demonstrar a ausência dos requisitos e pressupostos da prisão preventiva: Ausência de 
perigo à ordem pública, à ordem econômica, à aplicação da lei penal. 
 
16 Competência da Justiça Federal – Ver art. 109 da CF/88. 
17 Não inventar dados. Utilizar somente os disponibilizados no enunciado da peça. 
 
 
 
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2ª Fase 
 
41 
 
* Fazer referência a medidas cautelares, invocando os artigos 282 e 319 e 320 do CPP18. 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, com a expedição 
do respectivo alvará de soltura, ou, subsidiariamente, a aplicação de medida cautelar, como medida de 
inteira justiça. 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local e data 
______________________ 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
1818 Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou 
instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e 
trabalho fixos; 
 VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver 
justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os 
peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do 
seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IX - monitoração eletrônica. 
§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com 
outras medidas cautelares. 
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as 
saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e 
quatro) horas. 
 
 
 
 
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2ª Fase 
 
42 
 
SUGESTÃO DE PEDIDO DE RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA: 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA...... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA...... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL)19 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA COMARCA......(SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA 
DE......(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
7 a 10 linhas 
Fulano de Tal, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº...20, por seu 
procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o 
RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA, com base no art. 5º, LXV da Constituição Federal/88, 
pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos 
I) DOS FATOS21 
II) DO DIREITO22 
Como se vê, restou suficientemente demonstrada a ilegalidade da prisão do 
requerente, já que não observadas as formalidades previstas na legislação, devendo, por isso, ser relaxada 
a prisão preventiva. 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer o RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA, a 
fim de que possa responder a eventual processo em liberdade, com a expedição do respectivo alvará de 
soltura, por ser medida de inteira justiça. 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local e data 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
19 Competência da Justiça Federal – Ver art. 109 da CF/88. 
20 Não inventar dados. Utilizar somente os disponibilizados no enunciado da peça. 
21 Fazer um breve relato dos fatos. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 
22 Buscar no enunciado informações que permitam desenvolver teses voltadas à ilegalidade da prisão preventiva. 
 
 
 
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2ª Fase 
 
43 
 
Questão 02 XVII EXAME 
Glória, esposa ciumenta de Jorge, inicia uma discussão com o marido no momento em que ele chega do trabalho 
à residência do casal. Durante a discussão, Jorge faz ameaças de morte à Glória, que, de imediato comparece à 
Delegacia, narra os fatos, oferece representação e solicita medidas protetivas de urgência. Encaminhados os 
autos para o Ministério Público, este requer em favor de Glória a medida protetiva de proibição de aproximação, 
bem como a prisão preventiva de Jorge, com base no Art. 313, inciso III, do CPP. O juiz acolhe os pedidos do 
Ministério Público e Jorge é preso. Novamente os autos são encaminhados para o Ministério Público, que oferece 
denúncia pela prática do crime do Art. 147 do Código Penal. Antes do recebimento da inicial acusatória, 
arrependida, Glória retorna à Delegacia e manifesta seu interesse em não mais prosseguir com o feito. A família 
de Jorge o procura em busca de orientação, esclarecendo que o autor é primário e de bons antecedentes. 
Considerando apenas a situação narrada, na condição de advogado(a) de Jorge, esclareça os seguintes 
questionamentos formulados pelos familiares: 
A) A prisão de Jorge, com fundamento no Art. 313, inciso III, do Código de Processo Penal, é válida? (Valor: 
0,60) 
B) É possível a retratação do direito de representação por parte de Glória? Em caso negativo, explicite as razões; 
em caso positivo, esclareça os requisitos. (Valor: 0,65) Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A 
mera citação do dispositivo legal não confere pontuação 
 
QUESTÃO 02 XV EXAME 
Durante inquérito policial que investigava a prática do crime de extorsão mediante sequestro, esgotado o prazo 
sem o fim das investigações, a autoridade policial encaminhou os autos para o Judiciário, requerendo apenas a 
renovação do prazo. O magistrado, antes de encaminhar o feito ao Ministério Público, verificando a gravidade em 
abstrato do crime praticado, decretou a prisão preventiva do investigado. Considerando a narrativa apresentada, 
responda aos itens a seguir. 
A) Poderia o magistrado adotar tal medida? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) A fundamentação apresentada para a decretação da preventiva foi suficiente? Justifique. (Valor: 0,60) 
O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
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2ª Fase 
 
44 
 
 PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei n. 7960/89) 
4.1) CONCEITO 
É prisão cautelar de natureza processual destinada a possibilitar as investigações 
a respeito de crimes graves, durante o inquérito policial. 
4.2) HIPÓTESES PARA A DECRETAÇÃO 
A prisão temporária pode ser decretada em relação aos crimes previstos no art. 1º 
da Lei n. 7960/89 e nas seguintes hipóteses: 
a) Imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial: 
Quando a autoridade policial, atualmente, representa pela prisão temporária, é 
obrigada a dar os motivos dessa necessidade, expondo fundamentos que serão avaliados, caso a caso, pelo 
magistrado competente. 
b) Residência fixa e identidade conhecida 
Esses dois elementos permitem a correta qualificação do suspeito, impedindo que 
outra pessoa seja processada ou investigada em seu lugar, evitando-se, por isso, o indesejado erro judiciário. 
Aquele que não tem residência (morada habitual) em lugar determinado ou que 
não consegue fornecer dados suficientes para o esclarecimento

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