Prévia do material em texto
REVOLUÇÃO FRANCESA (1789) Livros recomendados a respeito da Revolução Francesa: Eric Hobsbawm – A Era das Revoluções Eric Hobsbawm – Ecos de Maselha Michel Volvelle – A Revolução Francesa e seu eco Charles Dickens – Tempos Difíceis Autores primários contemporâneos a revolução francesa: Jean Jacques Rousseau / Robespierre/ Voltaire/ A. de Tocqueville/ H. de Balzac ... A revolução francesa implicava numa espécie de sopro da democracia; A igreja era feudal e sustentava uma estrutura de propriedade feudal, não havia direitos, a revolução eliminou as mordomias do alto clero; Considera-se que a economia no mundo do século XIX foi oferecida pela Revolução industrial, já a revolução francesa, ofereceu tanto os ideais de uma direita burguesa quanto ofereceu os ideais de uma esquerda revolucionária. Ambas se referenciam na revolução francesa para dar suas bases e fundamentos. A revolução da Inglaterra forneceu modelos de fábricas, de ferrovias, o vocábulo linhas férreas, cavalo de ferro, energia elétrica, energia a vapor, são derivados da revolução industrial; também o explosivo econômico que rompia com as economias tradicionais, portanto rompeu com as tradicionais economias, venceram os últimos resquícios de estrutura feudal, três eventos são fundamentais para isso: Revolução Industrial, Revolução Francesa e Revolução Comunista (Outubro de 1917); A França fez suas revoluções e a elas deu suas ideias, por exemplo bandeiras tricolores (azul, branco e vermelha), deu para o mundo as ideias revolucionarias, isso significa dizer que a politica europeia foi parte de uma luta contra ou a favor aos princípios de 1789. Levantaram bandeira contra a propriedade privada, contra as desigualdades entre classes, seu lema era Liberdade, igualdade e fraternidade. A esquerda francesa defendia o fim da propriedade privada, queriam coletivizar a propriedade privada, a direita propunha exatamente o contrário, já o centro não queria o fim da propriedade privada, mas concordava com alguns ideais de esquerda. A Revolução francesa definiu o mundo contemporâneo. A Revolução francesa se deve em partes das ideias iluministas advindas do antigo regime; Foi uma revolução de massa e de acontecimentos radical, foi a única revolução ecumênica, seus exércitos foram os únicos que partiram para revolucionar o mundo, foi uma marca em todos os países, chegou de uma maneira ou de outra em todos os países, suas repercussões imediatas foram: levantes de libertação na américa a partir de 1908; influencias chegaram em Bengala na Índia; foi o primeiro grande movimento de ideias da cristandade ocidental que teve algum efeito sobre o mundo Islâmico (provocando a revolução na Índia); Outro aspecto fundamental: reside no fato de que todos os movimentos revolucionários posteriores no sentido de reclamar as ideologias levantadas na revolução francesa, tanto capitalistas quanto comunistas reclamaram a paternidade da revolução francesa; Origens: Devem ser buscadas tanto nas condições gerais da Europa e nas condições internas (especificas) da França; Do ponto de vista externo: No século XVIII a Inglaterra foi rival da frança o comercio externo multiplicou de 1720 a 1780 (o comercio inglês competia com o francês); Se o comercio britânico era mais desenvolvido e competia externamente do outro lado sistema colonial francês era mais dinâmico (competitivo). FATORES EXTERNOS - SÉCULO XVIII INGLATERRA FRANÇA Sistema Comercial Sistema Colonial Exemplificando essa relação externa, temos a figura de Dom João VI e a coroa portuguesa, que pressionados pela França a não comercializarem com a Inglaterra parte para o brasil, ajudado pela Inglaterra. Transfere a sede política da coroa, mantendo assim a unidade da coroa Portugal-Brasil, cria o Banco do Brasil e mantem relações de comercio com a Inglaterra. A França pressionava as colônias a não se unirem ao sistema comercial Inglês. A França era a monarquia absoluta mais influente, trazia consigo o seu elemento de contradição, no sentido de que o conflito entre as estruturas do velho regime (nobreza e burguesia) e a novas forças (monarquia) era mais aguda na França do que em outro lugar; Composição social da França: 1. Clero – 0,5% - Nobreza; 2. Aristocracia; 3. Burguesia – pequenos e médios comerciantes, profissionais liberais, servos – 80% da população; Nesta composição mesmo sabendo que a maioria da população era composta pela terceira classe, na assembleia o direito a voto era de apenas um, então nunca se ganhava, pois a minoria representada por 2/3 da assembleia compunham maioria. Por que eclodiu a Revolução: A reação feudal formou a centeia da revolução francesa, 400 mil pessoas formava a nobreza ente os 23 milhões de franceses, os nobres estavam seguros de seus privilégios, descontentamento com a nobreza que impunham pesados fardos sobre a população francesa. A Convocação dos estados gerais, quando a nobreza não aceita a proposta de Necker, e para remodelar o modelo fiscal retoma aos antigos privilégios feudais, a burguesia não aceita e reúne-se e declara a nova assembleia da França. De fato com a convocação dos estados gerais inicia-se a revolução. Os nobres não tinham preocupações: impedidos de trabalhar, viviam com o dinheiro dos outros, não ocupavam os cargos públicos, pois os mesmos estavam ocupados pela burguesia. Em 17 de Junho de 1789 o terceiro estado se rebela e revela a nova constituinte, diante do estrago a aristocracia se reuniu para restituir seus privilégios, em 1780 era necessário 4 graus de nobreza para comprar uma patente no governo, isso quer dizer que havia uma disputa por cargos na França, quando os nobres, clero e aristocracia solicitam uma assembleia geral reunindo os três estados, a aristocracia o faz na tentativa de tributar clero e nobreza, porem este se rebela e revoga os tributos aos dois estados contrários. Há neste dia uma tentativa de golpe no terceiro estado, e este se reúne e escreve um esboço de uma nova constituição nobreza. Luiz XVI não tinha mais o que fazer, o povo revoltado em 14 de julho tomam a bastilha. A Nova Assembleia Constituinte: Passa a ser um momento do fim dos privilégios senhoriais, e do regime feudal, Luiz XVI reconhece a validade do movimento, em 4 de agosto põem fim aos privilégios tributários do clero e da nobreza, redigem a declaração dos direitos do homem e do cidadão (Respeito a dignidade da pessoa, igualdade e liberdade entre os cidadãos e o direito à propriedade individual). Em 1791 estabelecem uma monarquia constitucional, mudam a condição política da França, estabeleceram igualdade jurídica entre os cidadãos e igualdade econômica, porem continuam com a monarquia. Em 22 de setembro de 1792 começa a fase jacobina, que propuseram o estabelecimento de uma república e uma convenção nacional, ou seja acabam com a monarquia e proclamam a república, portanto escrevem uma nova constituição, sendo nisto que se estabelece os três grupos: JACOBINOS JIRONDINOS GRUPOS DA PLANICE Alta Burguesia Pequena Burguesia e Proletariados Burguesia Financeira Reforma Política Coletivizar a propriedade privada Mudava de lado de acordo com as conveniências. Na medida em que os Jacobinos triunfam eles instituem a chamada fase do terror, que se inicia com o Rei guilhotinado. Esse governo se encerra em 1794, sendo neste ano que ocorre a morte de Robespierre. Em 1795 inicia-se o chamado diretório que era formado pelos membros eleitos, os quais os Jacobinos estão fora, que passaram a disputar o poder até que Napoleão Bonaparte dá seu golpe de poder e em 10 de Novembro de 1799 ocorre o fim da Revolução e ele reforma o estado francês. OS SÉCULOS XIX E XX Nos Séculos XVII e XVIII ocorrem o que podemos chamar de Revoluções Burguesas, sendo assim como podemos pensar dos séculos seguintes (XIX e XX), como podemos conta-los ao longo desse processo de revoluções iniciadas no século XVIII. Século XIX: Revoluções proletariadas, século em que há reações organizadas contra o processo de industrialização, contra o capitalismo.Podemos apontar alguns elementos das revoluções proletárias e o que decorre dela, como a sociedade burguesa se organiza contra essa classe que agora se levanta: Reações ao desenvolvimento industrial: “Ludismo” (tentativa de frear o desenvolvimento das industrias, por acreditarem que as máquinas eram culpadas pelo desemprego); Classe Operária, formada no desenvolvimento da maquinaria, passa a se pensar como classe; passa a ter domínio, entendimento, de sua decomposição social (inicia os sindicatos). Significa que também, do ponto de vista do entendimento das relações econômicas e políticas, passa a dar respostas políticas. Há uma organização política da classe operária, ou seja, significa que passa a ter respaldo teórico, teorizar o momento em que ela se encontra, para tanto podemos pensar na existência de movimentos organizados em sindicatos e partidos políticos, para compreender o momento. Ou seja as tendências teóricas passam a se apresentar no: Socialismo Utópico: Não propuseram mudanças sociais, entenderam que as mudanças partiriam do estado para o povo, primeiro ocupar o estado para que ele possibilite as mudanças históricas, preso aos teóricos Hegeliano. Socialismo Cientifico: não trabalha com categorias abstratas, resultam da classe operária em ser protagonista das suas mudanças históricas. A mudança social parte do povo, dos movimentos. Parte da análise da materialidade da produção capitalista. O Materialismo histórico cientifico é uma teoria de análise da sociedade. Capitalismo como objeto de análise; Num primeiro momento temos os Levantes de Paris, 1848 “A Primavera dos Povos”: O povo chega ao poder, derrubam o governo oficial e assumem o poder em Paris. A extensão é tamanha que chega até Pernambuco. Um Segundo momento é a “Comuna de Paris, 1871”: Os comunistas devidamente organizados e governam o estado francês por cerca de 6 meses. O Comunismo é o projeto de sociedade elaborado pelo partido comunista. No comunismo não há a propriedade privada burguesa, resultante da lei da mais valia. Dois fenômenos podemos nos debruçar que ocorreram no final do século XIX e inicio do século XX: Imperialismo e Nacionalismo; Por que a classe operária não triunfou? Como a burguesia triunfou sobre a classe operária? Qual estratégia utilizada pelas sociedades capitalistas para vencer a classe operária? A resposta para isso não é complicada, a resistência contra o capital inicialmente foi feito pela força, a força repressiva do estado, da lei, mas sobre esse campo a classe operária teve suas vitórias. A resistência do capitalismo veio pelo enfrentamento indireto, isto quer dizer quer o capitalismo realinhou a produção, reorganizou os sistemas produtivos, controle sobre o tempo e o trabalho retirando do operário a autonomia do tempo e ação, o enfrentamento da classe burguesa(capital) se deu através das ciências aplicadas. Será no nível da maquinaria que a resistência será realizada pelo capital, isto significa que no final do século XIX o capitalismo ganhará uma conotação especifica e peculiar “capitalismo monopolista”: pois requer mercados, não apenas para extração de matéria prima, mas para venda das mercadorias industrializadas, querem monopolizar setores, rotas de comércio, países que são possíveis de serem novos consumidores. A luta no século XIX é para a abertura de novas frentes de consumos, é nessa perspectiva que não cabe mais o trabalho escravo, em virtude de um modo de produção industrial que não é compatível com um sistema colonial. Numa era de industrialização esse modo de produção não é mais sustentável. Os países que estavam fora desta rota mercantilista, nacionalista, constroem grandes impérios: Grã-Bretanha (que se estendia para a China, África do Norte e Índia); Austro-Húngaro; Turco-Otomano (só deixa de existir depois da segunda guerra mundial); Japão. Imperialismo: tentativa de dominar e monopolizar uma grande e extensa terra do globo afim de extrair matéria-prima e despejar produções. 1848 “Primavera dos Povos”: tal revolução percebia-se que viria pra ficar e que mudaria boa parte do mundo, a revolução proletária é mundial, não pode haver revolução onde não há proletário, ela só poderia se desenvolver onde há capitalismo desenvolvido. 03/11/2016 Para discutir a primeira guerra mundial cumpre expor alguns aspectos para podermos compreender o motivo pelo qual ela eclodiu. Eric Hobsbawm propõe fazer um sobrevoo sobre o século XX, e apontar os aspectos mais contundentes. Século XX: 28/06/1914 – Essa data ocorre o assassinato de Francisco Ferdinando o arquiduque da Áustria Hungria, dando início a chamada primeira guerra mundial, para o autor a morte do arquiduque, deu início também a uma catástrofe histórica que marcaria todo o século; em razão disso apresenta para nós os aspectos mais característicos do século XX: 1° Não foi apenas uma guerra em que matou pessoas, o que ocorre a partir desta guerra é a destruição da memória histórica, do passado, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal a das gerações anteriores; é mais do que o desaparecimento da memória do passado, é a total destruição dos mecanismos que nos ligam as gerações anteriores. O fato de não reconhecermos o passado implica nas leituras anacrônicas que se faz do mesmo passado, há um desentendimento do homem do presente, do passado. A geração presente ao não compreender os vínculos do passado acaba por cometerem anacronismos, com o surgimento de doutrinas nacionalistas e neofacistas. Se ignora o passado se afastando da fonte histórica, primárias, e se prende a ideologias. Isto quer dizer que o historiador tem uma importância, sua função é lembrar o que os outros esquecem, isto quer dizer que o passado é parte de nós, que é uma visão indestrutível e fonte de um presente sempre permanente, portanto, a importância do historiador está no de trazer o passado de forma indestrutível, isto quer dizer que não devemos buscar no passado, princípios ideológicos para fundar o presente. A incompreensão do presente, leva-nos a buscar no passado aqueles fatores incompreendidos para explica-lo. 2° O século XX foi povoado por conflitos, bélicos, ideológico e religiosos. A partir disto podemos destacar alguns aspectos: 1° O mundo que se esfacelou em 1980 (Guerra Fria) no fim foi aquele formado pela revolução Russa; 2° O que sobreviveu a revolução Russa foi formado pelo lado vencedor (portanto quem triunfou foram as sociedades capitalistas, ademais os restantes foram apagados, silenciados; os países pequenos que viviam a margem das grandes potências). Sob este ponto de vista o autor retoma novamente qual a função do historiador: A tarefa do historiador não é a de julgar, emitir juízos de valor, mas sim de compreender os mecanismos que nos ligam ao passado. 3° Como compreender o século XX? Como compreender os anos que vão da primeira guerra ao colapso da união soviética? Para responder essa pergunta o autor dividiu a obra em 3 partes: 1° O Século XX teve a “Era da Catástrofe” (1914 a 1950), caracterizada por guerras seguida de crescimento econômico, como também descredito das democracias, os fascismos e crises econômicas. A essa era (Era da catástrofe) é compreendida uma segunda era que ele chama de “Era de Ouro” (1950 a 1970), caracterizada pela estabilização do capitalismo e de profundas transformações sociais. Após vem a “Era do Desmoronamento” (1970 a 1991), nesse período para o autor caem por terra os sistemas que previam ou imitavam o barbarismo, brutalização política e irresponsabilidade teórica, Hobsbawm explica isso porque as tendências que apontam o fim da história, o particularismo teórico, a desarticulação dos modelos explicativos universais (fim das metanarrativas, das análises de totalidade). O Livro começa com a primeira guerra mundial, que assinala o colapso da civilização ocidental do século XIV (era vitoriana) tratava-se de uma civilização capitalista na economia, liberal na estrutura legal e constitucional na estrutura da sociedade, acredita nos avanços tecnológicos(...). O século tambémassinala as crises das democracias, e uma provisória aliança entre capitalismo liberal e comunismo com objetivo de resistir ao fascismo.