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Protocolo OBS 002 DPP

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INSTITUTO DE PERINATOLOGIA DA BAHIA - IPERBA 
PROTOCOLO - OBS - 002 DATA: 20/07/2004 PÁG: / 3 
TÍTULO: DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA NORMALMENTE INSERIDA 
 
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1. CONCEITO 
 
Separação da placenta, de forma abrupta, do seu sítio normal de implantação, a partir de 
20 semanas de gestação e antes do nascimento do concepto. 
 
2. FATORES DE RISCO 
- Não traumáticos: Hipertensão arterial (75%), baixa condição sócio-econômica, 
multiparidade, idade materna avançada, DPP em gestação prévia, cesárea prévia, CIUR, 
corioamnionite, gemelaridade, diabetes mellitus, rotura prematura de membranas, 
tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, coagulopatia 
- Trauma Externo (acidentes automobilísticos, trauma mecânico); 
- Trauma Interno (brevidade de cordão, escoamento rápido do polidrâmnio, movimentos 
fetais excessivos, retração uterina após nascimento do primeiro gemelar); 
 
 
3. DIAGNÓSTICO CLÍNICO – Classificação de Sher 
 
3.1. GRAU 1 (LEVE) – mínimo ou nenhum sangramento, não existe comprometimento fetal 
e nem materno. O diagnóstico é geralmente retrospectivo, com a observação do 
hematoma retroplacentário no estudo da placenta ou durante a gravidez como achado 
casual em avaliação ultrasonográfica. 
 
3.2. GRAU 2 (MODERADO) – diagnóstico baseado em sinais clássicos de DPP: 
- Sangramento genital (presente em 80% dos casos, sangue escuro); 
- Dor abdominal súbita e intensa; 
- Hipertonia Uterina, útero doloroso à palpação; 
- Ausculta fetal difícil ou ausente; 
- Aumento progressivo do volume uterino (hemorragia oculta); 
- Bolsa das águas tensa; 
- Aumento da pressão arterial ou hipotensão secundário ao choque hipovolêmico. 
 
3.3. GRAU 3 (GRAVE) – sinais clássicos do DPP associados ao óbito fetal 
- 3A sem coagulopatia 
- 3B com coagulopatia 
 
4. EXAMES COMPLEMENTARES 
 
4.1. LABORATÓRIO: Tipagem Sangüínea, Hemoglobina e Hematócrito, Coagulograma 
(plaquetas, TP, ), Uréia, Creatinina, Eletrólitos Séricos. 
 
4.2. ULTRA-SONOGRAFIA: Visualização de Coágulo Retroplacentário. 
 
 
 
 
INSTITUTO DE PERINATOLOGIA DA BAHIA - IPERBA 
PROTOCOLO - OBS - 002 DATA: 20/07/2004 PÁG: / 3 
TÍTULO: DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA NORMALMENTE INSERIDA 
 
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5. TRATAMENTO 
 
5.1. MEDIDAS GERAIS 
- Dieta Zero; 
- Cateterização venosa: periférica ou central (dependendo da gravidade); 
- Cateterismo Vesical (sonda de Foley 12 ou 14); 
- Oxigênio sob cateter nasal (5l/min); 
- Monitorização Contínua da freqüência cardíaca, pressão arterial e diurese; 
- Avaliação laboratorial (rastrear perdas, avaliar função renal e coagulopatia); 
- Evitar o choque hipovolêmico. 
 
5.2. TRATAMENTO DO CHOQUE 
- Preferência ao concentrado de glóbulos (ricos em fatores da coagulação) 
- Evitar expansores de plasma (inibem a adesividade e conseqüente agregação 
plaquetária); 
- Procurar manter o hematócrito acima de 30% e diurese acima de 30 ml/hora. 
 
5.3. TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DA COAGULAÇÃO 
- TP e TTPA prolongados, plaquetas abaixo de 100.000 confirmam o diagnóstico de 
CIVD; 
- A reposição sangüínea é considerada medida terapêutica básica (fornece uma série 
de elementos da coagulação) 
 
 
 
6. CONDUTA OBSTÉTRICA 
 
6.1. INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ INDEPENDENTE DA IDADE GESTACIONAL 
 
6.1.1. FETO VIVO E VIÁVEL 
- Parto cesáreo, salvo trabalho de parto avançado, ou seja, parto iminente. 
 
6.1.2. FETO MORTO OU INVIÁVEL 
- Promover de imediato, a amniotomia; 
- Administrar derivados da meperidina (sedação e coordenação da atividade motora 
uterina); 
- Ocitocina em casos selecionados (hipertonia não acentuada, sem evolução satisfatória 
do trabalho de parto); 
- Indica-se o parto cesáreo: parada da evolução do trabalho de parto por 1 hora, quando 
o parto não ocorreu após no máximo 4 horas, na presença de hemorragia pronunciada 
e na vigência da instalação de coagulopatia. 
 
 
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7. CONDUTA NA ATONIA UTERINA 
 
- Histerectomia deve ser pensada na presença da atonia uterina que não responda 
às medidas clínicas (ocitócicos, massagem uterina ou outras). Realizar 
preferencialmente a histerectomia subtotal, uma vez que esta se acompanha de 
uma menor incidência de complicações quando comparada coma histerectomia 
total. 
 
8. CONDUTA NO DPP GRAU 1 DE SHER 
- Internamento; 
- Realização de USG seriada para observar se existe evolução do hematoma; 
- Avaliação do bem estar fetal através da dopplervelocimetria, cardiotografia 
(diária); 
- Promover aceleração da maturação pulmonar fetal em gestações entre 24 e 34 
semanas (ver protocolo específico); 
- Parto na presença de gestação à termo, progressão do hematoma ou sinais de 
sofrimento fetal. 
 
 
9. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 
 
 Não se aplica 
 
 
10. ANEXOS 
 
 Não se aplica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por 
 
 
Dr. Omar Ismail Darzé CRM 7417 
Coordenação de Ensino e Pesquisa 
Editado por 
 
 
Luciana Branco 
CRA-BA N. º 6593 
Aprovado por 
 
 
Dra. Dolores F. Fernandez 
Coordenação Médica 
Data 
 
20/07/2004

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