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Aula_08 LINGUISTICA


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LINGUÍSTICA 
AULA 8- A SOCIOLINGUÍSTICA (AULA 1)
A SOCIOLINGUÍSTICA (AUL A1)
LINGUÍSTICA 
Conteúdo Programático desta aula
 O que é a Sociolinguística: a questão da variação linguística.
 Variável x variante.
 Pesquisas sem sociolinguística.
A SOCIOLINGUÍSTICA (AUL A1)
LINGUÍSTICA 
Saussure – língua é social: unifica a comunidade já que compartilhamos o mesmo sistema linguístico.
Ênfase ao caráter social ou institucional dos sistemas linguísticos.
Insere a linguística no contexto mais amplo das ciências sociais: linguística como sendo mais próxima da sociologia ou da psicologia social. 
Língua é homogênea e a fala é heterogênea.
A heterogeneidade da fala não pode ser explicada pela Linguística.
BREVE RESUMO: SAUSSURE
A SOCIOLINGUÍSTICA (AUL A1)
LINGUÍSTICA 
A língua é um processo cognitivo.
O primeiro objetivo da língua é expressar o pensamento; 2ª função é a social. Assim, a linguística está mais perto da psicologia cognitiva.
A competência linguística não é o sistema linguístico, mas o conhecimento que os indivíduos têm desse sistema. 
A competência linguística é a mesma para todos os indivíduos e é puramente linguística.
O desempenho é variável e não pode ser estudado pela Linguística: a Psicolinguística deve estudá-lo, já que é variável.
BREVE RESUMO: CHOMSKY
A SOCIOLINGUÍSTICA (AUL A1)
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William Labov (1972). Ocorrência do r- final.
Antes da 2ª guerra a norma era não realizar o r –final ( a norma prestigiava r ~ Ø.)
Só falantes com menos de 40 anos realizavam o r – final: os mais jovens adotaram uma nova norma.
Isso se torna a norma de prestígio e os falantes caminham nessa direção.
CONCLUSÃO. Toda variação é motivada: a variação é sistemática e previsível. 
 INÍCIO DOS ESTUDOS SOCIOLINGUÍSTICOS
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LINGUÍSTICA 
O discurso científico, embasado nas teorias da Linguística moderna: noções de variação e mudança. 
2. O discurso do senso comum, baseado na visão normativa sobre a linguagem e que opera com a noção de erro. 
	A noção de erro nasce com a Gramática Tradicional de base grega.
	A Gramática Tradicional é um importante patrimônio cultural do Ocidente, mas não pode ser aplicada como uma teoria linguística: a GT estuda a frase!
Só para lembrar: Gramática Tradicional / Gramática Normativa 	 /Gramática Descritiva / Gramática Internalizada
A LÍNGUA VISTA SOB DOIS PONTOS DE VISTA
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LINGUÍSTICA 
A variação não existe somente na fala dos indivíduos não-escolarizados.
O falante culto varia em termos de fala e escrita; de formalidade do ambiente etc. 
Quem é o falante culto:
Indivíduo com Terceiro Grau Completo;
Indivíduo com alta carga de leitura de textos escritos na variedade padrão.
Problema: Onde tem variação linguística, tem avaliação social.
IMPORTANTE. Considerar que há variação, não significa que devamos deixar de ensinar o padrão.
	O papel da escola é ensinar a língua padrão.
A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
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LINGUÍSTICA 
“As pessoas tratam a língua como algo pronto. Mesmo aqueles que defendem a pureza do idioma sabem que a língua é um ser movimento, é moldada pelos falantes. Ela está  em constante movimento, mas, ainda assim, seu sistema continua organizado, o que permite que consigamos nos comunicar. A língua é, na verdade, mais guiada pelos seus usuários do que guia.”
(Adaptado de As palavras inventadas, Luiz Costa Pereira Júnior, p.18-22, Revista Língua Portuguesa, Ano III, no 29, 2008).
A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E O PAPEL DO USUÁRIO
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LINGUÍSTICA 
O que dizem os PCN?
Como se defendeu o MEC? 
“Para a linguística: as aulas de Língua Portuguesa devem ir além da gramática.
O ensino da norma culta é necessário, mas o aluno deve dominar diversas situações comunicativas.
Devemos reconhecer que ‘Nós pega o peixe’ comunica a ideia, mas pertence à variedade não-padrão e é estigmatizado.
A escolarização é imprescindível para a apropriação da norma de prestígio.
A POLÊMICA ‘NÓS PEGA O PEIXE’
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Heterogeneidade como foco: formas de igual valor de verdade.
	O que significa “igual valor de verdade?
A gente x nós;
As casas azuis x as casaØ azul Ø.
A heterogeneidade linguística pode e deve ser explicada.
A sociolinguística correlaciona aspectos linguísticos e sociais: o que influencia a variação? Variáveis linguísticas e extralinguísticas.
As distinções não são tão rígidas: deve-se falar em tendências a empregos de certas formas; não há como delimitar rigidamente.
Há sempre 2 forças: variedade e unidade – as línguas exibem variações, mas mantêm-se coesas.
A SOCIOLINGUÍSTICA
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“Muitos podem pensar que o fenômeno da variação ocorre no Brasil porque os brasileiros são desleixados. No entanto, isso não passa de preconceito, pois uma característica de todas as línguas do mundo é que elas não são uniformes. Todas elas apresentam variantes, isto é, não são faladas da mesma maneira nos diversos lugares, nos distintos grupos sociais, nas diferentes épocas, nas diferentes situações. A língua é o meio utilizado pelo homem para expressar suas ideias, as da sua geração, da sua comunidade. A variação ocorre porque a sociedade é composta por pessoas de diferentes idades, profissões, escolaridades etc. Cada falante é um agente modificador do seu idioma: a língua é um instrumento privilegiado da cultura de um povo.” 
(Adaptado de FIORIN, Jose Luiz. Painéis da variedade. Revista Língua Portuguesa, ano II, numero 23, 2007.)
A SOCIOLINGUÍSTICA
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LINGUÍSTICA 
Discurso científico x senso comum: fazendo ciência
Banco de dados do Corpus Censo do PEUL - grupo de pesquisa sediado no Departamento de Linguística e Filologia da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
64 gravações de 60 minutos cada com 64 falantes – 48 falantes adultos (15-71 anos) e 16 crianças (7-14 anos), estratificados em função do sexo, anos de escolarização (1 a 4, 5 a 8 e 9 a 11) e faixa etária (7-14, 15-25, 26-49 e 50-71)..
ANALISANDO UMA PESQUISA: SCHERRE (1988)
A SOCIOLINGUÍSTICA (AUL A1)
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Sintagmas nominais plurais passíveis de variação não prevista pela tradição gramatical brasileira, constatando que, na amostra de fala analisada, a marca explícita de plural pode ser encontrada:
 (1) em todos os elementos flexionáveis do SN: os fregueses/novas escolas/as boas ações/essas coisas todas /os meus ainda mais velho s amigos); 
(2) em alguns elementos flexionáveis do SN: essas estradas nova0/as mulheres ainda muito mais antiga0; 
(3) em apenas um dos elementos flexionáveis do sintagma nominal: as codorna0; 
(4) em nenhum dos elementos flexionáveis do SN (dois risco verde/uma porção de coisa interessante).
SCHERRE (1988): TIPOS DE SINTAGMAS
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Toda mudança pressupõe variação, mas a existência de formas em variação não implica a ocorrência de mudança: a língua só muda se os falantes absorvem a mudança.
O item em variação pode ou não ser estigmatizado:
TU no sul do país x VOCÊ;
0tá x está;
Nós fomos NO Maracanã x nós fomos AO Maracanã;
FRamengo x Flamengo;
Eu vi ELE x Eu O vi;
Peixe x pexe; homem x home; 
Alguém lavou os pratos x os pratos foram lavados; apareceram três homens x três homens apareceram.
VARIAÇÃO E MUDANÇA
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Ele veio do Rio só pra me ver. Então eu fui ao aeroporto buscá-lo.
b) Uso do pronome lexical
	Eu amo o seu pai e vou fazer ele feliz.
c) Uso de SNs anafóricos
	Ele vai ver a Dondinha e o pai da Dondinha manda a Dondinha entrar, ele pega um facão...
d) Uso da categoria vazia
	O Sinhozinho Malta está tentando convencer o Zé das Medalhas a matar o Roque... Mas ele é muito medroso. Quem já tentou
matar Ø foi o empregado da Porcina. Ontem ele quis matar Ø, s empregada é que salvou Ø.
MAIS UMA PESQUISA: O USO DO CLÍTICO ACUSATIVO (DUARTE, 1989)
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MAIS UMA PESQUISA: O USO DO CLÍTICO ACUSATIVO (DUARTE, 1989)
Gráfico1
		0.049
		0.154
		0.626
		0.171
%
Distribuição segundo a variante usada
Plan1
				%
		Clítico		5%
		Pronome Lexical		15%
		SN nulo		63%
		Sn anafórico		17%
Plan1
		0
		0
		0
		0
%
Plan2
		
Plan3
		
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1. Variedades linguísticas. Diferentes modos de falar. 
	Não é variável, por exemplo, a ordem: Casa a bonita é.
2. Variantes. Cada uma das formas diferentes de se dizer alguma coisa: < a gente> < nós>; <S> e <Ø>.
	Exemplos. A gente fala, nós falamos, a gente falamos, nós fala; as casas azuis, as casas azul; as casa azul.
Atenção. ‘A gente falamos’ e ‘Nós fala’ são formas estigmatizadas, assim como a não-marcação de plural.
3. Variável. Pode significar fenômeno em variação ou conjunto de fatores (sexo, idade, escolaridade, tipo de texto, formalidade do ambiente etc.). 
	[nós] 
VARIEDADES, VARIANTE E VARIÁVEIS 
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Relacionada a diferenças linguísticas que ocorrem em função do espaço físico: muito perceptível e marcada.
Exemplos. 
a) Brasileiros e portugueses. 
Trem x combóio; prêmio x prémio; Lá não vou x Não vou lá.
b) Brasil: nordeste e sudeste. 
Vogais médias pré-tônicas abertas x fechadas; 
Posposição verbal da negação (“sei não” (nordeste) x “não sei; não sei não” (sudeste).
Reflexão. Novelas e Chico Bento. 
VARIAÇÃO GEOGRÁFICA (DIATÓPICA)
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	Variações percebidas entre grupos socioeconômicos.
	Compreende os seguintes fatores: idade, sexo, profissão, nível de escolarização, classe social. 
	Forte estigma= marca socialmente.
	Exemplos. 	
	Uso de dupla negação: “ninguém não viu”; “eu nem num gosto”.
	“Brusa”; “grobo”; “estrupo”; “probrema”.
Lembrando. Onde tem variação, tem avaliação. 
VARIAÇÃO SOCIAL (DIASTRÁTICA)
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Observa-se, neste tipo de variação, o grau de formalidade do contexto comunicativo ou do canal utilizado para a comunicação (a fala, o e-mail, o jornal etc.)
Exemplos.
	a) Ele se ferrou porque não pensa!
	a1) Ele teve problemas por não ter considerado os fatos!
	b) Fala meu irmão!
	b1)O que o senhor deseja?
VARIAÇÃO DE REGISTRO (DIAFÁSICA)
E para terminar ...
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O discurso científico x o senso comum: o que é erro para a Sociolinguística? Diferença entre prescrição e uso.
O falante culto: quem ele é; seu papel na variação linguística.
Variação linguística x mudança linguística: toda língua varia.
A língua é guiada pelos usuários.
Heterogeneidade como foco: formas de igual valor de verdade: As casas azuis x as casaØ azul Ø. Variantes. Cada uma das formas diferentes de se dizer alguma coisa: < a gente> < nós>; <S> e <Ø>.
RESUMINDO:

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