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ANALISE DOS ARTIGOS DO CP PENAL IV 01 12 2016

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UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE
FACULDADE DE CAMPINA GRANDE-FAC-CG
DIREITO PENAL IV
JONATHAN DAMIÃO SILVA LIMA
Prof.: FELIPE AUGUSTO DE MELO E TORRES
ANÁLISE DE ARTIGOS DO CÓDIGO PENAL
CAMPINA GRANDE
2016
ATIVIDADE AVALIATIVA
ANÁLISE DOS ARTIGOS: 319, 319-A, 320, 329, 330, 331, 334, 334-A, 339, 340, 341, todos do CP.
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
-  Prevaricação - No art. 319, os elementos do tipo penal são: “RETARDAR ou DEIXAR DE PRATICAR, INDEVIDAMENTE, ato de ofício, OU PRATICA-LO contra DISPOSIÇÃO EXPRESSA DE LEI, para satisfazer INTERESSE OU SENTIMENTO PESSOAL: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa”.
Desta forma, podemos dizer que o crime de PREVARICAÇÃO é um crime próprio, ou seja, só poderá ser praticado por funcionário público (art. 327, CP), e poderá ser consumado nas formas omissiva (retardar ou deixar de praticar) ou comissiva (pratica-lo contra disposição expressa em lei), ressaltando que a ação ou omissão, deverá ser realizada no desempenho das atribuições/competências da função pública, contra ato de ofício, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Nesta modalidade admite-se a participação de terceiro.
Devemos ressaltar que, este crime só será configurado se o funcionário agir para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, pois, se receber alguma vantagem indevida, ou o fizer a pedido ou por influência de outrem, estará configurado outro crime (corrupção passiva).
Nesse crime, o elemento subjetivo é o dolo, isso é, o agente deve agir por vontade livre e consciente de retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei. [1: CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 3, 2012. p. 587.]
Segundo Fernando Capez, “Sujeito passivo principal é o Estado. O particular, de maneira secundária, também pode ser vítima do delito em tela, caso venha asofrer algum dano em face da conduta criminosa do funcionário público”.[2: Ibidem. Direito Penal Simplificado. 2012. p. 421.]
O crime se consuma com a o retardamento, com a omissão ou com a prática do ato contrário à disposição expressa em lei. Nas condutas omissivas não se vislumbra a tentativa, tendo em vista que a ação se configura em um único ato (delito unissubisistente). Já na forma COMISSIVA (praticar ato contra disposição expressa em lei), a tentativa é perfeitamente possível, já que existe um caminho até a consumação (iter criminis) que pode ser fracionado, sendo este delito plurissubisistente.[3: Ibidem. Curso de Direito Penal. Vol. 3, 2012. p. 588.]
Existe ainda uma causa de aumento de pena prevista nos termos do art. 327, § 2º do CP.
-  Prevaricação Impropria - Art. 319-A. - “DEIXAR o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano”.
Esta previsão legal trata-se da denominada Prevaricação Imprópria ou Especial, uma infração de menor potencial ofensivo, que é configurado pela OMISSÃO do diretor de penitenciária ou agente público ao descumprir o dever de vedar acesso a meios de comunicação aos presos.
Com isso temos que, o crime em tela é um crime próprio (sujeito ativo é o diretor de penitenciária ou agente público), omissivo (por DEIXAR de cumprir), que tem como sujeito passivo o Estado e a Adm. Pública.
O elemento subjetivo é o DOLO, ou seja, o agente deve ter a intenção de não tomar as medidas necessárias para coibir/impossibilitar o acesso dos presos aos meios de comunicação. Sendo assim, a consumação se dá no momento em que o agente deixa de cumprir o se dever, prevalecendo o entendimento de que NÃO se admite a tentativa.
Não constitui o crime quando se tratar de instituição para cumprimento de medidas sócio educativas de internação.[4: In: http://conhecimentosjuridicos.blogspot.com.br/2012/07/crimes-contra-administracao-publica_26.html - 18/11/2016.]
Tem causa de aumento de pena prevista no art. 327, § 2o, do CP.[5: CAPEZ, Fernando. Direito Penal Simplificado. 2012. p. 426.]
- Condescendência criminosa - Art. 320 - “DEIXAR o funcionário, por indulgência, DE RESPONSABILIZAR SUBORDINADO QUE COMETEU INFRAÇÃO NO EXERCÍCIO DO CARGO ou, quando lhe falte competência, NÃO LEVAR O FATO AO CONHECIMENTO DA AUTORIDADE COMPETENTE: Pena — detenção, de quinze dias a um mês, ou multa”.
Segundo Capez, “trata-se de uma forma de prevaricação privilegiada”, onde o agente por clemencia (indulgência), deixa de aplicar sansão disciplinar a seu subordinado ou, quando não for competente para tal ato, deixa de denunciar infração cometida no exercício de suas atividades funcionais.[6: Ibidem, p. 424.]
Podemos observar que se trata de uma ação OMISSIVA pura, já que para configurar o tipo penal, o funcionário precisa DEIXAR de responsabilizar/denunciar infração cometida por subordinado, acometido por sentimento de tolerância/clemencia. Devemos ressaltar que esta infração deve estar ligada necessariamente ao exercício das funções.
O sujeito ativo é o FUNCIONÁRIO PÚBLICO, o que nos remete a um crime próprio, que só poderá ser cometido por funcionário público necessariamente superior hierárquico do infrator.
Sujeito passivo é o Estado, titular do bem jurídico tutelado.[7: Ibidem, Curso de Direito penal. v. 3. 2012. p. 594.]
A consumação do crime se dá no momento da omissão, sendo o elemento subjetivo o DOLO, a vontade livre e consciente de praticar uma das condutas típicas, sendo necessário o cometimento derivado de “indulgência”. Por se tratar de um crime omissivo puro, NÃO se admite a tentativa.
Existe ainda uma causa de aumento de pena prevista nos termos do art. 327, § 2º do CP.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
- Resistência - Art. 329 – “OPOR-SE à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência”.
A conduta típica consiste no ato COMISSIVO do agente, que se opõe a execução de ato legal (Ex.: cumprimento de mandado de prisão), praticado por autoridade pública ou terceiro que o auxilie, com emprego de violência ou ameaça, sendo exigido o emprego de força física contra estes. Segundo Capez, “Não se configura o crime, assim, se a violência for empregada contra a coisa (quebrar os vidros da viatura policial)” .[8: CAPEZ, Fernando. Direito Penal Simplificado. 2012. p. 439.]
O sujeito ativo é qualquer pessoa que se opõe à execução de ato legal, sendo assim, trata-se de um crime comum.
O sujeito passivo é o Estado, “titular da regularidade administrativa e do fiel cumprimento das ordens legais”(CAPEZ, v. 3, 2012, p. 440), bem como, o funcionário público que executa ou deve executar o ato e/ou terceiro que lhe presta auxílio eventual.
O elemento subjetivo deste tipo penal é o DOLO, que implica na vontade livre e consciente do agente em se opor a ato legal pratica, utilizando de violência ou ameaça. Segundo Capez, a doutrina apresenta 3 entendimentos para o caso de embriagues, quais sejam: a) “A embriaguez não exclui o elemento subjetivo do crime de resistência”; b) “A embriaguez, qualquer que seja a sua intensidade, exclui o elemento subjetivo do crime de resistência”; c) “A embriaguez exclui o elemento subjetivo apenas quando o agente estiver inteiramente dominado pela intoxicação alcoólica” (CAPEZ, v. 3, 2012, p. 440).[9: Fundamento: art. 28, II, do CP. O agente embriagado pratica o crime de resistência. É a posiçãoadotada por Mirabete (2001b, v. 3, p. 364).][10: É a posição adotada por Damásio de Jesus (2001b, v. 4, p. 215).]
A Consumação se dá com o emprego da violência ou ameaça contra o funcionário. Trata-se de crime formal. Este pode ser na forma simples (previsão do caput do artigo) ou qualificada (§ 1º do art. 329), que é quando o agente, em virtude da resistência, impede a execução do ato. Também existe a previsão de concurso material entre o crime de resistência e os que resultam do emprego da violência (lesão corporal ou homicídio – as vias de fato são absorvidas pela resistência), de acordo com § 2º.
Segundo Capez, a tentativa “É perfeitamente possível a tentativa. Se houver o emprego de ameaça, haverá o conatus se ela for realizada por escrito”. 
-  Desobediência - Art. 330 - DESOBEDECER a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
O núcleo do tipo penal está consolidado no verbo “desobedecer” (não atender, não aceitar, não se submeter, etc.) a ordem legal emanada por funcionário público. Este delito pode ser praticado por AÇÃO ou OMISSÃO.
Capez traz que “consoante a doutrina e a jurisprudência, se a norma extrapenal (administrativa, civil, processual) não fizer menção à aplicação cumulativa da sanção civil ou administrativa com o crime de desobediência, o descumprimento da ordem não configurará o crime em estudo: se o motorista se recusar a retirar o automóvel de local proibido, há somente a previsão legal de sanção administrativa no CTB (Direito Penal Simplificado, 2012, p. 441 e 442). Deve-se ressaltar que, caso a ordem emanada seja ilegal o particular, ao descumpri-la, não estará cometendo o crime em estudo.
Estamos diante de um crime comum, uma vez que qualquer pessoa pode praticá-lo, inclusive funcionário público, desde que “não se relacione com as suas funções, pois, em caso afirmativo, pode haver o crime de prevaricação”, já como sujeito passivo temos o Estado, que é o titular do objeto jurídico protegido.[11: CAPEZ apud NORONHA, 1992, v. 4, p. 302; JESUS, 2001b, v. 4, p. 217]
O elemento subjetivo é o DOLO, a vontade livre e consciente de desobedecer a ordem legal do funcionário público, sendo exigido que o agente tenha consciência de que está descumprindo uma ordem legal. A doutrina é divergente no que tange a exclusão do crime no caso de embriaguez.[12: “A embriaguez exclui o crime? Há três posições: a primeira considera excluído o elemento subjetivo no caso da embriaguez; outra corrente acredita que só se deve excluí-lo quando a embriaguez elimina a capacidade intelecto-volitiva do agente; por fim, há quem entenda que não estará ausente o dolo na conduta do ébrio” (CAPEZ, Direito Penal Simplificado, 2012, p.444).]
A consumação se dá: a) no caso de omissão (determina-se que o destinatário deixe de fazer algo), o crime consuma-se no momento em que o agente pratica a ação de que não poderia fazer; b) no caso de ato comissivo (determina-se que o destinatário faça algo) por sua vez, Capez ensina que para que se considere consumado o crime, é preciso verificar se o funcionário concedeu prazo para que o agente realizasse a ação devida, pois, ultrapassado este e tendo aquele se omitido, considera-se descumprida a ordem, portanto consumado o crime. Neste caso se admite a tentativa, diferentemente das ações omissivas.
- Desacato - Art. 331 – “DESACATAR funcionário público no exercício da função ou em razão dela:  Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa”.
Segundo Capez, “O bem jurídico tutelado são a dignidade, o prestígio, o decoro e o respeito devidos à função pública, de modo a possibilitar o regular exercício da atividade administrativa”.
O verbo DESACATAR induz as ações de ofender, humilhar, espezinhar, desprestigiar, agredir o funcionário, ofendendo a dignidade, o prestígio e o decoro da função, podendo ser praticado por meio de palavras, gritos, gestos, pode ser escrita, etc., sendo exigido que o desacato ocorra no exercício da função ou em razão dela.
Estamos diante de um crime comum, uma vez que qualquer pessoa pode praticá-lo. Contudo, a Lei n. 8.906/94 (Estatuto da OAB), em seu art. 7o, § 2o, estabelece que o advogado não comete crimes de injúria, difamação ou desacato no exercício de suas funções, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares da OAB.
O sujeito passivo é o Estado, titular do bem jurídico tutelado, e também o funcionário público desacatado. O ato de desacato praticado contra dois ou mais funcionários configura crime único, uma vez que o sujeito passivo imediato e primário do crime em tela é o Estado.
O elemento subjetivo é o DOLO, isto é, a vontade livre e consciente de praticar os atos ou proferir palavras injuriosas (humilhantes, desprestigiadoras) com o fim de ofender ou desprestigiar a função exercida pelo funcionário público (elemento subjetivo do tipo), e este deve abranger o conhecimento da qualidade de funcionário público. Segundo Magalhães Noronha (1992, v. 4, p. 310), “é a intenção ofensiva que distinguirá o desacato da resistência, quando a ofensa for praticada por meio de violência física ou moral”.
A consumação se dá no momento em que os atos ofensivos são praticados ou as palavras ultrajantes são proferidas contra o agente público. A tentativa é possível, salvo nos casos de ofensa oral.
- Descaminho - Art. 334. “ILUDIR, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)”[13: Análise com base no artigo publicado por Francisco Dirceu Barros (In: http://franciscodirceubarros.jusbrasil.com.br/artigos/136366531/alteracao-no-crime-de-crime-de-descaminho-lei-n-13008-de-26-junho-de-2014 - 22/11/2016)]
O elemento subjetivo do delito é o DOLO, que corresponde à vontade livre e consciente de realizar as condutas descritas nas modalidades supracitadas. O tipo penal exige a vontade do agente em “ILUDIR” o pagamento do tributo devido, sendo assim, não admite a modalidade culposa.[14: “Remonta ao meio fraudulento, ardil, malicioso, empregado pelo agente a fim de obstar o recolhimento do tributo devido pela entrada ou saída das mercadorias” (In: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=5583 – 22/11/2016)]
Qualquer pessoa pode incorrer nos termos deste artigo, desta forma, estamos diante de um crime COMUM, o qual dispensa um resultado naturalístico (crime formal) para sua consumação, necessitando somentea pratica do ato de iludir o pagamento do imposto devido em razão da entrada de mercadoria no País. Como sujeito passivo o Estado.
A tentativa é possível em todas as modalidades, salvo nas formas descritas no § 1º, incisos I e II, que são crimes habituais, uma vez que temos a expressão “no exercício de atividade comercial ou industrial”, indicando claramente que para caracterização do crime deve haver “habitualidade”.
Tanto pode ser UNISSUBSISTENTE (praticado num único ato) ou PLURISSUBSISTENTE (em geral, vários atos integram a conduta, é o caso onde a tentativa é admitida), dependendo do caso concreto, mas em todos os casos é um crime TRANSEUNTE (não deixa vestígios).
Segundo o Promotor Dirceu Barros, o crime pode ser “Comissivo (os verbos implicam ações), na forma “importar” e “exportar”, bem como comissivo ou omissivo (implicando abstenção) na modalidade “iludir o pagamento”, conforme o caso concreto. E, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, art. 13, § 2º, do CP)”.[15: (In: http://franciscodirceubarros.jusbrasil.com.br/artigos/136366531/alteracao-no-crime-de-crime-de-descaminho-lei-n-13008-de-26-junho-de-2014 - 22/11/2016) ]
Existe ainda uma causa de aumento de pena prevista nos termos do § 3º.
Súmula nº 560 do STF. A extinção de punibilidade, pelo pagamento do tributo devido, estende-se ao crime de contrabando ou descaminho, por força do art. 18, § 2º, do Decreto-Lei nº 157/67.
O princípio da insignificância é aplicável ao crime de descaminho quando o valor do tributo iludido não for superior a R$ 10 mil (parâmetro usado pelo STJ é o fixado pelo art. 20 da Lei 10.522/2002).
- Contrabando - Art. 334-A. - “IMPORTAR OU EXPORTAR mercadoria proibida:  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1o Incorre na mesma pena quem:  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de órgão público competente;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.  (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)”
Enquanto o crime de descaminho consiste em “iludir” o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria, o contrabando consiste na EXPORTAÇÃO e/ou IMPORTAÇÃO de mercadoria proibida na forma da lei, não importando estritamente se houve ou não o pagamento de imposto sobre a mercadoria. Com o intuito de proteger a saúde, a moral, a ordem pública, quando os produtos forem de importação ou exportação proibida.
Segundo Capez “ é o bem móvel cujo comércio, por motivo de ordem pública, o Estado proíbe. Trata-se de norma penal em branco, pois cumpre à legislação extrapenal dizer quais mercadorias são relativa ou absolutamente proibidas”.[16: CAPEZ, Curso de Direito Penal, v. 3. 2012, p. 662.]
O elemento subjetivo do delito é o DOLO, que corresponde à vontade livre e consciente de realizar as condutas descritas nas modalidades supracitadas. Podendo ser praticado por qualquer pessoa, desta forma, estamos diante de um crime COMUM. Como sujeito passivo temos o Estado, uma vez que há lesão ao interesse estatal de impedir a importação ou exportação de produtos que ofendem a saúde, a moral, a ordem pública.
Para a configuração deste tipo penal exige-se a vontade livre e consciente de importar ou exportar mercadoria absoluta ou relativamente proibida, contudo, admite-se a modalidade CULPOSA quando recai erro do agente sobre o elemento do tipo, ou seja, o agente não tinha consciência da proibição do produto importado/exportado, sendo assim, incidirá nos termos do art. 20 do CP.[17: Art. 20 – “O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”]
Segundo Capez, a consumação se dá em duas situações distintas: “na primeira, o sujeito ingressa ou sai do território nacional pelos caminhos normais, transpondo as barreiras da fiscalização alfandegária. Nessa hipótese, o crime se consuma no momento em que é ultrapassada a zona fiscal; no segundo caso, o sujeito que se serve de meios escusos para entrar e sair do País clandestinamente. A consumação ocorrerá no exato instante em que são transpostas as fronteiras do País. Tratando-se de importação feita por meio de navio ou avião, a consumação se dá no exato instante em que a mercadoria ingressa em território nacional, muito embora se exija o pouso da aeronave ou o atracamento da embarcação, uma vez que, se o sujeito estiver apenas em trânsito pelo País, não ocorrerá o delito em questão”.[18: CAPEZ, Curso de Direito Penal, v. 3. 2012, p. 664.]
A tentativa é perfeitamente possível quando, por circunstâncias alheias a vontade do agente, a conduta é interrompida durante a entrada ou saída da mercadoria proibida no território nacional, não sendo exigindo pela lei que o sujeito venha a ter a posse tranquila do bem. Em virtude de vários atos integrarem a conduta típica, o crime é PLURISSUBSISTENTE e NÃO TRANSEUNTE (deixa vestígios por se tratar de mercadorias proibidas).
Vislumbra-se a pratica deste tipo penal nas formas SIMPLES (Caput do artigo) e/ou EQUIPARADAS (§§ 1º e 2º), conforme trechos em destaque.
 Existe ainda uma causa de aumento de pena prevista nos termos do § 3º.
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
 - Denunciação caluniosa - Art. 339. “DAR CAUSA À INSTAURAÇÃO de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
        § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
        § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção”.
O objeto jurídico do artigo em estudo é, principalmente, a proteção do interesse da Justiça, que deve ficar a salvo de falsas imputações de crime. Protegem-se, também, a liberdade e a honra do imputado. Conforme texto da Lei, constitui crime “DAR CAUSA”, ou seja, provocar a instauração de instauração de investigação policial; processo judicial: ação penal; investigação administrativa: sindicância, processo administrativo; inquérito civil; ação de improbidade administrativa.[19: Inquérito civil: art. 8o, § 1o, da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985; Ação de improbidade administrativa: veja Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992.]
Trata-se de crime de forma livre, que pode ser praticado oralmente, por escrito, por telefone, etc., sendo de maneira DIRETA (o agente apresenta a notícia criminal, verbalmente ou por escrito, à autoridade - Delegado de Polícia, Promotor de Justiça) ou INDIRETA (denúncia anônima; contar um fato a algum terceiro de boa-fépara que este acabe levando ao conhecimento da autoridade; colocar um objeto ilícito, por exemplo, entorpecente, no carro de alguém inocente e denunciar o fato a autoridade policial)[20: CAPEZ, Direito Penal Simplificado, 2012, p. 454 e 455]
Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, inclusive o Promotor de Justiça (quando oferece a denúncia), o Delegado de Polícia (quando instaura investigação criminal) e o Juiz de Direito (quando solicita a abertura de inquérito policial), desde que tenham conhecimento da falsidade da imputação. Já no polo passivo, Capez traz que é “crime de dupla subjetividade passiva”, tendo em vista que o Estado e o terceiro são atingidos em sua honra pela denunciação caluniosa.
O elemento subjetivo é o DOLO, que consistente na vontade livre e consciente de provocar (COMISSIVO) a iniciativa da autoridade. É indispensável que o denunciante saiba (dolo direto) que o denunciado é inocente, em caso de dúvida (dolo eventual) a tipicidade do delito estará afastada.
A CONSUMAÇÃO se dá com a instauração do procedimento (investigativo ou administrativo), não se exigindo que a autoridade policial formalize a instauração do inquérito policial para se consumar o crime, bastando somente que inicie o procedimento investigativo para apurar a veracidade da denúncia. A TENTATIVA é admissível, como no exemplo da rejeição da queixa-crime oferecida contra pessoa inocente, ou ainda, quando indivíduo que envia por carta falsa denúncia à autoridade pública, sendo, contudo, interceptada por terceiros.[21: CAPEZ, Direito Penal Simplificado, 2012, p. 457][22: Ibidem, Curso de Direito Penal, v. 3. p. 730]
Esta previsão pode se apresentar nas formas simples (prevista no caput do artigo), majorada (§ 1º do artigo: “A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto”) e Minorada (§ 2º do artigo: “A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção”).
-  Comunicação falsa de crime ou de contravenção - Art. 340 – “PROVOCAR a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa”.
Quando o artigo menciona “provocar a ação da autoridade”, implica dizer que o agente deve ter dado causa a ação da autoridade pública, comunicando crime ou contravenção que SABE não ter existido, existindo as hipóteses de o fato nunca ter existido ou ser essencialmente diverso do comunicado.
Trata-se de um crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa, e tem como sujeito passivo o Estado. Neste caso, o elemento subjetivo é o DOLO, quando o agente tem a vontade livre e consciente de provocar a ação da autoridade pública, sendo CONSUMADO no momento em que a autoridade pratica alguma ação no sentido de elucidar o suposto fato criminoso. Nada impede a TENTATIVA, pois, o agente pode fazer a comunicação falsa à autoridade, e esta pode não iniciar as investigações por circunstâncias alheias à sua vontade. Tendo em vista que as condutas podem ser fracionadas, estamos diante de um crime PLURISSUBISISTENTE.
 - Autoacusação falsa - Art. 341 – “ACUSAR-SE, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa”.
 
Quando o artigo menciona “acusar-se”, implica dizer que o agente deve ter atribuído ou imputado a si próprio, perante autoridade, a prática de crime inexistente ou praticado por outrem. Capez ensina que: “Exige o tipo penal que a autoacusação seja feita perante a autoridade pública (delegado de polícia, juiz, promotor de justiça, autoridade administrativa); contudo, conforme a doutrina de Noronha, não é necessário que o autoacusado esteja frente a frente com a autoridade, pois se admite a forma escrita, mas é necessário que seja feita a ela”[23: CAPEZ, Curso de Direito Penal, v. 3. 2012, p. 739]
Trata-se de um crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa, sendo possível a participação de terceiro mediante instigação ou induzimento. Tem como sujeito passivo o Estado, que é o titular do objeto tutelado pela norma penal. Neste caso, o elemento subjetivo é o DOLO, consubstanciado na vontade livre e consciente de acusar-se da prática de crime inexistente ou praticado por outrem. Deve o agente estar ciente da falsidade da acusação.
Considera-se CONSUMADO no instante em que a autoridade toma conhecimento da autoacusação, dispensando a verificação se ela iniciou investigações, instaurou inquérito ou realizou diligências. 
A tentativa somente é admissível na autoacusação realizada por escrito, por se tratar de crime PLURISSUBSISTENTE.
BIBLIOGRAFIA
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, vol. 3, parte especial: dos crimes contra a dignidade sexual a dos crimes contra a administração pública. 10. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012, 1. Direito penal. I. Título. CDU-343.
CAPEZ, Fernando. Direito penal simplificado: parte especial. 16. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.
Fontes de pesquisas na Internet
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm;
http://www.santacruz.br/ojs/index.php/JICEX/article/viewFile/50/318;
http://franciscodirceubarros.jusbrasil.com.br/artigos/136366531/alteracao-no-crime-de-crime-de-descaminho-lei-n-13008-de-26-junho-de-2014;
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=5583;
http://conhecimentosjuridicos.blogspot.com.br/2012/07/crimes-contra-administracao-publica_26.htm;
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=5583#_ftn10;
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI203961,41046-A+alteracao+do+art+334+do+Codigo+Penal+advinda+da+lei+1300814+Combate;
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8981/Descaminho-e-contrabando;

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