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DISFUNÇÃO CARDIOVASCULAR

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DISFUNÇÃO CARDIOVASCULAR
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Divididos em dois grandes grupos:
Cardiopatias congênitas
Distúrbios cardíacos adquiridos
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Cardiopatias congênitas
Anormalidades anatôminas presentes ao nascimento e que resultam numa função cardíaca anormal.
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A maioria dos defeitos congênitos é bem tolerada durante a vida fetal graças à natureza paralela da circulação fetal. Somente após a eliminação da circulação materna, fechamento ou restrição das vias fetais e manutenção independente do sistema cardiovascular, é que todo o impacto hemodinâmico da anormalidade anatômica se torna evidente. 
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Mudanças da circulação ao nascimento
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As conseqüências clínicas se enquadram em duas grandes categorias, insuficiência cardíaca congestiva e hipoxemia. 
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Distúrbios cardíacos adquiridos
Processos mórbidos ou anormalidades que ocorrem após o nascimento e podem ser vistos no coração normal ou na presença de defeitos cardíacos congênitos. Fatores predisponentes: infecção, respostas auto-imunes, fatores ambientais e tendências familiares (BABY COR, 2004; NELSON, et al, 1997; WONG, 1999).
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Avaliação da função cardíaca:
História de doença cardíaca em outros membros da família;
Contato com teratogênicos;
Presença de anormalidades cromossômicas;
Pouco ganho ponderal e/ou comportamento alimentar;
Infecções respiratórias freqüentes;
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Sopros anteriores;
Dificuldade respiratória;
Infecção estreptocócica recente na criança.
	Intolerância aos exercícios físicos e fadiga(p.ex. durante a alimentação de um RN) são características de cardiopatia.
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Avaliação Física:
Inspeção:
as condições nutricionais referem-se à insuficiência de desenvolvimento ou pouco ganho ponderal; 
coloração, destaca-se a cianose como um aspecto comum e a palidez está associada a uma má perfusão; 
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Inspeção(cont):
as condições nutricionais referem-se à deformidades torácicas relacionadas algumas vezes com um coração aumentado; pulsações incomuns são observadas em alguns pacientes, pulsações visíveis das veias do pescoço;
excursão respiratória refere-se à facilidade ou dificuldade na respiração ( dispnéia, taquipnéia, presença de ronco expiratório) e baqueteamento dos dedos está associado à cianose. 
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Palpação e Percussão:
no tórax, essas manobras ajudam a determinar o tamanho do coração e outras características (frêmitos); 
no abdome, podem estar evidentes hepato e ou esplenomegalia e pulsos periféricos à freqüência, regularidade e amplitude podem revelar discrepâncias. 
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Ausculta:
freqüência e o ritmo cardíaco podem apresentar taquicardia, bradicardia ou ritmos irregulares;
e a característica das bulhas cardíacas, deve-se procurar por bulhas bem nítidas ou abafadas, sopros e ruídos cardíacos adicionais (WONG, 1999).
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Exames invasivos e não invasivos que podem ser utilizados no diagnóstico, conforme a necessidade, tais como: 
Radiografia de tórax, eletrocardiograma (ECG), monitorização Holter, ecocardiografia, transtorácica modo M bidimensional, doppler, fetal, transesofágica, cateterismo cardíaco, hemodinâmica, angiografia, biópsia, eletrofisiologia e teste de esforço (BOA SAÚDE, 2004; WONG, 1999).
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As cardiopatias congênitas podem ser classificadas em cardiopatias cianóticas (com cianose - coloração azulada resultante do aumento da quantidade de hemoglobina reduzida nos capilares de mucosas e tegumento cutâneo) ou acianóticas (sem cianose), conforme a presença ou não de baixa oxigenação no sangue na fase inicial da doença. 
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As cardiopatias acianóticas têm uma grande variação de apresentação clínica, que pode variar desde a ausência total de sintomas, até um quadro de insuficiência cardíaca de início precoce e normalmente de difícil controle. Assim como ocorre com a cianose, quanto mais precoce os sintomas aparecem, mais grave é a cardiopatia e mais cedo deverá ser feito o tratamento (BOA SAÚDE, 2004; ALMEIDA, OSATO, 1998).
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Comparação entre os sistemas de classificação acianótico-cianótico
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Comunicação Interatrial
É um orifício localizado no septo interatrial que mantém em contato os dois átrios. Pode-se dizer que o sangue passa do átrio esquerdo para o átrio.
 direito, aumentando o fluxo pulmonar. 																																																						
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		O tratamento das CIAs pode ser clínico expectante (essa cardiopatia congênita tende a desaparecer após um ano de vida em muitos casos devido ao fechamento da fossa oval), caso não haja o fechamento, o tratamento deve ser cirúrgico. A correção cirúrgica denomina-se atriosseptoplastia, realizada através de uma atriotomia e com o uso de circulação extracorpórea. A cirurgia é eletiva, o índice de mortalidade nesta cirurgia é inferior a 1%. Cirurgia precoce é indicada em crianças com ICC, em geral ocorre entre 2 a 4 anos. 
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Comunicação Interventricular
		É uma cardiopatia congênita onde há uma comunicação anômala entre os dois ventrículos. O sangue arterial passa pela comunicação interventricular (CIV), do ventrículo esquerdo para o direito, atingindo a circulação pulmonar. 
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		As pequenas CIVs são assintomáticas e não têm distúrbios quanto ao crescimento e desenvolvimento. Porém, as CIVs de maior tamanho apresentam insuficiência cardíaca,dispnéia durante a alimentação e repouso e infecções respiratórias freqüentes (ALMEIDA, OSATO, 1998; BOAZ, LAGEMANN, LIMA, 1996; EMMANOUILIDES, et al, 2000).A correção cirúrgica definitiva ocorre através de uma ventriculoseptoplastia, realizada com circulação extracorpórea através de uma atriotomia direita. O risco é inferior a 10%, podendo ocorrer bloqueio de condução devido à lesão do feixe. 
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Defeito do Septal Atrioventricular
	Apresenta CIA, CIV e fissura (CLEFT) no folheto da válvula mitral ou tricúspide. É uma cardiopatia congênita grave, em que as quatros cavidades cardíacas estão comunicadas entre si. 
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		Para a correção cirúrgica é feita a esternotomia mediana e é empregada a circulação extracorpórea. São realizadas a correção da comunicação interventricular, a sutura da comunicação interatrial e a reconstituição das válvulas mitral e tricúspide (BOAZ, LAGEMANN, LIMA, 1996).
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Persistência do Canal Arterial
	A persistência do canal arterial refere-se a ausência do fechamento do ducto fetal, artéria que liga a aorta à artéria pulmonar, dentro das primeiras semanas de vida. A perviedade contínua desse vaso permite que o sangue circule da aorta, de pressão mais alta, para a artéria pulmonar, de pressão mais baixa, causando uma derivação da esquerda para a direita. 
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		Se o canal arterial for pequeno, a criança está assintomática e apenas o sopro cardíaco permite detectar a doença. Se for grande, desenvolve-se insuficiência cardíaca nos primeiros meses de vida, com cansaço, dificuldade na alimentação e aumento de peso (MANUAL DA CRIANÇA COM DOENÇA CARDÍACA, 2004).
		Nos pacientes que se apresentam com circulação pulmonar ou sistêmica, canal dependente após o nascimento, devemos usar baixas concentrações de oxigênio e Prostaglandina E (Prostin).
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		A idade ideal para o fechamento cirúrgico do canal está entre os 12 a os 36 meses, sendo que abaixo dessa idade a cirurgia é indicada nos casos de insuficiência cardíaca com controle clínico difícil. A cirurgia consiste em abrir a parte esquerda do tórax e em laquear ou dividir o canal arterial. 
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Estenose Pulmonar
É o estreitamento na entrada da artéria pulmonar. A resistência ao fluxo sangüíneo causa hipertrofia ventricular direita.
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A correção cirúrgica pode ser realizada através de valvulotomia pulmonar, procedimento de Brock, por toracotomia anterior esquerda, sem o uso de circulação extracorpórea. O tratamento preferido e com excelentes resultados é a dilatação da válvula com um balão
por meio de cateterismo cardíaco. 
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Estenose Aórtica
A estenose aórtica (EAO) é um estreitamento da via de saída do ventrículo esquerdo para a aorta, pela deformidade da válvula aórtica. 
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		A abordagem cirúrgica é realizada pela esternotomia mediana. A correção cirúrgica se faz pela valvulotomia aórtica. 
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Coarctação da Aorta
A coarctação da aorta (COA) é um estreitamento da principal artéria do corpo, a artéria aorta, quase sempre após o arco aórtico, por baixo da saída da artéria que irriga o braço esquerdo (MANUAL DA CRIANÇA COM DOENÇA CARDÍACA, 2004).
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Nos sintomas em casos severos a ICC aparece precocemente com dispnéia, oligoanúria e quadro de choque circulatório. O sinal clássico de COA é a disparidade nas pulsações e pressões arteriais dos braços e pernas. As pulsações femorais, poplíteas tibiais posterior e dorsal do pé, são fracas ou ausentes em 40% dos pacientes, ao contrário dos pulsos céleres dos vasos dos braços e carótida, ou seja, a pressão arterial nos membros superiores é maior que nos membros inferiores. 
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A abordagem cirúrgica é realizada por toracotomia póstero-lateral esquerda, sem o emprego da circulação extracorpórea. Resseca-se a coarctação e realiza-se uma anastomose término-terminal, com ou sem enxerto para restabelecer a continuidade. 
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Tetralogia de Fallot
A tetralogia de fallot (TOF) apresenta quatro defeitos associados: CIV, EP, hipertrofia ventricular direita e acavalamento da aorta.
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A correção definitiva é realizada com crianças acima de dois anos de idade e é empregada a circulação extracorpórea. A abordagem cirúrgica é a toracotomia mediana. É realizado o reparo completo de estenose infundibular ou da estenose da válvula pulmonar e o fechamento da comunicação interventricular.
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Transposição das Grandes Vasos
Na transposição dos grandes Vasos (TGV) ocorre a inversão dos vasos, a artéria pulmonar tem origem no ventrículo esquerdo e transporta o sangue oxigenado de volta aos pulmões e a aorta tem origem a partir do ventrículo direito e transporta sangue não oxigenado para a circulação sistêmica. Essa condição é incompatível com a vida, a menos que haja uma condição anômala, como CIA, CIV ou PCA entre as circulações sistêmicas e pulmonares. 
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Surge a necessidade da Prostaglandina (Prostin) para esses pacientes, visando manter o canal aberto e permitir a mistura entre as duas circulações.
A correção cirúrgica é realizada por esternotomia mediana, com emprego da circulação extracorpórea. 
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Atresia Tricúspide
Na atresia tricúspide (AT), há ausência do orifício valvular tricúspide, fazendo com que a circulação aconteça entre o átrio direito e o esquerdo através de uma CIA, com o sangue chegando aos pulmões através de uma comunicação interventricular. A AT pode vir acompanhada ou não da transposição dos grandes vasos (BOAZ, LAGEMANN, LIMA, 1996).
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Atresia Pulmonar com Septo Interventricular Íntegro
A atresia pulmonar caracteriza-se por apresentar valva pulmonar atrésica ou imperfurada, circulação pulmonar diminuída e hipertrofia do ventrículo direito. A CIA e PCA são necessárias para a sobrevivência. 
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Drenagem Venosa Anômala Pulmonar Total
A drenagem venosa anômala pulmonar total (DVAPT) é uma cardiopatia congênita, em que as quatros veias pulmonares não drenam para o átrio esquerdo e nem para o átrio direito. O retorno venoso pulmonar ocorre no átrio direito (50% veia cava superior direita, 25% seio coronariano ou átrio direito). 
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Truncus Arteriosus
O truncus arteriosus apresenta-se com um tronco arterial único (com válvula truncal) origina-se do coração e mantém a circulação pulmonar, coronariana e sistêmica. Sempre há uma CIV, com o tronco cavalgando a comunicação e recebendo sangue de ambos os ventrículos (NELSON, et al, 1997).
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Síndrome do Ventrículo Esquerdo Hipoplásico
A síndrome do ventrículo esquerdo hipoplásico apresenta o subdesenvolvimento do lado esquerdo do coração, resultando em ventrículo esquerdo hipoplásico e atresia da aorta. Esta é uma situação gravíssima e até recentemente fatal em pouco tempo (MANUAL DA CRIANÇA COM DOENÇA CARDÍACA, 2004; NELSON, et al, 1997).
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Cuidados de Enfermagem no Pós-operatório Cardíaco Pediátrico
A enfermeira deve estar atenta a todos os parâmetros de monitorização, pois são necessários um rápido reconhecimento e intervenção, quando ocorrem mudanças nas condições do paciente, uma vez que a criança submetida à cirurgia cardíaca é freqüentemente mais instável do que outros pacientes cirúrgicos, devido aos efeitos da circulação extracorpórea e da manipulação cardíaca (WONG, 1997).
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O técnico de enfermagem é responsável pela montagem do box e a enfermeira tem a função de supervisão.
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“O enfermeiro deverá ter em sua equipe auxiliares habilitados à identificação de alterações da freqüência e ritmo cardíacos, capazes de uma atuação rápida na prevenção de complicações ainda maiores” (BOAZ, LAGEMANN, LIMA, 1996, p.135).
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DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES ADQUIRIDOS
Endocardite baceriana
Febre reumática
Hiperlipedemia
Arritmias cardíacas
Hipertensão sistêmica
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