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Pontifícia Universidade Católica do Paraná Curso de Direito Núcleo de Prática Jurídica – NPJ PERÍODO/ TURNO 8º B – Matutino NOME DO ALUNO(A) Regiane dos Santos Reguelim PROFESSOR(A) Thiago Thomaz Kaspchak CÍVEL / PENAL Penal NOME DO TRABALHO CONTRARRAZÕES Local, (dia /mês/ ano) Curitiba, 03 de novembro de 2016. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BORRAZÓPOLIS/PR Autos nº 123-4 PAULO VINÍCIUS DA SILVA, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, inscrito no RG nº xxx, e no CPF nº xxx, residente na Rua xxx, nº xxx, no município de xxx, estado do xxx, contra o recurso de apelação interposto pelo Ministério Público, por intermédio de seu advogado infra-assinado (procuração anexa), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO com fulcro no art. 600, do Código de Processo Penal. Requer que o presente recurso seja recebido e remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça do Paraná. Termos em que Pede deferimento. Local xxx, 27 de julho de 2016. Advogado xxx OAB nº xxx EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ Recorrente: PAULO VINÍCIUS DA SILVA Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO Autos nº 123-4 Origem: xx Vara Criminal da Comarca de Borrazópolis/PR CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO Eméritos julgadores, Colenda câmara criminal 1. Síntese fática e processual Na data de 05 de agosto de 2015, na cidade de Borrazópolis, estado do Paraná, o apelado e Inácio da Siqueira foram para uma festa regional que ocorria em razão do aniversário da referida cidade, onde ingeriram substancial quantidade de bebida alcóolica. Após a festa, dirigiram-se ao hotel em que estavam hospedados, ambos passando mal e, nessas condições, subtraíram, mediante emprego de canivete, a bolsa e o celular de Lucineia, de 23 anos, grávida de 2 meses. O apelado foi denunciado pelo crime de roubo duplamente majorado, na forma do art. 157, §2º, I e II, do Código Penal, a qual foi recebida nos autos 123-4. A sentença condenou o apelado ao cumprimento de 6 anos e 2 meses de reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto, e 20 dias-multa. A acusação foi intimada da sentença em 08/06/2016, interpondo a apelação na data de 24/06/2016, requerendo o aumento da pena-base em razão das anotações constantes no oráculo; o reconhecimento das agravantes previstas no art. 61, II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código Penal, e o aumento do quantum de aumento pelo fato de serem duas majorantes, com regime inicial fechado. O recurso de apelação foi recebido e a defesa foi intimada em 15/07/2016. 2. Fundamentação 2.1 Preliminar: recurso intempestivo A sentença penal condenatória foi proferida, condenado o apelado à pena de 06 anos e 02 meses de reclusão, em regime semiaberto, e 20 dias-multa. Dessa sentença, a acusação foi intimada na data de 08/06/2016. Nos termos do art. 600, do Código de Processo Penal, o prazo para interposição é de 8 (oito) dias. Assim sendo, o prazo para interposição da apelação se encerrou em 20/06/2016. Tendo em vista que a apelação foi apresentada em 24/06/2016, claramente intempestiva, razão pela qual não deveria sequer ter sido conhecida. Assim, pugna pelo não conhecimento do recurso de apelação, uma vez que intempestivo. 3. Mérito 3.1 Pena-base A pena-base foi estabelecida no mínimo legal, ou seja, quatro anos. O apelante, contudo, requer o aumento da pena-base em razão das anotações no oráculo do apelado. Nada obstante, tal pleito não merece prosperar. O art. 59, do CP, estabelece de que forma a pena-base deve ser estabelecida da seguinte forma: “O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”. Ocorre que, ao contrário do que sustenta o apelante, não existem antecedentes criminais a ensejar a majoração da pena-base. Conforme art. 5º, LVII, da CF, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, ou seja, até prova em contrário, presume-se a inocência do indivíduo. Nesse sentido, Alexandre de MORAES leciona que “há a necessidade de o Estado comprovar a culpabilidade do indivíduo, que é constitucionalmente presumido inocente, sob pena de voltarmos ao total arbítrio estatal”.1 Dessa forma, é pacifica a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Paraná: APELAÇÃO CRIMINAL - TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS (ART. 33, CAPUT, DA LEI Nº 11.343/2006) - SENTENÇA CONDENATÓRIA - AUTORIA E MATERIALIDADE CONFIRMADAS - DOSIMETRIA PENAL - PEDIDO DE APLICAÇÃO DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA DO ARTIGO 33, § 4º, DA LEI 11.343/2006 NA RAZÃO DE 2/3 (DOIS TERÇOS) - NATUREZA E QUANTIDADE DA DROGA IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA BENESSE NO PATAMAR MÁXIMO - REDUÇÃO OPERADA NA FRAÇÃO DE 1/6 (UM SEXTO) - PEDIDO DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS - INCÁBIVEL, ANTE O MONTANTE DE PENA FIXADO - MANUTENÇÃO DO REGIME SEMIABERTO - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO."É inviável negar a aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, 4º, da lei n.º 11.343/2006 amparando-se na pendência de feitos criminais em curso, haja vista que é pacífica a jurisprudência deste sodalício no sentido de que inquéritos policiais ou ações penais sem Apelação Crime nº 1.461.525-3 fls. 2/9 trânsito em julgado não podem ser considerados para se firmar um juízo negativo sobre antecedentes, conduta social e a personalidade, sob pena de se vulnerar a garantia da presunção de inocência." (STJ - HC: 281509 GO 2013/0368158-6, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Julg.03/06/2014, T6 - 6ª Turma, DJE 18/06/2014) (TJPR - 3ª C.Criminal - AC - 1461525-3 - Guaratuba - Rel.: Ângela Regina Ramina de Lucca - Unânime - - J. 13.10.2016, g.n.) Por derradeiro, não há que se falar em aumento da pena-base, pelo que se requer a sua manutenção no mínimo legal. 3.2 Agravantes O apelante requer que sejam acrescidas à pena as agravantes previstas no art. 61, II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código Penal: 1 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2003. p. 132. Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: [...] II - ter o agente cometido o crime: [...] h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; [...] l) em estado de embriaguez preordenada. Nada obstante, na data dos fatos, a vítima estava com apenas dois meses de gravidez, o que torna impossível que seja identificada como tal. O intuito do legislador ao prever punição mais severa quando a vítima for criança, maior de 60 anos, enfermo ou grávida, é em razão dessas pessoas terem reduzida capacidade de defesa. Uma mulher aos dois meses de gravidez não aparenta estar grávida. Inclusive, Cezar Roberto BITENCOURT deixa claro que para que essa agravante seja configurada, é necessário o conhecimento do agente acerca do estado gravídico da vítima, “para se configurar esta agravante é indispensável que o agente tenha consciência da gravidez da vítima”.2 Nesse sentido, a jurisprudência do TJPR: APELAÇÃO CRIME - ROUBO MAJORADO PELO CONCURSO DE AGENTES - CONDENAÇÃO - RECURSOS DAS DEFESAS. [...] DOSIMETRIA PENAL - EXCLUSÃO DA AGRAVANTE PREVISTA NO ART. 61, INCISO II, ALÍNEA ‘H’, DO CP - AUSÊNCIA DE CONHECIMENTO DA GRAVIDEZ DA VÍTIMA - READEQUAÇÃO DAS PENAS DEFINITIVAS E DOS REGIMES DE CUMPRIMENTODA REPRIMENDA - ART. 33, §2º, INC. I DO CP - DETRAÇÃO PENAL JÁ REALIZADA NA SENTENÇA - PEDIDO DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS - INVIABILIDADE - NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ARTIGO 44 DO CÓDIGO PENAL - APELAÇÃO¹ PARCIALMENTE PROVIDA E APELAÇÃO² DESPROVIDA, COM ALTERAÇÃO, DE OFÍCIO, DA PENA DEFINITIVA E DO REGIME DE CUMPRIMENTO. (TJPR - 3ª C.Criminal - AC - 1213297-3 - Antonina - Rel.: José Cichocki Neto - Unânime - - J. 30.10.2014, g.n.) Em relação ao estado de embriaguez preordenada, primeiramente, deve-se ter em mente ao que diz respeito essa majorante. Heleno Cláudio FRAGOSO conceitua a embriaguez preordenada como “quando o agente se embriaga deliberadamente para praticar o crime”.3 Assim, o autor da ação busca, por meio da embriaguez, romper a inibição que o impede de cometer a infração, devendo ser comprovado que a embriaguez se deu para esse fim. Todavia, no presente caso, o apelado, bem como grande parte da população de Borrazópolis, estava em uma festa de aniversário do município, onde ingeriu bebidas alcóolicas, algo comum nesse tipo de comemoração. Quase todos os presentes no evento também consumiram bebidas alcóolicas, o que evidencia que a embriaguez não se deu para que tomasse coragem. Em consonância, a jurisprudência do TJPR: 2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 6. ed. São Paulo: Saraiva. p. 275. 3 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Homicídio qualificado: motivo fútil e motivo torpe. Jurisprudência Criminal. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1982. p. 425. APELAÇÃO CRIME. TRIBUNAL DO JÚRI. HOMICÍDIO SIMPLES. INSURGÊNCIA MINISTERIAL. ALEGAÇÃO DE ERRO NA APLICAÇÃO DA PENA. OCORRÊNCIA.ELEVAÇÃO DA PENA BASE EM RAZÃO DE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS (CULPABILIDADE E CONSEQÜÊNCIAS DO CRIME). EXCLUSÃO, DE OFÍCIO, DA AGRAVANTE GENÉRICA DO MOTIVO FÚTIL, POR TER SIDO EXCLUÍDA A CORRESPONDENTE QUALIFICADORA DA DECISÃO DE PRONÚNCIA, BEM COMO A DA EMBRIAGUEZ PREORDENADA POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJPR - 1ª C.Criminal - AC - 905835-1 - Cantagalo - Rel.: Macedo Pacheco - Unânime - - J. 25.04.2013, g.n.) APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO MAJORADO. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA NÃO CONFIGURADA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE AMEAÇA. IMPOSSIBILIDADE, NA ESPÉCIE. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. [...] CAUSA AGRAVANTE DE EMBRIAGUEZ PREORDENADA NÃO COMPROVADA. EXCLUSÃO. ADEQUAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA, DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO, COM ADEQUAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA DE OFÍCIO. [...] 5. É pacífica a compreensão desta Corte no sentido de que condenações sem trânsito em julgado não podem levar ao aumento da pena base, sob pena de violação do princípio da presunção de não culpabilidade, não servindo para valorar negativamente os antecedentes, a personalidade ou a conduta social do réu. Súmula nº 444 do Superior Tribunal de Justiça. (...)" (STJ, HC nº 152334/DF, T6 - SEXTA TURMA, Rel. Min.ª MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe 19/12/2011). (TJPR - 5ª C.Criminal - AC - 906682-4 - Engenheiro Beltrão - Rel.: Maria José de Toledo Marcondes Teixeira - Unânime - - J. 16.08.2012, g.n.) Do mesmo modo, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO DO WRIT. CRIME DE HOMICÍDIO PRIVILEGIADO. DOSIMETRIA. CULPABILIDADE. [...] 3. Diferentemente da embriaguez decorrente de caso fortuito ou de força maior, em que há isenção ou diminuição de pena, a denominada embriaguez voluntária ou culposa, salvo quando preordenada - a qual configura circunstância agravante, resultando em aumento de pena -, conquanto não induza inimputabilidade, afeta a capacidade do autor de entender o caráter ilícito da conduta e de se auto-determinar-se conforme tal entendimento, de sorte que se, de um lado, não se presta para atenuar a reprimenda, não pode, de outro, servir como fundamento para seu recrudescimento. [...] 8. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para reduzir as penas do paciente a 5 anos e 4 meses de reclusão. (HC 190.486/ES, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 15/09/2015, DJe 01/10/2015, g.n.) Por derradeiro, devidamente demonstrado, pela doutrina e jurisprudência, que não pode ser majorada a pena pela agravante da embriaguez preordenada quando não demonstrada que a embriaguez se deu para encorajar o agente ao cometimento do crime. 3.3 Causa especial de aumento Sustenta o apelante que deve ser majorado o quantum de aumento em razão das causas previstas no art. 157, §2º, I e II, do Código Penal, em razão de se tratar de duas majorantes: § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas. (sem grifos no original) Ocorre que o fato de serem duas majorantes, por si só, não impõe o aumento de pena no seu máximo. Inclusive, a redação do art. 68, do CP, é clara: Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. Nesse sentido é o posicionamento sumulado do Superior Tribunal de Justiça e o entendimento do Tribunal de Justiça do Paraná: O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes. (Súmula 443, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010, g.n.) APELAÇÃO CRIMINAL Nº 1.526.285-4 [...] PENAL E PROCESSO PENAL. CRIME DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO.ARTIGO 157, §2º, INCISOS I E II, DO CÓDIGO PENAL. SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA. [...] 4.1.PENAS BASES. ‘CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME’. MOTIVAÇÃO INIDÔNEA. AUMENTO EM RAZÃO DO EMPREGO DE ARMA DE FOGO. UTILIZAÇÃO DE CAUSA DE AUMENTO. IMPOSSIBILIDADE. NÍTIDO DESRESPEITO, POR VIA TRANSVERSA, AO COMANDO DA SÚMULA 443, DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AFASTAMENTO, DE OFÍCIO, DO CARÁTER NEGATIVO. REDUÇÃO DAS BASILARES QUE SE IMPÕE, COM REFLEXOS NAS PENAS DEFINITIVAS. [...] RECURSOS PARCIALMENTE CONHECIDOS E DESPROVIDOS, COM MEDIDAS DE OFÍCIO. (TJPR - 4ª C.Criminal - AC - 1526285-4 - Santo Antônio da Platina - Rel.: Sônia Regina de Castro - Unânime - - J. 20.10.2016, g.n.) Assim sendo, não há que se falar em majoração do quantum das causas especiais de aumento. 3.4 Fixação do regime inicial Pugna o apelante pela fixação de regime mais severo (fechado em vez de semiaberto) sob a alegação de que “o roubo com arma branca tem causado grande preocupação à sociedade, em razão da mídia explorar constantemente tal temática, causando um maior temor”. Nada obstante, o fato de a mídia tratar com frequência do assunto é uma alegação genérica para impor um regime mais severo. Se assim o for, para todo crime será determinado o regime fechado, uma vez que a mídia relata diariamente inúmeros crimes cometidos. A imposição de regime mais severo deve ser devidamente fundamentado, conforme entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. (Súmula 718, Sessão Plenária, DJ 13/10/2003) A imposição do regime de cumprimentomais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. (Súmula 718, Sessão Plenária, DJ 13/10/2003) Dessa forma, indevida a imposição de regime mais gravoso requerido pelo apelante, devendo ser mantido o regime semiaberto, na forma do art. 33, §2º, ‘b’, do CP. 4. Pedidos Diante de todo o exposto, requer-se: a) o não conhecimento da apelação interposta pelo Ministério Público, ante sua evidente intempestividade; b) no caso de ser conhecida a apelação, o que não se espera, requer-se a manutenção da sentença a quo, negando-se provimento à apelação interposta pelo Ministério Público mediante: b.1) manutenção da pena-base no mínimo legal ante a desconsideração das informações constantes no oráculo, uma vez que não configuram antecedentes, nos termos da fundamentação; b.2) o afastamento das agravantes apontadas pelo apelante (art. 61, II, ‘h’ e ‘l’), uma vez que não tinha como o apelado saber da gravidez da vítima, bem como não há provas de embriaguez preordenada; b.3) a manutenção do quantum da pena no que tange às causas especiais de aumento, em conformidade com a Súmula 443, do STJ; b.4) a fixação do regime inicial semiaberto, nos termos do art. 33, §2º, ‘b’, do CP. Termos em que Pede deferimento. Local xxx, 27 de julho de 2016. Advogado xxx OAB nº xxx
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