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Responsabilidade Civil Unidade 8

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RESPONSABILIDADE CIVIL
UNIDADE 8: RESPONSABILIDADE 
PROFISSIONAL
A natureza jurídica da Responsabilidade Civil por danos no exercício da profissão pode 
ser contratual ou extracontratual. Isto porque aos profissionais liberais se aplicam as noções de 
obrigação de meio e de resultado, e a responsabilidade decorrente de infração destas obrigações 
é contratual. Também existe a possibilidade de o profissional violar uma norma regulamentar da 
sua profissão sem que exista um inadimplemento contratual e, neste caso, a responsabilidade será 
extracontratual (DINIZ, 2014).
Assim se inicia a análise da responsabilidade profissional, identificando se o dano gerado 
é decorrente de um contrato ou não. Importante também saber se a obrigação objeto do contrato 
é uma obrigação de resultado ou obrigação de meio, sendo imperioso conhecer a diferença entre 
estas obrigações:
Obrigação de meio é aquela que o devedor se obriga tão somente a usar de prudência e diligências 
normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado, sem, contudo, se vincular a 
obtê-lo. (...) O advogado não se obriga a obter ganho de causa para o seu constituinte, mesmo 
com o insucesso do seu patrocínio, fará jus aos honorários advocatícios. (DINIZ, 2014, p. 313).
Obrigação de resultado é aquela que o credor tem o direito de exigir do devedor a produção 
de um resultado, sem o que se terá o inadimplemento da relação obrigacional. (…) O contrato 
de empreitada em que há a obrigação do empreiteiro de construir algo, e só se cumprirá se ele 
efetivamente entregar a obra concluída a seu dono. (DINIZ, 2014, p. 314).
Da leitura depreende-se que a responsabilidade do profissional autônomo é subjetiva, mas 
será objetiva a responsabilidade da empresa que presta serviços por meio de profissionais, sejam 
eles sócios ou empregados, cabendo-lhe o direito de regresso em face do profissional causador do 
dano, caso este tenha agido com dolo ou culpa.
No exercício profi ssional podem surgir diversos tipos de danos e, para o ressarcimento, será 
necessário distinguir se a relação é contratual ou extracontratual, se a atividade é de meio ou de resultado 
e se a responsabilidade terá fundamento na culpa – profi ssional liberal ou no risco – nos casos das 
empresas e sociedades de prestação de serviços profi ssionais, ou seja, somente a análise do caso concreto 
poderá dar os elementos necessários à apuração da responsabilidade.
O plano da disciplina de Responsabilidade Civil destaca 5 áreas profissionais e o 
conhecimento de cada uma delas e de outras áreas de interesse deve partir de um estudo detalhado, 
sendo de maior relevância conhecer as decisões mais recentes sobre o assunto, o que poderá ser 
feito acessando os sites dos tribunais.
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Responsabilidade Civil
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 Responsabilidade dos Advogados
A responsabilidade do advogado é contratual, pois o mandato judicial assim se configura. Na 
sua atuação judicial, assume obrigação de meio, assim, obriga-se a atuar profissional e eticamente e 
defender as partes em juízo com a melhor desenvoltura possível, mas não pode garantir o êxito ou 
a vitória da causa que lhe foi confiada.
Em situações, como elaboração de um Contrato, a obrigação do advogado passa a ser de resultado. 
São situações de responsabilidade do advogado: omissões de providências necessárias para resguardar os 
interesses do constituinte, desobediência às instruções do constituinte e violação do segredo profissional.
A Responsabilidade Civil do Advogado reger-se-á pelas regras de Responsabilidade Civil do 
Código Civil, pelo disposto no Art. 14 § 4º do Código de Defesa do Consumidor e de forma especial 
pela Lei 8.906/94 – Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que 
estabelece no Art. 34 o que é considerado como infração disciplinar, entre as quais destacam-se:
VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do 
advogado contrário;
XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da 
renúncia;
XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato 
definido como crime;
XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de 
autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;
XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, 
sem expressa autorização do constituinte;
XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de 
terceiros por conta dele;
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança.
Sobre a Responsabilidade Civil do Advogado, Carlos Roberto Gonçalves (2014) afirma:
Não se deve olvidar que o advogado é o primeiro juiz da causa. A propositura de uma ação 
requer estudo prévio das possibilidades de êxito e eleição da via adequada. É comum, hoje, em 
razão da afoiteza de alguns advogados, e do despreparo de outros, constatar-se o ajuizamento 
de ações inviáveis e impróprias, defeitos estes detectáveis ictu oculi, que não ultrapassam a fase 
do despacho saneador, quando são então trancadas. Amiúde percebe-se que a pretensão devida 
seria atendível. Mas, escolhida mal a ação, o autor, embora com o melhor direito, torna-se 
sucumbente. É fora de dúvida que o profissional incompetente deve ser responsabilizado, nesses 
casos, pelos prejuízos acarretados ao cliente. (GONÇALVES, 2014, p. 362).
Neste tópico, fica como sugestão conhecer e relacionar a Responsabilidade do Advogado com a 
Responsabilidade pela Perda de uma Chance, temática que faz parte da Unidade X do programa da disciplina.
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Responsabilidade Civil
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 Responsabilidade dos Mandatários
O mandatário age por meio de um Contrato de Mandato. Neste contrato, o mandatário recebe do 
mandante poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. Estes poderes são delegados 
no instrumento denominado Procuração, por isso o mandatário também é denominado procurador.
As regras do Contrato de Mandato estão previstas nos Arts. 653 e seguintes do Código Civil, 
entre as quais destacam-se as seguintes obrigações: 
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato, 
e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem 
autorização, poderes que devia exercer pessoalmente.
Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe 
as vantagens provenientes do mandato, por qualquer título que seja.
Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao mandante ou recebeu para despesa, mas empregou 
em proveito seu, pagará o mandatário juros, desde o momento em que abusou.
O melhor livro para estudar este assunto é o da autora Maria Helena Diniz, o qual compõe a lista 
de livros do plano de aula da disciplina de Responsabilidade Civil. Esta autora é uma das poucas que 
trata deste tema em livros de Responsabilidade Civil. Não se deve olvidar que as responsabilidades dos 
mandatários são também responsabilidade do advogado, pois este também atua por meio de procuração.
Ao estudar este assunto, veja que o Código Civil também estabelece uma série de obrigações para 
o mandante, devendo cada parte da relação contratual responder pelas obrigações não cumpridas.
 Responsabilidade dos Empreiteiros, Engenheiros e Arquitetos
Firmado o contrato de construção, o construtor assume obrigação de resultado, a obra 
deve ser entregue pronta e acabada, também garantidasa solidez da obra e sua capacidade de 
servir ao destino prospectado.
O termo Contrato de Construção é mais amplo e se subdivide em duas modalidades: a empreitada 
e a administração.
O empreiteiro é o profissional da construção civil (o construtor, o engenheiro, o arquiteto) 
habilitado legalmente ao exercício da profissão, ou a pessoa jurídica habilitada a construir (DINIZ, 
2014). Por esta razão, a responsabilidade do empreiteiro é ético-profissional, pessoal e intransferível. 
A empreitada pode ser apenas de mão de obra, ou pode incluir também os materiais. No contrato de 
construção por administração o construtor se encarrega apenas da execução do projeto, não assumindo 
a responsabilidade técnica nem os riscos inerentes à construção. O construtor-administrador atua como 
um preposto do proprietário. 
A responsabilidade do construtor pode ser contratual ou extracontratual, sendo a primeira 
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decorrente do descumprimento culposo das obrigações previstas no contrato e, portanto, uma 
responsabilidade subjetiva. A responsabilidade extracontratual é de ordem pública e está ligada às 
responsabilidades do profissional decorrentes do Código de Ética, Lei n°5.196/66 e à Lei das Contravenções 
Penais. Aqui se inclui a responsabilidade pela perfeição da obra, pela segurança e solidez da obra, a 
responsabilidade pelos vícios redibitórios, a responsabilidade por danos a terceiros e a vizinhos.
Os Artigos 618 e seguintes do Código Civil estabelecem as regras da Empreitada, e as 
responsabilidades dos contraentes do Contrato de Construção. Na responsabilidade desta área profissional, 
alguns prazos devem ser considerados, sendo este tópico um dos mais importantes desta temática: 
•	 Prazo de garantia da obra: o empreiteiro responde durante 5 anos pela solidez e segurança da 
obra. – Art. 618 do Código Civil.
•	 Prazo para a propositura da ação de indenização: 180 dias a partir do surgimento do vício ou 
defeito. – Art. 618, parágrafo único do Código Civil.
•	 Prazo para indagar quanto a defeitos e imperfeições visíveis: até a entrega da obra. – Art. 615 
do Código Civil.
•	 Prazo para indagar quanto a defeitos ocultos, que não afetem a segurança e solidez da obra: 
por 1 ano meses após a entrega da obra. – Art. 445 do Código Civil.
 Responsabilidade dos profissionais de saúde e dos 
estabelecimentos de saúde
Neste tópico estão os médicos, os dentistas, os veterinários, os enfermeiros, os farmacêuticos, os 
fisioterapeutas e, no seu contexto, os hospitais, as clínicas, os laboratórios, as farmácias de manipulação, 
os planos e seguros de saúde.
Responsabilidade Civil
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Os profissionais da área médica, mesmo que sem um contrato formal, assumem uma 
responsabilidade de natureza contratual, sendo a obrigação dele decorrente em uma obrigação de meio. 
Estes profissionais, em regra, não podem garantir a cura e somente responderão se provada a culpa, 
conforme o já citado Art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. No caso da responsabilidade médica, 
este artigo é reforçado pelo Art. 951 do Código Civil.
Como prestador de serviço que é, o profissional da área de saúde tem o dever de informar e 
orientar pacientes e familiares quanto aos riscos inerentes ao tratamento indicado, conforme previsão 
do Art. 6° do Código de Defesa do Consumidor.
Especialmente vinculados ao dever de informação estão os profissionais que desenvolvem suas 
atividades voltadas à estética, como os cirurgiões plásticos e algumas especialidades odontológicas, pois 
o entendimento predominante é que sua obrigação é de resultado. 
A responsabilidade das clínicas, dos hospitais e dos laboratórios insere-se na responsabilidade 
objetiva do prestador de serviços. Neste ponto, retoma-se o assunto relativo à responsabilidade 
indireta do empregador: se o médico, enfermeiro ou fisioterapeuta é empregado do hospital, o 
empregador responde objetivamente pelo dano causado e cobra regressivamente do empregado, caso 
este comprovadamente tenha agido culposamente. Caso o profissional de saúde seja autônomo e esteja 
apenas utilizando a estrutura física, este responderá sozinho pelos danos decorrentes da sua atuação 
profissional. Neste caso, deve-se considerar situações onde as responsabilidades do médico autônomo 
e do estabelecimento de saúde se confundem, situação em que haverá uma necessidade maior em 
analisar a participação de cada um no evento danoso.
Quanto aos planos de saúde, tem-se considerado sua responsabilidade de forma solidária com os 
profissionais e hospitais que seleciona.
A Responsabilidade Civil dos profissionais da área de saúde de forma geral, e dos médicos em 
particular, é assunto polêmico, especialmente por envolver direito à saúde e à vida e por estar sujeita às 
situações imprevisíveis e às reações inesperadas do organismo humano.
 Responsabilidade dos tabeliães e escreventes de notas
A Constituição Federal de 1988 prevê:
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do 
Poder Público.
§ 1º - Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos 
oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
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§ 2º - Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos 
praticados pelos serviços notariais e de registro. 
§ 3º - O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas 
e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de 
provimento ou de remoção, por mais de seis meses.
Em razão do texto da lei, que fala em “caráter privado, por delegação do Poder Público”, 
houve uma dificuldade em identificar a quem competiria a responsabilidade, se ao titular do cartório 
ou ao Estado. As mais recentes decisões jurisprudenciais orientam para o entendimento de que esta 
responsabilidade está inserida no Contexto do Art. 37 § 6° da Constituição Federal e, portanto, trata-se 
de Responsabilidade Objetiva do Estado.
Estude os temas aqui tratados, aprofundando-os nos livros indicados 
na Bibliografia Básica e Complementar do seu Plano de Aula e nas 
obras disponíveis na Biblioteca da UNIFOR. Lembre-se de tirar suas 
dúvidas no ambiente virtual e nas aulas presenciais.
Aprimore os seus conhecimentos lendo jurisprudências sobre os 
assuntos aqui tratados, analisando-as criticamente.
Bom estudo!
Freitas
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Créditos
RESPONSABILIDADE CIVIL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O assunto estudado por você nessa disciplina foi planejado pelo 
professor conteudista, que é o responsável pela produção de conteúdo 
didático, e foi desenvolvido e implementado por uma equipe composta 
por profissionais de diversas áreas, com o objetivo de apoiar e facilitar 
o processo ensino-aprendizagem.
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância: Lana Paula 
Crivelaro Monteiro de Almeida Supervisão Administrativa: 
Denise de Castro Gomes Produção de Conteúdo Didático: 
Roberta Teles Bezerra Design Instrucional: Andrea Chagas 
Alves de Almeida Projeto Instrucional: Bárbara Mota Barros, 
Jackson de Moura Oliveira Roteiro de Áudio e Vídeo: José 
Glauber Peixoto Rocha Produção de Áudio e Vídeo: José 
Moreira de Sousa Identidade Visual/Arte: Francisco 
Cristiano Lopes de Sousa, Viviane Cláudia Paiva Programação/
Implementação: Jorge Augusto Fortes Moura Editoração: 
Camila Duarte do NascimentoMoreira, Sávio Félix Mota 
Revisão Gramatical: Luís Carlos de Oliveira Sousa

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