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Técnicas agrícolas: Olericultura

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Pólo Universitário de Volta Redonda-RJ
DEPARTAMENTO DE Engenharia de AGRONEGÓCIOS
DISCIPLINA
TÉCNICAS AGRÍCOLAS
VEA 00012
	Profs. responsáveis: 
	Adriano Portz
	
	Fabiana Soares dos Santos
Olericultura
Introdução
A olericultura refere-se à ciência aplicada, bem como ao estudo da agrotecnologia de produção das culturas oleráceas (oleris, hortaliça + colere, cultivar). Hortaliça refere-se ao grupo de plantas que apresenta, em sua maioria, as seguintes carcacterísticas: consistência tenra, não lenhosa; ciclo biológico curto; exigência de tratos culturais intensivos; cultivo em áreas menores, em relação às grandes culturas; e utilizado na alimentação humana sem exigir prévio preparo industrial.
A olericultura compõe um ramo da Fitotecnia que refere-se a agrotecnologia aplicada na produção de plantas muito diversificadas, conforme figura abaixo.
	
	Grandes culturas: produtoras de grãos, fibras e estimulantes.
	
	
	Olericultura: hortaliças
	
	
	Fruticulturas: fruteiras
	
	
	Floricultura: flores
	
	
	Jardinocultura: plantas ornamentais
	Fitotecnia
	Horticultura
	Viveiricultura: mudas em geral
	
	
	Cultura de plantas condimentares
	
	
	Culturas de plantas medicinais
	
	
	Cultura de cogumelos comestíveis
	
	Silvicultura: espécies florestais
	
	Forragicultura: pastagens e forrageiras
A abrangência da olericultura não é pequena, já que tais culturas englobam quase uma centena de plantas alimentícias no mundo ocidental. No centro-sul do Brasil são produzidas em torno de 60 culturas diferentes.
A característica mais marcante do agronegócio da produção de hortaliças é o fato de ser uma atividade agroeconômica altamente intensiva, de modo que o uso do solo é contínuo, com vários ciclos culturais, que se desenvolvem em seqüência. A olericultura é altamente exigente em investimento por hectare explorado, de modo que possibilita alta produção e produtividade, inclusive na alta eficiência do espaço físico bi e tridimensional (culturas tutoradas). Como são de ciclo curto, na maioria, permitem mais de um cultivo por ano na mesma área, elevando o rendimento físico e economico do produtor. O menor tamanho das culturas facilita o aprimoramento dos tratos culturais, que são intensivos e “sofisticados”. A produção de mudas em bandejas, a polinização manual de flores, raleamento de frutos, desbaste de plantas em excesso, irrigação por gotejamento, fertirrigação e hidroponia (cultivo sem solo); são artifícios agronômicos e tecnológicos refinados que seriam antieconômicos para outros tipos de culturas. Também há uso intensivo de insumos agrícolas modernos tais como sementes, defensivos, fertilizantes, agrofilmes, etc.Os equipamentos e implementos também são específicos, como galpões para beneficiamento, câmaras frigoríficas, casas de vegetação, tratores, semeadeiras, adubadeiras e transplantadeiras, entre outros.
O uso de mão-de-obra também é grande e intensivo contribuindo beneficamente para a fixação do homem no campo e contribuindo para diminuir o desemprego. 
A olericultura viabiliza o aproveitamento de áreas agrícolas ou glebas que são problemáticas para outros tipos de atividades agrícolas. E também há de se considerar que a olericultura é uma atividade agrícola de alto risco para o empresário rural, devido principalmente a alta incidência de problemas fitossanitários, maior sensibilidade as condições climáticas, ocorrência de anomalias de ordem fisiológica, variação estacional dos preços de mercado, entre outros. Logo o agronegócio da olericultura requer maior capacidade técnico-administrativa do agricultor-empresário rural no manejo dos fatores agronômicos e econômicos.
Tipos de exploração em olericultura
	 
Conforme a finalidade que se propõe, existe alguns tipos diferenciados de exploração utilizados na s regiões centro-sul do país.
Exploração diversificada
Esta exploração é típica das culturas localizadas nas periferias das cidades “cinturões verdes” e próximas dos centros de comercialização. O olericultor pode vender seus produtos diretamente nas feiras, ou para os varejistas, ou até diretamente ao consumidor. Geralmente ele mesmo faz o transporte, explorando áreas pequenas e com grande diversidade de espécies vegetais.
Exploração especializada
É o tipo de exploração para o qual tende a olericultura nas regiões mais desenvolvidas. Há menor número de espécies oleráceas, geralmente uma ou duas, com uma produção mais sofisticada e maior uso de equipamentos e máquinas. Maior uso de insumos modernos e a propriedade se localiza mais distante dos grandes centros, onde a produção e escoada por estradas e rodovias. As áreas de cultivo são maiores e os produtores se concentram na produção, não se dedicando ao transporte e comercialização, que é feito por atacadistas. Raramente vendem a varejistas e muito menos procuram o consumidor final. 
Exploração com finalidade agroindustrial
É uma atividade que vem crescendo no Brasil para abastecer os mercados interno e externo de hortaliças. Neste caso para o fornecimento de matéria-prima é destinada a agroindústria para semi-processamento da matéria-prima. As culturas no campo são de grande extensão e o grau de mecanização é elevado, com elevada produção, e um custo unitário muito reduzido. Exemplos típicos são o tomate rasteiro (industrial) para a produção de massas de tomate, o cultivo de pimentão para a obtenção do condimento páprica, o alho-porró para sopas desidratadas e ervilha para enlatados.
Horta doméstica, recreativa e educativa
	
Não se trata de exploração agroeconômica, já que o objetivo principal é alimentação da família ou da comunidade ou recreativa ou educativa., ou seja, pequena escala. Pode ser desenvolvida em meio urbano, ou rural e até apartamentos. São hortas diversificadas com trabalhos manuais realizados por pessoas comuns. Podendo ser utilizada como terapia ocupacional.
Viveiricultura 
Tipo particular de exploração onde o agricultor é espacializado na produção de mudas de hortaliças e onde certas espécies se destacam, tais como, tomate, alface e pimentão. Há agrônomos que se especializaram nesta atividade e fornecem ao olericultor mudas de qualidade fisiológica e fitossanitária excepcional. Para o olericultor é vantajoso já que não se preocupa em produzir estas mudas, deixando esta fase altamente dedicada aos cuidados de um especialista. Também, hoje em dia, se produz mudas de diversas culturas inclusive ornamentais e frutíferas, pois é uma atividade altamente lucrativa e mais uma opção para técnicos em agricultura.
Produção de sementes e estruturas vegetativas
Algumas espécies oleráceas se propagam por estruturas vegetativas (assexualmente), como por exemplo, a batata-doce, morango e alho. Estas devem ser produzidas em culturas especialmente orientadas, obedecendo-se a rigorosas normas de fitossanidade, pois tais estruturas podem ser formas de propagação de fitopatógenos. Exemplos, no Brasil, são a produção de batata semente certificada e mudas de morango, isentas ou com baixo teor de vírus.
Classificação técnica
Uma classificação popular e muito utilizada é a separação de legumes, verduras e temperos. Legumes seriam aquelas hortaliças que exigem preparação culinária mais elaborada, como cozimento e fritura, verduras seriam àquelas que além de apresentarem coloração típica verde, são consumidas ao natural, e temperos são aquelas utilizadas para dar sabor especial aos pratos.
Uma classificação técnica seria:
Hortaliças-fruto: utilizam-se frutos ou partes deles, como as sementes: tomate, melancia, quiabo, morango, feijão-vagem, etc.
Hortaliças herbáceas: aqueles cujas partes comercializáveis e utilizáveis estão localizadas acima do solo, sendo tenras e suculentas (alface, repolho, taioba); talos e hastes (aspargo, aipo, funcho); flores e inflorescências (couve-flor, brócolos, alcachofra).
Hortaliças tuberosas: partescomercializáveis desenvolvem abaixo do solo, sendo ricas em carboidratos: raízes (cenoura, beterraba, batata-doce, rabanete, mandioquinha-salsa); tubérculos (batata, cará); rizomas (inhame); bulbos (alho, cebola).
Unidades taxonômicas
Os Botânicos agrupam as plantas segundo suas similaridades, em: divisões, classes, famílias, gêneros, espécies, variedades botânicas, formas e indivíduos.
Nomenclatura técnica
A espécie tem sido considerada a unidade básica de trabalho dos botânicos, entretanto, em casos particulares, as espécies são subdivididas em variedades botânicas (abreviatura “var”). Isto se torna necessário quando dentro de uma mesma espécie apresenta-se características notáveis, inclusive de importância agronômica. Exemplo clássico é a espécie Brassica oleracea, que abrange algumas variedades botânicas de importância mundial, como B. oleracea var. acephala (couve), B. oleracea var. capitata (repolho), B. oleracea var. botrytis (couve-flor) e B. oleracea var. itálica (couve-brócolos).
O termo variedade tem sido substituído pelo termo cultivar (“cultivated variety”), com abreviatura “cv.”, quando se trata de um grupo de plantas que apresenta semelhanças entre si e que se distingue de outros grupos por características de relevância agronômica e comercial. As cultivares são obtidas por meios de técnicas de melhoramento genético.
Uma cultivar pode ser pertencente a um dos quatro grupos a seguir:
Clone: conjunto de plantas geneticamente idênticas e originárias de uma única planta matriz propagada assexuadamente, ou seja, sem utilização de sementes botânicas, tais como: alho, batata, couve-manteiga, mandioquinha-salsa.
Linhagem: grupo de plantas muito semelhantes, propagadas sexualmente, cujas características são mantidas por seleção. Originalmente este tipo de cultivar é obtido por autofecundação induzida.
Cultivar não-híbrida: grupos de plantas que apresentam pequenas diferenças genéticas (genótipo distinto), porém mantendo as carcaterísticas agronômicas comuns (fenótipo semelhante). Ex: pepino caipira selecionado por olericultores a partir de populações heterogêneas tradicionalmente cultivadas nas propriedades rurais.
Híbrido ou cultivar híbrida: conjunto de plantas altamente uniforme, de modo geral obtido pelo cruzamento controlado de duas linhagens compatíveis escolhidas, mantidas por autofecundação induzida. Ex: híbridos dde couve-flor, repolho e brócolos.
	Tabela 1. Relação taxonômica das 60 hortaliças mais cultivadas no centro-sul do Brasil, com seus nomes populares, científicos e família botânica.
	Nome popular
	Nome científico
	Família
	Abóbora-rasteira
	Cucúrbita moschata
	Cucurbitácea
	Abobrinha-italiana
	Cucúrbita pepo
	Cucurbitácea
	Acelga-verdadeira
	Beta vulgaris var. cicla
	Quenopodiácea
	Agrião-aquático
	Rorippa nasturtium-aquaticum
	Brassicácea
	Aipo (salsão)
	Apium graveolens var. dulce
	Apiácea
	Alcachofra
	Cynara scolymus
	Asterácea
	Alface
	Lactuca sativa
	Asterácea
	Alho
	Allium sativum
	Aliácea
	Alho-porró
	Allium porrum
	Aliácea
	Almeirão
	Cichorum intybus
	Asterácea
	Aspargo
	Asparagus officinalis
	Liliácea
	Batata-doce
	Ipomoea batatas
	Convolvulácea
	Batata (batatinha)
	Solanum tuberosum ssp. tuberosum
	Solanácea
	Beringela
	Solanum melongena
	Solanácea
	Beterraba
	Beta vulgares
	Quenoponiácea
	Cará
	Discorea alata
	Discoreácea
	Cebola
	Allium cepa
	Aliácea
	Cebolinha
	Allium schoenoprasum
	Aliácea
	Cenoura
	Daucus carota
	Apiácea
	Chicória
	Chicorium endivia
	Asterácea
	Chuchu
	Sechium edule
	Cucurbitácea
	Coentro
	Coriandrum sativum
	Apiácea
	Couve-brócolos
	Brassica olerácea var. italica
	Brassicácea
	Couve-chinesa
	Brassica perkinensis
	Brassicácea
	Couve-de-bruxelas
	Brassica oleracea var. gemmifera
	Brassicácea
	Couve-flor
	Brassica oleracea var. botrytis
	Brassicácea
	Couve-folha
	Brassiva oleracea var. acephala
	Brassicácea
	Couve-rábano
	Brassica oleracea var. gongylodes
	Brassicácea
	Couve-tronchuda
	Brassica oleracea var. tronchuda
	Brassicácea
	Ervilha
	Pisum sativum
	Fabácea
	Espinafre
	Spinacea oleracea
	Quenopodiácea
	Espinafre neozelandês
	Tetragonia expansa
	Aizoácea
	Faba italiana
	Vicia faba
	Fabácea
	Feijão-de-corda (caupi)
	Vigna unguiculata
	Fabácea
	Feijão-de-lima (fava)
	Phaseolus lunatus
	Fabácea
	Feijão-vagem
	Phaseolus vulgares
	Fabácea
	Funcho (erva-doce)
	Foeniculum vulgare var. dulce
	Apiácea
	Inhame
	Colocasia esculenta
	Arácea
	Jiló
	Solanum gilo
	Solanácea
	Mandioquinha-salsa
	Arracacia xanthorrhiza
	Apiácea
	Maxixe
	Cucumis anguria
	Cucurbitácea
	Melancia
	Citrullus lanatus
	Cucurbitácea
	Melão
	Cucumis melo
	Cucurbitácea
	Milho-doce
	Zea mays
	Poácea
	Milho-verde
	Zea mays
	Poácea
	Moranga
	Cucúrbita maxima
	Cucurbitácea
	Morango
	Fragaria x ananassa
	Rosácea
	Mostarda-de-folha
	Brassica juncea
	Brassicácea
	Nabo
	Brassica rapa var. rapa
	Brassicácea
	Pepino
	Cucumis sativus
	Cucurbitácea
	Pimenta
	Capsicum frutescens
	Solanácea
	Pimentão
	Capsicum anuum
	Solanácea
	Quiabo
	Abelmoschus esculentum
	Malvácea
	Rabanete
	Raphanus sativus
	Brassicácea
	Rábano “daikon”
	Raphanus sativus var. acanthiformis
	Brassicácea
	Repolho
	Brassica oleracea var. capitata
	Brassicácea
	Rúcula
	Eruca sativa
	Brassicácea
	Salsa
	Petroselinum crispum
	Apiácea
	Taioba
	Xanthosoma sagittifolium
	Arácea
	Tomate
	Lycopersicon esculentum
	Solanácea
	Fonte: Novo manual de olericultura, 2005.
Fatores agroclimáticos
O ambiente na olericultura é o conjunto de fatores agroecológicos, externos à planta, que influenciam o desenvolvimento e a produção. É o caso do clima, solo, adubação, irrigação, pulverizações e outras práticas agrícolas. Logo temos a interação de três fatores: ambiente, genótipo e fenótipo. Dentro deste contexto há duas vias para o possível aprimoramento da olericultura. 
A primeira é a busca da melhoria da própria planta, procurando adequar o seu genótipo a um determinado ambiente, obtido por meio de melhoramento genético. Neste caso se obtém cultivares adaptadas as condições locais ou regionais, como por exemplo cultivares ditas “de verão” ou “de inverno”.
A segunda via é a modificação ou adequação do meio ambiente a um genótipo previamente escolhido, utilizando artifícios como o cultivo protegido em casa de vegetação e estufas.
Temperatura
Apesar das culturas oleráceas apresentarem ampla faixa de adaptação climática a temperatura é um fator determinante e condicionante nesta atividade agrotecnológica. Cada variedade botânica e cultivar apresentam uma faixa termoclimática adequada para seu desenvolvimento. Temperaturas abaixo do nível ótimo podem prolongar o ciclo, ou provocar florescimento prematuro da hortaliça prejudicando o desenvolvimento da parte comercializável. 
A temperatura também afeta a germinação de sementes e o desenvolvimento inicial das mudas, sendo que cada espécie olerácea apresenta suas exigências térmicas.
As hortaliças são classificadas, conforme sua necessidade de temperatura, em:
Hortaliças de clima quente: aquelas tipicamente intolerantes ao frio, que prejudica ou mesmo inibe a produção, exigindo temperaturas elevadas, diurnas e noturnas, são todas intolerantes a geadas, mas algumas toleram temperaturas amenas. Ex: batata-doce e quiabo.
Hortaliças de clima ameno: produzem melhor em temperaturas amenas, tolerando temperaturas mais baixas (próximas e acima de 0oC). Ex: tomate, alface, batata e moranga híbrida.
Hortaliças de clima frio: exigem e produzem melhor em clima frio, tolerando aquelas situadas ligeiramente abaixo de 0oC. Ex: alho, alcachofra e couve.
	Tabela 2. Classificação das culturas oleráceas pela exigência termoclimática
	Clima frio
	Clima ameno
	Clima quente
	Acelga verdadeira
	Abobrinha italiana
	Abóbora rasteira
	AipoAgrião de água
	Batata-doce
	Alcachofra
	Alface
	Berinjela
	Alho
	Almeirão
	Cará 
	Alho-porró
	Batata
	Chuchu
	Aspargo
	Cenoura
	Coentro
	Beterraba
	Chicória
	Espinafre neozeolandês
	Cebola
	Moranga híbrida
	Caupi
	Cebolinha
	Rúcula
	Fava
	Couve-brócolos
	Salsa
	Feijão-vagem
	Couve-chinesa
	Tomate
	Inhame
	Couve-de-bruxelas
	
	Jiló
	Couve-flor
	
	Maxixe
	Couve-folha
	
	Melancia
	Couve-rábano
	
	Melão
	Couve-tronchuda
	
	Milho-doce
	Ervilha
	
	Milho-verde
	Espinafre verdadeiro
	
	Moranga
	Fava italiana
	
	Pepino
	Funcho
	
	Pimenta
	Mandioquinha
	
	Pimentão
	Morango
	
	Quiabo
	Mostarda-de-folha
	
	Taioba
	Nabo
	
	
	Rabanete
	
	
	Rábano
	
	
	Repolho
	
	
	Fonte: Novo manual de olericultura, 2005.
A termoperiodicidade estacional influencia mais aquelas olerícolas ditas bienais, como em brássicas (repolho, couve-flor, brócolos), cebola, beterraba e rabanete. Tais plantas exigem frio para passarem da etapa vegetativa para reprodutiva, com a emissão do pendão floral e posteriormente a produção de sementes. Espécies ditas anuais independem de um intervalo de frio para que a planta passe da etapa vegetativa para a reprodutiva. Espécies perenes, de ciclo muito longo, que podem ocupar o terreno por um ou mais anos, enfrentam condições climáticas das quatro estações, e podem permanecer produtivas por um período do ano.
Algumas culturas se beneficiam também com a variação da temperatura diária (termoperiodicidade diária). Geralmente em temperaturas noturnas mais elevadas o crescimento vegetativo é acelerado, porém são prejudiciais e até inibidas a floração e a frutificação. Temperaturas noturnas de 13-18 oC e diurnas de 20-25 oC são aquelas mais favoráveis a produção. 
Luz
A luz é importante para o desenvolvimento vegetal, pois promove o processo da fotossíntese. E quando se estuda a luz na olericultura deve-se considerar tanto a intensidade luminosa quando a variação fotoperiodica. Maior a intensidade luminosa maior é a fotossíntese desde que sejam respeitados os limites fisiológicos da planta, e desta forma, em locais que prevalecem alta intensidade luminosa favorecem a produtividade das culturas.
O fotoperíodo (comprimento ou duração do período luminoso) influencia diversos mecanismos fisiológicos na planta, como o crescimento vegetativo, a floração, frutificação, produção de sementes, etc. A variação do período luminoso chama-se de fotoperiodismo e influencia algumas hortaliças, especialmente Aliáceas, que são muito sensíveis. Neste caso, de acordo com a exigência fotoperiódica, há cultivares precoces e tardias, conforme a necessidade de dias menores e maiores, respectivamente, para a bulbificação. Em cucurbitáceas, nos dias curtos de inverno, produzem maior número de flores femininas e consequentemente aumentam a produtividade. O morangueiro só floresce e frutifica em dias curtos, tornando-se vegetativo nos dias longos de verão.
Umidade
A água é imprescindível para a produção da maioria das hortaliças e constitui mais de 90% do peso da parte utilizável da maioria das hortaliças. O teor de umidade no solo é aquele que pode mais facilmente ser controlado pelo olericultor, por meio da irrigação. No entanto o controle da umidade do ar é bem mais difícil e deve ser realizada pela escolha criteriosa da época de plantio, considerando que o ar é mais seco no outono-inverno.
O teor elevado de umidade na atmosfera favorece o ataque de fungos e bactérias nas culturas e o teor baixo de umidade favorece o aparecimento de ácaros e alguns insetos.
Calendário de plantio
É possível organizar um calendário de plantio, obtendo-se produção diversificada de hortaliças ao longo do ano, sendo necessário considerar a adaptação climática das espécies, disponibilidade de cultivares adaptadas, a altitude da região, a latitude e épocas de plantio favoráveis. Também são importantes as preferências do consumidor, as épocas de safra (preços menores) e entressafra (preços maiores), dentre outras considerações mercadológicas.
Neste caso a informação e o planejamento são fundamentais para o sucesso de seu empreendimento. 
Solo, nutrição e adubação
O solo é o substrato natural para a produção agrícola e pode ser profundamente modificado, ou até mesmo dispensado, para o cultivo de olerícolas. O solo é uma fonte de nutrientes, e no caso particular da olericultura, frequentemente se comporta como uma fonte insuficiente de nutrientes dada à elevada exigência das culturas. Todos 14 nutrientes reconhecidos como essenciais são necessários na horticultura.
	
	
	Nitrogênio (N)
	
	Principais
	Fósforo (P)
	
	
	Potássio (K)
	Macronutrientes
	
	
	
	
	Cálcio (Ca)
	
	Secundários
	Magnésio (Mg)
	
	
	Enxofre (S)
	
	
	
	Micronutrientes
	Boro (B), Zinco (Zn), Molibdênio (Mo), Cobre (Cu), Manganês (Mn), Ferro (Fé), Cloro (Cl) e Níquel (Ni)
Há ainda mais três nutrientes que são reconhecidos como benéficos: Silício (Si), Sódio (Na) e Cobalto (Co). 
As espécies extraem do solo e exportam em suas partes comercializáveis maiores quantidades de nutrientes, por hectare, do que outras culturas. Logo o fornecimento de nutrientes deve ser importante para um bom desenvolvimento das plantas. As quantidades de nutrientes extraídas e exportadas variam grandemente, influenciadas por uma série de fatores tais como: cultivar plantada, condições do solo, variações climáticas, disponibilidade de água, produtividade obtida e ciclo da cultura.
O papel dos nutrientes
Não há como considerar um nutriente mais importante do que outro, já que a deficiência de qualquer um deles é capaz de comprometer o resultado agronômico e econômico. 
O nitrogênio em hortaliças herbáceas tem maior efeito na produtividade (folhas, hastes, flores, etc.). Seu excesso traz invariavelmente doenças fúngicas e bacterianas, prolonga o cilco vegetativo, produz tecidos mais frágeis a danos mecânicos, menor qualidade, .... É o segundo elemento mais extraído nas culturas (NO- e/ou NH4+). Sua absorção é pequena na etapa inicial da cultura, logo se deve recomendar um parcelamento de sua aplicação. O excesso de N no solo não pode ser corrigido.
O fósforo favorece o crescimento do sistema radicular e em conseqüência a maior absorção de água e nutrientes. Favorece a formação de matéria seca na planta, floração, frutificação e formação de sementes. Aumenta a precocidade da colheita e qualidade do produto, elevando a produtividade da cultura.
O potássio favorece a formação e translocação de carboidratos, e o melhor uso da água pela planta. Equilibra a aplicação de N e aumenta a resistência a alguma doenças e danos mecânicos e ao acamamento. Melhora a qualidade do produto: aspecto, sabor, coloração e propriedades culinárias. Seu excesso desequilibra a nutrição da planta, prejudicando a absorção de outros elementos, como o Ca. É o elemento mais absorvido pelas plantas e grande parte é devolvida ao solo pela incorporação de restos vegetais. Sua aplicação deve ser parcelada junto com o N.
O cálcio favorece a ampliação do sistema radicular (melhor absorção de água e nutrientes) e a maioria das oleráceas são exigentes deste nutriente. Previne as anomalias fisiológicas como a podridão apical em tomate, pimentão e melancia. Contudo apenas a calagem, às vezes, não é suficiente.
O magnésio é absorvido em menores quantidades e é parte integrante da clorofila. A calagem e a aplicação de termofosfato magnesiano são boas fontes deste nutriente no solo. As solanáceas são mais exigentes e sintomas carcaterísticos de sua carência são a clorose internerval nas folhas inferiores.
O enxofre é de grande importância para a família das brássicas, onde sua extração é maior do que a do fósforo. É componente das proteínas, e afeta o sabor, aroma e propriedades organolépticas das culturas (alho, cebolinha, cebola). As fontes mais comuns são a aplicação de superfosfato simples, sulfato de potássioe sulfato de amônio (aplicados em plantio ou cobertura). A aplicação de gesso também disponibiliza o nutriente, mas ainda se carece de mais informações sobre o seu uso e manejo.
O boro é o micronutriente que apresenta mais frequentemente os sintomas de carência. As brássicas herbáceas são as espécies que mais facilmente se encontra os sintomas de carência. Também são observados no tomate, beterraba e batata. Normalmente sua aplicação se faz no plantio no solo, ou por via de aplicação foliar quando os sintomas aparecem posteriormente na cultura já implantada. Também aumenta a produtividade.
O zinco apresenta sintomas de carência típicos com listras verdes-claras no limbo foliar no milho-doce. Aplicações pesadas de P diminuem a absorção de Zn pelas plantas. Maiores sintomas não são observados, provavelmente pela aplicação de fungicidas, que contém Zn em sua formulação. 
O molibdênio é importante para brássicas herbáceas, onde a aplicação foliar já é uma rotina. Sintomas de carência comuns são deformações observadas no limbo foliar.
O cobre pode apresentar problemas na cultura de alface quando conduzidas em baixadas turfosas. É mais facilmente corrigido por aplicação via foliar e/ou através de fungicidas cúpricos.
O manganês, ferro, cloro e níquel não são comumente constatadas deficiências nos solos brasileiros.
A calagem na maioria das espécies olerícolas é realizada para se ajustar o pH dos solos ácidos e/ou com problemas de Al tóxico. A faixa de pH de 6,0-6,5 beneficiam a maioria das culturas. Casos com pH elevado não são comuns mas também trazem prejuízo porque diminui a disponibilidade de micronutrientes como o Mn (pH>7,0).
	Figura 1. Sintomas de carências de alguns nutrientes em oleráceas.
	
	
	B - morango
	Ca - tomate
	
	
	Mg – couve-folha
	P – folhas de milho
A aplicação de nutrientes
Numa sucessão de culturas numa mesma área, é fundamental considerar o ponderável efeito residual das adubações anteriormente aplicadas, já que é impraticável oferecer os nutrientes nas medidas exatas para as plantas. Uma criteriosa análise de solo antes do plantio deve ser realizada para uma correta manutenção da fertilidade do solo, sem cometer enganos grotescos por excesso de adubos ou falta dos mesmos, já que tanto um como outro afetam de sobremaneira a produtividade da cultura. Todavia, como a maximização do lucro líquido por hectare geralmente coincide com a maximização da produtividade e da qualidade do produto obtido, para o olericultor empresário é compensador investir em adubação.
Em muitas situações, constata-se que o olericultor aplica excesso de certos nutrientes. Ou utiliza adubação desequilibrada, o que, inclusive, pode ocasionar problemas ambientais, como a contaminação de água subterrânea por nitratos.
Uma boa administração da fertilidade do solo com a utilização de rotação de culturas, adubos verdes, calagem, uso de matéria orgânica entre outras práticas agronômicas, permite uso racional do solo sem cometer exageros. Neste caso um apoio da assistência técnica especializada é sempre fundamental.
A calagem é uma das primeiras práticas ao se cogitar em iniciar um programa de aprimoramento de um solo agrícola. É imprescindível a coleta do sôo e sua análise para identificar problemas de acidez e ou toxidez de Al. Geralmente se aplica metade da quantidade do corretivo calculado antes da aração e, a outra, após, seguindo-se a gradagem. A aplicação do calcário pode ser efetuada a lanço sobre o solo, com antecedência mínima de 60 a 90 dias antes do plantio, devendo a área ser molhada pela chuva ou água de irrigação.
A adubação corretiva se faz necessário para elevar a disponibilidade de certos nutrientes num solo de baixa fertilidade natural (constatada na análise de solo). Esta pode ser realizada em toda a área, ou nas linhas de plantio, ou em covas de plantio dpendendo do tipo de manejo adotado e a cultura de interesse. Normalmente são utilizados fertilizantes formulados do tipo NPK, sendo que a fertilização de cobertura deve ser levada em conta, logo a aplicação de N e K deve ser parcelada, podendo o P ser aplicado todo no plantio.
A aplicação de fertilizantes via foliar é mais recomendada para corrigir deficiências em culturas já implantadas e com grande rentabilidade econômica. 
A fertirrigação (dissolução de certos fertilizantes na água de irrigação) é uma alternativa da adubação em cobertura, podendo a aplicação ser efetuada por aspersão ou por gotejamento.
Vários benefícios da adubação orgânica têm sido reconhecidos, ressaltando-se a incorporação de material orgânico tais como estercos animais. A adubação orgânica aumenta a capacidade de penetração e retenção de água no solo, melhora a estrutura, o arejamento e a porosidade, aumenta a vida microbiana útil, inclusive com a eliminação de fitopatógenos, favorece a disponibilidade e a absorção de nutrientes. E os solos argilosos, pesados e compactos tornam-se mais favoráveis ao cultivo, assim como os solos arenosos leves e sem boa estrutura ficam mais adequados ao cultivo.
Propagação e implantação da cultura
Na sua maioria as oleráceas são propagadas por sementes botânicas ou pelo plantio de partes vegetativas, constituindo-se uma fase crucial para se alcançar uma boa produtividade.
A maioria das hortaliças é propagada por sementes e a semente de alta qualidade com elevado percentual de germinação, isenta de fitopatógenos e com alta qualidade genética, deve ser sempre exigida pelo produtor.
	Tabela 3. Informações gerais sobre a propagação de hortaliças por sementes.
	Hortaliças cultivadas
	Local inicial de semeadura
	Sementes por grama (no)
	Gastos de sementes por Ha (g)
	Abóbora rasteira seca
	Definitivo
	7-9
	300-500
	Abóbora rasteira verde
	Definitivo
	6-7
	600-800
	Abobrinha italiana
	Definitivo
	10-15
	3000-5000
	Acelga
	Definitivo
	40-60
	10000-12000
	Agrião aquático
	Sementeira
	4000-5300
	1500-2000
	Aipo
	Sementeira
	2500-2550
	60-80
	Alface
	Bandeja
	900-1000
	250-400
	Alho porro
	Sementeira
	380-400
	650-700
	Almeirão
	Definitivo
	700-800
	2000-3000
	Aspargo
	Sementeira
	45-50
	600-700
	Berinjela
	Bandeja
	200-240
	120-180
	Beterraba
	Bandeja
	50-70
	7000-9000
	Cebola
	Sementeira
	310-340
	1500-1800
	Cebolinha
	Sementeira
	470-480
	800-1000
	Cenoura
	Definitivo
	700-900
	4000-5000
	Chicória
	Bandeja
	600-800
	300-350
	Coentro
	Definitivo
	80-120
	5000-7000
	Couve-brócolos
	Bandeja
	260-280
	160-200
	Couve-chinesa
	Bandeja
	280-350
	250-300
	Couve-de-bruxelas
	Bandeja
	400-500
	150-200
	Couve-flor
	Bandeja
	250-380
	90-120
	Couve-rábano
	Definitivo
	250-280
	900-1000
	Couve tronchuda
	Bandeja
	270-300
	160-200
	Ervilha-rasteira
	Definitivo
	3-5
	 140000-180000
	Ervilha tutorada
	Definitivo
	3-5
	12000-15000
	Espinafre
	Definitivo
	90-110
	10000-20000
	Espinafre neozelandês
	Definitivo
	15-25
	11000-18000
	Fava-italiana
	Definitivo
	2-3
	55000-65000
	Feijão de corda
	Definitivo
	4-5
	15000-20000
	Feijão de lima
	Definitivo
	2-3
	50000-65000
	Feijão vagem tutorado
	Definitivo
	3-4
	13000-20000
	Jiló
	Bandeja
	470-500
	80-100
	Melancia americana
	Definitivo
	15-25
	400-700
	Melão
	Definitivo
	25-30
	500-800
	Milho
	Definitivo
	4-7
	10000-15000
	Moranga
	Definitivo
	6-9
	600-800
	Moranga híbrida
	Definitivo
	5-7
	800-900
	Nabo
	Definitivo
	450-600
	2000-3000
	Pepino Aodai tutorado
	Definitivo
	30-40
	1000-1500
	Pepino caipira tutorado
	Definitivo
	25-30
	100-1300
	Pepino rasteiro industrial
	Definitivo
	35-45
	2200-2500
	Pimenta
	Bandeja
	200-300
	100-300
	Pimentão
	Bandeja
	120-180
	200-300
	Quiabo
	Definitivo
	17-23
	6000-9000
	Rabanete
	Definitivo
	80-110
	10000-14000
	Rábano
	Definitivo
	50-80
	9000-11000
	Repolho
	Bandeja
	250-300
	160-200
	Salsa
	Definitivo
	550-6802000-4000
	Tomate agroindustrial
	Definitivo
	300-350
	3000-4000
	Tomate tipo salada
	Bandeja
	300-380
	120-180
	Tomate tipo Santa Cruz
	Bandeja
	250-350
	200-220
	Fonte: Novo manual de olericultura, 2005.
A propagação vegetativa ou assexual baseia-se na capacidade de formar novo indivíduo vegetal, completo e idêntico a planta matriz. Estruturas são então destacadas da planta-mãe e plantadas. As estruturas utilizadas são de tipos variados: rebentos, ramas, bulbilhos, tubérculos, perfilhos, estolhos, dentre outras. Podendo ser plantadas no local definitivo ou pré-enraizadas em viveiros.
As plantas matrizes devem ser selecionadas pelo seu vigorvegetativo, pelo estado fitossanitário e pelas características do produto. No entanto a propagação vegetativa apresenta algumas desvantagens tais como: degeneração dos clones ocasionada pelo progressivo acúmulo de fitopatógenos ao longo de suas gerações, com a conseqüente perda de vigor e produtividade, perpetuação de viroses, e o volume do material propagativo que onera demasiadamente o custo de implantação de uma nova cultura.
Irrigação
De acordo com as características de solo, clima e de espécie cultivada a irrigação pode ser realizada de formas diferentes na condução de uma cultura olerácea.
A maximização de produção de uma cultura deve ser obtida por um bom manejo da irrigação e o teor ideal de água útil no solo, como regra geral, deve ser mantido entre 70 e 100%, variando com a espécie e o estágio de desenvolvimento da planta. Hortaliças herbáceas são as mais exigentes em água, devendo ser mantidas sempre com boa umidade do solo. As hortaliças-fruto constituem um grupo de ordem decrescente em exigência de água, havendo dois estágio críticos em que um período de deficiência pode acarretar em perdas na produção: são os estágios vegetativo inicial e o da floração e frutificação. Já as hortaliças tuberosas são seguramente as culturas menos exigentes em água, sendo que a aplicação excessiva pode prejudicar a qualidade do produto.
Os tipos de irrigação mais usados são os de aspersão, sulcos, microaspersão, gotejamento, entre outros. Cada qual possui vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas na hora de se estabelecer o método por qual se irá irrigar e o tipo da cultura.
Controle fitossanitário
O controle fitossanitário é imprescindível na olericultura já que as culturas são suscetíveis a numerosos fitopatógenos e outros organismos. 
Na época atual, o controle fotossanitário por meios de produtos químicos tem sido intensamente questionado pela opinião pública mundial. A sociedade exige produtos alimentícios livres de resíduos danosos a saúde, além de ocorrer uma preucupação generalizada com a poluição ambiental e a degradação da natureza. Em contraposição, o consumidor torna-se cada vez mais exigente com a qualidade dos produtos, expressa principalmente pelo aspecto, sabor e aroma. Além de tudo os produtos devem ser produzidos em abundância e comercializados a preços acessíveis ao consumidor.
Hoje em dia utilizando-se de conhecimento técnico científico acumulado e com as novas conquistas tecnológicas que vem ocorrendo a cada ano, é possível introduzir na olericultura um conceito moderno de manejo integrado da cultura. È preciso considerar que somente ocorre uma doença quando há interação de um agente fitopatogênico com condições agroecológicas propícias, e ambos atuando sobre uma planta suscetível. Então um ponto importante no controle integrado é que se deve avaliar/controlar as causas e não os agentes (insetos, fungos, vírus e bactérias) causadores do problema.
Doenças fúngicas
São causadas por fungos fitopatogênicos, que podem afetar todas as partes da planta ao longo dos vários estádios de desenvolvimento, inclusive pós-colheita e pré-plantio. Na parte aérea as lesões mais comuns são na forma de manchas e pintas. Nestas lesões se desenvolvem as formas infectantes (os esporos), disseminados por meios variados (vento, água, sementes, mãos, ferramentas, tutores, etc.). Também existem sintomas como murchas, podridões-secas e fungos que afetam as partes subterrâneas da planta (fungos de solo).
Para o controle das doenças fúngicas são utilizadas pulverizações de fungicidas, sendo que a maioria dos fungicidas tem maior eficiência na prevenção do que na erradicação. Consequentemente as pulverizações são recomendadas logo que as condições agroecológicas se mostrarem favoráveis ao ataque das doenças. Fungicidas podem ser aplicados nas plantas, no solo e nas sementes por via seca ou úmida.
Doenças bacterianas
As bacterioses são disseminadas por sementes, partes vegetativas, mãos, implementos agrícolas e água de irrigação. São capazes de afetar todas as partes da planta. São caracterizadas pelas podridões úmidas, murchamento das plantas, manchas foliares, queima dos bordos nas folhas ou pela presença de pus bacteriano. 
Certo controle pode ser obtido por pulverizações com fungicidas cúpricos. Antibióticos também são utilizados, mas sem muita eficácia além de custo muito elevado.
Os melhores controles são a prevenção, sementes livres de bactérias, rotação com culturas não-suscetíveis, e utilização de cultivares resistentes.
Controle de viroses
Tem grande capacidade de infecção, transmitidas pelo agricultor no transplantio das mudas, no viveiro, podas, desbastes, e outros tratos culturais. A propagação vegetativa é também veículo difusor de vírus, assim como insetos-vetores (afídeos, tripés, mosca-branca e cigarrinhas) que ao se alimentarem de uma planta virótica tornam-se agentes veiculadores, quando sugam plantas anteriormente sadias.
Controle das pragas
São animais invertebrados, de pequeno porte, reunidos em três grandes grupos: insetos, ácaros e nematóides. Os insetos podem se alimentar de diversas partes da planta sejam elas aéreas ou subterrâneas. Conforme seu aparelho bucal podem ser distinguidos insetos sugadores (afídeos, tripés, cigarrinhas) ou mastigadores (lagartas, larvas, besouros). Os ácaros são pequeníssimos animais sugadores, que se alimentam de seiva vegetal. Nematóides são minúsculos vermes que parasitam geralmente as raízes e partes subterrâneas das plantas. As lesões provocadas nas raízes dificultam o aproveitamento dos nutrientes, também constituindo via de penetração de fungos e bactérias fitopatogênicas de solo.
Os meios de controle são específicos para cada grupo de pragas bem como espécie envolvida. Os insetos mastigadores são controlados por aplicação de inseticidas de ação por contato e por ingestão, e os sugadores por inseticidas sistêmicos, que penetram e translocam dentro da planta, e também por aficidas de ação translaminar, que, aplicados em uma face da folha, controlam os pulgões instalados na outra. Insetos mastigadores subterrâneos, são eficientemente controlados por inseticidas granulados aplicados nas linhas de plantio. Ácaros são bem controlados por acaricidas específicos e inseticidas sistêmicos. Nematóides do solo são controlados por nematicidas aplicados no solo e por meio de certas práticas culturais. 
Outras medidas de controle fitossanitário
Atualmente vem sendo cada vez mais valorizadas medidas preventivas, particularmente aquelas não químicas. Algumas práticas sugeridas são:
Determinar os locais de produção de mudas, bem como campos de semeadura direta, o mais afastado possível de culturas oleráceas adultas ou em senescência. Desse modo minimiza-se o risco de disseminação de fitopatógenos e de insetos-pragas.
Plântulas, mudas e plantinhas em inicio de desenvolvimento devem ser tocadas o mínimo possível pelas mãos dos operários. Na produção de mudas de solanáceas fruto, deve-se evitar o dano às raízes, diminuindo a possibilidade de inoculação de fitopatógenos, logo o uso de bandejas de isopor é recomendável.
Utilização de sementes botânicas e estruturas vegetativas de elavada qualidade fitossanitária é recomendável, prevenindo o aparecimento de focos iniciais de doenças na cultura. Material de propagaçãosuspeito não deve ser plantado.
Cultivares geneticamente melhoradas para resistência a doenças ou a pragas devem ser preferidas àquelas suscetíveis.
Escolhas de boas glebas (ensolaradas, ventiladas e drenadas) auxilia a prevenção de muitas doenças.
Plantas jovens de espécies suscetíveis a viroses veiculadas por insetos devem ser circuladas por faixas de solo livres de plantas invasoras. É que as plantas invasoras são são hospedeiras de vírus e de vetores.
Emprego de plantas atrativas para os insetos-praga.
Plantas isoladas, apresentando sintomas iniciais de doenças, em meio a uma cultura com bom aspecto fitossanitário, devem ser eliminadas o mais precocemente possóvel (enterradas ou queimadas em local distante da cultura).
Rotação de espécies vegetais menos sujeitas a pragas e doenças (milho e gramíneas), devem ser efetuada. A rotação com adubos verdes é recomendada.
Acompanhamento por agrônomos especialistas da cultura.
Calagem e fertilização adequada.
Escolha das melhores épocas de cultivo para a cultura favorecendo seu desenvolvimento e dificultar a ação de fitopatógenos e insetos-praga.
Controlar a irrigação da melhor forma possível. Usar água limpa e livre de contaminações.
Roupas, botas, ferramentas e equipamentos devem permanecer sempre limpos e livres de terra aderida a eles. Há situações que devem ser lavados com soluções desinfetantes com soluções germicidas.
Adubações orgânicas são recomendadas, para o controle de nematóides, fungos e bactérias que afetam a parte subterrânea das raízes.
Após a colheita os restos vegetais devem preferivelmente serem arrancados, amontoados e queimados, e se possível fora do terreno de cultivo.
Toxidez de defensivos
Em toxicologia, o índice dose letal 50 (DL 50) é utilizado para quantificar a toxidez potencial de um defensivo, referindo-se à dose capaz de matar 50% de uma população de animais (ratos, cobaias ou coelhos) submetidas a testes nos laboratórios.
Na prática agrícola, o índice DL 50 não é utilizado diretamente, sendo substituído por classes toxicológicas estabelecidas oficialmente. Assim as embalagens apresentam uma tarjeta colorida, simbolizando a classe toxicológica e facilitando a visualização.
São as seguintes as classes e as respectivas cores:
	Classe I
	Formulação altamente tóxica, tarjeta vermelha.
	Classe II
	Formulação medianamente tóxica, tarjeta amarela.
	Classe III
	Formulação pouco tóxica, tarjeta azul.
	Classe IV
	Formulação muito pouco tóxica, tarjeta verde.
Período de carência é considerado o intervalo mínimo de segurança, em dias, entre a última aplicação e a colheita. Este período depende do tipo do princípio ativo, do tipo de formulação, da espécie cultivada e das condições agroecológicas.
O sistema de comercialização de hortaliças
Aplicando a agrotecnologia e os fatores naturais sendo favoráveis ou adequadamente controlados, o olericultor depende de si mesmo para produzir bem. Isso já não ocorre no momento da comercialização de seus produtos, e é justamente nesta etapa crucial e final de sua atividade que o sucesso ou o fracasso econômico se decidem. Neste caso, de nada adianta o produtor ser muito competente na produção e inexperiente na comercialização. Este é o momento crucial, pois o preço que o agricultor tiver em seus produtos afetará os lucros líquidos de sua exploração, mais que todos os demais fatores.
Nada vale produzir com a mais alta tecnologia, conseguir os melhores resultados, se falhar a forma de comercialização. Duas são as condições básicas para ter sucesso de vendas das hortaliças: a regularidade de oferta e a qualidade dos produtos. Estas condições são conseguidas com tecnologia e estratégia principalmente no cultivo de hortaliças.
Usualmente os produtores entregam sua produção aos atacadistas (comerciantes que compram em larga escala) que estão localizados nos CEASAs (Centrais de Abastecimento), e também para depósitos particulares de hortaliças nos centros urbanos. Também podem negociar seus produtos na propriedade quando compradores vão até eles, no entanto, sempre com preços menores, diminuindo assim o lucro. O ideal para o agricultor é colher seus produtos e vende-los no mercado mais próximo. Chegariam frescos e baratos aos consumidores. A lógica para o supermercado seria comprar os produtos da localidade, já que são mais apresentáveis dos que vem de longe já danificado pelo transporte e mais oneroso pelo custo adicional do frete. Sob o ponto de vista do consumidor o supermercado deveria comprar os produtos da região, que têm mais qualidade e custam menos. O consenso é geral, porém não é assim que se comporta o mercado de hortaliças na maioria das cidades. Quase todos os produtos hortícolas são sazonais e o agricultor não tem condições de plantá-los durante todo o ano e assim fazer uma oferta constante.
	
PRODUTOR
(
COMPRADOR RURAL
(
CEAGESP
(
CEASAS
(
DISTRIBUIDORES REGIONAIS
(
SUPERMERCADOS E OUTRAS REVENDAS
(
CONSUMIDOR
	Figura 2. Exemplo de sentido de comercialização de hortaliça.
O grande produtor especializado não tem possibilidade de atingir diretamente os consumidores, devido ao seu volume de produção. O pequeno olericultor pode comercializar diretamente com o varejista, eliminando um ou mais intermediários, com evidentes vantagens com relação aos preços obtidos ou pagos para si e para o consumidor. 
O sistema de comercialização funciona como uma cadeia, ligando o olericultor ao consumidor por meio de vários elos intermediários (os atacadistas e varejistas). O estudo do mecanismo de comercialização de hortaliças vem merecendo maior atenção dos economistas. É necessário corrigir os defeitos e aumentar a eficiência do sistema, uma vez que os produtos brasileiros vêm enfrentando a concorrência de similares importados. Muito especialmente após a implantação do Mercosul, há que se melhorar a comercialização. 
É relevante o papel dos intermediários na comercialização e abastecimento, isso de deve ao fato que são estes os principais agentes que assumem a maioria das funções de comercialização, inclusive com as perdas e os riscos inerentes. O comerciante também é peça dificilmente substituível na comercialização, porém é desejável e viável elevar a eficiência do sistema, resultando na redução do número de intermediários individuais atuando entre o olericultor e o consumidor final. Isso pode ser alcançado com organizações associativistas a serviço do s produtores, por exemplo.
Na maioria das situações, o olericultor empresário, que comercializou seus produtos na porteira da propriedade rural, a um preço razoável, ao término do ano fez melhor negócio que aquele que se desgastou, tentando atingir o consumidor diretamente. Logicamente, caso consiga assumir algumas funções de comercialização, o produtor valoriza seu produto em benefício próprio.
Flutuação estacional dos preços
A maioria das hortaliças apresenta, ao longo do ano, flutuação nos preços pagos ao olericultor. Em muitas delas a flutuação é acentuada, devido a variações acentuadas na oferta e na demanda, ao longo das estações do ano.
A variação da oferta costuma ser mais relevante na determinação dos preços pagos ao olericultor, em relação à demanda. A moderna agrotecnologia pode alterar e corrigir a variação de oferta, como no caso de cultivares de cebola, que permitem o plantio no verão, sendo as tradicionais plantadas no outono. Outros exemplos são as cultivares de verão de alface, cenoura, couve-flor e repolho, culturas tradicionalmente cultivadas no inverno. Tais cultivares melhoradas contribuem para a estabilização da oferta desses produtos ao longo do ano, com benefícios aos produtores e consumidores. 
Nos locais de comercialização de hortaliças, é possível acompanhar a evolução dos preços, bem como identificar os meses nos quais eles costumam ser mais elevados para cada produto. No entanto, variações climáticas imprevisíveis podem alterar o panorama normal dos preços pagos ao produtor.Figura 3. Calendário de oferta de alguns produtos olerícolas no CEASA-MG.
Padronização, embalagem e classificação
As hortaliças devem ser padronizadas, classificadas e embaladas, seguindo-se certas normas pré-estabelecidas. Cria-se deste modo termos comuns para o entendimento entre agentes, viabilizando transações a distancia, via fax, internet ou telefone.
Entende-se como padronização o estabelecimento de padrões, ou seja, a fixação dos limites de cada atributo, que bem caracterizam e definam certo produto. Classificação é a comparação do produto, em vias de ser comercializado, com os padrões pré-estabelecidos. Embalagem é o acondicionamento do produto, de forma a viabilizar o transporte e o manuseio ao longo das etapas de comercialização.
No Brasil a embalagem mais utilizada é a caixa tipo K de madeira, que embala produtos muito diversificados. Esta pode ser substituída por caixas de papelão ondulado para certas hortaliças desde que sejam estabelecidos certos entendimentos entre o mercado, governo, indústrias e olericultor. Esta nova embalagem é utilizada uma única vez pelo olericultor, é descartável e reciclável, além de apresentar outras vantagens técnicas como facilitar o controle fitossanitário, evitando a disseminação de fitopatógenos e insetos-praga, causadas pela atual caixa de madeira. Outros tipos de embalagens e caixas de plástico podem ser usados e estão em fase de avaliação. Sacos de malha de fibra natural ou sintética também já são utilizados em várias hortaliças. Também há hortaliças comercializadas em maços: beterraba, couve-brócolo, cenoura, couve, rabanete, taioba, entre outras. Algumas hortaliças-fruto são comercializadas por unidade, peso ou a granel: moranga, melancia e abóbora.
As normas oficiais para a classificação de hortaliças são estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
	
	Figura 4. Seleção e padronização de tomates para caixas tipo K.
	
	
	
	Figura 5. Caixa plástica para embalagem de pimentão.
	Fonte: Embrapa hortaliças.
	
	
Medidas para aprimorar a comercialização
Cooperativismo;
Outras formas de associativismo;
Produção na entressafra;
Diversificação na produção;
Produção especializada;
Informação de mercado;
Rede varejista;
Melhoria na qualidade do produto;
Valorização do produto local de qualidade;
Estocagem de hortaliças tuberosas;
Localização de agroindústrias no meio rural;
Assistência ao consumidor;
Outros.
Cultivo em ambiente protegido
Plasticultura é o termo empregado internacionalmente para designar o uso de plásticos na agricultura, com o objetivo de criar ambientes melhorados e controláveis, mais propícios ao desenvolvimento das plantas.
O cultivo em ambiente protegido tem apresentado uma série de vantagens, como aumento de produtividade; melhoria na qualidade dos produtos; diminuição da sazonalidade da oferta, conferindo maior competitividade pela possibilidade de oferecer produtos de qualidade o ano todo, inclusive na entressafra; melhor aproveitamento de fatores de produção, principalmente adubos, defensivos e água; controle total ou parcial dos fatores agroclimáticos; fixação do homem no campo, diminuindo o êxodo rural e gerando empregos; melhoria nas condições de ambiente de trabalho; e opção de aumento de rentabilidade da empresa agrícola.
Os agrofilmes (plásticos) utilizados geralmente possuem aditivos para conferir maior durabilidade à exposição aos raios UV. A durabilidade do agrofilme vai depender de certas carcaterísticas como: sua espessura, qualidade do material, ventos, tipo de estrutura, radiação solar, temperatura, umidade, etc.
Os principais usos são: 
Cobertura do solo
Na cobertura do solo “mulching” cobre-se o solo para redução de evaporação e diminuição de consumo de água, conservação e fertilidade do solo, controle de plantas daninhas, entre outros usos. Podem ser utilizados filmes plásticos transparentes e de cores diferenciadas dependendo da finalidade do uso. Plásticos transparentes produzem efeito estufa no solo, brancos ou prateados refletem a luz solar (tendendo a diminuir a temperatura do solo), plásticos pretos absorvem calor e controlam plantas daninhas.
Telado
Tem ampla aplicação na agricultura, podendo ser utilizadas como sombreamento, quebra-vento, fechamento lateral de instalações e cercas. Os “sombrites” ou telas para sombreamento apresentam-se em variadas cores e se diferenciam pela espessura e malhas, propiciando índices variados de sombreamento entre 20% e 50% de retenção de luminosidade. A porcentagem de sombra adequada varia conforme a radiação solar recebida no local, a época de cultivo e a cultura a ser conduzida sob telado. É usado frequentemente na produção de mudas de oleráceas e ao longo do ciclo da cultura, principalmente em condições tropicais. Além da retenção de luminosidade, o telado também diminui a temperatura interna e o consumo de água, criando um microclima mais favorável, elevando-se a produtividade e qualidade das hortaliças.
Túnel plástico
É constituído por um túnel baixo, em forma semi-circular, recoberto com filmes agroplástico, abrigando canteiros ou linhas de plantio. Pode-se utilizar diferentes materiais para a construção dos túneis, tais como, bambu, madeira, arame, ferro, alumínio, etc. Note que o volume de ar necessário para uma boa eficiência do túnel deve estar acima de 0,5 metro cúbico de ar por metro quadrado de área coberta. É muito utilizado em inverno (efeito estufa) e no verão pode funcionar como protetor de chuvas e também como redutor de luminosidade. No Brasil é mais difundida na região Sul, principalmente em hortaliças-herbáceas como alface, e em algumas hortaliças-fruto, como morango e pimentão.
Casa de vegetação
É uma estrutura popular e erroneamente conhecida no Brasil como estufa. Os principais problemas tem sido o custo elevado de implantação, elevado custo de produção de muitas hortaliças, a falta de agrotecnologia mais bem adaptada às diferentes regiões do País, entre outras.
Existem modelos sofisticados, dispondo de equipamentos modernos, totalmante automatizados, que controlam os principais parâmetros climáticos (temperatura, umidade relativa do ar, luminosidade), a umidade do solo, a ventilação, teor de gás carbônico, dentre outros fatores e conhecidas como “climatizadas”. A estrutura pode ser feita de vários materiais, dependendo da disponibilidade de investimento da atividade e do produtor. Os materiais mais comuns são madeira, concreto, ferro, arame e alumínio. A cobertura que inicialmente era de vidro, foi substituída pelo plástico (polietileno aditivado), graças as suas boas características e seu preço acessível. O filme ideal é aquele que apresenta espessura em torno de 100 micra, apresenta boas propriedades óticas, como alta transmissão de luz visível, com elevada porcentagem da luz difusa, efeito termoisolante (se necessário), além de elevada resistência mecânica a ao envelhecimento, com vida útil entre 12 e 18 meses.
Não há modelo ideal de casa de vegetação, o que existe é aquela mais adaptada às condições econômicas, climáticas e técnicas do projeto. Existem diversos modelos e os mais adotados são do tipo capela, teto plano, teto em arco e túnel alto. 
O teto plano tem sua aplicação limitada pelas elevadas precipitações. Só sendo recomendado para regiões com pouca chuva. O modelo capela resiste mais a chuva aumenta a ventilação e pode apresentar diferentes inclinações de telhado para captar mais insolação. O teto em arco, bem como o túnel alto, são modelos que, devido à curvatura do teto, favorecem a fixação do filme, à resistência ao vento e a captação de luz solar, melhorando o efeito estufa. No entanto, pode apresentar elevada temperatura porque a ventilação é prejudicada.
A casa de vegetação deve ser construída sempre no sentido dos ventos predominantes, ou seja, os ventos mais fortes. Esta medida visa diminuir os efeitos causados pelo vento, com relação aos danos mecânicosao plástico. Outra alternativa em regiões com ventos muito fortes é a construção de quebra-ventos naturais (árvores, arbustos, etc.) ou artificiais (sombrite, bambu, etc.).
	
	
	Tipo capela
	Tipo arco
	
	
	
	
	Tipo plana ou viveiro (Van der Hoeven)
	Tipo túnel alto
	
	
	
	
	Tipo geminada em arco
	Túnel baixo
	Figura 6. Tipos de casas de vegetação.
	
	Figura 7. Orientação da casa de vegetação de acordo com os ventos predominantes.
Hidroponia
Introdução
Em 1860 e 1861, Sachs e Knop, na Alemanha, cultivaram pela primeira vez uma planta de semente a semente em solução nutritiva. A partir desta data a técnica passou a ser usada em pesquisas sobre nutrição mineral de plantas. O cultivo hidropônico foi relançado em 1965, por um inglês chamado Allen Cooper e este lançou as bases de uma nova técnica que veio a viabilizar a hidroponia em escala comercial, o NFT (Nutrient Film Technique), técnica do filme nutriente ou técnica do fluxo de nutrientes. O NFT é uma técnica de cultivo em que a solução nutritiva flui em forma de filme sobre uma superfície (canal) com declive em torno de 2%.
Ao final da década de 90 a área destinada ao cultivo hidropônico era de aproximadamente 12.000 hectares, sendo nesta área anualmente produzidos três milhões de toneladas apenas de hortaliças. 
	
	Figura 8. Área hidropônica estimada nos países (1996)
	 Fonte Donnan. 
No Brasil, o cultivo comercial de hortaliças e plantas ornamentais, usando técnicas de hidroponia, é de introdução recente, e vem se expandindo rapidamente nas proximidades dos grandes centros urbanos, onde as terras agricultáveis são escassas e caras e onde há grande demanda por produtos hortícolas. Em tais regiões, a produção de hortaliças é realizada na sua maioria sob cultivo protegido, caso que o cultivo hidropônico apresenta uma alternativa vantajosa. Ciclos de produção mais curtos, possibilitando o uso de espaço vertical na casa de vegetação, maior produtividade, menor necessidade de mão-de-obra, menores riscos de salinização do meio de cultivo e de poluição do lençol freático com nitrato figuram entre as principais vantagens da hidroponia.
Em geral, dá-se o nome de cultivos hidropônicos aqueles em que a nutrição das plantas é feito por meio de uma solução aquosa que contém todos os elementos essenciais ao crescimento em quantidades e proporções definidas e isenta de quantidades elevadas de elementos potencialmente tóxicos.
Os cultivos hidropônicos podem ser realizados em soluções nutritivas aeradas, sem a presença de qualquer tipo de substrato, ou usando substratos quimicamente pouco ativos, como areia, cascalho e argila expandida para dar sustentação às plantas.
A solução nutritiva pode ser fornecida por fluxo contínuo ou intermitente (NFT), subirrigação, ou gotejamento. No Brasil o sistema NFT é o mais utilizado.
Principais vantagens e desvantagens dos sistemas hidropônicos
Vantagens:
      Produção de melhor qualidade: pois as plantas crescem em um ambiente controlado, procurando atender as exigências da cultura e com isso o tamanho e a aparência de qualquer produto hidropônico são sempre iguais durante todo o ano.
      Trabalho mais leve e limpo: já que o cultivo é feito longe do solo e não são necessárias operações como arações, gradagens, coveamento, capinas, etc.
      Menor quantidade de mão-de-obra: diversas práticas agrícolas não são necessárias e outras, como irrigação e adubação, são automatizadas.
      Não é necessária rotação de cultura: como a hidroponia se cultiva e meio limpo, pode-se explorar, sempre, a mesma espécie vegetal.
      Alta produtividade e colheita precoce: como se fornece às plantas boas condições para seu desenvolvimento não ocorre competição por nutrientes e água, e além disso, as raízes nestas condições de cultivo não empregam demasiada energia para crescer antecipando o ponto de colheita e aumentando a produção.
      Menor uso de agrotóxicos: como não se emprega solo, os insetos e microorganismos de solo, os nematóides e as plantas daninhas não atacam, reduzindo a quantidade de defensivos utilizada.
      Mínimo desperdício de água e nutrientes: já que o aproveitamento dos insumos em questão é mais racional.
      Maior higienização e controle da produção: além do cultivo ser feito sem o uso de solo, todo produto hidropônico tende a ser vendido embalado, não entrando em contato direto com mãos, caixas, veículos, etc.
      Melhor apresentação e identificação do produto para o consumo: na embalagem utilizada para acondicionamento dos produtos hidropônicos pode-se identificar a marca, cidade de origem, nome do produtor ou responsável técnico, características do produto, etc.
      Melhor possibilidade de colocação do produto no mercado: por ser um produto de melhor qualidade, aparência e maior tamanho, torna-se um produto diferenciado, podendo agregar à ele melhor preço e comercialização mais fácil.
      Maior tempo de prateleira: os produtos hidropônicos são colhidos com raiz, com isso duram mais na geladeira.
      Pode ser realizado em qualquer local: uma vez que seu cultivo independe da terra, pode ser implantado mais perto do mercado consumidor.
Desvantagens:
      Os custos iniciais são elevados, devido a necessidade de terraplenagens, construção de estufas, mesas, bancadas, sistemas hidráulicos e elétricos. Dependência grande de energia elétrica. O negócio para ser lucrativo exige conhecimentos técnicos e de fisiologia vegetal. Em um sistema fechado, com uma população alta de plantas, poucos indivíduos doentes podem contaminar parte da produção. Exige rotinas regulares e periódicas de trabalho (Carmo Jr., 2003).
      O balanço inadequado da solução nutritiva e a sua posterior utilização podem causar sérios problemas às plantas. O meio de cultivo deve prover suporte às raízes e estruturas aéreas das plantas, reter boa umidade e, ainda, apresentar boa drenagem, ser totalmente inerte e facilmente disponível. Somente materiais inertes podem entrar em contato com as plantas (toxidez de Zn e de Cu poderão ocorrer, caso presentes nos recipientes). É essencial boa drenagem para não haver morte das raízes (Castellane e Araújo, 1995).
      Emprego de inseticidas e fungicidas: No início do emprego da hidroponia, para fins comerciais, se propagava que não ocorriam pragas e doenças no referido sistema de cultivo. Hoje, sabe-se, que se pode ter esses problemas na instalação hidropônica, embora em muito menor grau em comparação com o sistema convencional. Entretanto, a decisão quanto ao uso de inseticidas e fungicidas sempre é muito difícil. Deve-se, sempre, procurar alternativas menos agressivas à saúde e ao ambiente, evitando, ao máximo, o uso de produtos químicos. Pois, caso contrário, o método perde um dos atrativos de comercialização (Teixeira, 1996).
      Os equipamentos necessários para trabalhar as culturas hidropônicas devem ser mais precisos e sofisticados que para o solo, portanto, mais caros de aquisição, instalação e manutenção. A falta de inércia dos sistemas hidropônicos torna-os vulneráveis perante qualquer falha ou erro de manejo. Também a fiabilidade das instalações e automatismos atuais é alta, não se devendo esquecer que, para um sistema deste tipo, alguma avaria teria conseqüência muito mais grave que na agricultura tradicional 
Fonte: SILVA, A. P. P. MELO, B. (http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/hidropo.htm)
Classificação dos sistemas hidropônicos
Quanto ao substrato, os sistemas hidropônicos podem ser classificados como:
Sistemas de duas fases – apresenta uma fase líquida, composta por água e os nutrientes, e uma fase gasosa, que corresponde ao ar misturado à solução pelo turbilhonamento da solução em movimento em sistemas circulantes, como o floating ou o NFT.
Sistemas de três fases – além da fase líquida e gasosa há a fase sólida adicional, que é banhada pela fase líquida e em cujos porosse aloja a fase gasosa. Em geral se compõe de substratos de baixa atividade química e facilita a ancoragem de plantas de maior porte.
Quanto ao fornecimento da solução nutritiva, os sistemas hidropônicos podem ser:
Abertos (não-circulantes) – geralmente são usados areias, lã mineral, cinzas vulcanicas, serragem, cascas, fornecendo-se a solução por gotejamento.
Fechados (circulantes) – o efluente é recolhido e volta para o sistema e a ser fornecido às plantas, após pequenos ajustes.
	
	
	Tomate em NFT (sistema fechado, duas fases). UFRRJ.
	Tomate em vaso com fibra de coco e gotejamento (sistema aberto, três fases). UFRRJ.
	
	
	
	
	
	
	Montagem NFT para alface. UFRRJ.
	Detalhe de montagem de sistema por gotejamento. UFRRJ.
	Figura 9. Sistemas de hidroponia.
Sistema NFT
Dentre os sistemas de cultivo de duas fases (fase líquida + gasosa), o sistema NFT é o mais utilizado e difundido. É um sistema fechado que pode ser utilizados canais de secção quadrada, retangular ou circular, estar locados ao nível do solo ou em plataformas elevadas de madeira, metal ou concreto. Necessita de tanques onde é recolhida a água e bombas elétricas, geralmente, que mantém a taxa de fluxo em torno de 2 litros por minuto, que é suficiente para manter a espessura do filme de solução entre 3 e 10 mm em toda a superfície do canal. Um volume considerável de água é perdida por evaporação, sendo necessária a sua reposição periódica. 
A solução nutritiva sempre deve ser trocada quando a concentração de nutrientes se esgotar ou cair a um limite mínimo, alternativamente, pode ser recuperada pela adição de um terço à metade da formulação empregada inicialmente. As soluções nutritivas, em geral, apresentam condutividade elétrica (CE) entre 2 e 4 mS/cm (milisiemens/cm). Cada mS/cm corresponde, aproximadamente, a 650 mg/L de sais. A redução no valor da CE indica o consumo de sais. O controle de pH é feito com adição de hidróxido de potássio ou cálcio, ou com ácidos clorídrico, sulfúrico e nítrico. Devendo ser mantida uma faixa de 5,5 e 6,5 para um adequado crescimento.
As mudas são produzidas em lã mineral, espuma fenólica ou pequenos recipientes contendo um meio sem solo. 
Como desvantagens deste sistema têm o acúmulo de etileno nos canais de cultivo, podendo causas morte de raízes, envelhecimento precoce de plantas e déficit de O2.
Sistema por subirrigação
O sistema por subirrigação consistem em canais de materiais diversos montados na superfície das casas de vegetação, ou construídos por calhas grandes (calhões) de polipropileno ou amianto. Estes são preenchidos com substrato com 12 a 30 mm de diâmetro. O importante é que o fundo seja em V, e seu interior seja impermeabilizado ou recoberto com lona forte de vinil com cerca de 200 μm de espessura. Da mesma forma que o sistema NFT o sistema de subirrigação é fechado e circulante, apresentando basicamente os mesmos componentes. O enchimento dos canais de cultivo deve ser realizado de forma lenta, em 20 a 30 minutos, porque quando feito de forma rápida, pode propiciar a ocorrência de poros ocluídos e má exaustão de gases gerados pelo metabolismo das raízes. A solução permanece então em contato com o substrato por cerca de 30 minutos e então é realizada a drenagem.
A grande maioria dos sistemas de subirrigação utiliza cascalho ou argila expandida como substrato.
	
	Figura 10. Sistema de subirrigação em hidroponia
	Fonte: http://www.hydor.eng.br
Sistema de cultivo por gotejamento
O fornecimento da solução nutritivo por gotejamento inclui inúmeras possibilidades e adaptações. O gotejamento é recomendado quando se usa cascalho fino, areia, perlita, serragem, material vulcânico moído, lã de rocha, fibra de coco, entre outros materiais. Inicialmente os sistemas hidropônicos que empregavam gotejamento, eram sistemas abertos, e tinham como vantagem em relação aos demais, o fato de receberem sempre uma solução nova e equilibrada, além dos riscos de disseminação de doenças serem menores, já que a solução não recirculava. Porém por outro lado, ainda que se recomendasse que o efluente lixiviado não superasse 8% da solução nutritiva fornecida, em países onde o cultivo hidropônico é muito usado, como por exemplo a Holanda, problemas de contaminação do lençol freático com nitratos levaram a introdução da circulação também nestes sistemas. As técnicas de recirculação, em sistemas que usam o gotejamento, melhoram a eficiência do uso da água e dos fertilizantes, e ajudam a diminuir os problemas ambientais oriundos da horticultura intensiva, embora impliquem em maior custo comparativamente aos sistemas abertos. 
	Ao passar pelo substrato que compõe o leito de cultivo, a solução nutritiva tem sua composição alterada, além de incorporar sólidos em suspensão, substâncias exudadas pelas próprias raízes e microrganismos que podem ser patogênicos. Por isso, os lixiviados devem ser filtrados, desinfetados e restituídos ao circuito fechado, corrigindo-se sua composição à medida que seja tecnicamente possível e de forma automatizada.
	
	Figura 11. Sistema de gotejamento em hidroponia.
	Fonte: http://www.hydor.eng.br
Características desejáveis de um substrato para hidroponia:
Não possuir concentrações elevadas de sais;
pH entre 5,5 – 7,0;
Ser leve e fácil de manusear;
Ser livre de invasoras, doenças e elementos tóxicos;
Ser adequado a misturas e reutilizável;
De fácil desinfecção;
Possuir volume estável;
Não exigir irrigações muito freqüentes;
Apresentar oxigenação adequada após a drenagem.
Sistema de cultivo por “floating” ou piscina
Este sistema é muito usado na produção de alface. Neste sistema as plantas são plantadas em uma placa de isopor que fica sobre um filme de água, aproximadamente de 4 a 5 cm, em uma grande piscina (solução de nutrientes). Também é chamado de sistema DFT (Deep Film Technique), onde podem ser usados materiais como madeira, fibras, plástico e alvenaria. Neste sistema as raízes permanecem submersas em todo o tempo de cultivo e por causa disso a oxigenação da solução merece atenção especial.
	
	Figura 12. Sistema de cultivo hidropônico por “floating”.
	Fonte: http://www.hydor.eng.br
Adaptação das pragas e doenças ao ambiente protegido
As condições climáticas no ambiente protegido (casa de vegetação) são bastante diferentes em relação ao cultivo ao céu aberto. Provavelmente a temperatura é o maior obstáculo a adaptação de muitas espécies ao ambiente protegido. As borboletas, por exemplo, geralmente morrem ao entrar em contato com a cobertura do ambiente protegido, nas horas de alta temperatura. Por outro lado, a ausência de inimigos naturais e chuvas têm favorecido o aumento da população de certas espécies de ácaros e pulgões. A desinfecção do solo ou dos substratos elimina vários insetos, nematóides e ácaros, mas, por outro lado favorece insetos cujas pupas se encontram no solo ou substrato esterilizado sem inimigos naturais; é o caso das larvas minadoras e dos tripes (Ramakers & Rabasse, 1995).
	Os principais insetos praga que podem acarretar danos no cultivo protegido são: mosca-branca, pulgões, tripes, ácaros, moscas minadoras de folhas, moscas-das-frutas, mosca-do–pimentão, vaquinhas, percevejos, lagartas desfolhadoras, lagartas-rosca, cigarrinhas, entre outros.
	O aparecimento e a taxa de disseminação de doenças de plantas são resultantes de uma complexa relação entre patógeno, hospedeiros e o ambiente. No início, com o desenvolvimento do sistema hidropônico, muitos acreditavam que poderia ser um cultivo isento de doenças, principalmente aquelas relacionadas ao solo ou que o controle dessas doenças seria de maneira simplificada. Entretanto nos atuais cultivos hidropônicos o controle de doenças do solo não é uma prática simples, pois dependendo do patógeno, uma vez introduzido no cultivo hidropônico pode encontrar ambiente altamente favorável por que:
Os níveis de temperatura do ar, da soluçãonutritiva e de umidade são constantes e ideais para o seu desenvolvimento;
Sendo o sistema fechado, o reaproveitamento da água (solução) é um mecanismo eficiente para a distribuição do patógeno;
Há uniformidade genética nas plantas;
Na solução nutritiva existem produtos da exudação das raízes e de matéria orgânica, ambas ricas em carbono que estimulam a germinação de esporos de fungos;
O meio aquático é próprio para a disseminação de esporos móveis que infectam as plantas.
Logo um controle criterioso de todas as etapas de produção, nos diferentes sistemas de produção hidropônica, deve ser realizado com o objetivo de minimizar as perdas por ataques de pragas e doenças. 
Referências para consulta
Rodrigues, L.R. F. Técnicas de cultivo hidropônico e controle ambiental no manejo de pragas, doenças e nutrição vegetal em ambiente protegido. Editora FUNEP. Jaboticabal-SP. 2002. 762p.
Martinez, H.E.P. Manual prático de hidroponia. Editora Aprenda fácil. Viçosa-MG. 2006. 271p.
Filgueira, F.A.R. Novo manual de olericultura – Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2ª edição. Editora UFV. 2005. 412p.
http://www.hydor.eng.br
http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/hidropo.htm
http://www.labhidro.com.br
http://www.lamolina.edu.pe/FACULTAD/ciencias/hidroponia/default.htm
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