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Profª Vânia Ferreira Roque-Specht O cenário atual aponta que o Brasil será o maior país agrícola do mundo em dez anos O agronegócio brasileiro é uma atividade próspera, segura e rentável 2 3 Com um clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de toda a água doce disponível no planeta, o Brasil tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões ainda não foram explorados. Considerações Iniciais 4 O país possui 22% das terras agricultáveis do mundo, além de elevada tecnologia utilizada no campo, dados estes que fazem do agronegócio brasileiro um setor moderno, eficiente e competitivo no cenário internacional. Considerações Iniciais 5 Todo esse cenário brasileiro atual do agronegócio enquadra-se em uma evolução que remonta ao século XVI. Com isso, é importante ressaltar seus antecedentes históricos até o cenário atual Considerações Iniciais 6 No Brasil, a produção agrícola, caracterizada pela agricultura em grande escala, baseada no plantio ou na criação de rebanhos e em grandes extensões de terra, se fundamentam na propriedade latifundiária bem como na prática de arrendamentos. Este tipo de produção agrícola também é chamada de agribusiness ou agrobusiness Considerações Iniciais A história econômica brasileira, com suas implicações sociais, políticas e culturais, têm fortes raízes junto ao agronegócio. 7 Foi à exploração do pau Brasil, que deu nome definitivo ao nosso País. 8 O processo de colonização e crescimento está ligado a vários ciclos agroindustriais, como a cana-de-açúcar, com grande desenvolvimento no Nordeste; a borracha na região amazônica, transformando Manaus numa metrópole mundial, no início do século, logo depois, o café torna-se a mais importante fonte de poupança interna e o principal financiador do processo de industrialização; mais recentemente, a soja ganha destaque como principal commodity brasileira de exportação 9 Dos rendimentos da agricultura se instalam agroindústrias, como a do vinho e dos móveis, da carne bovina, de suínos e aves. 10 A partir da década de 1930, com maior intensidade na de 1960 até a de 1980, o produtor rural passou, gradativamente, a ser um especialista, envolvido quase exclusivamente com as operações de cultivo e criação de animais. 11 As funções de armazenar, processar e distribuir produtos agropecuários, bem como as de suprir insumos e fatores de produção, foram transferidas para organizações produtivas e de serviços nacionais e/ou internacionais fora da fazenda, impulsionando, com isso, ainda mais a indústria de base agrícola. 12 O agronegócio brasileiro passou por um grande impulso entre as décadas de 1970 e 1990, com o desenvolvimento da Ciência e Tecnologia, proporcionando o domínio de regiões antes consideradas “inóspitas” para a agropecuária. Isso fez surgir a oferta de um grande número de produtos. 13 Atualmente, produtos oriundos do complexo de soja, carnes e derivados de animais, açúcar e álcool, madeira (papel, celulose e outros), café, chá, fumo, tabaco, algodão e fibras têxteis vegetais, frutas e derivados, hortaliças, cereais e derivados e a borracha natural são itens importantes da pauta de exportação brasileira. 14 A evolução da composição do Complexo do Agronegócio confirma que as cadeias do agronegócio adicionam valor às matérias- primas agrícolas nas quais o setor de armazenamento, processamento e distribuição final constituem o vetor de maior propulsão no valor da produção vendida ao consumidor, consolidado na forte rede de interligação entre a agricultura e a indústria. 15 As perspectivas são promissoras. O Brasil detém terras abundantes, planas e baratas, como são os cerrados. Até 2015, a participação nacional no mercado internacional de soja deve crescer dos atuais 36% para 46%. No caso do frango, o salto será de 58% para 66%. Na suinocultura, por exemplo, de acordo com previsões dos especialistas da área, o Brasil deve quadruplicar sua participação, conquistando metade do mercado internacional. 16 O agronegócio é o maior negócio mundial e brasileiro. No mundo, representa a geração de U$ 6,5 trilhões/ano e, no Brasil, em torno de R$ 350 bilhões, ou 26% do PIB (29%, segundo a Confederação Nacional da Agricultura - CNA). 17 No aspecto social, a agricultura é o setor econômico que mais ocupa mão-de-obra, ao redor de 17 milhões de pessoas, que somados a 10 milhões dos demais componentes do agronegócio, representa 27 milhões de pessoas, no total. É o setor que ocupa mais mão-de-obra, também, em relação ao valor de produção: para cada R$ 1 milhão, o número de ocupados, em 1995, era de 182 para a agropecuária, 25 para a extração mineral, 38 para a construção civil. 18 Antecipar tendências Estratégias de marca Inovação tecnológica constante Margens e ciclos de vida dos produtos cada vez menores Rapidez na adaptação às novas tendências – Agilidade Qualidade, regulação nos mercados e defesa do consumidor sistema tributário controle sanitário Infra-estrutura logística 19 Malha rodoviária do país. De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT) 37% se encontram em estado péssimo de conservação e outros 32% possuem alguma deficiência. Em razão desse tipo de problema, regiões com potencial no agronegócio, como o Nordeste, ainda não conseguiram deslanchar. O agronegócio é justamente o que mais sofre com a ineficiência dos canais de transporte, cujas deficiências são responsáveis por prejuízo correspondente a 16% do PIB, segundo estudo do Centro de Estudos de Logística da Universidade do Rio de Janeiro. 20 21 O gargalo logístico envolve praticamente toda a infra-estrutura de transporte do país. As ferrovias, embora tenham recebido investimentos com a privatização, ainda estão longe de suprir a demanda do setor de agronegócio e se consolidar como uma alternativa viável ao transporte rodoviário. Satisfazer o consumidor final, através da oferta de ampla variedade de produtos processados, de fácil utilização, qualidade elevada e preços competitivos. O termo Agribusiness é definido pela primeira vez em 1955 por John Davis e Ray Goldberg (1955, 1957), nos EUA: “a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles”. As atividades agrícolas passaram a ser consideradas como parte de uma extensa rede de agentes econômicos; Agribusiness – busca por expressar todas as funções que a agricultura antigamente abarcava; Basicamente existem duas grandes correntes metodológicas mundiais para tratar dos chamados negócios e coordenação agroindustriais: Commodity System Approach – CSA Davis e Goldberg (1968) “Analyse de filière” de origem francesa traduzida como “cadeias agroindustriais”. Morvan (1988) Em 1968 Davis e Goldberg ao examinarem os sistemas de produção da laranja, trigo e soja nos EUA e suas relações intersetoriais com os demais setoresda economia, ampliam o conceito para as agibusiness industries e usam a noção de commodity system approach – enfoque sistêmico do produto. A motivação para esses estudos surgiu a partir da necessidade de melhor entender as formas de organização e inter-relações das cadeias agroalimentares, a partir de um determinado produto. Um CSA engloba todos os atores envolvidos com a produção, processamento e distribuição de um produto. Tal sistema inclui o mercado de insumos agrícolas, a produção agrícola, operações de estocagem, processamento, atacado e varejo demarcando um fluxo que vai desde os insumos até o consumidor final. O conceito engloba todas as instituições que afetam a coordenação dos estágios sucessivos do fluxo de produtos, tais como as instituições governamentais, mercados futuros e associações de comércio". Resumidamente: análise da matriz insumo-produto. Limitações: A matriz insumo-produto permite revelar da economia é uma visão estática; A segunda limitação importante, em especial para os países em desenvolvimento, é a disponibilidade e a qualidade das informações. De que adianta utilizar a metodologia da matriz insumo-produto, com uma base de dados de qualidade duvidosa e defasada em uma década? Ou seja, estão sendo tomadas decisões com base em uma realidade que já não existe. Outra vertente metodológica de análise sistêmica envolvendo o agronegócio teve sua origem na Escola Francesa Industrial, através dos trabalhos de Louis Malassis, com a noção de filière, traduzido para o português como “cadeias de produção agroindustrial” (CPA) O termo filière apresenta o significado de fileira. Sua interpretação, portanto, está vinculada a uma sequência de atividades operacionais levando à contínua transformação de produtos, destinados ao consumidor final. Malassi destaca ainda a importância de se analisar os fluxos e encadeamentos por produtos, no setor agroalimentar, que compreendem quatro sub-setores: O das empresas que fornecem à agricultura serviços e meios de produção (crédito, assistência técnica, fertilizantes, sementes, maquinários agrícolas, etc.); O sub-setor agropecuário propriamente dito; O sub-setor das indústrias processadoras e alimenticias; O sub-setor de distribuição. De forma sintetizada, compreende: Uma sucessão de operações de transformação, que podem ser dissociáveis e separáveis; Um conjunto de relações comerciais e financeiras que estabelecem, entre todos os estados de transformação; É também um conjunto de ações econômicas. Cadeias de produção (Batalha e Silva, 2001) A lógica de encadeamento das operações assume implicitamente que as condicionantes impostas pelo consumidor final são os principais indutores de mudanças no status quo do sistema. As unidades produtivas também são responsáveis por mudanças na dinâmica de funcionamento das cadeias agroindustriais. Entende-se que conceitos ainda não são plenamente desenvolvidos em termos operacionais, menos preocupados com a quantificação e mais voltados para outros aspectos explicativos dos negócios agroindustriais. Quais as principais diferenças e semelhanças entre os conceitos de commodity system e o de filière?! Observação: Citar as fontes pesquisadas. Dentro das atividades do agronegócio pode-se identificar três setores dentro da cadeia agroalimentar: Produção e disponibilização de insumos: fatores de produção que tornam a exploração agroindustrial possível e viável. Máquinas, equipamentos, fertilizantes, componentes químicos, medicamentos veterinários, vacinas, compostos orgânicos, melhoramentos genéticos, sementes, rações e implementos. Prestação de serviços: atividades desenvolvidas por instituições que atuam na prospecção e desenvolvimento de conhecimento sobre o ambiente econômico e institucional, bem como para a concepção de novas tecnologias. Todas as atividades produtivas que representam as distintas formas de exploração econômica dos fatores produtivos disponíveis: Atividades agrícolas: do preparo do solo até armazenamento, classificação e embalagem; Atividades pecuárias: bovinocultura – suinocultura – avicultura – bubalinocultura – caprinocultura – ovinocultura; Atividades de transformação: processamento e modificação das matérias-primas oriundas de produtos agrícolas ou animais para a obtenção de produtos derivados – geléia, requeijão, polpa de fruta, etc.; Serviços: experiências que o cliente vivencia – turismo rural, consultoria/assessoria, suporte técnico e laboratorial; Atividades complementares: provêm os serviços necessários ao desenvolvimento das atividades realizadas no âmbito das empresas que atuam no agronegócio – veículos, ferramentas, irrigação, conservação de produtos, etc. Abrange todas as atividades relacionadas à distribuição e comercialização dos produtos agroindustriais até que eles atinjam os consumidores finais: Canais de comercialização: variam de acordo com o produto e a região; Logística: todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos, desde a aquisição da matéria-prima até o consumidor final;
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