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ARTIGO SOBRE O SISTEMA PENINTENCIÁRIO BRASILEIRO

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SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO: RESSOCIALIZAÇÃO OU EXCLUSÃO?
Amanda Luíza Pesqueira CELESTINO¹
Bruna Lima de Oliveira Monteiro da SILVA
Francisca Iara Santos NASCIMENTO 
Marina Pereira MENDES
RESUMO: Este artigo trata de um estudo sobre como funciona o sistema de reintegração de apenados, seus aspectos positivos, negativos, explanando também a situação dos presídios e o que traz a Lei de Execução Penal sobre tal assunto. Com a finalidade de analisar as condições do sistema penitenciário atualmente no Brasil, visto que todos os cidadãos, ainda que tenha cometido algum delito, possuem o direito de serem tratados com dignidade e respeito, aumentando a relevância da adoção de políticas que de fato promovam a recuperação, garantindo ao detento a volta ao convívio da sociedade, baseando-se na Lei de Execução Penal Brasileira (LEP) e constatando-se a indispensabilidade de uma ação que possa beneficiar um estado de ressocialização, tendo em vista o progresso integral do detento e a família. As sugestões a respeito da necessidade e relevância da reintegração para os detentos e a sociedade devem ser revistas como uma forma de ajudar na recuperação de todo um sistema. Os resultados da pesquisa se mostram positivos em relação as finalidades de punir e recuperar, sendo a CPI um meio eficaz para as mudanças propostas.
PALAVRAS-CHAVE: Reintegração, Recuperação, Sistema Penitenciário, Família.
ABSTRACT: This article discusses a study on how the system works inmates reintegration, their positives, negatives, scientific paper expounding the situation of prisons and what brings the Criminal law enforcement on such a subject. With the purpose to analyze the conditions of the penitentiary system currently in Brazil, since all citizens, even if they have committed any crime, have the right to be treated with dignity and respect, increasing the relevance of adopting policies that actually promote recovery, ensuring the inmate the conviviality of society, based on the Brazilian Penal Execution Law (LEP) and noting-if the indispensability of an action which may benefit from a State of resocialization , in view of the progress of the detainee and his family. Suggestions regarding the necessity and relevance of reintegration for the inmates and society should be reviewed as a way to help in the recovery of an entire system. The search results appear positive about the purposes of punishment and recover, as the CPI an effective means for the proposed changes.
KEYWORDS: Reintegration, Recovery, Prison System, Family.
INTRODUÇÃO
De acordo com a Folha de São Paulo, ao prender qualquer indivíduo o Estado não visa suprimir a sua liberdade, mas garantir a liberdade da coletividade. Assim, as penas devem ser vistas como um dos instrumentos para reeducar os criminosos e prevenir que os mesmos ao saírem, voltem a delinquir novamente. A presente pesquisa parte de uma apresentação histórica da evolução das penas e da prisão. A partir disso, busca-se fazer uma discussão das formas de reinserção do preso, e de como a sociedade civil pode contribuir para esse objetivo. 
 
Mediante esse pressuposto, o referido tema surgiu a partir de uma pesquisa sobre a realidade dos detentos brasileiros, sendo relevante análise no âmbito social da reintegração familiar dos presos que deve buscar inserir o condenado à vida social sem o estigma do cárcere e com atitudes e comportamentos desvinculados da criminalidade, o que certamente contribui para a diminuição dos índices de reincidência. 
Partindo dessas premissas, surge o seguinte questionamento: diante da falta de investimento do governo, como seriam exercidas algumas possibilidades de reintegração familiar e social do preso dentro de um sistema cheio de falhas. Para buscar resposta a esta inquietação, nosso estudo tem como objetivo discutir a reintegração do preso, assim como abordar os pontos positivos e negativos dessa possível ressocialização, retratando a Lei de Execução Penal (LEP) como ponto de referência. 
Dessa forma, trataremos sobre dados de reincidência no país que usa o sistema de ressocialização e de práticas eficazes para melhorar o sistema penitenciário brasileiro. Para tanto, é feita uma demonstração de teorias que subsidiaram as afirmações e descobertas desse estudo baseado em autores como MV Bill (2006); Foucault (1975); Greco (2011), dentre outros. Contudo, esperamos que os resultados obtidos possam contribuir para um olhar mais crítico sobre a realidade carcerária e sobre suas consequências na vida dos detentos e posteriormente no âmbito social.
 
2 SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO
Em 1824, com criação da nova Constituição, o Brasil dá inicio uma reforma em seu sistema punitivo: exclui-se as penas de açoite, a tortura, o ferro quente e outras penas que envolvem crueldade; determina-se que as cadeias devem ser contar com segurança, estarem limpas e bem arejadas, com diversas casas para a separação dos réus, conforme as circunstâncias, e natureza dos seus crimes. 
Até 1830, o Brasil não tinha um Código Penal próprio pois ainda era parte de uma colônia portuguesa, e assim era obrigado a se submeter às Ordenações Filipinas, que em seu livro V trazia o rol de crimes e penas que seriam aplicados no Brasil. 
Com o Código Criminal do Império, em 1830, a pena em forma de prisão é introduzida no Brasil, das seguintes formas: a prisão simples e a prisão com trabalho (que podia ser perpétua); com o novo Código Criminal a pena de prisão passa a assumir um papel predominante no rol das penas, mas as penas de morte e de galés (trabalhos forçados e também poderia ser perpétua) ainda se mantinham. 
As penitenciárias do Brasil ainda eram precárias e sofriam de variados problemas; em 1828 a Lei Imperial de 1º de outubro cria as Câmaras Municipais e, entre suas atribuições, têm em seu art. 56 da mesma Lei, o seguinte texto:
Em cada reunião, nomearão uma commissão de cidadãos probos, de cinco pelo menos, a quem encarregarão a visita das prisões civis, militares, e ecclesiasticas, dos carceres dos conventos dos regulares, e de todos os estabelecimentos publicos de caridade para informarem do seu estado, e dos melhoramentos, que precisam.
Nos anos seguintes, Samuel das Neves apresenta em seus projetos em sua maioria, a mesma realidade que já havia sido mostrada, críticas a precariedade dos estabelecimentos prisionais, constantando ofensa clara à Constituição de 1824, que defendia instituições prisionais “limpas, seguras e bem arejadas (...)”, no relatório de 1841 a comissão já tratava a Cadeia como uma “escola de imoralidade erecta pelas autoridades, paga pelos cofres públicos”.
No final do século XIX o problema penitenciário presente no estado de São Paulo é aparente, inicia-se um movimento em busca da modernização de todo o sistema penitenciário, não só dos estabelecimentos, mas também das leis e defendendo a criação de várias instituições que iriam compor uma rede de prevenção e repressão ao crime e de tratamento ao criminoso. 
A nova penitenciária, a Penitenciária do Estado, em seu projeto original, de Samuel das Neves, iria contar com 1.200 vagas, oficinas de trabalho, tamanho de celas adequado, assim como boa ventilação e iluminação das mesmas. O projeto então é passado para estudo de sob a supervisão de Ramos de Azevedo, renomado arquiteto, sofrendo pequenas adequações em sua estrutura e é inaugurada em 1920, mesmo não estando completamente concluída.
2.1 REINSERÇÃO DO PRESO E O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
A reinserção do preso na sociedade é uma das medidas de maior importância no processo carcerário e que no Brasil é um ponto onde o Estado não procura investir, causando assim um grande número de reincidência por parte dos presos. De acordo com o Informe Regional de Desenvolvimento Humano (2013-2014) do PUND (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), p. 129. o percentual de reincidência no Brasil é um dos mais altos.Destacam-se os casos de Brasil e Chile, onde esses dados chegam a 47,4% e 68,7%, respectivamente. Em todo caso os percentuais das mulheres presas foram proporcionalmente menores. 
Embora o sistema carcerário não seja o único fator que influencia na reincidência do delito, a deficiência nos programas de reabilitação, as condições prisionais difíceis e a exposição a redes criminosas nos cárceres combinam-se e influem negativamente como aspectos reprodutores da violência e do crime. A recuperação e a reinserção do indivíduo na sociedade é tarefa não somente do Estado, pois se trata de um assunto de extrema complexidade e que abrange o desejo de ser uma nova pessoa, à família e a sociedade.
A LEP (Lei de Execução Penal, Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984) inicia seu texto nos apresentando o objetivo da execução penal, conforme descreve o seu artigo 1º: “A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado”. Em outras palavras, percebemos que a Lei possui duas finalidades: 
efetivar o que foi sentenciado e dá sentido para que se cumpra a pena de forma humanizada e, assim, o apenado volte ao meio social sem mais delinquir. Nesse mesmo sentido o jurista Bitencourt (2012, p.130) assegura:
[...] A Lei de Execução Penal (LEP), já em seu art. 1º, destaca como objetivo do cumprimento de pena a reintegração social do condenado, que é indissociável da execução da sanção penal. Portanto, qualquer modalidade de cumprimento de pena em que não haja a concomitância dos dois objetivos legais, quais sejam, o castigo e a reintegração social, com observância apenas do primeiro, mostra-se ilegal e contrária à Constituição Federal. 
 Nesse sentido, Bitencourt (2012) destaca que o primeiro artigo trata justamente do alcance da LEP tanto aos presos condenados quanto aos presos provisórios. Portanto, estão abrangidas todas as prisões vistas anteriormente, de natureza cautelar, e a prisão decorrente de sentença condenatória transitada em julgado.
Outro grande problema também presente em nossa sociedade é quando o preso cumpre sua pena e é devolvido ao convívio em sociedade em que se encontra sem nenhuma perspectiva, sendo que existe um grande preconceito nas empresas, que ficam receosos de contratarem ex-presidiários, como descreve Rogério Greco em sua obra: Curso de Direito Penal, 2006. 
 
2.2 ASPECTOS POSITIVOS DA RESSOCIALIZAÇÃO
Dessa forma, tendo em vista os assuntos abordados sobre a ressocialização, partiremos agora para os aspectos positivos de tal programa no sistema penitenciário brasileiro. Podemos afirmar que o exercício da ressocialização promove ao apenado condições devidas para sua reestruturação psicológica, assim como emocional, permitindo que o mesmo volte a viver em sociedade sem grandes chances de vir a delinquir novamente. De acordo com Marcão (2005, p.1):
A execução penal deve objetivar a integração social do condenado ou do internado, já que adotada a teoria mista ou eclética, segundo o qual a natureza retributiva da pena não busca apenas a prevenção, mas também a humanização. Objetiva-se por meio da execução, punir e humanizar.
Nesse sentido, o autor da citação afirma que o objetivo da execução penal é proporcionar condições harmônicas para sua integração social, vemos uma realidade controversa ao se deparar com os presídios que são mais conhecidos como depósitos humanos, que não condiz com a saúde física, e também mental que um ser humano necessita ter.
Como abrange Foucault, em sua obra Vigiar e Punir, a reintegração dos detentos tem o objetivo de ocasionar a dignidade, readquirir a autoestima do apenado, trazer aconselhamento psicológico e condições em busca de um amadurecimento pessoal, além de projetar e realizar projetos de proveito profissional, entre outras maneiras de incentivo a fim de garantir que os direitos básicos do preso sejam priorizados. A Declaração Universal dos Direitos Humanos retrata em seu artigo 1º que “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.
Com base nessa declaração, podemos ressaltar que se o apenado cometeu um erro, é seu dever arcar com as consequências do ato, porém não deverá ser esquecido quanto a sua condição de ser humano, sendo tratado, portanto com humanidade e nas condições necessárias para que ao retornar à convivência em sociedade, não volte a cometer os mesmos erros, ou a fazer qualquer imprudência criminal. Mirabete (2002, p.23) explana que:
O direito, o processo e a execução penal constituem apenas um meio para a reintegração social, indispensável, mas nem por isso o de maior alcance, porque a melhor defesa da sociedade se obtém pela política social do estado e pela ajuda pessoal.
A partir desta afirmação, podemos expressar que a conexão familiar e outras relações afetivas sociais podem manter os condenados afastados da delinquência. Sendo tal aspecto então, relevante para a efetivação da ressocialização, pois trazem uma maior constrição entre dos detentos e os mais próximos deles, causando assim, maior reflexão do detento acerca de sua vida. De acordo com o professor Calhau (2008, p.1), considera que:
 A recuperação do preso não se dá ATRAVÉS da pena privativa de liberdade, mas APESAR da pena privativa de liberdade. O que os profissionais penitenciários devem ter objetivo não é ‘tratar’ os presos ou impingir-lhes um ‘ajuste ético’, mas sim planejar-lhes, com sua participação, experiências crescentes e significativas de liberdade, de encontro significativo, refletido e consciente com o mundo livre.
Nesse sentido, a função principal deve ser posta em prática com o preparo do detento para seu retorno ao convívio social em condições de manter uma vida e uma convivência em conformidade com os padrões tidos como normais, sendo útil à sociedade sendo efetivo em seu verdadeiro papel de pena privativa de liberdade, mas, operado pela “eficácia invertida” deste sistema, cumpre funções criminógenas, estigmatizantes e de reincidência.
Portanto, a reinserção desse cidadão deve passar primeiramente pela priorização e zelo de seus direitos, pois de acordo com o artigo 3º da Lei de Execução Penal: “Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”. 
Em vista disso, devemos ter a consciência de que quando o indivíduo se situa em uma situação carcerária, acaba sacrificando alguns de seus direitos, como sua liberdade, ficando isolada de qualquer tipo de convívio familiar ou social, seu direito de ir e vir é proibido, além de perder sua autoimagem, pois ao entrar na prisão, o indivíduo recebe um número de registro e suas roupas e pertences são substituídos por uniformes passando a ser obrigado a ter uma postura de submissão e restrição de comportamento. Sua intimidade é reduzida através da divisão de estadia com outros detentos. 
Sua exposição dentro dos presídios é imensamente comprometida através dos banhos de sol, visitas ao pátio, pois cada passo é vigiado e pode se tornar ameaçado em relação aos demais presos. Suas visitas se tornam públicas, seu direito ao voto abolido, assim como sua responsabilidade frente aos próprios filhos, sua dignidade em vista de se manter dispondo do fruto de seu trabalho é vetado e a convivência com pessoas desconhecidas pode se tornar conflituosa e em muitos casos trágica. Conforme salienta, Bitencourt (2004, p. 44) que, “não via na crueldade da pena um fim em si mesmo, iniciando um progressivo abandono do conceito tradicional, que considerava que a pena devia causar profunda dor e sofrimento.”
Tais fatos ferem os direitos humanos dos presidiários, pois deacordo com artigo 41 da Lei de Execução Penal constituem direitos do preso:
I - Alimentação suficiente e vestuário;
II - Atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - previdência social;
IV - Constituição de pecúlio;
V - Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
V.l. - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
Vll - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
Vlll - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
 IX - Entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; 
Xl - chamamento nominal;
Xll - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; 
Xlll - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
Parágrafo único - Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão 
ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
(LEP, Lei nº 7.210/84, artigo 41).
Nesse sentido, os artigos da Lei de Execução Penal demonstram que o delinquente, qualquer que seja seu grau de decadência, não perdeu a sua dignidade, atributo essencial ao ser humano, que constitui o supremo valor que deve inspirar o Direito, bem como o apenado, que mesmo em situação de cárcere não perde seu status de cidadão, devendo ser respeitado como tal.
O cidadão que é preso tem direito a auxílio como uma importante maneira de minimizar tais fatos como os citados a pouco nos presídios, assim como uma forma de iniciar através da ressocialização um processo de reabilitação, recuperando os valores humanos, conduzindo diante a sua condição humana. Através disso, tanto o preso, o internado ou egresso devem ter monitoramento e assistência social, psicológica, material, educacional, à saúde, à segurança, religiosa e assistência jurídica.
2.3 ASPECTOS NEGATIVOS DA FALTA DE RESSOCIALIZAÇÃO 
Para Marcão (2005), a reincidência é considerada por muitos uma consequência das falhas do sistema penitenciário, e através dela percebemos o quanto nosso sistema é carente e repleto de objetivos que não saem do papel. A maioria dos detentos ao deixarem as penitenciárias, independentemente do tempo que passaram presos, voltam a cometer delitos porque se deparam com as mesmas situações e dificuldades que o fizeram ingressar no mundo do crime. 
Segundo, o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do sistema carcerário: "Em 2008 a taxa de reincidência dos detentos em relação ao crime chegava a 70% ou 80% conforme a Unidade da Federação (UF). Entretanto, a CPI não produziu pesquisa que pudesse avaliar a veracidade deste número e baseou boa parte de suas conclusões nos dados informados pelos presídios." 
De acordo com dados do IBGE, grande parte das pessoas que cometem delitos estão em busca de melhores condições de vida. Dentre as motivações para a prática de pequenos atos criminosos podemos citar: a falta de moradia, de um emprego fixo e falta de amparo familiar; os ex-detentos ao saírem da penitenciária se deparam com a mesma situação que os levou a praticar os atos, que consequentemente o induz a prática de novos atos, levando assim a reincidência. É dever do Estado dar assistência aos detentos e suas famílias, prevenir crimes e orientar o retorno a convivência em sociedade. Ou seja, o Estado tem o total dever de criar soluções para a carência existente nos meios sociais, mas não é o que acontece, o único trabalho que é realizado é o de domínio jurídico, após cumprir a pena os detentos são arremessados na sociedade sem nenhuma perspectiva de vida. E deixa claro que o serviço público é carente e não consegue desempenhar seu papel de forma eficaz. 
Sabemos que a falta de ressocialização, quando o apenado não recebe muito apoio, é quase uma certeza absoluta que eles vão retornar diversas vezes para a cadeia. Convivemos em nosso país com presídios superlotados, em situações desumanas, sem nenhuma estrutura de colocar em prática o que dita a Lei e o que tanto prega os Direitos Humanos. 
De acordo com a Carta Constitucional de 1988, artigo 5º, inciso XLIX, é assegurado "o respeito à integridade física e moral." A situação nos presídios é degradante, cheia de limitações, os presos vivem em salas apertadas, sem capacidade para suportar a quantidade de pessoas presentes. Todas as situações desumanas levam os detentos a situações comportamentais (como estresse, agitação, sofrimento) que acabam afetando no comportamento disciplinar. A falta de ressocialização é somada ao preconceito e a falta de oportunidades aos que já cometeram delitos e as condições desumanas presentes nos presídios faz do cárcere uma escola do crime, gerando consequências graves para o condenado, sua família e para sociedade, conforme afirma Foucalt, em sua obra Vigiar e Punir.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dignidade no trato enquanto ser humano é um direito inerente a todos os indivíduos, por esse motivo o estudo desse tema se faz de grande importância. Os problemas estão aí e se tornam cada vez maiores, existem as ideias do que possa ser feito para que possa ser transformada a situação, as leis estão à disposição de todos, mas não bastam apenas normas se elas não são cumpridas como devem, é necessário colocar em prática de maneira efetiva as normas existentes em nosso ordenamento bem como a LEP (A Lei de Execução Penal, Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984) que se tem como uma normatização específica a respeito do assunto de reeducação nas penitenciárias brasileiras e sua reintegração à sociedade.
A situação nos presídios brasileiros é caótica e não atendem às finalidades essenciais da pena quais sejam punir e recuperar. É necessário que sejam implementadas políticas públicas voltadas para a organização desse sistema e promover uma melhor efetivação da Lei de Execução Penal.
No entanto, esse trabalho no momento em que está sendo analisada a situação prisional do país, em meio aos debates da Comissão Permanente de Inquérito, que visem reunir subsídios para que mudanças que serão propostas pela CPI sejam vistas como soluções efetivas para a crise no sistema penitenciário.
O objetivo geral do presente trabalho foi apresentar uma crítica que envolve a reintegração de apenados e se o sistema atual está colocando de modo efetivo a normatização em vigor através do que se vê atualmente no Brasil.
Percebeu-se do que trata a reinserção desses indivíduos, apontando os pontos que somam e decrescem sobre tal assunto, explanou-se a situação geral das penitenciárias e finalizando mostra que o ideal é realizar o tripé, ressocialização, família, normatização.
O assunto está em debate hoje e com isso se sente a importância deste para os indivíduos que estão aprisionados como também para a sociedade, além de perceber-se o interesse das autoridades em busca de tentar reverter a situação.
 
Com isso, deve haver mudanças na política prisional brasileira, melhorando as estruturas das penitenciarias, oferecendo estudo básico e cursos profissionalizantes, projetos de trabalho em troca de redução da pena, parcerias e campanhas de conscientização por parte das empresas para que contratem essas pessoas e deem uma segunda chance a elas.
A falta de políticas públicas e o descaso com as normas já existentes fazem com que a reintegração se faça cada dia mais longínqua do que se necessita; pertinente se faz uma reavaliação do que se tem e do que se precisa e mais do que ficar no papel dar sentido prático às propostas que existem em relação a essa recuperação e as que jáestão sendo discutidas.
4 REFERÊNCIAS
BILL Mv; Falcão. Meninos do Tráfico. RJ: Objetiva, 2006.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Vol. 1. 8ª ed. São Paulo. Editora Saraiva, 2003. DELMANTO, Celso Código Penal Comentado . 6ª ed. Edição Renovar, 2002, p. 130.
BRASIL. Constituição (1988). 
CALHAU, Lélio Braga. Bullying: o que você precisa saber: identificação, prevenção e repressão. Niterói, RJ: Impetus, 2009. CNJ. Bullying – Projeto Justiça nas Escolas, 2008, p.1.
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) 
Constituição da República Federativa do Brasil. Senado Federal: Brasília, DF: Senado Federal, 1988. 
Declaração Universal dos Direitos Humanos – ONU, 1948.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Trad. Lígia M. Ponde Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987. 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. Rio de Janeiro: IMPETUS, 2006. 
LEP (Lei de Execução Penal, Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984) 
MARCÃO, Renato. Curso de execução penal. Imprenta: São Paulo, Saraiva, 2005.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo penal: 18 ed. rev. e atual. (2002, p.23) 
 
¹Estudantes de Direito da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina – FACAPE
¹Estudantes de Direito da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina – FACAPE

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