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�Recredenciamento�Portaria MEC 347, de 05.04.2012 - D.O.U. 10.04.2012. 
CONTRATO DE SEGURO
Artigos 757 a 802, Código Civil
Brayan Sortica
Eduarda Severo
Gabriela Severo
Gian Luca Hainzenreder
Joyce Menguer
Origens
Ao contrário de outros negócios jurídicos milenares, como a compra e venda e a permuta, as origens do contrato de seguro remontam a tempos menos distantes, mais especificadamente à Idade Média. Durante tal período, tornou-se corriqueira sua utilização na cobertura de carregamentos em embarcações, sob a perspectiva das normas do direito marítimo da época.
Legislações pertinentes
No Brasil, o contrato de seguro obteve sua devida distinção com o revogado Código Civil de 1916, no qual era disciplinado de modo relevante e extensivo (artigos 1.432 a 1.476), mas apenas com o Decreto-Lei nº 73/66 gradativamente pôde superar os contornos típicos do direito privado, na medida em que adquiriu nuances jurídicas sociais e administrativas. Nesse sentido, pode-se mencionar a criação da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), autarquia federal responsável pelo controle e fiscalização dos seguros no país, em nítido procedimento de dirigismo contratual.
Vale ressaltar que a legislação securitária tem um caráter bastante esparso, a exemplo dos seguros marítimos (previstos em alguns dos artigos remanescentes do Código Comercial), seguros obrigatórios de danos causados por veículos automotores terrestres (Lei nº 6.194/74), planos e seguros privados de saúde (Lei nº 9.656/98), dentre outros. Diante desse contexto, verifica-se que o Código Civil vigente e o referido decreto-lei antes servem como alicerces básicos do contrato, determinando seus princípios orientadores.
Ainda, em havendo a presença de parte hipossuficiente na celebração do negócio jurídico e considerando que de maneira constante manifesta-se em contrato de adesão (artigo 54, CDC, e artigo 423, Código Civil), nada mais cogente que a observância das normas respectivas do Código de Defesa do Consumidor, como a interpretação mais favorável ao aderente (artigo 47, CDC).
Conceito e características gerais
Como bem delineia o artigo 757 do Código Civil, “Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados”. Nesse conceito legal, podem ser vislumbrados alguns elementos característicos do seguro, a exemplo do prêmio, que é o termo dado ao pagamento efetuado pelo segurado; da prestação, concebida pelo ressarcimento garantido pela seguradora na hipótese do sinistro previsto; e do risco, intrínseco ao contrato.
Impõe observar que a atividade securitária justamente se viabiliza devido à eventualidade que a distingue: as indenizações conferidas são contrabalanceadas pelos prêmios daqueles que nunca se valeram do seguro, daí surgindo o lucro para as seguradoras. Cabe menção também à imensurável análise estatística envolvida no negócio, ponderando atributos específicos e perfis dos segurados, de modo a atingir um determinado valor e permitir a proporcionalidade do proveito econômico.
Os instrumentos contratuais característicos do seguro são a proposta, que antecede a celebração do negócio jurídico em si, e a apólice, documento que detalha as condições pactuadas (artigos 759 e 760, Código Civil). Não é rara, em seguros mais triviais, a utilização de um simples bilhete como instrumento simbólico do acordo.
A extinção do negócio, como de hábito, pode ocorrer em função de uma gama de acontecimentos, tais como: decurso de seu prazo de vigência, mútuo consentimento entre as partes, ocorrência do sinistro, cessação do risco segurado, inexecução contratual ou presença de nulidades contratuais.
Classificações
O contrato de seguro pode ser assim conceituado: a. bilateral, porque cria obrigações concernentes a ambas as partes; b. oneroso, em consequência do necessário envolvimento de montantes no negócio; c. aleatório, já que o risco é um de seus elementos inerentes; d. consensual, em face da mútua concordância entre as partes à ocasião de sua celebração; e. não solene, haja vista que por vezes dispensadas maiores formalidades, como no seguro de bagagens; f. típico, pois elencado entre os artigos 757 a 802 do Código Civil; g. de adesão, dado que suas cláusulas são estabelecidas de maneira unilateral pela seguradora; h. de trato sucessivo, devido aos seus efeitos e prestações econômicas por parte do segurado, os quais se protraem no tempo; e i. via de regra, personalíssimo, posto que suas disposições costumam atender especificamente ao aderente, podendo o seguro DPVAT ser mencionado como exceção.
Partes e obrigações respectivas
O contrato de seguro compreende duas partes principais: a seguradora, entidade legalmente autorizada que se compromete a assumir os riscos estipulados no negócio, e o segurado, que é o aderente. Nos seguros de vida, tem-se ainda uma terceira figura: o beneficiário, isto é, aquele indivíduo escolhido pelo segurado, passível de substituição (artigo 791, Código Civil), que receberá o capital determinado no caso de morte deste. Em sua ausência, metade da prestação é paga ao cônjuge e o restante conforme a ordem sucessória do segurado ou, ainda, àqueles que dele dependiam financeiramente (artigo 792, Código Civil).
A boa-fé, embora por excelência um dos fundamentos do direito civil, adquire relevância ainda maior no contrato de seguro, considerando que as partes devem guardar a mais estrita transparência à oportunidade da celebração do negócio, de modo que tal se reflita nas cláusulas estabelecidas (artigo 765, Código Civil). A desobediência ao princípio pode acarretar efeitos negativos tanto para o segurado (artigos 766, 768, 769 e 771, Código Civil) quanto para a seguradora (artigo 773, Código Civil).
Na hipótese de falta de pagamento do prêmio, o segurado deve ser devidamente constituído em mora, de modo a ser cientificado de que eventual sinistro não será indenizado enquanto ela não for purgada (artigo 763, Código Civil). É incabível, por conseguinte, a rescisão unilateral automática do contrato, antes devendo ser observado o que preveem suas cláusulas. Em contrapartida, quando a mora for da seguradora, verifica-se necessária a atualização monetária do montante devido (artigo 772, Código Civil).
O seguro de pessoa e aspectos específicos
O seguro de pessoa, embora composto por inúmeras subespécies, como de acidentes pessoais, funeral e desemprego, dentre outros, costuma ser mais bem associado ao de vida. Nessa modalidade, com a morte do segurado, conforme antes referido, a seguradora, mediante o pagamento do prêmio, se obriga a garantir a prestação estipulada no negócio àquele designado pelo primeiro, denominado beneficiário.
Em tese, qualquer pessoa pode ser nomeada beneficiária pelo segurado, incluindo sua companheira, desde que a união estável entre ambos seja válida (artigo 793, Código Civil), no entanto, em deferência aos princípios constitucionais de proteção à entidade familiar e boa-fé objetiva, não se permite a estipulação do seguro em favor de concubina. Tal entendimento restou explicitado de maneira precisa no julgamento do Recurso Especial nº 1047538/RS, ainda que seja relativamente pretérito.
No seguro de pessoa, é plenamente possível a multiplicidade de contratações (artigo 789, Código Civil), de forma contrária do que ocorre naquele de dano (artigo 782, Código Civil). Ademais, o seguro de vida é impenhorável (artigo 833, inciso VI, Código de Processo Civil), na medida em que a ele é atribuída natureza alimentar. Tampouco está sujeito a eventuais dívidas do segurado ou constitui herança para quaisquer fins de direito (artigo 794, Código Civil). Determinadas cláusulas de isenção da prestação, como em sinistro decorrente do uso de transporte arriscado e prática de esporte, ainda são absolutamente nulas, mesmo que inseridas no contrato (artigo 799, Código Civil). Não cobre o seguro,porém, despesas hospitalares ou funerárias, salvo se previstas de maneira explícita na apólice (artigo 802, Código Civil).
Merece especial relevo, no âmbito do seguro de vida, a problemática do suicídio. Anteriormente, vigorava nos tribunais superiores a compreensão de que tal evento, ainda que ocorrido durante o prazo de carência acordado entre as partes, era passível de eventual prestação por parte da seguradora. Desse sentido, assentado nas Súmulas 105 do STF e 61 do STJ, decorria o ônus probatório da mencionada, de modo a demonstrar que o segurado agiu de má-fé ao extinguir sua própria vida. Todavia, com o recente julgamento do Recurso Especial nº 1.334.005/GO, em sentido diametralmente oposto, o Superior Tribunal de Justiça considerou, observando os artigos 797 e 798 do Código Civil, que a questão se trata de um critério objetivo, devendo ser analisado apenas o decurso de dois anos que caracterizariam a ausência de dolo do suicida. A jurisprudência deve ser criticada na proporção em que, como é de praxe, o legislador parece ter dito menos do que pretendeu: não é crível relegar juízo de tal modo sensível, ainda apto de prova contrária pelos sucessores do segurado, a um parâmetro tão pragmático.
De forma distinta do seguro de dano (artigo 786, Código Civil), no de pessoa não é permitida a sub-rogação da seguradora nos direitos e ações do segurado ou beneficiário contra o causador do sinistro (artigo 800, Código Civil). Assim, vale dizer que, na hipótese do cometimento de um ato ilícito, aos sucessores do segurado cabe a possibilidade de eventualmente demandar o autor do fato para que indenize os danos causados.
É possível ainda, por derradeiro, a figura do seguro de pessoa coletivo, usualmente contratado por empregadores e autarquias em favor de seus funcionários, conforme preconiza o artigo 801 do Código Civil. Nessa modalidade, o estipulante funciona como uma espécie de intermediador entre os segurados e a seguradora, carecendo, contudo, de legitimidade processual para figurar em eventual demanda pelo inadimplemento da prestação, haja vista que não representa legalmente a segunda.
Referências bibliográficas
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações. 26. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
RODRIGUES, Silvio. Direito civil: dos contratos e das declarações unilaterais da vontade. 30. Ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
GONÇALVES, Carlos Roberto.  Direito civil brasileiro: Contratos e Atos unilaterais. 10. Ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos em espécie. 13. Ed. São Paulo: Atlas, 2013.
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