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Impostos em espécie 2016

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Impostos em espécie – breves comentários
Observações iniciais: todos estão previstos na CF. Entretanto, a definição e demais elementos das espécies tributárias constam no CTN, o qual traz normas gerais sobre a matéria.
A definição de imposto, encontra-se no art. 16, CTN. É uma típica prestação pecuniária compulsória, um tributo não vinculado, pois não há qualquer contraprestação do Estado, que poderá cobrá-lo apenas por ter ocorrido o fato descrito na lei que gera a obrigação (HI – FG – OT).
Impostos federais: II, IE, IPI, IOF (natureza extrafiscais), 
 IR, ITR
 IGF e imposto residual
Impostos estaduais: IPVA, ICMS, ITCMD
Impostos municipais: IPTU, ISS, ITBI
Imposto de importação – II
É um típica sua função extrafiscal como regulador da economia, a fim de proteger e estimular a indústria nacional, não observando aos princípios da anterioridade comum, nem nonagesimal. Suas alíquotas poderão ser alteradas a qualquer tempo, inclusive por MP, excepcionando a estrita legalidade tributária.
Também é conhecido como “tarifa aduaneira” incidindo sobre bens lícitos provenientes de outros países, art. 19, CTN.
O FG é o momento de entrada real ou ficta da mercadoria no país, ou seja, do despacho da aduana, convertendo-se o valor em real, se estiver em moeda estrangeira.
A BC poderá ser sobre o valor da mercadoria no desembaraço aduaneiro, ou pela quantidade total de mercadorias ou ainda, sobre o preço da arrematação no caso de leilão, se o bem for adquirido em licitação.
O S.A. ou ente político competente é a União e o S.P ou contribuinte poderá ser o importador, pessoa física ou jurídica ou quem a lei equiparar, tais como, arrematante de produtos abandonados, art. 22, CTN.
Imposto de exportação - IE 
É um típica sua função extrafiscal como regulador da economia, a fim de proteger e estimular a indústria nacional, não observando aos princípios da anterioridade comum, nem nonagesimal. Suas alíquotas poderão ser alteradas a qualquer tempo, inclusive por MP, excepcionando a estrita legalidade tributária.
Incide sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados. 
O FG que gera a OT é a saída do território nacional, isto é, o momento da liberação do bem pela autoridade aduaneira ou a data de embarque ou declaração da exportação, com a expedição da respectiva guia ou documento semelhante.
A BC é o preço normal da mercadoria.
O S.A. ou ente político competente é a União e o S.P ou contribuinte poderá ser o exportador.
Imposto sobre produtos industrializados – IPI
É um típica sua função extrafiscal como regulador da economia, a fim de proteger e estimular a indústria nacional, não observando aos princípios da anterioridade comum, nem nonagesimal. Suas alíquotas poderão ser alteradas a qualquer tempo, inclusive por MP, excepcionando a estrita legalidade tributária.
As % são alteradas conforme a seletividade do produto. Bens de primeira necessidade possuem % baixas, pois são essenciais e devem ser de fácil acesso (econômico) pela população, além da possibilidade de alíquota “zero”. Já produtos supérfluos, como cigarros (365%), bebidas, chocolates, possuem % elevadas. 
Produto industrializado é aquele submetido a uma operação que modifique, transforme suas características originais, a fim de aperfeiçoá-lo para o consumo. Desde a transformação, montagem, acondicionamento ou reacondicionamento.
Incide sobre a produção, montagem, transformação do produto. Logo, o IPI é considerado um imposto real pois incide sobre o bem.
O FG poderá ser o momento no desembaraço aduaneiro, se de procedência estrangeira; se produto nacional, o momento da saída do estabelecimento industrial ou equiparado; ou ainda, se produto apreendido, abandonado ou levado a leilão, o momento da arrematação.
A BC considerará a procedência do produto, assim: se estrangeiro, o valor cumulado com o II, mais taxas aduaneiras e encargos cambiais; bem nacional, é o valor da operação de saída (preço do produto), mais valor do frete e demais despesas acessórias e, por fim, se abandonado, o preço da arrematação.
O S.A. ou ente político competente é a União e o S.P ou contribuinte poderá ser: o importador, o industrial ou comerciante ou ainda, o arrematante.
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros (financeiras) – IOF
É um típica sua função extrafiscal como regulador da economia, a fim de proteger e estimular a indústria nacional, não observando aos princípios da anterioridade comum, nem nonagesimal. Suas alíquotas poderão ser alteradas a qualquer tempo, inclusive por MP, excepcionando a estrita legalidade tributária.
O IOF é conhecido por incidir sobre operações financeiras. O FG e a BC do referido imposto, encontra-se nos arts. 63 e 64 do CTN.
O S.A. ou ente político competente é a União e o S.P ou contribuinte poderá ser pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito, compradoras ou vendedoras de moeda estrangeira, pessoas físicas ou jurídicas seguradas, adquirentes de títulos ou valores mobiliários, instituições financeiras e autorizadas pelo Banco do Brasil a efetuarem a primeira aquisição de ouro, ativo financeiro ou instrumento cambial. 
Imposto sobre a propriedade territorial rural - ITR 
É um imposto extrafiscal, como importante instrumento na reforma agrária, ao combate aos latifúndios improdutivos, fomentando a redistribuição de terras a fim de evitar desigualdades sociais (pelo menos, essa é a intenção), com a pretensão de ter assíduos proprietários produtivos.
Conforme a EC nº 42/03, as % poderão ser alteradas, progressivamente conforme a utilidades das propriedades rurais. Embora seja a União o ente político competente, a fiscalização e arrecadação é feita pelo Município que se localiza a gleba.
Ressalta-se que, não haverá incidência de ITR pra pequenas glebas rurais exploradas pelo proprietário que não possua outra.
O FG desse imposto federal é a propriedade, o domínio útil ou a posse do imóvel localizado fora da zona urbana. Pela lei nº 5.868/72, no art. 6º, entende-se por propriedade rural como aquela destinada à exploração agrícola, pecuária, vegetal ou agroindustrial e que tiver área superior a um hectare. 
A BC é o valor fundiário do imóvel, ou seja, o valor da terra nua, considerando o preço de mercado, excluindo-se as construções, instalação, benfeitorias, culturas permanentes, pastagens, florestas plantas. Mas incluindo-se árvores e frutos pendentes, espaço aéreo e subsolo.
O contribuinte é o legítimo proprietário ou possuidor.
Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza – IR
É a principal fonte de arrecadação da União. Possui nítido caráter fiscal e a finalidade é promover uma adequada redistribuição de renda. Suas % não podem ser alteradas sem lei, embora sejam variadas.
O FG do IR é a aquisição da disponibilidade econômica (decorrente do capital e/ou do trabalho), isto é, trata-se de um acréscimo patrimonial decorrente de uma situação de fato ocorrido num determinado período. A disponibilidade consiste no direito do adquirente da renda em poder fruir, usar e valer-se de qualquer modo da renda e proventos. Em suma, o FG é a receita líquida.
Proventos caracterizam-se por qualquer acréscimo que não seja a renda, por ex: recebimento de herança, doação, loterias, pensões, aposentadorias etc.
A BC é a soma do total de rendas e proventos e a % é variável seguindo os critérios da generalidade (incide a todos os contribuintes), universalidade (abrange quaisquer rendas e proventos auferidos) e progressividade (conforme o aumento na BC). Há possibilidade de isenção para aquisições de pequeno valor (mais ou menos, 1.500 reais).
Há IR para pessoas físicas e jurídicas, as quais podem tributar na fonte, tornando-se responsáveis pelo recolhimento do contribuinte (pessoa física).
Cabe ressaltar que para o IRPJ, o FG será considerado, cumulativamente, com o valor retido na fonte e o lucro da PJ. Esta, poderá optar por ser tributada conforme o “lucro real”, o qual se baseia na soma das receitas, deduzindo-se as despesas, com a incidência de 15% sobreo valor, sendo obrigatória essa modalidade para algumas PJ; poderá ser tributada pelo “lucro presumido”, adotado pela maioria, pela forma simplificada no recolhimento de IR, pois presume-se o lucro obtido para efeitos de tributação conforme a receita bruta auferida em determinado período (eventual prejuízo não afasta a exigibilidade do fisco exigir o tributo) – é a melhor opção para empresas de pequeno e médio porte; poderá o IR ocorrer sobre o “lucro arbitrado”, no caso da autoridade fiscal impor por determinada irregularidade etc. 
Obs: o IR deve respeitar o princípio da anterioridade comum. Contudo, com o advento da EC 42/03, não observa a anterioridade nonagesimal (noventena).
Imposto sobre grandes fortunas – IGF
A CF expressamente menciona a possibilidade de instituição por lei do IGF. No entanto, o mesmo até os dias atuais não foi instituído pela União considerando as polêmicas existentes ao referido tributo, tais como: qual seria o FG? O que seria considerado “grandes fortunas”? Para evitar bitributação, não poderia ter a mesma BC do IR, IPTU e IPVA. Logo, tarefa difícil para o legislador traçar os elementos essenciais à existência do tributo. Ademais, se a finalidade da criação do IGF seria contribuir para a diminuição de desigualdades sociais, além de tantos outros tributos já existentes, será que a receita oriunda do IGF seria realmente destinada aos mais necessitados?
Imposto residual – art. 154, I, CF
É a possibilidade da União instituir, por lei complementar impostos não previsto na Carta Magna (ainda) que não tenham a mesma BC dos já existentes, nem o mesmo FG, ou seja, que não sejam cumulativos.
Imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA
O IPVA é imposto de competência dos Estados da Federação. Todavia, cabe ressalvar, de início, que o CTN não o prevê, pois surgiu em 1985, pela EC nº 27/85 alterando a CF/67 (vigente na época da sua criação). Mas possui previsão expressa na CF atual no art. 155, III.
O FG que caracteriza essa espécie tributária estadual é ser proprietário de um veículo automotor, ou seja, ter a propriedade, o domínio e não apenas a posse (não incide o tributo sobre o “uso” do veículo). Considera-se veículo automotor: carro, caminhão, motos, mobiletes autorizados pelos órgãos de trânsito para transporte de pessoas e/ou coisas, ainda que por linha elétrica, excluindo-se transporte sobre trilhos (anexo I, CTB). Logo, excluem-se bicicletas, skates, patinetes, charretes entre outros que exigem unicamente tração humana ou animal.
Não incidirá IPVA sobre aeronaves, pois não trafegam na malha rodoviária, sustentam-se no espaço aéreo, Código Brasileiro de Aeronáutica.
A BC do imposto é o valor venal do veículo ou poderá ser o preço de mercado (valor de tabela, conforme o ano, modelo etc). Lembre-se: a BC do IPVA não observa o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena), apenas a anterioridade comum. Logo, se for alterada a base de cálculo em 31.12.2016, a exigibilidade do tributo poderá ocorrer já em 01º.01.2017, pois aguarda-se o exercício financeiro seguinte. 
No tocante às alíquotas, poderão ser ficadas pelo Senado se alíquotas mínimas e poderão ser diferenciadas conforme o tipo e utilização do bem.
O momento que ocorre o FG poderá ser 01º de janeiro se a lei estadual for omissa, ou ainda, poderá ser considerado o FG na data da aquisição, ou, se veículo automotor importado, no momento que ocorrer o desembaraço aduaneiro.
O S.A é o Estado e o contribuinte o proprietário do veículo (pessoa física ou jurídica a qual estiver licenciado).
Imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos – ITCMD
A competência tributária é estadual. Observa estritamente o princípio da legalidade tributária e não comporta exceções.
O FG normalmente, ocorre pelo falecimento do titular no caso de heranças, legados etc para fins de abertura de inventário e posterior partilha, ou ainda, por transmissão (cessão) gratuita.
A propriedade que poderá ser tributada é de qualquer natureza, incidindo o ITCMD sobre móveis, imóveis, títulos de créditos, veículos entre outros, mas normalmente o FG ocorre no Estado da situação do bem (localização). O prazo é estabelecido na lei estadual.
A BC se herança será sobre o monte-mór (soma total dos bem). Se transmissão por doação, considera-se a base de cálculo o valor do bem (de mercado). As % são livremente ficadas pelos Estados, respeitado sempre o limite máximo fixado pelo Senado.
O contribuinte poderá ser: herdeiros ou legatários, se causa mortis ou doador ou donatário, na forma da lei.
Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal de comunicação – ICMS
É um imposto estadual plurifásico, pois incide em vários momentos, sem que haja cumulatividade, deduzindo-se o valor já recolhido e considerando o valor agregado em cada operação, art. 19, LC nº 87/96. As alíquotas são variáveis conforme os Estados.
O FG poderá ser considerado: a circulação de mercadorias**;
- a prestação de serviço de transporte interestadual ou intermunicipal e a BC, neste caso será realizada conforme o serviço prestado (se não sair do Município, aí tributa-se com ISS); 
- prestação de serviço de comunicação (ainda que ocorram no exterior) e a BC incidirá conforme o serviço prestado.
** entende-se o trajeto desde a produção até o consumo, independentemente da natureza do bem transportado, desde que indique a realização de atos ou negócios. A BC será o valor da operação.
A circulação não é mera saída física, mas jurídica do bem, de um titular ao outro.
Não incidirá ICM na circulação de bens entre a matriz e filial, pois não foi alterada a titularidade.
As % se sujeitarão à disposição do art. 155, §2º, CF, com a alteração da EC 87/15. Poderão as alíquotas serem variáveis conforme a seletividade do produto ou serviço oferecido. Logo, se for supérfluo, provavelmente as % serão maiores do que bens ou serviços essenciais.
O contribuinte será, conforme a LC nº 87/96 específica sobre ICMS: pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias; importadores de bens de qualquer natureza; prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e prestadores de serviços de comunicação. Ressalvando a possibilidade do responsável tributário figurar no pólo passivo da relação jurídico-tributária, ainda que este não tenha praticado o FG.
Observação: serviços de comunicação não se confundem com a atividade fim, qual seja, o “processo de transmissão” entre emissor e receptor. Para este, haverá incidência de ICMS. No entanto, serviços acessórios (embora conexos) à comunicação, prestados por telefonia móvel, tais como: troca de titularidade de aparelho celular, fornecimento de conta detalhada, troca de área de registro, alteração de plano etc, não incidem o respectivo tributo.
Não incidirá ICMS nas hipóteses previstas no art. 155, § 2º, X, alíneas, por exemplo, sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica, conhecido como ICMS-combustível. A CF estabelece tal imunidade como forma de incentivo fiscal para que Estados que possuem o petróleo e a energia elétrica como fonte produtora não tenha uma arrecadação excessiva em detrimento aos que não possuem e as desigualdades sejam insuperáveis.
Do mesmo modo, a CF prevê imunidade em relação ao ICMS sobre ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial. Mesmo porque, com esta finalidade já tributa-se com IOF, salvo se for tratado como bem de circulação, ou seja, mero produto ou mercadoria, aí poderá incidir ICMS.
Software: possuirá imunidade em relação ao ICMS se as operações de licenciamento ou a cessão de direito de uso de programas de computador referem-se a bem incorpóreo, pois não haverá a mercadoria propriamente dita a ser tributada. Entretanto, se a operação for referente à circulação de cópias ou exemplares do programa, aí será perfeitamente possível oICMS sobre software. Posicionamento consagrado pelo STF.
Súm nº 323 – STF: “é inadmissível a apreensão de mercadoria como meio coercitivo para pagamento de tributos”.
Imposto sobre a propriedade territorial urbana – IPTU
Caberá a instituição do respectivo tributo o Município em que o mesmo esteja localizado (zona urbana). Há possibilidade de isenção concedida a alguns contribuintes, mas somente por lei ordinária.
O IPTU é uma relevante receita para o Erário municipal. Cabe instar que o imposto em análise não observa o pr da anterioridade nonagesimal, logo, sua BC poderá ser alterada em necessidade de aguardar os 90 dias como prazo mínimo (embora deva respeitar a anterioridade comum, exercício financeiro), EC 42/03, alterando o art. 150 § 1º, CF. 
O FG do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse a qualquer título do imóvel (aquele que tem a posse de fato mas não a jurídica do bem).
Como zona urbana, de acordo com o art. 32, CTN considera-se aquela que for definida em lei municipal com elementos mínimos de existência, tais como: meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; abastecimento de água; sistema de esgotos sanitários; rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3km do imóvel considerado. Significa que, para fins de zoa urbana, ao menos 2 requisitos mencionados deverão conter para que a cobrança de IPTU seja possível. Vide ainda o § 2º do referido artigo que trata de áreas urbanizáveis.
A BC de imóvel é o valor venal do bem, isto é, o preço de mercado em condições normais com a possibilidade de alteração por parte do executivo. Inclusive há a Súmula 160 – STJ que estabelece: É defeso ao Município atualizar o IPTU, mediante Decreto, em percentual superior ao índice de correção monetária. 
É sabido que a CF autoriza a alteração das %. Logo, é permitida a progressividade no IPTU no tocante às alíquotas conforme lei ordinária do respectivo município neste sentido, art. 182, § 4º, caput e II, CF. esta é a chamada progressividade fiscal. Ressalta-se ainda a possibilidade da progressividade extrafiscal (progressividade no tempo) reconhecida pelo STF em relação à função social da propriedade por questões políticas na execução de política urbana (Estatuto das Cidades).
Há a Súmula 589 – STF que dispõe: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do IPTU em função do número de imóveis do contribuinte. 
Em suma: a progressividade extrafiscal, dá-se pela progressividade no tempo com previsão constitucional no art. 182, § 4º, II. E tem-se a progressividade fiscal, prevista pela EC 29/00, com base no valor do imóvel e possibilidade de diferenciação de % em razão da localização e uso.
O Contribuinte do imposto será o legítimo proprietário, aquele que tiver o domínio útil ou o possuidor de fato.
Imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS
O ISS é um tributo de competência municipal, iminentemente fiscal. No entanto, vale lembrar que sua instituição poderá ocorrer também pelo DF dada à sua competência cumulativa. Normalmente o ISS é instituído por lei ordinária municipal, a qual disporá de uma lista taxativa de serviços (LC nº 116/03) que deverão recolher o respectivo imposto (legalidade estrita).
Assim, todo serviço* previsto na LC mencionada incorre no FG, surgindo a O.T. É cediço comentar que cada Município poderá optar por cobrar por todos os serviços contidos na lista ou alguns deles. O que não poderão fazer é criar novos serviços além da LC 116/03.
Obs: não confundir os serviços prestados constantes na LC com o serviço de transporte tributado por ICMS.
*considera-se serviço a prestação em forma de bem intangível, incorpóreo, imaterial.
A BC a ser calculado o valor ser recolhido é o valor bruto do serviço prestado, conforme a LC 116/03. E as % poderão ser “fixa” com recolhimento periódico por profissionais liberais que prestam serviços autônomos ou % proporcional se à movimentação econômica quando prestado serviço por pessoas jurídicas.
O contribuinte do tributo é o prestador de serviços, pessoa física ou jurídica.
Não incidirá ISS sobre a locação de bens móveis – Súm vinculante nº 31.
Há ainda polêmica sobre ISS e leasing, trabalhos gráficos, bancários, incorporações imobiliárias, franquias etc.
Imposto sobre transmissão de bens imóveis – ITBI
O ITBI é um tributo municipal sobre a transmissão inter vivos a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis (exceto os de garantia) e ainda, a cessão de direitos e sua aquisição. Logo, são 4 as hipóteses de FG, art. 35, CTN.
A BC será variada dependendo do FG praticado. E, as alíquotas, serão proporcionais sobre a BC. Não haverá progressividade, pois inexiste previsão constitucional para tanto.
Pelo CTN, no art. 42, o contribuinte poderá ser quaisquer das partes no negócio a ser realizado (FG), ou seja, o transmitente ou o adquirente.

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