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Fisiologia - Caso Clínico I (TGI)

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CASO CLÍNICO 1 – A2 
Paciente do sexo feminino, 68 anos, branca, viúva, do lar, natural de Bicas. Iniciou 
com disfagia para alimentos sólidos com sensação de plenitude pós-prandial e 
eructações freqüentes há aproximadamente 1 ano. Procurou atendimento em sua 
localidade onde realizou endoscopia digestiva alta na qual foi evidenciado epitélio 
tipo metaplasia intestinal (esôfago de Barret) na porção esofágica inferior. Fez uso 
de omeprazol durante 60 dias, com resolução parcial dos sintomas. Há 2 meses 
passou a apresentar piora da sintomatologia, evoluindo com disfagia para alimentos 
pastosos. Nova EDA que demonstrou lesão estenosante e ulcerada em terço 
esofágico inferior. A biópsia da lesão diagnosticou carcinoma epidermóide associado 
à metaplasia de Barret. 
Ex-tabagista, tendo fumado um maço de cigarros por dia durante 20 anos, parou de 
fumar há aproximadamente 2 anos. Sem história de etilismo com perda ponderal 
acentuada nos últimos meses. História familiar negativa para tumor esofágico ou 
outras patologias. 
Ao exame físico, apresenta-se desnutrida, hipocorada (+/4+), abdomen escavado, 
sem massas palpáveis, doloroso à palpação profunda. Foi submetida a 
esofagectomia distal com gastrectomia parcial, preservando piloro. Encontra-se no 3 
DPO em boa evolução, afebril, bom aspecto da ferida operatória, em uso de dieta 
por sonda posicionada na narina. 
1- Listar e descrever os termos desconhecidos. 
- Disfagia: Dificuldade na deglutição; 
- EDA: Endoscopia digestiva alta; 
- Estenosante: Que gera estreitamento de um tubo; 
- Perda ponderal: perda de peso; 
- DPO: Dia pós operatório; 
2- Tabagismo, etilismo e DRGE são fatores de risco associados ao Ca de 
esôfago com altos indices de morbi-mortalidade. Pode ser tratado com 
radioterapia, quimioterapia, cirurgia ou associação entre eles dependendo do 
estádio (localização, tamanho, linfonodos comprometidos) do tumor. Cite e 
explique quais características do esôfago que dificultam seu tratamento 
cirúrgico? 
Devido sua localização retroperitoneal (não tem revestimento seroso), a 
regeneração do esôfago é lenta e tumores disseminam-se mais facilmente. 
3- A associação do adenocarcinoma de esôfago com a doença do refluxo 
gastro-esofágico e o esôfago de Barret, ainda não é bem conhecido, mas 
existe uma toeria de que o esôfago de Barret , mesmo com baixo risco de 
malignização, é uma lesão precursora do adenocarcinoma. Baseado em seus 
conhecimentos de Fisiologia e Histologia, explique como isso é possível. 
O esôfago de Barret trata-se de uma metaplasia, na qual o epitélio esofágico normal 
é substituído por um epitélio colunar. O aparecimento da metaplasia está 
relacionado com um estímulo pró-inflamatório constante gerado pelo refluxo gastro-
esofágico, o que já pode estar relacionado com o aparecimento de cancer, por 
predispor para aumentar a proliferação celular, aumentando a probabilidade de 
mutações malignantes, além de mudar o ambiente imunológico no qual as células se 
encontram, interferindo no controle de clones cancerígenos. A metaplasia 
característica da doença também pode evoluir para displasias e formar lesões pré-
canceríginas. 
4- Cite e explique os principais sinais e sintomas associados ao Ca de 
esôfago. 
A presença de uma lesão que estreite o esófago compromete a função do órgão de 
permitir a passagem dos alimentos da orofarínge até o estômago. A estenose que 
aparece está diretamente relacionada com os sintomas, incluindo a disfagia, já que 
a deglutição torna-se mais difícil. Como consequência da disfagia vem a 
desnutrição. 
5- Qual é o provável tipo de dieta e que tipo sonda a paciente deve estar 
usando no 3 DPO? Por qual motivo ela está usando a sonda e não a dieta oral? 
É provável que seja administrado no paciente a alimentação enteral por sonda naso-
duodenal. Já que o paciente foi operado com retirada do esófago distal e parte do 
estômago, seria impossível que se alimentasse utilizando esses órgãos, a sonda 
enteral entrega os alimentos diretamente no intestino. 
6- Quais são as consequências com relação à digestão e absorção que essa 
paciente pode apresentar decorrente da cirurgia? Quais cuidados deve tomar? 
O paciente pode ter problemas na digestão e absorção de maneira geral, já que 
houve gastrectomia parcial, e o estômago é responsável pela mistura e digestão dos 
alimentos. Além disso, o volume de alimentos comportados pelo estômago vai 
diminuir. De maneira mais específica, a secreção gástrica de fator intrínseco está 
diretamente associado à absorção de Vitamina B12 (que está relacionado com a 
anemia perniciosa). O paciente deve ter o cuidado de se alimentar de maneira 
regular e com pouco volume de alimentos. Ademais, deve se ter o cuidado de fazer 
a dosagem de Vitamina B12 no sangue do paciente e proceder a suplementação 
parenteral se necessário.

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