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1 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Clínica Cirúrgica, VII° Doença do Refluxo Gastroesofágico - DRGE É uma condição que costuma afetar pacientes: obesos, alcoólicos, tabagistas e que ingerem muito café, bala, frutas cítricas ou gorduras. Ademais, medicamentos que reduzem a pressão do esfíncter esofágico inferior (como bloqueadores de canal de cálcio) podem promover. O esfíncter esofágico inferior regula a passagem de alimentos do esôfago para o estômago e contém tanto o músculo liso intrínseco e quanto músculo esquelético. É NORMAL que hajam períodos de relaxamento desta musculatura, no entanto, na DRGE esses períodos ocorrem com mais frequência, provocando o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. Em casos de refluxo grave os pacientes podem ter uma hérnia do hiato e consequentemente menor pressão do esfíncter inferior em repouso. https://www.msdmanuals.com/pt- pt/profissional/dist%C3%BArbios- gastrointestinais/doen%C3%A7as-do-es%C3%B4fago-e- da-degluti%C3%A7%C3%A3o/h%C3%A9rnia-de-hiato. https://www.todamateria.com.br/esofago/. O dano à mucosa depende da duração do contato com o conteúdo gástrico. Todo este quadro pode causar tosse crônica e pigarro. Diagnóstico, Sinais e Sintomas O diagnóstico é clinico. Utilizamos exames apenas quando necessário. https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7as-do-es%C3%B4fago-e-da-degluti%C3%A7%C3%A3o/h%C3%A9rnia-de-hiato https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7as-do-es%C3%B4fago-e-da-degluti%C3%A7%C3%A3o/h%C3%A9rnia-de-hiato https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7as-do-es%C3%B4fago-e-da-degluti%C3%A7%C3%A3o/h%C3%A9rnia-de-hiato https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7as-do-es%C3%B4fago-e-da-degluti%C3%A7%C3%A3o/h%C3%A9rnia-de-hiato https://www.todamateria.com.br/esofago/ 2 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Pirose e regurgitação são os sintomas mais comuns e costumam ocorrer depois das refeições. Os sintomas podem piorar quando o paciente se deita ou se curva. Sintomas atípicos: tosse, laringite, asma ou erosão dental; Sintomas de alarme: perda de peso, disfagia, odinofagia ou evidência de sangue nas fezes estes sintomas levantam a possibilidade de esofagite, estenose péptica ou câncer; Sintomas incomuns: disfagia, distensão abdominal, saciedade precoce, laringite, globus, erosão do esmalte dentário, halitose, dispepsia. Os sintomas comuns são: Pirose: sensação de queimação no peito depois das refeições. Pode piorar quando o paciente se deita ou se curva; Regurgitação ácida: refluxo de ácido na boca, com sabor azedo ou amargo, principalmente depois das refeições O primeiro passo após suspeição de DRGE é realizar o teste com IBP: prescrever ao paciente IBP por 8 semanas (~2 meses) + MEV (corrigir a alimentação, não ingerir líquidos junto de alimentos sólidos, não ingerir bebidas alcoólicas e quentes, etc.). NÃO HOUVE RESPOSTA CLÍNICA? Realizamos endoscopia digestiva alta (EDA) – sempre indicada em pacientes com sintomas atípicos, recorrentes ou persistentes. A EDA irá confirmar a suspeita de DRGE (esôfago de Barret) ou oferecer um diagnóstico alternativo (neoplasia maligna esofágica, úlcera péptica). OBS.: antes da EDA deve-se suspender a terapia com IBP para adequada avaliação. Esofagite erosiva. https://endoscopiaterapeutica.com.br/classificacao/classi ficacao-de-los-angeles-2/. Em pacientes com sintomas persistentes após terapia com IBP, além da EDA, é recomendado por algumas diretrizes a realização de: PHmetria de impedância; Manometria após endoscopia (avaliação das contrações esofágicas e a função do esfíncter esofágico inferior); Ou ainda Teste ambulatorial de pH ou pHmetria de impedância (realizado com interrupção da terapia com IBP por 7 dias) se a manometria for normal. A pHmetria é um exame que mensura a quantidade de ácido que sai do estômago para o esôfago, ao longo de 24 horas. Este exame sempre será realizado com a https://endoscopiaterapeutica.com.br/classificacao/classificacao-de-los-angeles-2/ https://endoscopiaterapeutica.com.br/classificacao/classificacao-de-los-angeles-2/ 3 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! manometria, que é necessária para avaliar o correto posicionamento do cateter da pHmetria no esôfago. https://www.gastroendo.com.br/exame-phmetria-e- manometria/. Mas o que é a manometria?!? A manometria esofágica é um exame que permite ao médico avaliar e investigar o funcionamento do esôfago (órgão que conduz e empurra o alimento e líquidos da boca para o estômago), analisar sua propulsão, seu vigor contrátil, sua relação com os esfíncteres superior e inferior, utilizando sensores internos de captação de pressão. A manometria do esôfago é realizada sob anestesia local, através de uma sonda colocada em uma das narinas conectada a um computador, onde os registros de pressão são convertidos em traçados e imagens topográficas e colorimétricas (na manometria de alta resolução). https://www.cefidi.com.br/exames/manometria-do- esofago-de-alta-resolucao/. Há ainda a endoscopia por cápsula esofágica e a esofagografia baritada. Organizando as ideias. . . Solicitação de exames em ordem “crescente”: 1°. Teste do inibidor da bomba de prótons (IBP); 2°. Endoscopia digestiva alta (EDA); 3°. PHmetria ambulatorial (pH <4 mais de 4% do tempo é anormal); 4°. Manometria esofágica; 5°. Teste combinado de pHmetria com impedância; 6°. Esofagografia baritada; 7°. Endoscopia por cápsula esofágica. Quais os possíveis diagnósticos diferenciais?!? Síndrome coronariana aguda; Angina estável; Distúrbio esofágico funcional/pirose funcional; Acalasia; Dispepsia funcional (não úlcera); Úlcera péptica; Esofagite eosinofílica; Eosinofilia esofágica com resposta ao inibidor da bomba de prótons; Neoplasia maligna; Refluxo laringofaríngeo. Critérios Definição de Montreal Classificação de Los Angeles da Esofagite Designa os pacientes aos graus A a D, dependendo dos achados endoscópicos das interrupções da mucosa no esôfago distal indicativas de esofagite: Grau A: quebras ≤5 mm https://www.gastroendo.com.br/exame-phmetria-e-manometria/ https://www.gastroendo.com.br/exame-phmetria-e-manometria/ https://www.cefidi.com.br/exames/manometria-do-esofago-de-alta-resolucao/ https://www.cefidi.com.br/exames/manometria-do-esofago-de-alta-resolucao/ 4 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Grau B: quebras >5 mm Grau C: interrupções que se estendem entre os picos ≥2 dobras de mucosa, mas com <75% da circunferência Grau D: interrupções circunferenciais (≥ 75%). Classificação de Savary-Miller A classificação a seguir trata-se da Savary- Miller modificada: Tratamento da DRGE Tratamento da DRGE leve e típica Mudança no estilo de vida: perda de peso para pessoas com sobrepeso; abandono do hábito de fumar para fumantes de tabaco; elevação da cabeceira do leito; e evitar comer muito tarde se houver sintomas noturnos; Tratamento inicial com IBP: realizado em pacientes <40 anos com pirose típica sem nenhum sintoma de alarme realizar IBP em dose padrão por cerda de 8 semanas + MEV; Omeprazol/bicarbonatode sódio: 20/1100 mg a 40/1100 mg (cápsula) por via oral uma vez ao dia ou 20/1680 mg a 40/1680 mg (pó) por via oral uma vez ao dia; Ou: Esomeprazol: 20-40 mg por via oral uma vez ao dia. https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-1002.html. https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-1002.html 5 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Os pacientes que respondem à terapia normalmente precisarão de tratamento de manutenção em longo prazo. A terapia de manutenção com IBP é recomendada para aqueles: Que apresentam sintomas após a descontinuação do IBP; Que apresentam esofagite erosiva e esôfago de Barrett. Tratamento da DRGE não responsiva à Terapia Inicial Iniciar IBP em alta dose + EDA. Se a endoscopia não mostrar esofagite erosiva ou esôfago de Barrett, outros testes diagnósticos deverão ser considerados. E se estivermos lidando com um caso de DRGE com sintomas atípicos e/ou complicados?!? Realizamos EDA imediata. Cirurgia Antirrefluxo A cirurgia (por exemplo, fundoplicatura aberta, fundoplicatura laparoscópica, aumento do esfíncter magnético) é reservada principalmente para pessoas que tiveram uma boa resposta aos IBPs, mas que não aderiram à terapia ou não desejam fazer tratamento médico de longo prazo. https://www.anacarolinabuffara.com/cirurgia-do-refluxo. https://endocad.com.br/Procedimentos-6.html. As diretrizes recomendam as seguintes avaliações pré-operatórias para estabelecer a indicação de cirurgia e auxiliar na seleção do paciente: Monitoramento ambulatorial do pH, se não houver evidência de esofagite erosiva; Manometria, para excluir acalasia ou esôfago tipo esclerodermia. Câncer Esofágico A maioria dos cânceres esofágicos são lesões na mucosa originárias das células epiteliais que revestem o esôfago. Os principais fatores envolvidos no desenvolvimento de adenocarcinoma esofágico incluem: 1. Refluxo gastroesofágico; 2. Esôfago de Barret (metaplasia do revestimento mucoso do esôfago distal): causada por refluxo gastroesofágico persistente; 3. IMC elevado; 4. Sexo masculino (7:1); 5. Dieta: dietas ricas em gorduras totais, gorduras saturadas e colesterol; 6. Tabagismo; 7. Consumo de bebidas alcoólicas; 8. HPV. O câncer esofágico surge na mucosa do esôfago, evolui no local para invadir a submucosa e a camada muscular e pode invadir estruturas adjacentes. https://www.anacarolinabuffara.com/cirurgia-do-refluxo https://endocad.com.br/Procedimentos-6.html 6 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Os 2 principais tipos (somam >95% dos casos) são carcinoma de células escamosas esofágico e adenocarcinoma esofágico. Em pacientes com esôfago de Barret, é indicada vigilância contínua para identificar lesões pré-malignas. Os primeiros sinais de carcinoma de células escamosas ou adenocarcinoma localmente avançados são: disfagia e odinofagia. Sinais comuns: disfagia, odinofagia e perda de peso; Sinais incomuns: rouquidão, soluções e tosse pós-prandial / paroxística. Assim que houver a suspeita de neoplasia esofágica: realizar EDA! Se for visualizada a fístula relacionada a carcinoma esofágico, realizamos biópsia para confirmar a histologia. Exames Diagnósticos A tomografia computadorizada (TC) com contraste do tórax e abdome é realizada se a suspeita de câncer esofágico for alta ou se a biópsia confirmar o diagnóstico - espessura de parede esofágica >5 mm é anormal. A TC pode definir se o tumor se espalhou do esôfago para os linfonodos regionais e/ou estruturas adjacentes e pode indicar a presença de metástases à distância. A ressonância magnética é uma alternativa à TC para estadiamento de câncer esofágico. Há também a tomografia por emissão de pósitrons (PET), é a mais sensível e precisa de todas para detecção de metástases. Estadiamento Classificações do sistema de estadiamento tumor-nodo-metástase (TNM): Tumor primário (T): - TX: Tumor primário não pode ser avaliado - T0: Nenhuma evidência de tumor primário - T1a: Tumor que invade a lâmina própria ou a mucosa muscular - T1b: Tumor que invade a submucosa - T2: Tumor que invade a muscular própria - T3: Tumor que invade a adventícia - T4a: Tumor que invade a pleura, pericárdio ou diafragma - T4b: Tumor que invade outras estruturas adjacentes Linfonodos regionais (N): - NX: os linfonodos regionais não podem ser avaliados - N0: sem metástases linfonodais regionais - N1: Metástase para linfonodos regionais envolvendo 1-2 linfonodos* - N2: Metástase para linfonodos regionais envolvendo 3-6 linfonodos* - N3: Metástase para linfonodos regionais envolvendo 7 linfonodos ou mais* Metástase à distância (M): - MX: a metástase à distância não pode ser avaliada - M0: sem metástase à distância - M1: Metástase distante ou metástase para linfonodos não regionais Exames Diagnósticos 1. EDA: primeiro a ser solicitado. Avalia lesões na mucosa; 2. Tomografia computadorizada de tórax e abdominal: identifica o tamanho do tumor primário, a invasão local e a presença ou ausência de metástases; 3. Ressonância nuclear magnética (RNM) de tórax e abdome: identifica o tamanho do tumor primário, a invasão local e a presença ou ausência de metástases; 4. Tomografia por emissão de pósitrons com fluordesoxiglucose (FDG-PET): 7 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! hiperatividade (pontos de hipercaptação) no local do tumor primário e na doença locorregional; também pode mostrar atividade nos pulmões, fígado ou ossos, sugestiva de metástases; 5. Ultrassonografia endoscópica (USE) ± aspiração com agulha fina (PAAF): identifica a extensão da invasão local e a presença ou ausência de disseminação para linfonodos. Os diagnósticos diferenciais podem ser: esôfago de Barret, acalasia e estenose benigna. Intervenção Cirúrgica Podem ser utilizadas diversas abordagens cirúrgicas, incluindo técnicas minimamente invasivas, como a esofagectomia laparoscópica com preservação do vago e esofagectomia minimamente invasiva (MIO) laparoscópica/ toracoscópica. Esofagectomia trans-hiatal ou cervical: incisão cervical + Laparotomia. Não há risco de mediastinite, anastomose é feita via cervical e tem menor mortalidade (8%). http://oncologiamanaus.blogspot.com/2018/05/vni-na- esofagectomia-o-que-dizem-as.html. Esofagectomia transtorácica: toracotomia + laparotomia. Risco de deiscência das anastomoses, mediastinite e maior mortalidade (20%). ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ BMJ Best Practice. Doença do refluxo gastroesofágico. Abr. 20, 2021. BMJ Best Practice. Câncer esofágico. Ago. 09, 2018. SABISTON, D. C. Jr.; et al. Tratado de cirurgia: A base Biológica da prática. Cirúrgica Moderna. 19. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. http://oncologiamanaus.blogspot.com/2018/05/vni-na-esofagectomia-o-que-dizem-as.html http://oncologiamanaus.blogspot.com/2018/05/vni-na-esofagectomia-o-que-dizem-as.html
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