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Regência Verbal É a parte da Gramática Normativa que estuda a relação entre dois termos, verificando se um termo serve de complemento a outro. A palavra ou oração que governa ou rege as outras chama-se regente ou subordinante; os termos ou oração que dela dependem são os regidos ou subordinados. Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal. A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes relativos (O ideal a que aspira é nobre). Regência é a relação de dependência que existe entre os termos de uma frase. Assim, uma palavra que não tenha sentido completo é complementada por uma ou mais palavras. As relações de regência podem ser indicadas pela posição, pela preposição e pela conjunção subordinativa ou pronome relativo. É a parte da Gramática Normativa que estuda a relação entre dois termos, verificando se um termo serve de complemento a outro. A palavra ou oração que governa ou rege as outras chama-se regente ou subordinante; os termos ou oração que dela dependem são os regidos ou subordinados. Ex.: Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro a uma vida melhor. (desejar) A regência estuda a relação existente entre os termos de uma oração ou entre as orações de um período. A regência verbal estuda a relação de dependência que se estabelece entre os verbos e seus complementos. Na realidade o que estudamos na regência verbal é se o verbo é transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto ou intransitivo e qual a preposição relacionada com ele. Regência é a relação necessária que se estabelece entre duas palavras, uma das quais servindo de complemento a outra (dependência gramatical). É quando ocorre que o termo regente é um verbo. Existem verbos que admitem mais de uma regência, e a relação que se verifica entre as palavras. Por exemplo: quem gosta, gosta de alguma coisa. Assim como o verbo gostar rege a preposição de. Existe entre o verbo e a preposição, um mecanismo, uma relação. A regência se ocupa de estudar essa relação entre as palavras. Na língua falada, no entanto, regência é algo que se aprende intuitivamente, ninguém precisou ensinar para nós que quem gosta, gosta de alguma coisa ou de alguém, ou quem concorda, concorda com alguma coisa ou com alguém. Regência verbal é a relação de dependência, de subordinação, que se estabelece entre os verbos e seus complementos. Regência é a matéria que mais dificuldades traz ao estudante pela variedade de significados e de relações que um mesmo verbo pode ter. É também um estudo polêmico, pois alguns gramáticos admitem determinada regência, outros, regência diferente. Por exemplo: há gramáticos que chamam o verbo "ir" de transitivo circunstancial; outros, de intransitivo. É a relação de subordinação existente entre um complemento(palavra regida) e a palavra cujo sentido é completado. Neste caso é o verbo, que tem seu sentido completado por outro termo. Regência verbal é o nome da relação que se estabelece entre o verbo e o termo que o complementa (objeto direto e objeto indireto) ou caracteriza (adjunto adverbial). TERMO REGENTE = palavra principal a que outra se subordina. TERMO REGIDO = palavra dependente que serve de complemento e que se subordina ao TERMO REGENTE. Assim, a relação entre o verbo (termo regente) e o seu complemento (termo regido) chama-se REGÊNCIA VERBAL, orientada pela transitividade dos verbos que podem se apresentar diretos ou indiretos, ou seja, exigindo um complemento na forma de objeto direto ou indireto. Lembrando que o OBJETO DIRETO é o complemento do verbo que não possui preposição e que também pode ser representado pelos pronomes oblíquos "o, a, os, as". Já o OBJETO INDIRETO vem acrescido de preposição e igualmente pode ser representado pelos pronomes "lhe, lhes". Cuidado, porém, com alguns verbos, como "ASSISTIR e ASPIRAR", que não admitem o emprego desses pronomes. Os pronomes "me, te, se, nos e vos" podem, entretanto, funcionar como objetos diretos ou indiretos. ATENÇÃO: Muitas vezes alguns verbos podem apresentar diferentes regências sem que seus sentidos sejam alterados ou, ao contrário, acarretando diferentes significados e acepções. O verbo pode ligar-se a seus complementos de dois modos: com ou sem o auxílio de uma preposição. Quando não houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO DIRETO e seu complemento de OBJETO DIRETO. Quando houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO INDIRETO e seu complemento de OBJETO INDIRETO. Quando o verbo possuir os dois complementos, chamá-lo-emos de TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO. Além dessas denominações, há o verbo INTRANSITIVO, que não necessita de complementação. Na verdade, os nomes não são absolutamente necessários. O que mais importa é o estudante saber usar o verbo adequadamente, com a preposição quando ele a exigir, sem a preposição quando ele a rejeitar. A maneira em que exporemos a matéria aqui será por intermédio da própria regência do verbo, ou seja, apresentaremos uma pequena lista de verbos transitivos diretos, de transitivos indiretos, de intransitivos etc. Você perceberá que o mesmo verbo aparecerá em listas diferentes, com significados diferentes: são os denominados verbos homônimos, verbos que têm o mesmo nome, mas que são diferentes. E mais uma vez, não se esqueça de que não pretendemos encerrar a discussão em torno de qualquer verbo, ao contrário, o que queremos é alimentá-la. Comecemos com uma pequena lista de verbos que não exigem preposição. São os VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS (VTD). Esses verbos são os únicos que admitem a oração na voz passiva (o sujeito sofre a ação). Quando o objeto direto for representado por um pronome de terceira pessoa (ele, ela, eles, elas), deveremos usar os pronomes O, A, OS, AS. Veja os verbos. Verbos Intransitivos São os verbos que não necessitam de complementação. Sozinhos, indicam a ação ou o fato. Ex.: AS MARGARIDAS MORRERAM. Os verbos chegar e ir são geralmente acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Sendo as preposições a e para indicando direção e em indicando tempo ou meio: Chegamos a Salvador em meados de janeiro. Fui ao cinema no domingo. Fomos para Brasília. VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS São verbos que indicam que o sujeito pratica a ação, sofrida por outro elemento, denominado objeto direto. Por essa razão, uma das maneiras mais fáceis de se analisar se um verbo é transitivo direto é passar a oração para a voz passiva, pois somente verbo transitivo direto admite tal transformação, além de obedecer, pagar e perdoar, que, mesmo não sendo VTD, admitem a passiva. O objeto direto pode ser representado por um substantivo ou palavra substantivada, uma oração (oração subordinada substantiva objetiva direta) ou por um pronome oblíquo. Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto direto são os seguintes: me, te, se, o, a, nos, vos, os, as. Os pronomes oblíquos tônicos que funcionam como objeto direto são os seguintes: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Como são pronomes oblíquos tônicos, só são usados com preposição, por isso se classificam como objeto direto preposicionado. Vamos à lista, então, dos mais importantes verbos transitivos diretos: Há verbos que surgirão em mais de uma lista, pois têm mais de um significado e mais de uma regência. A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes relativos (O ideal a que aspira é nobre). Não exigem preposição. Podem haver os pronomes o, os, a, e as que podem assumir as formas lo, los (após verbos terminados em -r, -s ou -z) ou no, nos (após verbos terminados em -m ou -n) fazendo o papel de objeto direto. O verbo amar é um exemplo universal para os transitivos diretos: Amo aquele homem./ Amo-o. Amo aquela mulher./ Amo-a. Amam aquele menino./ Amam-no. Ele vai amar aquela mulher./ Ele vai amá-la. Os pronomes lhe, lhes apenas acompanham para indicar posse: Quero conhecer-lhe os hábitos. ( = conhecer seus hábitos). ASPIRAR, no significado de sorver, sugar, atrair aos pulmões. Ex.: Extasiado, aspirou o perfume da garota. VISAR, no sentido de mirar ou no de dar visto. Ex.: O policial visou o gatuno. O gerente visou o cheque. AGRADAR, no sentido de fazer agrados, afagar. Ex.: Agradava o namorado, para acalmá-lo. QUERER, no sentido de desejar. Ex.: Os grevistas querem aumento de salário. CHAMAR, no sentido de convocar. Ex.: O governo chamou os jovens para o Serviço Militar. IMPLICAR, no sentido de fazer supor ou de acarretar, trazer como conseqüência. Ex.: A supressão da liberdade implica a violência. ESQUECER e LEMBRAR, quando não forem pronominais. Ex.: A humanidade jamais esquecerá os crimes do Nazismo. A garota lembrava sua irmã, por causa da cor dos cabelos. Vejamos agora outra pequena lista de verbos que exigem a preposição A. São VERBOS TRANSITIVO INDIRETO (VTI). Esses verbos não admitem a oração na voz passiva (o sujeito sofre a ação), a não ser o verbo OBEDECER. Quando o objeto indireto for representado por um pronome de terceira pessoa (ele, ela, eles, elas), deveremos usar os pronomes LHE, LHES ou A ELE, A ELA, A ELES, A ELAS. Eis os verbos. VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS São verbos que se ligam ao complemento por meio de uma preposição. O complemento é denominado objeto indireto. O objeto indireto pode ser representado por um substantivo, ou palavra substantivada, uma oração (oração subordinada substantiva objetiva indireta) ou por um pronome oblíquo. Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são os seguintes: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Os pronomes oblíquos tônicos que funcionam como objeto indireto são os seguintes: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Vamos à lista, então, dos mais importantes verbos transitivos indiretos: Há verbos que surgirão em mais de uma lista, pois têm mais de um significado e mais de uma regência. Alguns verbos transitivos indiretos, com a preposição a, não admitem a utilização do complemento lhe. No lugar, deveremos colocar a ele, a ela, a eles, a elas. Dentre eles, destacam-se os seguintes: Aspirar, visar, assistir(ver), aludir, referir-se, anuir. Quando houver, na oração, um verbo transitivo indireto, com a preposição. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às). Com esta coluna, não pretendemos "fechar" a discussão, ao contrário, o que queremos é alimentá-la, já que a língua não se estagnou no tempo, ao invés, evoluiu. A discussão com cortesia só nos leva a aprender mais, pois ninguém é dono do conhecimento total da gramática. O verbo pode ligar-se a seus complementos de dois modos: com ou sem o auxílio de uma preposição. Quando não houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO DIRETO e seu complemento de OBJETO DIRETO. Quando houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO INDIRETO e seu complemento de OBJETO INDIRETO. Quando o verbo possuir os dois complementos, chamá-lo-emos de TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO. Além dessas denominações, há o verbo INTRANSITIVO, que não necessita de complementação. Na verdade, os nomes não são absolutamente necessários. O que mais importa é o estudante saber usar o verbo adequadamente, com a preposição quando ele a exigir, sem a preposição quando ele a rejeitar. A maneira em que exporemos a matéria aqui será por intermédio da própria regência do verbo, ou seja, apresentaremos uma pequena lista de verbos transitivos diretos, de transitivos indiretos, de intransitivos etc. Você perceberá que o mesmo verbo aparecerá em listas diferentes, com significados diferentes: são os denominados verbos homônimos, verbos que têm o mesmo nome, mas que são diferentes. E mais uma vez, não se esqueça de que não pretendemos encerrar a discussão em torno de qualquer verbo, ao contrário, o que queremos é alimentá-la. Comecemos com uma pequena lista de verbos que não exigem preposição. São os VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS (VTD). Esses verbos são os únicos que admitem a oração na voz passiva (o sujeito sofre a ação). Quando o objeto direto for representado por um pronome de terceira pessoa (ele, ela, eles, elas), deveremos usar os pronomes O, A, OS, AS. Veja os verbos. Vejamos agora outra pequena lista de verbos que exigem a preposição A. São VERBOS TRANSITIVO INDIRETO (VTI). Esses verbos não admitem a oração na voz passiva (o sujeito sofre a ação), a não ser o verbo OBEDECER. Quando o objeto indireto for representado por um pronome de terceira pessoa (ele, ela, eles, elas), deveremos usar os pronomes LHE, LHES ou A ELE, A ELA, A ELES, A ELAS. Eis os verbos. A próxima lista é a dos verbos que tanto podem ser usados com a preposição A quanto sem ela, ou seja, tanto podem ser VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS quanto INDIRETOS. Veja quais são. A última lista de hoje é a dos VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS e INDIRETOS que exigem a preposição A. São verbos que admitem a voz passiva, na parte transitiva direta, a não ser PAGAR e PERDOAR, que a admitem em qualquer circunstância, sejam transitivos diretos ou indiretos. Conheça os verbos. Como combinamos a semana passada, hoje retornaremos à regência verbal. Para que você não precise voltar à coluna anterior, eis aqui a explicação sobre a matéria: Regência verbal é a relação de dependência, de subordinação que se estabelece entre os verbos e seus complementos. Regência é a matéria que mais dificuldades traz ao estudante pela variedade de significados e de relações que um mesmo verbo pode ter. É também um estudo polêmico, pois alguns gramáticos admitem determinada regência, outros, regência diferente. Por exemplo: há gramáticos que chamam o verbo “ir” de transitivo circunstancial; outros, de intransitivo. Com a coluna de hoje, não pretendemos “fechar” a discussão, ao contrário, o que queremos é alimentá-la, já que a língua não se estagnou no tempo, ao invés, evoluiu. A discussão com cortesia só nos leva a aprender mais, pois ninguém é dono do conhecimento total da gramática. O verbo pode ligar-se a seus complementos de dois modos: com ou sem o auxílio de uma preposição. Quando não houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO DIRETO e seu complemento de OBJETO DIRETO. Quando houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO INDIRETO e seu complemento de OBJETO INDIRETO. Quando o verbo possuir os dois complementos, chamá-lo-emos de TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO. Além dessas denominações, há o verbo INTRANSITIVO, que não necessita de complementação. Na verdade, os nomes não são absolutamente necessários. O que mais importa é o estudante saber usar o verbo adequadamente, com a preposição quando ele a exigir, sem a preposição quando ele a rejeitar. A maneira em que exporemos a matéria aqui será por intermédio da própria regência do verbo, ou seja, apresentaremos uma pequena lista de verbos transitivos diretos, de transitivos indiretos, de intransitivos, etc. Você perceberá que o mesmo verbo aparecerá em listas diferentes, com significados diferentes: são os denominados verbos homônimos, verbos que têm o mesmo nome, mas que são diferentes. E mais uma vez, não se esqueça de que não pretendemos encerrar a discussão em torno de qualquer verbo, ao contrário, o que queremos é alimentá-la. Como na coluna anterior já vimos os verbos transitivos diretos (VTD), hoje veremos os TRANSITIVOS INDIRETOS (VTI), TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS (VTDI) e os INTRANSITIVOS (VI). ASPIRAR, no sentido de almejar, ter por fim ou objetivo, pretender. Ex.: Aspiro a ser excelente escotista. VISAR, no sentido de almejar, ter por fim ou objetivo, pretender. Ex.: Viso a ser excelente escotista. AGRADAR, no sentido de ser agradável, causar prazer, satisfazer. Ex.: A gentileza do rapaz agradou a todos. QUERER, no sentido de ter afeição, gostar, estimar. Ex.: Quero-lhe muito, Ester. ASSISTIR, no sentido de estar presente, ver, ou no de caber, competir. Ex.: Assisti à cerimônia. Assistiu à cena estarrecido. Não assistem razões a ele para reclamar. CUSTAR, no sentido de ser difícil ou doloroso. Esse verbo (CUSTAR) não admite a pessoa como sujeito, apenas como objeto indireto. O sujeito sempre será a "coisa" difícil, dolorosa. Ex.: Custava-lhe acreditar que a esposa havia morrido. PROCEDER, no sentido de levar a efeito; fazer, executar, realizar. Ex.: Mandou proceder ao início da competição mesmo sem a presença do representante. OBEDECER e DESOBEDECER. Ex.: Acabou obedecendo à vontade da amada. Alguns VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS que exigem a preposição A não admitem o uso dos pronomes LHE, LHES. Só poderemos usar A ELE, A ELA, A ELES, A ELAS. Eis os verbos: ASPIRAR, VISAR, ASSISTIR (no sentido de estar presente, ver), aludir (fazer alusão, referir-se), referir-se e anuir (dar consentimento, aprovação). Ex.: Confesso que julgo seu cargo o ideal para mim; sempre aspirei a ele. Ex.: Esse filme é ótimo. Todos querem assistir a ele. Ex.: O seu pedido é absurdo, por isso não anuirei a ele. A próxima lista é a dos verbos que tanto podem ser usados com a preposição A quanto sem ela, ou seja, tanto podem ser VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS quanto INDIRETOS. Veja quais são. VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS ASSISTIR, no sentido de acompanhar enfermo, moribundo, parturiente, etc. para prestar-lhe conforto moral ou material ou no de ajudar. Ex.: Sempre assistiu os mais carentes. Ex.: Sempre assistiu aos mais carentes. CHAMAR, no sentido de dar qualidade ou nome; designar; qualificar. Ex.: Chamei-o inteligente. Chamam-lhe sábio. ATENDER, no sentido de dar atenção. Ex.: Não atendeu os meus conselhos. Não atendeu aos meus conselhos. ANTECEDER Ex.: Diversos conflitos antecederam o jogo. Diversos conflitos antecederam ao jogo. PRESIDIR Ex.: Ele ainda presidirá o país. Ele ainda presidirá ao país. RENUNCIAR Ex.: Os eremitas renunciam os bens materiais. Os eremitas renunciam aos bens materiais SATISFAZER Ex.: O chefe satisfez o desejo dos empregados. O chefe satisfez ao desejo dos empregados A última lista de hoje é a dos VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS e INDIRETOS que exigem a preposição A. São verbos que admitem a voz passiva, na parte transitiva direta, a não ser PAGAR e PERDOAR, que a admitem em qualquer circunstância, sejam transitivos diretos ou indiretos. Conheça os verbos. VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS São os verbos que possuem os dois complementos - objeto direto e objeto indireto. CHAMAR, no sentido de repreender, ou no de fazer vir, trazer, ou ainda no de avocar; tomar: Ex.: O professor chamou os alunos rebeldes à atenção. Procurou, por todos os meios, chamá-lo à realidade. Chamou a si a responsabilidade do acontecido. CUSTAR, no sentido de causar trabalho ou transtorno. A irresponsabilidade custou-lhe uma forte repreensão. AGRADECER, PAGAR e PERDOAR. O que esses verbos têm em comum é que o objeto direto sempre será representado pela "coisa", e o objeto indireto, pela "pessoa". Teremos, então, sempre "quem agradece, agradece algo a alguém", "quem paga, paga algo a alguém", "quem perdoa, perdoa algo a alguém". Ex.: Agradeci a meu amigo o convite que me fez. É errada a frase "agradeci o meu amigo pelo convite..." Perdoei-lhe os erros cometidos. Pagar-lhe-ei a dívida em breve. PEDIR. "Quem pede, pede algo a alguém", e nunca "quem pede, pede para alguém fazer algo". Ex.: Pedi aos alunos que ficassem quietos. PREFERIR. Esse verbo não admite "que", "do que", nem palavras ou expressões enfáticas, como "muito, muito mais, mil vezes..." Ex.: Prefiro ficar aqui sozinho a sair com pessoas inconvenientes. Como combinamos a semana passada, hoje retornaremos à regência verbal. Para que você não precise voltar à coluna anterior, eis aqui a explicação sobre a matéria: Regência verbal é a relação de dependência, de subordinação que se estabelece entre os verbos e seus complementos. Regência é a matéria que mais dificuldades traz ao estudante pela variedade de significados e de relações que um mesmo verbo pode ter. É também um estudo polêmico, pois alguns gramáticos admitem determinada regência, outros, regência diferente. Por exemplo: há gramáticos que chamam o verbo “ir” de transitivo circunstancial; outros, de intransitivo. Com a coluna de hoje, não pretendemos “fechar” a discussão, ao contrário, o que queremos é alimentá-la, já que a língua não se estagnou no tempo, ao invés, evoluiu. A discussão com cortesia só nos leva a aprender mais, pois ninguém é dono do conhecimento total da gramática. O verbo pode ligar-se a seus complementos de dois modos: com ou sem o auxílio de uma preposição. Quando não houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO DIRETO e seu complemento de OBJETO DIRETO. Quando houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO INDIRETO e seu complemento de OBJETO INDIRETO. Quando o verbo possuir os dois complementos, chamá-lo-emos de TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO. Além dessas denominações, há o verbo INTRANSITIVO, que não necessita de complementação. Na verdade, os nomes não são absolutamente necessários. O que mais importa é o estudante saber usar o verbo adequadamente, com a preposição quando ele a exigir, sem a preposição quando ele a rejeitar. A maneira em que exporemos a matéria aqui será por intermédio da própria regência do verbo, ou seja, apresentaremos uma pequena lista de verbos transitivos diretos, de transitivos indiretos, de intransitivos, etc. Você perceberá que o mesmo verbo aparecerá em listas diferentes, com significados diferentes: são os denominados verbos homônimos, verbos que têm o mesmo nome, mas que são diferentes. E mais uma vez, não se esqueça de que não pretendemos encerrar a discussão em torno de qualquer verbo, ao contrário, o que queremos é alimentá-la. Como na coluna anterior já vimos os verbos transitivos diretos (VTD), hoje veremos os TRANSITIVOS INDIRETOS (VTI), TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS (VTDI) e os INTRANSITIVOS (VI). Confira as listas: TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "COM" TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "DE" TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "EM" TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "POR" TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS INTRANSITIVOS TRANSITIVOS DIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "COM" SIMPATIZAR, ANTIPATIZAR E IMPLICAR, no sentido de antipatizar. Perceba que esses verbos não são pronominais, ou seja, não existe o verbo “simpatizar-se” nem “antipatizar-se”. Não se deve, portanto, dizer “eu me simpatizei com ela”; o certo é “eu simpatizei com ela”. Ex.1: Todos nós simpatizamos com o professor. Ex.2: O pai dele implica comigo demasiadamente. TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "DE" ESQUECER-SE E LEMBRAR-SE. Não se esqueça de que, se esses verbos não contiverem o pronome (se), serão transitivos diretos, ou seja, serão usados sem a preposição. Ex.1: Esqueci-me do nome de sua namorada. / Esqueci o nome de sua namorada. Ex.2: Lembrei-me de que você me ofendera. / Lembrei que você me ofendera. Obs.: Há um uso erudito desses verbos, que exige a “coisa” como sujeito e a “pessoa” como objeto indireto com a preposição “a”: lembrar, no sentido de “vir à lembrança” e esquecer, no sentido de “cair no esquecimento”. Devem-se formar assim as orações: Lembraram-me os dias da infância = Os dias da infância vieram-me à lembrança. Esqueceram-me os passos daquela dança = Os passos daquela dança caíram no esquecimento. PROCEDER, no sentido de derivar-se, exige a preposição “de”. Ex.: O amor não procede do hábito. VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "EM" CONSISTIR. Ex.: Sua cultura consiste na memorização de sentenças latinas. SOBRESSAIR. Perceba que esse verbo não é pronominal, ou seja, não existe o verbo “sobressair-se”. Não se deve, portanto, dizer “ele se sobressaiu no campeonato”; o certo é “ele sobressaiu no campeonato”. Ex.: Os jogadores que mais sobressaíram no time conseguiram contratos no exterior. TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "POR" TORCER. Esse verbo também pode ser intransitivo, quando se ligar a outra oração iniciada pela preposição “para”, indicando finalidade. Ex.1: Eu torço pelo Santos Futebol Clube, glorioso time brasileiro. Ex.2: Eu torço para o Santos ser o campeão deste ano. CHAMAR, no sentido de invocar. Ex.: O garoto chamava pela mãe desesperadamente. TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS IMPLICAR, no sentido de envolver é transitivo direto e indireto com a preposição “em”. Ex.: Implicaram o prefeito da cidade em negócios ilícitos. AVISAR, ADVERTIR, CERTIFICAR, CIENTIFICAR, COMUNICAR, INFORMAR, LEMBRAR, NOTICIAR, NOTIFICAR e PREVENIR admitem duas construções: “informar algo a alguém” ou “informar alguém de algo”. Ex. 1: A diretora informou os alunos de que a prova seria adiada. Ex. 2: A diretora informou aos alunos que a prova seria adiada. Ex. 3: A diretora informou-lhes que a prova seria adiada. Ex. 4: A diretora informou-os de que a prova seria adiada. VERBOS INTRANSITIVOS ASSISTIR, no sentido de morar, é intransitivo, exigindo a preposição “em”, que dá início a adjunto adverbial de lugar. Ex.: Assisto em Londrina desde que nasci. CUSTAR, no sentido de ter preço, é intransitivo. A palavra que indica o preço funciona como adjunto adverbial de preço. Ex.1: As calças custaram R$80,00. Ex.2: As calças custaram caro. Obs.: As palavras “caro” e “barato” ficarão invariáveis quando participarem de orações em que haja o verbo “custar”. Já em orações com verbos de ligação (ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar...), deverão concordar com o sujeito: “As calças estão caras”. PROCEDER, no sentido de ter fundamento. Ex.: Suas palavras não procedem. MORAR, RESIDIR E SITUAR-SE são intransitivos, exigindo a preposição “em”, iniciando adjunto adverbial de lugar. Ex.1: Moro em Londrina desde que nasci. Ex.2: A empresa situa-se na av. Duque de Caxias. DEITAR-SE, LEVANTAR-SE E SENTAR-SE são intransitivos e pronominais, ou seja, só podem ser usados com o pronome. É inadequado então o uso “em deitei cedo ontem”; o certo é “eu deiotei-me cedo ontem”. Ex.1: Quando se deitou, sentiu a dor no peito. Ex.2: Levante-se, garoto preguiçoso. Ex.3: Sentei-me na cadeira errada. IR, VIR, VOLTAR, CHEGAR, CAIR, COMPARECER E DIRIGIR-SE são intransitivos, exigindo a preposição “de”, na indicação de procedência, a preposição “a”, na indicação de destino, e a preposição “para” na indicação de mudança definitiva. Ex.1: Cheguei de São Paulo hoje, irei a Curitiba amanhã. Ex.2: Irei para Ribeirão Preto, pois consegui um excelente emprego na UBB. VERBOS QUE TANTO PODEM SER TRANSITIVOS DIRETOS QUANTO TRANSITIVOS INDIRETOS COM A PREPOSIÇÃO "DE" ABDICAR, que também pode ser INTRANSITIVO. Ex.1: Abdicarei esse dinheiro para poder viver em paz. Ex.2: Abdicarei desse dinheiro para poder viver em paz. Ex.3: D. Pedro I abdicou. GOZAR, no sentido de desfrutar, usufruir. Não se esqueça de que esses dois verbo não admitem a preposição “de”; somente o verbo gozar. Ex.: Ele gozava do privilégio de atrair a atenção. VERBOS QUE TANTO PODEM SER TRANSITIVOS DIRETOS QUANTO TRANSITIVOS INDIRETOS COM A PREPOSIÇÃO "EM" ATENTAR, que também pode ser usado com a preposição “para”. Ex.1: Atente as explicações do professor. Ex.2: Atente nas explicações do professor. Ex.3: Atente para esse quadro. Veja como é belo. COGITAR, que também pode ser usado com a preposição “de”. Ex.1: Não cogito ir ao Rio. Ex.2: Não cogito em ir ao Rio. Ex.3: Não cogito de ir ao Rio. CONSENTIR Ex.1: A maioria dos constituintes consentiu a adoção de medidas sociais. Ex.2: Consentiu em fazer horas extras. VERBOS QUE TANTO PODEM SER TRANSITIVOS DIRETOS QUANTO TRANSITIVOS INDIRETOS COM A PREPOSIÇÃO "POR" ANSIAR. Ex.1: Sonha, deseja e anseia a luz do Oriente. Ex.2: Ansiava por vê-lo sofrendo. ALMEJAR, que também pode ser transitivo direto e indireto com a preposição “a”. Ex.1: Vive a almejar a paz. Ex.2: Almeja por uma vida tranqüila. Ex.3: Almeja um futuro brilhante aos filhos. VERBOS QUE TANTO PODEM SER TRANSITIVOS INDIRETOS QUANTO INTRANSITIVOS FALTAR. Ex.1: Faltaram-lhe as forças. Ex.2: A maioria dos alunos faltou. BASTAR. Ex.1: Não basta o prejuízo: há, ainda por cima, o sofrimento. Ex.2: Pouco lhe bastará para esta viagem: tem hábitos módicos. RESTAR Ex.1: Resta uma só esperança. Ex.2: Só me restam as recordações. Alguns verbos costumam apresentar problemas de regência, uma vez que o uso popular se apresenta em desacordo com a norma culta. Outros, no entanto, costumam apresentar certa dificuldade porque possuem mais de um sentido e, conseqüentemente, mais de uma regência. Relação de um verbo sobre seus complementos (OD, OI) e adjuntos adverbiais. Em alguns casos a variação de regência provoca uma alteração de sentido do verbo. A seguir colocaremos um quadro de verbos cuja regência pode vir a ser duvidosa: Verbo Classificação Significado Exemplo Aspirar VTD sorver, respirar Os atletas aspiravam com prazer o ar das montanhas. VTI pretender, desejar O vereador récem-eleito aspirava a um alto cargo. Assistir VTI estar presente, presenciar Ontem assisti a um filme iraniano. VTD ou VTI acompanhar, prestar assistência O médico assiste o doente (ou ao doente) VI morar, residir (rege adjunto adverbial com a preposição "em") Minha comadre assiste e Santos. Chamar VTD Convocar, fazer vir Chamem a polícia! VTI invocar (exige a preposição "por") O pai chamava desesperadamente pela filha. VTD ou VTI Cognominar, qualificar, denominar + predicativo do objeto Chamava-o irresponsável. Chamava-o de irresponsável. Chegar e ir VI (exige a preposição "a" quando indicam lugar) Cheguei ao cinema 20 minutos atrasado. Vou ao cinema 2 vezes por semana. Esquecer e lembrar VTD (quando não pronominais) Que chateação! Esqueci o nome dele. VTI (quando pronominais exigem a preposição "de") Esqueci-me do livro. VTI cair no esquecimento / vir a lembrança Esqueceram-me as chaves em casa. Informar VTD dar notícias, esclarecer Os jornais informaram o público consumidor. VTDI (mesmo sentido) A secretário informou a nota ao aluno. Morar e Residir VI (exigem adjuntos adverbiais com a preposição em) Moro em São Paulo. Resido em Jundiaí. Obedecer e Desobedecer VTI (exigem a preposição "a") O bom motorista obedece às leis do trânsito. Pagar e Perdoar VTD (quando o objeto é coisa) Paguei a conta. VTI (quando o objeto é pessoa) Perdoei aos inimigos. VTDI Paguei a conta ao feirante. Preferir VTDI quere antes, escolher Prefiro o amor à guerra. VTD dar primazia a, determinar-se por Preferimos a alegria, não aceitamos a dor. Querer VTD desejar Ela queria o disco da Gal, mas não o quer mais VTI estimar, querer bem (exige a preposição "a"). Eu quero a meus amigos e sempre lhes quis. Simpatizar e Antipatizar VTI (exige a preposição "com"; não são pronominais) Simpatizava com a idéia. Simpatizei com ele. Visar VTD mirar, pôr visto Visou o alvo e atirou. VTI ter em vista, pretender (exige a preposição "a") Homem sem escrúpulos, só visava a uma posição de destaque. Namorar VTD Namorar a alguém. Fonte: Gramática Reflexiva. Texto, semântica e interação. Observações: 1) Os verbos transitivos indiretos (exceção feita ao verbo obedecer), com raras exceções, não admitem voz passiva. Assim, construções como: O filme foi assistido pelos alunos. O cargo era visado pelos funcionários. devem ser consideradas erradas. Corrija-se para: Os alunos assistiram ao filme. Os funcionários visavam ao cargo. Nós assistimos ao filme. (Errado: O filme foi assistido por nós.) 2) Não se deve dar um único complemento a verbos de regências diferentes. Assim, construções como: Entrou e saiu da sala. Assisti e gostei do filme. devem ser consideradas erradas. Corrija-se para: Entrou na sala e saiu dela. Assisti ao filme e gostei dele. 3) As formas oblíquas o, a, ao, as funcionam como complementos de verbos transitivos diretos, enquanto as formas lhe, lhes funcionam como complemento de verbos transitivos indiretos. Ex.: Convidei o amigo. Convidei-o. Obedeço ao amigo. Obedeço-lhe. Quero o livro. Quero-o. Quero a meus pais. Quero-lhes. 4) Havendo pronome relativo, quando exigida pelo verbo, a preposição desloca-se para antes dele, ou seja, para antes do pronome relativo. Ex.: Esta é a faculdade a que aspiro. Este é o autor a cuja obra me refiro. Este é o autor de cuja obra gosto. Estes são os filmes a que assisti. 5. Os pronomes "eu" e "tu" não podem vir regidos de preposição. Ex: Sandra sentou-se entre mim e minha prima. (Errado: ...entre eu e.....) Atenção! Toda vez que "eu" e "tu" for sujeito pode ser acompanhado de preposição. Mim e ti não é usado porque pronome obliquo não pode ser sujeito. Ex: Você entregou os textos para eu corrigir. Vejamos a regência de alguns verbos. ASPIRAR O verbo "aspirar" varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-se da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão. O verbo "aspirar", dentre outras acepções, pode se apresentar como: • verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de almejar, desejar; rege a preposição "a" e não admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe", mas sim "o(s)" e "a(s)"; • verbo transitivo direto: aponta para o sentido de respirar, cheirar, inalar e não rege qualquer preposição. A regência verbal é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim, quando o verbo "aspirar" for empregado para indicar o sentido apontado em (1) é obrigatória a presença da preposição regida. Exemplos: 1. Os quase mil candidatos aspiravam a única vaga disponível. [Inadequado] Os quase mil candidatos aspiravam à única vaga disponível. [Adequado] Os quase mil candidatos aspiravam-na. [Adequado] ...[termo regente: aspirar a = desejar] 2. E eu era obrigado a aspirar ao mau cheiro dos canaviais... [Inadequado] E eu era obrigado a aspirar o mau cheiro dos canaviais... [Adequado] E eu era obrigado a aspirá-lo. [Adequado] ...[termo regente: aspirar = inalar]Repetindo: a) No sentido sorver, absorver, cheirar (pede objeto direto - não tem preposição) Ex.: Aspiro o ar fresco de Rio de Contas. b) No sentido de pretender, ambicionar, objetivar, almejar, pede objeto indireto - tem preposição "a". Ela aspira a um emprego bem remunerado. O jovem aspira à carreira militar. Ex.: Ele aspira à carreira de jogador de futebol. Aspiramos o ar frio da serra. Aspirou o perfume do roseiral. Obs.: não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo) Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro a uma vida melhor. (desejar) A regência e os verbos pronominais Os verbos pronominais são termos que, em geral, regem complementos preposicionados. São considerados verbos pronominais aqueles que se apresentam sempre com um pronome oblíquo átono como parte integrante do verbo (ex.: queixar-se, suicidar-se). Alguns verbos pronominais, porém, podem requerer um complemento preposicionado. É o caso, por exemplo, do verbo "queixar-se" (queixar-se de) e não do verbo "suicidar-se". Quando os verbos pronominais exigirem complemento, esse deve sempre vir acompanhado de preposição. Exemplos: 1. Naquele momento os fiéis arrependeram-se os seus pecados. [Inadequado] Naquele momento os fiéis arrependeram-se dos seus pecados. [Adequado] ...[dos: de + os = dos / de = preposição] ...[dos seus pecados: objeto indireto] 2. Os biólogos do zoológico local dedicam-se as experiências genéticas. [Inadequado] Os biólogos do zoológico local dedicam-se às experiências genéticas. [Adequado] ...[às: a (preposição) + as (artigo) = às] ...[às experiências genéticas: objeto indireto] Note que, no exemplo (2), o verbo "dedicar-se" não é essencialmente pronominal, mas sim acidentalmente pronominal. Isto é, esse verbo pode se apresentar sem o pronome oblíquo e, nesse caso, deixa de ser pronominal (ex.: Ele dedicou sua vida ao pobres). Casos como esse, porém, demonstram que, em princípio, qualquer verbo pode se tornar pronominal e, portanto, possuir um complemento preposicionado. A regência e as orações subordinadas Um período composto é aquele que apresenta uma oração principal e uma ou mais orações dependentes desta principal. As orações subordinadas são dependentes e, em geral, ligam-se à oração principal por meio de conectivos (pronomes, conjunções e etc.). As orações subordinadas adjetivas e as orações subordinadas adverbiais, quando introduzidas por um pronome relativo (que, qual, quem e etc.), devem conservar a regência dos seus verbos. Exemplo: 1. A vaga para o emprego o qual/que eu lhe falei continua aberta. [Inadequado] A vaga para o emprego do qual/de que eu lhe falei continua aberta. [Adequado] ...[A vaga para o emprego continua aberta: oração principal] ...[do qual eu lhe falei: oração subordinada] ...[falei de emprego a você = de que/do qual OU falei sobre o emprego a você = sobre o qual] Notem que a preposição regida pelo verbo da oração subordinada vem antes do pronome relativo. Deve-se compreender, no entanto, que essa regência verbal é relativa ao verbo da oração subordinada (falei de/ falei sobre) e não ao verbo da oração principal (continua). Vejamos outro exemplo: 1. A pessoa que me casei é muito especial. [Inadequado] A pessoa com quem me casei é muito especial. [Adequado] ...[A pessoa é muito especial: oração principal] ...[com quem me casei: oração subordinada] ...[casei-me com a pessoa = com quem] A regência e o uso de preposições Na construção de uma unidade significativa, algumas palavras exigem o acompanhamento de outros elementos da língua. Essa relação de dependência com vistas à formação de um significado é chamada regência. A regência pode ser direta, quando a relação de dependência é imediata, ou indireta, quando ela é intermediada por outros elementos da língua, como as preposições. A regência do substantivo sobre o adjetivo (como em "a menina bonita"), ou do verbo transitivo direto sobre seu complemento (ex.: "Maria ama Pedro") se dá de forma direta, enquanto a regência do substantivo sobre outro substantivo (como em "a filha de Maria") ou de um verbo transitivo indireto sobre seu complemento (ex.: "Maria gosta de Pedro") se faz necessariamente por meio de uma preposição. Nos casos de regência indireta, é preciso observar que nem todas as preposições podem desempenhar o papel de ligar o regente ao regido. Além disso, o uso de uma ou outra preposição pode provocar alterações de significado bastante consideráveis (ex.: "ir para casa", "ir de casa", "ir na casa", etc.). Por isso, é preciso estar atento para o conjunto de preposições exigidas pelo regente, e para as implicações do seu uso. A seguir alguns verbos da língua portuguesa que envolvem problemas freqüentes quanto à regência: CONSTRUÇÃO INADEQUADA CONSTRUÇÃO ADEQUADA estar de (greve) estar em (greve) namorar com namorar arrasar com arrasar repetir de (ano) repetir o (ano) Exemplos: 1. Suzana continuava a dizer que namorava com Mário. [Inadequado] Suzana continuava a dizer que namorava Mário. [Adequado] 2. Meus pais não suportariam se eu repetisse de ano! [Inadequado] Meus pais não suportariam se eu repetisse o ano! [Adequado] Observação: - São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES como complemento, estando em seu lugar a ele (a/s): aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se, anuir. - Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e TI, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo. - Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa singular, acompanhados do pronome se, não admitem plural. É que, neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o verbo a ficar na terceira pessoa do singular. (Precisa-se de novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia) Considerações sobre alguns verbos: •Aspirar O verbo "aspirar" varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-se da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão. O verbo "aspirar", dentre outras acepções, pode se apresentar como: verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de almejar, desejar; rege a preposição "a" e não admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe", mas sim "o(s)" e "a(s)"; verbo transitivo direto: aponta para o sentido de respirar, cheirar, inalar e não rege qualquer preposição. a) no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.: Aspirou o ar puro da manhã. Como é bom aspirar a brisa da tarde. Aspirei muita poeira, limpando aqueles livros velhos. Ao abrir a janela, aspirei o ar puro da manhã. b) no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava. Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro a uma vida melhor. (desejar) a) No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição) Ex.: Aspiro o ar fresco de Rio de Contas. b) No sentido de almeja, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a") Ex.: Ele aspira à carreira de jogador de futebol Ele sempre aspirou ao cargo de presidente da República. Todos aspiram a uma vida melhor. Observação: Neste caso, não se admite o pronome átono "lhe" que deve ser substituído pelas formas "a ele, a ela", etc. Exemplo: Aquele aumento de salário?! Aspiro a ele desde o ano passado. Obs.: não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo) a) No sentido de cheirar, respirar, pede objeto direto. Exemplos: Aspiramos o ar frio da serra. Aspirou o perfume do roseiral. b) No sentido de pretender, ambicionar, pede objeto indireto com preposição 'a'. Ela aspira a um emprego bem remunerado. O jovem aspira à carreira militar. •Assistir a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição. (TD ou TI - com a preposição A) No sentido de prestar auxílio, ajudar, pede objeto direto ou objeto indireto, indiferentemente. Exemplos: O médico assiste ao doente. O médico assiste o doente. Ex.: Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos. / Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos. Ex.: O técnico assistia os jogadores novatos. b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a ou ter direito. No sentido de ser espectador, pede objeto indireto com preposição (TI - preposição A). Ex.: Assistimos a um bom filme / Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado. Ex.: Não assistimos ao show. Assistia a tudo em silêncio. Assistimos a um ótimo espetáculo teatral. c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a. No sentido de caber direito ou razão, pede objeto indireto com preposição 'a'. Este é um direito que me assiste. Nem lhe assistem razões para que assim proceda. Este é um direito que assiste ao dono da casa. Ex.: Assiste ao homem tal direito. d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em. Ex.: Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília.. Obs.: não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo) Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo. Assisto na Vila Coimbra desde a infância. Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição em. Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa Catarina. •Namorar – não se usa com preposição. Namorar é sempre VTD. Só se usa a preposição com, para iniciar Adjunto Adverbial de Companhia. Esse verbo possui os significados de inspirar amor a, galantear, cortejar, apaixonar, seduzir, atrair, olhar com insistência e cobiça, cobiçar. Ex.: Joana namora Antônio. Ex.: Ela namorava o filho do delegado / O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa. Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a. Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O aluno desobedeceu ao professor. Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com. Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor de História. Estes verbos não são pronominais, portanto, são considerados construções erradas quando aparecem acompanhados de pronome oblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-me com meu professor de História. •Preferir Este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposição e o outro com a preposição a. Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica. Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc. Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica. - Esquecer/lembrar (Ver Verbo Esquecer e Lembrar no final do texto) a- Quando não forem pronominais: são usados sem preposição. Ex.: Esqueci o nome dela. b- Quando forem pronominais: são regidos pela preposição de. Ex.: Lembrei-me do nome de todos. •Visar a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.: Disparou o tiro visando o alvo. b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Ex.: Visaram os documentos. c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição a. Ex.: Viso a uma situação melhor. •Querer a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição. Ex.: Quero viajar hoje. b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição a. Ex.: Quero muito aos meus amigos. •Proceder a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição. Ex.: Suas queixas não procedem. b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição de. Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo. c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a. Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteriosa. •Pagar/ perdoar a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não exigem preposição. Ex.: Ela pagou a conta do restaurante. b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: são regidos pela preposição a. Ex.: Perdoou a todos, Informar a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções: 1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições de ou sobre). Ex.: Informou todos do ocorrido. 2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto de coisa. Ex.: Informou a todos o ocorrido. •Implicar A vida de casado implica em renúncia ou implica renúncia. Volto a lembrar que regência outra coisa não é que a relação de dependência que se estabelece entre as palavras ou entre orações. Regência verbal é a ligação do verbo com o seu complemento. A dúvida é sobre qual das frases, a correta: A vida de casado implica em renúncia ou A vida de casado implica renúncia. Pela regência clássica, o correto é o segundo exemplo, sem preposição, porque o verbo nessa oração tem o significado de "conseqüência" e aí é transitivo direto. Usando outro verbo poderíamos dizer: O casamento traz como conseqüência a renúncia. O verbo implicar é de regência variada, tem várias significações e conforme o conceito será a regência. A saber: 1 – É verbo intransitivo, não precisa de complemento, pois expressa uma idéia completa – ação se exaure no próprio verbo e significa: ser inconciliável, incompatível: "Duas interpretações que implicam notoriamente" (Michaelis: Moderno Dicionário, Melhoramentos, 1998). 2 – É verbo transitivo direto, necessitando de complemento que se liga ao verbo sem preposição, de objeto direto portanto, quando significar: a – tornar confuso, embaraçar: O lusco-fusco implica o entardecer; b – dar a entender, pressupor: O bem escrever implica leituras; c - trazer como conseqüência: O casamento implica renúncia; d – tornar necessário, indispensável, exigir: Agir conforme a lei implica muitos deveres; e – dar a entender, supor: "Seus atos implicam um nobre caráter" (Michaelis: op. cit.) 3 – É verbo transitivo indireto, isto é, o complemento (objeto indireto) exige preposição nos significados: a – contender: Implicava com os empregados; c- ser incompatível: São condutas que implicam com a lei de Deus; d- antipatizar: As mulheres se implicam com a Tiazinha (obs: neste exemplo, o verbo também é pronominal). 4 – É verbo transitivo direto e indireto, pois necessita de dois complementos, um direto e outro indireto, quando seu sentido for de: a – comprometer: Implicaram o jovem em crime de furto. b – ser a causa, originar: A falta de licença ambiental implicou a paralisação da duplicação da rodovia. Escritores modernos vêm admitindo nesse verbo dupla regência verbal, e os gramáticos as justificam entendendo que isso é um fato dinâmico da língua contemporânea. Para eles, se o sentido da frase for "redundar" (O casamento redunda em renúncia - A falta de licença ambiental redundou na paralisação), o verbo implicar pode ser preposicionado, porque o verbo redundar é transitivo indireto (quem redunda, redunda em alguma coisa). Todavia, pela regência clássica, quando o verbo implicar tiver o sentido de trazer conseqüência, exige unicamente objeto direto. Assim, a vida de casado implica renúncia... a)no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a preposição em. TD e I com a preposição EM, quando significar envolver alguém. Ex.: Implicou o negociante no crime. Ex.: Implicaram o advogado em negócios ilícitos. b) TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência, acarretar. No sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição. Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências. Ex.: Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade / Suas palavras implicam denúncia contra o deputado. c) TI com a preposição COM, quando significar antipatizar. no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com. Ex.: Não sei por que o professor implica comigo. Ex.: Implica com ela todo o tempo. Obs.: Emprega-se preferentemente sem a preposição EM (Magistério implica sacrifícios) •Custar a) No sentido de ser difícil será TI, com a preposição A. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto. No sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o problema. Custou-me acreditar em Hipocárpio. e não Eu custei a acreditar... b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição. Ex.: O carro custou-me todas as economias. c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição. Ex.: Imóveis custam caro. No sentido de causar transtorno, dar trabalho será TD e I, com a preposição A. Ex.: Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família. d) No sentido de ter preço será intransitivo Ex.: Estes sapatos custaram R$50,00. •ACONSELHAR (TD e I) Ex.: Aconselho-o a tomar o ônibus cedo / Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo •AGRADAR a) No sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição). Ex.: Agrado minhas filhas o dia inteiro / Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia. A avó passava o dia agradando os netinhos. A mãe costumava agradar a filha quando esta era pequena. b) No sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a"). Ex.: As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo. •AGRADECER TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa. Ex.: Agradecer-lhe-ei os presentes / Agradeceu o presente ao seu namorado AGUARDAR (TD ou TI) Ex.: Eles aguardavam o espetáculo / Eles aguardavam pelo espetáculo. •ATENDER Atender pode ser TD ou TI, com a preposição a. Atenderam o meu pedido prontamente. Atenderam ao meu pedido prontamente. a) No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto b) No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a. Obs.: se o complemento for um pron. pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor atendeu-os) • CERTIFICAR (TD e I) Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de algo. Obs.: observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando o OI for um substantivo feminino (que exija o artigo) Ex.: Certifico-o de sua posse / Certifico-lhe que seria empossado / Certificamo-nos de seu êxito no concurso / Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos • CHAMAR a) TD, quando significar convocar. Ex.: Chamei todos os sócios, para participarem da reunião. b) TI, com a preposição POR, quando significar invocar. Ex.: Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu. c) TD e I, com a preposição A, quando significar repreender. Ex.: Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula / Chamei-o à atenção. Obs.: A expressão Chamar a atenção de alguém não significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam) d) Pode ser TD ou TI, com a preposição A, quando significar dar qualidade. A qualidade pode vir precedida da preposição DE, ou não. Ex.: Chamaram-no irresponsável / Chamaram-no de irresponsável / Chamaram-lhe irresponsável / Chamaram-lhe de irresponsável. • CHEGAR, IR, VOLTAR (Intrans.) Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação. Esses verbos exigem a preposição A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência. Obs.: quando houver a necessidade da preposição A, seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá crase (Vou à Bahia) a) no emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM Ex.: Cheguei tarde à escola. / Foi ao escritório de mau humor. b) se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA. Ex.: Se for eleito, ele irá para Brasília. c) quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM. Ex.: Cheguei no ônibus da empresa. / A delegação irá no vôo 300. d) Voltou para a sua pátria. Voltarei à França em breve. • COGITAR Pode ser TD ou TI, com a preposição EM, ou com a preposição DE. Ex.: Começou a cogitar uma viagem pelo litoral / Hei de cogitar no caso / O diretor cogitou de demitir-se. • COMPARECER (Intrans.) Ex.: Compareceram na sessão de cinema. / Compareceram à sessão de cinema. • COMUNICAR (TD e I) Admite duas construções alternando algo e alguém entre OD e OI. Ex.: Comunico-lhe meu sucesso / Comunico meu sucesso a todos. DESFRUTAR E USUFRUIR (TD) Ex.: Desfrutei os bens de meu pai / Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam • ENSINAR - TD e I Ex.: Ensinei-o a falar português / Ensinei-lhe o idioma inglês • FALTAR, RESTAR E BASTAR Podem ser intransitivos ou TI, com a preposição A. Ex.: Muitos alunos faltaram hoje / Três homens faltaram ao trabalho hoje / Resta aos vestibulandos estudar bastante. • INFORMAR (TD e I) Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo. Ex.: Informei-o de que suas férias terminou / Informei-lhe que suas férias terminou • MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intrans.) Morar, Residir, Situar-se, Estabelecer-se, Estar Situado. Por serem verbos de quietação, estáticos, pedem a preposição 'em'. Exemplos: Moro na rua dos Andradas. Resido num bairro calmo. O edifício situa-se num local aprazível. O comerciante estabeleceu-se no centro da cidade. O prédio está situado em zona de muito movimento. Seguidos da preposição EM e não com a preposição A, como muitas vezes acontece. Ex.: Moro em Londrina / Resido no Jardim Petrópolis / Minha casa situa-se na rua Cassiano. • OBEDECER, DESOBEDECER (TI) Ex.: Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais? Obs.: verbos TI que admitem formação de voz passiva • PAGAR, PERDOAR São TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa. Ex.: Paguei a conta ao Banco / Perdôo os erros ao amigo Obs.: as construções de voz passiva com esses verbos são comuns na fala, mas agramaticais • PEDIR (TD e I) Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo. Ex.: Pediram-lhe perdão / Pediu perdão a Deus. • PRECISAR a) No sentido de tornar preciso (pede objeto direto). Ex.: O mecânico precisou o motor do carro. b) No sentido de ter necessidade (pede a preposição de). Ex.: Preciso de bom digitador. • PREFERIR (TD e I) Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que. Ex.: Preferia um bom vinho a uma cerveja. • PROCEDER a) TI, com a preposição A, quando significar dar início. Ex.: Os fiscais procederam à prova com atraso. b) TI, com a preposição DE, quando significar derivar-se, originar-se. Ex.: Esse mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu. c) Intransitivo, quando significar ter fundamento. Ex.: Suas palavras não procedem! • QUERER a) No sentido de deseja, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD) Ex.: Quero meu livro de volta / Sempre quis seu bem b) No sentido de querer bem, estimar (TI - preposição A). Ex.: Maria quer demais a seu namorado. • RENUNCIAR Pode ser TD ou TI, com a preposição A. Ex.: Ele renunciou o encargo / Ele renunciou ao encargo • RESPONDER TI, com a preposição A, quando possuir apenas um complemento. Ex.: Respondi ao bilhete imediatamente / Respondeu ao professor com desdém. Obs.: nesse caso, não aceita construção de voz passiva • REVIDAR (TI) Ex.: Ele revidou ao ataque instintivamente. • SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI) Com a preposição COM. Não são pronominais, portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se. Ex.: Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela. • SOBRESSAIR (TI) Com a preposição EM. Não é pronominal, portanto não existe sobressair-se. Ex.: Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias. • VISAR a) no sentido de ter em vista, objetivar (TI - preposição A) Ex.: Não visamos a qualquer lucro. b) No sentido de apontar arma ou dar visto (TD) Ex.: Ele visava a cabeça da cobra com cuidado / Ele visava os contratos um a um. Obs.: se TI não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele (a/s) Constar a) No sentido de ser composto de, pede objeto indireto com preposição 'de'. b) No sentido de estar registrado, é regido pela preposição 'em'. Suceder a) No sentido de acontecer, é intransitivo. b) No sentido de substituir, pede objeto indireto com preposição 'a'. Pisar Pede objeto direto. Evite construções com a preposição 'em'. Exemplos: Pisei o pé de Maria. Pisei a grama. Pisou a barra da calça. Abraçar Exemplos: Pedro abraçou o pai. Pedro abraçou-se ao pai. Pedro abraçou-se no pai. Pedro abraçou-se com o pai. Compartilhar é sempre VTD. Berenice compartilhou o meu sofrimento. Torcer é VTI, com a preposição por. Pode ser também verbo intransitivo. Somente neste caso, usa-se com a preposição para, que dará início a Oração Subordinada Adverbial de Finalidade. Para ficar mais fácil, memorize assim: Torcer por + substantivo ou pronome. Torcer para + oração (com verbo). Estamos torcendo por você. Estamos torcendo para você conseguir seu intento. Verbos Transitivos Diretos e Indiretos São os verbos que possuem os dois complementos - objeto direto e objeto indireto. Chamar será VTDI, com a preposição a, quando significar repreender. Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula. Chamei-o à atenção. Obs.: A expressão Chamar a atenção de alguém não significa repreender, e sim fazer se notado. Por exemplo: O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam. Implicar será VTDI, com a preposição em, quando significar envolver alguém. Implicaram o advogado em negócios ilícitos. Custar será VTDI, com a preposição a, quando significar causar trabalho, transtorno. Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família. Agradecer, Pagar e Perdoar são VTDI, com a preposição a. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa. Agradeci a ela o convite. Paguei a conta ao Banco. Perdôo os erros ao amigo. Pedir é VTDI, com a preposição a. Sempre deve ser construído com a expressão Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo. Pedimos a todos que tragam os livros. Preferir é sempre VTDI, com a preposição a. Com esse verbo, não se deve usar mais, muito mais, mil vezes, nem que ou do que. Prefiro estar só a ficar mal-acompanhado. Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são VTDI, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo. Advertimos aos usuários que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos. Advertimos os usuários de que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos. Quando houver, na oração, um verbo transitivo direto e indireto, com a preposição a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às). Advertimos às alunas que não poderiam usar a sala fora do horário de aula. Sinopse - São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES como complemento, estando em seu lugar a ele (a/s): aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se, anuir. - Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e I, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo. - Os verbos transitivos indiretos na 3ª pess. sing., acompanhados do pronome se, não admitem plural. É que, neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o verbo a ficar na terceira pessoa do singular. (Precisa-se de novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia) Obs.: 1. Os verbos transitivos indiretos, com raras exceções, não admitem voz passiva. Ex: Nós assistimos ao filme. (Errado: O filme foi assistido por nós.) 2. Não se deve sar um único complemento a verbos de regências diferentes Ex: Assisti ao filme e gosteim dele. (Errado: assisti e gostei do filme.) 3. Havendo pronome relativo, a preposição, quando exigida pelo verbo, deve deslocar-se para antes do pronome relativo. Ex: Estes são os filmes a que assisti. Este é o autor de cuja obra gosto. 4. Os pronomes "eu" e "tu" não podem vir regidos de preposição. Ex: Sandra sentou-se entre mim e minha prima. (Errado: ...entre eu e.....) Atenção! Toda vez que "eu" e "tu" for sujeito pode ser acompanhado de preposição. Mim e ti não é usado porque pronome obliquo não pode ser sujeito. Ex: Você entregou os textos para eu corrigir. •ESQUECER e LEMBRAR a) quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE. Ex.: Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó b) constroem-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome Ex.: Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante. ESQUECER-SE E LEMBRAR-SE. Não se esqueça de que, se esses verbos não contiverem o pronome (se), serão transitivos diretos, ou seja, serão usados sem a preposição. Ex.1: Esqueci-me do nome de sua namorada. / Esqueci o nome de sua namorada. Ex.2: Lembrei-me de que você me ofendera. / Lembrei que você me ofendera. Obs.: Há um uso erudito desses verbos, que exige a “coisa” como sujeito e a “pessoa” como objeto indireto com a preposição “a”: lembrar, no sentido de “vir à lembrança” e esquecer, no sentido de “cair no esquecimento”. Devem-se formar assim as orações: Lembraram-me os dias da infância = Os dias da infância vieram-me à lembrança. Esqueceram-me os passos daquela dança = Os passos daquela dança caíram no esquecimento. Dependendo do matiz de significação que se queira dar ao verbo, este poderá se apresentar transitivo direto ou indireto e pronominal, acompanhado dos pronomes me, te, se, etc. Exemplos: Esqueci o livro sobre a mesa. Esqueci-me do livro... Não esqueça as suas tarefas. Não se esqueça das suas tarefas. Já esqueci totalmente o latim. Já me esqueci totalmente do latim. Na língua do Brasil, no entanto, surgiu uma fusão dessas duas possibilidades: esquecer de algo ou de alguém. Essa forma é usadíssima na fala e encontra registro na escrita, sobretudo quando o complemento de "esquecer" é um infinitivo: "Ia esquecendo de fazer uma confidência importante" (Érico Veríssimo); "Ele esqueceu de ir ao banco"; "Não esqueço de você"; "Não esquecia da saúva" (Mário de Andrade). Atenção: Se participar de um concurso público, de um vestibular, de uma prova tradicional, você deve considerar erradas as construções do parágrafo anterior, apesar de serem comuns na fala e na escrita brasileiras. Há ainda a possibilidade de o sujeito do verbo "esquecer" não ser uma pessoa, um ser humano. O sujeito é uma coisa, um fato. Mas coisa No caso, "esquecer" passa a significar "cair no esquecimento". Em "Açores: Férias que nunca esquecem" (frase de um anúncio divulgado em Portugal), o sujeito do verbo "esquecer" é "férias". Elas, as férias, nunca caem no esquecimento. Em Machado de Assis, encontram-se vários casos desse emprego de "esquecer": "Esqueceu-me apresentar-lhe minha mulher", onde o sujeito de "esqueceu-me" é a oração "apresentar-lhe minha mulher", ou seja, esse fato - o ato de apresentar-lhe minha mulher - caiu no meu esquecimento. Essa mesma regência vale para "lembrar", isto é, há na língua o registro de frases como "Não me lembrou esperá-la", em que "lembrar" significa "vir à lembrança". O sujeito de "lembrou" é "esperá-la", ou seja, esse fato - o ato de esperá-la - não me veio à lembrança.
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