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BIOSSEGURANÇA LABORATORIAL

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1. Regras Gerais de Segurança em Laboratórios
As regras e conselhos gerais para o desenvolvimento de um trabalho experimental seguro, estão principalmente relacionadas com a organização. Isso significa que o tempo dedicado à organização racional das atividades desenvolvidas no laboratório irá contribuir na prevenção de riscos químicos, biológicos e de acidentes com a manipulação de aparelhos.
As seguintes regras devem ser respeitadas em todos os laboratórios:
• Evite executar um experimento sozinho, pois em caso de acidente, pode haver dificuldade em obter ajuda;
• Os experimentos perigosos não devem ser executados fora do horário de trabalho, pelo mesmo motivo exposto no item acima;
• Informe os colegas quando der início a um experimento de risco;
• Organize seu local de trabalho previamente, isto é, antes de iniciar um experimento, separe os reagentes e todo o material necessário para o desenvolvimento de um determinado protocolo. Inclusive prevendo o espaço físico e a utilização de aparelhos como centrífugas, estufas e outros;
• Sempre usar dentro do laboratório avental, sapatos fechados e calça comprida. Quando for necessário usar luvas, óculos de segurança, protetor auricular, etc.
• O uso de avental limpo é obrigatório em todos os laboratórios. Com o mesmo rigor, é proibido o uso de aventais fora dos laboratórios como, por exemplo, em gabinetes, anfiteatros, salas de reuniões, sanitários, sala de lazer, etc.;
• Jamais pipete com a boca;
• Não fume, não se alimente ou beba no laboratório;
• Luvas devem ser utilizadas para proteger as mãos e/ou o experimento. Portanto, remova-as para tocar em portas, maçanetas, livros e cadernos, telefone, etc.;
• Nunca jogue na pia ou no lixo comum:
- produtos que reagem fortemente com a água (por exemplo, metais alcalinos),
- produtos tóxicos (ex.: fenol, solventes clorados),
- produtos inflamáveis,
- produtos nauseabundos (mercaptanos),
- produtos pouco biodegradáveis;
- produtos biológicos (potencialmente patogênicos) que não tenham sofrido o processamento devido (autoclavagem, desinfecção, inativação);
- produtos radioativos que não tenham sido armazenados o tempo devido para sua inativação.
1.2 Contaminação por Material Biológico
• Todo material contaminado por vírus, microrganismos, qualquer organismo geneticamente modificado ou derivado biológico que ofereça risco à saúde deverá ser autoclavado (pelo tempo adequado) ou tratado com solução de hipoclorito ou lisofórmio antes do descarte.
1.3 Uso de Fluidos (como sangue) ou Tecidos
Para o trabalho envolvendo sangue ou tecido de animal ou cobaia, somente será permitido pela CIBio cobaias devidamente catalogadas e mantidas dentro de biotérios. Não serão permitidos experimentos que utilizem animais mantidos fora de biotério. Experimentos envolvendo sangue humano são autorizados somente quando houver apresentação de laudos de triagem completa de banco de sangue, além do termo de doação das bolsas de sangue, triado para Hepatite, HIV e outras doenças transmissíveis por essa via. Para utilização de tecido humano, somente será permitida a manipulação com a apresentação de laudo do hospital onde o tecido foi retirado e da autorização expressa do paciente ou de familiares (no caso de tecido oriundo de autopsia). Em todos os casos de pesquisa, envolvendo sangue e fluidos corpóreos e tecidos, também deve haver um parecer da Comitê de Ética em Pesquisa - CEP.
1.4 Solventes Orgânicos Usados em Laboratórios Biológicos
• Misturas contendo: fenol, b-mercaptoetanol, álcool isoamílico ou outros solventes tóxicos, deverão ser descartados em recipientes e local apropriado para os mesmos. ATENÇÃO: Os recipientes deverão ser retornados aos laboratórios, lavadas com etanol e água corrente antes de serem descartados, ou serem reutilizadas como desprezadores de solventes.
• Tubos de microcentrífuga ou outros recipientes contaminados por algum solvente tóxico deverão ser lavados com etanol seguido de água corrente antes de serem descartados. JAMAIS descarte tubos de microcentrífuga (ou outros tubos) fechados contendo solvente.
1.5 Ponteiras e Tubos de Microcentrífuga
• Todo material contaminado por microrganismos, organismo geneticamente modificado ou derivado biológico que ofereça risco à saúde deverá ser autoclavado ou tratado com solução concentrada de hipoclorito ou lisofórmio antes do descarte.
• Todo material que tenha estado em contato com reagente tóxico deverá ser lavado em água corrente antes de ser descartado no lixo comum.
• Tubos de microcentrífuga contaminados com algum solvente tóxico deverão ser lavados com etanol, seguido de água corrente antes de serem descartados. JAMAIS descarte tubos de microcentrífuga (ou outros tubos) fechados contendo solvente orgânico.
1.6 Material Pontiagudo ou Cortante
• Todo material pontiagudo ou cortante como, por exemplo, lâminas de bisturi, agulhas, estiletes, etc, deverão ser desprezados em caixas de perfurocortantes específicas e devidamente identificadas, que cada laboratório deverá providenciar. Este frasco deverá ser identificado, mantido fechado e descartado no lixo específico, com a devida identificação, somente quando estiver completamente cheio.
1.7 Riscos Biológicos
Os riscos biológicos em laboratórios podem estar relacionados com a manipulação de:
• Agentes patogênicos selvagens;
• Agentes patogênicos atenuados;
• Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação e
• Amostras biológicas.
Todos os itens citados acima podem tornar-se fonte de contaminação para os manipuladores. As principais vias envolvidas num processo de contaminação biológica são a via cutânea ou percutânea (com ou sem lesões - por acidente com agulhas e vidraria, na experimentação animal - arranhões e mordidas), a via respiratória (aerossóis), a via conjuntival e a via oral.
Há uma classificação (abaixo) dos agentes patogênicos selvagens que leva em consideração os riscos para o manipulador, para a comunidade e para o meio ambiente. Esses riscos são avaliados em função do poder patogênico do agente infeccioso, da sua resistência no meio ambiente, do modo de contaminação, da importância da contaminação (dose), do estado de defesa imunitária do manipulador e da possibilidade de tratamento preventivo e curativo eficazes.
As classificações existentes são bastante similares, dividindo os agentes em quatro classes:
• Classe 1 - Onde se classificam os agentes que não apresentam riscos para o manipulador, nem para a comunidade (ex.: E. coli, B. Subtilis, Bactéria Lácteas);
• Classe 2 - Apresentam risco moderado para o manipulador e fraco para a comunidade e há sempre um tratamento preventivo (ex.: bactérias - Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus; vírus - EBV, herpes; fungos - Candida albicans; parasitas - Plasmodium, Schistosoma);
• Classe 3 - São os agentes que apresentam risco grave para o manipulador e moderado para a comunidade, sendo que as lesões ou sinais clínicos são graves e nem sempre há tratamento (ex.: bactérias - Bacillus anthracis, Brucella, Chlamydia psittaci, Mycobacterium tuberculosis; vírus - hepatites B e C, HTLV 1 e 2, HIV, febre amarela, dengue; fungos - Blastomyces dermatiolis, Histoplasma; parasitos - Echinococcus, Leishmania, Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi);
• Classe 4 - Os agentes desta classe apresentam risco grave para o manipulador e para a comunidade, não existe tratamento e os riscos em caso de propagação são bastante graves (ex.: vírus de febres hemorrágicas, Ebola).
Em relação às manipulações genéticas, é importante que medidas gerais de segurança sejam adotadas na manipulação de DNA recombinante, principalmente quando se tratar de vetores virais (adenovírus, retrovírus, vaccínia). Os plasmídeos bacterianos apresentam menor risco que os vetores virais, embora seja importante considerar os genes inseridos nesses vetores (em especial, quando se manipula oncogenes). Sempre se deve trabalhar em sistemas de exaustão laminares (fluxos laminares) de acordo com a classe do organismo em questão.
1.8 Medidas de segurança para os riscos biológicos envolvem:
• Conhecimento da Legislação Brasileira de Biossegurança, especialmente das Normas de Biossegurança emitidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Estas regras podem ser encontradas no sitewww.ctnbio.gov.br.
• O conhecimento dos riscos pelo manipulador;
• A formação e informação das pessoas envolvidas, principalmente no que se refere à maneira como essa contaminação pode ocorrer, o que implica no conhecimento amplo do microrganismo ou vetor com o qual se trabalha;
• O respeito das Regras Gerais de Segurança e ainda a realização das medidas de proteção individual;
• Uso de avental/ jaleco;
• Uso de luvas descartáveis (e/ou lavagem das mãos antes e após a manipulação);
• Máscara e óculos de proteção (para evitar aerossóis ou projeções nos olhos);
• Utilização da capela de fluxo laminar corretamente, mantendo-a limpa após o uso;
• Autoclavagem de material biológico patogênico, antes de eliminá-lo no lixo comum;
• Utilização de desinfetante apropriado para inativação de um agente específico.
2. EPI/EPC: 
2.1 O que são EPI's e EPC's
Todo dispositivo ou produto, de uso individual/coletivo utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho é chamado de EPI ( Equipamento de Proteção Individual) ou EPC ( Equipamento de Proteção Coletivo). 
2.2 EPI's – Equipamento de Proteção Individual
Durante o trabalho em áreas laboratoriais é necessário que a equipe utilize roupas protetoras, tais como: aventais, uniformes ou jalecos próprios, para evitar a contaminação das roupas de uso próprio. As roupas protetoras não devem ser usadas em outros espaços que não sejam os do laboratório.
Nestas áreas é necessário que haja um local, dentro do laboratório, próximo a porta de acesso do laboratório, para alocar jalecos e outros equipamentos de proteção individual (EPI).
Não se permite calçados que deixem os dedos expostos.
Óculos de segurança e protetores faciais ou visores (barreira de acrílico ou plástico rígido, que protege o terço médio e inferior da face) devem ser usados para a proteção de olhos e face na execução de procedimentos que produzam salpicos ou contra o impacto de objetos.
O uso de gorros ou toucas descartáveis proporciona barreira efetiva para o profissional, contra gotículas ou aerossóis, ou ainda, queda de fios de cabelo sobre a superfície de trabalho.
Observações básicas:
- As luvas são equipamentos de proteção descartáveis, não devendo ser lavadas e reutilizadas. Não devem tocar superfícies “limpas” (teclados de computador, telefones, etc), e não devem ser usadas fora do laboratório.
- As luvas esterilizadas são indicadas para procedimentos invasivos ou quando haja necessidade que sejam estéreis.
- O tipo de luva deve ser determinado de acordo com o material a ser manipulado.
- O avental ou o jaleco deve ser sempre usado, independente da utilização de roupa branca, pois o mesmo constitui uma barreira de proteção para as roupas pessoais.
- O jaleco ou avental deve possuir mangas longas, com punho ajustável, podendo ser de tecido ou descartável (o tipo será determinado pelo material a ser manipulado).
- Após o uso o jaleco ou avental deve ser acondicionado em sacos plásticos e somente retirado para lavagem.
- A máscara é um equipamento de proteção das vias aéreas superiores e deve também ser escolhido de acordo com o material a ser manipulado, por exemplo, em atividades de manipulação de agentes biológicos patogênicos com alta probabilidade de geração de aerossóis pode ser necessário a utilização da máscara submicron, com 95% de eficiência.
- As toucas com elástico são as mais indicadas, pois protegem os cabelos e as orelhas com conforto.
- Os protetores oculares ou óculos de segurança mais indicados são aqueles que possuem vedação periférica.
- Após o uso, os óculos de segurança e os visores devem ser desinfetados com substância desinfetante adequada, que não ataque o acrílico e, posteriormente, lavados com água e detergente neutro.
2.3 EPC's – Equipamento de Proteção Coletivo
Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são dispositivos que eliminam ou minimizam a exposição a riscos associados a uma atividade. Como o próprio nome diz, são utilizados com o objetivo de proteger o coletivo, mas podem também ser equipamentos de uso individual compartilhados pelo grupo, como kits de primeiros socorros.
Conheça alguns tipos de EPC:
- Extintores de incêndio, hidrantes e mangueiras: hidrantes, mangueiras e sistemas de combate ao incêndio devem seguir as normas do Corpo de Bombeiros quanto ao material e local de instalação.
- Kit de primeiros socorros: deve possuir itens básicos para atender casos de acidentes, inclusive antídotos especiais, como o antídoto universal contra cianureto.
- Capela Química: utilizada em locais onde são manuseados produtos químicos, reduz o perigo de inalação e contaminação do operador e do ambiente.
- Detectores de fumaça e sprinkle: os primeiros alertam sobre a presença de fumaça no ambiente. O sprinkle, também conhecido como “borrifador de teto”, é um equipamento que, ao ser ativado pela elevação da temperatura, borrifa água no ambiente.
- Redes de proteção: muito utilizadas na construção civil e em ambientes com altura elevada, evitam que objetos atinjam outros espaços ou trabalhadores, podendo servir também para amortecer uma possível queda.
- Kit para limpeza em caso de derramamento biológico, químico ou radioativo: pode conter traje de proteção, luvas, máscara contra gases, óculos ou protetor facial, bota de segurança, touca, pás, pinça, panos de esfregão e papel toalha, baldes, soda cáustica ou bicarbonato de sódio para neutralizar ácidos, areia seca para cobrir álcalis, detergente não inflamável, vaporizador de formaldeído, desinfetantes e sacos plásticos.
3. Manipulação de Reagentes
Os reagentes químicos são fabricados com diferentes graus de pureza. Estes diferentes graus de pureza são importantes na escolha do reagente adequado para determinado procedimento experimental. 
Existem reagentes com graus especiais para propósitos especiais (exemplo: grau espectral, grau cromatográfico). Dependendo da aplicação, os reagentes passam por processos de purificação e controle de qualidade diferentes na sua preparação. 
Pode-se dizer que existem os reagentes para análises gerais (volumetria, potenciometria, titulação, etc.) e os reagentes para casos específicos (cromatografia líquida, cromatografia gasosa e análise de resíduo de pesticidas). Estes últimos são especificamente purificados para remover impurezas que podem interferir em uma aplicação particular.
A manipulação de um reagente químico deve ser realizada mediante alguns cuidados e precauções. 
- O primeiro cuidado refere-se à leitura do rótulo do reagente. Procura-se identificar neste as informações básicas deste reagente, tais como: massa molar, fórmula química e informações quanto ao grau de pureza.
- No rótulo do reagente devem conter também indicações de: perigo, riscos e orientações de primeiros socorros e incompatibilidade química do reagente. Embora o rótulo de um reagente seja a informação mais próxima e fácil deste reagente, deve-se ter claro que estas informações são apenas as mais básicas.
- Maiores informações sobre os reagentes podem ser obtidas nas fichas técnicas. Essas fichas, em geral são disponibilizadas pelos fabricantes e nelas estão contidas informações mais completas tais como: função do produto, descrição física, validação, armazenamento, composição, impurezas, toxicidade, primeiro socorros, entre outras.
Dentre os riscos existentes podem ocorrer: 
- Absorção de substâncias tóxicas (gases, partículas e vapores): absorvidas para o sangue pela respiração, serão distribuídas a outras regiões do organismo, podendo causar danos a vários órgãos e tecidos. Exemplos: compostos químicos que são sabidamente carcinogênicos ou teratogênicos G; 
- Alergias e lesões cutâneas: através do
contato com a pele, alguns reagentes podem causar alergias e lesões cutâneas por seu poder irritante ou corrosivo. Através da pele e mucosas as substâncias químicas também podem ser absorvidas para o sangue;
- Acidentes: além dos riscos à saúde, muitos reagentes são inflamáveis ou explosivos, podendo causar sérios acidentes. Atualmente, nos laboratórios de DST, Aids e Hepatites Virais, os reagentes químicos concentrados vêm sendo substituídos por kits, nos quais os reagentes estão diluídos e em pequenas quantidades. Mesmo diluído, muitos dos reagentes presentes em kits são tóxicos, irritantes e/ou muito reativos, e devem ser manuseados e descartados com cuidado. 
- Em algumas atividades, ainda é necessário trabalhar com reagentes concentrados, como metanol e ácido clorídrico, usados na bacteriologia, e com reagentes usados na preparação de corantes e soluções, como o álcool- éter ou álcool-acetona para microscopia, por exemplo.
- Cuidados para manipular produtos químicos para evitar ou minimizar o risco no manuseio de reagentes químicos é necessário adotar as normas básicas de segurança para laboratório, além das precauções específicas descritas a seguir: 
• Conheça os produtos químicos com os quais você vai trabalhar. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes e a Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico – FISPQ – antes de usá-los. Se necessário, procure mais informações;
• Nunca cheire nem prove qualquer substância utilizada ou produzida nos ensaios;
• Reagentes químicos perigosos devem ser manipulados sempre dentro de uma capela de segurança química; 
• Utilize os EPIs indicados para o trabalho com substâncias químicas; 
• Pipete reagentes químicos sempre com auxiliares de pipetagem (peras, pipetadores ou dispensadores automáticos); 
• Mantenha o seu rosto sempre afastado do recipiente onde está ocorrendo uma reação química ou combustão;
• Evite o contato de substâncias químicas com a pele, olhos e mucosas; 
• Ao abrir os reagentes, coloque as tampas sobre a bancada com o encaixe virado para cima; 
• Não use frascos de laboratório para beber água ou outros líquidos; 
• Não permita que a equipe de limpeza do laboratório leve frascos de reagentes para reutilizar. 
• O fornecedor do reagente deve fornecer ao usuário uma FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico) completa e atualizada da substância ou composto, na qual deverão constar informações relevantes quanto à segurança, à saúde e ao meio ambiente. 
A FISPQ deve informar, no mínimo:
• As características do produto: usos, propriedades físicas e químicas, formas de estocagem; 
• Os riscos toxicológicos, de incêndio e/ou explosão; 
• As medidas de proteção: coletiva, individual; 
• As informações para o descarte seguro.
Atenção: Essas fichas devem ser mantidas nos laboratórios em local de fácil acesso a todos.
3.1 Símbolos de risco químico 
Na rotulagem de reagentes químicos são utilizados símbolos internacionais, específicos de cada classe de risco. Essa rotulagem é uma precaução essencial de segurança. Os rótulos ou etiquetas aplicados sobre uma embalagem devem conter em seu texto as informações necessárias para que o produto ali contido seja manipulado com toda a segurança possível. 
3.2 Recomendações importantes: 
• NÃO reutilize frascos. É perigoso reutilizar o frasco de um reagente rotulado para guardar qualquer outro produto, ou mesmo colocar outra etiqueta sobre a original. Isto pode causar acidentes;
• Ao encontrar uma embalagem sem rótulo, NÃO tente adivinhar o que há em seu interior. Se não houver possibilidade de identificação, o produto deve ser descartado. 
3.3 Cuidados no armazenamento 
• Guardar apenas pequenas quantidades: 1 ou 2 litros para reagentes líquidos, 1 kg para sais não perigosos e somente alguns gramas para sais reativos ou tóxicos. Quantidades maiores devem ser estocadas em setores de armazenamento adequados; 
• A capela química não é local de armazenamento de reagentes, nem os espaços sob pias e bancadas. Os reagentes devem ser guardados em armários adequados, com prateleiras ajustáveis para se obter o vão necessário, revestidas com material resistente a produtos químicos armazenados;
• Os reagentes inflamáveis não devem ser guardados em geladeiras comuns, uma vez que a possível concentração de vapores do reagente e a presença de circuitos elétricos dentro da geladeira podem provocar uma explosão. Existem geladeiras especialmente fabricadas para o armazenamento destes reagentes;
• A azida sódica, presente nos reagentes utilizados em laboratórios de DST, Aids e Hepatites Virais, quando em contato com metais, como o existente em algumas tubulações hidráulicas antigas, pode explodir;
• Os frascos de reagente devem ser dispostos de modo a facilitar o acesso àqueles usados com maior frequência, sendo que os mais pesados são guardados nas prateleiras mais baixas, assim como as substâncias líquidas;
• Planeje a aquisição, evitando comprar quantidades desnecessárias de reagentes químicos. Reagente vencido é resíduo, que deverá ser descartado, geralmente, com algum impacto ambiental; 
• Leve em conta as incompatibilidades quando dispuser os reagentes em armários.
4. Água Destilada e Água Deionizada
4.1 Água destilada 
É a água obtida por meio da destilação (condensação do vapor de água obtido pela ebulição ou pela evaporação) de água não pura (que contém outras substâncias dissolvidas). Enquanto que a água que bebemos é, em termos gerais, uma solução, a água destilada é, em princípio, uma substância pura. 
É a água utilizada em laboratório ou industrialmente como reagente ou solvente, sendo também utilizada nas baterias dos automóveis e nos ferros de "engomar" a vapor (por forma a evitar a deposição de calcário). Contém unicamente moléculas de água. Pode ser produzida em laboratório, por meio da combustão do gás hidrogênio. Na Natureza, ela ocorre sob a forma de chuva. Também poderá ser considerada destilada a água recolhida dos desumidificadores e a libertada pelos aparelhos de ar condicionado.
Apesar de a água destilada ser normalmente considerada uma substância pura, toda a água que esteja em contato com a atmosfera irá dissolver dióxido de carbono(entre outros gases). Na prática, muito dificilmente poderemos assegurar a pureza total de uma água destilada. Isto pode ser comprovado pelo fato de a água da chuva apresentar um pH inferior a 7 unidades, isto é, ligeiramente ácido, e não neutro (pH 7) como seria caso a água fosse efetivamente pura.
Note-se que a água da chuva é naturalmente acidificada pela absorção do dióxido de carbono atmosférico, não estando este facto dependente da libertação de gases poluentes (apesar de poder ser agravado).
Para determinar a densidade de materiais através da balança de Arquimedes é necessário utilizar a água destilada. A água pura tem uma densidade (ou massa volumétrica) de 1 quilograma por decímetro cúbico (ou 1 quilograma por litro).
A água destilada pode ser consumida sem quaisquer problemas, desde que a alimentação contenha os íons necessários ao organismo. É possível, inclusive, que o consumo de água destilada possa prevenir ou diminuir o aparecimento de pedras nos rins. No entanto, o consumo desta água desmineralizada não deve ser necessariamente assumido como benéfico à saúde de qualquer um. Em determinadas situações, poderá provocar carências iônicas e faltas minerais, inclusive diarreias, dependendo do consumo e absorção proveniente de outros alimentos.
4.2 Água deionizada
Água deionizada: é o processo de remoção total dos íons presentes na água, através de resina catiônicas e aniônicas; é a água que teve sua carga elétrica neutralizada pela remoção ou adição de elétrons. 
Esse processo remove da água nitratos, cálcio e magnésio além de cádmio, bário, chumbo e algumas formas de rádio. A água deionizada é amplamente empregada na indústria química e em produção farmacêutica. Essa água é quimicamente pura e, entretanto, facilmente contaminada por bactérias de baixo
requerimento nutritivo, tais como: bactérias gram-negativas não fermentativas, P. aeruginosa e outras. 
Uso: normalmente é utilizada para produção de produtos farmacêuticos, em aquários, análises físico-químicas e outros. A água deionizada também é utilizada em produtos cosmacêuticos, que fazem tratamento específico para determinados tipos de pele e tipos de lesões específicas; normalmente, são produtos com maior valor agregado.

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