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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 1 OS: 0124/9/16-Gil CONCURSO: DOBRADINHA IFCE / UFC ASSUNTO: Capítulo 1 – Direito Administrativo...................................................................................................01 Capítulo 2 – Princípios da Administração Pública..............................................................................03 Capítulo 3 – Organização da Administração Pública.........................................................................12 Capítulo 4 – Atos Administrativos....................................................................................................20 Capítulo 5 – Licitação Pública............................................................................................................43 Capítulo 6 – Contrato Administrativo..............................................................................................56 Capítulo 7 – Servidores Públicos........................................................................................................69 Capítulo 8 – Controle da Administração Pública...............................................................................90 Capítulo 9 – Legislação.......................................................................................................................92 1- Constituição Federal................................................................................................92 2- Decreto-Lei 200/67................................................................................................172 3- Lei 8.112/90...........................................................................................................177 4- Lei 8.666/93...........................................................................................................207 5- Lei 9.784/99...........................................................................................................239 Capítulo 10 – Questões de Concursos................................................................................................245 CAPÍTULO 1 – DIREITO ADMINISTRATIVO 1.1) ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO O Direito Administrativo, como ramo autônomo do direito, começa a se organizar no final do século XVIII e início do século XIX, com as revoluções liberais desse período, particularmente a Revolução Francesa. Antes, os estados europeus eram monarquias absolutas e, evidentemente, referidos estados não se submetiam às regras jurídicas, posto que, os monarcas concentravam em suas mãos todos os poderes e, consequentemente, jamais se submeteriam a um regime jurídico-administrativo. Após a Revolução Francesa, com o surgimento do constitucionalismo, do princípio da Legalidade e da Separação dos Poderes, começam a surgir normas administrativas, que, mais tarde, seriam estudadas de forma mais harmônica, organizando-se como um ramo específico do direito. Inicialmente, não se pode falar em Direito Administrativo como um ramo próprio do direito, posto que, existiam leis que cuidavam da matéria administrativa, porém estas leis eram esparsas, inexistindo uma sistematização entre as mesmas. Eram estudadas de acordo com os princípios do Direito Civil. O Direito Civil disciplinava as matérias, que atualmente são estudadas pelo Direito Administrativo. No Brasil, ainda hoje o Código Civil, por exemplo, classifica bens públicos, em seu art. 99. Posteriormente, em função das novas funções assumidas pelo Estado, aumentando a complexidade da sua estrutura organizacional, o Direito Civil não consegue mais disciplinar as novas relações jurídico-administrativas, surgindo a necessidade da organização de um novo ramo do Direito, que seria o Direito Administrativo. No final do século XIX e início do século XX, com o surgimento do Estado Social, que veio substituir o Estado Liberal, prevalente nos séculos XVIII e XIX, o Direito Administrativo ganha um impulso extraordinário, pela necessidade de conferir ao Estado poderes até então inexistentes, tornando-se definitivamente um ramo próprio do direito, com regras sistematizadas, com princípios próprios e com uma hermenêutica própria. 1.2) OBJETO E CONCEITO DO DIREITO ADMINISTRATIVO O Direito Administrativo disciplina as relações entre os diversos entes e órgãos estatais, assim como a relação destes com os particulares, sempre buscando a realização do interesse público. Na relação com os particulares, o Estado sempre terá prerrogativas, posto que sempre busca a realização do interesse público e, muitas vezes, para realizá-lo, terá que restringir a esfera individual dos particulares. Ex.: multa de trânsito aplicada em decorrência do poder de polícia do Estado, fechamento de estabelecimentos comerciais que desobedecem as normas sanitárias, concessão de licenças para construir, desapropriação, dentre outras. Hely Lopes Meireles afirma que o Direito Administrativo Brasileiro “sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”(Direito Administrativo Brasileiro, 28ª ed., São Paulo: Editora Malheiros, 2003, p. 38). Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que: Direito Administrativo é “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 2 OS: 0124/9/16-Gil pública.” (Direito Administrativo, 19º ed, São Paulo: Editora Atlas, 2006, p. 66). José dos Santos Carvalho Filho afirma que o Direito Administrativo é “o conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir.” (Manual de Direito Administrativo, 15ª ed., Rio de Janeiro: Lúmen Júris Editora, 2006, p. 07). Celso Antônio Bandeira de Mello define o Direito Administrativo como “o ramo do direito público que disciplina a função administrativa e os órgãos que a exercem.” (Curso de Direito Administrativo, 20ª ed., São Paulo, Editora Malheiros, 2006, p. 37). Pode-se conceituar o Direito Administrativo como o ramo do direito público que disciplina o conjunto de regras e princípios jurídicos, visando a realização do interesse público, aplicáveis às relações entre os diversos órgãos e entes estatais com os particulares e a coletividade em geral. 1.3) FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO A Constituição Federal apresenta-se como a fonte primordial do Direito Administrativo, porque nela estão disciplinadas as principais regras e princípios que estruturam e disciplinam o Estado. A Lei aparece como uma das principais fontes, posto que no Direito Administrativo o Princípio da Legalidade tem uma presença muito forte, na medida em que o agente público só pode fazer aquilo que a lei previamente lhe autoriza que o faça. A doutrina, a jurisprudência e os costumes diários são outras fontes do Direito Administrativo na aplicação e interpretação dos diversos atos praticados pelo Estado, exercendoa função administrativa. 1.4) A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A expressão Administração Pública é usada pela doutrina administrativa em dois sentidos básicos: um, subjetivo, formal ou orgânico e o outro, material, objetivo ou funcional. Na acepção subjetiva, compreende todos os órgãos e entes que integram a Administração Pública, ou seja, corresponde a toda a estrutura administrativa do estado, englobando autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos, além dos diversos órgãos que integram o Estado e na acepção objetiva compreende a própria atividade administrativa, ou seja, a própria função administrativa, compreendendo a prática dos atos administrativos. 1.5) FEDERAÇÃO A Teoria Geral do Estado costuma classificar o Estado de diversas formas. Uma das classificações (forma de Estado) subdivide o Estado em Estados Unitários ou Federativos, difereciando-se basicamente pela centralização ou não do poder estatal. No Estado Federativo, o poder não está centralizado numa única instância, mas, sim, em várias esferas de poder. No Brasil, integram a Federação a União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 18 da Constituição Federal). No Estado Unitário, o poder está centralizado numa única instância de governo. Os Estados que têm uma grande dimensão territorial geralmente são estados federativos. Os entes integrantes da Federação possuem eleições próprias, competência administrativa própria para a prestação de serviços públicos, autonomia administrativa e competência tributária própria, dentre outras características, o que demonstra a autonomia de tais entes. No Brasil, o princípio federativo está inserido no rol de cláusulas pétreas, previsto no art. 60, paraágrafo 4º da Constituição Federal. 1.6) SEPARAÇÃO DOS PODERES A Separação dos Poderes, prevista expressamente no art. 2º da Constituição Federal, representa uma das maiores contribuições da Revolução Francesa no final do século XVIII. Implica na limitação dos poderes estatais, entregando-se a órgãos distintos as três principais funções estatais de administrar, julgar e legislar. O gênio político francês de Montesquieu sistematizou esta teoria no famoso livro: “O espírito das Leis”. Esta separação absoluta, que prevaleceu inicialmente, não existe mais, posto que, atualmente, fala-se mais em separação de funções, entregando-se a órgãos diferentes funções distintas. No entanto, estes mesmos órgãos, além das funções que lhes são próprias (funções típicas), exercem funções de outros órgãos (funções atípicas), ou seja, o Poder Judiciário, essencialmente julga, mas também exerce funções de outros poderes, quando expressamente autorizado pelo texto constitucional. Desta forma, a função administrativa não é exclusiva do Poder Executivo. Os outros poderes (Judiciário e Legislativo) também exercem função administrativa. Quando um Tribunal de Justiça promove um juiz de uma comarca para outra, pratica ato administrativo, e, não, função jurisdicional. Quando a Câmara dos Deputados realiza uma licitação pratica inúmeros atos administrativos. O exercício de funções administrativas pelos Poderes Legislativo e Judiciário é essencial para que preservem maior independência no exercício de suas funções típicas de legislar e de julgar. Sendo assim, não se deve restringir a função administrativa apenas ao Poder Executivo, posto que os Poderes Legislativo e Judiciário também exercem função administrativa. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 3 OS: 0124/9/16-Gil CAPÍTULO 2 – PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2.1) ORDENAMENTO CONSTITUCIONAL As modernas Constituições dos países ocidentais, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, período em que a legalidade estrita serviu de esteio a um dos piores períodos da história do homem ocidental, em que inúmeros absurdos foram praticados sob o argumento de cumprimento à lei, passaram a consagrar a existência de direitos que seriam fundamentais à pessoa humana, introduzindo-os em seus textos. Afasta-se assim de um apego formal e “cego” à lei, para a consagração de uma pauta mínima de direitos fundamentais, que não podem jamais ser afastados, sob a alegativa de obediência à lei, posto que, estas é que devem obediência àqueles. Os direitos fundamentais é que condicionam todo o ordenamento jurídico. É corrente hoje na moderna teoria do Direito Constitucional a distinção entre normas que são regras e normas que são princípios, distinção esta brilhantemente realizada por Ronald Dworkin e Robert Alexy. Desta forma, os princípios jurídicos foram “normatizados”, sendo uma das espécies de norma, ao lado das regras, que antes eram confundidas com o próprio conceito de norma. Hodiernamente, nada mais são do que uma de suas espécies. Os modernos textos constitucionais, de forma crescente, consagram uma grande quantidade de princípios em seus textos, positivando-os, princípios estes consagradores de direitos fundamentais. Assim nos ensina Paulo Bonavides1, ao comentar a evolução histórica da juridicidade dos princípios: “A terceira fase, enfim, é a do pós-positivismo, que corresponde aos grandes momentos constituintes das últimas décadas deste século. As novas Constituições promulgadas acentuam a hegemonia axiológica dos princípios, convertidos em pedestal normativo sobre o qual assenta todo o edifício jurídico dos novos sistemas constitucionais”. Referidos princípios previstos no texto constitucional, sendo a nossa Constituição um exemplo da consagração de tais princípios, servem de fundamento a todo o ordenamento jurídico, prevalecendo, em caso de confronto, sobre as regras. É importante ressaltar a distinção entre as espécies de normas (princípios e regras), para melhor entender a sua natureza e, consequentemente, dar-lhes a melhor e mais efetiva aplicação, diante das respectivas situações fáticas. Enquanto as regras são dotadas de um caráter “bem fechado”, com um grande grau de especificidade, os princípios são dotados de um alto grau de generalidade, 1 BONAVIDES, Paulo, Curso de Direito Constitucional, 8ª ed., São Paulo : Malheiros, p. 237 falando a doutrina em normas de tipo fechado (regras) e normas de tipos abertos (princípios). Esclarecendo tal diferenciação, assinala o prof. Willis Santiago Guerra Filho2 que; “uma das características dos princípios jurídicos que melhor os distinguem das normas que são regras é sua maior abstração, na medida em que não se reportam, ainda que hipoteticamente, a nenhuma espécie de situação fática, que dê suporte à incidência de norma jurídica. A ordem jurídica, então, enquanto conjunto de regras e princípios, pode continuar a ser concebida, à la KELSEN, como formada por normas que se situam em distintos patamares, conforme o seu maior ou menor grau de abstração ou concreção, em um ordenamento jurídico de estrutura escalonada (Stufenbau). No patamar mais inferior, com o maior grau de concreção, estariam aquelas normas ditas individuais, como a sentença, que incidem sobre situação jurídica determinada, à qual se reporta a decisão judicial. O grau de abstração vai então crescendo até o ponto em que não se tem mais regras, e sim, princípios, dentre os quais, contudo, se pode distinguir aqueles que se situam em diferentes níveis de abstração”. Em suma, pode-se diferenciar tais espécies, pelo diferente grau de abstração, maior, nos princípios, e menor, nas regras. A nossaConstituição traz a previsão de inúmeros princípios jurídicos, que em muitas ocasiões, colidem com outros princípios constitucionais. Em outras ocasiões, há a colisão de duas regras, ou ainda, a colisão entre uma regra e um princípio. A solução para referidas situações de conflito permite uma melhor diferenciação das normas, em relação aos princípios. Quando uma regra colide com um princípio, é inquestionável, como afirmado anteriormente, que este prevalece sobre aquela, posto que as regras encontram seus fundamentos nos princípios, que estão na base do ordenamento jurídico. O conflito entre duas regras, resolve- se pelo aniquilamento de uma delas, aplicando-se a outra, ou seja, uma das regras é afastada pela perda de validade, reputando-se a outra como válida. Helenilson Cunha Pontes3 nos ensina que “duas regras jurídicas em oposição, diante de um caso concreto, consubstanciam um conflito de regras. Os conflitos entre regras jurídicas resumem-se a uma questão de validade, isto é, quando para uma mesma situação de fato, duas regras aparecem para o intérprete como igualmente aptas à regulação do caso, a escolha de uma levará necessariamente à declaração de invalidade da outra, mediante a aplicação de outras regras (de interpretação) tais como lex posterior derrogat legi priori ou lex specialis derrogat legi generali. O fundamental é que o conflito entre regras reduz-se a uma questão de validade.” Trata-se da aplicação das regras clássicas de soluções de antinomias (hierarquia, especialidade e critério temporal). 2 GUERRA FILHO, Willis Santiago, Processo Constitucional e Direitos Fundamentais, 1ª ed., São Paulo : Celso Bastos Editor, pp. 52-53 3 PONTES, Helenilson Cunha, O Princípio da Proporcionalidade e o Direito Tributário, 1ª ed., São Paulo : Dialética, pp 33-34 User Realce DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 4 OS: 0124/9/16-Gil Tratando-se de conflitos entre princípios, a solução é bem distinta, abandonando-se todos os métodos clássico-liberais de solução de antinomias, tais como a subsunção ou o método silogístico. Considerando a natureza do princípio de grande generalidade, não referindo-se a um caso específico, é comum, que diante de um caso concreto, dois ou mais princípios colidam. Neste caso, sempre diante do caso concreto a ser solucionado, prevalece um princípio em relação ao outro, sem, no entanto, este ser anulado. Apenas, diante daquela situação fática prevalece um determinado princípio, sem prejuízo de, em outra situação, mudadas as condições e ocorrendo semelhante conflito, prevaleça o outro princípio que fora afastado. Continuando em seu livro, Helenilson Cunha Pontes4 ensina que: “A oposição entre princípios, por outro lado, consiste em uma colisão de princípios. As colisões entre princípios jurídicos resolvem-se segundo uma técnica de composição, em que um dos princípios deve ceder diante do outro sem que, por isso, o princípio que teve a sua aplicação afastada tenha que perder a sua validade. A precedência de um princípio em relação a outro deve ser aferida sempre diante das circunstâncias do caso concreto e do respectivo peso que cada um dos princípios assume diante dessas circunstâncias. A dimensão de peso inerente aos princípios jurídicos permite que as colisões entre eles resolvam-se segundo uma ponderação dos pesos dos princípios colidentes, sem que o princípio afastado perca a sua dimensão de validade.” No mesmo sentido, a lição de Marciano Seabra de Godoi5: “as colisões de princípios devem ser solucionadas de maneira totalmente diversa. Quando dois princípios entram em colisão, um deles deve ceder ao outro. Mas isto não significa declarar inválido o princípio que deu lugar a outro nem que naquele deva ser introduzida uma cláusula de exceção. O que ocorre é que, sob certas circunstâncias, um dos princípios precede ao outro, e sob outras circunstâncias a questão da precedência poderia ser solucionada de maneira inversa. Isto é o que se quer dizer quando se afirma que nos casos concretos os princípios têm pesos diferentes e que prima o princípio de maior peso. Aqui a argumentação de Alexy é idêntica à de Dworkin.” É inquestionável, por conseguinte, que a solução das colisões de princípios só pode ser feita à luz do caso concreto. Inexiste a solução pré-determinada de caráter abstrato, simplesmente verificando se aquela situação fática adequa-se à hipótese abstrata prevista pelo legislador. Hoje, diante da possibilidade de colisão entre dois mais princípios previstos no texto constitucional, a solução mais próxima do ideal de justiça, perseguido por todos, obriga a uma análise do caso concreto. Em face disso, afirma o Prof. Willis Santiago Guerra Filho6 que: “o traço distintivo entre regras e princípios por último referida 4 In ob. cit. p. 34 5 GODOI, Marciano Seabra de, Justiça, Igualdade e Direito Tributário, 1ª ed., São Paulo : Dialética, p. 119 6 In ob. cit. p. 45 aponta para uma característica desses que é de se destacar: sua relatividade”. Ressalte-se ainda que, além dos princípios expressamente previstos no texto constitucional, existem princípios implícitos, que resultam da própria estrutura do texto constitucional, da opção política feito pelo legislador, bem como do disposto no art. 5º, par. 2º do texto constitucional de 1988 segundo o qual: “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. É importante destacar a possibilidade de colisão entre princípios explícitos e implícitos, que são resolvidos semelhantemente à colisão entre princípios expressos. 2.2) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE A solução para a colisão entre princípios previstos no texto constitucional deve ser feita de forma, segundo a situação fática a ser solucionada, a dar prevalência a um princípio, afetando o mínimo possível o outro princípio colidente, ou seja, o princípio que “cede” em face do outro deve ser desrespeitado somente no que for necessário para a solução do caso concreto. Sintetizando a importância desse princípio, nos ensina Willis Guerra Filho7 que: “para resolver o grande dilema da interpretação constitucional, representado pelo conflito entre princípios constitucionais, aos quais se deve igual obediência, por ser a mesma a posição que ocupam na hierarquia normativa, se preconiza o recurso a um ‘princípio dos princípios’, o princípio da proporcionalidade, que determina a busca de uma ‘solução de compromisso’, na qual se respeita mais, em determinada situação, um dos princípios em conflito, procurando desrespeitar o mínimo ao(s) outro(s), e jamais lhe(s) faltando minimamente com o respeito, isto é, ferindo-lhe seu ‘núcleo essencial’. Esse princípio, embora não esteja explicitado de forma individualizada em nosso ordenamento jurídico, é uma exigência inafastável da própria fórmula política adotada por nosso constituinte, a do ‘Estado Democrático de Direito’, pois sem a sua utilização não se concebe como bem realizar o mandamento básico dessa fórmula, de respeito simultâneo dos interesses individuais, coletivos e públicos.” Desta forma, o princípio da proporcionalidade é indispensável à correta interpretação constitucional que privilegia um princípio, desrespeitando o mínimo possível o princípio colidente, procurando não afetar o seu “núcleo essencial”.É corrente na doutrina a consideração de três aspectos do princípio da proporcionalidade, aspectos estes que foram sendo desenvolvidos pela jurisprudência da Corte Constitucional Alemã, quais sejam: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. Pela adequação, 7 In. ob. cit., p. 59 DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 5 OS: 0124/9/16-Gil exige-se que o meio utilizado seja adequado para o alcance do objetivo visado, apto à realização do fim colimado. A necessidade, por sua vez, implica na adoção do meio mais suave, ou seja, se para a solução de uma colisão de princípios, existem vários meios, deve-se buscar aquele que menor ofensa causar ao(s) outro(s) princípio(s). A proporcionalidade em sentido estrito é o núcleo do princípio da proporcionalidade, significando a relação entre o meio utilizado e o objetivo colimado, ou seja, se o fim alcançado supera o prejuízo causado a outros interesses igualmente protegidos. 2.3) DIREITO CONSTITUCIONAL x DIREITO ADMINISTRATIVO O Direito Constitucional, que tem por objeto principal o estudo da Constituição Federal, funciona como um “vetor” na interpretação da legislação infraconstitucional. As normas legais devem estar de acordo com o texto constitucional. Quanto ao Direito Administrativo, ramo do direito público por excelência, qualquer aplicação de suas normas deve levar em consideração o que encontra-se previsto na Constituição, que atualmente (CF de 1988), consagra um capítulo inteiro à Administração Pública (Capítulo VII). 2.4) ESTADO – CONCEITO - ELEMENTOS Conceituar Estado é uma das mais difíceis tarefas do Direito Constitucional e da Teoria Geral do Estado. No entanto, respaldado na teoria do Contrato Social de Rousseau, pode- se afirmar, que as pessoas resolveram abdicar um pouco da sua liberdade, para poder viver em sociedade sob o governo de uma determinada entidade, que, conhecemos, hodiernamente como Estado. 2.5) PODERES DO ESTADO As revoluções liberais do final do século XVIII, capitaneadas pela Revolução Francesa, praticamente estruturaram o Estado Moderno, que hoje, encontra-se presente em praticamente todos os Estados ocidentais. Entre as suas principais contribuições, a separação de poderes constitui uma das mais importantes. Imaginavam os teóricos que o poder de legislar, julgar e administrar não podia continuar concentrado nas mãos de uma só pessoa. Montesquieu, em seu famoso livro: “O Espírito das Leis”, sistematizou a separação dos poderes. Prevista no art. 2º da Constituição Federal Brasileira de 1988 e elencada como cláusula pétrea em seu art. 60, § 4º , a Separação de Poderes, atualmente, não é mais vista como uma separação absoluta. Quando se refere ao Poder Judiciário, por exemplo, não significa que o Poder Judiciário só julgue. A sua função principal é julgar, aplicando a Constituição e a lei ao caso concreto, porém, ele também tem algumas funções legislativas, como o envio do projeto de lei, referente ao Estatuto da Magistratura, ao Congresso Nacional, de iniciativa exclusiva do Supremo Tribunal Federal, bem como algumas funções administrativas, como a administração dos seus próprios servidores. Assim também ocorre em relação ao Poder Legislativo, cuja função principal é legislar, porém, excepcionalmente ele julga (Ex.: Julgamento do ex-presidente Collor por crime de responsabilidade pelo Senado Federal) e também administra suas próprias casas. Desta forma o Direito Administrativo estuda também os atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário e Legislativo, além da atividade do Poder Executivo, essencialmente administrativa. 2.5) PRINCÍPIOS DA SUPREMACIA E DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO O professor Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que estes dois princípios norteiam toda a atividade administrativa, decorrendo os demais princípios dos mesmos. Segundo ele, referidos princípios caracterizam o regime jurídico-administrativo. É o interesse público superior ao interesse privado e, conseqüentemente, supremo e indisponível, ou seja, o administrador não tem o poder de disponibilizar referido interesse público, consistindo sua obrigação a sua preservação. O Estado pode compulsoriamente condicionar o interesse privado à satisfação do interesse público. A esfera individual, antes intocável, no auge do Liberalismo, pode ser limitada em prol do interesse público. Pode-se afirmar que referido princípio está implícito no ordenamento jurídico, sendo inerente à própria sociedade. Como afirma o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello: “O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é princípio geral de Direito inerente a qualquer sociedade. É a própria condição de sua existência. Assim, não se radica em dispositivo específico algum da Constituição, ainda que inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas dele, como, por exemplo, os princípios da função social da propriedade, da defesa do consumidor ou do meio ambiente (art, 170, III, V e VI), ou tantos outros. Afinal, o princípio em causa é um pressuposto lógico do convívio social”. (IN Curso de Direito Administrativo, 13ª ed., Edit. Malheiros, p. 67/68). Em relação ao princípio da indisponibilidade do interesse público, é importante ressaltar que o administrador público exerce um encargo público, um “munus” público, administra em nome e em favor do povo, verdadeiro titular do patrimônio público. Desta forma, ele não tem disponibilidade em relação ao patrimônio público. Deverá administrá-lo em conformidade com a lei e, não, segundo sua vontade, como acontece em relação aos administradores privados. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 6 OS: 0124/9/16-Gil 2.6) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Sendo o povo o titular do poder, o seu representante (administrador público) não tem a liberdade para agir, segundo sua vontade. A sua atuação deve ser previamente precedida de uma lei, posto que em última instância, é o povo que legisla, através de seus representantes. É o Direito Administrativo um ramo do direito onde a legalidade é estrita, ou seja, qualquer atividade do administrador deve ser precedida de uma prévia autorização legal. É o princípio da legalidade que melhor caracteriza o Estado de Direito, ou seja, um Estado disciplinado por normas jurídicas, normas estas que se impõem ao próprio Estado. A competência administrativa deve ser previamente estabelecida para a prática de quaisquer atos administrativos. 2.7) PRINCÍPIO DA FINALIDADE E DA IMPESSOALIDADE O administrador público deve ser impessoal, não beneficiando ninguém, mas contratando, por exemplo, servidores, através de concurso público, independentemente de quem sejam “os candidatos”. A impessoalidade está intimamente ligada à legalidade, posto que a atividade do administrador, sendo pautada na legalidade, não pode beneficiar ou prejudicar ninguém. Contrata o administrador, por exemplo, um particular, mediante uma prévia licitação, como determina a Constituição Federal no seu art. 37, XXI. A finalidade pública deve sempre ser o escopo do administrador. Ainda que o Estado esteja realizando atividades econômicas (art. 173 da Constituição Federal),busca realizar o interesse público, posto que a atuação na esfera econômica só pode ocorrer por razões relevantes de interesse coletivo ou por razões de segurança nacional. 2.8) PRINCÍPIO DA MORALIDADE Hoje, o legislador constituinte originário elenca várias exigências morais, que devem ser observadas pelo legislador e pelo administrador. Apesar da dificuldade de definir o que seja moral, sabe-se qual situação fática está de acordo com a moral ou não. Não basta ser legal, tem que ser moral também. A moralidade funciona como um vetor que deve nortear a atuação e a interpretação do administrador público. A Constituição Federal não se limita a colocar o princípio da Moralidade como um princípio a ser realizado pela Administração Pública. Assegura instrumentos processuais para a efetivação do princípio, tais como a Ação Popular (art. 5º , LXXIII da CF) e a Ação de Improbidade Administrativa (art. 37, parágrafo 4º da CF), que visam a punição de agentes ímprobos e a anulação de atos administrativos ilegais. 2.9) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Os atos administrativos devem ser publicados em órgão oficial do ente estatal, até para facilitar o controle por parte do povo. A publicidade é indispensável para garantir a todos o acesso aos atos administrativos que nos interessam, bem como para permitir o controle sobre os atos estatais. 2.10) PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA O Poder Constituinte Derivado elevou este princípio a um nível constitucional. Consagrado pela legislação infraconstitucional, encontra-se o mesmo previsto de forma expressa na Constituição no “caput” do art. 37. A emenda constitucional n. 19/98 conferiu a este princípio uma posição de destaque em nosso ordenamento jurídico- constitucional. Inicia-se um terceiro estágio de nossa Administração Pública. Após a Administração Pública Patrimonialista e, posteriormente, Burocrática, nasce o Estado Gerencial. Deve-se ressaltar, no entanto, que, como todo princípio, não tem o mesmo caráter absoluto, posto que, não é possível, afastar a legalidade, sob o argumento de dar maior eficiência à Administração Pública. As etapas legais de um procedimento administrativo, como a licitação, por exemplo, não podem ser afastadas. Deve-se buscar uma forma de realizar a eficiência sem subverter outros princípios administrativos. 2.11) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO Os atos administrativos devem ser justificados. O administrador deve sempre motivá-los. A exigência da motivação funciona como instrumento de controle em relação às atividades do administrador. Devidamente motivado, o povo, titular do patrimônio público, consegue identificar as razões que levaram o administrador público a praticar determinado ato administrativo. O art. 50 da lei n. 9784/99 elenca os atos que devem ser motivados. 2.12) PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL Cuida-se de princípios semelhantes aos que são exigidos em processos judiciais, podendo a parte opor-se ao que é afirmado sobre ela (princípio do contraditório), utilizando- se de todos os meios de prova para defender-se (princípio da ampla defesa) em processos administrativos. O devido processo legal é decorrência lógica dos princípios da segurança jurídica e da legalidade. 2.13) PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO PODER JUDICIÁRIO. Em nosso sistema, nada foge ao controle do Poder Judiciário (art.5º, XXXV, CF). Nenhuma jurisdição DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 7 OS: 0124/9/16-Gil administrativa pode, pela Lei Maior, dar a palavra final. Inexiste a “coisa julgada administrativa” para o administrado, que mesmo diante de decisões desfavoráveis na esfera administrativa, pode socorrer-se do Poder Judiciário, para modificar as decisões administrativas. Referido princípio, também chamado de princípio da jurisdição única, implica na não necessidade de prévio esgotamento da instância administrativa, como requisito para a propositura de uma ação judicial. O administrado, como regra, pode propor uma ação judicial sem a necessidade de, previamente, esgotar a via administrativa. 2.14) PRINCÍPIO DA ISONOMIA A exigência de um tratamento igual de pessoas que se encontram em situação igual é uma das grandes preocupações do legislador constituinte de 1988. Em inúmeros artigos, há uma referência a este princípio. É importante ressaltar, no entanto, que a Isonomia, atualmente, é vista como um tratamento igual de pessoas que se encontrem em situação igual e, desigual, de quem se encontre em situação desigual. O critério que diferencia, no entanto, deve ser um critério razoável, cujo tratamento diferenciado seja exigido, como meio à realização da justiça. 2.15) PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO Este princípio decorre diretamente do Estado de Direito. Em um Estado regido por normas jurídicas, estas obrigam-no também, ou seja, se eventualmente, na realização de suas atividades, causa o Estado prejuízo a um terceiro, deve ser responsabilizado, patrimonialmente, pelos seus atos (art. 37, parágrafo 6º da CF). 2.16) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS A presunção de legitimidade dos atos administrativos é decorrência lógica do princípio da legalidade. O administrador só pode agir, quando previamente autorizado por lei. Desta forma, sua conduta é presumivelmente legal. Presunção esta que não é absoluta, podendo ser afastada por prova em contrário do administrado que, eventualmente, seja prejudicado com as atividades da Administração Pública. 2.17) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO Os bens que são afetados à prestação do serviço público são impenhoráveis em razão deste princípio, posto que, o interesse público não pode sucumbir perante os interesses privados de eventuais credores individuais. O serviço público não pode ser afetado. Os bens indispensáveis à sua prestação são intocáveis, existindo outros meios, como o precatório judicial, para satisfazer os interesses individuais em face do Estado. Outros princípios norteiam a atividade do Poder Judiciário e do Administrador, quando da aplicação da lei administrativa. Pode-se elencar outros, além dos já citados, tais como: da Proporcionalidade, da Razoabilidade, da Segurança Jurídica, da Tutela, da Autotutela, da Especialidade e da Hierarquia. ESQUEMAS DE SALA DE AULA 1. Conceito e Fontes do Direito Administrativo NOÇÕES PRELIMINARES FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA PODER EXECUTIVO ADMINISTRAR ART. 62, CF. Lei infranconstitucional* PODER LEGISLATIVO LEGISLAR E FISCALIZAR ART. 52, CF ART. 37, XXI, CF PODER JUDICIÁRIO JULGAR ART 96,I, a. CF ART 96,I, f. CF - CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: é o ramo do Direito Público que estuda as normas e princípios que regulam a atuação dos órgãos, entidades e agentes públicos no desempenho das atividades-fim e das atividades-meio da Administração Pública. ESTADO POVO TERRITÓRIO GOVERNO DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 8 OS: 0124/9/16-Gil FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO LEI É a fonte primária do direito administrativo, abrangendo esta expressão desde a Constituição até os regulamentosexecutivos**. DOUTRINA É fonte secundária do direito administrativo; formam o sistema teórico de princípios aplicáveis ao direito positivo, é elemento construtivo da Ciência Jurídica à qual pertence a disciplina em causa. Influi não só na elaboração da lei como nas decisões contenciosas e não contenciosas. JURISPRUDÊNCIA É fonte secundária do direito administrativo; Traduz-se na reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a construção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo. Tem um caráter mais prático que a doutrina e a lei. Outra característica é seu nacionalismo. COSTUMES É fonte secundária do direito administrativo; Corresponde a prática administrativa; para Hely Lopes a praxe burocrática passa a suprir a lei, ou atua como elemento informativo da doutrina. * Há divergências doutrinas sobre a possibilidade ou não do Executivo desenvolver a função de julgar. ** Há divergências doutrinárias sobre a os atos normativos serem apenas a CF as leis em sentido estrito. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: - A expressão Administração Pública, em sentido formal, subjetivo ou orgânico, compreende os agentes públicos, os órgãos integrantes da Administração Direta e as entidades componentes da Administração Indireta. - Em sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública corresponde às diversas atividades finalísticas exercidas pelo Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no desempenho da função administrativa. EM SENTIDO SUBJETIVO, FORMAL OU ORGÂNICO EM SENTIDO OBJETIVO, MATERIAL OU FUNCIONAL ENTIDADES ÓRGÃOS AGENTES - SERVIÇO PÚBLICO - POLÍCIA ADMINISTRATIVA - FOMENTO -INTERVENÇÃONA PROPRIEDADE NO DOM. ECONOM. User Realce DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 9 OS: 0124/9/16-Gil ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA(EM SENTIDO SUBJETIVO E OBJETIVO) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO: ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA –ENTIDADES, ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ENTIDADES ÓRGÃOS POLÍTICAS ADMINISTRATIVAS - SERVIÇO PÚBLICO - POLÍCIA ADMINISTRATIVA - FOMENTO - INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE NO DOMÍNIO ECONÔMICO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA UNIÃO ESTADOS E DF* MUNICÍPIOS AGENTES PÚBLICOS UNIÃO ESTADO, DF MUNICÍPIO AUTARQUIA FUND. PUB. SOC.ECON.MISTA EMP. PÚBLICA EXEC- PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA LEG- SENADO E CAM. DOS DEPUTADOS JUD- STF, STJ, TST, TSE, STM, TRF, TRT, TRE, TJDFT E CNJ. MPU- MPF, MPT, MPM, MPDFT E CNMP. DPU TCU EXEC- GOVERNADORIA DO ESTADO LEG- ASSEMBLEIA LEGISLATIVA JUD- TRIBUNAL DE JUSTIÇA MPE- PROCURADORIA DE JUSTIÇA DPE TCE (OBS.: EM 4 ESTADOS DO PAÍS(CE, PA, BA E GO) EXISTEM OS TRIBUNAIS DE CONTAS DOS MUNIPIOS- QUE É ÓRGAO ESTADUAL. EXEC- PREFEITURA LEG- CAMARA MUNICIPAL (OBS.: A CF/88(ART. 31, § 4º) PROIBIU A CRIAÇÃO DE TRB. CONTAS MUNICIPAIS, MAS ANTES DE 1988 FORAM CRIADOS 2 (DOIS) TRIB.CONTAS MUNIPAIS (ÓRGÃO MUNIPAL), EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO. INDIRETA AUTARQUIA FUNDAÇÃO PUBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA EMPRESA PÚBLICA User Realce DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 10 OS: 0124/9/16-Gil ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO OBJETIVO -ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA- 1) PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: é toda atividade concreta e imediata que a Administração exerce, por si ou por meio de terceiros, com a finalidade de satisfazer as mais variadas necessidades coletivas, sob regime exclusiva ou preponderantemente de Direito Público. Ex: saúde, educação, transporte, saneamento etc. * DF tem estrutura anômala (que é estudada em Direito Constitucional). 2) POLÍCIA ADMINISTRATIVA: corresponde à atividade pela qual a Administração impõe limitações e condicionamentos ao gozo de bens e ao exercício de atividades e direitos individuais em prol do interesse coletivo. Ex: fiscalização, multas de trânsito, licença para dirigir, autorização para porte de arma, apreensão de bens, interdição de estabelecimentos etc. 3) ATIVIDADE DE FOMENTO: consiste na atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público, mediante benefícios e privilégios fiscais, auxílios financeiros ou subvenções, financiamentos a juros facilitados, recursos orçamentários, entre outros instrumentos de estímulo. 4) INTERVENÇÃO: 4.1 – NA PROPRIEDADE- consiste em atividades de intervenção na propriedade privada, mediante atos concretos incidentes sobre destinatários específicos. Ex.: desapropriação, servidão, ocupação temporária, tombamento, etc. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA UNIÃO ESTADOS E DF MUNICÍPIOS CENTRALIZADA OUTORGA AUTARQUIAS FUND. PÚB SOC. ECON. MISTA EMP. PÚBLICA DELEGAÇÃO CONCESSIONÁRIAS PERMISSIONÁRIAS AUTORIZATÁRIAS DESCENTRALIZADA User Retângulo DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 11 OS: 0124/9/16-Gil 4.2- NO DOMÍNIO ECONÔMICO- consiste na regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza privada e na atuação direta do Estado no domínio econômico, dentro dos permissivos constitucionais, por meio de empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 12 OS: 0124/9/16-Gil CAPÍTULO 3 – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 3.1) ÁREAS DE ATUAÇÃO ESTATAL A Constituição Federal, em seus dispositivos, admite a possibilidade do Estado prestar serviços públicos (art. 175 da Constituição Federal) ou exercer atividades econômicas (art. 173 da Constituição Federal). A prestação de serviços públicos, evidentemente, consiste a área de atuação própria do Estado, posto que a organização estatal existe essencialmente para a realização do interesse público, finalidade esta que é atingida também pelo fornecimento de serviços públicos aos administrados. O exercício de atividades econômicas ocorrerá de forma excepcional, posto que em países capitalistas, a esfera econômica deve ser exercida essencialmente pelos particulares. A própria Constituição Federal exige, em seu art.173, relevante interesse coletivo ou razões de segurança nacional, que justifiquem a atuação estatal na economia. A prestação de serviços públicos poderá ser feita de forma centralizada através dos órgãos públicos, despersonalizados, bem como de forma descentralizada, transferindo a execução dos serviços públicos aos entes de administração pública indireta (art. 37, XIX, CF e art. 241, CF) ou aos particulares (concessionários e permissionários de serviços públicos). Os concessionários de serviços públicos não integram o estado, ou seja, o fato de prestarem serviços públicos não os colocam como ente da administração pública indireta, razão pela qual continuam regidos por normas de direito privado na sua organização, aplicando-se, no entanto, normas públicas quanto ao objeto (prestação de serviços públicos), tais como: licitação para transferir a execução de serviço público, fixação da tarifa cobrada, controle do serviço público pelas agências reguladoras. Cuida-se de aplicação de legislação privada e pública, regendo-se por este regime misto. Na esfera econômica, o estado atua através de empresas públicas e sociedades de economia mista, posto que a Constituição Federal expressamente admite no art. 173, § 1º, inciso II, a flexibilização do regime público a estas empresas que atuam na economia, determinado a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas em relação às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. A atuação na esfera econômica só é possível, com a flexibilização do regime público. No entanto, é fundamental ressaltar que estas empresas não estão sujeitas a um regime exclusivamente privado. O próprio dispositivo constitucional supra citado determina a aplicação da licitação a estas empresas (art. 173, § 1º, inciso III, CF). Estas empresas também são obrigadas a realizar concurso público (art. 37, inciso II, CF) e o Tribunal de Contas da União exerce fiscalização sobre as suas contas (arts. 70 e 71, incisos II e III, CF). Estas empresas estão sujeitas a um regime híbrido (público e privado). Organizam-se segundo regras públicas (concurso público, licitação, controle pelos Tribunais de Contas), aplicando-se, no entanto, regras privadas quanto ao objeto econômico (art. 173, inciso II, CF) 3.2) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ESTATAL A organização interna da Administração Pública constitui um dos principais objetos de estudo do Direito Administrativo. Estabelecendo a Constituição a base da organização do estado, preocupa-se o Direito Administrativo com a organização e funcionamento diário dos componentes do estado. A administração pública divide-se em administração pública direta e indireta. A administração pública direta é formada pelos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e seus respectivos órgãos públicos. A administração pública indireta, por sua vez, é composta por entes dotados de personalidade jurídica, quais sejam: autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia mista (art. 37, XIX, CF), além dos consórcios públicos, com personalidade jurídica de direito público (art. 241, CF e Lei n. 11107/05). Os órgãos públicos caracterizam-se pela inexistência de personalidade jurídica própria. São despersonalizados e subordinados ao ente central, ou seja, os órgãos públicos são disciplinados de forma hierarquizada. Atualmente, entende-se que o órgão integra o próprio ente estatal (Teoria do Órgão). A Teoria do Órgão prevalece, superando as teorias do Mandato ou da Representação. A União Federal é a soma de seus órgãos públicos. Fala-se em desconcentração administrativa quando ocorre a criação de órgãos públicos. Os órgãos são dispostos de forma hierárquica (Órgão Independente, Autônomo, Superior e Subalterno). Os entes da administração indireta, dotados de personalidade jurídica própria, não são subordinados ao ente central. São vinculados ao ente federativo. A relação entre eles não é de subordinação, mas, de coordenação. O controle feito pelo ente central liga-se ao cumprimento das finalidades que justificaram a criação do respectivo ente (controle finalístico ou princípio da Tutela). A autarquia, pessoa jurídica de direito público, apresenta-se como o ente mais próximo do ente central. Goza das mesmas prerrogativas dos entes federativos. Seus atos são atos administrativos e, conseqüentemente, são presumivelmente legais; os prazos processuais são diferenciados (art. 188 do Código de Processo Civil); são beneficiadas pela imunidade recíproca (art. 150, VI, a c/c art. 150, § 2º, CF), bem como sujeição ao pagamento de seus débitos através de precatório judicial (art. 100, CF). User Realce DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 13 OS: 0124/9/16-Gil O ente autárquico, pessoa distinta do ente central, em função de ser dotado de personalidade jurídica própria, tem patrimônio próprio e é criado para o exercício de funções típicas do Estado. O Decreto-lei 200/67 assim define: autarquia é “o serviço autônomo criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades da Administração Pública que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizadas” Criada por lei (art. 37 XIX, CF), está a autarquia sujeita a um regime público, tais como: licitação, concurso público, controle finalístico exercido pelo ente central e controle externo exercido pelos Tribunais de Contas. São exemplos de autarquias: o INSS, o IBAMA, o Banco Central, o DNOCS, as Agências Reguladoras, dentre outras. Existem algumas autarquias que sujeitam-se a um regime especial, ou seja, mesmo sujeitas ao regime jurídico próprio das autarquias, gozam de algumas prerrogativas, aplicando- se às mesmas regras específicas, que, geralmente, lhes conferem maiores prerrogativas, tais como o processo de escolha dos seus dirigentes, como ocorre com o Banco Central, a Universidade Federal do Ceará (UFC), chamadas de “autarquias sujeitas a um regime especial”, a estabilidade maior dos seus dirigentes. Nesse grupo de autarquias, podem ser incluídas as Agências Reguladoras. Em função da opção dos últimos governos de delegar a prestação de serviços públicos a particulares (concessão e permissão de serviços públicos), surge a necessidade de descentralizar o gerenciamento dessa nova forma de prestação dos serviços públicos, feita por particulares. A agência Reguladora resulta da descentralização do estado, posto que as atividades de fiscalização, administração, licitação e regulação dos serviços públicos executados por particulares são transferidas do estado para a agência reguladora. A função dessas agências alcança hoje até mesmo o exercício de atividades econômicas. Embora não exista lei alguma disciplinando de forma uniforme referidas agências, posto que cada uma delas foi criada por uma lei específica, são organizadas sob a forma de autarquias. Podem ser citadas como exemplos a ANEEL (Lei 9472/97), a ANATEL (Lei 9472/97), a ANP (Lei 9478/97). A Lei 9986/00 disciplina algumas normas gerais comuns às agências reguladoras no âmbito federal, assim como a Lei 10871/04. As fundações públicas (Lei nº 7596/87) também integram a administração pública indireta. São criadas para a execução de atividades do ente central. A doutrina administrativa diverge a respeito de sua natureza jurídica, prevalecendo o entendimento de que poderiam ser pessoas jurídicas de direito privado e de direito público. As fundações estatais, juntamentecom as autarquias podem se qualificar como agências executivas, beneficiando-se com a duplicação dos limites de dispensa de licitação, como dispõe o § único do art. 24 da Lei n. 8666/93. As empresas públicas e sociedades de economia mista também integram a Administração Pública Indireta, sendo pessoas jurídicas de Direito Privado, posto que a lei específica apenas autoriza a criação das mesmas (art. 37, XIX, CF), sendo necessário o arquivamento dos seus atos constitutivos para que adquiram personalidade jurídica própria. A diferença entre elas reside basicamente na composição do capital (100% público na empresa pública e misto – público e privado na sociedade de economia mista) e na organização societária, posto que a sociedade de economia mista somente pode organizar-se sob a forma de sociedade anônima e a empresa pública pode organizar-se de outras formas, do ponto de vista societário (S/A, LTDA, etc). A Lei n. 11107/05 disciplina a criação de Consórcios Públicos, que resultam da convergência de interesses dos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) para a execução de serviços públicos comuns aos mesmos. Referidos consórcios, previstos na Constituição Federal (art. 241, CF) podem ser pessoas jurídicas de direito privado e pessoas jurídicas de direito público, sendo que neste último caso (direito Público) integram a Administração Indireta de todos os entes consorciados, apresentando-se como um novo ente estatal ao lado de autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Os consórcios públicos de direito privado, que para existirem, deverão atender os requisitos da lei civil, não integram a administração pública indireta dos entes consorciados, devendo, no entanto, cumprir regras públicas no que diz respeito aos contratos e licitação, aos concursos públicos e controle de gastos (prestação de contas). Há de se ressaltar que ao lado da administração direta ou centralizada, formada pelos órgãos públicos e da administração indireta, formada pelas entidades estatais, existem as entidades do terceiro setor ou paraestatais. As entidades paraestatais não integram a administração pública. São parceiros do estado na realização do interesse público, atuando em serviços não exclusivos do estado, como saúde e educação. Não são pessoas estatais. Auxiliam o estado, mediante parceria, na consecução do interesse público. Podem ser citados como exemplo os Serviços Sociais Autônomos (SESC, SESI, SENAI, etc.), as Organizações Sociais (Lei nº 9637/98) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Lei nº 9790/99). DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 14 OS: 0124/9/16-Gil ESQUEMAS DE SALA DE AULA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO ANÁLISE DO FENÔMENO DA DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA INDIRETA UNIÃO INSS FUNAI BANCO DO BRASIL CAIXA ECONOMICA FEDERAL DESCENTRALIZAÇÃO: U, E, D.F, M A, F.P, S.E.M, E.P CENTRALIZAÇÃO OCORRE QUANDO O ESTADO EXECUTA SUAS TAREFAS DIRETAMENTE, POR MEIOS DE ÓRGÃOS E AGENTES INTEGRANTES DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA. OCORRE QUANDO O ESTADO EXECUTA ALGUMAS DE SUAS ATRIBUIÇÕES POR MEIO DE OUTRAS PESSOAS E NÃO PELA ADMINISTRAÇÃO DIRETA. QUANDO O ESTADO INSTITUI AS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA, OCORRE DESCENTRALIZAÇÃO POR OUTORGA. DESCENTRALIZAÇÃO CONCENTRAÇÃO OCORRE QUANDO UMA DETERMINADA PESSOA JURÍDICA INTEGRANTE DA ADMISTRAÇÃO PÚBLICA, EXTINGUE ÓRGÃOS ANTES DA SUA ESTRUTURA, REUNINDO EM UM NÚMERO MENOR DE UNIDADES AS RESPECTIVAS COMPETÊNCIAS. DESCONCENTRAÇÃO OCORRE QUANDO UMA DETERMINADA PESSOA JURÍDICA DISTRIBUI COMPETÊNCIAS NO ÂMBITO DE SUA PRÓPRIA ESTRUTURA A FIM DE TORNAR MAIS ÁGIL E EFICIENTE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. User Retângulo DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 15 OS: 0124/9/16-Gil ÓRGÃOS PÚBLICOS ÓRGÃOS Conceito: são centros de competências, compartimentos internos das entidades, divisões da pessoa jurídica. Características: 1) são criados e extintos por lei; 2) não têm personalidade jurídica; 3) são resultado da desconcentração; 4) expressam a vontade das entidades a que pertencem (União, Estado, DF e Município); 5) não possuem patrimônio próprio. 6) não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que integram; 7) alguns têm capacidade processual para defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais; DESCONCENTRAÇÃO: Presidência da República Ministério da Fazenda Ministério da Educação Ministério da Saúde Ministério da Justiça ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA UNIÃO Poder Executivo Presidência da República Ministério da Fazenda Delegacia da Receita Federal UNIÃO Setor de Atendimento- CAC User Realce User Texto digitado conceito doutrinárionullnullnullCONCEITO LEGAL (ART 1º PARÁGRAFO 2, I, DA LEI 9784)null- É a unidade de atuação integrante da estrutura da Adm. Direta e da Adm. indiretanull User Realce User Texto digitado CF art 61 $1, I,e User Texto digitado teoria do órgão ou da imputação volitiva. User Linha User Texto digitado o patrimônio não é do órgão é da entidade. User Texto digitado ver. art 131 da CF User Texto digitado independentes e autônomos User Texto digitado características 06 e 07 não caem na minha prova. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 16 OS: 0124/9/16-Gil CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS 1) SEGUNDO HELY LOPES MEIRELLES: 2) SEGUNDO MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO: ORGÃOS (classificação) Quanto à posição Estatal Quanto à Estrutura Quanto à Atuação Funcional In d ep en d en te s A u tô n o m o s S u p er io re s S u b al te rn o s S im p le s C o m p o st o S in g u la r C o le g ia d o Presidência Senado STF Ministérios Secretarias Gabinetes Sec. Gerais Protocolo Portaria Portaria Sec. de Educação Presidência da República Câmara dos Deputados ORGÃOS (classificação) Quanto à posição Estatal Quanto à Estrutura Quanto à Composição In d ep en d en te s A u tô no m o s S u p er io re s S u b al te rn o s S im p le s C o m p o st o S in g u la r C o le ti v o Quanto à sua esfera de ação Centrais Locais User Realce User Texto digitado a UFC e IFCE preferem essa classificação. User Realce User Realce User Realce DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 17 OS: 0124/9/16-Gil CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGAOS SEGUNDO HELY LOPES SEGUNDO DI PIETRO 1) DE ACORDO COM À POSIÇÃO ESTATAL: 1.1- ÓRGÃOS INDEPENDENTES: “são os originários da Constituição e representativos dos três poderes de Estado, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica”. Exemplos: Presidência da República, Senado, Câmara dos Deputados, Tribunais Superiores etc . 1.2- ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: “são os localizados na cúpula da Administração, subordinados diretamente à chefia dos órgãos independentes; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica e participam das decisões governamentais”. Ex.: Ministérios, AGU, Secretarias de Estado e Município etc. 1.3- ÓRGÃOS SUPERIORES: “são órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia administrativa nem financeira”. Exemplos: Departamentos, Coordenadorias, Divisões, Gabinetes etc . 1.4- ÓRGÃOS SUBALTERNOS: “são os que se acham subordinados hierarquicamente à órgãos superiores de decisão; exercem funções de execução”. Ex.: Seções, Setor etc. 2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA: - ÓRGÃOS SIMPLES(OU UNITÁRIOS): “são constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas”. Exemplos: Setor de Protocolo, Portaria etc. - ÓRGÃOS COMPOSTOS: “são constituídos por vários outros órgãos”. Ex.: Ministérios, Secretarias de Estado, Secretarias de Município etc. 3) QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL: (SEGUNDO HELY LOPES) - ÓRGÃOS SINGULARES (OU UNIPESSOAIS): “são os que atuam e decidem através de um único agente,”. Exemplos: Presidência, Governadoria, Prefeituras etc. - ÓRGÃOS COLEGIADOS ( OU PLURIPESSOAIS): “são todos aqueles que atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus membros”. Ex.: Corporações Legislativas, Tribunais etc. 3) QUANTO À COMPOSIÇÃO (SEGUNDO DI PIETRO) - ÓRGÃOS SINGULARES: “quando integrados por um único agente”. Exemplos: Presidência da República, Diretoria de uma escola etc. - ÓRGÃOS COLETIVOS: “quando integrados por vários agentes”. Ex.: Tribunais etc. -- 4) QUANTO À ESFERA DE AÇÃO (SEGUNDO DI PIETRO): - ÓRGÃOS CENTRAIS: “são aqueles que exercem atribuições em todo o território de competência (seja nacional, estadual ou municipal)”. Exemplos: Ministérios, Secretarias Estaduais ou Municipais etc. - ÓRGÃOS LOCAIS: “são aqueles que atuam sobre uma parte do território”. Ex.: Delegacias Regionais da Receita Federal, Delegacias de Polícia, Postos de Saúde etc. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA CONCEITO: A administração indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas. CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODAS AS ENTIDADES: - São pessoas jurídicas, de direito público ou privado, instituídas por determinada entidade política para exercer uma parcela de sua capacidade de autoadministração. - Capacidade de autoadministração: segundo a qual exercem com autonomia a atividade que lhe foi transferida pela entidade política, nos termos e limites da lei. - Não possuem capacidade de autogoverno nem de autoconstituição, nem mesmo de autolegislação. - São resultado do fenômeno da descentralização. - Têm patrimônio próprio, receitas e orçamentos próprios. User Retângulo User Realce User Realce User Realce User Texto digitado chefia de um independente ou de um autônomo. User Texto digitado análise de poder de decisão User Texto digitado análise da quantidade de pessoas dentro do órgão. User Realce User Linha User Texto digitado do ente. User Retângulo DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 18 OS: 0124/9/16-Gil ANÁLISE DAS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS AUTARQUIA FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO PUB (PRIVADO) EMPRESA PUB. E SOC. ECON. MISTA CONCEITO Pessoa jurídica de direito público, criada por lei, para desenvolver atividades típicas e próprias da Administração. Pessoa jurídica de direito público (entendimento jurisprudencial) ou de direito privado; as fundações são pessoas jurídicas que nascem em razão da existência de um patrimônio vinculado ao cumprimento de uma finalidade: desenvolver atividades com um fim social. Pessoas jurídicas de direito privado, destinadas à atividades econômicas(art. 173, CF) ou prestação de serviços(art. 175, CF) industriais ou comerciais, em que o Estado tenha interesse próprio ou considere convenientes à coletividade. CRIAÇÃO Criada por lei Fund. Pub. (Publico) - criada por lei Fundação Pub (Privado) - autorizada por lei Autorizadas por lei. PERSONALIDADE JURÍDICA Direito Público Direito Público ou Privado Direito Privado RELAÇÃO COM O ENTE POLÍTICO Vinculação (controle finalístico; supervisão ministerial; tutela administrativa) Vinculação (controle finalístico; supervisão ministerial; tutela administrativa) Vinculação (controle finalístico; supervisão ministerial; tutela administrativa) REGIME JURÍDICO Regime Jurídico de Direito Público Fund. Pub. (Publico)- Reg. Jur. Direito Público Fundação Pub (Privado)- Regime Híbrido Regime Híbrido RELAÇÃO DE TRABALHO Estatutária (Obs.: o STF suspendeu o uso do regime celetista através da ADI-MC 2135). Fund. Pub. (Publico) – Estatutária. (Obs.: o STF suspendeu o uso do regime celetista através da ADI- MC 2135). Fundação Pub (Privado) – Celetista. Celetista LICITAÇÃO E CONTRATOS Realizados através de LICITAÇÃO Realizados através de LICITAÇÃO Realizados através de LICITAÇÃO CONTROLE EXTERNO Contorle feito pelo Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas EXEMPLOS UFC, INSS, Conselho Federal de Farmácia (Aut. Reg. Esp), Banco Central (Aut. Reg. Esp.), ARCE, SEMACE, JUCEC, ISSEC, DER, DETRAN, IJF, IPM, AMC, etc. FNS, UECE, UVA, URCA, IBGE, FUNAI etc. Empresas Públicas: Correios, CEF, CASA DA MOEDA,SERPRO, EMBRAPA etc. Soc. Economia Mista: Banco do Brasil S/A, Petrobrás S/A, Cagece S/A, Docas S/A etc. User Realce User Retângulo DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 19 OS: 0124/9/16-Gil DISTINÇÕES ENTRE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA SOC. ECON. MISTA EMP. PÚB FORMA JURÍDICA Devem ter a forma de S/A (sendo reguladas basicamente pela Lei das Soc. por Ações -Lei nº 6.404/76) Podem revestir qualquer das formas admitidas no direito COMPOSIÇÃO DO CAPITAL É obrigatoriamente formado pela conjugação de capital público e privado (e o controle acionário deve ser da Adm. Pública) É integralmente público (ela pode ser unipessoal ou pluripessoal). FORO PROCESSUAL PARA ENTIDADES FEDERAIS Em matéria comum, não foram contempladas com o foro na Justiça Federal. ¹ Em matéria comum, as causas serão contempladas na Justiça Federal. (art. 109, I, CF) 1. Súmulas 508, 517 e 556 do STF. CLASSIFICAÇÃO DE AUTARQUIAS CLASSIFICAÇÃO 1. ORDINÁRIAS OU COMUNS 2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS (COM PERSONALIDADE DE DIR. PÚB) 3. AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL ANTIGAS A.R.E AGÊNCIAS REGULADORAS AGÊNCIAS EXECUTIVAS 4. CONSÓRCIOS PÚBLICOS (COM PERSONALIDADE DE DIREITO PUB). 5. TERRITÓRIOS ____________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ User Retângulo User Realce User Retângulo User Texto digitado BACEN, Universidades, Conselho de Profissão (exceto OAB) DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila – Profs. Lidiane / Clóvis Feitosa e Giuliano CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 20 OS: 0124/9/16-Gil CAPÍTULO 4 – ATOS ADMINISTRATIVOS CONCEITO DE ATO JURÍDICO: é uma manifestação da vontade humana, destinada a produzir efeitos jurídicos. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO: é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública; é todo o ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos; só pode ser praticado por agente público competente; Logo: Ato jurídico gênero Ato administrativo espécie. Ato administrativo # Fato administrativo. Fato Administrativo: é o acontecimento material da Administração, em cumprimento de um ato administrativo que o determina, que poderá produzir consequências jurídicas. Ex.: a construção de uma ponte, a instalação de um serviço público etc. OBS: Di Pietro traz uma análise diferente entre fato administrativo e fato da administração: 1) FATO ADMINISTRATIVO – ocorre quando o fato descrito na norma legal produz efeitos no campo do direito administrativo. Ex.: morte do servidor tem repercussão jurídica (gera pensão e vacância); 2) FATO DA ADMINISTRAÇÃO- se o fato não produz qualquer efeito jurídico no direito administrativo. Ex.: servidor cai da escada no Ministério da Fazenda e rapidamente se levanta, sendo uma ocorrência dentro da Administração, mas sem repercussões jurídicas. ANÁLISE DE VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO: REQUISITOS (OU ELEMENTOS) DO ATO ADMINISTRATIVO REQUISITOS (CFFMO) Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto. COMPETÊNCIA: é o poder, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a capacidade de praticar o ato administrativo; é VINCULADO; É o primeiro requisito de validade do ato administrativo. Inicialmente, é necessário verificar se a Pessoa Jurídica tem atribuição para a prática daquele ato. É preciso saber, em segundo lugar, se o órgão daquela Pessoa Jurídica que praticou o ato, estava investido de atribuições para tanto. Finalmente, é preciso verificar se o agente público que praticou o ato, fê-lo no exercício das atribuições do cargo. O problema da competência, portanto, resolve-se nesses três aspectos. A competência ADMITE DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO. Esses institutos resultam da hierarquia. FINALIDADE: é o bem jurídico objetivado pelo ato administrativo; é vinculado; O ato deve alcançar a finalidade expressa ou implicitamente prevista na norma que atribui competência ao agente para a sua prática. O Administrador não pode fugir da finalidade que a lei imprimiu ao ato, sob pena de NULIDADE do ato pelo DESVIO DE FINALIDADE específica. Havendo qualquer desvio, o ato é nulo por DESVIO DE FINALIDADE, mesmo que haja relevância social. FORMA: é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser praticado; É o revestimento externo do ato; é VINCULADO. Em princípio, exige-se a forma escrita para a prática do ato. Excepcionalmente, admitem-se as ordens através de sinais ou de voz, como são feitas no trânsito. Em alguns casos, a forma é particularizada e exige-se um determinado tipo de forma escrita. MOTIVO: é a situação de fato e a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato administrativo; OBJETO: é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é aquilo que o ato dispõe. Pode ser VINCULADO ou DISCRICIONÁRIO. ato vinculado: o objeto já está predeterminado na lei (Ex.: aposentadoria do servidor). ato discricionário:há uma margem de liberdade do Administrador para preencher o conteúdo do ato (Ex.: desapropriação – cabe ao Administrador escolher o bem, de acordo com os interesses da Administração). MOTIVO e OBJETO, nos chamados atos discricionários, caracterizam o que se denomina de MÉRITO ADMINISTRATIVO.
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