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CO CONTRIBUICOES PARA UMA CLINICA EXISTENCIALISTA DAS SITUACOES DE TRABALHO

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Anais XV Semana de Psicologia da UEM e VII Seminário de Pesquisa da Pós-Graduação 
em Psicologia da UEM 
As práxis da Psicologia: diálogos e encontros - 22 a 26 de setembro de 2014 
Universidade Estadual de Maringá ISSN 2358-7369 
_____________________________________________________________________________	
  
CONTRIBUIÇÕES PARA UMA CLÍNICA EXISTENCIALISTA DAS 
SITUAÇÕES DE TRABALHO 
 
Rayza Alexandra Aleixo Francisco (Programa de Iniciação Científica, Departamento de Psicologia, 
UEM, Maringá-PR, Brasil); Sylvia Mara Pires de Freitas (Departamento de Psicologia, UEM, Maringá-
PR, Brasil). 
 
contato: rayzahalexandra@gmail.com.br 
 
Perante a homogeneidade teórico-metodológico de publicações e pesquisas sobre saúde 
mental coletiva dentro do campo da psicopatologia do trabalho, e em especial as teorias clínicas 
do trabalho, compreendeu-se a urgência de se repensar, de forma dialética, temas de Psicologia e 
os focos de intervenção do psicólogo no contexto econômico e social capitalista, realizando, 
através do Projeto de Iniciação Científica (Pic) já concluído, um diálogo entre a clínica 
existencialista de situações contemporâneas e a clínica do trabalho, colaborando com a 
ampliação das abordagens clínicas do trabalho e da própria perspectiva clínica embasada pela 
noção de “situação” em Sartre, conforme apresentada por Castro. O material analisado 
constituiu-se, fundamentalmente, das obras clássicas de Sartre, sendo elas O Ser e o Nada e A 
Crítica da Razão Dialética, e de outras produções científicas que contribuíram para sua 
compreensão e execução, de forma que esta produção inseriu-se na modalidade de pesquisa 
teórico-conceitual. As Clínicas do Trabalho representam um conjunto de diversas 
epistemologias, teorias e metodologias que têm por objetivo comum estudar a relação entre 
trabalho e subjetividade, aproximando-se de uma clínica social, mas que também contempla as 
vivências de prazer e sofrimento, neste caso, ancoradas nas experiências objetivas e subjetivas de 
trabalho. Essa articulação aproxima-se da concepção sartreana de sociabilidade no que tange a 
compreensão do homem, da história e do fenômeno psicopatológico. Para o existencialismo 
sartreano, o homem cria sua existência através das relações dialéticas que estabelece com os 
outros, com o corpo, com a temporalidade e com a materialidade na busca pelo que lhe falta, 
fazendo de si um ser singular/universal, individual/coletivo através de sua práxis, em meio a 
multiplicidade da coletividade e em um contexto histórico específico. Pela necessidade de se 
relacionar com um mundo ambíguo, confronta-se diariamente com uma infinidade de projetos 
singulares/universais, encontrando, não raro, dificuldades ou impossibilidades de superar 
resistências ao seu projeto de ser, a exemplo, ao experimentar seu projeto e desejo como 
inviabilizados - condição favorável ao sofrimento ou adoecimento. Compreendendo que o 
homem cria sua existência através das relações dialéticas que estabelece, e que o trabalho, 
quando deixa de ser construído pela práxis humana, torna-se patologizante, ratificamos a 
proposta de Castro, ao realizar o diálogo entre a clínica existencialista e as complicações 
psicológicas de produção da vida contemporânea em sua complexidade. Contudo, ao influir 
nesta premissa os desdobramentos de uma clínica existencialista do trabalho, transpomos que tal 
assertiva é que ratifica a importância de uma clínica existencialista das situações de trabalho, 
conclusão resultante desta pesquisa. Ademais, podemos ressaltar a importância do 
existencialismo sartreano para a compreensão do mundo do trabalho, por também permitir ao 
psicólogo o envolvimento enquanto clínico social e pesquisador clínico. Assim, o psicólogo, ao 
debruçar-se sobre tal cenário, pode evidenciar os projetos singulares/coletivos que produzem o 
contexto do trabalho, como os trabalhadores lidam com as contradições inerentes a sua condição 
existencial e com as do próprio sistema capitalista, possibilitando o enfrentamento do fatalismo e 
da descrença num movimento de totalizações, retotalizações e destotalizações incessantes. 
 
Palavras-chave: Existencialismo Sartreano. Clínica do Trabalho. Clínica das Situações de 
Trabalho.

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