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TEMAS EM PSICOLOGIA SOCIAL RESUMO NP1

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TEMAS EM PSICOLOGIA SOCIAL 
 
 A Profa. Sílvia Lane foi pioneira nas formulações teóricas que colocaram a Psicologia Social brasileira em questão, 
ressaltando a necessidade de se redirecionar sua produção no sentido de contribuir para a transformação social. 
 Nessa trajetória aliou teoria e prática. 
 SILVIA LANE: uma das mais importantes influências no desenvolvimento de um novo projeto para a Psicologia: o 
projeto do compromisso social. 
 
 Sua produção teórica permitiu a construção de novas perspectivas no campo da Psicologia Social, sendo 
responsável pelo desenvolvimento da perspectiva sócio-histórica na Psicologia Social no Brasil. Suas ideias sobre a prática 
permitiram a construção da Psicologia Social Comunitária. 
 
 Sílvia Lane foi guiada pelo princípio de que o conhecimento produzido deveria sempre ser útil para a transformação da 
realidade na direção da criação de condições dignas de vida para todos. 
 Sua preocupação básica em construir uma psicologia social voltada para a realidade brasileira e latinoamericana, com 
vistas a contribuir para a superação das desigualdades e das situações de opressão. 
 Demandava uma construção teórica que permitisse compreender o homem como participante do processo social. 
 
 O conhecimento da psicologia deveria levar à compreensão dos mecanismos que provocam a alienação e 
contribuir para ampliar a consciência dos homens. 
 
A RELAÇÃO SUBJETIVIDADE E OBJETIVIDADE; A FORMAÇÃO E O PAPEL DOS VALORES. 
 Preocupação em investigar e compreender como o indivíduo está implicado com a sua sociedade, como se coloca 
nela, o que permite ou impede que ele compreenda as determinações sociais e como pode agir sobre elas. 
 
Compromisso social > buscar melhorias para que a psicologia assuma seu papel de transformadora social que busca, não apenas 
seu objetivos individuais como ciência, mas a promoção de bem estar social. 
 
Principais críticas de Silvia Lane 
 A psicologia social norte-americana, de base experimental e positivista, que falava de mecanismos psicológicos 
universais e abstratos, desconsiderando o conteúdo histórico e social presente na constituição do homem. 
 A psicologia cognitivista produzia uma psicologia que não atentava, realmente, para as questões sociais, já que elas eram 
apenas “pano de fundo” para os acontecimentos do mundo psíquico. 
 
CONCEPÇÃO DE HOMEM:: um homem social e histórico. 
 Para compreender esse homem e como as determinações históricas estão em relação com ele, seria necessário um 
método. O materialismo histórico e dialético será o método que ela vai adotar e desenvolver na psicologia social. 
 
O positivismo, na procura da objetividade dos fatos, perdera o ser humano. Caberia à Psicologia Social recuperar o 
indivíduo na intersecção de sua história com a história de sua sociedade – apenas este conhecimento nos permitiria 
compreender o homem como produtor da história. 
 
NOVA PSICOLOGIA SOCIAL 
 Em vez de “relações interpessoais e influências sociais”, como propunha a psicologia social tradicional, seria o 
homem como ser histórico, a dialética entre indivíduo e sociedade, o movimento de transformação da realidade. 
 O objetivo era compreender o indivíduo em relação dialética com a sociedade; a constituição histórica e social do 
indivíduo e os elementos que explicam os processos de consciência e alienação; e as possibilidades de ação do 
indivíduo frente às determinações sociais. 
 Dentre as novas metodologias destacou-se a pesquisa-ação participante. A concepção de pesquisa participante 
anulava toda discussão sobre a neutralidade da ciência e do pesquisador. Tratava-se, então, de discutir o 
compromisso social do pesquisador. 
 Sílvia Lane afirmava que: “. . . o fundamental neste momento é a psicologia rever sua prática, pois teoria e prática 
têm que vir juntas. Não se pode dividir a psicologia social em ciência aplicada e pura” 
 
Uma Psicologia Social Sócio-Histórica 
 A Psicologia Social que veio a ser denominada sócio-histórica surgiu nesse processo de revisão e crítica com vistas à 
produção de um conhecimento comprometido com a transformação social. 
 Uma pessoa é a síntese do particular e do universal, ou seja, sua individualidade se constitui, necessariamente, na 
relação objetiva com o seu meio físico, geográfico, histórico e social, que irão, através de suas ações, desenvolver, o 
psiquismo humano constituído, fundamentalmente, pelas categorias: consciência, atividade e afetividade. 
 
Indivíduo e Sociedade são inseparáveis... 
 Se desejamos conhecer cientificamente o ser humano, é necessário considerá-lo dentro do contexto histórico, inserido em um processo 
constante de subjetivação/objetivação. 
 
MOVIMENTO = compreender que ambos, sujeito e sociedade estão em um movimento que tem por base as contradições do 
processo histórico, significa poder apontar as possibilidades de transformação. 
 
* Linguagem como mediação no processo de consciência fazendo clara referência ao lugar social ocupado pelo indivíduo e 
às determinações históricas a que está sujeito. 
* Os significados produzidos historicamente pelo grupo social adquirem, no âmbito do indivíduo, um ‘sentido pessoal’, ou 
seja, a palavra se relaciona com a realidade, com a própria vida e com os motivos de cada indivíduo. 
* A linguagem, produção ao mesmo tempo social e individual é expressão da síntese e do movimento entre sujeito e 
realidade. 
* Significado e sentido, como unidade de contrários, ao mesmo tempo revelam e possibilitam e concretizam a dialética 
subjetividade-objetividade. 
 
“Toda a Psicologia é Social” 
 
 Toda a psicologia é social, desde que assuma a natureza histórica social do ser humano. 
 Partimos então do preceito de que toda a psicologia é social a partir do momento que percebe o ser humano como um 
todo, sem reduzi-lo as suas patologias, seu desenvolvimento, suas especificidades. 
 O psicólogo social não seria somente aquele que trabalharia com problemas ou situações de caráter social ou grupal. Um 
psicólogo clínico (em atendimento individual, em consultório particular), seria também um psicólogo social. Para isso, 
bastaria que ele procedesse em seu trabalho ao exercício de contextualização do seu cliente no seu momento social e 
histórico. 
 Na medida em que as fontes explicativas e os resultados obtidos tivessem um caráter de habilitação de cada pessoa para 
atuar e transformar sua realidade (isto é, participar dos processos de transformação), esse trabalho poderia ser 
considerado como de psicologia social. 
 
 
IDEOLOGIA DA COMPETÊNCIA 
 
IDEOLOGIA: Conjunto lógico, sistemático de representações (ideias e valores) e de normas ou regras (conduta) que 
indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar e agir. 
FUNÇÃO: a função da ideologia é apagar as diferenças como de classes e fornecer aos membros da sociedade o sentimento 
de identidade social. 
 A ideologia nunca pode explicar sua origem, pois se o fizesse faria vir à tona a divisão social em classes. 
 Existência de “brancos” e lacunas que nunca poderão ser preenchidos sob pena de destruir a coerência ideológica. 
 Uma ideologia que fosse plena, ou seja, que não tivesse lacunas, que dissesse tudo, já não seria ideologia. 
 Ideologia é um instrumento de dominação. 
 
 A ideologia burguesa era um pensamento de caráter legislador que definia para toda sociedade o verdadeiro e o 
falso, o bom e o mau; com isso designava os detentores do poder: o pai, patrão, professor, governante, etc. 
 Com o FORDISMO introduziu-se uma nova prática das relações sociais: A Organização. 
 
Características da Organização 
 Organizar é administrar, esse administrar seria introduzir racionalidade nas relações sociais;a racionalidade 
administrativa afirma que não é necessário discutir os FINS de uma ação, mas sim estabelecer MEIOS eficazes 
para obtenção do objetivo. 
 Uma organização é racional se for eficiente, estabelecendo uma rígida hierarquia de cargos e funções. 
 Uma organização é uma administração científica racional que possui lógica própria e funciona por sim mesma 
independente da vontade de seus membros. 
 
 A organização divide e separa os que possuem determinado conhecimento (gerentes e administradores) e os que 
executam tarefas fragmentadas (trabalhadores). 
 A divisão social do trabalho faz-se pela separação entre os que têm competência para dirigir e os 
incompetentes, que só sabem executar. 
 IDEOLOGIA INVISÍVEL: enquanto na ideologia burguesa as ideias era transmitidas por determinados agentes 
sociais (pai/patrão), agora não há mais agentes que produzem ideias, elas simplesmente emanam diretamente do 
funcionamento da Organização e das “leis do mercado”. 
 A divisão social das classes estão resumidas em uma grande divisão: a divisão entre os que possuem poder porque 
possuem SABER e os que não possuem poder porque NÃO possuem SABER. 
 
Em vês de falar em IDEOLOGIA INVISÍVEL, fala-se em IDEOLOGIA DA COMPETÊNCIA 
 
 Afirma que a divisão social se realiza entre os competentes (os que possuem conhecimentos científicos e tecnológicos) 
e os incompetentes (os que executam as tarefas comandadas pelos especialistas). 
 O discurso competente é aquele proferido pelo especialista. 
 A organização é competente; os indivíduos e as classes sociais, incompetentes, objetos sociais conduzidos e 
manipulados pela organização. 
 
 O discurso de competência privatizada é aquele que ensina a cada um de nós, enquanto indivíduos privados (não 
enquanto sujeitos sociais), como nos relacionarmos com o mundo e com os outros. Esse ensino é feito por 
especialistas que nos ensinam a viver. 
 O discurso do especialista afirma que só há felicidade na competição e no sucesso de quem vence a competição. 
 
Consequências da Ideologia da Competência 
 
 Ser competente é vencer a competição, então desempregado está no vício e na malandragem. 
 Somente a competência no trabalho assegura felicidade e realização, quem não o possui sente-se fracassado. 
 Busca de um diploma a qualquer custo, pois a organização exige isso. 
 A universidade alimenta a ideologia da competência e despoja-se de suas principais atividade, a formação crítica e 
a pesquisa. 
 
A IDEOLOGIA NÃO TEM HISTÓRIA 
 A ideologia burguesa tem o culto da história entendida como progresso. Para ela toda história é o progresso das 
nações, das técninas... esse progresso é a forma de dominar a natureza e outros homens. Com isso, eles justificam o 
direito do capitalismo de colonizar povos ditos como primitivos. 
 A ideologia não tem história, mas fabrica histórias imaginárias que são uma forma de legitimar sua dominação de 
classe dominante. 
 A história ideológica, aquela que aprendemos na escola, é sempre uma história narrada do ponto de vista do 
vencedor. 
 O vencedor ou poderosos é o único sujeito da história, ele impede que haja a história dos vencidos e elimina 
fisicamente os vencidos. 
 
CRÍTICA DA IDEOLOGIA = Prática política nascida dos explorados, consiste em preencher as lacunas do pensamento e 
discurso ideológico, obrigando-os a dizer tudo o que não está sendo dito, dessa forma a lógica da ideologia se desmancha. 
 
 
IDEOLOGIA DE GÊNERO >> A ideologia de Gênero foi um termo criado pelos que são contra (críticos aos estudos de 
gênero) a implementação de diretrizes que visam à superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da 
igualdade de gênero e de orientação sexual. 
- Visa implementar também políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito e discriminação racial, por 
orientação sexual ou identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão. 
 
 
 
 Ideologia no sentido positivo = conjunto de valores e ideais de uma pessoa ou grupo, ou seja, todas as pessoas 
possuem sua ideologia. 
 Ideologia no sentido negativo = ideias distorcidas, enganadoras, meias-mentiras, algo que ajuda obscurecer a 
realidade e enganar as pessoas. Relação de dominação. 
 Ideologia como algo materializado = a ideologia está corporificada na própria ideia, na forma simbólica ou 
concretizada, como a escola ou família. (Marx – ideias da classe dominante) 
 Ideologia como algo dinâmico (prática) = a ideologia é vista como uma prática, uma maneira como as formas 
simbólicas servem para criar e manter relações sociais entre pessoas. (vista como determinada prática, um modo de 
agir, produzir e manter relações). 
 
1 
Autores que definem ideologia no 
sentido positivo e como algo material 
(as visões das pessoas) 
2 
Ideologia como algo positivo e como 
uma prática (maneira de se criar e 
manter relações) 
3 
Ideologia como algo negativo e 
concreto (as ideias da classe 
dominante) 
4 
Ideologia como prática, esta prática 
serve para criar e manter relações 
assimétricas, desiguais. 
 
Modos de operação da ideologia 
 Legitimação 
 Dissimulação 
 Unificação 
 Fragmentação 
 Reificação 
NOVA CONCEPÇÃO DE HOMEM 
 
 O ser humano possui um organismo que é uma infraestrutura que permite o desenvolvimento de uma 
superestrutura que é social e histórica. 
 Se a psicologia apenas descrever o que é observado ou enfocar o indivíduo como causa e efeito de sua 
individualidade, ela terá uma ação conservadora, estatizante – ideológica – quaisquer que sejam as práticas 
decorrentes. 
 Se o homem não for visto como produto e produtor, não só de sua história pessoal, mas da história de sua 
sociedade, a Psicologia estará apenas reproduzindo as condições necessárias para impedir a emergência das 
contradições e a transformação social. 
 A dualidade Físico x Psíquico implicou numa concepção idealista do ser humano. Nenhuma das duas 
tendências dá conta de explicar o homem criativo e transformador. 
 Tornou-se necessário um entendimento do indivíduo como um ser concreto, manifestação de uma totalidade 
histórico-social. É dentro do materialismo histórico e da lógica dialética que vamos encontrar os pressupostos 
para a reconstrução de um conhecimento que atenda à realidade social. 
 
 O homem não sobrevive a não ser em relação com outros homens; desde seu nascimento o homem está 
inserido num grupo social. 
 A sua participação em grupo depende da aquisição da linguagem que preexiste ao indivíduo como um 
código produzido historicamente pela sua sociedade, mas que ele apreende a partir da sua relação com os outros. 
 
 Não há possibilidade de se gerar um conhecimento “neutro”, nem um conhecimento do outro que não interfira na 
sua existência. 
 Pesquisador e pesquisado se definem por relações sociais que tanto podem ser reprodutoras como podem ser 
transformadoras das condições sociais de ambos. 
 Sempre a pesquisa implica INTERVENÇÃO, AÇÃO de uns sobre os outros. 
 Pesquisa-ação é a práxis científica. 
 
Pesquisa-ação >> é a investigação, reflexão de dados empíricos e sistemáticos que visam uma prática de intervenção. 
Práxis >> refere-se à ação, a atividade livre, criativa e auto-criativa, por meio da qual o homem cria e transforma seu 
mundo humano e histórico e a si mesmo. 
 
 
O papel do Psicólogo 
 
 Na hora de definir a nossa identidade profissional e o papel que devemos desempenhar em nossas 
sociedades, é muito mais importante examinar a situação histórica de nossos povos e suas necessidades do 
que estabelecer o âmbito específico da psicologia como ciência ou como atividade. 
 
Três aspectos primordiais que parecem caracterizaro momento atual dos povos centro-americanos 
 
 A injustiça estrutural - os problemas fundamentais da área centro-americana são devidos a uma estruturação 
injusta de seus sistemas sociais. Sobre sociedades pobres e subdesenvolvidas assentam-se regimes que distribuem 
desigualmente os bens disponíveis, submetendo a maioria dos povos a condições miseráveis que permitem a 
pequenas minorias desfrutar de todo tipo de comodidade e luxo. 
 A luta revolucionária - Uma segunda característica é a situação de guerra ou quase-guerra em que vivem todos os 
países da região. 
 Estados nacionais como satélites dos Estados Unidos - A terceira característica da situação atual da América 
Central é a sua acelerada satelitização nacional. Certamente, a América Central tem sido durante este século, parte 
do quintal norte-americano. 
 
O papel do psicólogo 
 
 Há alguns anos atrás, em 1968, um psicólogo francês, Marc Richelle, se colocava a questão "para que psicólogos? 
 A psicologia oferecia uma solução alternativa para os conflitos sociais: tratava-se de mudar o indivíduo 
preservando a ordem social ou, no melhor dos casos, gerando a ilusão de que talvez, ao mudar o indivíduo, também 
mudaria a ordem social, como se a sociedade fosse uma somatória de indivíduos. 
 Na medida em que a psicologia tome como seu objetivo específico os processos da consciência humana, deverá 
atender ao saber das pessoas sobre si mesmas, enquanto indivíduos e enquanto membros de uma coletividade. 
 O saber mais importante do ponto de vista psicológico não é o conhecimento explícito e formalizado, mas esse 
saber inserido na práxis quotidiana, na maioria das vezes implícito, estruturalmente inconsciente, e 
ideologicamente naturalizado. 
 
Conscientização = transformação pessoal e social 
 
O processo de conscientização supõe três aspectos: 
 O ser humano transforma-se ao modificar sua realidade. 
 Mediante a gradual decodificação do seu mundo, a pessoa capta os mecanismos que a oprimem e 
desumanizam. Esta consciência crítica ante a realidade circundante e ante os outros traz assim a 
possibilidade de uma nova práxis que, por sua vez, possibilita novas formas de consciência. 
 O novo saber da pessoa sobre sua realidade a leva a um novo saber sobre si mesma e sobre sua identidade 
social. A pessoa começa a se descobrir em seu domínio sobre a natureza, em sua ação transformadora das 
coisas, em seu papel ativo nas relações com os demais. 
 
A conscientização supõe uma mudança das pessoas no processo de mudar sua relação com o meio ambiente e, 
sobretudo, com os demais. 
 
 O psicólogo deve buscar a desalienação das pessoas e grupos, que as ajude a chegar a um saber crítico sobre 
si próprias e sobre sua realidade. 
 Se há a necessidade de colocar a psicologia a serviço do povo é necessário entender como vive (e sobrevive) 
este povo, e que problemáticas psicológicas, culturais e estruturais se apresentam a ele. Apenas com este 
entendimento seria possível colocar o a psicologia latino-americana a serviços das reais necessidades de seu 
povo. 
 Se o psicólogo, por um lado, não é chamado a intervir nos mecanismos socio-econômicos que articulam as 
estruturas de injustiça, por outro é chamado a intervir nos processos subjetivos que sustentam e viabilizam 
essas estruturas injustas; se não lhe cabe conciliar as forças e interesses sociais em luta, compete a ele ajudar a 
encontrar caminhos para substituir hábitos violentos por hábitos mais racionais; e ainda que a definição de 
um projeto nacional autônomo não esteja em seu campo de competência, o psicólogo pode contribuir para a 
formação de uma identidade, pessoal e coletiva, que responda às exigências mais autênticas dos povos. 
 
1. O psicólogo centro-americano deve repensar a imagem de si mesmo como profissional. Não se pode continuar 
com a inércia dos esquemas teóricos já conhecidos ou das formas de atuar habituais. 
2. É urgente assumir a perspectiva das maiorias populares. Sabemos, pela sociologia do conhecimento, que o que 
se vê da realidade e como se vê, depende de forma essencial do lugar social de onde se olha. 
3. Colocar o saber psicológico a serviço da construção de uma sociedade em que o bem estar dos menos não se faça 
sobre o mal estar dos mais, em que a realização de alguns não requeira a negação dos outros. 
 
 
PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA 
 
 Wundt sugere duas psicologias: uma EXPERIMENTAL e outra SOCIAL. De modo a resolver as dicotomias 
natural e social. 
 A Psicologia Sócio-Histórica, que toma como base a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, apresenta-se como uma 
possibilidade de superação dessa dicotomia. 
 
 Fundamenta-se no marxismo e adota o materialismo histórico dialético como filosofia, teoria e método. 
 Concebe o HOMEM como ativo, social e histórico. 
 A SOCIEDADE como produção histórica dos homens que através do trabalho produzem uma vida material, realidade 
material. 
 A HISTÓRIA como contraditório constante do fazer humano, a partir da base material, deve ser compreendida toda 
produção de ideias, incluindo a ciência e a psicologia. 
 
Abandonando a visão abstrata do fenômeno psicológico 
 
 O primeiro aspecto é o abandono da visão abstrata do fenômeno psicológico e a crítica a ela. 
 Como oposição a essas ideias do feudalismo, a perspectiva liberal tem como um de seus elementos centrais a valorização 
do indivíduo: o individualismo. Cada indivíduo é um ser moral que possui direitos derivados de sua natureza humana. 
 A psicologia surge como necessária para pensar o homem a partir da natureza humana, uma natureza que nos iguala e 
exige liberdade para desenvolver nossas capacidades. 
 Com essas ideias de igualdade natural entre os homens, o liberalismo propiciou o questionamento das hierarquias sociais 
e das desigualdades características do período histórico do feudalismo. 
 As condições históricas desse período permitiram o surgimento da Psicologia e do próprio fenômeno psicológico, do 
modo como está constituído hoje. 
 
Fenômeno Psicológico >> processo, estrutura, manifestação, relação; é interno e externo, é biológico, é psíquico e social; é 
agente e é resultado. 
 
 A Psicologia Sócio-Histórica acredita que o fenômeno psicológico se desenvolve ao longo do tempo. Assim, o 
fenômeno psicológico: 
 Não pertence à Natureza Humana; 
 Não é preexistente ao homem; 
 Reflete a condição social, econômica e cultural em que vivem os homens. 
 
 Para a Sócio-Histórica, falar do fenômeno psicológico é obrigatoriamente falar da sociedade. Falar da subjetividade 
humana é falar da objetividade em que vivem os homens. A compreensão do “mundo interno” exige a compreensão do 
“mundo externo”, pois são dois aspectos de um mesmo movimento, de um processo no qual o homem atua e 
constrói/modifica o mundo e este, por sua vez, propicia os elementos para a constituição psicológica do homem.

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