Buscar

COLETÂNIA DE TEXTOS SOBRE ALTAS HABILIDADES SUPERDOTAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CRIANÇAS SUPERDOTADAS: IMPORTÂNCIA DA IGUALDADE
Matéria publicada em 01/04/2013
No contexto atual, em que produzir com excelência é cada vez mais valorizado por todos, ter um filho superdotado a priori pode ser associado como a resolução para muitos problemas. Entretanto, é fundamental que pais e professores possam considerá-la uma criança como todas as outras, mas que também consigam percebê-la além da sua habilidade bem desenvolvida. 
A criança superdotada não é um gênio, ou uma máquina de pensar, mas sim, um ser humano, repleto de sentimentos e vontades próprias e que apresenta um desempenho exemplar em uma ou algumas áreas do conhecimento.
Ter um filho superdotado pode significar algo inédito para os pais, e estes podem muitas vezes colocar todas as suas esperanças e expectativas nesta criança. Nestes casos, precisa-se ter uma atenção redobrada, para que a criança não venha a desenvolver dificuldades emocionais devido à excessiva atenção e provável pressão dispensada por eles.
A criança dotada de altas habilidades não escolhe ter esta característica. Por esta razão, é possível que ela também precise lidar com os desafios que possam aparecer ao longo do seu desenvolvimento. Estes desafios podem englobar dificuldades de relacionamento, problemas para ter paciência em precisar aprender conteúdos que ela já sabe, dificuldades para querer corresponder às expectativas dos pais e muitas outras que muitas vezes acabam afastando a criança do ambiente social esperado para a sua faixa etária. Geralmente não é levado em conta o que a criança quer para si própria.
Se destacar perante determinado aspecto significa muitas vezes status, poder e quem acompanha a criança diariamente normalmente quer que a habilidade bem desenvolvida seja reconhecida pela sociedade. Entretanto, muitas vezes esquece-se de reconhecer o todo que a criança possui, podendo ocasionar fragilidade na personalidade dela.
Atualmente, o, na qual o aluno deve aprender a realizar uma determinada tarefa em um período específico de tempo. A criança dotada de altas habilidades identifica a sua facilidade em realizar as tarefas e pode com isso se tornar extrovertida ou introvertida diante do seu destaque perante os colegas. 
Problemas de autoestima podem estar relacionados com a não aceitação dos colegas de classe devido à característica de superdotação e, portanto, socialmente considerado como “melhor que muitos”.
A criança superdotada precisa de estímulos e atenção diferenciada, pois o “ser diferente” causa muitas dúvidas e medos. E ao contrário do que muitos pensam, ela não deve ser matriculada em colégio especial, ou colocada para fora da sala de aula por terminar as tarefas antes. Ela precisa de atenção, apoio e alguém que a ajude a enfrentar os desafios, facilidades e dificuldades que ela está sujeita a vivenciar ao longo da sua vida.
Por todas estas questões, é importante enfatizar cada vez mais a atenção que pais e professores devem ter para com a criança superdotada. Esta atenção deve ser global, ou seja, não se dirige apenas para as habilidades bem desenvolvidas, mas também para o que esta criança quer e o que ela precisa para ser um ser humano bem desenvolvido.
http://selmamcarvalho.blogspot.com.br/2013/04/criancas-superdotadas-importancia-da.html
UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO AOS ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
Texto de Pollyana Zavitoski
A nossa sociedade é formada por indivíduos com uma vasta diversidade no que se refere às características individuais.
É fato, todos os seres humanos são diferentes, e assim como existem pessoas com deficiências, com dificuldades para aprender, também há na população uma porcentagem de pessoas com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD). 
Esses sujeitos que se destacam por inteligência superior ou talento especial devem ser educados primeiramente como pessoas e não apenas superdotados.
É de extrema importância que as pessoas com AH/SD sejam identificadas para que a partir disso, suas necessidades educacionais especiais sejam atendidas.
Neste sentido, o objetivo desse estudo foi de verificar a contribuição da psicopedagogia frente ao aluno com Altas Habilidades/Superdotação.
INTRODUÇÃO
Um dos temas bastante discutido no âmbito educacional atualmente é a educação inclusiva e a educação especial, sobretudo, de como atender bem os alunos com necessidades educacionais especiais dentro da diversidade da sala de aula. 
Em meio a toda essa discussão se esquece uma classe de alunos que necessita da mesma atenção a suas peculiaridades e que nem sempre é tido como um aluno especial: 
os alunos com altas habilidades/superdotação[1]. 
De acordo com Goulart (2011), o termo superdotado surgiu na Legislação Brasileira em 1971, e atualmente na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL 2008) usa-se altas habilidades/superdotação, que faz referência a uma pessoa que possui capacidade mental significativamente acima da média. Já Guenther (2006), refere-se à tais alunos pelo termo dotado. 
De modo geral, a superdotação se caracteriza pela elevada potencialidade de aptidões, talentos e habilidades, evidenciada no alto desempenho nas diversas áreas de atividade do educando e/ou a ser evidenciada no desenvolvimento da criança (BRASIL, 1995). É diferente de uma habilidade, em que as competências são aprendidas ou comportamentos que são adquiridos. 
Como um talento, a superdotação intelectual é a aptidão inata para atividades intelectuais que não podem ser adquiridos por meio de esforço pessoal. Pela estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) no Brasil de 3,5% até 5% das pessoas são superdotadas. 
A superdotação pode ser geral ou específica. Por exemplo, uma pessoa bem dotada intelectualmente poderia ter um talento impressionante em somente uma determinada área do conhecimento, que envolva a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair e compreender ideias, linguagens e aprender.
De acordo com Fleith (2007), os alunos com superdotação apresentam características quanto à habilidade intelectual, criatividade, motivação e liderança. 
Quando combinado com um desafio curricular adequado, apoio e estímulo necessário para adquirir e executar as habilidades aprendidas e desenvolver suas potencialidades, a superdotação intelectual muitas vezes produz sucesso acadêmico excepcional. Para isso, é fundamental que tal aluno seja identificado e atendido corretamente para que não perca suas habilidades e potencialidades, pois muitas vezes a superdotação não é reconhecida já que os professores costumam considerar estes alunos como desatentos, agitados e desinteressados, e estes alunos acabam sendo diagnosticados como tendo transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), transtorno desafiador e de oposição, depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou outros problemas.
Segundo Guenther (2006), é preciso evitar que o aluno perca o interesse, o estímulo e buscar estratégias didáticas como aceleração, enriquecimento, sofisticação e novidade, cabendo ao professor identificar as possibilidades e dificuldades de cada um propondo ações pedagógicas direcionadas às necessidades e especificidades de cada um (GOULART, 2011). 
Os alunos com AH/SD devem ter uma educação que respeite e valorize suas capacidades, por isso, existem várias modalidades de atendimento e cada alternativa atende a diferentes necessidades. A legislação brasileira prevê programas de enriquecimento curricular, agrupamentos diferenciados e aceleração nos anos. 
O aluno com AH/SD deve ser indicado como tal para que tenha atendimento adequado, não perca interesse pela escola e se desenvolva de acordo com suas necessidades. Partindo dessa ótica, é possível perceber então a importância em fazer o levantamento de crianças com indicadores de altas habilidades e que este seja realizado pelos próprios professores (com o auxílio do psicopedagogo), que são aqueles que convivem diretamente com a diversidade da sala de aula e que, a partir disso, e posteriormentepor meio da aplicação de testes nos alunos indicados, seja possível o reconhecimento de alunos que realmente têm AH/SD, para que de fato possam ter uma educação adequada às suas necessidades.
Existem muitas teorias e muitos mitos sobre quem são os indivíduos com AH/SD. Cada teórico define a superdotação de uma forma, assim como a própria sociedade, em sua maioria leiga no assunto, possui ideias equivocadas sobre essas pessoas. Alencar (2001, p.119,120) traz as diferentes conotações que o termo superdotado sugere:
Quando se fala, porém em superdotados, muitas são as ideias que esse termo sugere para distintas pessoas: para algumas, o superdotado seria o gênio, aquele indivíduo que realmente apresenta um desempenho extraordinário e ímpar em uma determinada área do saber e do conhecimento; para outros seria um jovem inventor que surpreende pelo registro de uma nova patente; para outros ainda, seria aquele aluno que sistematicamente se situa entre os primeiros da classe durante toda a sua formação acadêmica, ou a criança precoce, que aprende a ler sem ajuda e que surpreende seus pais por seus interesses e indagações próprias de uma criança mais velha. O termo superdotado sugere ainda, a presença de um talento, seja na área musical, literária ou de artes plásticas. O denominador comum em todas as diversas conotações do termo é a presença, pois, de um notável desempenho ou de habilidades ou aptidões superiores. 
Faz-se necessário que os mitos sejam esclarecidos e que principalmente os profissionais da educação tenham claros os saberes necessários sobre os indivíduos com AH/SD e assim tenham clareza de quem verdadeiramente são os alunos que apresentam indicadores de altas habilidades. 
São diversos os autores que tratam sobre o assunto e cada um traz uma definição distinta do que um indivíduo deve apresentar para ser considerado um indivíduo com altas habilidades. Para Sabatella (2005) existem três traços recorrentes encontrados em crianças com altas habilidades: um vocabulário estruturado não usual no meio em que vive; alto nível de pensamento, ou seja, habilidade de raciocínio com a utilização da lógica pura e por fim uma memória diferenciada com componentes mnemônicos em idade precoce.
Segundo Piirto (1999, apud ALMEIDA E CAPELLINI, 2005), estes indivíduos apresentam elevada capacidade de criar, observar e aprender com grande rapidez e exatidão. Essa capacidade pode se manifestar em várias direções da cultura humana.
O documento de Diretrizes Gerais para o atendimento educacional aos alunos portadores de AH/SD e talentos (Brasil, 1995, p.13) conceitua altas habilidades como: 
Comportamentos observados e ou relatados que confirmam a expressão de “traços consistentemente superiores” em relação a uma média (por exemplo: idade, produção ou série escolar) em qualquer campo do saber ou fazer. Deve-se entender por “traços” as formas consistentes, ser ou fazer, aquelas que permanecem com frequência e duração no repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registradas em épocas diferentes e situações semelhantes. 
De acordo com o Ministério da Educação e Cultura do Brasil (1995) os tipos de superdotação são divididos por áreas de abrangência e capacidades distintas como: intelectual, social, acadêmico, criativo, psicomotor e talentoso especial.
Na maioria das teorias fica claro basicamente que o indivíduo com AH/SD é aquele que tem desempenho superior a de seus pares em uma ou mais áreas. 
O indivíduo com altas habilidades não é necessariamente aquele que tem êxito em todas as áreas do conhecimento, ele pode apenas ter grande destaque em uma delas ou em algumas combinadas.
Alguns autores argumentam que superdotação é habilidade inata, enquanto outros defendem a teoria de que a influência do meio é que gera indivíduos superdotados, todavia a maioria dos autores, como Gagné (2009), Renzulli (2004), Sternberg (1985) e Landau (1990), defende a teoria de existir uma habilidade inata que é aprimorada com o meio, assim o fato de haver uma motivação por parte do indivíduo ocorre por ele possuir uma habilidade inata e dessa forma ele vai se aprimorando e obtém melhores resultados. 
 A INTERFERÊNCIA DAS EMOÇÕES NO TALENTO DO ALUNO SUPERDOTADO
Importante ressaltar que não só se deve canalizar esforços para a estimulação intelectual, uma vez que o aluno com superdotação é um todo e não só intelecto. Nesse sentido, entende-se que o aluno, como todo ser humano, precisa de afeto para se sentir valorizado por meio de pequenos gestos de atenção, o que pode contribuir favoravelmente ao seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, já que as emoções são manifestações da afetividade e a expressão dos sentimentos e é por meio dessas emoções que ocorre a aprendizagem (WALLON, 1971).  
Neste sentido, Morin (2003) e Bock (2008) afirmam que o desenvolvimento da inteligência é inseparável do mundo da afetividade, não existe pensamento sem afeto. 
Entende-se que as ocorrências emocionais podem oprimir o aprendizado, mas podem também fortalecê-lo. Cunha (2008) também concorda que o desenvolvimento afetivo é a base para os demais desenvolvimentos da pessoa, onde afetividade é vivenciada e se manifesta por meio das emoções.
A dimensão afetiva não apenas afeta o processo educativo, mas é um sustentáculo desse processo, sendo que o alimento ideal para o desenvolvimento humano é o afeto. 
O aspecto afetivo tem profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual, podendo acelerar, bloquear ou diminuir o ritmo do desenvolvimento.
A emoção é um elemento constitutivo da cognição, age como um poder dominador, pois é inseparável das atividades humanas. 
Durante o processo de aprendizagem, quando o aluno já tem um objetivo e uma necessidade para realizar determinada atividade, ou seja, tem um motivo, ele percebe-se capaz ou não de realizar a ação. Portanto, a representação que tem de si, seu autoconceito, vai ser determinante nesta atividade. Um autoconceito negativo é bloqueador da atividade, por não conter as condições emocionais necessárias à sua realização. Para se mover, mobilizar-se para a ação, o indivíduo precisa ter um autoconceito positivo em relação a esta atividade (CAMARGO, 2004, p. 120).
Cunha (2008) acredita que o que vai dar qualidade ou modificar a qualidade do aprendizado será o afeto, já que a emoção não substitui a razão, mas a complementa e equilibra, uma vez que a afetividade faz parte da constituição psíquica do ser humano.
Nesta perspectiva, temos importantes contribuições de Piaget, Vygotsky, Wallon para a compreensão das emoções no desenvolvimento infantil e de seu relacionamento com a aprendizagem.
Para Vygotsky (2001) o momento da emoção e do interesse deve necessariamente servir de ponto de partida a qualquer trabalho educativo. As reações emocionais têm papel importante ao exercer grande influência sobre todas as formas do nosso comportamento e do processo de ensino e aprendizagem. As emoções são vistas como um organizador interno das nossas reações, que retesam, excitam, estimulam ou inibem essas ou aquelas reações. 
Wadsworth (2003) cita que para Piaget o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: um cognitivo e outro afetivo. O desenvolvimento afetivo ocorre paralelamente ao desenvolvimento cognitivo, sendo que a afetividade é o combustível que move a cognição.
Wallon citado por Dantas (1992), enfatiza que a emoção é o ponto de partida do psiquismo, onde a emoção é capaz de trazer consigo a tendência para reduzir a eficácia do funcionamento cognitivo. 
No âmbito da psicopedagogia, valoriza-se muito o componente afetivo para a aprendizagem. Sánchez e Costa (2000), consideram que ao psicopedagogo cabe à tarefa de avaliar, reconhecer, identificar, assessorar e orientar os alunos (neste caso, os superdotados) identificando e avaliando de forma precisa suas necessidades.
Tais alunos requerem um desenvolvimento de suas capacidades atendendo suas especificidades. Ainda de acordo com os referidos autores, a competência do psicopedagogo naidentificação, avaliação e assessoramento dos superdotados refere-se la evaluación psicopedagógica de los alumnos excepcionales (superdotados, deficientes y con dificultades e aprendizaje) con el fin de porponer la modalidad de escolarización más adecuada para ellos; el asesoramiento al profesorado para la atención flexible y diferenciada de la diversidad de estos alumnos; la orientación escolar y vocacional al propio alumno para ayurdale a canalizar sus intereses; y asesoriamento a la familia para que coopere con el centro en el desarrollo integral del alumno(SÁNCHEZ E COSTA, 2000, p. 147).
Entende-se que caso o aluno superdotado não seja identificado e não tenha suas habilidades estimuladas, estas podem ser inibidas pelas emoções. Por isso, a extrema importância do psicopedagogo atender estes alunos. 
IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO - CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO
A escola é a área da vida onde o superdotado pode apresentar o melhor ajuste ou o pior desajuste. 
Sua capacidade superior pode tanto o ajudar nos estudos e contribuir para um desempenho excepcionalmente bom, como o pode levar ao tédio, aborrecimento ou rebeldia capazes de provocar um desempenho insatisfatório podendo inibir seu talento.
Isso faz com que as aulas, para os alunos superdotados, tornem-se chatas, maçantes, criando desinteresse. Os alunos superdotados necessitam de um atendimento educacional diferenciado, nem que seja fora da sala de aula, por meio de programas de enriquecimento, realizado por professores preparados, criativos, que se disponibilizem a desenvolver e a estimular o aluno em suas áreas de interesse.
O atendimento especializado nas escolas cumpre uma função extremamente importante: o de conscientizar os alunos com altas habilidades do valor de seus traços e peculiaridades.
Recomenda-se que a identificação seja feita o mais precocemente possível, pois dessa forma o aluno tem melhores possibilidades de desenvolver seu talento. Essa identificação não se apoia em regras fixas e deve acontecer de forma dinâmica. A identificação adequada deve utilizar-se de mais de um dos seguintes meios realizados na parceria entre professor e psicopedagogo: observação, avaliação do desempenho, escalas de características, questionários, entrevistas (família, professores e o próprio aluno) e testes.
Nesta perspectiva então, para que o talento se desenvolva é necessário que este seja identificado, estimulado, acompanhado e orientado.
Após a identificação é necessário que ocorra um profundo conhecimento sobre essa criança (áreas menos e mais desenvolvidas e necessidades), para que então seja possível propor um atendimento adequado. A partir disso, esse aluno deve beneficiar-se de ideias e situações que desenvolvam altos níveis de desempenho, situações essas que o estimulem na habilidade de pensar e elaborar.
Entende-se como necessário mais pesquisas que invistam nesta área contribuindo com subsídios para melhor identificação e tratamento dos alunos com superdotação. 
Não podemos esquecer, é claro, que um programa de atendimento ao superdotado pressupõe a necessidade de pessoal devidamente preparado para organizar e coordenar tal trabalho, neste caso, um psicopedagogo, que irá auxiliar o professor em sala de aula na identificação e características desses alunos e sobre as alternativas de atendimento viáveis.
Segundo Delou (2001), acima de tudo, espera-se que esse professor tenha sensibilidade para promover a estimulação do aluno para as suas áreas de interesse, e para favorecer o ajustamento desse aluno em sala de aula.
Faz-se pertinente valorizar e incentivar as habilidades dessas crianças superdotadas, priorizando o desenvolvimento pleno do seu potencial.
CONCLUSÃO
A produção científica relativa à área de superdotação ainda é bastante incipiente no contexto brasileiro, embora os precursores da área tenham pesquisado e divulgado seus trabalhos a partir da década de 1920-1930. Há várias razões que podem ser associadas a este fato, dentre elas os mitos e crenças populares a respeito, que não raramente impedem a identificação e mesmo o atendimento a estas pessoas; a falta de informação, de recursos financeiros para a Educação e, conseqüentemente, para a Educação Especial e para a formação dos professores, que se sentem incapazes de identificar e/ou atender estes alunos e a falta de estatísticas oficiais fidedignas nesta área. 
Em muitas escolas não há acompanhamento necessário, não há salas especiais, o currículo é estático e o mesmo para todos, o que muitas vezes resulta na alienação, desinteresse e inquietação por parte do aluno que está em uma escola que não o assiste adequadamente e lhe proporciona um ambiente inadequado para o desenvolvimento de suas potencialidades.
Dessa forma, tendo como respaldo os estudos de Almeida & Capellini (2005), Marques (2010) e Rodrigues (2012), é evidente a falta de conhecimento e formação dos professores para identificar e lidar com alunos com superdotação de forma que não bloqueie seu desenvolvimento. 
Desta forma, embora no exterior o tema superdotação já seja pesquisado desde os finais do século XIX e, no Brasil, já tenham se passado mais de 75 anos desde sua primeira abordagem pelos pesquisadores, as investigações neste campo ainda são bastante escassas. 
Entendemos que a superdotação é um campo recente de estudo, mas durante todo esse tempo de descobertas muitos talentos foram perdidos, desestimulados e encobertos. Torna-se então, pertinente novos estudos como forma de contribuir para um correto atendimento à tais alunos.
Os objetivos desse trabalho foram realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, bem como verificar a contribuição da psicopedagogia aos alunos com AH/SD.
Guenther (2006) e Virgolim (2007) deixaram clara a grande importância do professor como a pessoa mais provável de realizar a detecção de indicadores de AH/SD. Sabemos o quanto a temática ainda é desconhecida por muitos professores, cabendo ao psicopedagogo o papel de auxiliar este professor na identificação e atendimento a estes alunos. 
É importante destacar que o ensino deve se atentar para a necessidade de todos os alunos, incluindo daquele que aprende mais facilmente em uma área ou em todas. 
O aluno com altas habilidades tem direito ao apoio da educação especial, ainda que este seja um mito que ainda persiste, pois existe um equívoco de que aluno com direito ao apoio da educação especial, seja apenas aquele que apresenta deficiências, o que não é verdade.
O aluno com AH/SD também precisa ter suas necessidades especiais atendidas para desenvolver ao máximo suas potencialidades. Talento que não é identificado e nem estimulado, se perde. 
É necessário pensar que para desenvolver um trabalho pedagógico com estes alunos visando prover as potencialidades, estimulando e orientando os talentos, é preciso captar o que elas diferenciam como estimulante, ouvir atentamente o que elas expressam como interesse, inclinação e gosto, e encaminhar energia nessa direção.
A partir do estudo realizado, considera-se que o professor para reconhecer a capacidade em uma criança, deve ter o auxílio de um psicopedagogo para começar a perceber alguma área em que ela se sai bem, que tem boas ideias, boa produção, faz comentários interessantes e oportunos, observa com detalhes, chega a conclusões seguras, produz bem em alguma área. Neste sentido, em qualquer situação, o foco é no que o aluno consistentemente faz bem, notavelmente melhor que a maioria dos pares de idade com o mesmo tipo de experiência de vida.
Pensar a educação pelo viés da diversidade, da diferença e da inclusão a partir do projeto pedagógico da escola e do currículo proposto em sala de aula. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica da escola.
Bibliografia
ALENCAR, E. S. Criatividade e educação de superdotados. Petrópolis: Vozes, 2001.
ALMEIDA, M. A.; CAPELLINI, V. L. M. F. Alunos talentosos: possíveis superdotados não notados. Revista Educação, ano XXVIII, n 1 (55), Porto Alegre,2005.
BOCK, A. M. B. (et al). Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. SP: Saraiva, 2008.
BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes gerais para atendimento educacional aos alunos portadores de altas habilidades/superdotação e talentos. Série Diretrizes; Brasília: Ministério da Educação- MEC/ SEESP, 1995.
Secretaria de Educação Especial. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
CAMARGO, D. As emoções & a escola. Curitiba: Travessa dos Editores, 2004.
CUNHA, A. E. Afeto e aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica. RJ: Wak Ed., 2008.
DANTAS, H. A afetividade e a construção do sujeito na psicogenética de Wallon. In: TAILLE, Y. de L; OLIVEIRA, M. K. de; DANTAS, H. Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. SP: Summus, 1992.
DELOU, C. M. C. O Psicólogo escolar e a família do superdotado. Trabalho apresentado no V Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional. Itajaí, SC. Abril de 2000. In: ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. de S. Superdotados: Determinantes, Educação e Ajustamento. São Paulo: EPU, 2001.
Sucesso e fracasso escolar de alunos considerados superdotados: Um estudo sobre a trajetória escolar de alunos que receberam atendimento em salas de recursos de escolas da rede pública de ensino. (Tese de Doutorado) São Paulo, Faculdade de Educação, Pontifícia Universidade Católica, 2001.
FLEITH, D. S. A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação. vol 1 - Orientação a professores. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2007.
ALENCAR, E. M. L. S. Desenvolvimento de talentos e altas habilidades: orientação aos pais e professores. Porto Alegre: Artmed, 2007.
GAGNÉ, F. Building gifts into talents: Detailed overview of the DMGT 2.0 In MACFARLANE, B & STAMBAUGH, T. (Eds). Leading change in gifted education: The festschrift of Dr. Joyce VanTassel- Baska. Prufrock Press, Waco, 2009.
GOULART, A. M. P. L. (et al). Altas habilidades/superdotação: reflexões e processo educacional. Maringá: EDUEM, 2011.
GUENTHER, Z. C. Capacidade e talento - um programa para a escola. SP: EPU, 2006.
LANDAU, E. A coragem de ser superdotado. São Paulo: Arte e Ciência, 1990.
MARQUES, C. dos R. Levantamento de crianças com indicadores de altas habilidades em Jaboticabal/São Paulo. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2010.
MENDONÇA, L. D. Alunos com altas habilidades/superdotação: identificação e concepção dos professores. Projeto de Iniciação Científica. Unesp/Bauru, 2012.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. SP: Cortez, 2003.
RODRIGUES, L. M. Levantamento de crianças com indicadores de altas habilidades em Bauru/SP. Trabalho de Iniciação Científica. Unesp/Bauru, 2012.
RENZULLI, J. S. The three-ring conception of Giftedness: A developmental model for creative productivity. In: RENZULLI, J. S. & REIS, S. M. (Org). The triad reader. (p. 2-19). Creative Learning Press, Mansfield, 2004.
SABATELLA, M. L. P. Talento e superdotação: Problema ou solução? Curitiba: Ibpex, 2005.
SÁNCHEZ, M. D. P; COSTA, J. L. C. (eds). Los superdotados: esos alumnos excepcionales. Ediciones Aljibe: SL, 2000.
STERNBERG, R. J. Successful intelligence: how practical and creative intelligence determine success in life. New York: Simon & Schuster, 1996.
VYGOTSKY, L. S. Psicologia pedagógica. SP: Martins Fontes, 2001.
VIRGOLIM, A. M. R. Altas habilidades/superdotação: encorajando potenciais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007.
WADSWORTH, B. J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. SP: Pioneira Thomson, 2003.
WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1971.
Publicado em 29/05/2013 11:23:00
Currículo(s) do(s) autor(es):
Pollyana Zavitoski - Possui graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2008). Cursando pós-graduação em Psicopedagogia Institucional pela Universidade da Cidade de São Paulo. Tem experiência como professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I, com ênfase em Educação. Membro do grupo de pesquisa: A inclusão da pessoa com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e os contextos de aprendizagem e desenvolvimento com a linha de pesquisa em Políticas e Práticas Educativas para a Inclusão Social. Aluna Especial da disciplina Inclusão social: desenvolvimento e aprendizagem de pessoa com deficiência nos diferentes contextos" do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem - Unesp/Bauru. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem - Unesp/Bauru (2013-2014). Tutora EAD da 6a edição do curso de aperfeiçoamento de 180h Práticas Educacionais Inclusivas na área da deficiência intelectual (Unesp/MEC).
Fonte: http://www.psicopedagogia.com.br/new1_artigo.asp?entrID=1598#.UdmDhDuzc8q
ACOLHIDA E INCENTIVO AOS ALUNOS SUPERDOTADOS NA ESCOLA
Trago uma matéria sobre as crianças portadoras de "altas habilidades/superdotação", publicada na revista "EDUCAR PARA CRESCER", em 05/09/2013, link http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/inclusao-superdotados-752500.shtml, que abordar na prática, aimportância da acolhida, do atendimento e da necessidade de incentivoss e desafios que esses alunos requerem na escola.
Entenda como, o aluno pode ser incentivado a desenvolver cada vez mais o seu talento, sem deixar de se incluir na rotina escolar e na convivência com os colegas.
Texto Cynthia Costa
Incentivo é a palavra: para uma criança que adora aprender e ser desafiada, a escola tem de se preparar para estar sempre um passo à frente - o que é bom para ela, para a criança e para todos os seus colegas. Dois professores por turma e, principalmente, uma sala de recursos capacitada para desenvolver as mais diversas facilidades são possíveis ferramentas para acolher alunos com altas habilidades e superdotação.
"Para lidar com esses alunos, é preciso fundamentar-se teoricamente e focar em seu desenvolvimento humano", ressalta a professora de artes Maria Zuleide Vieira de Sousa, da Sala de Recursos - Talentos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, de Brasília (DF), considerado modelo nesse campo por acolher alunos da própria escola, de outras instituições públicas e também de colégios particulares. 
A formação dos professores de fato fica sob os holofotes diante de estudantes com altas habilidades. "O ideal é que a criança não sinta como se soubesse mais do que o professor", aponta o psicólogo Felipe de Souza, de Juiz de Fora (MG), que fez uma pesquisa sobre o assunto. 
Com o auxílio desses profissionais e de materiais especializados do Ministério da Educação, o Educar aborda aqui aspectos importantes da inclusão escolar desses alunos. 
Vejam a seguir:
1) DIAGNÓSTICO DE SUPERDOTAÇÃO E ALTAS HABILIDADES:
Para entender a superdotação e as altas habilidades, é preciso lembrar, em primeiro lugar, que crianças são muito inteligentes e curiosas. Elas só serão consideradas superdotadas quando apresentarem uma habilidade muito acima da esperada para a sua idade, ou mesmo um talento único para qualquer idade - pode ser um talento musical apurado, uma grande facilidade para desenho ou outras artes, um raciocínio matemático extremamente rápido etc. Em geral, essa característica é notada pelos pais e pelos professores. O passo seguinte é encaminhar a criança a um psicólogo ou psicopedagogo, que, por meio de testes e de um acompanhamento contínuo por determinado período, fará ou não o diagnóstico de superdotação.
2) CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SUPERDOTADOS:
A criança ou o adolescente com superdotação ou altas habilidades possui, além de um talento e interesse marcante por uma determinada área, algumas ou muitas das seguintes características: habilidade para pensamentos abstratos e associativos; grande capacidade de transferir o aprendizado para situações reais; atitudescolaborativas; grande capacidade de articulação, síntese e análise de conceitos; tendência à inovação; tendência à liderança e à organização e estruturação de grupos; capacidade de observar fenômenos; capacidade de compreender outros pontos de vista; percepção geral apurada. Além disso, pode apresentar dificuldades como: intolerância e oposição ao meio; resistência a imposições e à autoridade; não aceitação da superficialidade, da falta de estrutura e da rotina; dificuldade com situações que considere enfadonhas.
3) MEU FILHO É UM GÊNIO?
A ideia de gênio é um tanto mítica: em geral, ela é usada para definir pessoas que fizeram grandes bens à humanidade ou que, pelo menos, mudaram o curso da história. Em princípio, crianças que apresentam superdotação e altas habilidades não são gênios, e esse estigma pode não ser benéfico a elas. O ideal é considerá-las como indivíduos com facilidades e talentos específicos e, principalmente, com grande potencial. Se esse potencial for bem desenvolvido, ele pode, sim, trazer benefícios à sociedade - daí a importância de incentivar essas crianças com atenção e cuidado.
4) PERCEPÇÃO DO TALENTO:
Segundo o documento "Saberes e Práticas da Inclusão - Desenvolvendo Competências Para o Atendimento Às Necessidades Educacionais Especiais de Alunos com Altas Habilidades / Superdotação", do Ministério da Educação, o professor, paralelamente à família, é o principal responsável pela percepção de talentos específicos entre os seus alunos, por isso é importante que fique atento. Só assim poderá encaminhar o aluno com altas habilidades para a sala de recursos, de modo que as suas competências sejam desenvolvidas e aproveitadas. Porém, é imprescindível ressaltar que a criança pode apresentar uma alta habilidade específica - para música, por exemplo - e continuar sendo uma aluna de desenvolvimento típico nas outras disciplinas. Portanto, o seu aprendizado deve ser tratado normalmente, com o mesmo incentivo dado a todos os alunos.
5) APROVAÇÃO EXAGERADA OU INDIFERENÇA: EXTREMOS A EVITAR:
No caso das altas habilidades e da superdotação, notam-se dois riscos opostos a que a criança está sujeita: ou a aprovação exagerada, ou a indiferença por parte de pais e professores. De um lado, há os que elogiam demais, mostrando-se "maravilhados" e extremamente orgulhosos com o talento da criança; do outro, os que, depois de alguns ótimos resultados, já consideram o sucesso da criança esperado e até obrigatório. Essas atitudes extremas são perigosas e podem inibir a vontade da criança de aprender, ou até mesmo desanimá-la e afastá-la dos estudos. Lembrando: o desenvolvimento de cada aluno deve ser medido dele para consigo mesmo, e não em relação a outros. O aluno com altas habilidades também terá os seus desafios e, no melhor dos cenários, tentará se superar cada vez mais.
6) DUPLA EXCEPIONALIDADE:
É possível que a criança que apresente superdotação também tenha outra condição particular, como autismo, hiperatividade ou alguma deficiência, sem que uma coisa seja relacionada à outra. É importante não confundi-las, e apenas profissionais - psicólogo, psicopedagogo e/ou médico - podem fazer os diagnósticos e acompanhamentos corretos. No caso de dupla excepcionalidade, a inclusão escolar ganha novos contornos, e os pais devem envolver a escola na questão. Atenta a isso, a escola tem de fazer o possível para que a criança aprenda e se sinta incluída nas atividades e com os colegas.
7) ESCOLA BEM PREPARADA:
"Assim como alunos com deficiências, o aluno com superdotação ou altas habilidades também está fora da média - não se trata de ‘aluno mediano’", expõe o psicólogo Felipe de Souza, doutorando da UFJS. É por isso que, para todos os casos de inclusão, a abertura da escola às diferenças é essencial. E, em se tratando de altas habilidades, coordenadores e professores são convidados a um desafio: informar-se e formar-se cada vez mais, para ficar ao menos um passo à frente do aluno. "Para trocar conhecimentos com os meus alunos, preciso também me manter extremamente informada sobre as suas áreas de interesse", confirma a professora Zuleide. Uma possível ajuda é manter dois professores na classe em que haja crianças com altas habilidades/superdotação, pois isso evita a sobrecarga sobre um só profissional.
8) SALA DE RECUROS:
Para o aluno com altas habilidades, a sala de recursos é um instrumento essencial, seja ela dentro ou fora de sua escola regular. É nesse ambiente que ele terá a sua habilidade estimulada e desenvolvida, e onde dará vazão à grande curiosidade que o caracteriza como aluno. Ali, ele também não se sentirá obrigado a nada, pois não terá aulas, mas sim orientações. "Meu trabalho com o aluno parte daquilo que ele já traz, de um interesse que já tem", explica a professora Maria Zuleide, completando: "Na sala de recursos, desenvolvemos os seus talentos e descobrimos outros". Caso a escola de seu filho não disponha de uma sala de recursos, procure saber com a Secretaria de Educação de sua cidade para onde ele pode ser encaminhado - em geral, ele irá frequentar a sala de recursos uma vez por semana, no período do dia oposto ao que ele estiver na aula regular.
9) EXEMPLO DE TRABALHO:
A professora de artes Maria Zuleide, que trabalha na sala de recursos de talentos da CEMEB, de Brasília, ilustra o trabalho desenvolvido com crianças com altas habilidades com o seguinte exemplo, em referência a um estudante do Ensino Fundamental I: "Um aluno que adore desenhar dinossauros, por exemplo. Não basta que ele os desenhe à perfeição. É importante incentivar o seu desenvolvimento, orientando-o a pesquisar sobre tudo relacionado a um dinossauro de sua preferência: entender o seu habitat, como vivia e até a sua extinção". Assim, o conhecimento é expandido e diversificado e, ao mesmo tempo, a curiosidade e capacidade de aprendizado do aluno são também satisfeitas.
10) ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO:
Na maioria dos casos em que a criança apresenta superdotação e altas habilidades, o acompanhamento psicológico pode ter um papel fundamental em sua vida. Com a ajuda de um profissional, ela compreenderá melhor o seu lugar no mundo, como pode desenvolver as suas habilidades e como lidar com as pessoas à sua volta. Muitas escolas oferecem esse apoio psicológico; caso não, os pais podem procurá-lo fora do ambiente escolar.
11) CONVIVÊNCIA COM OUTRAS CRIANÇAS:
Ao contrário do mito de que "gênios" são difíceis, muitas crianças com superdotação e altas habilidades têm facilidade para lidar com os colegas e até uma tendência à liderança. Por outro lado, serem estigmatizadas como "geninhos" e/ou elas mesmas se sentirem acima dos amigos da escola são aspectos que podem dificultar a convivência, por isso o acompanhamento psicológico e uma atitude atenta por parte de pais e professores é imprescindível. É sempre bom ressaltar que a criança com uma determinada facilidade também tem as emoções e a inexperiência características de sua idade. "Às vezes até os pais se esquecem disso, mas a criança com altas habilidades também precisa desenvolver passo a passo o seu aspecto emocional, como qualquer outra pessoa", reforça a professora Maria Zuleide.
Extraído de http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/inclusao-superdotados-752500.shtml
Modelo de Enriquecimento Escolar
Educador e estudioso da área de altas habilidades/superdotação, o norte-americano Joseph Renzulli desenvolveu o que ele chamou de "Modelo de Enriquecimento Escolar", voltado para alunos com uma ou mais das seguintes características:
"habilidade acima da média, criatividade e envolvimento com a tarefa".
O modelo de enriquecimento proposto por Renzulli é marcado por atividades dinâmicas, o incentivo à tomada de decisões pelo próprio aluno e o favorecimento de sua autonomia.
O envolvimento da comunidade nas atividades escolares também é reforçado, pois o esse modelo sugere que, os alunos utilizem sua rede de relacionamentos na realização das atividades, e também que algumas atividades de enriquecimento resultem em um produto com aplicaçãosocial.
As atividades de "Enriquecimento Curricular"proposto por Renzulli são de três tipos, vejam:
1) O primeiro traz experiências e atividades exploratórias ou introdutórias destinadas a colocar o aluno em contato com uma grande variedade de áreas de conhecimento, e que geralmente não são contempladas pelo currículo escolar.
2) As atividades do segundo tipo, são relacionadas ao desenvolvimento de técnicas e métodos, habilidades mais específicas para conduzir as pesquisas de interesse do aluno.
3) No terceiro tipo, as atividades investem na pesquisa de problemas reais para a produção de um novo conhecimento, serviço ou desempenho. Normalmente, as atividades desse tipo são personalizadas, podendo ser implementadas individualmente ou em pequenos grupos.
Principais características das crianças portadoras de Altas Habilidades/Superdotação.
 Entretanto, podem não apresentar, necessariamente, todas abaixo.
(Dados extraídos de MEC 2007 – Quadro 5 – p.44) 
1 – Aprende fácil e rapidamente. 
2 – É original, imaginativo, criativo, não convencional.
3 – Está sempre bem informado, inclusive em áreas não comuns.
4 – Pensa de forma incomum para resolver problemas.
5 – É persistente, independente, auto-direcionado (faz coisa sem que seja mandado).
6 – Persuasivo, é capaz de influenciar os outros.
7 – Mostra senso comum e pode não tolerar tolices.
8 – Inquisitivo e cético, está sempre curioso sobre o como e o porquê das coisas.
9 - Adapta-se com bastante rapidez a novas situações e a novos ambientes.
10 - É esperto ao fazer coisas com materiais comuns.
11 - Tem muitas habilidades nas artes (música, dança, desenho etc.).
12 – Entende a importância da natureza (tempo, Lua, Sol, estrelas, solo etc.).
13 – Tem vocabulário excepcional, é verbalmente fluente.
14 – Aprende facilmente novas línguas.
15 - Trabalhador independente.
16 – Tem bom julgamento, é lógico.
17 – É flexível e aberto.
18 – Versátil, tem múltiplos interesses, alguns deles acima da idade cronológica.
19 - Mostra sacadas e percepções incomuns.
20 - Demonstra alto nível de sensibilidade e empatia com os outros.
21 - Apresenta excelente senso de humor.
22 – Resiste à rotina e à repetição.
23 – Expressa idéias e reações, freqüentemente de forma argumentativa.
24 - É sensível à verdade e à honra.
No caso de Alto Habilidosos Cognitivos:
1- Vocabulário avançado
2- Perfeccionismo
3- Críticos
4- Contestadores
5- Não gostam de rotina
6- Grande interesse por temas abordados por adultos
7- Facilidade de expressão
8- Desafia professor e colegas
9- Conseguem monopolizar atenção de professor e colegas
10-Preferem geralmente trabalhar de forma individual
Por causa da falta de estímulo recebido em casa e na escola, estas crianças podem apresentar: 
1- Baixo rendimento escolar, por falta de interesse nos conteúdos ministrados pelas escola
2- Decepção e frustração por não se sentirem atendidos nem compreendidos.
3- Desinteresse nos estudos.
4- Comportamento inadequado. Muitas vezes confundido com: hiperativos, com crianças com distúrbios comportamentais ou déficit de concentração.
Fonte: http://apahsd.org.br/caracteristicas-dos-alto-habilidosos/
DISSINCRONIA EMOCIONAL EM CRIANÇAS SUPERDOTADAS
ALERTA PARA AS DIFICULDADES NAS RELAÇÕES SOCIAIS!
O quociente intelectual de uma criança é resultado da relação entre sua idade mental e sua idade cronológica. 
Assim, uma criança com sete anos e um quociente intelectual de 130 apresenta, de acordo com sua capacidade de raciocínio, idade mental de nove anos. 
Isto quer dizer que esta criança está dois anos acima, no que diz respeito ao raciocínio, não só das crianças de sua idade, mas também de seu próprio desenvolvimento físico e emocional.
Este diferença entre raciocínio e idade cronológica é chamada de dissincronia emocional, e sua maior implicação está em relação aos outros que cercam a criança com superdotação/altas habilidades, principalmente as outras crianças.
A dissincronia, de acordo com a psicóloga Carmen Sanz, não é um problema para as crianças com desenvolvimento mental excepcional, e sim um problema de quem está à sua volta e não está à altura desde desenvolvimento, causando tensões nestas crianças para as quais elas não estão emocionalmente preparadas. 
“Ainda que uma criança de sete anos com altas habilidades fale como se fosse um pré-adolescente, ele ainda será uma criança de sete anos, com as experiências e falta de maturidade emocional próprias dessa idade”.
Apesar da dissincronia, a psicóloga destaca que crianças portadora de altas habilidades/superdotação tendem a procurar amigos mais velhos na hora das brincadeiras, ou então muito mais novos, diante dos quais assumem claramente a função de ensinar coisas.
“Com os maiores as crianças superdotadas entendem-se melhor intelectualmente, e com os menores sentem-se mais tranquilos, pois não se sentem estranhos em relação a eles”, afirma Carmen Sanz, destacando ainda que o convívio com crianças maiores pode resultar em alguns problemas.
“As crianças maiores podem tratar a criança superdotada menor como um inocente a quem podem manipular, podendo inclusive cansar-se dela facilmente”, alerta.
Texto escrito por Silvana Schultze, do blog www.meunomenai.com
Baseado no texto “Disincronia emocional”.
Para ler o texto original (em espanhol), acesse o link: http://www.elmundodelsuperdotado.com/Blog/Disincroniaemocion
ONDE MORA O TALENTO DE CRIANÇAS SUPERDOTADAS
10 COMPORTAMENTOS COMUNS EM CRIANÇAS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
Negligenciar o desenvolvimento desses talentos não é prejudicial apenas para eles. 
Ao agir dessa forma, o País perde, no mínimo, boas oportunidades.
“Crianças com altas habilidades são um precioso recurso nacional que precisa ser protegido, nutrido e desenvolvido”
Disse à ISTOÉ Steven Pffeifer, professor da Universidade Estadual da Flórida e autor do “Manual para Superdotação em Crianças” (2009). 
Pffeifer é autor de um teste para identificar superdotados, bem popular entre colégios americanos. 
Sem investir em programas para altas habilidades, esse recurso se esvai.
“Perdem-se líderes, invenções, profissionais com potencial para se tornar nomes de destaque em diversas áreas do conhecimento”
Afirma o brasileiro Nielsen Pereira, docente da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, ele próprio um pesquisador que saiu do País para desenvolver suas pesquisas.
Extraído: http://www.istoe.com.br
SUPERDOTAÇÃO - "INTELIGÊNCIA E ALGUM MAIS"
A "REVISTA PSIQUE CIÊNCIA & VIDA", da Editora Escala, na Edicão 84 - 2013, publicou uma reportagem com o título 'INTELIGÊNCIA E ALGUM MAIS', abordando a inteligência humana e a superdotação. Vejam:  
Por Marcos Vinícius dos Anjos
Além de inteligência acadêmica, superdotados possuem habilidades como criatividade, senso de liderança, motivação, potencial artístico, grande desenvolvimento psicomotor ou outros talentos especiais.
Cerca de oito milhões de brasileiros são considerados superdotados, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao contrário do que ocorria há algum tempo, os testes de QI perderam sua supremacia na definição da superdotação. Atualmente, critérios como a criatividade, senso de liderança e motivação ganham espaço nas discussões sobre o tema.
O paranaense Charles Reis Ribeiro não sabe que Kuala Lumpur é a capital da Malásia, desconhece o fato de que Leni Riefenstahl foi a cineasta oficial de Adolf Hitler e nem imagina que Gregor Mendel é considerado o Pai da Genética. Mesmo assim, aos 15 anos ele foi aprovado em dois vestibulares: Ciência da Computação na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Engenharia da Computação na PUC de Curitiba. Ele diz não saber tudo e afirma que o termo superdotado é muitas vezes usado de forma equivocada. "A maioria das pessoas acha que os superdotados já nascem sabendo tudo e dominam todas as áreas do conhecimento. Não é verdade; seria excelente se alguém soubesse tudo", desabafa.
Charles não poderá cursar a faculdade porque ainda não concluiuo ensino médio. A família dele está tentando conseguir autorização judicial para que ele seja matriculado, mas caso isso não ocorra ele terá de esperar mais dois anos para ingressar no ensino superior. Enquanto não se torna universitário, ele continua em busca de mais informações da área em que possui mais conhecimento: informática, mais especificamente, processadores quânticos que, segundo ele, são aparelhos capazes de resolver cálculos com uma rapidez muito maior do que computadores convencionais
"A CRIANÇA SUPERDOTADA APRENDE MAIS RÁPIDO, QUESTIONA CONSTANTEMENTE, TEM CURIOSIDADE EXCESSIVA E FALA ELABORADA"
"A teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner, explica que as pessoas, assim como Charles, podem ter altos desempenhos em áreas específicas do conhecimento. No entanto, o ser humano é ilimitado e suas inteligências podem contemplar infinitos aspectos. Em meu trabalho, já deparei, por exemplo, com crianças com síndrome de Down que realizam trabalhos artísticos impressionantes", comenta a psicóloga Priscila Augusta Lima, professora do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutora em Educação Inclusiva pela Universidade de São Paulo (USP).
No Brasil, a superdotação é definida usualmente como um fenômeno que engloba, além da inteligência acadêmica, outras habilidades como a criatividade, o senso de liderança, motivação, potencial artístico, desenvolvimento psicomotor ou outros talentos especiais. Segundo especialistas, a explicação para o desenvolvimento das altas habilidades parece ser uma combinação de fatores hereditários e estímulos externos. "A maioria dos estudos na área realmente conduz a esse tipo de explicação, ou seja, há um equilíbrio entre a genética e a influência ambiental, que cria um cenário favorável ao desenvolvimento da inteligência", explica a pedagoga Dora Cortat Simonetti, membro do conselho técnico da Associação Brasileira para Altas Habilidades / Superdotados.
Já o conceito adotado pelo Ministério da Educação (MEC), que está presente nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, define como superdotados os indivíduos que apresentam um desempenho notável nos seguintes itens (isolada ou conjuntamente): alta capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para as artes e capacidade psicomotora. "Esta definição utilizada pelo MEC é fruto de estudos desenvolvidos por grupos norte-americanos de pesquisa e é bastante adotada no Brasil. No entanto, a meu ver, faz-se necessário na prática um referencial teórico para um entendimento melhor do que seja notável desempenho e alta capacidade intelectual", questiona Dora Cortat.
Uma das maiores referências no assunto, o pesquisador Howard Gardner, organizou as inteligências humanas em subtipos: inteligência lingüística, lógico-matemática, espacial, corpórea, musical, naturalística, intrapessoal e interpessoal. De acordo com ele, uma pessoa pode apresentar capacidade acima do normal em uma destas áreas e ter um desempenho ruim em outras. Sua teoria também traz um outro aspecto interessante, ao trabalhar a questão da motivação, que está relacionada a um maior envolvimento nas tarefas realizadas e um grande prazer em sua execução. Por isso, esta definição valoriza aspectos como persistência, autoconfiança e coragem para correr riscos.
A superdotação pode ser identificada já na infância. Pais e familiares podem observar diferenças comportamentais e cognitivas na criança, que dá de sinais de curiosidade excessiva, com questionamentos constantes, aprendizagem mais rápida do que as outras crianças e fala elaborada. No entanto, é muito comum que uma criança de classe média e que tenha amplo acesso à cultura e ao conhecimento seja equivocadamente identificada como superdotada.
"A identificação da superdotação pode ocorrer em qualquer fase da vida e é algo que exige uma cuidadosa avaliação. Em nosso trabalho, isso é feito por meio de observações que podem levar de seis meses a um ano, período em que comparamos as habilidades de nossos alunos em relação ao grupo etário a que pertencem", comenta Zenita Guenther, fundadora da Associação de Pais e Amigos para Apoio ao Talento e do Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento, na cidade de Lavras, em Minas Gerais.
DIFICULDADES E SOLUÇÕES
Considerada por muitos como um "presente da natureza", a superdotação, no entanto, pode fazer com que pais se sintam confusos e sem saber como lidar com as altas habilidades das crianças. A falta de um acompanhamento especial, pode fazer com que essas pessoas acabem se nivelando aos outros durante o seu desenvolvimento cognitivo. "Impera em nossa sociedade o conceito de que somos todos iguais, mas na verdade não somos. Todo ser humano é único e possui características singulares. Nas escolas, essa tentativa de igualar todos os alunos pode fazer realmente com que os superdotados não desenvolvam seu potencial cognitivo integralmente", comenta Susana Graciela P. Barrera Pérez, presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação (ConBraSD).
É comum os superdotados "disfarçarem" sua inteligência acima da média, para não serem tachados de nerds e serem marginalizados
Acontece também de as crianças e adolescentes propositalmente negligenciarem as atividades escolares apenas para não serem tachados como "nerds", uma denominação pejorativa que pode irritar bastante um superdotado. "Essas pressões exercidas muitas vezes dentro da escola podem resultar numa rejeição à definição de superdotado. Eu já tive a oportunidade de constatar que algumas crianças, inclusive, erram mais questões de propósito nos testes de QI para não serem identificadas como superdotadas", comenta Priscila Lima.
De acordo com especialistas, isolar os superdotados em escolas especiais, a exemplo do que ocorre em países como os Estados Unidos, é uma prática que está caindo em desuso. Em vez disso, o mais indicado é oferecer atividades extraclasse ou programas de enriquecimento para que estas crianças desenvolvam suas habilidades especiais e também tenham a oportunidade de conviver com outras pessoas com características similares.
Um exemplo desta iniciativa é o programa Bom Aluno, mantido no Paraná por uma fábrica de pneus, para beneficiar Charles Reis Ribeiro e mais 400 outras crianças e adolescentes carentes do estado. Além de oferecer atividades extraclasse como aulas de idiomas, cursos pré-vestibulares e de capacitação profissional, o programa também concede bolsas de estudos em escolas particulares. "Em nossa seleção, buscamos os alunos esforçados e dedicados nos estudos. Quando percebemos que algum é superdotado, nós o encaminhamos ao Inodap, Instituto para Otimização da Aprendizagem, instituição com a qual mantemos parceria. Se a avaliação for positiva, começamos a trabalhar para que este aluno tenha oportunidades de se desenvolver", explica Zânia Maria Diório, gerente do programa.
Na cidade de Belo Horizonte, a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais também aposta no talento de crianças, adolescentes e jovens superdotados. Por meio do Programa de Enriquecimento para Pessoas com Altas Habilidades, a instituição recebe alunos encaminhados por escolas ou que chegam espontaneamente à Universidade. Assim, eles têm a oportunidade de participar de oficinas de Filosofia, Física e outras disciplinas, além de desenvolverem projetos pessoais com o auxílio de professores e monitores da própria Universidade.
"Existem poucos centros especializados em trabalhar com superdotados no Brasil. Isso, infelizmente, mostra uma negligência do poder público, que ainda não tem políticas educacionais em número suficiente para atender de forma adequada essas crianças", aponta a psicóloga Rosa Maria Correa, coordenadora do programa. A fala de Rosa Maria está sintonizada com a de outros especialistas no assunto que dizem ser a deficiência o foco da educação especial no Brasil. Com isso, são poucos os profissionais preparados para acompanhar adequadamenteos superdotados.
Uma das raras iniciativas do governo na área são os Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), mantidos pelo Ministério da Educação nos 27 estados brasileiros. O objetivo é possibilitar o atendimento e o desenvolvimento dos alunos com altas habilidades das escolas públicas de educação básica, promovendo sua inserção nas classes do ensino regular e disseminando conhecimentos sobre o tema nos sistemas educacionais, comunidades escolares e famílias.
"O maiores desafios do projeto são difundir o tema da superdotação que, desde 2005, vem tendo uma discussão mais ampliada, formar professores para atuarem com esses alunos e envolver diversos setores para promover o desenvolvimento dos diversos tipos de talentos", aponta Kátia Marangon, coordenadora de Desenvolvimento da Educação Especial do MEC.
PROFUSÃO DE SUPERDOTADOS
Despertando polêmica e dividindo opiniões, há algum tempo se comenta que o quociente intelectual (QI)da humanidade tem aumentado, desde o início do século 20, época em que começaram a ser feitas medições formais do índice. Esse fenômeno é chamado por especialistas de "efeito Flynn", termo inspirado no nome do neozelandês James Flynn, cientista político que pesquisa há décadas as variações de inteligência da humanidade.
Flynn causou celeuma entre os pesquisadores da área em 1987, quando publicou os resultados de sua pesquisa, estabelecendo uma comparação entre notas de testes de QI aplicados em 14 países ao longo do século 20. A partir disso, ele chegou à conclusão de que a média do índice ganha um reforço de 10 pontos a cada nova geração. As opiniões se dividem quanto a esta teoria: uns dizem que isso ocorre por causa das melhorias na qualidade de vida da população mundial que, gradativamente, tem tido maior acesso à informação e ao conhecimento. Uma outra corrente, mais cética, acredita que o aumento na média de QI está relacionado apenas à popularização dos testes.
Além disso, os testes de QI, odiados por uns e aceitos por outros, não são suficientes para definir com segurança quem é ou não superdotado. É consenso entre especialistas que testes psicológicos para avaliar a criatividade e a observação de sinais mostrados desde a infância oferecem uma possibilidade maior de identificação da pessoa com altas habilidades.
OS TESTES
O Quociente de Inteligência, usualmente conhecido pela sigla QI, é uma medida obtida com a divisão da idade mental pela idade cronológica. O termo foi criado em 1912 por William Stern. Este índice é conseguido por meio de testes que avaliam as capacidades cognitivas de uma pessoa, em comparação ao seu grupo etário. As avaliações de inteligência tiveram suas origens na China do século V, mas somente começaram a ser utilizadas com fins científicos na França, no século XX. "Os testes de QI avaliam dois tipo de inteligência: a lingüística e a lógico-matemática. Usados em conjunto com outros instrumentos de observação, eles podem ajudar na identificação da superdotação", aponta Susana Graciela Barrera.
Os testes de QI são a porta de entrada para a Mensa Brasil, associação que reúne superdotados do mundo inteiro. Para fazer parte do grupo, é necessário ter QI na faixa dos 2% superiores da população. A comprovação se dá com testes aplicados pela Mensa ou reconhecidos por ela. A idéia é criar um ambiente de sociabilidade entre os superdotados e estimular a pesquisa sobre as inteligências.
Um membro famoso da Mensa é o cantor Roger Rocha Moreira, líder da banda Ultraje a Rigor. Ele estudou até o terceiro ano da faculdade de Arquitetura, se formou em inglês pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e já estudou música e artes dramáticas. Roger tem um QI=172 e associou-se à Mensa em 2000. "Entrei por curiosidade. Eu queria saber como era pertencer a um grupo assim. Alguns superdotados encontram dificuldades para fazer amizades. Neste caso, a associação ajuda bastante, mas eu nunca tive este problema. É interessante estar no grupo porque sempre que preciso de alguma ajuda em informática, área que gosto muito, recorro aos membros que entendem do assunto", comenta.
"ESPECIALISTAS PREFEREM AVALIAR A CRIATIVIDADE E OBSERVAR SINAIS DE ALTA HABILIDADE DESDE A INFÂNCIA EM VEZ DE CONFIAR APENAS NOS OS TESTES DE QI"
Ao contrário do que se pensa, superdotados não são tímidos e gostam de enfrentar situações inusitadas e valorizam a cooperação em grupo
No que se refere à capacidade intelectual de um indivíduo considerado superdotado, a capacidade para lidar com abstrações e facilidade para lembrar informações são características presentes na maioria dos casos. Além disso, eles também possuem uma capacidade aumentada de estabelecer relações de causa e efeito entre os acontecimentos, facilidade para transferir aprendizagens de uma situação para outra e uma considerável bagagem de informações sobre um ou vários tópicos. No campo da motivação, eles possuem, entre outras características, a capacidade de concentração por longo período de tempo e demonstram preferência por trabalhos nos quais possam ter responsabilidade. Ao contrário da visão estereotipada de que os superdotados são pessoas tímidas e retraídas, uma característica presente na maioria destes indivíduos é o senso de humor e o espírito de aventura, conjugado com uma disposição para correr riscos e enfrentar situações inusitadas. Como resultado disso, os superdotados tendem a ser respeitados pelos colegas e valorizam uma conduta cooperativa nas atividades em grupo.
Fonte: http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/28/artigo87362-1.asp
DO QUE OS ALUNOS SUPERDOTADOS PRECISAM NA ESCOLA
Crianças superdotadas também precisam de atendimento especializado
Cinthia Rodrigues
Trabalhar com alunos com altas habilidades/superdotação requer, antes de tudo, derrubar
dois mitos:
Primeiro: esses estudantes, também chamados de superdotados, não são gênios com capacidades raras em tudo -só apresentam mais facilidade do que a maioria em determinadas áreas. 
Segundo: o fato de eles terem raciocínio rápido não diminui o trabalho do professor. Ao contrário, eles precisam de mais estímulo para manter o interesse pela escola e desenvolver seu talento - se não, podem até se evadir. 
A Organização Mundial de Saúde - OMS calcula que pelo menos 5% da população tem algum tipo de alta habilidade. No Brasil, até o ano passado, haviam sido identificados 2,5 mil jovens e crianças assim. Para dar um atendimento mais qualificado a esse público, o Ministério da Educação - MEC criou em 2005 Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação em todos os estados. Apesar de ainda pouco estruturados, esses órgãos que têm o papel de auxiliar as escolas públicas estaduais quando elas reconhecem alunos com esse perfil em suas salas de aula.
No Distrito Federal, tal serviço existe desde 1976 - razão pela qual a identificação de jovens com altas habilidades, embora ainda pequena, seja a maior do país. "Aprendi na prática que a superdotação é democrática e pode ocorrer em qualquer aluno, em qualquer local ou classe social e até naquele com alguma limitação física ou psíquica", afirma a atual coordenadora do projeto no Distrito Federal, Olzeni Leite Costa Ribeiro. 
Assim como os estudantes diagnosticados com algum tipo de deficiência, os que têm "altas habilidades" precisam de uma "flexibilização da aula para que suas necessidades particulares sejam atendidas", o que os coloca como parte do grupo que tem de ser incluído na rede regular de ensino. 
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/altas-habilidades-489225.shtml
ENRIQUECIMENTO EM ALTAS HABILIDADES INTELECTUAIS
Na apresentação do "I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DO GRUPO INTERDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO E INCLUSÃO: UNIVERSIDADE, SUSTENTABILIDADE E INCLUSÃO", no qual participei no período de 28/01/2013 à 01/02/2013, a Profª Sylvia Sastre i Riba, da Universidad de la Rioja, ao tratar do tema "Enriquecimento em altas capacidades intelectuais: eficácia e equidade", abordou a realidade da superdotação em que:
-x% dos alunos superdotados perdem o gosto pela escola;
- 18 a 20% desses alunos abandonam a escola;
- x% passam a apenas tolerar a escola;
- x% se adaptam à educação formal com um alto custo pessoal.
OBS: x% refere-se às situações que sabemos que existe mas sobre as quais não há estatística.
Todas essas condições, segundo a professora Sylvia, afetam a o estado emocional do aluno superdotado.
Outro dado importante é a constatação prática de que 40% a 50% das matérias presentes no currículo escolar não são necessárias. Segundo Renzulli, citado por ela, estas crianças poderiam receber outro tipo de enriquecimento já que a mesma forma (escola, modo de aprender, etc) não serve para todos, uma vez que as pessoas são diferentes.
A Profª Sylvia também abordou uma temática muito relevante que são os diferentes tipos de superdotação(verbal, numérica, lógica, espacial, criatividade, etc). Segundo ela, de acordo com o perfil (habilidades) do superdotado, ele apresentará um produto cognitivo determinado e demandará intervenções educacionais diferenciadas também. A regulação metacognitiva é o que diferencia os superdotados.
Além desse "enfoque metodológico próprio", é preciso que se foque igualmente na formação de professores e na verificação dos resultados obtidos, ou seja, é preciso que se avalie, periodicamente se as ações implantadas para os superdotados estão obtendo os resultados desejados. Focar igualmente no conteúdo, no processo e no entorno da aprendizagem (meios de aprendizagem) é o necessário.
Na Espanha, a Profª Sylvia Sastre i Riba desenvolve um "Projeto com Superdotados", onde cada um assina um contrato de aprendizagem autônoma, e que atende desde as crianças pequenas até os adultos.
Lá, é adotado o formulário MAI, ou IAM, no Brasil, que é um Inventário de Atividade Metacognitiva.Através desta avaliação metacognitiva é possível verificar que há superdotados com talentos quádruplos, triplos, duplos, etc. E, a partir dessa informação, é possível o desenvolvimento de um trabalho mais focado nas necessidades de cada um.
A  Profª Sylvia Sastre i Riba, muito bem sintetizou o trabalho que é desenvolvido com os talentosos na Universidad de La Rioja, esclarecendo que o objetivo deste "não é o de melhorar a capacidade intelectual (dos superdotado), mas de fazer com que façam melhor uso da capacidade que têm."
Fonte: http://papoentrepais.blogspot.com.br/2013/01/1-seminario-internacional-do-grupo.html 
Neurociências, altas habilidades: implicações no currículo
Amauri Betini Bartoszeck* - Departamento de Fisiologia, Laboratório de Neurociência & Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR; Instituto Superior do Litoral do Paraná, ISULPAR, Paranaguá, PR.
Resumo
A presente apresentação, inicialmente, define e descreve as subdisciplinas que compõem as neurociências com potenciais aplicações educacionais para indivíduos identificados com altas habilidades. Objetiva-se uma breve introdução morfofuncional ao sistema nervoso que serve de pano de fundo para auxiliar o entendimento da ponte teórico-experimental da relação de neurociências e altas habilidades. São salientados aspectos da base evolucionista e biológica, que conjectura-se possam estar estruturados nos circuitos neuronais, subjacentes aos padrões de realce da sensibilidade auditiva e eficiência da memória. Discute-se como se dá a codificação da informação, formas de detectar associações e analogias, exemplificando-se regiões cerebrais envolvidas no pensamento matemático. São analisadas modificações estruturais e a dinâmica da plasticidade sináptica subjacentes à “talentosidade” e como a base genética interage com as experiências do ambiente. São também discutidos métodos tecnológicos usuais na identificação de crianças e adolescentes com indicação de superdotação. Avaliam-se comparativamente características de crianças “prodígios e savants”. São listadas perguntas motivadoras e instigantes para o aprofundamento de pesquisas em neurociências que possam consolidar o conhecimento de como áreas do cérebro processam de modo vantajoso o raciocínio e aprendizagem, com implicações para educadores. Conclui-se a palestra com sugestões de métodos alternativos de ensino, enfatizando-se exemplos de aplicações práticas na área de ciências biológicas.
Palavras-chave: Neurociências; Evolução; Altas habilidades; Currículo.
INTRODUÇÃO
As neurociências constituem uma das áreas do conhecimento biomédico, que utiliza os achados e dados empíricos de suas subáreas, tais como a neuroanatomia (estudo das estruturas neurais), a neurofisiologia (estudo experimental da função dos circuitos neuronais), a neuroendocrinologia (interação do tecido neural com as glândulas endócrinas), o neurodesenvolvimento (estudo do crescimento e maturação do tecido neural), a neurociência cognitiva (estudo da aprendizagem e memória), a neuro[psico] farmacologia (estudo das substâncias neuro-farmacológicas), o neuroimageamento (registro da atividade neural durante tarefa cognitiva) e psicologia evolucionista (investiga a história evolutiva dos comportamentos animais) a  fim de esclarecer como funciona o sistema nervoso em sua abrangência total (Lent, 2001; Kandel et al., 2002; McCrone, 2002; Aamodt & Wang, 2009). 
Neurobiologia do cérebro 
O conhecimento do cérebro no nível básico é relevante porque os pesquisadores estão paulatinamente desvendando, com muito esforço, os “mistérios” estruturais e funcionais deste órgão vital. É igualmente relevante, para a área de neuro-cognição, pois há novos “insights” de como crianças e adolescentes, e mesmo na fase de bebês, aprendem (Bradsford et al, 2000; Silberg, 2003). Além disso, se há períodos denominados “críticos” ou “sensíveis” para a aquisição de funções de alto nível, na escala de Benjamin Bloom, se faz urgente averiguar (Bloom, 1956; Bailey et al., 2001; Crowe et al., 2008). Ademais, é importante para os educadores, visto que de posse deste tipo de conhecimento, poderão descobrir ou adaptar maneiras de enriquecer a experiências escolares, não só de crianças superdotadas e criativas, mas também do estudante mediano, do disléxico, e enfim todos aqueles cuja capacidade não é adequadamente avaliada pelo teste do QI ou outras medidas convencionais (Perkins, 1995). É de fundamental importância saber como a criança aprende para incrementar como lhe é ensinado (Saint-Onge,1999). Faz-se mister, que os pais estejam cientes, que as drogas no período pré-natal e o consumo de bebidas alcoólicas, nutrição maternal e a posterior interação com os recém-natos, possam afetar o cérebro em desenvolvimento (Nathanielsz, 1999). 
A sociedade presume que o bebê nasce com uma capacidade intelectual fixa, isto é, alguns com capacidade média e uns poucos com capacidade realçada ou limitada de aprender.  Contudo, a evidência neurocientífica aponta, que a formação dos circuitos neuronais, mais importantes, se expandem após o nascimento e dependem das experiências que a criança vivencia (Gopnik et al., 1999). O estudo do desenvolvimento e dos primeiros anos da infância mostra que alguns neurônios aumentam a “arborização” e expandem seus processos regulados por genes contidos nos cromossomas (Greenough, 1991; Slater & Lewis, 2002; Begley, 2007; Carroll et al., 2008). Assim, parte das estruturas mais primitivas do cérebro herdadas evolutivamente de nossos antepassados regula o automatismo do batimento cardíaco, freqüência respiratória e controle da temperatura corporal. Desta feita, algumas áreas do cérebro continuam a se desenvolver rapidamente, em particular, as conexões que respondem aos estímulos nos três primeiros anos de vida (Bruer, 1999).  Em suma, a aprendizagem no seu nível mais elementar, é um processo resultante de alterações neuroanatômicas e neuroquímicas, semi-permanentes ou permanentes na citoarquitetura cerebral.  Por outro lado, a eficiência com a qual o cérebro “aprende” informação nova ou faz um ajuste na informação prévia, para adequar-se às novas circunstâncias ambientais, depende do grau de engajamento no contexto de aprendizagemem que se encontra o aprendiz ( Assmann, 2004; Rose, 2006).
Altas habilidades e Biologia do Cérebro
O cérebro humano tem seu crescimento e desenvolvimento desde o período pós-natal até, em média, a idade de sete anos e amplia suas ligações sinápticas bem além da segunda década. Desta forma, o córtex de associação pré-frontal, cujas áreas estão envolvidas com o planejamento antecipatório e regulação do comportamento emocional, continuam a se desenvolver até a idade de 20 anos. O cérebro de meninos e meninas, mais inteligentes submetidos ao teste do QI, verificou-se que ele se desenvolve de maneira diferente (James, 2007; Relvas, 2009). O estudo indicou um atraso na maturação e espessura da camada do córtex pré-frontal (função executiva), em amostra de mais de 300 crianças e adolescentes de 6 a 19 anos. Estes estudantes foram avaliados por ressonância magnética funcional (fRMI) e outras técnicas de neuroimagem (Blakemore & Frith, 2005). Constatou-se que o crescimento do córtex pré-frontal é mais lento, só atingindo o tamanho máximo em média em torno dos 11 anos, enquanto o grupo comparativo de QI, mediano, isto já se dá aos 8 anos. O que parece uma deficiência, na realidade é uma vantagem, pois é uma estratégia programada para a formação de conexões (sinapses) múltiplas e mais complexas. Desta forma aumenta a velocidade do processamento da informação (Le Doux, 2002). Assim, na puberdade estas crianças de QI mais alto mostram, através de exames, córtex com maior espessura, do que as crianças da mesma faixa etária (Keverne, 2004). 
Características comuns de pensadores com altas habilidades (AH)
A memória e aprendizagem, ou se memória é aprendizagem, é outra preocupação educacional a qual a neurociência, está procurando esclarecer. No seu aspecto mais básico a aprendizagem é o processo para a aquisição da memória. Porém, processos neurológicos complexos ocorrem para transferir a informação recém obtida e transferi-la para o “banco” de memória de longa duração (consolidação), onde fica armazenada para ser usada de maneira inovadora e imprevisível. De fato o cérebro possui múltiplos sistemas de memória, distribuídos nas estruturas do cérebro, os quais desempenham papéis específicos (Izquierdo, 2002; Longoni, 2003). Por exemplo, o sistema da memória motora entra em ação para o desenvolvimento de habilidades físicas como o simples andar, prática de exercícios físicos, dança. Por seu turno, o sistema da memória emocional influencia a aprendizagem da música e outros estímulos podem ajudar o educador prescrever ambientes, que conduzam tanto para as crianças ditas “normais” como àquelas que necessitam educação especial. Por sua vez, pensadores com AH, precocemente apresentam realce no padrão de sensibilidade, mais especificamente, musicalidade qual seja, violinistas respondem mais ao som do violino, trompetistas ao trompete. Observa-se também, realce na memória de curta duração (de trabalho), na eficiência e capacidade de reter detalhes de gravuras, ilustrações, fotos, sons. 
EVOLUÇÃO DO CÉREBRO E ALTAS HABILIDADES
O cérebro triádico
Às vezes a pessoa fica frustrada porque não obtém a cooperação, que precisa, dos familiares, amigos, colegas de trabalho da empresa ou escola onde trabalha arduamente das segundas às sextas-feiras. Zanga-se porque eles parecem não aquilatar a importância das coisas, que fazem e parecem agir irracionalmente. Tal comportamento pode ter uma explicação simples: está em franca atividade o “cérebro reptiliano”.
A teoria do “cérebro triádico”, idealizada por Paul MacLean, postula, que evolutivamente, o ser humano possui “três cérebros”, formados por camadas sobrepostas, ou seja, algo no formato, contemporaneamente, pode-se dizer “três em um”. Esta teoria talvez possa explicar, em parte, nosso comportamento e daqueles que nos cercam nos locais de trabalho e no ambiente em geral, inclusive o educacional (Lambert, 2003).
O cérebro reptiliano
Durante o desenvolvimento embrionário do feto, no interior do útero materno, observa-se uma repetição dos “passos” evolucionistas pelo que passou o cérebro dos vertebrados na trajetória rumo a maior complexidade observada notadamente nos primatas. A parte mais básica é o tronco cerebral (Karp & Berrill, 1981). Este emaranhado de circuitos neurais é considerado pela teoria de P. MacLean, como sendo o cérebro reptiliano. É avaliado como muito primitivo na sua estruturação da circuitaria neuronal, um resquício de nosso passado evolutivo pré-histórico. Responde prontamente aos estímulos com resposta adequada, não sofisticada. O cérebro regula as funções do corpo, reações que asseguraram e continuam a fazê-lo para nossa sobrevivência. É extremamente útil para reações rápidas, sem pensar muito. O cérebro reptiliano centra-se em ações de quando o indivíduo está em perigo, quer se “safar” logo, sem muitas delongas! 
Naquele mundo primevo da sobrevivência do mais apto ou mais sagaz, essa porção do cérebro canalizava ações de como obter comida e não ser “alimento” de predador eventual, enfrentar oponente, ou parlamentar, ou dependendo fugir. Esta porção do cérebro é mais movida pelo “medo/temor” e assume o controle do que fazer, quando a pessoa sente-se ameaçada (real ou imaginariamente) ou quando percebe a sensação iminente de morte. Com o passar do tempo evolutivo, uma camada de neurônios de características “olfatórias” sobrepôs-se à estrutura do cérebro primitivo. A capacidade expandida do sensorial olfatório, baseada em feromonas nos organismos mais simples, melhorou a possibilidade de sobrevivência do indivíduo. O animal aprendeu a discriminar alimento comestível do tóxico, avaliar melhor presa de predador, e conseqüentemente a tomada de decisão frente a situações, do que comer ou evitar (Cartwright, 2001).
O cérebro “felino”
Gradualmente o “cérebro olfatório” tornou-se o âmago para outra sobreposição de camadas de células neuronais à medida que o indivíduo interagia com o meio. Esta nova projeção cresceu no formato de “anel” ao redor do tronco cerebral, e passou a ser chamada de “sistema límbico”. No decorrer do tempo essa estrutura neural evoluiu progressivamente, lançando conexões para o hipocampo primitivo. Houve um refinamento nos processos de aprendizagem & memória em certos mamíferos e primatas. O alimento deixou de ser meramente saudável ou tóxico e passou a ser discriminado como “bom” ou “ruim”, com repercussões até os dias atuais. Este cérebro olfatório primitivo tornou-se a base rudimentar, que originou posteriormente o neocórtex e as divisões pré-frontais. Com o crescimento das ramificações, o sistema límbico passa a ser a fonte do “prazer” das “emoções & sentimentos” afetando o humor e as funções orgânicas do indivíduo, como um todo (LeDoux, 2000; Newman & Harris, 2009).
O neocórtex
É a parte mais evoluída do cérebro triuno, a “lâmina pensante” o cérebro do Homo sapiens sapiens mostra substancial crescimento e complexidade no sistema de colunas e arranjos dos neurônios e glia em termos evolutivos relativamente recentes. Consiste em grande medida, de camada fina de neurônios do neocórtex, que “envelopa” as estruturas abaixo (Allman, 2000). Permite-nos particularmente pela ativação da porção do córtex pré-frontal, o planejamento de longo prazo, tomada de ações estratégicas, a função executiva.
O neocórtex é o “oceano do pensamento” (raciocínio), compreensão, arte e imaginação. Junta sutileza e elegância à vida emocional. O desejo e o prazer sexual são maquinados no sistema límbico, mas é o neocórtex, entretanto, que gera a afeição maternal, o que não se observa em vertebrados inferiores. É esse liame, de mútua proteção entre pais e filhos, que assegura os cuidados da prole durante o período da longa infância nos primatas em geral, mas mais particularmente no caso humano. Como já enfatizado, o cérebro reptiliano primitivo está intimamente relacionado com as funções instintivas básicas. Embora o neocórtex seja voltado para a ação racional, por exemplo, o pensamento, o sistema límbico pode rapidamente assumir o comando em situações

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes