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Resumo Constitucional - Direitos Fundamentais: Gerações e Remédios Júridicos

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1 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
PRIMEIRA GERAÇÃO OU DIMENSÃO 
(determinados ou determináveis) 
São os direitos individuais, de natureza civil e política, foram 
reconhecidos para a tutela das liberdades públicas, em razão de 
haver naquela época uma única preocupação, qual seja, proteger 
as pessoas do poder opressivo do estado. 
Eles surgiram juntamente com a Revolução Francesa, entre os 
séculos 18 e 19, como forma de afastar o poder monárquico e 
assegurar a classe burguesa, então surgem, os direitos mínimos 
para o exercício da sua atividade. Desta forma, eles tinham como 
fundamento a “limitação do poder do Estado e a reserva para o 
indivíduo, ou para os grupos particulares, uma esfera de 
liberdade em relação ao Estado”. Ou seja, eles contemplam os 
direitos “que se fundamentam no contratualismo de inspiração 
individualista, demonstrando claramente a demarcação entre 
Estado e não-Estado, o qual é composto pela sociedade religiosa 
e pela sociedade civil”. 
Em virtude disso, eles também são chamados de liberdades 
negativas, vez que “constituíam verdadeiro obstáculo à 
interferência estatal”. Eles limitam a atuação do Poder Público, 
“buscando controlar e limitar os desmandos do governante, de 
modo que este respeite as liberdades individuais da pessoa 
humana”. O Estado NÃO PODE interferir. 
Esses direitos de primeira geração/dimensão “estendem-se a 
todos os seres humanos, mas compreendidos como indivíduos, 
os quais, por sua simples e singular condição humana, merecem 
a proteção do direito, sem levar em consideração outras 
condições pessoais, ou sociais, ou quaisquer”. Ou seja, protege 
o indivíduo por sua conotação individual. 
Historicamente, podemos situar a consolidação dessa dimensão 
com a Revolução Francesa e com a Independência dos Estados 
Unidos. Desses dois documentos históricos importantes: a 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 e a 
Constituição Americana de 1787, respectivamente. Podem 
exemplificar os direitos de primeira dimensão o direito à vida, à 
liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à liberdade 
de religião, à participação política, etc. 
SEGUNDA GERAÇÃO OU DIMENSÃO 
(determinados ou determináveis) 
São os direitos sociais e coletivos (culturais e econômicos e 
surge com a queda do Estado Liberal e o nascimento do 
Estado do Bem-Estar Social). O excesso de liberdade 
assegurado pelos direitos de primeira geração causou um 
desequilíbrio social que agora deve ser reparado. São os 
chamados “direitos políticos, os quais – concebendo a liberdade 
não apenas negativamente, como não impedimento, mas 
positivamente, como autonomia”. 
Esses direitos, então se caracterizam por se estenderem a “todos 
os seres humanos, mas compreendidos não mais como 
indivíduos, mas como integrantes de uma parte da sociedade, 
uma categoria social, que, por ser considerada mais fraca nas 
suas relações sociais específicas ou gerais”. Assim, surgem os 
direitos dos trabalhadores, dos inquilinos, dos 
consumidores, dos idosos, ou seja, todos os direitos referentes 
a uma classe específica. 
Nessa nova geração, o Estado ganha novo papel, o de agir, de 
assegurar e garantir a igualdade entre as pessoas, e por isso 
esses direitos também são denominados de direitos de 
igualdade, tornando indivisíveis. 
Os direitos de primeira e segunda geração ou dimensão não 
podem se separar. 
Dos marcos históricos são importantes: por primeiro a 
Revolução Mexicana e, por segundo a Revolução Gloriosa. 
Quanto aos documentos jurídicos relevantes dessa dimensão, a 
doutrina cita as Constituições do México (1917) e de Weimar 
(Alemã - 1919). O exemplo que se destaca são os direitos 
trabalhistas e os direitos à saúde. 
TERCEIRA GERAÇÃO OU DIMENSÃO 
(indeterminado) 
São os direitos sociais, decorrentes da solidariedade 
(fraternidade) ou de titularidade coletiva, ditos difusos, e 
nascem em decorrência da generalidade da humanidade e do 
amadurecimento de novas exigências, de novos valores, e, 
justamente, caracterizam-se por destinarem-se à proteção, não 
do homem em sua individualidade, mas do homem em 
coletividade social, sendo, portanto, de titularidade coletiva ou 
difusa. 
Considerados direitos coletivos por excelência, sua 
concretização depende de um esforço coordenado em nível 
mundial sem precedentes e ainda por ser realizado. 
Os direitos de terceira geração se dividem originalmente em 
cinco direitos: o direito à paz, o direito ao desenvolvimento, o 
direito ao patrimônio comum da humanidade, o direito à 
comunicação, o direito à autodeterminação dos povos e o 
direito ao meio ambiente sadio ou ecologicamente 
equilibrado. 
Assim, a paz, estaria englobada como um direito difuso e 
coletivo, essencial para assegurar a vida em coletividade. 
O direito à paz é mais do que um direito coletivo, mas sim um 
direito plural, concebido para ser reivindicado por todos os 
povos, e não somente por um. “O sujeito do direito (a totalidade 
dos seres humanos vivos), assim, contrapõe o seu direito ao 
conjunto dos Estados e a cada um deles, em particular”. 
Na história são fundamentais o período Pós 2ª Guerra Mundial 
e o surgimento da ONU, para a consolidação dessa dimensão. 
Quanto ao marco jurídico, parte da doutrina identifica a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Cita-se, ainda, 
como exemplos de tais direitos a proteção ao consumidor e os 
direitos de meio ambiente. 
NEOCONSTITUCIONALISMO 
O neoconstitucionalismo proclama a primazia do princípio da 
dignidade da pessoa humana, a qual deve ser protegida e 
promovida pelos Poderes Públicos e pela sociedade. Da mesma 
forma, esse movimento enaltece a força normativa da 
constituição, a qual deixa de ser um mero catálogo de 
competências e de recomendações políticas e morais, para se 
tornar um sistema de preceitos vinculantes, capazes de 
conformar a realidade. No Brasil, o grande marco do 
neoconstitucionalismo foi a abertura democrática vivida em 
meados da década de 1980 e a Constituição de 1988. 
A hierarquia de princípios, mesmo que seja possível identificar 
valores constitucionais mais relevantes (de maior peso abstrato) 
do que, uma hierarquização absoluta e pré-estabelecida está 
descartada, já que o grau de interferência concreta de um 
princípio em benefício de outro e as evidências sobre isso, 
podem dar um peso concreto maior àquele de menor peso 
abstrato. 
 
2 
Não sendo possível solucionar um conflito utilizando-se das 
leis, deve-se utilizar os princípios constitucionais. 
SOPESAMENTO: Estabelecer o “peso concreto” (a relevância 
específica) de um princípio em relação a outro que lhe seja 
conflitante, levando em consideração o “peso abstrato” de cada 
um deles, bem como as restrições a serem concretamente 
impostas a cada um deles, em caso de realização do outro. 
A RAZOABILIDADE E A PROPORCIONALIDADE 
Os princípios da razoabilidade (equidade, congruência e 
equivalência) e da proporcionalidade (adequação, necessidade 
e proporcionalidade em sentido estrito) servem de critério de 
diferenciação entre eles, além de estabelecer um modo mais 
preciso de aplicação destas duas normas jurídicas. 
A razoabilidade exige uma relação de equivalência entre a 
medida adotada e o critério que a dimensiona. 
O postulado da proporcionalidade exige que o Poder 
Legislativo e o Poder Executivo escolham, para a realização de 
seus fins, meios adequados, necessários e proporcionais. Um 
meio é adequando quando promove o fim a que se propõe. Um 
meio é dito necessário se, dentre todos aqueles meios igualmente 
adequados para promover o fim, for o menos restritivo 
relativamente aos direitos fundamentais e um meio é 
proporcional, em sentido estrito, se as vantagens que promove 
superam as desvantagens que provoca. 
A aplicação da proporcionalidade exige a relação de 
causalidade entre meio e fim, deforma que, adotando-se o meio, 
chega-se ao fim. 
A razoabilidade como dever de harmonização do geral com o 
individual (dever de equidade) atua como um instrumento para 
determinar que as circunstâncias de fato devam ser consideradas 
com a presunção de estarem dentro da normalidade, ou para 
expressar que a aplicabilidade de regra geral depende do 
enquadramento do caso concreto. 
Foi inserida a proporcionalidade no ordenamento pátrio como 
método hermenêutico constitucional para equacionar a colisão 
entre direitos e garantias fundamentais, ponderando-os de forma 
a evitar desnecessárias restrições. 
CARACTERIZAÇÃO DOS DIREITOS NA 
CONSTITUIÇÃO DE 1988 
A estrutura constitucional de 1988 tratou dos direitos 
fundamentais de forma a separar o objeto de cada grupo. Assim, 
temos: 
• Direitos e garantias individuais: (art. 5º); 
• Direitos sociais: subdivididos em direitos sociais 
propriamente ditos (art. 6º) e direitos trabalhistas (art. 7º ao 
11); 
• Direitos à nacionalidade: vínculo jurídico-político entre 
a pessoa e o Estado (art. 12 e 13); 
• Direitos políticos: direito de participação na vida política 
do Estado (art. 14 ao 16); 
• Partido político: direito de votar e de ser votado, ao cargo 
eletivo e suas condições (art. 17). 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS (Art. 5º) 
Prevê garantias fundamentais de sobrevivência aos brasileiros e 
estrangeiros, ou seja, de acordo com o artigo todos tem direito a 
saúde, educação, propriedade, etc; que por sua vez é obrigação 
do Estado em abstrato oferecer tais condições. Vale ressaltar que 
de acordo com o artigo 5º o direito das liberdades individuais 
com o direito de expressão, conforme inciso IV – (é livre a 
manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato). 
O artigo prevê condições de vida, sem preconceito com relação 
sexo, raça, cor, idade. Defesa a integridade moral e indenização 
quando o indivíduo sofrer algum tipo de humilhação que possa 
interferir a sua moral. Trata de atributos essenciais à pessoa 
humana. Tem valor maior de abrangência no âmbito a proteção 
à pessoa humana, daí o cunho de ser, está o fundamento, o valor 
máximo a ser tutelado, indistintamente do âmbito público ou 
privado. 
DIREITO À VIDA: É o basilar dos direitos fundamentais. 
Nenhum outro direito poderia ser cogitado sem o direito à vida. 
Além disso, direito à vida não se resume a mera sobrevivência 
física. Deve-se abranger o direito a uma existência digna, visto 
que a dignidade da pessoa humana é um dos princípios da 
Constituição Federal. 
Deve-se ainda interpretar o direito à vida de maneira ampla. Ou 
seja, considerar a vida extrauterina e intrauterina. Desse 
modo, resta proibido a prática do aborto. Somente sendo 
permitido o aborto terapêutico (salvar a vida do paciente) ou o 
aborto humanitário (resultado do estupro). 
Além de se referir a integridade física e moral, uma pessoa não 
pode ser torturada, exposta a humilhações e nem ter sua vida 
tirada por outra pessoa. O inciso 47 do artigo 5º da CF, diz que 
"não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra 
declarada[...]”. 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA (Art. 5º, I): 
Garante que todos são iguais perante a lei e, portanto, não deve 
ocorrer discriminação de qualquer tipo. Essa igualdade pode ser 
classificada de duas formas: 
• Igualdade Formal: a primeira é quando os indivíduos são 
tratados de maneira igual perante a lei, ou seja, quando 
homens e mulheres são classificados em direitos e 
obrigações de acordo com a lei. 
• Igualdade Material: quando os mais fracos recebem um 
tratamento diferenciado a fim de aproximá-los dos mais 
fortes, ou seja, o Estado deve tratar os pobres, os desiguais, 
dentre outros grupos, de maneira especial de acordo com a 
situação. 
A igualdade não é absoluta, mas apenas formal, onde os 
desiguais são tratados desigualmente e o Estado se apresenta 
perante os entes privados com relativa supremacia legal. 
Os tratamentos normativos diferenciados são compatíveis com 
a Constituição Federal quando verificada a existência de uma 
finalidade razoavelmente proporcional ao fim visado. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (Art. 5º, II): O princípio da 
igualdade perante a lei assegura a todos os cidadãos tratamento 
idêntico perante a lei. 
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei. Este princípio objetiva combater o poder 
arbitrário do Estado. Só por meio de espécies normativas 
devidamente elaboradas conforme as regras de processo 
legislativo constitucional, podem-se criar obrigações para o 
indivíduo, pois são expressão da vontade geral. 
Os tratamentos normativos diferenciados são compatíveis com 
a Constituição Federal quando verificada a existência de uma 
finalidade razoavelmente proporcional ao fim visado. 
Ele se impõe ao legislador, ao intérprete/autoridade pública e ao 
particular. O intérprete/autoridade pública não pode aplicar as 
 
3 
leis e os atos normativos de forma a criar ou aumentar 
desigualdades arbitrárias. 
O particular também não poderá agir de modo discriminatório, 
preconceituoso ou racista, sob pena de responsabilidade civil e 
penal, nos termos da lei. 
RESERVA LEGAL (Art. 5º, III e XLIII): É a exigência de lei 
em sentido formal (proveniente da manifestação de vontade do 
Poder Legislativo) para dispor sobre matéria penal. 
Ela também oferece segurança jurídica em matéria penal. 
O princípio da reserva legal tem abrangência diversa e mais 
restrita do que o princípio da legalidade. De natureza concreta, 
o princípio da reserva legal somente tem aplicação nas hipóteses 
previstas constitucionalmente. 
A Reserva Legal permite aos particulares a liberdade de agir e 
todas as limitações, positivas ou negativas, deverão estar 
expressas em leis. A liberdade de agir encontra sua fonte 
legítima e exclusiva nas leis e, se não houver leis proibindo 
campo de movimentação, não há liberdade de agir. O Estado, na 
ausência das previsões legais para seus atos, fica 
obrigatoriamente paralisado e impossibilitado de agir. A lei para 
o particular significa "pode fazer assim" enquanto para o poder 
público significa "deve fazer assim". 
Ex: Crime hediondo (caso Daniela Perez), tráfico de drogas (tem 
um rol das drogas ilícitas), terrorismo, tortura (nos dias de hoje 
existe a tortura psicológica). 
DIREITO À LIBERDADE (Art. 5º): O cidadão tem o direito 
de ir e vir, praticar sua religião (VI, VII e VIII), sem ser 
censurado (IX) e expor suas opiniões contra alguém, desde que 
possua argumentos e justificativas para tal (livre pensamento IV 
e direito de resposta V). 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO (Art. 5º, IV, IX): A 
manifestação de pensamento não é absoluta, mesmo diante do 
fim da censura prévia, visto que se deve estar harmonizado com 
outros princípios, como a intimidade e privacidade; além da 
vedação ao racismo. Por isso, em regra, é vedado o acolhimento 
de denúncias anônimas (delação apócrifa), pois isso tem o 
intuito de possibilitar a responsabilização de quem cause danos 
a terceiros em decorrência denúncias ofensivas, caluniosas. No 
entanto nada impede que o Poder Público, provocado pela 
denúncia anônima, adote medidas para apurar, previamente, a 
possível ocorrência de eventual situação de ilicitude penal. 
DIREITO DE RESPOSTA (Art. 5º, V) está guiado pelo 
princípio da proporcionalidade. Dessa maneira, o ofendido 
tem assegurado o mesmo meio de comunicação em que o agravo 
foi veiculado. Além disso, terá o direito de indenização 
cumulado em danos materiais, danos morais e danos à imagem. 
Aplicando-se tanto às pessoas físicas quanto às pessoas jurídicas 
que sejam ofendidas. 
(Art. 5º, XIV) Conforme todo direito fundamental, esse também 
não é absoluto. As informações que possam ser de interesse 
público devem ter um meio de acesso direto a todos. Não 
cabendo cogitar, nesse caso,que se trate de informações que se 
tratem a respeito da intimidade ou da vida privada do 
indivíduo, as quais são objeto de proteção constitucional 
expressa. 
Importante ressaltar que o sigilo da fonte não entra em colisão 
com a vedação ao anonimato, pois, embora a fonte possa ser 
sigilosa, a divulgação da informação não será feita de forma 
anônima. De tal maneira que a responsabilização pela 
divulgação de tal informação não irá impedir a possível 
responsabilização da pessoa que tenha veiculado. 
Vale, por fim, lembra que não há necessidade de diploma de 
graduação para ser jornalista. Desta forma, qualquer pessoa 
pode publicar informações, estando, também, qualquer pessoa 
sujeita a responsabilização pelos danos causados. 
LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA E CONVICÇÃO 
POLÍTICA E FILOSÓFICA 
(Art. 5º, VIII) Versa sobre a escusa de consciência que 
possibilita ao indivíduo a recusa do cumprimento de 
determinadas obrigações que conflitem com suas convicções 
religiosas, filosóficas ou políticas. Sem que, entretanto, isso 
acarrete restrições aos direitos do indivíduo. 
Não obstante isso, o Estado poderá impor a quem alegue escusa 
de consciência uma prestação alternativa, que seja compatível 
com suas crenças e convicções. No caso de não cumprimento da 
prestação alternativa, o indivíduo poderá ser privado de seus 
direitos: perda dos direitos políticos (art. 15, IV da CF). 
(Art. 5º, VI, VII) Esses dois dispositivos constitucionais 
reportam o fato de que o Brasil é um Estado laico. Enfim, a 
liberdade religiosa, assegurada constitucionalmente, contempla 
não somente a liberdade de aderir a qualquer religião ou seita 
religiosa, mas também a de não aderir a religião alguma. 
DIREITO A INTIMIDADE: Corresponde ao conjunto de 
informações da vida pessoal do indivíduo, hábitos, vícios, 
segredos desconhecidos até mesmo da própria família, como por 
exemplo, as preferências sexuais, dentre outros, ao passo que a 
vida privada está assentada no que acontece nas relações 
familiares e com terceiros, como interferir em empréstimo feito 
junto aos seus familiares ou obter informações sobre o saldo 
bancário do empregado, devendo ser preservado no anonimato 
o que ali ocorre. Dito isto, constata-se que o direito à intimidade 
se situa em um círculo concêntrico menor que o direito à vida 
privada. 
Os direitos à honra e à imagem, são igualmente considerados 
distintamente. Aquele está relacionado aos valores da pessoa, 
como a moral, o bom nome, a reputação. Está intimamente 
relacionado aos valores mais importantes da pessoa. Este se 
manifesta através da reprodução da imagem humana, por 
exemplo, em publicidade. O DIREITO À IMAGEM (Art. 5º, 
X) não abrange somente a face, mas alcança também qualquer 
parte distinta do corpo. O direito à privacidade pode vir a sofrer 
violações, e por tal motivo é assegurado àquele que vier a sofrer 
danos, seja material ou moral, o direito à reparação. 
INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO (Art. 5º, XI): A casa 
é o lugar onde a pessoa que nela mora tem proteção à sua 
intimidade e à sua vida privada. Devemos entender que a 
definição constitucional de “casa” vai alcançar qualquer 
compartimento não aberto ao público (espaço natural para o 
convívio reservado entre as pessoas, podendo ser casa, quarto de 
hotel, carro (que utiliza como morada), escritório de advocacia 
(pelo sigilo profissional)). 
Portanto, para adentrar dentro do domicilio do morador, deve ter 
ocorrido o consentimento do mesmo morador. Contudo, sem 
esse consentimento, não poderá haver a violação da vida privada 
do indivíduo, exceto nos casos citados expressamente no texto 
constitucional. 
 
4 
 
INVIOLABILIDADE DAS COMUNICAÇÕES PESSOAIS 
(Art. 5º, XII): Não obstante o direito fundamental da 
inviolabilidade a INTERCEPTAÇÃO DE UMA 
CORRESPONDÊNCIA deve ser admitida quando justificada 
por questões de segurança pública ou quando estiver sendo 
utilizada como instrumento para práticas ilícitas. Por essa razão 
admite-se excepcionalmente, a interceptação da 
correspondência de um presidiário, quando utilizada para 
práticas ilícitas, desde que mediante ato motivado do diretor do 
estabelecimento prisional. 
Contudo, se a apreensão das cartas for domiciliar, somente pode 
ser admitida quando houver determinação específica no 
mandado judicial ou quando guarde pertinência com o crime 
objeto da investigação. 
O STF já entendeu que é possível a interceptação das 
correspondências de presidiários pela Administração 
Penitenciária. A inviolabilidade de dados alcança o sigilo das 
informações decorrentes da informática, armazenamento e 
transmissão de informações. 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA: é a captação e gravação 
de conversa telefônica, no mesmo momento em que ela se 
realiza, por terceira pessoa sem o consentimento de qualquer dos 
interlocutores. 
Tendo como requisitos: 
• Ordem judicial e lei regulamentando (norma de eficácia 
limitada), para investigação criminal e instrução 
processual penal. Lei 9296/96 (Regulamenta o inciso XII, 
parte final, do art. 5° da Constituição Federal). A violação 
de correspondência, embora tipificada como crime no CP, 
art. 151, tem exceção constitucional nos art. 136, I, b e 139, 
III; na vigência do estado de defesa ou de sítio poderão ser 
estabelecidas restrições à inviolabilidade de 
correspondência. 
• Processo criminal, investigações criminais; crimes com 
pena de detenção; 
• Indícios de autoria do crime; 
• A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer 
natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos 
do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-
se o sigilo das diligências, gravações e transcrições 
respectivas (Lei 9296/96, Art. 8º). 
Gravação Clandestina: é aquela feita por um dos 
interlocutores; fere o inciso X, privacidade; deve-se comparar os 
bens/direitos em conflito. Não pode ser usada em processos. 
A quebra de DADOS BANCÁRIOS E FISCAL pode ocorrer 
em qualquer tipo de processo (civil, trabalhista). 
BANCÁRIO: Movimentações que ocorre no banco, análise da 
conta e transações. Pode haver nos seguintes casos: 
• Determinação judicial; 
• Determinação do Poder Legislativo, mediante aprovação 
da Câmara de Deputados, do Senado Federal ou de uma 
CPI; 
• Determinação das autoridades e agentes fiscais tributários 
de qualquer ente federativo. 
FISCAL: informações sigilosas (imposto de renda, patrimônio). 
O poder judiciário e a CPI podem quebrar os dados fiscais além 
dos dados bancários. 
O Ministério Público também pode pedir a quebra desses sigilos. 
A Receita Federal não pode fazer essa quebra, somente com 
ordem judicial. O juiz tem o poder de realizar o bloqueio de 
contas (on line). 
DIREITO DE REUNIÃO (Art. 5º, XVI): A reunião de 
pessoas por si só em local público não precisa ser autorizada, 
desde que pacífica e sem armas, mas precisa ser previamente 
comunicada à autoridade municipal. Embora seja um direito 
individual é exercido em sua coletividade, tendo como objetivo 
e finalidade lícita. 
Reunião é qualquer agrupamento formado em certo momento 
com o objetivo comum de trocar ideias ou de receber 
manifestação e pensamento político, filosófico, religioso, 
científico ou artístico. 
Embora a norma pareça estabelecer um direito sem restrições, é 
preciso que seja interpretada de acordo com outras normas 
constitucionais de mesma hierarquia. Assim, por exemplo, o 
inciso XV, que estabelece que “é livre a locomoção no território 
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos 
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”. Por 
este dispositivo constitucional, se assegura a todo indivíduo que 
se encontre em território nacional o livre trânsito, contemplando 
a liberdade de locomoção (direito de viajar e migrar, e de ficar 
sem necessidade de autorização) e a liberdade de circulação(faculdade de deslocamento de um ponto a outro, por via afetada 
ao uso público). 
O exercício do direito de reunião não pode colidir – e por meio 
de seu exercício – violar o direito de circulação. Por isso, 
fazendo-se necessária a regulação do uso do espaço público, de 
modo que o direito de circulação tanto quanto o de reunião sejam 
respeitados, é que pode o Poder Público legislar e estabelecer 
princípios e diretrizes para a circulação em vias públicas, para o 
tráfego (artigos 21, XXI, e 22, XI, da CF/88, além dos artigos 
23 e 24). 
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO (Art. 5º, XVII): Coligação 
voluntária de algumas ou de muitas pessoas físicas, por tempo 
longo, com o intuito de alcançar algum fim (lícito) sob direção 
unificante. Não está em causa a personalidade, nem, sequer, 
certa capacidade indireta de direito, como a de receber 
benefícios. 
A associação não pode ter finalidade ilícita, não pode sofrer 
interferência do poder público e não precisa de autorização para 
ser formada. 
Nestas ações abrangidas pela liberdade de associação estão 
inseridos outros quatro direitos: 
• Criar associação independentemente de autorização. 
• Aderir a qualquer associação, pois ninguém será obrigado 
a associar-se; 
• Desligar-se da associação, porque ninguém será 
obrigado a permanecer associado; 
 
5 
• Dissolver espontaneamente a associação, já que não se 
pode compelir a associação de existir. 
 Veda-se a interferência estatal no funcionamento das 
associações (Art. 5º, XVIII). 
As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas 
(decisão judicial transitada em julgado) ou ter suas atividades 
suspensas (decisão judicial), exigindo-se, no primeiro caso, 
trânsito em julgado da sentença (Art. 5º, XIX). 
DIREITO DA NACIONALIDADE (Art. 12 e 13): A 
nacionalidade pode ser adquirida pela pessoa natural no 
momento do nascimento (aquisição originária) ou 
posteriormente, por meio da naturalização (aquisição derivada). 
OS BRASILEIROS NATOS: é alguém que seja considerado 
nato. 
• ORIGINÁRIA: Pode ser adquirida por IUS SANGUINIS 
(direito de sangue), trata-se da nacionalidade por filiação; 
ou IUS SOLI (direito do solo), estabelece como critério 
originário de atribuição de nacionalidade o território onde 
nasceu o indivíduo. Segundo esta regra, não importa a 
nacionalidade dos pais, apenas o local do nascimento da 
criança. 
• DERIVADA: Adquirida mediante naturalização (Art. 12, 
II e Art. 112 do Estatuto do Estrangeiro). 
OS BRASILEIROS NATURALIZADOS: o art. 12, II, prevê o 
processo de naturalização, só reconhecendo a naturalização 
expressa, aquela que depende de requerimento do naturalizando, 
e compreende duas classes: 
• ORDINÁRIA: é a concedida ao estrangeiro residente no 
país, que preencha os requisitos previstos na lei de 
naturalização, exigidas aos originários de países de língua 
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral (art.12, I, a). 
• EXTRAORDINÁRIA: é reconhecida aos estrangeiros, 
residentes no Brasil há mais e 15 anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade 
brasileira. A ausência temporária do estrangeiro no 
território brasileiro não significa que a residência não foi 
contínua, pois há que se distinguir entre residências 
contínua e permanência contínua. 
A regra geral é que não pode haver distinção entre nato e 
naturalizado. Porém se a Constituição expressamente permitir, 
pode ocorrer algumas vantagens ao brasileiro nato em relação 
ao naturalizado como por exemplo, o art. 12, parágrafo 3º. 
Só perderá a nacionalidade de este indivíduo se naturalizar 
APÁTRIDA: é o indivíduo que não tem nacionalidade. 
Fenômeno este causado pela lacuna constitucional na solução do 
problema para aqueles filhos de brasileiros ou oriundos de 
outros Estados (Ex.: expulsão dessa pessoa de um pais que está 
em guerra). 
DIREITOS POLÍTICOS (Art. 14 a 16): Conjunto de regras 
que regula os problemas eleitorais. Direito de votar e ser votado. 
A qualidade de eleitor decorre do ALISTAMENTO, que é 
obrigatório para os maiores de 18 anos (art.14, I), e 
FACULTATIVO para os analfabetos, índios e maiores de 70 
anos, já os maiores de 16 e menores de 18 não são obrigados. 
Ficam vedados do exercício pessoas que não possuem 
capacidade (estrangeiros), não ser conscrito em serviço militar 
obrigatório (art.14, II), e os presos, já os presos provisórios 
teriam o direito ao voto, porém não há estrutura para que 
exerçam esse direito. É um direito público subjetivo 
democrático, que cabe ao povo nos limites técnicos do princípio 
da universalidade e da IGUALDADE de voto e de 
ELEGIBILIDADE (art.14, III). Fundamenta-se no princípio da 
SOBERANIA POPULAR (Art. 14) por meio de 
representantes. Diz-se sujeito ativo (direito de votar) e passivo 
(direito de ser votado). 
INELEGIBILIDADE (Art, 14, IV ao XI e Art. 15). 
O VOTO DIRETO é para escolha dos representantes. O 
VOTO INDIRETO decorre do impedimento do presidente, 
onde quem assume é o vice, sendo este afastado também é o 
presidente da câmara quem assume. Quando o impedimento for 
durante os dois primeiros anos convoca novas eleições, caso 
ultrapasse esse período ocorre a eleição indireta, onde o 
Congresso Nacional é quem escolhe o novo presidente. 
Os sistemas de voto podem ser PROPORCIONAL (é o 
adotado nas eleições para Deputado Federal, Deputado Estadual 
e Vereadores. Aqui, dá-se importância ao número de votos 
válidos ao partido político, pois ao votar na legenda, faz-se a 
escolha por partido) ou MAJORITÁRIO (é o adotado nas 
eleições para Senador da República, Presidente da República, 
Governadores da República e Prefeitos. Este sistema leva em 
conta o número de votos válidos ofertados ao candidato 
registrado por partido político. Dá-se importância ao candidato 
e não ao partido político pelo qual é registrado). 
OBS: A idade completa para que uma pessoa eleita possa tomar 
posse tem que ser até o dia da posse pelo entendimento do TSE. 
EX.: Senador ou Deputado que fizer 21 anos até o dia 01 de 
fevereiro, dia da posse. 
DIREITO DE SUFRÁGIO: é universal e o voto é direto, 
secreto e tem valor igual. O sufrágio é um direito público 
subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser 
eleito e de participar da organização e da atividade do poder 
estatal. 
DOS PARTIDOS POLÍTICOS (Art. 17): Associação 
permanente de indivíduos que, professando a mesma ideologia 
política, buscam a conquista legal de poder político, a fim de 
cumprir determinado programa político-social. 
• Fundo partidário: tempo de TV e rádio, com as 
coligações ganham um tempo maior. 
• Quebra da verticalização: as coligações são livres, não 
precisam se coligar com o mesmo partido em todo o 
território nacional, cada estado ou município tem livre 
escolha. 
ELEMENTOS GARANTIDOS PELA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
DIREITO ADQUIRIDO: Direito subjetivo incorporado no 
patrimônio jurídico do titular podendo ou não ser consumado. Já 
tem o direito devido ter cumprido todos os requisitos. EX.: 
aposentadoria, ter o tempo e continuar a trabalhar, mesmo com 
uma mudança da lei aumentando o tempo de contribuição, este 
continua tendo o direito. 
ATO JURÍDICO PERFEITO: Ato que no tempo da lei 
vigente tem o cumprimento de todos os requisitos formais e 
essenciais produzam efeitos. EX: testamento, uma nova lei que 
altera, não altera esse testamento. 
COISA JULGADA: Decisão judicial que não cabe mais 
nenhum tipo de recurso, porém pode haver uma flexibilização. 
EX.: DNA, constatando a verdade real, mesmo já transitado em 
julgado. Realização do teste de DNA para comprovação de 
paternidade e para absolvição do réu em processos criminais. 
 
6 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
Em regra, o princípio da soberania não permite que um Estado 
se obrigue a acatar a decisão judicial proferidapor órgão 
integrante de outro Estado. Para que uma decisão judicial 
estrangeira tenha validade no Brasil é necessário que seja 
homologada pelo Poder Judiciário brasileiro. Conforme 
podemos verificar no texto constitucional em seu art.5º, §4º: 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal 
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado 
adesão. 
Desta forma, podemos notar um abrandamento do princípio 
da soberania do Estado em respeito aos direitos humanos, à 
proteção da humanidade. 
O ESTATUTO DE ROMA DO TRIBUNAL PENAL 
INTERNACIONAL 
Artigo 5o - Crimes da Competência do Tribunal 
 1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes 
mais graves, que afetam a comunidade internacional no seu 
conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal terá 
competência para julgar os seguintes crimes: 
 a) O crime de genocídio; 
 b) Crimes contra a humanidade; 
 c) Crimes de guerra; 
 d) O crime de agressão. 
 
EXTRADIÇÃO: Processo que pede ao Brasil para entregar um 
indivíduo a outro Estado (país), para que lá seja processado e 
julgado por crime que tenha cometido. 
O pedido normalmente é feito via diplomática de governo a 
governo, e o Supremo Tribunal Federal é a autoridade 
competente a se pronunciar sobre o pedido. Em regra, é 
concedida a extradição de cidadão do país requisitante, salvo em 
casos de crime político. Brasileiros natos não podem ser 
extraditados. Os naturalizados podem sofrer o processo, nos 
casos previstos pela Constituição (Art. 5º, inciso LI). 
No Brasil por ter algumas penas vedadas (trabalho forçado, pena 
de morte e prisão perpétua), quando houver alguma extradição 
por exemplo com pena de morte, esta pena deve ser alterada para 
por exemplo por uma pena privativa de liberdade, dando a 
máxima efetividade as normas dos direitos humanos 
(comutação). 
O STF pode dar um parecer favorável, caso negue a extradição, 
o presidente não pode autorizar. 
EXPULSÃO: Medida administrativa tomada pelo presidente da 
República para retirar do território nacional um estrangeiro que 
se mostra prejudicial aos interesses do País. Diferente da 
Extradição, que é julgada pelo Supremo Tribunal Federal, a 
pedido do país de origem do estrangeiro, a expulsão é uma 
decisão tomada pelo Poder Executivo. 
DEPORTAÇÃO: Meio de devolução do estrangeiro ao 
exterior, em caso de entrada ou estada irregular no estrangeiro, 
caso este não se retire voluntariamente do território nacional no 
prazo fixado, para o país de origem ou outro que consinta seu 
recebimento. Esta não se procederá caso haja periculosidade 
para o estrangeiro. 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
JUDICIAIS: 
HABEAS CORPUS (Art. 5º, LXVIII): Utilizado em favor de 
qualquer um, sendo ele nacional ou estrangeiro. Visa garantir o 
direito de locomoção, ou seja, o direito de ir e vir, evitando-se 
assim a prisão abusiva ou arbitrária, o abuso do poder. Em casos 
de flagrante delito ou por ordem judicial, não cabe o habeas 
corpus. Qualquer pessoa pode solicitar, não precisando entrar 
com ação. 
MANDADO DE SEGURANÇA (Art. 5º, LXIX): Garantir o 
direito líquido e certo, individual ou coletivo, que esteja sendo 
violado ou ameaçado por ato de uma autoridade, em ato ilegal 
ou inconstitucional. O que pode se entender por direito líquido 
e certo, de forma clara, é um direito onde não a dúvidas, por 
estar expresso em lei e não precisando ser discutido. 
Mandado de segurança é um tema muito complexo e difícil de 
se entender, através de um exemplo pode facilitar a 
compreensão, vamos supor hipoteticamente, que num concurso 
público qualquer, tenham dez vagas para os melhores 
classificados. Sendo assim estamos diante de um direito líquido 
e certo, expressamente na lei onde não há dúvidas que os dez 
primeiros colocados deverão ocupar o cargo, só que por um 
equívoco ou de forma arbitraria eles colocam no lugar do 
décimo colocado que legalmente deveria entrar no tal concurso, 
uma pessoa que tenha se classificado em vigésimo lugar, cabe 
ao candidato que ficou em décimo lugar impetrar o mandado de 
segurança para certo. 
HABEAS DATA: Garante ao cidadão o direito ao acesso às 
suas informações pessoais e retificação de dados, sendo este o 
principal objetivo do habeas data. O artigo 5º em seu inciso XII, 
prevê a inviolabilidade do sigilo de dados, comunicações 
telefônicas, ou seja, se o indivíduo tiver seus dados expostos, 
por exemplo quanto que ele movimento na sua conta, conter 
informações pessoais na internet, cabe ao indivíduo que teve o 
seu direito violado impetrar o remédio constitucional ou garantia 
constitucional. 
MANDADO DE INJUNÇÃO: Através desse instrumento nós 
temos como recorrer, caso não tivermos como gozar de um 
direito fundamental, por falta de uma norma regulamentadora, 
ou seja, quando à lei for omissa. 
O artigo 37, inciso VII da Constituição Federal de 1988, garante 
o direito de greve, mas nos termos da lei, acontece que não tem 
essa lei para regulamentar o direito de greve. Inclusive, nós 
tivemos um caso em que foram enviados três mandados de 
injunção, chegando ao Supremo Tribunal Federal, por falta 
dessa norma regulamentadora onde prejudicaria o agente 
público por não poder entrar em greve pela lei ser omissa. 
A decisão chegou ao Supremo Tribunal Federal, que decidiram 
que em quanto não tiver esta lei para regulamentar o direito de 
greve do agente público, eles irão utilizar a lei que regulamenta 
o direito de greve no setor privado, até que façam uma lei que 
regulamente a parte do setor público. Sendo assim, podemos 
concluir que quando a lei for omissa e o cidadão não poder gozar 
de um direito fundamental, cabe ao cidadão impetrar o mandado 
de injunção. 
AÇÃO POPULAR: Visa combater o ato ilegal ou imoral, 
lesivo ao patrimônio público, não se exige o esgotamento de 
todos os meios administrativos. EX.: atos lesivos ao patrimônio 
público, ou seja, parques públicos, lugares artísticos, lugares 
históricos, quando percebermos que algo está lesando o 
patrimônio público, devemos impetrar a ação popular para 
resolvermos este problema o mais rápido possível e preservar o 
patrimônio público que pertence a todos nós.

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