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Resumo de Fisiologia Respiratória

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Resumo de Fisiologia 
RESPIRATÓRIA 
Danilo Fernando – MED UFRGS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo baseado nos livros Fisiologia Humana 13ªEd – Vander, Fisiologia Pulmonar 8ªEd - Michael 
Levitzky, Fisiologia Médica 25ªEd – Ganong, Fisiologia – Margarida Aires 4ªEd, Fisiologia 6ªEd – 
Berne & Levy, Tratado de Fisiologia Médica 12ªEd – Guyton, Fisiologia Médica 2ªEd – Walter Boron, 
Fisiologia Respiratória - Princípios básicos 9ªEd – John West, Fisiologia 6ªEd – Linda Constanzo, Fisio-
logia Humana Uma Abordagem Integrada 6ªEd – Dee Unglaub Silverthorn. 
 
 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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Sumário 
Funções e Estrutura do Sistema Respiratório ..................................................................................................... 4 
Funções do Sistema Respiratório .................................................................................................................... 4 
Estrutura do Sistema Respiratório .................................................................................................................. 5 
Histologia do Sistema Respiratório ........................................................................................................... 10 
Circulação do Sistema Respiratório ........................................................................................................... 12 
Tensão Superficial e Surfactante ............................................................................................................... 13 
Músculos da Respiração ............................................................................................................................ 16 
Inervação ................................................................................................................................................... 18 
Mecânica Ventilatória ....................................................................................................................................... 19 
Visão Geral ..................................................................................................................................................... 19 
Volumes Pulmonares ..................................................................................................................................... 20 
Medidas dos Volumes Pulmonares ........................................................................................................... 22 
Determinantes dos Volumes Pulmonares ................................................................................................. 24 
Doenças Pulmonares ................................................................................................................................. 25 
Prova de Função Pulmonar ....................................................................................................................... 27 
Propriedades do Pulmão ............................................................................................................................... 28 
Interações Entre o Pulmão e a Caixa-Torácica .......................................................................................... 28 
Fenômeno da Interdependência ............................................................................................................... 32 
Complacência Pulmonar (CP) ..................................................................................................................... 33 
Trabalho Respiratório ................................................................................................................................ 33 
 Fluxo e Resistência das Vias Aéreas ............................................................................................................. 35 
Determinantes da Resistência das Vias Aéreas ......................................................................................... 36 
Compressão Dinâmica da Via Aérea .......................................................................................................... 37 
Curvas Fluxo-Volume ................................................................................................................................. 41 
Ventilação Alveolar e Propriedade dos Gases ................................................................................................... 42 
Propriedades Físico-Químicas dos Gases ...................................................................................................... 42 
Distribuição Regional da Ventilação Alveolar ................................................................................................ 44 
Teste de Distribuição Regional da Ventilação ........................................................................................... 45 
Perfusão Pulmonar ............................................................................................................................................ 46 
Visão Geral ..................................................................................................................................................... 46 
Resistência Vascular Pulmonar e Volume Pulmonar ..................................................................................... 46 
Influências Passivas Sobre a Resistência Vascular Pulmonar .................................................................... 49 
Controle do Músculo Liso Vascular Pulmonar ........................................................................................... 49 
Distribuição Regional do Fluxo Sanguíneo Pulmonar .................................................................................... 50 
Teste Para Detectar a Distribuição Regional do Fluxo Sanguíneo ............................................................. 51 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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Vasoconstrição Pulmonar Hipóxica ............................................................................................................... 51 
Relação Ventilação–Perfusão e Trocas Gasosas Respiratórias ......................................................................... 52 
Diferença Alvéolo-Pulmonar ......................................................................................................................... 53 
Difusão dos Gases .......................................................................................................................................... 55 
Limitações das Trocas Gasosas ...................................................................................................................... 56 
Transporte de Oxigênio e de Dióxido de Carbono ............................................................................................ 58 
Transporte de Oxigênio ................................................................................................................................. 58 
Influências Sobre a Curva de Dissociação da Oxiemoglobina ................................................................... 60 
Outros Fatores Que Afetam o Transporte de Oxigênio ............................................................................. 61 
Transporte de Dióxido de Carbono ............................................................................................................... 62 
Regulação Ácido-Base e Causas de Hipóxia....................................................................................................... 63 
Conceitos básicos ..........................................................................................................................................63 
Distúrbios Ácido-Base .................................................................................................................................... 64 
Causas de Hipóxia .......................................................................................................................................... 67 
Controle da Respiração ..................................................................................................................................... 68 
Organização do Sistema de Controle Respiratório – Visão Geral ................................................................. 68 
Geração da Ritmicidade Espontânea............................................................................................................. 69 
Atividade Neural Durante o Ciclo Respiratório ......................................................................................... 70 
Padrões Respiratórios ................................................................................................................................ 70 
Reflexos Respiratórios ................................................................................................................................... 71 
Receptores de Estiramento Pulmonar ...................................................................................................... 72 
Reflexos de Irritabilidade ........................................................................................................................... 72 
Receptores J ............................................................................................................................................... 72 
Sistemas de Controle de Feedback Negativo ................................................................................................ 73 
Respostas ao Dióxido de Carbono ................................................................................................................. 73 
Quimiorreceptores Periféricos e Centrais ..................................................................................................... 74 
Quimiorreceptores Periféricos .................................................................................................................. 74 
Quimiorreceptores Centrais ...................................................................................................................... 76 
Respostas à Hipóxia ....................................................................................................................................... 77 
 
 
 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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Funções e Estrutura do Sistema Respiratório 
 O sistema respiratório é formado pelos pulmões, pelas vias aéreas de condução, pelas regiões do 
SNC envolvidas com o controle dos músculos respiratórios e pela parede torácica. 
Funções do Sistema Respiratório 
• Trocas gasosas: Função básica do sistema respira-
tório  Suprir o organismo com oxigênio (O2) e 
dele remover o produto do metabolismo celular, o 
gás carbônico (CO2) (Observe a imagem ao lado). 
 As trocas gasosas acontecem por difusão; 
- Sangue oxigenado pelos capilares pulmonares é 
bombeado pela artéria aorta aos demais tecidos; 
- O sangue que chegará aos tecidos estará com ele-
vada PO2 e baixa PCO2, por outro lado, os tecidos es-
tarão com elevada PCO2 (resíduos dos processos me-
tabólicos) e baixa PO2 (O2 utilizado nos processos 
metabólicos). 
∟ A diferença de pressão entre o CO2 e O2 dos va-
sos e dos tecidos resultarão na difusão desses ga-
ses, fazendo com que o sangue fique com baixa PO2 
e elevada PCO2. 
- O mesmo ocorre nos alvéolos, porém estes terão 
elevada PO2 (resultante da inspiração) e baixa PCO2 
(resultante da expiração). 
∟ A diferença de pressão de CO2 e O2 dos alvéolos e dos vasos resultarão na difusão desses gases, 
fazendo com que o sangue fique com elevada PO2 e baixa PCO2. 
• Equilíbrio ácido-base: Ocorre devido a seguinte reação: CO2 + H2O ↔ <H2CO3> ↔ H+ + HCO3-. 
 Sistema respiratório participa do equilíbrio ácido-base através da remoção de CO2 do corpo. 
- Funcionamento – exemplo: Durante o exercício, o metabolismo muscular elimina substâncias, 
como o ácido láctico, que liberam H+  Aumento da [H+] fará com que o equilíbrio se desloque, 
conforme a reação a seguir: ↑H+ + HCO3- ↔ <H2CO3> ↔ ↑CO2 + H2O  Esse CO2 será eliminado 
pela expiração. 
 
* Importante: O sistema respiratório não é o principal regulador, porém é o mecanismo mais rá-
pido (atua em minutos). O principal mecanismo de regulação é o renal (atua de horas a semanas). 
 
• Fonação: Produção de sons provocada pelo movimento de ar através das pregas vocais. 
 
• Mecanismo de defesa: Envolvem uma série de fatores que atuam na remoção de partículas inala-
das e microrganismos – Sistema respiratório possui contato direto com o meio externo. 
 A barreira mecânica é o primeiro mecanismo de defesa e, junto com o sistema imunológico, atua 
com o objetivo de proteger os pulmões contra as infecções. 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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• Reservatório de sangue: Os vasos da circulação pulmonar possuem paredes muito mais finas do 
que as das estruturas correspondentes à circulação sistêmica, além disso, oferecem menor resis-
tência ao fluxo  Permite que o pulmão receba maior quantidade de sangue com pouca variação 
de pressão. 
 Existe pouco músculo liso vascular nas paredes dos vasos – Possuem elevada complacência  
Sangue acomoda-se nos vasos, que atua como função de reservatório. 
 
• Regulação da temperatura: Ocorre através da expiração, porém esse mecanismo é pouco signifi-
cante em humanos – Corpo humano possui regulação fisiológica mais eficiente pela sudorese. 
• Metabolismo: Endotélio capilar pulmonar contém um grande número de enzimas que podem 
produzir, metabolizar ou modificar substâncias vasoativas. 
 Possui a enzima conversora da angiotensina (ECA) – Converte Angiotensina I em Angiotensina II. 
 Realiza remoção de algumas formas de prostaglandinas. 
Estrutura do Sistema Respiratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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• Dividido em vias aéreas superiores e inferiores. 
 Vias superiores: Relacionadas ao condicionamento/preparação de ar. 
- Composição: Nariz, seios nasais e laringe. 
 Vias inferiores: Relacionadas à condução e trocas gasosas. 
- Composição: Traqueia, brônquios, bronquíolos e unidade respiratória (bronquíolos respiratórios, 
ductos alveolares e alvéolos). 
• Vias aéreas superiores: Consistem em todas as estruturas do nariz até as pregas vocais (conforme 
a imagem abaixo). 
 Principal função: Condicionar o ar inspirado  Umidificar (até atingir umidade de 100% - Evita 
que o epitélio de trocas seque), aquecer até a temperatura corpórea (37ºC) (evita que os alvéolos 
sejam danificados pelo ar frio) e filtrar (evita que materiais estranhos cheguem aos alvéolos). 
 Nariz: 
- Funciona como filtro, aprisionando e eliminando partículas maiores que 10μm; 
- Senso de olfação – Possui terminações nervosas acima da concha nasal superior; 
- O volume do nariz do adulto é de cerca de 20mL; 
- Maneja um volume de 10.000 a 15.000L ar/dia; 
- Ponto de resistência de ar – Representa cerca de 50% da resistência total em repouso; 
∟ Aumento as resistência aumenta em infecções virais e no exercício  Início da respiração bucal; 
- Primeira linha de defesa imunológica  Células secretórias do nariz produzem imunoglobulinas 
(importantesmediadores inflamatórios). 
 
 Seios nasais: Deixam o crânio mais leve, o que facilita a postura ereta, dão ressonância à voz e 
podem proteger o cérebro do trauma frontal. 
 
 Laringe: Formada, principalmente, pela epiglote, aritenoide e as pregas vocais. 
- Epiglote e aritenoide “encapam” ou tampam as pregas vocais durante a deglutição; 
∟ Em circunstâncias normais a epiglote e aritenoide atuam impedindo a aspiração da comida e de 
líquidos para o trato respiratório inferior. 
 
* Importante: Materiais aspirados tendem a instalar-se no tronco brônquico direito (anatomica-
mente mais íngreme – facilita a entrada de objetos estranhos)  Inflamações! 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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• Vias aéreas inferiores: Consistem na traqueia, nas vias de condução e nos alvéolos. 
 Traqueia: Tubo semiflexível mantido 
aberto por 15 a 20 anéis de cartilagem em 
forma de "C". 
- Estende para baixo do tórax, onde se ra-
mifica (1ª divisão) em um par de brônquios 
principais (um brônquio para cada pulmão) 
(Conforme a imagem ao lado). 
 
 Brônquios: Tubos semirrígidos forma-
dos por cartilagem. 
- Dentro dos pulmões, se ramificam repeti-
damente em brônquios progressivamente 
menores. 
∟ Brônquios principais (direito e esquerdo) se ramificam nos brônquios lobares que, por sua vez, 
se dividem nos brônquios segmentares e, em seguida, em ramos cada vez menos calibrosos (bron-
quíolos), até chegarem aos alvéolos. 
 Bronquíolos: Pequenas vias aéreas colapsáveis, com paredes de músculo liso (não possuem car-
tilagem!) 
- Dividido em bronquíolos terminais (sem alvéolos) e bronquíolos respiratórios (com alvéolos). 
 
 Alvéolos: Estão localizadas no final dos bronquíolos respiratórios, onde se realiza a troca gasosa. 
 
* ESTRUTURA ANATÔMICA DOS PULMÕES (Observe as imagens abaixo): 
**Observação: As numerações das imagens abaixo corresponde as numerações da imagem anterior. 
 Pulmão direito: Localizado no hemitórax direito, dividido em três lobos (superior, intermediário 
e inferior) por duas fissuras interlobulares. 
 Pulmão esquerdo: Localizado no hemitórax esquerdo, dividido em dois lobos (superior, incluindo 
a língula, e inferior) por uma fissura oblíqua. 
 Pulmões direito e esquerdo: São recobertos, INDIVIDUALMENTE, por uma delgada membrana, a 
pleura visceral, e são encapsulados por outra membrana, chamada de pleura parietal. 
- A interface dessas duas pleuras permite o deslizamento suave dos pulmões enquanto se expan-
dem no tórax – Possuem entre elas um líquido, o líquido pleural (25 a 30mL). 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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* Importante: O líquido pleural tem capacidade alterar a pressão (pressão intrapleural) – Encontra-
se normalmente negativa (-5mmHg) Variações na pressão são transmitidas aos pulmões pois es-
tão intimamente conectados (recobrem os pulmões)  Função de manter os pulmões abertos. 
 
• Unidade funcional anatômica: Corresponde a região suprida por um brônquio segmentar (seg-
mento broncopulmonar). 
 Em razão de sua estrutura, segmentos do pulmão que ficaram irreversivelmente doentes podem 
facilmente ser removidos cirurgicamente sem comprometer os demais segmentos. 
• Unidade funcional fisiológica: Corresponde à unidade respiratória ou de trocas gasosas (unidade 
respiratória), que consiste em bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos. 
 
* Na imagem abaixo temos o resumo de todas as vias aéreas inferiores. 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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• Ramificação das vias aéreas: Corresponde as vias aé-
reas inferiores, desde a bifurcação da traqueia em dois 
brônquios principais até os alvéolos (Imagem ao lado). 
 Zona de condução (0 – 16 geração): Tem início na 
traqueia (geração zero), brônquios (contêm cartilagem) 
e vai até os bronquíolos não-respiratórios/terminais 
(não possuem alvéolos nem cartilagem). 
- Corresponde ao espaço morto anatômico  Ar 
“preso” nas regiões que não realizam trocas gasosas 
(não possuem alvéolos) – Volume de aproximadamente 150mL. 
 Zona de transição (17 – 19 geração): Corresponde aos bronquíolos respiratórios (possuem pou-
cos alvéolos, porém já ocorrem as trocas gasosas – pouco significantes). 
 Zona respiratória (20 – 23 geração): Constituída por ductos, sacos alveolares e alvéolos. 
 
 Conforme aumenta o número de gerações, há au-
mento da área de secção transversal das vias aéreas 
e redução do diâmetro delas, resultando em redução 
da velocidade de condução do ar (Imagem ao lado). 
- Permite que o ar chegue com baixa velocidade aos 
alvéolos – O fluxo torna-se laminar, fazendo com 
que haja menos atrito e mais trocas gasosas. 
- A velocidade do ar e a resistência das vias aéreas 
diminuem na mesma proporção (Conforme as imagens ao lado). 
∟ A resistência diminui porque as gerações estão em paralelo. 
 
 Observe na imagem abaixo que também há aumento do número de 
vasos conforme aumenta o número de divisões, dessa forma, tanto o 
ar quanto o sangue estarão em velocidades 
reduzidas  Facilita as trocas gasosas. 
* Importante: O pulmão possui cerca de 300 
milhões de alvéolos e 280 bilhões de vasos – 
Praticamente 1.000 vasos para cada alvéolo! 
– Possibilita elevada capacidade de trocas gasosas. 
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Histologia do Sistema Respiratório 
 
• Traqueia e brônquios: Locais de filtração do ar. 
 Vias revestidas com epitélio cilíndrico ciliado 
que secreta muco e uma solução salina diluída. 
- Células caliciformes: Produzem muco (possui 
função protetora) – Contém imunoglobulinas 
(IgA) que podem inativar muitos patógenos, e 
uma vez que o muco alcança a faringe ele pode 
ser expelido (expectorado) ou deglutido (muco 
deglutido sofre ação do ácido do estômago e as 
enzimas destroem os microrganismos restantes) 
– Evita que partículas cheguem às vias aéreas in-
feriores. 
∟ Solução salina: Camada aquosa essencial para 
o movimento mucociliar funcional. 
- Cílios: Garantem o movimento unidirecional do muco, junto à solução salina, em direção à faringe. 
∟ Possuem elevado gasto de ATP – Cada célula tem em torno de 200 cílios. 
 
* Importante: Fibrose cística – A secreção inadequada de íons diminui o transporte de líquido nas 
vias aéreas  Sem a camada salina, os cílios ficam presos no muco espesso e pegajoso  Muco 
não é eliminado  Possibilita a proliferação de bactérias  Infecções pulmonares recorrentes. 
- Funcionamento: Ocorre alteração na proteína transporta-
dora CFTR (regulador de condutância transmembrana da fi-
brose cística – Canal de Cl- da imagem ao lado)  Provoca di-
minuição da capacidade das células epiteliais das vias aéreas 
de secretar Cl- e, assim, de aumentar a absorção de Na+. 
∟ Como o simporte Cl-/Na+ depende do Cl-, o Na+ ficará retido 
na submucosa e, consequentemente, como a água depende 
do gradiente osmótico, ela também ficará retida. 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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∟ Consequência: Ocorre redução do volume do líquido periciliar e a formação de muco espesso que 
o sistema de depuração mucociliar não consegue remover dos pulmões. 
• Bronquíolos: Divididos em bronquíolos terminais (sem alvéolos) e bronquíolos respiratórios. 
 Revestidos por epitélio simples cilíndrico ciliado, além de células de Clara, o epitélio se torna 
simples cúbico conforme esses bronquíolos penetramnos pulmões, além disso não há células sub-
mucosas e caliciformes. 
- Células de Clara – São células secretoras (de proteínas semelhantes ao surfactante) presente nos 
bronquíolos e também podem ter papel na regeneração epitelial após lesão. 
 Possuem músculo liso em seu entorno. 
 
• Alvéolos: Local onde ocorrem as trocas gasosas 
(Observe as imagens ao lado) – Possuem células alve-
olares dos tipos I, II e III, além de macrófagos alveola-
res, e capilares contínuos em seu entorno. 
* Um adulto possui, em média, 300 milhões de alvéo-
los e 280 bilhões de vasos capilares. 
 
 Células alveolares tipo I: Células planas com gran-
des extensões (ocupam cerca de 95% da área de su-
perfície epitelial alveolar). 
∟ É o local onde ocorrem as trocas gasosas. 
∟ A membrana basal das células tipo I e o endotélio 
capilar se fundem, o que minimiza a distância para a 
difusão dos gases e facilita muito a troca gasosa. Além 
disso, o fato de os eritrócitos transitarem em fila 
única dentro dos capilares contínuos facilita as trocas 
gasosas, uma vez que eles são maiores que o diâme-
tro do capilar, o que diminui a distância entre a hemá-
cia e o endotélio capilar, além de aumentar a área de 
trocas (Observe a imagem abaixo). 
 Células alveolares tipo II: Célula pequena e cu-
boide, e geralmente é encontrada nos “cantos” dos 
alvéolos, onde ocupam cerca de 5% de sua área de 
superfície. 
- Sintetizam surfactante pulmonar (reduz a tensão 
superficial no fluido alveolar) e é responsável pela re-
generação da estrutura alveolar subsequente à lesão 
(células do tipo II ocupam os lugares das células lesio-
nadas e realizam a mesma função – trocas gasosas – 
porém de maneira menos eficiente). 
Bronquíolos = músculo liso // Brônquios = cartilagem 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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* Importante: Sob condições normais as células tipo I e tipo II ocorrem na proporção 1:1. 
 Note que há diferenças entre a área ocupada e o número de células! 
Em situações patológicas a proporção de células do tipo II podem estar superiores aos do tipo I. 
 
 Células alveolares tipo III: Possuem função quimiorreceptora (?) 
 
 Macrófagos alveolares: São provenientes da diferenciação dos monócitos do sangue após atra-
vessarem as células endoteliais (representados na imagem anterior como “ma”) 
- Exercem função fagocitária sobre partículas orgânicas e inorgânicas – “Materiais estranhos” 
 
* EXTRA – Interstício pulmonar: Espaço intersticial, em condições normais, é muito pequeno; com-
posto por tecido conjuntivo, músculo liso, vasos linfáticos, capilares. 
 Fibroblastos sintetizam e secretam: 
- Colágeno: Principal componente estrutural do pulmão – Limita a distensão pulmonar; 
- Elastina: Principal contribuinte para a retração elástica do pulmão; 
 
Circulação do Sistema Respiratório 
• Dividida em duas circulações: Brônquica e pulmonar. 
 Circulação brônquica: Responsável pela irrigação 
da zona de condução. 
- Acompanha a árvore brônquica e se divide com ela. 
 Circulação pulmonar: Responsável pela irrigação 
das zonas de transição e respiratória. 
- Possui o maior leito vascular do corpo. 
- Volume capilar de 70mL. 
∟ No exercício pode aumentar para 200mL. 
 
• O retorno da circulação brônquica mistura-se com o 
retorno da pulmonar (Observe a imagem ao lado) 
 Circulação brônquica carrega CO2 resultante do me-
tabolismo da zona de condução; 
 Circulação pulmonar carrega O2 resultante das tro-
cas gasosas entre os alvéolos e os capilares das zonas 
de transição e respiratória. 
 Resulta no shunt fisiológico – Diluição de CO2 (cir-
culação brônquica) em O2 (circulação pulmonar) que 
serão levados para os tecidos. 
- A porcentagem de CO2 diluído em O2 é cerca de 2%. 
 
 
 
 Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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{T} = Tensão de parede 
{R} = Raio da esfera 
Tensão Superficial e Surfactante 
• Visão geral: 
 A tensão superficial é a força causada pelas moléculas de água na interface ar-líquido que tende 
a minimizar a área de superfície, tornando muito mais difícil insuflar o pulmão. 
 O surfactante age sobre os alvéolos com o objetivo de reduzir a tensão superficial. 
- Permite que os alvéolos de diferentes tamanhos permaneçam abertos  Mantém a pressão igua-
lada entre eles. 
* Observação: Abaixo analisaremos, individualmente, a ação da ten-
são superficial e do surfactante. 
• Tensão superficial: Força resultante numa interface ar-líquido na 
qual as moléculas do líquido são atraídas com maior força para o inte-
rior do líquido do que em direção ao ar – Resulta numa superfície que 
atua como uma membrana (Observe a imagem ao lado). 
 Considerando-se uma esfera (tal como o alvéolo), a relação entre a 
pressão na esfera (Pe) e a tensão da parede (T) é descrita pela lei de 
Laplace: 
𝑃𝑒 = 
2𝑇
𝑅
 
 
- Tensão superficial é direcionada para o centro da esfera e cria pressão em seu interior. 
 Com base na lei de Laplace, forças exercidas pela tensão superficial na superfície do alvéolo me-
nor geram maior pressão (setas grossas) do que os do alvéolo maior (setas finas). 
- Resultado: O ar se move do alvéolo menor (maior pressão) para o alvéolo maior 
(menor pressão; seta preta). 
- Isso faz com que o alvéolo menor colabe e o alvéolo maior fique hiperinsuflado. 
 
* Importante: A situação demonstrada acima NÃO corresponde a situação normal nos 
 alvéolos (colabamento resultante da tensão superficial), pois há fatores que atuam para manter os 
alvéolos estáveis, como o surfactante pulmonar e a interdependência estrutural dos alvéolos. 
 
 O papel das forças de tensão superficial na retração 
elástica dos pulmões pode ser demonstrado pelo experi-
mento demonstrado na imagem ao lado: 
- Pulmão insuflado com ar: Interface ar-líquido é estabele-
cida e as forças de tensão superficial contribuem para a 
retração elástica alveolar. 
∟ As diferenças entre as pressões e volumes durante a 
inspiração e expiração é denominada histerese pulmonar. 
- Pulmão insuflado com solução salina: Forças de tensão 
superficial ausentes, pois não há interface ar-líquido. 
∟ Retração elástica do pulmão devida apenas ao próprio 
tecido pulmonar – Não há histerese pulmonar. 
 
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* Importante¹: A retração pulmonar ocorre devido às propriedades próprio tecido pulmonar e, tam-
bém, pela tensão superficial. 
* Importante²: Histerese pulmonar ocorre devido à tensão superficial e ao surfactante. 
• Surfactante: Reduz a retração elástica causada pela 
tensão superficial, isto é, diminui a tensão superficial 
(Observe a imagem ao lado). 
 Reduz o trabalho para expandir os alvéolos em cada 
ciclo respiratório. 
 Pode alterar a tensão superficial dos alvéolos em di-
ferentes volumes pulmonares. 
- Baixos volumes: Redução da tensão superficial 
- Altos volumes: Aumento da tensão superficial 
∟ Sem esse mecanismo, os alvéolos pequenos iriam es-
vaziar seus conteúdos nos alvéolos grandes. 
- Possibilita que todos os 300 milhões de alvéolos mantenham a MESMA pressão, independente-
mente do volume pulmonar. 
 
 (Observe as imagem abaixo para compreender a função do surfactante) 
* Na imagem à esquerda: 
 Forças exercidas pela tensão superficial na superfí-
cie na esfera menor geram maior pressão (setas gros-
sas) do que as da esfera maior (setas finas). 
- Resultado: O ar se move da menor esfera (maiorpres-
são) para a maior esfera (menor pressão; seta preta). 
 Isso faz com que a esfera menor se colapse e que a 
maior fique sobredistendida. 
* Na imagem à direita: 
 O surfactante (camada sombreada) reduz a tensão superficial. 
- Resultado: A pressão nas esferas menor e maior é similar e as esferas ficam estabilizadas (P=cte). 
 
RESUMO - Observe as situações “a” e “b” na imagem abaixo que representam, respectivamente, 
somente atuação da tensão superficial e ação do surfactante sobre a tensão superficial. 
 
Pulmão pode manter os alvéolos 
abertos em muitos volumes diferentes 
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* Observe na imagem anterior os valores de pressão nas situações “a” e “b”. 
a) Há diferença de pressão entre as esferas pequena (6mmHg) e grande (3mmHg). 
b) Não há diferença de pressão entre as esferas pequena (2mmHg) e grande (2mmHg). 
 
Composição e Função do Surfactante 
• Secretado pelas células alveolares tipo II. 
 Surfactante é constantemente removido e renovado. 
• Formado por lipídios (85 – 90%) e proteínas (10 – 15%): 
a) Lipídios: São divididos em fosfolipídios (85 – 90%), glicolipídeos (5 – 10%) e lipídios neutros (5%). 
 Principal fosfolipídio: Dipalmitoil fosfatidilcolina (DPFC) – Corresponde aproximadamente 75% 
- DPFC é o principal componente do surfactante; é ele que reduz a 
tensão superficial. 
 Segundo mais abundante: Fosfatidilglicerol (FG) – Corresponde 
de 1 – 10% de todo o surfactante. 
∟ FG é importante para a dispersão do surfactante pela grande 
área da superfície. 
 
b) Proteínas (SP-A, P-B, SP-C, SP-D): Correspondem a 10 – 15% da 
composição do surfactante. 
 SP-A: Expressa pelas células alveolares tipo II e pelas células de 
Clara no pulmão. 
- Está envolvida na regulação da renovação do surfactante, na re-
gulação imunológica no pulmão e na formação da mielina tubular. 
- Mielina tubular = Estágio precursor do surfactante, quando ele é 
inicialmente secretado pela célula tipo II e ainda não se dispersou. 
 SP-B: Envolvida na formação da mielina tubular e na atividade de superfície (i. e., tensão superfi-
cial, capacidade de dispersão) do surfactante, e ela pode aumentar a ordenação intermolecular e 
intramolecular da bicamada fosfolipídica. 
 SP-C: Envolvida na capacidade de dispersão e na atividade da tensão superficial do surfactante. 
 SP-D: Função imunológica. 
 
* Importante: Diferença entre surfactante pulmonar e detergente 
- Tanto o surfactante quanto o detergente atuam na redução da superficial, porém a diferença en-
tre eles é que o surfactante distribui-se uniformemente pelo alvéolo graças às proteínas que atuam 
na dispersão e estabilização da substância. 
- Detergente não depende da área. 
 
* Curiosidade: Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido (SARRN). 
- Recém-nascidos prematuros não possuem surfactante pulmonar funcional até o 7º - 8º mês de 
gestação  Apresentam dificuldades de insuflar os pulmões. 
- Solução: Utilização de surfactante sintético e ventilação artificial (força a entrada de ar para den-
tro dos pulmões e mantém os alvéolos abertos). 
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Músculos da Respiração 
• Os músculos da respiração são músculos esqueléticos, e sua atividade é normalmente iniciada 
pelo sistema nervoso (Observe a imagem abaixo – na figura esquerda, temos à esquerda os múscu-
los da inspiração e, à direita, os músculos da expiração ativa; na figura direita temos a movimenta-
ção do diafragma durante a inspiração e expiração). 
 
Músculos Inspiratórios 
• A inspiração é SEMPRE ativa e demanda um grande gasto energético. 
 Inspiração é realizada pelos músculos diafragma, intercostais externos e os escalenos, além de 
outros músculos acessórios, como o esternocleidomastoideo. 
 Durante a inspiração, as costelas se movem para cima e para fora. 
 Atuam na diminuição da pressão torácica – Ar entra pela diferença de pressão (Ptorácica < Patm). 
 
• Diafragma: Principal e maior músculo da inspiração – Possui cerca de 250cm2 de área. 
 Possui forma de cúpula e separa as cavidades torácica e abdominal. 
 Inervação: Nervo frênico (C3-C5). 
 Sofre grande influência da gravidade: 
- Decúbito dorsal (posição supina): Responsável por cerca de ⅔ do ar que entra nos pulmões du-
rante a respiração de repouso. 
∟ Órgãos mudam a disposição anatômica durante o decúbito dorsal. 
- Posição ortostática (em pé) ou na posição sentada ereta: Responsável por cerca de ⅓ do ar que 
entra nos pulmões. 
 Em respiração normal, a contração do diafragma causa rebaixamento de 1 a 2cm em direção à 
cavidade abdominal. 
 Em respiração profunda (intensa), a contração do diafragma pode rebaixar até 10cm. 
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PLEURA – Associações com as demais estruturas do sistema respiratório. 
* Importante lembrar: A pleura parietal reveste a cavidade torácica e a pleura visceral recobre os pulmões  
Liquido pleural está entre as pleuras e, por essa razão, qualquer modificação da caixa torácica e/ou dos pulmões 
irá alterar a pressão do líquido intrapleural (em repouso = -5mmHg). 
 Possui íntima relação com os alvéolos devido à proximidade com 
as zonas respiratórias. Por essa razão, se há alterações nos pulmões 
(retração/expansão) devido às ações dos músculos respiratórios, elas 
 serão transmitidas aos alvéolos. 
- Por exemplo, a contração do diafragma expande os pulmões (“puxa a pleu- 
ra para baixo”), resultando na diminuição da Pip (-5mmHg → -8mmHg), 
isso permite a entrada de ar para os alvéolos. O mesmo ocorre com os 
intercostais externos e os escalenos  Puxam a pleura para cima durante 
a expansão da caixa torácica, resultando na diminuição da Pip. 
∟ Na expiração ocorre de maneira contrária (retração dos pulmões e da caixa torácica) – Aumento da Pip. 
 
• Intercostais externos e escalenos: Alargam e aumentam a caixa torácica. 
 Inervação: Intercostais (T1-T11). 
• Músculos acessórios da inspiração: Esternocleidomastoideo, trapézio, grande dorsal etc. 
 Não estão envolvidos na respiração de repouso  São ativados durante o exercício, fase inspira-
tória da tosse ou espirro, ou em estados patológicos, como a asma. 
 Esternocleidomastoideo: Principal músculo acessório. 
- Atua na elevação do esterno e na expansão do gradil costal. 
Músculos Expiratórios 
• Atuam no aumento da pressão torácica – Ar sai pela diferença de pressão (Ptorácica > Patm). 
• A expiração divide-se em duas categorias: 
a) Expiração de repouso: Não há gasto energético. 
 Ocorre devido a retração elástica do pulmão. 
b) Expiração ativa: Possui gasto energético. 
 Ocorre nas situações de fala, canto, exercício, fase expiratória da tosse ou do espirro e em certos 
estados patológicos, como na bronquite crônica. 
* Importante: De acordo com as informações acima, os músculos abordados a seguir farão referên-
cia à expiração ativa. 
 
• Intercostais internos: Deprime o gradil costal e com-
prime a caixa torácica. 
 Inervação: Intercostais (T1-T11). 
 
• Abdominais (músculos retoabdominal, oblíquos in-
terno e externo, e transverso abdominal): Atuam no au-
mento da pressão abdominal que, consequentemente, 
empurram o conteúdo abdominal contra o diafragma 
relaxado, tracionando-o para cima, em direção ao tórax. 
* Curiosidade: Esses músculos se contraem fisiologica-
mente durante a tosse, vômito e defecação.Danilo Fernando FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA ATM 21/1 
 
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Inervação 
• Sistema nervoso central controla a respiração. 
 Controle automático é realizado pelo bulbo e 
o voluntário pelo córtex cerebral. 
• Sistema nervoso periférico 
 Somático; 
- Motor: Nervo frênico (C3-C5) – Inervação do dia-
fragma, e nervos intercostais (T1-T11) – Inervação 
dos músculos intercostais; 
- Sensorial: Quimiorreceptores e mecanorrecep-
tores; 
 Autônomo: 
a) Parassimpático: Realiza broncoconstrição, va-
sodilatação e aumento da secreção glandular. 
* Importante: Tônus basal (em repouso) é leve-
mente parassimpático. 
- Promove leve broncoconstrição; 
- Pulmão levemente contraído; 
 
b) Simpático: Realiza broncodilatação, vasoconstrição e diminuição da secreção glandular. 
 
* Importante¹: Músculo liso (brônquios e bronquíolos) controla o calibre das vias aéreas e possui 
predomínio de inervação parassimpática – Inervação simpática é pouco expressiva. 
- No entanto, possuem receptores adrenérgicos (α e β). 
∟ A ação simpática é feita, indiretamente, pelas catecolaminas adrenais circulantes. 
 
* Importante²: Ação de broncodilatadores (“bombinha”) são sobre os receptores β-adrenérgicos 
dos músculos lisos dos brônquios e bronquíolos; 
- Utilizado em doenças obstrutivas como a asma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Receptores β-adrenérgicos: Ativam proteínas G estimulatórias (Gs)  Formação de AMPc  Ati-
vação de proteinoquinase A (PKA)  Diminuição [Ca2+] intracelular  Broncodilatação. 
 
 
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Expande o pulmão e diminui a 
pressão intrapleural (isso ocorre 
porque as estruturas do pulmão 
estão interligadas – a pleura puxa 
o parênquima pulmonar)  ↓ Palv 
Mecânica Ventilatória 
• Estudo das propriedades mecânicas do pulmão (retração elástica pelo parênquima pulmonar e 
pela tensão superficial) e da parede torácica (músculos diafragma, intercostais, escalenos etc.). 
 Alteram os volumes pulmonares através das trocas gasosas e do trabalho respiratório. 
* Importante: Quando estudamos mecânica da ventilação, a pressão atmosférica (Patm) é convenci-
onalmente referida como 0 cmH2O. 
Visão Geral 
• Respiração depende do gradiente de pressão. 
 Ar entra para os alvéolos quando a Patm é maior que a pressão alveolar (Palv); 
 Ar sai dos alvéolos quando a Palv é maior que a Patm. 
• Respiração com pressão negativa (Palv < Patm): Modo que normalmente a inspiração ocorre. 
* Curiosidade: Ventilação com pressão positiva ocorre com o au-
mento da pressão no nariz ou na boca acima da Palv – Utilizado em 
pacientes incapazes de gerar um gradiente de pressão entre a at-
mosfera e os alvéolos pela respiração normal com pressão negativa. 
- Mecanismo de ventilação da respiração mecânica. 
 
• Final da expiração: Não há entrada nem saída de ar dos pulmões, 
apesar de as vias aéreas estarem abertas (Imagem ao lado). 
 Forças mecânicas de expansão e retração são iguais – Alvéolos 
não são expandidos nem retraídos  Resultante igual a ZERO  
Situação denominada capacidade residual funcional (CRF). 
 Pressão interna dos pulmões é igual a 0 cmH2O (igual a pressão 
atmosférica) – Não há fluxo! 
 
• Inspiração: Gradiente de pressão criado pelos músculos da caixa 
torácica e pelo diafragma (Imagem ao lado). 
- Contração do diafragma 
 puxa a pleura para baixo; 
- Contração dos músculos 
da caixa torácica puxam a 
 pleura para cima. 
∟ Patm > Palv  Entrada de ar para os alvéolos. 
 
• Expiração de repouso: Gradiente de pressão criado pela re-
tração elástica dos pulmões (devido ao tecido elástico do pa-
rênquima pulmonar) e pela tensão superficial (devido a inter-
face ar-líquido) (Conforme a imagem ao lado). 
 Expiração ativa: Gradiente criado pela adição dos músculos 
intercostais internos e abdominais à expiração. 
 Palv > Patm Saída de ar dos alvéolos. 
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Volumes Pulmonares 
• Volumes pulmonares dependem da mecânica dos pulmões e da parede torácica, além da ativi-
dade dos músculos inspiratórios e expiratórios. 
 Em doenças restritivas e obstrutivas os volumes podem estar alterados. 
• Existem quatro volumes pulmonares e quatro capacidades pulmonares padronizados. 
 Capacidade pulmonar: Consistem em dois ou mais volumes pulmonares. 
 
• Observe as imagens acima e associe às informações a seguir: 
a) Volume corrente (VC): Gás inspirado ou expirado espontaneamente a cada ciclo (±500mL). 
 Instrução médica: “Respire normalmente” 
- Não é legal dar essa instrução, pois é difícil respirar normalmente quando pensarmos em respirar. 
∟ ‘Aposto que você está pensando nisso nesse exato momento e ela não está mais normal hahaha’. 
b) Volume de reserva inspiratório (VRI): Volume máximo que pode ser inspirado a partir do final 
de uma inspiração espontânea (±2500mL). 
 Instrução médica: “Ao final de uma inspiração espontânea, inspire o máximo de ar que você con-
seguir”. 
c) Volume de reserva Expiratório (VRE): Volume máximo que pode ser expirado a partir do final de 
uma expiração espontânea (±1500mL). 
 Instrução médica: “Pare ao final de uma expiração normal e então expire o máximo de ar que 
você conseguir” 
d) Volume residual (VR): Volume de gás que permanece nos pulmões após uma expiração máxima 
– Em condições normais, esse volume NÃO sai dos pulmões (±1500mL). 
 Não pode ser medido por espirometria! 
e) Capacidade Vital (CV): Quantidade máxima de gás que pode ser voluntariamente mobilizada en-
tre uma inspiração e uma expiração máxima (±4500mL) – CV= VC + VRI + VRE 
f) Capacidade Inspiratória (CI): Volume máximo inspirado a partir do final de uma expiração espon-
tânea (±3000mL) – CI = VC + VRI 
g) Capacidade residual funcional (CRF): Quantidade de gás remanescente nos pulmões após uma 
expiração espontânea (3000mL) – CRF = VRE + VR 
h) Capacidade Pulmonar Total (CPT): Quantidade de gás nos pulmões ao final de uma inspiração 
máxima (6000mL) – CPT = VR + VRE + VC + VRI 
 
* Capacidade vital forçada (CVF): Quantidade maior de ar que pode ser expirada após um esforço 
inspiratório MÁXIMO – Medida clínica para mensurar a função pulmonar. 
* VEF1 = Volume expiratório forçado no primeiro segundo. 
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* A razão VEF1/CVF é utilizada para reconhecer algumas doenças pulmonares. 
* Importante: Como o CRF e o CPT incluem o VR em seu somatório, essas capacidades não podem 
ser medidas por espirometria. 
• Volumes pulmonares dependem do sexo, etnia, idade e altura do indivíduo: 
a) Sexo: ♂ possui maiores volumes que ♀ devido ao tamanho da caixa torácica. 
b) ‘Etnia’ (ou origem): Relacionado intimamente à adaptação do indivíduo ao ambiente. 
 Indivíduos (nativos) que moram em altas altitudes, por exemplo, 
têm o seu tórax aumentado, tamanho do corpo diminuído e o cora-
ção – principalmente o lado direito – muito expandido. 
- Tórax e o coração aumentados – decorrentes principalmente do 
aumento do trabalho dos músculos envolvidos na respiração e do 
bombeamento do coração a fim de compensar a rarefação. 
c) Idade: Conforme o indivíduo envelhece, os pulmões perdem elas-
ticidade e tornam-se mais complacentes, há recolhimento elástico 
dos pulmões e há redução da força dos músculos respiratórios e di-
minuição da caixa torácica (aproximação das costelas, calcificação 
de cartilagens costais) (Observe a imagem ao lado). 
 Aprisionamento de ar (↑VR); ↑CRF (devido ao aumento do VR); 
 Aumento do trabalho respiratório (devido à perda de elasticidade e diminuição da força dos 
músculos respiratórios). 
d) Altura (ou tamanho corporal): Indivíduos altos possuem maior caixa torácica e maiores pulmões 
do que indivíduos de baixa estatura. 
 
* Importante: Durante a prática esportiva, há modificação do VC (inspiração e expiração normais se 
tornam mais profundas – utilização dos músculos acessórios da inspiração e os músculos expirató-
rios), há diminuição do VRI e VRE (volumes de reserva dos pulmões). 
 NÃO há modificação da CV nem do VR. 
* Diversos fatores modificam a ventilação, por alterações na frequência, no volume corrente ou 
no ritmo. Essas modificações recebem denominações especiais como definidas a seguir: 
• Eupneia: Respiração normal, sem qualquer sensação subjetiva de desconforto. 
• Taquipneia: Aumento da frequência respiratória. 
• Bradipneia: Diminuição da frequência respiratória. 
• Hiperpneia: Elevação do volume corrente. 
• Hipopneia: Redução do volume corrente. 
• Hiperventilação: Aumento da ventilação global  Aumento da ventilação alveolar além das ne-
cessidades metabólicas. 
• Hipoventilação: Diminuição da ventilação global  Diminuição da ventilação dos alvéolos a ní-
vel inferior às necessidades metabólicas. 
• Apneia: Parada dos movimentos respiratórios ao final de uma expiração basal. 
• Apneuse: Interrupção dos movimentos respiratórios ao final da inspiração. 
• Dispneia: Respiração laboriosa, sensação subjetiva de dificuldade respiratória. 
 
* Frequência respiratória (FR): Varia de 12 – 18 vezes por minuto. 
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Medidas dos Volumes Pulmonares 
 
Espirômetro 
• Mede o volume de ar inspirado e expirado e, assim, a mudança de volume pulmonar. 
• Espirômetro simples: Possui uma campânula móvel invertida que fica parcialmente submersa na 
água. Um tubo de ar se estende da boca do sujeito, passa pela água e emerge na campânula, logo 
acima do nível da água. Quando o sujeito expira, entra ar na campânula e ela sobe. A mudança na 
elevação da campânula, que pode ser registrada em um papel, é proporcional ao volume de ar que 
o sujeito expira (Observe a imagem abaixo). 
 
Diluição de Hélio – Determinação da Capacidade Residual Funcional e Volume Residual 
• Equação: [𝑯𝒆]𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 𝒙 𝑽𝒆𝒔𝒑𝒊𝒓ô𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐 = [𝑯𝒆]𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝒙 (𝑽𝒆𝒔𝒑𝒊𝒓ô𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐 + 𝑽𝒑𝒖𝒍𝒎𝒐𝒏𝒂𝒓) 
 
• Inicia com um espirômetro contendo ar com 10% de hélio (He) – Esta é a concentração inicial de 
hélio, [He] inicial = 10% 
• No espirômetro, a válvula próxima à boca é aberta e permite-se que o sujeito respire o ar do espi-
rômetro até que o He se distribua uniformemente em todo o espirômetro e as vias aéreas. 
 Após o equilíbrio, a concentração final de He é a mesma nas vias aéreas e no espirômetro. 
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Como sabemos a [He] injetada no sistema espirôme-
tro-pulmões é possível determinar a [He] presente 
nos pulmões e, assim, determinar a CRF e o VR. 
• Como o sistema não perde He, o seu conteúdo total após o equilíbrio será o mesmo que era no 
início – A diluição de hélio é um sistema fechado! 
• A CRF e o VR são medidos após o equilíbrio de He entre o espirômetro e os pulmões. 
 CRF: Quantidade de gás nos pulmões após 
uma expiração espontânea. 
 VR: Volume de gás que permanece nos 
 pulmões após uma expiração máxima. 
* Importante: He é utilizado porque ele é pouco solúvel em água e, portanto, se difunde vagarosa-
mente através da parede alveolar. 
 
* Exemplo: Volume do espirômetro: 2L, Concentração de Hélio: 10%, Concentração final de Hélio 
na CRF: 7,8%, Concentração de Hélio no VR: 8,6% 
 Determinando a CRF: [He]inicial x Vespirômetro = [He]final x (Vespirômetro + Vpulmonar) 
0,1 x 2 = 0,078 x (2 + Vpulmonar)  0,2 = 0,156 + 0,078VPulmonar  VPulmonar = 0,564L 
 Determinando o VR: [He]inicial x Vespirômetro = [He]final x (Vespirômetro + Vpulmonar) 
0,1 x 2 = 0,086 x (2 + Vpulmonar)  0,2 = 0,172 + 0,086VPulmonar  VPulmonar = 0,325L. 
Pletismógrafo Corporal – Determinação da Capacidade Residual Funcional 
• Equação: 𝑷 𝒙 𝑽𝒑𝒖𝒍𝒎𝒐𝒏𝒂𝒓 = (𝑷 − 𝜟𝑷) 𝒙 (𝑽𝒑𝒖𝒍𝒎𝒐𝒏𝒂𝒓 + 𝜟𝑽𝒑𝒖𝒍𝒎𝒐𝒏𝒂𝒓) 
• O indivíduo se senta no interior de uma caixa com vedação à entrada de ar e respira por um bocal 
conectado a um sensor de fluxo (pneumotacógrafo). 
• O indivíduo executa esforço respiratório ofegante contra o bocal fechado. 
 Durante a fase expiratória da manobra o gás dos pulmões é comprimido, o volume pulmonar di-
minui e a pressão na caixa cai, porque o volume para o gás na caixa aumenta. 
• Indivíduos normais tem resultado no pletismógrafo iguais ao do teste de diluição de hélio. 
 Indivíduos pneumopatas tem resultados diferentes do teste de diluição de hélio  Possível de-
tectar doenças devido à sensibilidade do pletismógrafo as variações de pressão. 
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Determinantes dos Volumes Pulmonares 
• Os limites dos volumes pulmonares são determinados pelas propriedades elásticas dos pulmões e 
pelas propriedades da musculatura esquelética (em especial ao diafragma). 
 
• Propriedades da musculatura esquelética: Atuam na expansão do espaço pleural, que resulta na 
diminuição da pressão intrapleural e, consequentemente, fazem com que os alvéolos acomodem os 
volumes de ar inspirado. 
 Diafragma: Principal determinante dos volumes pulmonares. 
- Depende do grau de estiramento dos sarcômeros (Observe a imagem abaixo). 
∟ Limite de contração (portanto, de volume) delimitado pelo comprimento ótimo (±2,0µm –
±2,3µm) do sarcômero. 
 
 Músculos torácicos: Normalmente atuam na expansão da caixa torácica. 
- Em aumentos do volume de ar (acima de 60%), os músculos torácicos retraem a caixa torácica. 
- Pressão transtorácica: Resulta das alterações da musculatura esquelética, onde há modificação da 
pressão intrapleural em decorrência da alteração promovida pelos músculos torácicos. 
 
• Propriedades elásticas: Atuam na retração do espaço pleural, que resulta no aumento da pres-
são intrapleural e, consequentemente, fazem com que os alvéolos expulsem o ar acumulado. 
 Resultam da retração do parênquima pulmonar e da tensão superficial sobre os alvéolos. 
 
• Equilíbrio entre as propriedades musculares e as propriedades elásticas determinam a chamada 
capacidade residual funcional (CRF). 
 CRF: Não há entrada nem saída de ar – Forças de expansão = forças de retração 
- Pressão alveolar não se altera nessa condição (Palv = Patm = 0) 
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Doenças Pulmonares 
* Observe nas imagens abaixo as variações dos volumes e das capacidades. Compare-as em relação 
à situação normal e as situações de doenças restritiva e obstrutiva. 
 
 
• Relação VR/CPT – Menor que 0,25 é normal. 
 Aumento da relação: ↑VR/CPT = Doenças obstrutivas; 
 Aumento da relação: VR/↓CPT = Doenças restritivas. 
 
• Doenças pulmonares restritivas: Incluem condições que reduzem a complacência dos alvéolos (p. 
ex. fibrose), assim como enfermidades (ou condições) que limitam a expansão dos pulmões (obesi-
dade, gestação [3º trimestre] e cifoescoliose). 
 Fibrose: Processo patológico que causa deposição de tecido fibroso  Torna o pulmão rígido 
(reduz a complacência) e dificulta seu enchimento. 
 Obesidade: Tecido adiposo comprime a caixa torácicae o diafragma – Reduz a CRF (↓VR,↓VRE) 
 Gestação (3º trimestre): Aumento do volume abdominal comprime o diafragma e também re-
duz a CRF (↓VR,↓VRE). 
- Útero dilatado aumenta a pressão intra-abdominal e restringe o movimento do diafragma. 
(Observe nas imagens abaixo as situações de obesidade, à esquerda, e fibrose, à direita). 
 
 
 
 
 
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• Doenças pulmonares obstrutivas: Incluem enfermidades (p. ex. asma, enfisema, bronquite) que 
aumentam a resistência das vias aéreas de condução. 
 Enfisema: Destruição do tecido pulmonar  Torna os pulmões mais frouxos. 
- Ocorre a destruição da matriz extracelular, inclu-
indo a elastina, por meio de elastase liberada por 
macrófagos (Observe a imagem ao lado)  Tecido 
perde elasticidade e aumenta a complacência. 
∟Perda de tecido elástico faz com que o pulmão 
retenha grande volume de ar  Volume residual 
(VR) tem elevado aumento  ↑CPT. 
 
 Bronquite: Processo inflamatório das vias respiratórias, com o espessamento das vias aéreas in-
flamadas e a hipersecreção de muco, resultando em obstrução da via. 
- Resulta em aumento da resistência em decorrência da obstrução provocada pelo muco, que re-
sulta em aumento do ar retido no pulmão (↑VR)  ↑CPT. 
 
 Asma: Broncoconstrição desencadeada por uma reação inflamatória (ocorre liberação de subs-
tâncias broncoconstritoras). 
- Aumento da resistência do ar faz com que o ar fique retido no pulmão (↑VR)  ↑CPT. 
 
* Importante: O termo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) refere-se ao enfisema, à bron-
quite ou à combinação entre essas duas doenças. 
- Cansam dificuldades na ventilação e na oxigenação do sangue. 
∟ DPOC’s estão entre as maiores causas de mortes no Brasil. 
 
• Doença respiratória mista: Mistura entre 
doença respiratória obstrutiva e restritiva. 
 Ocorre, por exemplo, quando um indiví-
duo é obeso (condição restritiva) e enfisema-
toso (doença obstrutiva). 
 Determinado pelo gráfico ao lado: 
- CV/CVprevisto : Capacidade vital do indivíduo 
sobre a capacidade vital prevista pela sua 
idade, sexo, etnia, massa corpórea etc. 
- VEF1/CVF: Teste de função pulmonar 
 
• Adaptações respiratórias devido as doenças pulmonares: 
 Restritiva: Respiração superficial e rápida 
 Obstrutiva: Respiração profunda e lenta. 
 
 
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Prova de Função Pulmonar 
• Capacidade vital forçada (CVF): Maior quantidade de ar que pode ser expirada após um esforço 
inspiratório MÁXIMO. 
• VEF1: Volume expiratório forçado no primeiro segundo. 
 Indivíduo inspira até a CPT e então expira o máximo e o mais rápido possível. 
• Razão VEF1/CVF 
 Indivíduos normais: 70 - 80% 
 Indivíduo com doença restritiva: ±80% 
- Explicação: Os volumes estarão reduzidos quase 
que proporcionalmente, sendo assim, não haverá 
grande alteração da razão, apesar de haver redução 
do volume (Atente-se as curvas na imagem ao lado). 
 Indivíduo com doença obstrutiva (enfisema): Razão reduzida. 
- Explicação: Em doenças obstrutivas, geralmente é muito mais difícil expirar do que inspirar. 
∟ As vias aéreas fecham-se antecipadamente; 
∟ Ar tente a entrar no pulmão facilmente (devido a complacência aumentada) e fica aprisionado; 
∟Esses fatores fazem com que o VR aumente e, consequentemente, a CPT também. 
(Observe as imagens a seguir) 
 
 
 
 
 
 
 
Prova Broncodilatadora (BD) 
• Quando um paciente com doença obstrutiva realiza a prova de função pulmonar, apesar de sa-
bermos que pode ser uma doença obstrutiva (razão VEF1/CVF abaixo do previsto), ainda não conse-
guimos distinguir a possível doença obstrutiva que o acomete. Para melhorar o diagnóstico, realiza-
se a prova broncodilatadora. 
* Importante: NÃO é eficaz em caso de doença restritiva! 
 
• Utiliza-se um medicamento broncodilatador (salbutamol, 
fenoterol etc.); 
 VEF1 deve aumentar 200mL. 
- Melhoras após administração de broncodilatador sugere 
diagnóstico de asma. 
 
 
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Propriedades do Pulmão 
Interações Entre o Pulmão e a Caixa-Torácica 
• Os alvéolos não é capazes de expandir por contra própria. 
 Expande passivamente em resposta aos aumentos da pressão de distensão através da parede 
alveolar – Devido ao gradiente de pressão transmural. 
 
* Importante: Os alvéolos também expandem em razão do fenômeno de interdependência 
(Assunto que será abordado adiante) 
- Alterações dos músculos respiratórios são transmitidos ao pulmões devido ao fato de o parên-
quima pulmonar estar interconectado a essas estruturas através das pleuras. 
 
• Pressão transmural: Refere-se àquelas geradas atra-
vés das paredes, ou do próprio pulmão, pelo gradiente 
entre duas pressões – Subdivide-se em: 
a) Pressão transpulmonar: Gerada através do pulmão, 
devida à diferença gerada entre pressão intrapleural e a 
pressão alveolar. 
∟ Pressão transpulmonar = Palv – Pip 
 Corresponde a pressão determinante do enchimento 
alveolar durante a inspiração por expansão das paredes 
alveolares elásticas; 
- Atua SEMPRE como uma força de retração. 
b) Pressão transtorácica: Diferença entre a pressão intrapleural e a pressão da superfície corporal. 
∟ Pressão transtorácica = Pip – Patm 
 Representa a pressão necessária para que os músculos respiratórios consigam expandir/retrair a 
caixa torácica e os pulmões simultaneamente. 
- Atua como uma força de expansão até 60% do volume pulmonar. 
∟ A partir de 60% (grande volume de ar) atua como força de retração. 
 
* Importante¹: O diafragma e os músculos torácicos estão intimamente conectados à pleura, e ela 
ao parênquima pulmonar. Quaisquer modificações nesses músculos resultarão em modificações na 
pressão intrapleural devido ao fato de essas estruturas estarem interconectadas (interdependência) 
- Diafragma é o principal músculo inspiratório  “Puxa” a pleura para baixo e, consequentemente, 
expande o pulmão (vasos, bronquíolos, alvéolos etc.) – Possibilita e entrada de ar. 
 
* Importante²: A pressão intrapleural subatmosférica (-5 cmH2O) na cavidade pleural ajuda a man-
ter os pulmões inflados. 
 Pressão intrapleural é resultado do equilíbrio de forças entre a parede torácica (‘forças para 
fora’) e a retração elástica do parênquima pulmonar (‘forças para dentro’). 
- Equilíbrio de forças faz com que a Palv seja igual a 0 cmH2O (igual a Patm)  Não há fluxo! 
∟ Capacidade residual funcional (CRF). 
 Perfuração da pleura: Colabamento do respectivo pulmão que teve sua pleura perfurada devido 
a perda da pressão subatmosférica que mantinha o pulmão inflado; 
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- Resulta em entrada de ar – Pneumotórax (Observe a imagem a abaixo, à direita) 
 
• Estabelecimento do gradiente de pressão transmural (Imagem abaixo): 
a) Final da expiração (figura à esquerda): Forças de retração alveolar (para dentro) são equilibradas 
com forças de retração da parede torácica (para fora)  Resultam numa Pip de -5 cmH2O e numa 
Palv de 0 cmH2O (Não há entrada nem saída de ar do pulmão, ou seja, Patm = Palv) – CRF! 
 Equilíbrio de forças atuam para manter o pulmão inflado. 
 Pressão transmural de +5 cmH2O. 
 
b) Durante a inspiração (figura à direita): Contração dos músculos inspiratórios  Expansão do lí-
quido intrapleural  Redução da pressão intrapleural(-5 cmH2O → -8 cmH2O)  Aumento do vo-
lume alveolar Modifica a Palv (0 cmH2O → -1 cmH2O)  Entrada de ar. 
 Pressão transmural de +7 cmH2O (Pressão transmural = -1 cmH2O – [-8 cmH2O] = +7 cmH2O) 
- Gradiente de pressão transmural aumenta e os alvéolos são distendidos  Pulmão expande. 
 
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Observe as diferenças no 
gráfico da imagem abaixo. 
• Durante a inspiração e a expiração a pressão intrapleural se altera e, consequentemente, modi-
fica a pressão alveolar. 
 A pressão transpulmonar (Ptp), por essa razão, também se altera durante o ciclo respiratório: 
- Ptp é maior na inspiração; 
- Ptp é menor na expiração. 
INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ACIMA: 
• Na imagem acima não está representado, mas os músculos torácicos também atuam na fase (1) 
equilibrando-se com a força de retração elástica, fazendo com que o pulmão fique inflado. 
• Durante a fase (2), a contração do diafragma faz com que a Pip fique ainda mais negativa, resul-
tando na diminuição da Palv  Possibilita a entrada de ar. 
• Já na fase (3), os alvéolos já inflaram até que a sua pressão ficasse igual à Patm (nesse momento 
não há mais entrada de ar). 
 A partir desse momento o diafragma para de contrair e inicia seu relaxamento. 
• Na fase (4), a retração do parênquima pulmonar faz com que o pulmão retraia. 
 Observe que, em uma expiração de repouso, somente a retração elástica do parênquima pulmo-
nar é suficiente para realizar a eliminação do ar. 
 Retração elástica do pulmonar faz com que a Pip aumente (apesar de ainda manter-se subatmos-
férica) e, consequentemente, influenciará na Palv (ficará igual a Patm). 
 
* Observação importante: Na imagem acima, os valores da Pip diferem de alguns livros. No entanto, vale res-
saltar que são médias. Porém, via de regra, Pip após expiração = -5 cmH2O e Pip na inspiração = -8 cmH2O. 
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• A mudança de postura (sentado ou em pé/posição ortostática e 
decúbito dorsal) também influencia nas interações entre o pul-
mão e a caixa torácica. 
 Altera os volumes e capacidades pulmonares (Imagem ao lado) 
- Capacidade vital (CV) e capacidade pulmonar total (CPT) conti-
nuam as mesmas. 
- Capacidade inspiratória (CI) aumenta devido ao fato de o volume 
de reserva inspiratório (VRI) aumentar em detrimento da redução 
do volume de reserva expiratório (VRE). 
∟ Motivo: Em decúbito dorsal, a influência da gravidade é diminu-
ída – O diafragma consegue “deslocar mais” durante a inspiração (contração) (Conforme a imagem 
abaixo) pois a ação da gravidade de empurrar o conteúdo abdominal para longe do diafragma deixa 
de ser exercida – Conteúdo abdominal é tracionado 
em direção ao diafragma relaxado  Diminui a ex-
pansão elástica (“força para fora”) da parede torá-
cica e, consequentemente, diminui a CRF. 
 
* Lembrar: CRF é resultado do equilíbrio de forças 
entre a parede torácica (‘forças para fora’) e a re-
tração elástica do parênquima pulmonar (‘forças 
para dentro’) ao final de uma expiração normal. 
 
* Nos gráficos abaixo temos a mesma situação descrita acima: 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Observe na imagem ao lado a influência da posição corporal 
em relação a capacidade residual funcional (CRF) 
- Queda da CRF conforme o paciente se deita ocorre devido à 
diminuição do volume de reserva expiratório (VRE). 
∟ Volume residual (VR) se mantem inalterado! 
 
 
 
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Fenômeno da Interdependência 
• Todas as estruturas do pulmão (vasos, bronquíolos, alvéolos etc.) encontram-se interligadas pela 
trama de tecido conjuntivo pulmonar. 
 Quando há expansão do pulmão, todos esses componentes se distendem. 
 
• Fenômeno chamado de interdependência. 
 Contribui para manter todos os alvéolos abertos, posto que, caso alguns se fechassem, seus vizi-
nhos puxariam suas paredes e tenderiam a reabri-los (Imagem abaixo). 
 
 Alterações na parede torácica e no diafragma transmitem as alterações para a pleura e, assim, 
para as demais estruturas do parênquima pulmonar; 
- Alterações da pressão intrapleural são transmitidas aos alvéolos e destes aos demais alvéolos 
através do fenômeno de interdependência (Observe a imagem abaixo). 
 
 
* Importante: Os alvéolos da base (íntimos à pleura) são menores. Quando há expansão da pleura 
na inspiração (diminuição da pressão intrapleural), eles são mais distendidos. 
- Os alvéolos do ápice são maiores, porém são menos distendidos dado que já estão abertos e, 
além disso, estão mais longe da região que está sendo expandida . 
 
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Complacência Pulmonar (CP) 
• Magnitude na alteração do volume pulmonar (ΔV) produzida por qualquer alteração na pressão 
transpulmonar (ΔP). 
𝐶𝑃 = 
𝛥𝑉
𝛥𝑃
 
 
 Volumes reduzidos: Maior complacência 
- Complacência elevada: Pulmão altamente distensível. 
 Elevados volumes: Menor complacência 
- Complacência reduzida: Pulmão não é facilmente distensível. 
 
• Determinantes da complacência pulmonar: 
 Distensibilidade do parênquima pulmonar; 
 Tensão superficial; 
 
• Alterada em doenças pulmonares (Imagem acima): 
 Doenças obstrutivas (enfisema): Aumenta a complacên-
cia devido a destruição do parênquima pulmonar (ocorre 
perda de elasticidade). 
 Doenças restritivas (fibrose pulmonar): Reduz a com-
placência devido à deposição de colágeno no espaço inters-
ticial (pulmão fica não-complacente). 
• A complacência dos pulmões pode variar de acordo com a 
atividade, ou seja, não é a mesma em todos os momentos 
(indivíduo em repouso ≠ indivíduo em exercício) – Complacência dinâmica (Imagem acima) 
 Indivíduo em repouso: Volume corrente (VC) realiza pouca variação da área da superfície alveo-
lar, sendo insuficiente para trazer moléculas adicionais de surfactante para a superfície – Pulmão 
torna-se menos complacente. 
 Indivíduo em exercício: Ocorre grandes variações do volume corrente (VC) e mais material sur-
factante é incorporado à interface ar-líquido – Pulmão fica mais complacente. 
 
* Curiosidade: Suspirar e bocejar aumentam a complacência dinâmica por aumentar o volume cor-
rente e restabelecer a camada de surfactante normal. 
∟ São importantes para manter a complacência pulmonar normal. 
Trabalho Respiratório 
• Trabalho respiratório: Energia gasta para respirar, ou seja, é todo o gasto energético necessário 
para superar as propriedades mecânicas inerentes ao pulmão (forças elásticas e fluxo-resistivas) e 
mover os pulmões e a caixa torácica através dos músculos respiratórios. 
 Trabalho elástico: São as forças promovidas pelo parênquima pulmonar e pela tensão superficial 
– Correspondem à 65% de todo o trabalho respiratório. 
 Trabalho não-elástico: São as forças promovidas pela viscosidade do ar (7% do trabalho pulmo-
nar) e pela resistência das vias aéreas (28% do trabalho pulmonar). 
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• Pode-se estimar o trabalho mecânico medindo as variações do volume e da pressão durante um 
ciclo respiratório (Conforme as imagens abaixo – Esquerda, pulmão normal; meio, pulmão com 
doença restritiva – fibrose; direita, pulmão com doença obstrutiva – enfisema). 
 
 Linha ABC: Curva estática insuflar-desinsuflar. 
 Área do trapezoideOAECD: Carga de trabalho mecânica total. 
 
 OABCD: Trabalho necessário para suplantar a resistência elástica; 
 AECF: Trabalho necessário para suplantar a resistência não-elástica; 
 AECB: Trabalho necessário para suplantar a resistência não-elástica durante a inspiração; 
 ABCF: trabalho necessário para suplantar a resistência não-elástica durante a expiração (repre-
senta a energia elástica armazenada da inspiração). 
 
 Doenças pulmonares restritivas: Complacência pulmonar reduzida faz com que a curva pressão-
volume deslocada para a direita. 
- Aumento do trabalho de respiração (aumento na área trapezoide OAECD). 
 
 Doenças pulmonares obstrutivas: Resistência das vias aéreas fica elevada. 
- Aumento da carga de trabalho expiratório (área DFO); 
- Aumento da PIP positiva durante a expiração devido ao aumento da resistência e à aumentada 
carga de trabalho expiratória; 
∟ Volume de fechamento é antecipado – Maior quantidade de ar fica retida no pulmão (↑VR). 
 
• Indivíduos normais e indivíduos com doen-
ças pulmonares adotam padrões pulmonares 
que minimizam o trabalho da respiração 
(Conforme a imagem ao lado). 
 Indivíduos com fibrose pulmonar (traba-
lho elástico aumentado) respiram mais su-
perficial e rapidamente (↑FR). 
 Indivíduos com doença obstrutiva pulmo-
nar (trabalho elástico normal) respiram mais 
lenta e profundamente (↓FR). 
 
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* Importante: Indivíduos com enfisema (doença obstrutiva) po-
dem apresentar tórax aumentado – Chamado de “tórax em bar-
ril” (Conforme a imagem ao lado). 
 No enfisema há alteração da mecânica respiratória. 
- Pulmão retrai menos devido ao comprometimento do 
parênquima pulmonar (perda de elastina); 
- Pulmão não consegue expulsar todo o volume de ar inspirado; 
∟ “Volume extra” de ar faz com que o tórax fique aumentado – 
As costelas são fixadas na posição inspiratória (devido à 
hiperinsuflação) e da perda da elasticidade pulmonar (forças 
que puxam para dentro estão reduzidas). 
 
Fluxo e Resistência das Vias Aéreas 
• Fluxo: Ar flui pelas vias aéreas devido a diferença de pressão. 
 Velocidade do fluxo é determinada basicamente por dois fatores: 
a) Padrão do fluxo gasoso: Laminar, transicional e turbulento (Con-
forme as imagens ao lado). 
- Laminar: Ocorre em baixas velocidades – Presente nas vias aéreas 
inferiores. 
∟ Fluxo laminar é silencioso. 
∟ Demanda pouco gasto energético para manter o fluxo. 
- Transicional: Ocorre nas bifurcações que dividem as gerações. 
∟ É predominante ao longo da maior parte da árvore traqueobrôn-
quica – Possui muitas ramificações. 
- Turbulento: Ocorre em velocidades elevadas – Presente na tra-
queia e nas vias aéreas superiores. 
∟ Fluxo turbulento produz ruídos – Auscultados pelo estetoscópio. 
∟ Demanda elevado gasto energético para manter o fluxo – Neces-
sita de maior diferença de pressão para manter o fluxo. 
b) Resistência das vias aéreas: Diminui, de modo geral, ao longo das 
ramificações das vias aéreas. 
 
• Resistência das vias aéreas: Resistência ao fluxo difere segundo 
o calibre das vias (Observe a imagem ao lado) 
 Vias aéreas calibrosas: Pontos de maior resistência 
 Vias aéreas estreitas: Pontos de menor resistência. 
- Contribuem pouco para a resistência total da árvore brônquica; 
∟ Velocidade do fluxo de ar diminui à medida que a área de sec-
ção transversa aumenta (aumento das ramificações) – Fluxo 
passa a ser laminar. 
∟ Resistência das gerações das vias aéreas é em paralelo – Resis-
tência geral das finas vias aéreas é muito pequena. 
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Determinantes da Resistência das Vias Aéreas 
• Volume pulmonar: Modificações do volume pulmonar al-
tera a resistência das vias aéreas. 
 Aumento do volume pulmonar diminui a resistência 
- Aumenta o calibre (raio) das vias aéreas. 
 Diminuição do volume pulmonar aumenta a resistência 
- Diminui o calibre (raio) das vias aéreas. 
 
* Importante: Diminuição do calibre também pode ocorrer 
devido ao muco nas vias aéreas, edema e contração da 
musculatura lisa dos brônquios. 
 Fenômeno da interdependência: Os alvéolos tendem a manter seus vizinhos abertos exercendo 
uma tração radial (Observe a imagem abaixo) 
 Fator importante para as vias condutoras, uma vez que elas têm paredes mais espessas que os 
alvéolos e, assim, menor complacência. 
- Em elevados volumes pulmonares, os alvéolos dilatam-se mais que os bronquíolos adjacentes, 
abrindo os bronquíolos ainda mais por meio da tração radial. 
 
• Regulação neuro-humoral da resistência das vias aéreas (Principalmente controle da muscula-
tura lisa brônquica). 
 Parassimpático: Libera acetilcolina – Age em recep-
tores muscarínico (M3) no músculo liso brônquico. 
- Broncoconstrição  Aumento da resistência. 
 Simpático: Realizado, indiretamente, pelas cateco-
laminas adrenais circulantes – Age nos receptores 
β-adrenérgicos no músculo liso brônquico. 
- Broncodilatação  Diminuição da resistência. 
 
(Observe na tabela ao lado as demais substancias que 
atuam sobre a resistência das vias aéreas – Maioria 
atuam sobre a musculatura lisa brônquica). 
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Compressão Dinâmica da Via Aérea 
• O fluxo de ar também é um fator que determina a resistência das vias aéreas. 
 Altera a diferença de pressão através das paredes de uma via aérea – Modifica a pressão trans-
mural (PTM)  Tem a capacidade de dilatar ou comprimir a via aérea. 
 Compressão da via: Ocorre durante a expiração forçada. 
 Dilatação da via: Ocorre durante a inspiração vigorosa. 
• Funcionamento da dinâmica da via aérea – Considere a situação hipotética abaixo: 
* Importante: Nos três casos abaixo, o pulmão tem o mesmo volume, CRF; a única diferença é se o 
ar está fluindo para dentro do pulmão, se não há fluxo, ou se o fluxo é para fora do pulmão. Como o 
volume pulmonar está na CRF, PTP (a PTM para os alvéolos) é de 5 cmH2O em todos os três casos. 
 
a) Final da expiração – Sem fluxo de ar (Imagem ao meio) 
 Ausência de fluxo de ar – Pressões em todas as vias aéreas são zero. 
 PIP é de -5 cmH2O  Age não apenas nos alvéolos mas em todas as vias aéreas de condução 
dentro da caixa torácica – Mantém as vias aéreas abertas, apesar de não haver fluxo de ar. 
- Nas vias aéreas a PTM é de +5 cmH2O (PTM = Palv – Pip) 
 
* Lembrar que nessa condição equilíbrio entre as forças de retração alveolar (para dentro) e as for-
ças de retração da parede torácica (para fora) – CRF  Resultam numa Pip de -5 cmH2O e numa Palv 
de 0 cmH2O (Não há entrada nem saída de ar do pulmão, ou seja, Patm = Palv). 
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b) Inspiração vigorosa (Imagem acima – à esquerda). 
 Entrada de ar faz com que os alvéolos atinjam Palv de -15 cmH2O. 
 PIP fica ainda mais mais subatmosférica (-20 cmH2O) devido a inspiração vigorosa; 
- Contração do diafragma expande a pleura, o parênquima pulmonar e, consequentemente, diminui 
a pressão intraplaural (-5 cmH2O →-20 cmH2O). 
 Pressão das vias aéreas está gradualmente modificada de -15 cmH2O nos alvéolos até zero nos 
lábios – Quanto mais longe dos alvéolos, menos negativa é a pressão das vias aéreas e, 
consequentemente, maior é a PTM. 
 Considerando o ponto onde é aproximadamente a metade do caminho da via aérea, onde a 
pressão da via

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