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Arthrópodes - Resumo

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Introdução de Arthrópoda (quem são; onde vivem; comportamento de alimentação; métodos de coleta)
Quem são: 
Os Arthrópodes (do grego Athros, articulação e podos, pés) são animais invertebrados que possuem partes do corpo articuladas e rígidas. Constituem 85% de todas as espécies de animais descritas, incluindo os insetos, aranhas, crustáceos, entre outros. Os Arthrópodes incluem, como dito anteriormente, os insetos, únicos invertebrados dotados da capacidade de voar.
Onde vivem:
Os Arthrópodes habitam praticamente todos os tipos de ambientes do planeta, sejam eles aquáticos ou terrestres. São encontrados também nos lugares mais inóspitos e sob temperaturas baixíssimas, como nas geleiras da Antártida. Além disso, podem ser encontrados nas encostas das montanhas e desertos. Alguns são parasitas e possuem características simbióticas. 
Comportamento de alimentação: 
A alimentação dos artrópodes é muito diferenciada, alguns comem plantas ou até outros animais. Possuem trato digestivo completo e geralmente reto. Apresentam peças bucais (apêndices) que estão associados ao transporte de alimento até a boca, os quais podem ser utilizados também, no caso de alguns táxons, para a inoculação de veneno. 
Métodos de coleta: 
É importante sempre ter um frasco para a realização da coleta. O equipamento mais simples para coletar é a própria mão, mas é importante tomar os devidos cuidados, principalmente quando se trata de animais desconhecidos. 
Dos métodos de coleta, os mais utilizados são a rede entomológica, a rede de varredura, armadilha luminosa e aspirada.
A rede entomológica, ou puçá, é constituída por um cabo de madeira ou outro material leve, o qual é preso em um aro de metal e um saco de filó com o fundo arredondado. Este é ideal para capturar insetos em voo, como libélulas, borboletas, mariposas, moscas, abelhas, vespas, cigarras e outros. 
A rede de varredura é parecida com a rede entomológica, porém a armação de metal é mais reforçada e reta na extremidade. O saco é geralmente de lona ou outro material resistente. A vegetação é “varrida” com ela, assim, são coletados muitos insetos. 
Para a coleta de insetos noturnos pode-se utilizar uma armadilha luminosa. Consiste em uma lâmpada que deve ser de luz negra, incandescente ou fluorescente. 
Uma variação da armadilha luminosa é a coleta no pano. Coletar insetos sob lâmpadas de iluminação pública ou externa a residências é também um método que rende bons exemplares. 
O aspirador é empregado na captura de insetos pequenos e delicados, como formigas, moscas e pulgões. Um dos aspiradores mais simples consiste em um recipiente de vidro ou plástico, cuja tampa, de borracha ou cortiça, é vazada por dois tubos flexíveis. Um dos tubos possui uma extremidade protegida por uma pequena tela, onde o coletor aspira com a boca, e pelo outro os insetos são admitidos ao interior do frasco de coleta. 
Utiliza-se também pinças, pano de batida, guarda-chuva entomológico, e outros métodos para auxiliar na coleta. 
Filogenia de Arthrópoda (descreva sobre as relações evolutivas com os demais grupos do metazoa) 
De acordo com o ponto de vista evolutivo, os Arthrópodes constituem um grupo muito complexo. Por ser um grupo numeroso e diferenciado, tanto em espécies atuais como extintas, são difíceis de classificar e definir suas relações filogenéticas. 
Tradicionalmente, considerava-se que os artrópodes teriam tido origem nos anelídeos, por causa da semelhante segmentação do corpo. No entanto, estudos genéticos recentes mostraram que não é assim e que os filos mais próximos dos artrópodes são os Onychophora e os Tardigrada, formando um grupo monofilético: os Panarthropoda. Além disso, parece aceitável que estes filos e os restantes Ecdysozoa formam um clado monofilético. 
Os anelídeos, por outro lado, têm características embrionárias em comum com os moluscos e são atualmente classificados no clado Trochozoa ou Lophotrochozoa, juntamente com os rotíferos e outros animais antes considerados pseudocelomados.
Nos Artrópodes, parece haver consenso de que os animais possuidores de mandíbulas formem um grupo monofilético, os Mandibulata. No entanto, as relações dentro de Mandibulata ainda não estão muito claras, havendo duas hipóteses alternativas: Atelocerata: 
Crustácea (Myriapoda, Hexapoda) e Pancrustacea: Myriapoda, (Crustácea, Hexapoda).
Atualmente, a classificação em cinco subfilos de Arthrópodes é a mais aceita. 
Alguns autores consideram que os Hexapoda e os Myriapoda formam o clado Uniramia, com apêndices não divididos e que seriam um "clado-irmão" dos crustáceos, mas a filogenia destes grupos ainda não está bem estabelecida.
Os cinco subfilos de Arthrópodes são: Trilobitomorpha, Crustácea, Cheliceriformes, Myriapoda e Hexapoda. 
Morfologia externa e Anatomia dos Arthrópodes (descreva toda a morfologia externa e anatomia padrão)
O filo dos Arthrópodes é bastante heterogêneo, por esse motivo será abordado os aspectos comuns a todos os representantes.
Os Arthrópodes possuem um exoesqueleto formado por quitina, o qual cobre todo o corpo. A cutícula é bastante complexa e dividida em placas separadas (somitos), o que permite a movimentação do animal. Os esqueletos cuticulares, tanto do corpo como dos apêndices encontram-se unidos entre si por membranas articulares, formando uma articulação em cada união.
A camada mais externa dos Arthrópodes é a epicuticula, e abaixo dela, a camada mais interna, é a procuticula.
As regiões laterais, ou pleuras, são áreas flexíveis nas quais articulam-se as pernas e asas dos Arthrópodes.
O exoesqueleto, porém, limita o crescimento do animal, o que foi solucionado com o desenvolvimento de um processo periódico de substituição do exoesqueleto. Essa substituição periódica, chamada ecdise ou muda, permite que o animal cresça.
Pode-se verificar que o crescimento dos Arthrópodes não é linear, mas ocorre "em saltos". A cada período de muda, libertando-se da antiga armadura, o Arthrópode a substitui por uma nova, ainda mole e distensível, e passa por um período de crescimento rápido, até que ocorre o enrijecimento do novo exoesqueleto. Tendo-se completado a sua solidificação, o crescimento é novamente interrompido, até que uma nova muda aconteça. O período entre duas mudas consecutivas é o período intermudas.
O tubo digestivo dos Arthrópodes é completo, com boca e orifício retal. A origem da boca é o orifício embrionário primitivo (blastóporo), o que dá a eles a classificação de protostômios. 
O sistema respiratório dos Arthrópodes é diversificado, reflete a diversidade de hábitats ocupados por eles. Podem ser especializadas para realizar trocas gasosas com a água (brânquias) ou com o ar (pulmões foliáceos ou traqueias).
O sistema circulatório dos artrópodos é do tipo aberto. O coração ocupa posição dorsal e é primitivamente tubular, possui uma ou mais câmaras com aberturas laterais denominadas óstios. Do coração, o sangue é bombeado para os tecidos e caem na hemocele, que banha os tecidos e depois volta por vários caminhos para o coração. O sangue dos Arthrópodes é conhecido como hemolinfa.
Os Arthrópodes são animais dioicos, ou seja, possuem sexo separado. Nos animais terrestres a fecundação se dá internamente. Já nas aquáticas, na maioria das vezes, ocorre externamente. Em vários deles há a presença de diversos estágios larvais.
O sistema de excreção dos Arthrópodes é também diversificado. Dentre os Arthrópodes terrestres, é comum os tubos de Malpighi, que se diferenciam dos nefrídios por não lançarem os resíduos metabólicos na superfície externa do corpo, mas no interior do intestino. De acordo com o ambiente ocupado por cada grupo, o seu principal resíduo metabólico pode ser a amônia, o ácido úrico ou a guanina.
O sistema nervoso é ganglionar, apresentando um grau de concentração de estruturas nervosas na cabeça, conhecida por cefalização. 
Classificação de Arthrópoda (subfilos, classes ou principais ordens)
 O filo dos artrópodos, em função da grande quantidade e diversidade de espécies, é subdivididoem subfilos, os quais as mais importantes são:
-Subfilo Trilobitomorpha
-Subfilo Crustácea:
Classes: Remipedia, Cephalocarida, Branchiopoda, Malacostraca, Maxillopoda
Ordens: Stomatopoda, Decapoda, Isopoda, Amphipoda
-Subfilo Cheliceriformes: 
Classes: Picnogonida, Chelicerata 
-Subfilo Myriapoda: 
Classes: Diplopoda, Chilopoda, Pauropoda, Symphyla
Subfilo Hexapoda: 
Classes: Entognatha, Ectognatha (insetos)
Ordens: Odonata, Hemiptera, Himenoptera, Coleopteram, Dipteras, etc
Características
Subfilo Trilobitomorpha: 
Representado por trilobitas e seus parentes.
Corpo divido em céfalo, tórax e abdômen. Possuem corpo demarcado por dois sulcos longitudinais, definindo um lobo mediano e dois laterais, cabeça com um par de antenas de posição pré-oral, com todos os outros segmentos pós-oral e semelhantes entre si, a maioria com olhos compostos. Habitavam ambiente marinho. 
Subfilo Crustácea: 
Representado por caranguejos, lagostas, camarões, tatuzinhos de jardim, etc. 
Corpo dividido em cefalotórax e abdômen. Possuem apêndices unirremes ou birremes, 5 pares de apêndices cefálicos, gânglio cerebral tripartite, olhos compostos, gonóporos localizados da região posterior do tórax ou anterior do abdômen. Habitam água marinha ou doce e alguns são terrestres. 
Subfilo Cheliceriformes: 
Representado por escorpiões, aranhas, ácaros, etc. 
Corpo dividido em prossoma e opistossoma. Prossoma com 6 somitos, cada um com um par de apêndices unirremes e opistossoma com até 12 segmentos mais o télson. Realizam as trocas gasosas através de brânquias foliáceas, pulmões foliáceos ou traqueias, excreção pelas glândulas coxais ou tubos de Malpighi, com olhos medianos simples e olhos laterais compostos, gânglio cerebral bipartite (ausência de deutocérebro). Habitam, em sua maioria, ambientes terrestres. 
Subfilo Myriapoda: 
Representado por lacraias, piolhos de cobra, etc.
Corpo dividido em cabeça e um tronco longo, homônomo e com muitos segmentos. Todos os apêndices são unirremes. Possui gânglio cerebral tripartite (com deutocérebro), apresentam tubos de Malpighi e gonóporos no terceiro ou último somito do abdômen.
Subfilo Hexapoda: 
Representado por insetos e seus parentes. 
Corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen. Possuem cinco pares de apêndices cefálicos, tórax com 3 segmentos, gânglio cerebral tripartite, olhos compostos. Realizam trocas gasosas por espiráculos e traqueias, apresentam tubos de Malpighi, gonóporos abram-se no abdômen. Habitam, em sua maioria, ambientes terrestres. 
Descreva detalhadamente como montar e conservar uma coleção de Arthrópoda (via líquida e seca)
 Para montar os exemplares são necessárias placas de isopor revestidas com papel vegetal, alfinetes entomológicos, pinça, estilete e pincel. 
Nos exemplares de Hexapoda adultos, é inserido um alfinete transversalmente, entre o primeiro e o segundo par de pernas, fixando-o na placa de isopor. Com o auxílio de mais alfinetes, coloca-se o primeiro par de pernas próximo a cabeça, os outros dois pares de pernas próximos ao abdômen, e as antenas, também, próximas ao abdômen. No caso das Lepidópteras (borboletas), utiliza-se um esticador de asas para não danifica-las. Após a secagem (cerca de 4 dias), retiram-se os alfinetes auxiliares e mantem-se o primeiro alfinete entomológico fixo na placa de isopor. 
Os exemplares menores de 1 cm são colados, com cola branca, em um pedacinho de papel cartão branco, que ficará preso em um alfinete.
Nos alfinetes serão colocadas as etiquetas de procedência e de identificação, que consiste em um pedaço papel cartão branco de tamanho 1cm x 2cm, que deve ser preenchido a lápis ou impresso. 
Essa placa de isopor é colocada em uma caixa, ou recipiente parecido, com naftalinas, para conservar a coleção.
As formas imaturas de Hexapoda, adultos de Crustácea, Cheliceriformes, Myriapoda são conservados em um pote com álcool 70%, sem o processo de montagem. As etiquetas são feitas em papel vegetal, escritas a lápis e colocadas dentro dos potes. 
Etiqueta de Procedência: País, o Estado e a Cidade; área rural ou urbana; o dia, mês (em algarismo romano) e ano; Coletor.
Etiqueta de Identificação: Filo; Subfilo; Ordem; Det., ano.

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