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326 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO desuascontribuiçõesparaopotencialnessespontos.Parao sistemade Wennercomespaçamentoa onde t1V = IpI (1 +4F) 27ta EQ.8.14 EQ.8.15 Relacionandoestaà resistividadeaparentePamedidapormeiodosistema deWenner(Eq.8.10) Pa =PI (1 +4F) EQ.8.16 Consequentemente,aresistividadeaparentepodesercalculadaparavários espaçamentoseeletrodos. Cálculossimilarespodemserrealizadosparaestruturasmulticamadas, emboraoscálculossejammaisfacilmenteexecutadosusando-sefórmulas recursivase técnicasde filtragemprojetadaspara essepropósito (ver adiante).Osdadosdecampopodem,então,sercomparadoscomgráficos (curvas-tipo)representandoosefeitoscalculadosdemodelosestratificados obtidospor taismétodos,uma técnicaconhecidacomo casamentode curva(curvematching),quejá foi importantemas,agora,époucoutilizada. A Fig. 8.11mostraumainterpretaçãousando-seum conjuntodecurvas- -tipo paraumasondagemelétricaverticalcomum arranjoWennersobre duascamadashorizontais.As curvas-tiposãoconstruídassobumaforma adimensionalpara um número de valoresdo coeficientede reflexão k, dividindo-seosvalorescalculadosderesistividadeaparentePa pela resistividadedacamadasuperior PI (estaúltimaderivadadacurvade campoparaespaçamentosdeeletrodospróximosdezero),edividindo-se osespaçamentosdeeletrodosapelaespessuradacamadasuperiorZI' As curvassãodesenhadasempapellogarítmico,quetemo efeitodeproduzir umaaparênciamaisregularporque,então,asflutuaçõesderesistividade tendematercomprimentosdeondasimilaressobretodoo comprimento das curvas.A curva de campo a ser interpretadaé desenhadasobre papellogarítmicotransparentecomo mesmomódulo dascurvas-tipo. Ela é, então,deslocadasobreas curvas-tipo,mantendoos eixosdas coordenadasparalelos,atéqueumacombinaçãorazoávelsejaobtidacom uma dascurvas-tipoou tom umacurvainterpolada.O ponto emque Pai PI =alz=1sobreafolha-tipodáosvaloresverdadeirosdePI eZI sobreoseixoscorrespondentes.P2 éobtidaapartirdovalordek dacurva quemelhorcombine. 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 327 5 43 ~ '" Q. 2 1,51 0,2I 0,3 0,4 r----------------------------- Qm I I I L400 I I Curva de I campo ~ 300 ,." I ",." I I f- 200 I I L 150 I I I ~100 I I I I --------: P, 10,6 0,8 1 / 2 3 4 5 I : a Z I I 16u -~~ - - ;0- ~~~I~ ~~ -8~~~~- ~~0-21~Jm '" Q. Fig. 8.11A interpretaçãodeum gráficoderesistividadeaparentededuascamadaspor comparaçãocomum conjuntodecurvas-tipo.A resistividadedacamadasuperiorPI éde68Dm esuaespessuraZI é 19,5m. (Baseado emGriffiths&King, 1981) P3 Fig. 8.12A técnicadecasamentodecurvaparcial.Uma curva de duas camadasé ajustadaà parte anterior do gráficoe são determinadasas resistividadesPI e P2 e a espessuraZ] da camadasuperior. PI, P2 e ZI são combinadasnuma única camadaequivalentede resistividadePe e espessurazc, que forma, então,a camadasuperiornainterpretaçãodopróximosegmento do gráficocomumasegundacurvadeduascamadas o casamentode curva é simples para o casode duas camadas,uma vez que uma única folha de curvas-tipoéusada. Quando estãopresentestrêscamadas,é necessárioum conjuntodecurvasmuito maior pararepresentaro númeromaior decombinaçõespossíveisderesistividades e espessurasde camadas.O casamento decurvasé simplificadoseascurvas-tipo sãoarrumadasde acordocom o tipo de curva(Fig.8.9),econjuntosdecurvas-tipo paraambasasconfiguraçõesdeeletrodos, Wenner e Schlumberger,estãodisponí- veis(Orellana& Mooney,1966,1972).O número de curvas-tiporequeridopara a interpretaçãocompletade uma curva de campo de quatro camadasé proibi- tivamentegrande,emboratenhamsido publicadosconjuntoslimitadosdecurvas. Pa Curva mestra,2 _.Curva _--'\ mestra1 Curva mestra3 .-':', CD 0a } I EP, I z,I PeP2 A interpretaçãodecurvasderesistividadesobreestruturasmulticamadas pode, alternativamente,serrealizadapelo casamentodecurvaparcial (partialcurvematching)(Bhattacharya&\Patra,1968).O métodoenvolvea combinaçãodesucessivasporçõesdacurvadecampocomumconjuntode curvasdeduascamadas.Apóso ajustedecadasegmento,asresistividades interpretadase asespessurasda camadasãocombinadaspelo uso de curvasauxiliaresnumacamadaúnica comuma espessuraequivalente , , · - - - - -;- - - - - ~···· , , , , , (r,e, Z) , 328 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO Ze e resistividadePe. Essacamadaequivalenteforma,então,acamada superiornainterpretaçãodopróximosegmentodacurvadecampocom umaoutracurvadeduascamadas(Fig.8.12).Existemtécnicassimilares emqueháo usosucessivodecurvas-tipodetrêscamadas. Os métodosdecasamentode curvaforam quasequecompletamente suplantadospor técnicasdeinterpretaçãomaissofisticadas,descritasa seguir.Taismétodos,entretanto,podemaindaserusadosparaseobter interpretaçõesno campo,naausênciadecomputadores,ou paraderivar um modeloaproximadoparaserusadocomoum pontodepartidapara umaou maisrotinascomplexas. A Eq. 8.13representao potencialna superfíciecausado por um único ponto de injeçãode correntesobreduas camadashorizontais, como previstopara o método de imagens.Em geral,no entanto,o potencialgeradopor qualquernúmerodecamadashorizontaiséderivadopela soluçãodaequaçãodeLaplace(verSeção6.11).A equação, nessecaso,énormalmenterepresentadaemcoordenadas cilíndricas,já quecamposelétricostêmsimetriacilíndrica com respeitoàlinha verticalatravésda fontedecorrente (Fig. 8.13). A solução e a aplicaçãodas condiçõesde Fig. 8.13Coordenadaspolaresci- contornocorrespondentessão complexas(p.ex.Koefoed, líndricas 1979),masmostramqueopotencialV nasuperfíciesobre umasériedecamadashorizontais,asuperiorderesistividadePl àdistância r dafontedecorrentedeintensidadeI, édadapor V =~ roo K (7'\)To (i\r) di\2n Jo EQ.8.17 i\ éavariáveldeintegração.To(i\r) éa funçãoespecialconhecidacomo funçãoBesseldeordemzero,cujo comportamentoé completamente conhecido.K(i\) éconhecidacomofunçãonúcleo(kernelfunction)e é controladapelasespessurasepelasresistividadesdascamadassubjacentes. A funçãonúcleopodeserdesenvolvidademodorelativamentesimples paraqualquernúmerodecamadasusando-serelaçõesderecorrência(re~ currencerelationships)(Koefoed,1979)que,progressivamente,adicionam osefeitosdesucessivascamadasnasequência.Um parâmetroadicional útil éatransformadaderesistividadeT(i\) definidapor EQ.8.18 ondeT(i\) éatransformadaderesistividadedacamadai, deresistividade Pi eumafunçãonúcleoKi(i\). T(i\) podeserconstruídademodosimilar, usando-serelaçõesderecorrência. 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 329 Por métodosanálogosàquelesusadosparaconstruira Eq. 8.16,pode serobtidaa relaçãoentrea resistividadeaparenteea transformadada resistividade.Por exemplo,essarelaçãoparao arranjodeWennercomum espaçamentodeeletrodosa é Pa =2aJ~T (À) [To (Àa) - To (2Àa)] dÀ EQ.8.19 A funçãotransformadaderesistividadetemasdimensõesderesistividade eavariávelÀ temasdimensõesdo inversodocomprimento.Descobriu-se que,seT(À) for grafadocomouma funçãodeÀ-I, a relaçãoésimilar àvariaçãodaresistividadeaparentecom o espaçamentodoseletrodos paraamesmasequênciadecamadashorizontais.De fato,somenteuma simplesoperaçãodefiltrageménecessáriaparatransformararelaçãoT(À) vs.À-I (transformadaderesistividade)narelaçãoPa vs. a (funçãode resistividadeaparente).Essefiltroéconhecidocomoumfiltro indireto.A operaçãoinversa,ouseja,adeterminaçãodatransformadaderesistividade apartirdafunçãoderesistividadeaparente,podeserrealizadausando-se um filtro direto. As curvasderesistividadeaparentesobremodelosmulticamadaspodem sercalculadasdemodorelativamentefácil,peladeterminaçãodatransfor- madaderesistividadeapartirdosparâmetrosdacamadausando-seuma relaçãoderecorrênciae,então,filtrando-seatransformadaparaseobtera funçãoderesistividadeaparente.Tal técnicaéconsideravelmentemais eficientequeo métodousadonaderivaçãodaEq. 8.13. 'Essemétodolevaaumaformadeinterpretaçãosimilarà interpretação indiretadeanomaliasgravimétricasemagnéticas,emqueos dadosde camposãocomparadoscom dadoscalculadosparaum modelocujos parâmetrossãovariadosparasesimularobservaçõesde campo.Essa comparaçãopodeserfeitatantoentreperfisderesistividadeaparente observadosecalculadosquantoentretransformadasderesistividades equivalentes,esseúltimométodorequerendoaderivaçãodatransformada deresistividadeapartirdosdadosderesistividadedecampopor filtragem direta.Taistécnicasprestam-sebemaprocessositerativosautomáticos deinterpretação,emqueum computadorrealizaos ajustesnecessários paraum modelodecamadasderivadopor um métododeinterpretação aproximado,com o objetivode melhorara correspondênciaentreas funçõesobservadaecalculada. Além dessamodelagemindireta,há tambémum númerodemétodos diretos de interpretaçãode dados de resistividadeque derivam os parâmetrosdascamadasdiretamentedosperfisdecampo(p.ex.Zohdy, 1989).Taismétodosenvolvemusualmenteosseguintespassos: 330 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO 1. Determinaçãodatransformadade.resistividadedosdadosdecampopor filtragemdireta. 2. Determinaçãodosparâmetrosdacamadasuperiorpeloajustedaparte inicialdacurvadatransformadaderesistividadecomumacurvadeduas camadassintética. 3. Subtraçãodos efeitosda camadasuperior pela reduçãode todasas observaçõesàbasedacamadapreviamentedeterminada,usando-seuma equaçãoderedução(reductionequation)(o inversodeuma relaçãode recorrência). Os passos2 e 3 são, então,repetidosde modo que os parâmetros de camadassucessivamentemais profundas são determinados.Tais métodos sofrem da desvantagemde que os erros aumentamcom a profundidade,de forma que qualquererro feito antes,durantea interpretação,torna-seampliado.Osmétodosdeinterpretaçãodireta,con- sequentemente,empregamváriastécnicasparasuprimiressaamplificação deerro. Os métodosindiretosediretosdescritosacimasuplantaramgrandemente astécnicasdecasamentodecurvaeforneceminterpretaçõesconsideravel- mentemaisprecisas. A interpretaçãodedadosSEVsofredanãounicidadegeradaporproblemas conhecidoscomoequivalência(equivalence)esupressão(suppression).O problemadeequivalência(verp.ex.Van Overmeeren,1989)éilustrado pelo fato de que curvasidênticasde resistividade,em forma de sino ou emforma debacia,(Fig. 8.9A),podemserobtidasparadiferentes modelosde camadas.Curvasidênticasem forma de sino sãoobtidas se o produto da espessuraz pela resistividadep - conhecidocomo resistênciatransversal-dacamadaintermediáriapermanecerconstante. Para curvas em forma de bacia, a função equivalênciada camada intermediáriaé z/ p, conhecidacomo condutâncialongitudinal. O problemada supressãoaplica-seàs curvasde resistividadenas quais a resistividadeaparenteprogressivamenteaumentaou diminui como funçãodo espaçamentodoseletrodos(Fig.8.9B).Nessescasos,aadição deumacamadaintermediáriaextracausaumpequenodesviohorizontal da curva semalterarsua forma geral.Na interpretaçãode dadosde campo com um certo ruído, tal camadaintermediáriapode não ser detectada. É práticaconvencionaleminterpretaçãoSEV assumir-sequeascamadas sãohorizontaiseisotrópicas.Um desvionessashipótesesresultaemerros na interpretaçãofinal. 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 331 A hipótesedeisotropiapodeserincorretaparaascamadasindividuais. Por exemplo,parasedimentoscomoargilaou folhelho,a resistividade perpendicularaoacamamentoégeralmentemaiorqueaparalelaàdireção do acamamento.A anisotropianãopodeserdetectadaemcamadasem subsuperfícieduranteasondagemelétricavertical,enormalmenteresulta na atribuiçãodeumaespessuramuito grandeparaascamadas.Outros efeitosanisotrópicossãodependentesdaprofundidade;por exemplo, a reduçãodo graudeintemperismoeo aumentodacompactaçãodos sedimentose da salinidadedos fluidos nos poros.A presençadeum contatovertical,comoumafalha,geraumainomogeneidadelateralque podeafetargrandementea interpretaçãodeumasondagemelétricaem suasvizinhanças. , I: I; , I, , I, ,I. ,I'{ ,.' C, ',.C2• /[', ri " I' I' I , I , I , I I I I I 'I I 'I I 'I I ,I I ,I I , I ! I I I ,I / I'·' I I' .. ·· 1 •• - ....•..........c Cs 3 Fig. 8.14 Fontes de corrente aparentecausadaspor uma interfaceinclinada.As fontesC1-Cs sãoimagens sucessivasda fonte primária Co na interface e na superfície.As fontessesituamsobreum círculocentrado sobreo afloramentodainterfaceeseunúmerodepende damagnitudedomergulhodainterface,8Os dadosSEV de váriassondagenspo- demserapresentadosna formadeuma pseudosseção(Seção8.3.3),e épossível,agora,inverteros dadospara um modelogeoelétricobidimensionalcompleto(p.ex.Loke & Barker, 1995,1996),emvezdeumasequênciadeseçõesgeoelétricasdiscretas unidimensionais.Essatécnicaéconhe,cidacomoimageamentoelétrico outomografiaelétrica.Um exemplodeimageamentoelétricoilustrando como uma pseudosseçãopode sertransformadanuma estruturageo- elétricaé dadona Fig. 8.15.Tomografiaintrapoçospodetambémser realizada(Daily& Owen,1991). Seascamadasmergulham,a teoriabásicadiscutidaacimaé inválida. Usandoa analogiaóptica,o númerode imagensproduzidaspor uma interfaceinclinadaéfinito, comasimagenssendodistribuídasaoredor deumcírculo(Fig.8.14).Pelofatodeaintensidadedasimagensdiminuir progressivamente,somenteasprimeiras devemserconsideradas,paraqueseobte- nhaumaestimativarazoáveldopotencial resultante.Consequentemente,o efeito do mergulhopode,provavelmente,ser ignoradoparainclinaçõesdeatéuns20°, o queforneceum númerosuficientede Imagens. A topografiapode influenciaros levan- tamentoselétricos,já que as linhas de fluxodecorrentetendemaacompariliar a superfíciedo terreno.As superfícies equipotenciaissão,assim,distorcidas,e podemresultaremleiturasanômalas. 332 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO Levantamentodarotadotúnelo o 60 120 180 240 300 360 420 480m N 2 3 4 5 6 ResistividadeaparentemedidaemQm Iteraçãode 5completadacom7,4% deerro RMS ® O 60120180240 g <li 25"O ctl:"2"Oc::l 50.•.. ea.. 75 Espaçamentodoseletrodos Resistividadedo modeloemQm 16 32 64 128 nm Fig. 8.15(A) Contornodepseudosseçãoderesistividadeaparentemedidaaolongodotraçadopropostoparaum túnel;(B) Imagemelétricaeprofundidadesdo embasamentodeterminadasemquatropoços.(Baseadoem Barker,1997) Seosarranjosdeeletrodosforemdispostosemparalelo,pode-sedeter- minar muitaspseudosseções2D,asquaispodemsercombinadasnum modelo3D. 8.2.8 Interpretação de caminhamento de separação constante Os caminhamentosdeseparaçãoconstantesãoobtidosmovendo-seum arranjo de eletrodosde espaçamentofixo ao longo de uma linha de caminhamento,o arranjodeeletrodossendoalinhadotantonadireçãodo caminhamento(caminhamentolongitudinal)quantoemângulosretos aele(caminhamentotransversal).A primeiratécnicaémaiseficiente,já que,entreleiturasadjacentes,tem-sequemoversomenteum eletrodode umaextremidadedo arranjoparaaoutraereconectaroseletrodos. A Fig.8.16Amostraum caminhamentotransversalatravésdeum contato verticalúnico entredois meios de resistividadesPl e P2. A curva de resistividadeaparentevariasuavementedePl paraP2 atravésdo contato. Um caminhamentolongitudinalsobreumaestruturasemelhantemostra amesmavariaçãodePl paraP2 emsuasextremidades,masasporções 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 333 intermediáriasdacurvaexibemum númerodecúspides(Fig.8.16B)que correspondemaoslocaisondeeletrodossuscessivoscortamo contato. Dessemodo,umperfilWennerproduziráquatrocúspides,masum perfil Schlumbergerapenasduas,pois somenteoseletrodosdepotencialsão móveis. A Fig. 8.17 mostra os resultadosde caminhamentostransversale longitu- dinal atravésdeuma sériede estratos falhadosem Illinois, EUA. Ambos os conjuntosderesultadosilustrambemos fortescontrastesderesistividadeentre o arenitorelativamentecondutivoe o calcáriorelativamenteresistivo. 0 cíííí í tI!p IIII t1 p IIíí Ic xxx xxxc = eletrodode corrente Planop = eletrodopotencial XX)()(iX)()(XP, P2Seção Fig. 8.16 (A) Um caminhamentotransversoatravésde uma única interfacevertical; (B) Um caminhamento longitudinal atravésde uma única interface vertical empregando-seumaconfiguraçãoemquetodososquatro eletrodossãomóveis.(BaseadoemParasnis,1973) P2 Distância I I I -------T------------ I I I P, P2 ----------------------- Distância c p pc ~ I I I I P2 -----------T------ I I P, P, Pa Pa ® No análogo óptico, um ponto P no mesmoladodo espelhoqueafontere- ceberialuzdiretamenteeviaumaúnica reflexão.Nessecaso, a luz pareceria originar-sedaimagemdeC no espelho, C', e diminuiria em intensidadecom relaçãoà fontepor um fatorcorrespon- denteaocoeficientedereflexão.Tanto a fonte elétricaquanto sua imagem contribuemparaopotencialVp emP,fl últimadiminuídaemintensidade por um fatork, o coeficientedereflexão.Da Eq. 8.6 Uma descontinuidadeverticaldistorce a direçãode fluxo decorrentee, com isso,a distribuiçãototal de potencial emsuasproximidades.A distribuição depotencialnasuperfíciepodeserde- terminadapor um análogoópticoem que a descontinuidadeé comparada comum espelhosemitransparenteque tantorefletequantotransmiteluz.Com referênciaà Fig. 8.18,a correnteI é introduzidano pontoC, nasuperfície deum meioderesistividadePl> naspro- ximidadesdeum contatoverticalcom um segundomeioderesistividadeP2. EQ.8.20 334 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO Pa -- Caminhamento longitudinal ------ Caminhamento transversaI o ! 500m ! Distância Zonade ~,-'õ~\oo cisalhamento C:Õ 0\'IC ' ~\o / 10vt~~ Fig. 8.17Caminhamentoslongitudinaletransversalatravésdeumasériedeestratosfalhados emIllinois, EUA, (BaseadoemHubbert,1934) EQ.8.21 1(1- k)P2 2nr3 Paraum pontoP' sobreo outroladoda interfaceemrelaçãoà fonte,o análogo óptico indica que a luz seriarecebida somenteapósa transmissãoatravésdo espelho,resultandoemumareduçãoem intensidadeporumfatorcorrespondente aodocoeficientedetransmissão.A única contribuiçãopara o potencialVp' em P' é da fontede correntereduzidaem intensidadepelofator(1- k),DaEq.8,6 -, P' kl ('1 P P, P2 Fig. 8.18 Parâmetrosusados no cálculo do potencial resultantedeum únicoeletrododecorrentedesuperfície decadaladodeumaúnicainterfacevertical As Eqs.8.20e8.21podemserusadasparacalcularadiferençapotencial medida para qualquer arranjo de eletrodosentre dois pontos nas proximidadesda interfacee, assim,construira forma deum perfil de resistividadeaparenteproduzidopor um caminhamentolongitudinalde separaçãoconstante.De fato,cincoequaçõesseparadassãonecessárias, correspondendoacincopossíveisconfiguraçõesdeum arranjodequatro eletrodoscom respeitoà descontinuidade.Há, disponíveis,álbunsde curvas-tipoparacontatosverticaissimpleseduplos(Logn,1954). As anomaliasderesistividadetridimensionaispodemserobtidaspelo contornodosvaloresde,resistividadeaparenteapartir deum número delinhasCST.A detecçãodeum corpotridimensionalgeralmentesó é possívelquandoseutopoestápróximodasuperfície,edevemserfeitos caminhamentosdiretamentesobreo corpoou muito próximo deseus limites,pararegistrarsuaanomalia. 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 335 o 300 Ê g .•a. 100 ® J 100m I J \E7 250Qm Aluvião E ,:J ;r:;!:':':_~;",,;O \Folhelho Fig. 8.19(A) O perfilderesistividadedeWennerobservadosobreumabaciadegeometriaconhecida,preenchida por folhelho,no Kansas,EUA; (B) O perfilteóricoparaumasemiesferaemsubsuperfície.(BaseadoemCook & VanNostrand,1954) As anomaliastridimensionaispodemserinterpretadaspor modelagem emlaboratório.Por exemplo,cilindrosdemetal,blocosou folhaspodem serimersosemáguacujaresistividadeéalteradapelaadiçãodeváriossais, eo modelosendomovidosobum conjuntodeeletrodosestacionários.A formadomodelopode,então,variaratéquesejaobtidaumaaproximação razoávelàscurvasdecampo. A análisematemáticadevariaçõesderesistividadeaparentesobrecorpos deformairregularou regularécomplexa,masháequaçõesdisponíveis paraformassimples,comoesferasousemiesferas(Fig.8.19),etambémé possívelcalculara respostaresistividadedecorposbidimensionaiscom umaseçãotransversalirregular(Dey&Morrison, 1979). Condutor ) Condutor Seção Fig. 8.20O métododeexcitaçãoàmassa As anomaliastridimensionaispodem Plano tambémser obtidaspor uma exten- são da técnicaCST conhecidacomo métododeexcitaçãoà massa(mise-à- la-massemethod).Esteé empregado quandopartedeum corpocondutivo, por exemplo,um corpodeminério,foi localizadaou por algumafloramento, oupor sondagem.Um eletrododecor- renteécolocadodentrodoslimitesdo corpoeooutro,colocadoaumagrand~ distância,nasuperfície(Fig.8.20).Um par deeletrodosdepotencialé,então, movidosobreasuperfície,mapeando linhas equipotenciais(linhasunindo os eletrodosquandoa diferença 336 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO potencialindicadaézero).O métodofornecemuito maisinformações sobreaextensão,o mergulho,adireçãoeacontinuidadedo corpo do queastécnicasnormaisdeCST. Um exemplodedelineamentodeum corpo desulfetomaciçopelo métododeexcitaçãoàmassaédadoem Bowker(1991). 8.2.9 Limitações do método de resistividade O levantamentode resistividadeé um métodoeficienteparadelinear sequênciasacamadadasrasasou descontinuidadesverticaisenvolvendo mudançasderesistividade.No entanto,sofredealgumaslimitações: 1. As interpretaçõessãoambíguas.Consequentemente,controlesgeo- lógicosegeofísicosindependentessãonecessáriosparadiscriminar entreinterpretaçõesalternativasválidasdosdadosderesistividade. 2. A interpretaçãoélimitadaaconfiguraçõesestruturaissimples.Quais- quer desviosdessassituaçõessimplespodem ser impossíveisde interpretar. 3. A topografiae os efeitosdasvariaçõesde resistividadepróximasà superfíciepodemmascararosefeitosdevariaçõesmaisprofundas. 4. A profundidadede penetraçãodo métodoé limitada pelaenergia elétricamáximaquepodeserintroduzidano soloepelasdificuldades físicasdeseestenderlongoscomprimentosdecabo.O limiteprático deprofundidadeparaamaiorpartedoslevantamentosédecercade 1km. Os métodosderesistividadesãolarga- menteempregadosnaengenharia,em investigaçõesgeológicasdelocaisantes de uma construção(Barker,1997).A SEV éum métodomuito conveniente, não destrutivo,de determinaçãoda 20 Aplicações dos levantamentos de resistividade Os levantamentosderesistividadesãorelativamenterestritosa investiga- çõesdeescalarelativamentepequena,por causadotrabalhoenvolvidoem implantarfisicamenteoseletrodosantesdecadamedição.Por essarazão, os métodosde resistividadenão são comumenteusadosemexploraçãode reconhecimento.É provável,noentanto, que,comO aumentodadisponibilidade de dispositivosdemediçãodecondu- tividadesemcontato(verSeção9.7), essarestriçãonãomaisseaplique. 8.2.10 o 100 Ê 400 g QJ+' C ~ ~ 300 <1l QJ ""C <1l ""C ';:; 't; 200 'Vi QJ c::: 10 m Fig. 8.21PerfilderesistividadeCSTatravésdeumachaminé deminasoterrada,(BaseadoemAspinall&Walker,1975) 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 337 Fig. 8.22 Perfis de resistividadeatravésde um fosso soterradode 4m de largura. (Baseadoem Aspinall & Walker,1975) 2010 m o 26 36 36 26 26 36 profundidadedo embasamentopara fundações,etambémforneceinforma- çõessobre o grau de saturaçãodos ÊS materiaisdesubsuperfície.O CST pode serusadoparadeterminaravariaçãona profundidadedo embasamentoentre sondagens,epodetambémindicar a presençade condiçõesdesolo poten- cialmenteinstáveis.A Fig. 8.21mostra um perfil CST querevelouapresença deuma chaminédemina soterradaa partirdosaltosvaloresderesistividade associadosa seupreenchimentomal compactado.Técnicassimilarespodem serusadaseminvestigaçõesarqueológi- casparaalocalizaçãodeartefatoscom resistividadesanômalas.Por exemplo, aFig. 8.22mostraperfisCST atravésdeum antigofossosoterrado. Provavelmente,o usomaisadotadodelevantamentoderesistividadeénas investigaçõeshidrogeológicas,pois importantesinformaçõespodemser fornecidassobreaestruturageológica,litologiaserecursoshídricosem subsuperfíciesemo altocustodeum extensoprogramadeperfuração. Os resultadospodem determinaraslocaçõesdo númeromínimo de poçosexploratóriosrequeridosparatestesessenciaisdo aquíferoeparao controledainterpretaçãogeológica. 19°25' N A ~ Calcários da formação Bluff DFormação Ironshore 19°20' ~ ;~~~::~oeV:~~~f~~~~ 2 lentecentral 3 lenteoriental o 4km •••••••• Fig. 8.23Geologiasimplificadaelentesdeáguadocedo GrandCayman.(BaseadoemBugg&Lloyd, 1976) 338 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO ométododeresistividadefoiusadoporBugg&Lloyd(1976)paradelinear lentesdeáguadocenasIlhasGrandCaymandonortedoCaribe(Fig.8.23). Porcausadesuadensidaderelativamentebaixa,aáguadocetendeaflutuar sobreaáguasalinamaisdensaquepenetrao substratocalcáriodailha a partir do mar.A Fig. 8.24mostraum perfil decondutividadedefluido a partir de um poço perfuradona LenteCentral,comparadocom os resultadosdeumainterpretaçãodeSEV deumasondagemadjacenteao poço.É evidenteque a águadocepodeserdistinguidada águasalina por suaresistividademuito maisalta.O levantamentoderesistividade tomou a forma de uma sériede SEV que foi interpretadausando-se a sondagempróximaao poço como controle.Os contornosdefinidos por essasinterpretaçõessobreabaseda LenteCentral sãomostrados na Fig. 8.25.Um levantamentosimilar,usando-sea resistividadepara investigaraintrusãodeáguasalinanumaquíferocosteiro,éfornecidopor Gondwe(1991). 500 ppm--7---- 15 48:AQ Zona de 20 I __ t~a~s~ç~o 25 Água salgada 30 Fig. 8.24(A) Sondagemelétricaverticaladjacentea umpoçodetestenaLenteCentral,GrandCayman; (B) InterpretaçãodemodeloacamadadodaSEV; (C) Perfildesalinidadeinterpretado.(Baseadoem Bugg&Lloyd, 1976) Água doce 305 Oslevantamentosderesistividadepodemtam- bémserutilizadosparalocalizaremonitorar aextensãodapoluiçãodeáguassubterrâneas. Merkel (1972)descreveuo usodessatécnica no delineamentodedrenagenscontaminadas de antigasminas de carvãona Pensilvânia, EUA.A Fig.8.26mostraumaseçãogeoelétrica atravésdeparteda área,construídaapartir de uma série de SEV, e sua interpretação geológica,queindicaquenenhumapoluição estápresente.A Fig. 8.27mostraumaseção geológicade uma áreaadjacenteem que a drenagemácidada mina aumentoua con- dutividadedaáguasubterrânea,permitindo seudelineamentocomo uma faixadebaixa resistividade.UmaSEV posteriorpossibilitou a definiçãoda extensãoda poluição. Uma vez que uma contaminaçãodessetipo está associadaa uma significativamudançana resistividade,mediçõesperiódicasemeletro- dossituadosnum poçoquepenetreo lençol freáticopodemserusadasparamonitoraro início dapoluição e o graude contaminação.Ebraheemet alo(1990) descreveramtambémcomoo métododeresistividadepodeserusado para estudara drenagem\ácidademinas, e,num contextoambiental semelhante,CarpenteretaI.(1991)relataramo usoderepetidasmedições deresistividadeparamonitoraraintegridadedacoberturadeumlocalde aterrosanitárioemChicago. 359 Qm 30,5 10 ê ~ 5 E 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 339 ~Pântano ~D>Lentes de ; . : água doce ~-- Recifes marinhos ' N. •d .• Centros de expansão ~=---==-~ f"·~~:s~~-'~_-" de resistividade -6 Profundidade em m abaixo de NMM Fig. 8.25ConfiguraçãodebasedaLenteCentral,GrandCayman.(BaseadoemBugg& Lloyd, 1976) N 5 260 300150 --- 3 4 2~0 __ -"--------~_ 290 ---- --ili/T::4QQ/T-------T ;ro 210 200 150 1416~ 1 1 1 92 300T 240 t 230 o ! 10m ! 180 T 450 4- 28~ Fig. 8.26SeçãogeoelétricaeinterpretaçãogeológicadeumperfilpróximoaKylertown,Pensilvânia.Osnúmeros referem-seà resistividadeemohmm. (BaseadoemMerkel,1972) 5 300 N 36 26 96 92 126.1:-80~100~-2P~f0&--0 0Wt- t t840 1000 500 760 640 o 10m •••••• Fig. 8.27A seçãogeoelétricaseguinte,apartir deKylertown,Pensilvânia.A áreahachuradamostrazonade contaminação.Os númerosreferem-seàresistividadeemohmm. (BaseadoemMerkel,1972) 340 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO 8.3 Método de polarizaçãoinduzida(IP) 8.3.1 Princípios Quandousadoum arranjopadrãoderesistividadedequatroeletrodos num modo DC (correntecontínua),se a correntefor abruptamente desligada,a voltagementreos eletrodosde potencialnão cai a zero imediatamente.Após um grandedecréscimoinicial, avoltagemsofre um decaimentogradualepode levarmuitossegundosparaatingir o valorzero(Fig.8.28).Um fenômenosemelhanteéobservadoquandoa correnteéligada.Apósum repentinoaumentoinicialdavoltagem,esta aumentagradualmenteduranteum intervalodetempodiscretoatéum valor estável.O solo, então,agecomo um capacitorearmazenacarga elétrica,istoé,torna-seeletricamentepolarizado. Se,emvezdeusaruma fonteDC paraamediçãoderesistividade,for usadauma fontevariávelAC de baixa frequência,descobre-seque a resistividadeaparentemedidadasubsuperfíciediminui como aumento da frequência.Istoporqueacapacitânciado solo inibe apassagemde correntescontínuas,mastransmitecorrentesalternadascomeficiência aumentadaquandoafrequênciasobe. A propriedadecapacitivadosolocausatantoo decaimentotransientede umavoltagemresidualquantoavariaçãodaresistividadeaparentecomo umafunçãodafrequência.Os doisefeitossãorepresentaçõesdomesmo fenômenonosdomínios do tempoedafrequência,esãorelacionados pelatransformadadeFourier (verCapo2).Essasduasmanifestaçõesda propriedadedecapacitânciadosolofornecemdoisdiferentesmétodosde levantamentoparaasinvestigaçõesdoefeito. A mediçãodeum decaimentodevoltagemsobreum certointervalode tempoéconhecidacomo levantamentoIP nodomíniodotempo(time- domainIP surveing).As mediçõesde resistividadeaparenteem duas Tempo Fig. 8.28O fenômenodepolarizaçãoinduzida.Num tempoto a correnteé desligadaea diferençapotencial medida,apósumalongaquedainicialdovalorestável""Vc' decaigradualmenteazero.Umasequênciasimilar ocorrequando a correnteé ligadanum tempot3. A representaa áreasoba curvade decaimentopara o incrementodetempotI - t2 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 341 ou maisbaixasfrequênciasAC é conhecidacomo levantamentoIP no domíniodafrequência(frequency-domainIP surveing). 8.3.2 Mecanismos da polarização induzida Experimentosemlaboratórioindicamqueaenergiaelétricaéarmazenada emrochasprincipalmentepor processoseletroquímicos.Issoérealizado deduasmaneiras. A passagemdecorrenteatravésdeuma rochacomoresultadodeuma voltagemimpostaexternamenteé realizadaprincipalmentepor fluxo eletrolíticonosfluidosdosporos.A maiorpartedosmineraisformadores derochastêmumacargatotalnegativaemsuassuperfíciesexterioresem contatocomo fluidodosporoseatraemíonspositivosparasuasuperfície (Fig.8.29A).A concentraçãodeíonspositivosatingecercade100flm no fluidodosporose,seessadistânciafor damesmaordemqueo diâmetro daspassagensentreosporos,o movimentodeíonsno fluido resultante davoltagemaplicadaéinibido. Os íons negativosepositivos,assim,se amontoamdecadaladodobloqueioe,quandodaremoçãodavoltagem aplicada,retomamasuasposiçõesoriginaisapósum períodofinito de tempo,causandoum decaimentogradualdavoltagem. Grão mineral Fig. 8.29Mecanismosdepolarizaçãoinduzida:(A) polarizaçãodemembrana;(E) polarizaçãodeeletrodo Esseefeito é conhecidocomo polarizaçãode membrana(membrane polarization)oupolarizaçãoeletrolítica(electrolyticpolarization).É mais pronunciadonapresençademineraisdeargila,nosquaisosporossão particularmentepequenos.O efeitodiminuicomo aumentodasalinidade dosfluidosnosporos. Quando mineraismetálicosestãopresentesnuma rocha,abre-seum caminhoeletrônicoalternativoparao fluxo decorrente.A Fig. 8.29B mostraumarochaemqueum grão,\mineralmetálicobloqueiaumporo. Quandoumavoltageméaplicadaacadaladodo espaçodoporo,cargas positivasenegativassãoempurradassobreosladosopostosdogrão.Os íons negativose positivosseacumulam,então,de cadalado do grão, tentandoou liberarelétronsparao grãoou aceitarelétronsconduzidos 342 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO atravésdogrão.A taxapelaqualoselétronssãoconduzidosémaislenta queataxadetrocadeelétronscomosÍons.Consequentemente,osíonsse acumulamdecadaladodogrãoecausamum aumentodecarga.Quando avoltagemimpressaéremovida,osíonssedispersamlentamentedevolta aseuslocaisoriginaisecausamum decaimentotransitóriodevoltagem. Esseefeitoéconhecidocomopolarizaçãodeeletrodo(eleetrodepolarization) ou sobrevoltagem (overvoltage). Todos os mineraisbons condutores (p.ex.sulfetoseóxidosmetálicos,grafite)contribuemparaesseefeito. A magnitudedo efeitode polarizaçãode eletrododependetanto da magnitudedavoltagemaplicadaquantoda concentraçãomineral.É mais pronunciada quando o mineral estádisseminadopor toda a rocha hospedeira,pois a áreada superfíciedisponívelpara a troca iônica-eletrônicaatinge,então,seumáximo.O efeitodiminui com o aumentodaporosidade,já quemaiscaminhosalternativosseencontram disponíveisparaumaconduçãoiônicamaiseficiente. Na prospecçãodejazidasmetálicas,o interesseé,obviamente,no efeito depolarizaçãodeeletrodo(sobrevoltagem).Entretanto,apolarização de membranaé indistinguíveldesseefeitoduranteasmediçõesIP. A polarizaçãodemembrana,consequentemente,reduzaefetividadedos levantamentosIP ecausaum 'ruído' geológicoquepodeserequivalente emmagnitudeaoefeitodesobrevoltagemdeumarochacomaté2% de mineraismetálicos. 8.3.3 Mediçõesde polarizaçãoinduzida As mediçõesIP no domínio do tempo,envolvemo monitoramentodo decaimentodavoltagemapósacorrenteserdesligada.O parâmetromais comumentemedidoéa cargabilidade(chargeability)M, definidacomoa áreaA sobacurvadedecaimentoduranteum certointervalodetempo t1-t2 normalizadopeladiferençadepotencialno estadoestacionário (steady-state)~Vc (Fig.8.28) A 1 ft1M=~V =~V v(t)dtc c tj EQ.8.22 A cargabilidadeémedidaduranteum determinadointervalodetempo, logo apósa correntepolarizadaserdesligada(Fig. 8.28).A áreaA é fornecidapeloaparatodemedição,ondeéobtidapor integraçãoanalógica. Diferentesmineraissãoflistinguidospor cargabilidadescaracterísticas; por exemplo,apirita tem M =13,4msparaum intervalode 1s, ea magnetita,2,2m sparao mesmointervalo.A Fig. 8.28tambémmostra queapolaridadedacorrenteérevertidaentremedidassucessivaspara destruirqualquerpolarizaçãoremanente. 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 343 Log da frequênciade corrente Fig. 8.30A relaçãoentrea resistividadeapa- renteeo logdafrequênciadecorrenteutilizada Á (2)Regiãoresistiva 10310210110-1 As técnicasno domínio dafrequênciaenvolvem a medição da resistividadeaparenteem duas ou mais frequênciasAC. A Fig. 8.30mostra a relaçãoentrea resistividadeaparenteeo log da Pa frequênciadacorrente.Trêsregiõesdiferentessão visíveis:aregião1édebaixasfrequências,onde a resistividadeindependedafrequência;aregião 2 é a regiãodeWarberg,ondea resistividadeé umafunçãolineardo logdafrequência;aregião 3éaregiãodeinduçãoeletromagnética(Cap.9), ondeo fluxodecorrenteocorrepor induçãomais quepor simplescondução.Umavezquearelação ilustradanaFig. 8.30variacomo tipoderochaeaconcentraçãomineral, asmediçõesIP sãogeralmentefeitasemfrequênciasde,ou abaixode, 10Hz parapermanecernasregiõesnãoindutivas. Duasmediçõessãocomumentefeitas.O efeitopercentualdefrequência (percentagefrequencyeffect)- PFE, édefinidocomo PfE =100(PO,I - PIO) PIO EQ.8.23 ondePO,I e PIO sãoresistividadesaparentesnasfrequênciasdemedidade 0,1e10Hz. O fatormetálico(metalfactor) - MF, édefinidocomo Mf =2n x 105(PO,I - PIO) PO,I PIO EQ.8.24 Essefatornormalizao PFE comrespeitoà resistividadedasfrequências maisbaixase,consequentemente,remove,atécertoponto,avariaçãodo efeitodeIP comaresistividadeefetivadarochahospedeira. • • • • • • • • n = 1 n=2 • n =3 n=4 Fig. 8.31A apresentaçãodosresultadosIP dedipoloduplosobreumapseudosseção.nrepresentao espaçamento relativoentreosparesdeeletrodos,depotencialedecorrente 344 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO 'W/$#/F#/###§/##/#$$ff////b//#~#d7#d Pa ~41:~140 126 106 ~ ~ 200~85 365 332~ 9~ 208 8193 165 211 306 248 384 350 320 342 333 105 108 287~ ~ 285 248 ~ 323 353368 144 116 ~ j'159\"--10~ 296 312" 550\ 350 :YJt~4.9 3.81Y (2.4 4.6 3.9 4~ n3.2~2.4 2.9~2.8~.7 4.1 3.2 3.4 .:2/(f,~ 38%4\\(~t330 6.4 20 o o o o o o o 0/8°0 o o o o o o o o o o Pórfiro estéril Sulfeto5econômicos>5% Piritacom calcopirita< 3% na +a ., r8l o 100ft •••••• " ~.)onto de plotagem Fig. 8.32Pseudosseçõesderesistividadeaparente(Pu), efeitopercentualdefrequência(PFE) eparâmetrode fatormetálico(MF) paraum caminhamentoIP de dipolo duplo atravésdeuma zona desulfetosmaciços cujaformaéconhecidaa partirdetestessubsequentesdeperfuração.O espaçamentoa entreoseletrodosde potencialedecorrenteéde100pés(30,5m).As frequênciasusadasparaasmediçõesIP foramde0,31e5,0Hz. (BaseadoemFountain,1972) Um métodocomum de apresentarmediçõesde IP é apseudosseção (pseudosection),emqueasleiturassãodesenhadasdemodo arefletira profundidadedepenetração.A Fig.8.31ilustracomoumapseudosseção éconstruídaparaageometriadearranjodedipolo duplo ilustradana Fig. 8.33.Os valoresmedidossãoindicadosnasintersecçõesdelinhas inclinadasa45°apartirdoscentrosdosparesdeeletrodos,depotencial edecorrente.Osvaloressão,assim,desenhadosemprofundidadesque refletemo aumentodaprofundidadedepenetraçãocomo aumentoda c - eletrodode corrente p - eletrodopotencial X - leituraplotada Fig. 8.33Configuraçõesdeeletrodosusadasem mediçõesdepolarizaçãoinduzida 8·3·4 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 345 distânciadeseparaçãodosdipolos.Osvaloressão,então,contornados.Os dadosderesistividadeSEV podemtambémserapresentadosdestemodo, comaprofundidadeexibidaproporcionalmenteàseparaçãodoseletrodos decorrente.Aspseudosseçõesdãosomenteumarepresentaçãogrosseira dadistribuiçãodarespostaIP emprofundidade:por exemplo,o mergulho aparentedo corpo anômalonão é sempreo mesmoque o mergulho verdadeiro.Um exemplodessemétododeapresentaçãoémostradona Fig.8.32. Operações de campo O equipamentoIP ésemelhanteao aparatode resistividade,masusaumacorrentecercade10ve- ~----X---~ zesaqueladeum arranjoderesistividade;é,tam- c c p P Dipolo duplo bém,maisvolumosoeelaborado.Teoricamente, qualquerarranjopadrãode eletrodospodeser ~~ __ X I~ ·_c_ empregado;naprática,porém,asconfigurações c p p de dipolo duplo, de polo-dipolo e Schlumber- Polo-dipolo ger sãoas maisefetivas.Os espaçamentosdos ~-----D-----L eletrodospodem variar de 3 a 300m, com os c-----p X p-----c maioresespaçamentosusadosparalevantamentos Schlumberger dereconhecimento.Parareduziro trabalhode moveroseletrodosdecorrenteegeradores,vários paresdeeletrodosdecorrentepodemserusados, todosconectadosaogeradorviaum dispositivo liga-desliga.Sãofeitoscaminhamentossobrea áreadeinteresseindicando-seasleiturasIP nopontomédiodoarranjode eletrodos(marcadospor cruzesnaFig. 8.33). Os ruídos num levantamentoIP podemresultardeváriosfenômenos. As correntestelúricascausamefeitosanômalossemelhantesàqueles encontradosemmediçõesderesistividade.Ruídostambémresultamdo efeitogeralIP derochasestéreiscausadopelapolarizaçãodemembrana. O ruído geradopeloequipamentodemediçãoresultado acoplamento eletromagnéticoentrecabosadjacentes.Taisefeitossãocomunsquandoé usadacorrentealternada,já queascorrentespodemserinduzidasa fluir emcondutoresadjacentes.Consequentemente,oscabosdevemestarpelo menosa 10m um dooutro,esetiveremquesecruzar,devemfazê-Iaem ângulosretosparaminimizarosefeitosdeinduçãoeletromagnética. 8.3.5 Interpretação de dados de polarização induzida A interpretaçãoquantitativaé consideravelmentemais complexaque parao métododeresistividade.A respostaIP foi calculadaanaliticamente parafeiçõessimples,comoesferas,elipsoides,diques,contatosverticais 346 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO e camadashorizontais, permitindo que fossemusadastécnicasde interpretaçãoindireta(modelagemnumérica). A modelagememlaboratóriopodetambémserempregadanainterpreta- ção indireta,para simularuma anomaliaIP observada.Por exemplo, as resistividadesaparentespodem ser medidaspara várias formas e resistividadesdeum corpo gelatinosode sulfatode cobreimersoem água. MuitasinterpretaçõesIP são,entretanto,somentequalitativas.Parâmetros simplesdasanomalias,comonitidez,simetria,amplitudeedistribuição espacialpodemserusadosparaestimaralocalização,aextensãolateral,o mergulhoeaprofundidadedazonaanômala. o método IP sofredasmesmasdesvantagensque um levantamento de resistividade(verSeção8.2.9).Além disso,asfontesde anomalias IP significativassão,frequentemente,semimportânciaeconômica;por exemplo,zonasde cisalhamentopreenchidaspor águae sedimentos ricosemgrafitepodem,ambos,gerarfortesefeitosIP. As operaçõesde camposãolentaseo métodoé,consequentemente,muitomaiscaroque outrastécnicasgeofísicasdesolo,os custosdeum levantamentosendo comparáveisaosdeum levantamentogravimétrico. 8.3.6 Aplicações dos levantamentos de polarização induzida Apesardeseusinconvenientes,o métodoIP éextensivamenteusadona exploraçãodemetaisbásicos,porquetemuma altataxadesucessoem localizardepósitosdeminériobaixoteor,taiscomosulfetosdisseminados (p.ex.LangoreetaI., 1989).Estestêmum forte efeitoIP, massãonão condutorese,portanto,nãosãoprontamentedetectadospelosmétodos eletromagnéticosdiscutidosnoCapo9.O IP é,delonge,ométodogeofísico maisefetivoquepodeserusadonabuscapor taisalvos. A Fig.8.34mostrao perfildecargabilidadeparaum levantamentoIP no domíniodotempo,usando-seum arranjopolo-dipoloatravésdo corpo deminérioGortdrumdecobreeprata,naIrlanda.Emboraodepósitoseja debaixoteor,contendomenosde2%demineraiscondutores,aanomalia decargabilidadeébemdefinidaecentradasobreo corpodeminério.Em contraste,o perfilderesistividadeaparentecorrespondenterefleteo alto contrastederesistividadeentreo arenitoOld Redeo calcáriodolomítico, masnãodánenhumairtdicaçãodapresençadamineralização. Um outro exemplode um levantamentoIP é ilustrado na Fig. 8.35, quemostraum caminhamentosobreum corpodecobreporfiríticoem British Columbia,no Canadá.Os caminhamentosIP ederesistividade 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 347 100m2.000Ê ! g <li +J--M c~- - - - - - Pa "' o..1.000 "' <li "O"'"O'>.~.•........- .... V> 'v;<liO c:r:::20 g <li "O"'"O 10 :õ "'~"' u O ~ B Falha n DevonianoU (arenitoOld Red) D Calcáriosdolomíticoscarboniferos 1-2 0,5-10,25-0,5 % Cu Figo 8034Perfil IP no domíniodotempo,usando-seum arranjopolo-dipolosobreajazidaGortdrumdecobree prata,Irlanda.(BaseadoemSeigeI,1967) Cargabilidade 15 _a=244m e:--<Ja = 122 m 10 Ê 5 O 500] Resistividade , • :& -~ o ". c:E 250 .--.... t..~.• --=--=-~_"~.~:.;.:~.:-;.::..x.·~··J(.,·i(.~.)t"·1J Do- - <J.. .... 0- __o__ ~ - -'O.:.;.~ ...ll'_~"ll:' O ------------------- O 100 m ~ I Poço IZ]SobrecargaoBranodioritoBethsaida [2]Quartzo-dioritoSkeena ~ Quartzo-dioritoSkeenaW mineralizado- pirita, calcopirita.bornita Figo 8035Perfisde polarizaçãoinduzida no domínio do tempoe de resistividadesobreum corpo de cobre porfirítico emBritishColumbia,Canadá.(BaseadoemSeigel,1967) Superfície 348 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO foramfeitoscomtrêsdiferentesespaçamentosdeeletrodosnumarranjo polo-dipolo. Os resultadosCST exibempoucavariaçãosobreo corpo, mas os perfis IP (cargabilidade)mostram claramentea presençada mineralização,permitindoadeterminaçãodeseuslimitesefornecendo estimativasdaprofundidadedesuasuperfíciesuperior. 8.4 Método de potencialespontâneo(SP) 8.4.1 Introdução O métododepotencialespontâneo(oupolarizaçãoespontânea)ébaseado namediçãoemsuperfíciedasdiferençasdepotencialnaturalresultantes dasreaçõeseletroquímicasemsubsuperfície.AnomaliasSP típicaspodem ter uma amplitudedeváriascentenasdemilivolts emrelaçãoao solo estéril.Elas exibeminvariavelmenteuma anomalianegativacentrale sãoestáveispor longosperíodosdetempo.Sãogeralmenteassociadasa depósitosdesulfetosmetálicos(Corry, 1985),magnetitaou grafite. 8.4.2 Mecanismo do potencial espontâneo Estudos de campo indicam que,para que ocorra uma anomaliade potencialespontâneo,seucorpocausadordeveselocalizarparcialmente numa zona de oxidação.Um mecanismode potencial espontâneo largamenteaceito(Sato&Mooney,1960;paraumaanálisemaisrecente, ver Kilty, 1984)requer que o corpo causadortransponhao lençol freático,(Fig.8.36).Abaixodo lençolfreático,os eletrólitosdosfluidos nos poros sofrem oxidaçãoe liberam elétrons,que são conduzidos paracimaatravésdocorpodeminério. No topo do corpo,os elétronslibera- doscausamareduçãodoseletrólitos. Cria-se,então,um circuito emquea correnteécarregadaeletroliticamente ----- Lençol nosfluidosdosporoseeletronicamente freático no corpo, de modo que o topo do Fluxo de corpoagecomoum terminalnegativo. \ corrente. IssoexplicaasanomaliasSP negativas \Ions negativos que são invariavelmenteobservadas Fig. 8.36O mecanismodasanomaliasdepotencialespontâ- e,também,suaestabilidade,já queo neo.(BaseadoemSato&Mooney,1960) corpodeminérionãosofrenenhuma reaçãoquímicaeservemeramenteparatransportarelétronsapartirdas zonasmaisprofundas.Comoresultadodascorrentesdesubsuperfície,as diferençasdepotencialsãQproduzidasemsuperfície. 8.4.3 Equipamentos de potencial espontâneo e procedimentos de levantamento O equipamentodecampoconsistesimplesmentedeumpardeeletrodos conectadosviaummilivoltímetrodealtaimpedância.Oseletrodosdevem 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 349 serpolarizados,umavezquesimplesponteirosdemetalgerariamseus próprios efeitosSP.Eletrodosnãopolarizadosconsistemdeum metal imersoem uma soluçãosaturadadeseupróprio sal,como cobreem sulfatodecobre.O salécontidopor um recipienteporosoquepermite um lentovazamentodasoluçãoparao solo. O espaçamentodasestaçõeségeralmentemenor que30m. Podemser realizadoscaminhamentospor saltosdesucessivoseletrodosou, mais comumente,fixando-seumeletrodono soloestérilemovendo-seo outro sobreaáreadelevantamento. 8.4.4 Interpretação de anomalias de potencial espontâneo A interpretaçãode anomaliasSP é similar à interpretaçãomagnética porqueoscamposdedipoloestãoenvolvidosemambososcasos.Assim, é possívelcalcularas distribuiçõesde potencialao redor de corpos polarizadosde formas simples,como esferas,elipsoidese camadas inclinadas(Sundararajanet al., 1998),lançando-sehipótesessobrea distribuiçãodecargasobresuassuperfícies. A maior partedasinterpretações,entretanto,équalitativa.Assume-se queo mínimo deanomaliaocorrediretamentesobreo corpoanômalo, emborapossaestardeslocadomorro abaixo,em áreasde topografia íngreme.A meialarguradaanomaliaforneceumaestimativagrosseirada profundidade.A simetriaouassimetriadaanomaliaforneceinformações sobreaatitudedocorpo,comamaiorinclinaçãoeaextremidadepositiva daanomalialocalizando-sesobreo ladodomergulhoabaixo. O tipodesobrecargapodeterumefeito,pronunciadosobreapresençaou aausênciadeanomaliasSP.A areiatempoucoefeito,masumacobertura argilosapodemascararaanomaliaSP deum corposubjacente. O métodoSP édepequenaimportânciaemexploração.Istoporqueain- terpretaçãoquantitativaédifícileaprofundidadedepenetraçãoélimitada acercade30m. Entretanto,éum métodorápidoebarato,requerendo um equipamentodecamposimples.Consequentemente,podeserútil em um rápidoreconhecimentodeterrenoparadepósitosdemetaisbásicos, quandousadoemconjunçãocomtécnicasmagnéticas,eletromagnéticase geoquímicas.Temsidotambémusadoeminvestigaçõeshidrogeológicas (p.ex.Fournier,1989),emprospecçãogeotermal(Apostolopoulosetal., 1997)enadetecçãodegaleriasdedre,nagempreenchidaspor ar(Ogilvyet al.,1991). A Fig. 8.37mostrao perfil SP sobreum depósitodesulfetonaTurquia quecontémconcentraçõesdecobredeaté14%.A anomaliaSPénegativa 350 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO ;;- 405 oClJc::'m.•... oc:: oO-VIClJm -40 ·ü c::ClJ .•...oO-ClJ -80-o .':!1tõEo -120c:: <{ o 25m ! ! 180 150 E 120 Fig. 8.37AnomaliaSP sobreum corpodeminériodesulfetoemSariyer,Turquia.(BaseadoemYüngüI, 1954) etemumaamplitudedeuns 140mV.A topografiaíngremedeslocouo mínimodeanomaliamorroabaixoemrelaçãoà reallocalizaçãodo corpo deminério. Problemas 1. Usando-seo métodode imagenselétricas,obtenhaa relaçãoentrea resistividade aparente,o espaçamentoentreeletrodos,a espessurae a resistividadeda camada para uma SEV executada com um arranjo Schlumbergersobre uma interface horizontalúnicaentremeioscom resistividadesPl e P2. 2. Nas estaçõesA, B, C e D ao longo do perfil gravimétricomostradona Fig. 8.38, foi realizadauma SEV com um arranjoWenner,como lanço dispostoperpendicu- larmenteao perfil. As curvasde sondagemencontradas,mostradasna Fig. 8.39, eramsimilaresparaasestaçõesA e B e paraC e D. Umpoço próximoa A penetrou 3 m de aluvião,42 m de calcário e terminouemarenito.Uma perfilagemde poço (Cap. 11) forneceuos valoresde resistividade(PR) e densidade(PD) mostrados na tabelapara as litologiasencontradas. Unidade Aluvião Calcário Arenito PR (Q'm) 40 2.000 200 2,00 2,75 2,40 Uma linha sísmica de refra- ção próxima a D revelou 15m de aluvião, embora a natureza do embasamento subjacentenão pudesseser avaliada a partir da veloci- dadesísmica. '3' 10 .9 ... Q) 8:l O'> 6 6 o:J Q) <:l 4 .~ E 2o ~ O O 200 400 600 Distância (m) 800 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 351 1.000 A B C D- Fig. 8.38Perfil de anomaliagravimétricareferenteà Questão2, mostrandotambémas localizaçõesdasSEV paraA, B, C eD 1.000 800600 400 A, BÊ 200 g '" 100 C,D Cl. 80 6040 2010 2 46 8102040 6080100200 a(m) Fig. 8.39DadosdesondagemSEVWennerparaasestaçõesmostradasnaFig. 8.38 a) Interpreteos dados geofísicosde modo a fornecer uma seção geológica ao longo do perfil. b) Queoutrastécnicaspodemser usadaspara confirmarsua interpretação? c) Se um CST for executadoao longo do perfil, selecioneum espaçamentode eletrodos adequado para mapear o embasamentoe dê justificativas.Esboce a forma esperadado CST para ambos os caminhamentos,o longitudinal e o transversal. 3. Calcule a variação em resistividadeaparente ao longo de um perfil CST em ângulos retos, para um contato vertical falhado entre arenito e calcário, com resistividadesaparentesde 50 ohm m e 600 ohm m, respectivamente,para uma configuraçãoWenner.Qual seriao efeitosobreos perfisse o contatomergulhasse segundoumângulo menor? 352 I GEOFfsICA DE EXPLORAÇÃO 4. A Fig. 8.40 mostra um arranjo de resistividademeio-Schlumbergerem que o segundo eletrodo de correnteestá situado a uma grande distância dos outros eletrodos.Obtenha uma expressãopara a resistividadeaparente dessearranjo em termosdos espaçamentosde eletrodose da resistênciamedida. r L ~ ~~ C, P, Pz Fig. 8.40Configuraçãodeeletrodosmeio-Schlumberger.VerQuestão4 Os dados na tabela representammedidastomadascom um arranjo meio-Schlumbergerao longo de um perfil através de um terreno gnáissico perto de Kongsberg, Noruega.A meia-separaçãodo eletrodode potencialfoi mantida constanteem 40 m e o eletrodode correnteC1 foi fixado na origem do perfil de forma que, quando l (a meia-separaçãodo eletrodode corrente)aumentasse, seria aumentado um caminhamento. R representa a resistênciamedidapelo aparatode resistividade. Calculea resistividadeaparenteparacada leiturae trace um perfil ilustrandoos resultados. Sabe-seque nessa região o gnaisse pode apresentar-se altamente brechado. O CST dá alguma indicação de brechação? L (m) 30,2 53,8 80,9 95,1 106,0 120,0 143,8 168,4 179,6 205,1 229,3 244,0 R (Qm) 1.244,818 255,598 103,812 73,846 58,820 45,502 31,416 22,786 19,993 15,290 12,209 10,785 5. A tabela seguinte representaos resultadosde um levantamentoIP no domínio da frequênciade uma área de escudopré-cambriano.Utilizou-se um arranjo de dipolo duplo, com separação(x) de ambos os eletrodos,os de correntee os de potencial,mantidaconstanteem60 m.n refere-seao númerodeseparaçõesentre os pares de eletrodos,de correntee de potencial,e c, à distânciado centro do arranjoa partirda origemdo perfil,ondeos resultadossão lançados(Fig.8.41).As medidasforamtomadasusando-secorrentecontínuae umacorrentealternadade 10Hz. A tabela forneceas resistividadesaparentesPdc e Pue, respectivamente. a) Paracada ponto de medição,calculeo efeito percentualde frequência(PFE) e o parâmetrofator metálico(MF). b) Paraambos,PFE e MF,trace quatroperfis,paran =1, 2, 3 e 4. r x!: nx + x I ~;~ Fig. 8.41Configuraçãodeeletrodosdedipolo duplo.VerQuestão5 8 LEVANTAMENTO ELÉTRICO I 353 c) Construae contorneas pseudosseçõesde resistividadeaparenteDC, PFE e ME d) A áreaé cobertapor depósitosglaciaisaltamentecondutivosde 30 a 60 m de espessura.É possívelqueumamineralizaçãodesulfetomaciçoestejapresente no embasamento.Com essas ihformaçõesem mente,comentee interpreteos perfise as pseudosseçõesproduzidasem (B)e (C). n=1n=2n=3n=4 Pdc PacPdcPacPdcPacPdcPac c(m) (Qm)(Qm)(Qm)(Qm)(Qm)(Qm)(Qm)(Qm) O 49,849,6 101,5100,9 30 72,872,4 99,698,5 60 46,045,8 86,285,2 90 61,360,6 90,086,1 120 42,141,7 72,870,1 150 55,554,4 57,553,5 180 44,043,5 49,846,6 210 53,651,1 47,944,0 240 42,141,8 44,041,4 270 65,164,1 47,944,9 300 49,849,6 95,891,7 330 82,381,3 132,1129,4 360 51)51,3 114,9114,1 390 86,285,9 164,7164,0 420 49,849,6 120,7120,1 450 78,578,0 170,4169,7 6. Por queos métodoselétricosde exploraçãosão particularmenteapropriadospara investigaçõeshidrogeológicas?Descrevaoutrosmétodosgeofísicosquepoderiam ser usadosnessecontexto,justificandosuas aplicações. Leituras Adicionais Bertin,J. (1976)ExperimentalandTheoreticalAspectsofInducedPolarisation,Vols. 1and2.GebrüderBorntraeger,Berlin. Fink, J.B.,McAlister,E.O. & Wieduwilt.W.G. (eds.)(1990)InducedPolarization. ApplicationsandCaseHistories.SocietyofExplorationGeophysicists,Tulsa. Griffiths,D.H. &King,R.F.(1981)AppliedGeophysicsfor GeologistsandEngineers. Pergamon,Oxford. ' Habberjam, G.M. (1979)ApparentResistivityand the Use of SquareArray Techniques.GebrüderBorntraeger,Berlin. Keller,GV &Frischnecht,F.c. (1966)ElectricalMethodsin GeophysicalProspecting. Pergamon,Oxford. 354 I GEOFíSICA DE EXPLORAÇÃO Koefoed,O. (1968)TheApplicationoftheKernelFunetionin1nterpretingResistivity Measurements.GebrüderBorntraeger,Berlin. Koefoed,O. (1979)GeosoundingPrincipies,1- ResistivitySoundingMeasurements. EIsevier,Amsterdam. Kunetz,G. (1966)PrincipiesofDirectCurrentResistivityProspecting.Gebrüder Borntraeger,Berlin. Marshall,D.I. & Madden,T.R. (1959)Inducedpolarisation:astudyof itscauses. Geophysics,24,790-816. Milsom, I. (1989)FieldGeophysics.OpenUniversityPress,Milton Keynes. Parasnis,D.S.(1973)Mining Geophysics.EIsevier,Amsterdam. Parasnis,D.S.(1996)PrincipiesofAppliedGeophysics,5thedn.Chapman&Hall, London. Parkhomenko,E.I. (1967)ElectricalPropertiesofRocks.Plenum,NewYork. Sato,M. & Mooney,H.H. (1960)Theelectrochemicalmechanismof sulphideself potentials.Geophysics,25,226-49. Sumner,J.S. (1976)Principiesof1nducedPolarisationfor GeophysicalExploration. EIsevier,Amsterdam. Telford,W.M., Geldart,L.P. & Sheriff,R.E. (1990)AppliedGeophysics,2ndedn. CambridgeUniversityPress,Cambridge. Ward,S.H. (1987)Electricalmethodsin geophysicalprospecting.1n:Samis,c.G. & Henyey,T.L. (eds.),MethodsofExperimentalPhysics,Vol.24,PartB - Field Measurements,265-375.AcademicPress,Orlando. Levantamentoeletromagnético 9.1 Introdução Osmétodosdelevantamentoeletromagnético(EM) fazemusodaresposta dosoloà propagaçãodecamposeletromagnéticos,quesãocompostospor umaintensidadeelétricaalternadaepor umaforçademagnetização.Os camposeletromagnéticosprimáriospodemsergeradospelapassagem deumacorrentealternadaatravésdeumapequenabobinacompostade muitasvoltasdefio ou atravésdeumgrandeaneldecaboelétrico(loop). A respostadosoloéageraçãodecamposeletromagnéticossecundários,e essescamposresultantespodemserdetectadospelascorrentesalternadas queelesinduzemaofluirnumabobinareceptarapeloprocessodeindução eletromagnética. Fig. 9.1Princípio geraldo levantamentoeletromagnético CorrentesIp.arasitas Campo ® ,,,""d";o Condutor ! .' Campo EM primário I II Transmissor I • Recepto~ O campo eletromagnéticoprimano propaga-seda bobina transmissora para a bobina receptaravia trajetó- rias tanto acima quanto abaixo da superfície. Onde a subsuperfícieé homogênea,não há diferençaentre os camposse propagandoacimada superfíciee atravésdo solo, quenão sejauma levereduçãoem amplitude do último com respeitoao primeiro. Entretanto,napresençadeum corpo condutor,acomponentemagnéticado campoeletromagnéticoquepenetrao soloinduz correntesalternadas, ou correntesparasitas(eddycurrents),a fluir no condutor (Fig. 9.1). As correntesparasitasgeramseuspróprios camposeletromagnéticos secundários,quesepropagamatéo receptor.O receptor,então,responde à resultantedachegadadoscamposprimáriosesecundários,deformaque a respostadifereemfaseeemamplitudedarespostaaocampoprimário somente.Essasdiferençasentreoscamposeletromagnéticostransmitidoe 356 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO recebidorevelamapresençado condutoreforneceminformaçõessobre suageometriaesuaspropriedadeselétricas. A indução do fluxo decorrenteresultada componentemagnéticado campo eletromagnético.Consequentemente,não há necessidadede contatofísicodotransmissoroudoreceptorcomosolo.Oslevantamentos EM desuperfíciepodem,assim,serrealizadosmaisrapidamenteque oslevantamentoselétricos,nosquaisénecessárioo contatocomo solo. Ainda maisimportante,tantoo transmissorquantoo receptorpodem sermontadosnuma aeronaveou serrebocadospor ela.Os métodos eletromagnéticosaerotransportadossãolargamenteusadosnaprospecção decorposcondutivosdeminério (verSeção9.8). Todososcorposanômaloscomaltacondutividadeelétrica(verSeção8.2.2) produzemfortescamposeletromagnéticossecundários.Algunscorpos deminério contendomineraisquesão,elespróprios,isolantes,podem produzir campossecundáriossequantidadessuficientesdeum mineral acessóriocomumaaltacondutividadeestiverempresentes.Por exemplo, anomaliaseletromagnéticasobservadassobrecertosminériosdesulfeto resultamdaà presençadomineralcondutorpirrotitadistribuídoatravés detodoo corpodajazida. 9.2 Profundidadede penetraçãodos camposeletromagnéticos A profundidadedepenetraçãodeum campoeletromagnético(Spies, 1989)dependedesuafrequênciaedacondutividadeelétricado meio atravésdoqualelesepropaga.Oscamposeletromagnéticossãoatenuados durantesuapassagematravésdo solo,comsuaamplitudediminuindo exponencialmentecomaprofundidade.A profundidadedepenetração d podeserdefinidacomoaprofundidadenaqualaamplitudedocampo Ad é reduzidapor um fator e-I comparadacom sua amplitudede superfícieAo Nessecaso, Ad =Aoe-1 503,8 d= M EQ.9.1 EQ.9.2 com d emmetros,acondutividade()dosoloemSm-1eafrequênciaf do campoemHz. A profundidadedepenetração,assim,aumentaquandotantoafrequência do campoeletromagnéticoquantoacondutividadedo solodiminuem. Consequentemente,afrequênciausadaemumlevantamentoEM podeser ajustadaparaum intervalodesejadodeprofundidadeemqualquermeio particular.Por exemplo,emargilasglaciaisrelativamentesecascomuma condutividadede5 x 10-4 Sm-I, d écercade225m emumafrequência de 10kHz. A Eq.9.2representaumarelaçãoteórica.Empiricamente,podeserdefinida umaprofundidadedepenetraçãoefetivaZe querepresentaaprofundidade máximana qual um condutor pode se situar e aindaproduzir uma anomaliaeletromagnéticareconhecível Essarelaçãoéaproximada,já queapenetraçãodependedefatorescomo a naturezae a magnitudedos efeitosdevariaçõesem condutividade próximasàsuperfície,dageometriado condutoremsubsuperfícieedo ruído instrumental.A dependênciadaprofundidadedepenetraçãoem relaçãoà frequênciacolocacertoslimitesno métodoEM. Normalmente, frequênciasmuito baixassãodifíceisdegeraremedir e o máximode penetraçãoquesepodeobterédaordemde500m. EQ.9.3 100 Ze ~ VOi 9.3 Detecçãode camposeletromagnéticos Os camposeletromagnéticospodemsermapeadosdediversasmaneiras, amaissimplesdasquaisempregaumapequenabobinamóvel(bobina volante)consistindodeváriascentenasde espirasde aramede cobre enroladasnumaarmaçãocircularou retangularde0,5a 1m delargura. As extremidadesda bobina sãoconectadasa fonesde ouvido via um amplificador.A amplitudedavoltagemalternadainduzidana bobina por um campoeletromagnéticoéproporcionalà componentedo campo perpendicularaoplanodabobina.Consequentemente,a intensidadedo sinalnosfonesdeouvido atingeo máximoquandoo planodabobina fizerum ânguloretocomadireçãodachegadado campo.Umavezque o ouvido émaissensívelao sommínimo queao máximo,a bobinaé geralmentegiradaatéquesejaalcançadaumaposiçãonula.O planoda bobina,então,estaráposicionadonadireçãodo campoqueaatinge. 9.4 Métodos de ângulo de inclinação(tilt-angle) Quandosomenteum campoeletromagnéticoprimárioHp estápresente numabobinareceptora,umaleituranula éobtidaquandoo plano da bobinapermaneceparaleloàdireçãodo campo.Há um númeroinfinito dessasposiçõesnulasquando abobina é rotadaao redor de um eixo horizontalna direçãodo campo(Fig. 9.2).Em muitossistemasEM, o 358 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO Fig. 9.3A elipsedepolarizaçãoeo ângulode inclinaçãoe. Hp eHs representamoscampos eletromagnéticosprimárioesecundário campoinduzido secundárioHs jaz num planovertical. Uma vezqueambosos campos,primário esecundário, sãoalternados,ovetarcampototaldescreveumaelipse no planoverticalcomo tempo(Fig.9.3).O camporesul- tanteé,então,dito elipticamentepolarizado(elliptically polarized)no planovertical.Nessecaso,hásomenteuma posiçãonuladabobinavolante,istoé,ondeo planoda bobinacoincidecomo planodepolarização. Para bons condutores,pode ser demonstradoque a direçãodo eixo maior da elipsedepolarizaçãocorresponde,demodo razoavelmente preciso,àquelada resultantedasdireçõesdo campoeletromagnético primário esecundário.O desvioangulardesseeixocomahorizontalé conhecidocomoângulodeinclinação(tilt-angle) edo camporesultante(Fig.9.3).Há um número detécnicaseletromagnéticas- conhecidascomo métodosdeângulodeinclinação(tilt-angle)- oude ângulodemergulho(dip-angle)quesimplesmente medemvariaçõesespaciaisdesseângulo.O campo primário pode ser geradopor um transmissor fixo, que geralmenteconsistede uma grande bobinahorizontalouvertical,oupor um pequeno transmissormóvel. São feitos caminhamentos atravésdaáreadelevantamentonormaisàdireção geológica.Em cadaestação,a bobinavolanteé giradaao redordetrêseixosortogonaisatéque um sinalnulo sejaobtido,deformaqueo plano dabobinapermaneceno plano da elipsedepolarização.O ângulode inclinaçãopode,então,serdeterminadopelarotaçãodabobinaaoredor de um eixohorizontal em ângulosretoscom esseplano atéque um mínimo sejaencontrado. mÁ .':' +"' Qj> Hp Fig. 9.2A rotaçãode uma bobina volante ao redor de um ei.xocor- respondenteà direção das chega- dasdaradiaçãoeletromagnéticaHp, produzindoum númeroinfinito de posiçõesnulas 9.4.1 Métodos de ângulo de inclinação empregando transmissores locais No casodeumabobinatransmissoraverticalfixa,o campoprimário ê horizontal.Correntesparasitasdentrodeum condutoremsubsuperfície induzem,então,um campomagnéticocujaslinhasdeforçadescreveram CÍrculosconcêntricosaoredordafontedascorrentesparasitasque,assume- -se,localiza-seao longo da extremidadesuperior do corpo condutor (Fig. 9.4A).No lado do corpomaispróximo do transmissor,o campo resultanteinclina-sena direçãoascendente.A inclinaçãodiminui em direçãoaocorpoemergulhaparabaixo,no ladodo corpomaisdistante dotransmissor.O corpoestálocalizadodiretamenteabaixodopontode 9 LEVANTAMENTO ELETROMAGNÉTICO I 359 -20°- Superfície 0= inclínação P = primárío S =secundário R = resultante Superfície Fig. 9.4Perfis de ângulode inclinaçãoresultantesde bobinastransmissoras(A) verticale (B) horizontal. (BaseadoemParasnis,1973) cruzamentoondeo ângulodeinclinação é zero,já que aqui, ambosos campos, primário esecundário,sãohorizontais. Quandoo transmissorfixoéhorizontal,o campoprimárioévertical(Fig.9.4B)eo corpoestarálocalizadoondeainclinação for mínima. Um exemplodo uso de métodosdeângulodeinclinação(trans- missor vertical) na localizaçãode um corpo maciçode sulfetoé apresentado naFig.9.5. o I 100m I Afloramento de sulfeto maciço 1----- N A 50° O 50° Seo condutorestiverpróximoàsuperfí- Tran~issor I 1~c1i~açã~ I cie,tantoaamplitudequantoosgradien- Fig.9.5Exemplodelevantamentodeângulodeinclinação tesdoperfildeângulodeinclinaçãoserão usandoum transmissordebobinavertical(Baseadoem grandes.Essesvaloresdiminuem con- Parasnis,1973) formeaprofundidadedocondutoraumentaepodem,consequentemente, serusadosparaseobterestimativassemiquantitativasdaprofundidade 360 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO do condutor.Um condutorverticalproduziriaum perfil deângulode inclinaçãosimétrico,comiguaisgradientesemambososladosdo corpo. Ao diminuir ainclinaçãodo condutor,essesgradientesdiferenciam-se progressivamente.A assimetriado perfil deângulode inclinaçãopode, assim,serutilizadaparaseobterumaestirriativadomergulhodocondutor. Os métodosdeângulodeinclinaçãoqueempregamtransmissoresfixos vêmsendosubstituídospor arranjosemquetantoo transmissorquantoo receptorsãomóveis,osquaispodemfornecermuito maisinformação quantitativasobreos condutoresem subsuperfície.Entretanto,dois métodosdeângulodeinclinaçãoaindaemusocorrentesãoosmétodos de frequênciasmuito baixas (VLF) e de audiofrequênciado campo magnético(AFMAG), nenhumdelesnecessitandoaconstruçãodeum transmissorespecial. 9.4.2 O método VLF A fonteutilizadapelométodoVLF (VeryLow Frequency,ou frequência muito baixa) é a radiaçãoeletromagnéticageradana faixa de baixa frequênciade15-25kHz pelospoderosostransmissoresderádiousados em comunicaçãode longo alcancee sistemasde navegação.Existem no mundo várias estaçõesusando esseintervalo de frequênciaque transmitemcontinuamente,sejaumaondaportadoranãomoduladaou umaondacomcódigoMorse sobreposto.Taissinaispodemserusados para levantamentosa váriosmilharesdequilômetrosde distânciado transmissor. A grandesdistânciasdafonte,o campoeletromagnéticoéessencialmente planoehorizontal (Fig.9.6).A componenteelétricaE localiza-senum plano vertical e a componentemagnéticaH é normal à direçãode propagação,num plano horizontal.Um condutor que sealinhe com adireçãodo transmissorécortadopelovetormagnético,eascorrentes parasitasinduzidasproduzemum campoeletromagnéticosecundário. Condutorescujadireçãosejanormal à direçãodepropagaçãonão são cortadospelovetor magnéticodemodoefetivo. O receptorVLF básicoéum pequenodispositivoquepodesersegurado pelamãoequeincorporaduasantenasortogonais,asquaispodemser ajustadasàsfrequênciasespecíficasdostransmissores.A direçãodeum transmissorpodeserencontradapelarotaçãodabobinahorizontalao redordeum eixoverticalatéquesejaatingidaumaposiçãonula.Sobrea áreadelevantamento,então,são.feitoscaminhamentosemângulosretos comessadireção.O instrumentoégiradoaoredordeum eixohorizontal ortogonalaocaminhamentoeéregistradaainclinaçãoparaaposiçãonula. OsperfissãosimilaresnaformaàFig.9.4A,comocondutorlocalizando-se 9 LEVANTAMENTO ELETROMAGNÉTICO I 361 abaixodasposiçõesdeinclinaçãozero.VerHjelt etaI. (1985)parauma discussãodainterpretaçãodedadosVLF eBeamish(1998)paraummeio demodelagemtridimensionaldedadosVLF. Os instrumentosmodernostêmtrêsbobinas,comseuseL,{OSformando ângulosretos.Elespodem,assim,detectaro sinal,qualquerquesejaasua direção,e encontrara orientaçãonula eletrônicae automaticamente. Alguns instrumentosmedirão sinais de dois ou mais transmissores simultaneamente.Nessecaso,sãoescolhidostransmissorescujossinais cheguemnaáreadelevantamentoemazimutesbastantediferentes. O métodoVLF temasvantagensdeo equipamentodecamposerpequeno eleve,sendoconvenientementeoperadopor umapessoa,edenãohaver necessidadedeseinstalarum transmissor.Entretanto,paraumaáreade levantamentoemparticular,podenãohaverumtransmissorapropriado parafornecerumvetormagnéticoqueatravesseadireçãogeológica.Uma outra desvantagemé que a profundidadede penetraçãoé um pouco menordo queaqueseconseguepelosmétodosdeângulodeinclinação usando-seum transmissorlocal.O métodoVLF podeserutilizadoem levantamentosEM aerotransportados. 9.4.3 O método AFMAG O métodoAFMAG (Labsonetalo,1985)pode,demodosimilar,serusado emterraou no ar.A fonte,nessecaso,sãooscamposeletromagnéticos naturais geradospor tempestadesde raios conhecidoscomo sferics (abreviaçãodeatmospherics).Os sfericspropagam-seaoredordaTerra entreasuperfíciedosoloeaionosfera.Esseespaçoconstituium eficiente guia de onda eletromagnética,e a baixa atenuaçãosignificaque as tempestadesderaios,emqualquerlugardomundo,geramcontribuições efetivasparao campo,emqualquerponto.O campotambémpenetra Antena ; 1/ Campo VLF Direção de propagação Fig. 9.6PrincípiodométodoVLF. As linhaspontilhadasmostramum condutortabularalinhadonadireçãoda antena,queécortadapelovetarmagnéticodo campoeletromagnético 362 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO a subsuperfícieonde, na ausênciade corpos condutoreselétricos,é praticamentehorizontal.As fontessfericssãoaleatórias,demodoqueo sinalégeralmentedefaixalarga,entre1e 1.000Hz. Fig. 9.7 Princípio do receptorAFMAG: (A) condutor ausente;(B) condutorpresente ® o o receptorAFMAG diferedasbobinas convencionaisdeânguloinclinado,uma vezquevariaçõesaleatóriasnadireçãoe naintensidadedocampoprimáriofazem i:. o com quesejaimpossívelaidentificação de mínimos com uma única bobina. O receptor consistede duas bobinas ortogonais,cadaumadelasinclinadade 45°emrelaçãoàhorizontal(Fig.9.7).Na ausênciade um camposecundário,as componentesdo campoprimáriohorizontalperpendicularesàsbobinas sãoiguais,easubtraçãodesuassaídaséigualazero(Fig.9.7A). A presença deum condutorgeraum camposecundárioquecausadeflexãodocampo resultanteemrelaçãoàhorizontal(Fig.9.7B).As componentesdecampo ortogonaisàsduasbobinassão,então,desiguais,deformaqueasaída combinadanãoémaiszero,o queindicaapresençadeum condutor.A saídaforneceumamedidadainclinação. o Em terra,tantoosazimutesquantoasinclinaçõesdo campoeletromag- néticoresultantepodemserdeterminadosgirando-seabobinaaoredor de um eixovertical atéque um sinal máximo sejaobtido. Estessão convencionalmentedesenhadoscomo vetoresdemergulho.No ar,os azimutesnão podemserdeterminados,pois asbobinassãofixadasà aeronave,demodoquesuaorientaçãoécontroladapeladireçãodevoo. Consequentemente,somenteperturbaçõesdahorizontalsãomonitoradas aolongodaslinhasdevoo.O sinaldesaídaénormalmentepassadoatravés deum amplificadorsintonizadoemduasfrequências,decercade140e 500Hz. A comparaçãodasamplitudesdossinaisparaasduasfrequências forneceumaindicaçãodacondutividadedaestruturaanômala,já que podeserdemonstradoquearazãoentrearespostadebaixafrequênciaea respostadealtafrequênciaémaiorqueaunidadeparaumbomcondutor emenorqueaunidadeparaum maucondutor. O métodoAFMAG temavantagemdequeo intervalodefrequênciados camposeletromagnéticosnaturaisusadosestende-seauma ordemde magnitudemaisbaixado queaquepodeserartificialmenteproduzida, tornando exequíveisprofundidadesdeinvestigaçãodeváriascentenas demetros. 9 LEYANTAMENTO ELETROMAGNÉTICO I 363 9-5 Sistemasde mediçãode fase Os métodosde ângulode inclinação,como o VLF e o AFMAG, são largamenteempregados,umavezqueo equipamentoésimples,relati- vamentebaratoea técnicaérápidadeserempregada.Entretanto,eles fornecempoucainformaçãoquantitativasobreo condutor.Sistemasde levantamentoEM maissofisticadosmedemasrelaçõesdefaseeamplitude entreoscamposeletromagnéticosprimário,secundárioeresultante.Os váriostiposdesistemasdisponíveissãodiscutidosemMcCrackenetaI. (1986). • , , : 5 cos$ 271: -ie-- P 5 sen $ Fig. 9.8 (A) A diferençade fasee entreduasformas de onda;(B) Diagramavetorialilustrandoasrelaçõesdefase eamplitudeentreoscamposeletromagnéticosprimário, secundárioeresultante Um campoeletromagnéticoalternado pode serrepresentadopor uma onda 0 senoidalcomumcomprimentodeonda de271(360°)(Fig.9.8A).Quandouma ondaseatrasaemrelaçãoaoutra,diz-se queasondasestãofora defase.A dife- rençadefasepodeserrepresentadapor ® um ângulodefase8 correspondenteà separaçãoangulardasformasdeonda. As relaçõesdefasedeondaseletromag- néticaspodemserrepresentadassobre diagramasvetoriaisespeciaisemqueo comprimentodovetaréproporcionalà amplitudedocampoeo ângulomedido emsentidoanti-horário,dovetorprimá- rio parao vetarsecundário,representa o atrasoangulardefasedocamposecundárioemrelaçãoaoprimário. O campoprimário P propaga-sediretamentedo transmissorpara o receptoracimado soloenãosofremodificaçãoalémdeumapequena reduçãoemamplitude,causadapeloespalhamentogeométrico.Quando o campoprimáriopenetrano solo,suaamplitudeéreduzidaemgrande medida,maspermaneceemfasecomo primáriodesuperfície.O campo primárioinduzumavoltagemalternadanumcondutoremsubsuperfície comamesmafrequênciaqueo primário,mascomum atrasodefasede 71/2(90°),deacordocomasleisdeinduçãoeletromagnética.Issopode serrepresentadosobreo diagramavetorial(Fig.9.8B)por um vetor71/2 emsentidoanti-horárioemrelaçãoaP. As propriedadeselétricasdocondutorcausammaisum atrasodefasecj:J, ,h -) (271fl) 't'=tan -- r EQ.9.4 364 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO onde f é a frequênciado campo eletromagnético,l a indutânciado condutor(suatendênciadeopor-seaumamudançano campoaplicado) eT aresistênciadocondutor.Paraumbomcondutor,cj:>seaproximaráde 'lI/2,enquantoque,paraum maucondutor,cj:>seráquasezero. oefeitoresultanteéqueo camposecundárioS produzidopelocondutor se atrasaem relaçãoao campoprimário com um ângulo de fasede ('lI/2+cj:».O camporesultanteR pode,agora,serconstruído(Fig.9.8B). A projeçãodeS sobreo eixohorizontal(campoprimário)éSsencj:>eestá um ângulo'lIforadefasecomP. Issoéconhecidocomoacomponenteem fase(in-phasecomponent)ou componentereal(realcomponent)deS.A projeçãoverticaléScoscj:>,n/2 fora defasecomP, eéconhecidacomo acomponentefora defase,imagináriaoude(out-of-phase,imaginaryor quadraturecomponent). Instrumentosmodernossãocapazesdesepararo campoeletromagnético secundárioemsuascomponentesreal(Re) eimaginária(Im). Quanto maiorarazãoRelIm,melhoro condutor.Algunssistemas,principalmente aerotransportados,simplesmentemedemo ângulodefasecj:>. Os sistemasclássicosdemediçãodefaseempregavamuma fontefixa, geralmenteumabobinamuitograndedispostasobreosolo.Essessistemas incluemossistemastwo-frame,compensador(compensator)eturam.Eles aindaestãoemuso,massãomaiscanhestrosqueossistemasmodernos, emquetantoo transmissorquantoo receptorsãomóveis.Estesúltimos sãochamadosdesistemasdebobinagêmea(twin-coilsystem)ousistema slingram. ---30-100m ' Um típico equipamentode campo é mostradonaFig.9.9.As bobinastrans- missoraereceptaratêmporvoltade1m dediâmetroesão,emgeral,carregadas nahorizontal,emboradiferentesorien- taçõespossamserusadas.As bobinas sãoligadasporumcaboquecarregaum sinal de referência,ao mesmotempo quepermiteamanutençãodaseparaçãoentreasbobinasaumadistância quegeralmentevariaentre30me 100m. O transmissoréalimentado por um geradorAC portátil.A saídadabobinareceptorapassaatravésde um compensadoredeum decompositor(verabaixo).O equipamentoé primeiro lido sobreterrenoestéril,quandoo compensadoréajustado paraproduzirsaídazero.Por essemeio,o campoprimárioécompensado deformaqueo sistemasubsequentementerespondasomenteaoscampos Compensador + Gerador decompositor6 D-R,+lmCabo ~ Transmissor Receptor Fig. 9.9 Equipamento transmissor-receptormóvel de campoEM 9 LEVANTAMENTO ELETROMAGNÉTICO I 365 secundários.Consequentemente,taismétodosEM revelamapresençade corposdecondutividadeanômalasemfornecerinformaçõessobrevalores absolutosdecondutividade.Sobreaáreadelevantamento,o decompositor divideo camposecundárionascomponentesrealeimaginária,asquais sãogeralmenteapresentadascomoumaporcentagemdocampoprimário, cuja magnitudeé retransmitidavia cabo interconector.Em geral,os caminhamentossãoexecutadosperpendicularmenteàdireçãogeológicae asleituras,traçadasnopontomédiodosistema.A profundidademáxima dedetecçãoédecercademetadedaseparaçãotransmissor-receptor. otrabalhodecampoésimplese requeruma equipedesomentedois ou três operadores.O espaçamentoe a orientaçãodas bobinassão fatorescríticos,já queum pequenoerro percentualno espaçamento podeproduzirum erroapreciávelnamediçãodafase.Asbobinasdevem tambémsermantidasprecisamentena horizontal e coplanares,pois pequenasinclinaçõesrelativaspodem produzir erros substanciais.A precisãorequeridadoespaçamentoedaorientaçãoédifícildesermantida no casodegrandesespaçamentosousobreterrenosirregulares. A Fig.9.10mostraum perfilEM detransmissor-receptormóvelatravés deum condutorplanona áreadeKankberg,no norte daSuécia.Uma consequênciado sistemadebobinascoplanareshorizontaisempregado équeoscorposcondutoresproduzemanomaliasnegativasemambasas componentes,realeimaginária,comamplitudesmáximasimediatamente acimadocondutor.A assimetriadasanomaliasédiagnósticadainclinação do corpo,como gradientemáximolocalizando-seno ladodomergulho para baixo. Nessecaso, a alta razão componentereal/componente -- Real ............ Imaginário _-"'""''''''''' •••••••~~.''''•••i!!O•••!:<i.. ",,-,-,-,-.'''''' V· ----+,~;.....:;.~...-""""""""==~---~.....................Kr>;].....I~O%[-20% 5 Vulcânicas pré-cambrianas o I 100m I N Fig. 9.10Perfil transmissor-receptormóvelempregandobobinashorizontaiscoplanarescomumaseparação de60m eumafrequênciadeoperaçãode3,6kHz, naáreadeKankberg,nortedaSuécia.As componentesreale imagináriasãoexpressascomoporcentagensdocampoprimário. (BaseadoemParasnis,1973) 366 I GEOFÍSICA DE EXPLORAÇÃO imagináriasobreo corpodeminérioindicaapresençadeum condutor muitobom,enquantoumarazãomenoréobservadasobreumasequência defilitoscontendografitamaisaonorte. 9.6 Levantamentoeletromagnéticono domínio do tempo Fig. 9.11 A quantificaçãode uma respostadeclinante TDEM pelamediçãodesuaamplitudenumdeterminado número de canais (1-6), numa sequenciade tempo crescente(t'-6)'após o corte do campo primário. As amplitudesdas respostasnos diferentescanaissão registradasaolongodeumperfil t1 t2 t3 t4 ts t6 VA Um problemasignificativodemuitastécnicasdelevantamentoeletromag- néticoéqueumpequenocamposecundáriodevesermedidonapresença deum campoprimáriomuitomaior,comumaconsequentediminuição emprecisão.Esseproblemaésuperadonum levantamentoeletromagnético nodomíniodotempo(time-domainelectromagneticsurveying-TDEM), algumasvezeschamadodemétodoeletromagnéticodecampotransiente (transient-fieldEM) oupulsante(pulsed),usando-seum campoprimário quenãoécontínuo,masqueconsistedeumasériedepulsosseparados por períodosde inatividade.O campo secundárioinduzido pelo primário so- mente é medido durante o intervalo emqueo campoprimário estáausente. As correntesparasitasinduzidasnum condutoremsubsuperfícietendemase difundirparaocentrodocorpocondutor Tempo quandoocampoindutoréremovidoese dissipagradualmentepelaperdadecalor resistiva.Em corposaltamentecondu- tores,entretanto,ascorrentesparasitas circulamaoredordoslimitesdo corpo edecaemmaisdevagar.Medidasdataxa de decaimentodascorrentesparasitas declinantesfornecem,assim,ummeiodelocalizarcorposanomalamente condutorese de estimarsuacondutividade.A análisedo decaimento do camposecundárioéequivalentea analisara respostadeumaonda EM contínuaparaum determinadonúmerodefrequências.O TDEM, consequentemente,relaciona-sedomesmomodoàondaEM contínua, como,por exemplo,apolarizaçãoinduzida(IP) no domíniodotempofaz como domíniodafrequência.O INPUT® (Seção9.8.1)éum exemplo deum sistemaTDEM aerotransportado. Em levantamentosdesolo,o campoEM primáriopulsanteégeradopor umtransmissorquegeralmenteconsistedeumagrandebobinaretangular, com váriasdezenasdemetrosdelargura,queécolocadasobreo solo. A bobinatransrnissorapodetambémserusadacomoreceptor,ou uma segundabobinapodeserutilizadaparaessepropósito,tantonasuperfície do solo quantonum poço (Dyck & 'Nest,1984).O camposecundário transienteproduzidopelascorrentesparasitasdeclinantespodedurarde
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