Buscar

Displasia do Desenvolvimento do Quadril

Prévia do material em texto

Displasia do Desenvolvimento 
do Quadril
Hospital Regional de Taguatinga
Residência de Ortopedia e Traumatologia 
Orientador: Dr. Ricardo
Residente: Dr. Frederico Arruda– R2
Histórico
• Hipócrates 400 a.C foi o primeiro a descrever 
sobre luxações atraumáticas do quadril nas 
crianças.
• Em 1938, usou o nome displasia congênita do 
quadril;
• Em de 1992 as Sociedades Americanas e 
Européias de Ortopedia Pediátrica passaram a 
denominar as luxações e as displasias congênitas 
do quadril como DDQ
• No Brasil vive-se o problema da falta de 
diagnostico precoce e correto da displasia do 
desenvolvimento do quadril
• O prognóstico da DDQ é melhor quando 
tratada precocemente
• Faixa etária ideal e do RN aos 6m de idade;
Definição
• “Perda total da relação articular entre a 
cabeça femoral e o acetábulo ou apesar dessa 
relação mantida ela pode ser facilmente 
alterada, quadril luxável ou subluxável”
Epidemiologia
• Variação geográfica
– Brasil 5/1000
– Inglaterra 17/1000
– Suécia 12,9/1000
• Sexo
– Mais frequente nas meninas 4/1
• Etnia
– Branca 76%
– Parda 13%
– Negra 8%
– Amarela 2%
Epidemiologia
• Lado esquerdo mais acometido que o direito
• cerca de 60 % / 20 % ;
• Cerca de 20 % é bilateral
• Quando o envolvimento é bilateral o lado
esquerdo é afetado de forma mais grave que o
direito.
Epidemiologia
• Associação com deformidades:
• Torcicolo congênito: 20% apresentam DDQ
• Pé metatarso varo e pé plano varo: 10%
apresentam DDQ
Etiopatogenia
Fatores fisiológicos:
- Frouxidão ligamentar ;
- Alteração hormonal (estrogênio e relaxina )
nas mulheres ;
- Hiperfrouxidão familiar.
•Fatores mecânicos: 
•Pré- natal : 
•Apresentação pélvica ;
•Oligodrâmnios ;
•Primípara ;
•Recurvato congênito de joelho ; 
•Torcicolo muscular congênito ;
• Pós – natal : 
• Formas de vestir as crianças com mantas que 
forçam a posição de adução do quadril
• Uso de fraldas e cintas inadequadas 
• Fatores genéticos :
– Sexo feminino
– Ocorrência em gêmeos.
– Distribuição Geográfica
• Principais fatores de risco
Primeiro filho,
Sexo feminino,
Apresentação pélvica ,
História familiar
Deformidades ao nascimento 
Abdução difícil
Classificação
Instabilidade do quadril típica - Barlow
• Luxação
• Subluxação
• Quadril luxável
• Quadril subluxável
Classificação
Variantes da DDQ e suas características:
- (Quadril teratológico); luxação fixada que ocorreu no
período pré-natal e está muitas vezes associadas
com doenças neuro-musculares ( mielomeningocele
e agenesia lombo sacra ),artrogripose e deficiência
femoral proximal.
Diagnóstico
• Deve ser feito o mais precocemente
possível, pois dele dependerá o tipo de
tratamento.
• Deve ser realizado antes do terceiro mês
de vida, para se obter um tratamento com
bons resultados (96%).
Testes diagnósticos 
• Ortolani +
– Teste de redução do quadril 
– Criança em decúbito dorsal, quadris e joelhos em 
flexão de 90 graus, coxas em adução e rotação 
medial leve;
– Realizado movimento de abdução do quadril e 
uma leve rotação lateral da coxa, tem-se uma 
sensação de ressalto
– Após 2 meses o quadril pode não ser redutível
Testes diagnósticos 
• Barlow +
–Manobra de da luxação de um quadril instável
– Coxa é mantida em ângulo reto, com o tronco em 
adução forçada;
– É feito uma força pelo joelho da criança em direção 
vertical do quadril, com um esforço para deslocar a 
cabeça femoral, procura um sinal de pistonagem no 
quadril
Fêmur é mantido entre os dedos 
indicador e médio no trocanter maior e o 
polegar na região inguinal
A cabeça femoral pode ser alavancada 
para dentro e para fora da articulação 
confirmando a instabilidade
Diagnóstico
• Sinais Sugestivos
• Assimetria das dobras da coxa e das pregas 
poplíteas ;
• Encurtamento aparente do fêmur ;
• Assimetria das dobras inguinais ;
• Frouxidão de extensão do quadril e joelho 
Diagnóstico
• De 03 meses a 12 meses de idade 
– Sinal de Hart: limitação da abdução do MMII
afetado, coxa a 90� e joelhos em flexão total.
Diagnóstico
• Sinal de Galeazzi Positivo e assimetria de pregas
cutâneas
Nítida assimetria da coxa , dobras 
inguinais e pregas poplíteas
Diagnóstico
- Assimetria das pregas inguinais e glúteas ;
Diagnostico por imagem
• O Rx não é indicado de 
rotina no RN.
• Os pontos referenciais não 
são evidentes nessa faixa 
etária (Estrutura pélvica é 
cartilaginosa)
• Rx começa a ser útil a partir 
da 6 semana
• Ossificação da cabeça é 
visível a partir de 4-6 meses
• Índice acetabular: 
ângulo > 30 graus sugerem displasia.
• Atraso do aparecimento do núcleo de
ossificação da epífise femoral entre o 3 e o 6 mês
vida sugere DDQ.
Diagnostico por imagem
• Ultrassonografia
– Evidência as estruturas cartilaginosas
– É possível visualizar estruturas anatômicas que 
integram a articulação do quadril do RN aos 9 
meses de idade,além de poder quantificar e 
classificar seu comprometimento.
– Após maturação da ossificação femoral o Rx
oferece uma boa avaliação
Exame ultrassonográfico
Pontos de referência de Graf para medida do 
quadril:
- Devemos obter 2 ângulos ( alfa e beta ) a 
partir de 3 retas.
Ângulos:
•Alfa ou ângulo do teto
ósseo: formado pela
linha de base a linha do
teto ósseo.
•Reflete a profundidade
do acetábulo.
•Crianças normais = alfa
> 60 graus.
•Beta ou ângulo do
teto cartilaginoso:
formado pela linha de
base e a linha do teto
cartilaginoso.
•Indiretamente reflete
a posição da cabeça
femoral.
•Crianças normais =
Beta < 77 graus.
Tipo Descrição Alfa Beta Comentários Tratamento
I Quadril normal >60� <77� Estáveis , nunca se 
deslocam a menos que 
ocorram alterações 
biomecânicas
Nenhum
II Posição concêntrica
A Imaturidade fisiológica
( idade < 03 meses )
50 a 
60�
<77� Obs. até que 
seja tipo I 
B Ossificação retardada 
( idade > 03 meses )
50 a 
60�
<77� Avaliação 
ortopedista
C Posição concêntrica com 
acetábulo muito deficiente
43 a 
49�
<77� Avaliação 
ortopedista
D Subluxação 43 a 
49�
>77� Lábio invertido Necessário
III Luxação Baixa <43� >77� Teto ósseo deficiente: lábio 
invertido
Necessário
IV Luxação alta ----- >77� Acetábulo ósseo nivelado 
lábio interposto entre a 
cabeça e o íleo. 
Necessário
Classificação de Graf
Diagnostico por imagem
• Artrografia
– Evidência as estruturas 
cartilaginosas e as partes 
moles adjacentes
– Indicado para paciente 
com diagnostico tardio 
acima de 18 meses
– Há necessidade de injeção 
articular de contraste e de 
anestesia da criança
• Tomografia computadorizada
– Controle de redução 
–Medir o ângulo de anteversão acetabular
– Pode ser utilizado com uso de gesso
• RNM
– Estruturas ósseas e não ósseas
– Vários planos e controle de redução
– Necrose da cabeça
Tratamento
Deve levar em consideração a idade do 
paciente;
- Precocidade do tratamento
- Contato da cabeça femoral no acetábulo 
displásico
- Promover a estimulação e a reconstituição do 
acetábulo. 
Tratamento
• RN/ diagnostico precoce
– O tratamento é feito visado a redução da cabeça 
femoral na cavidade acetabular e sua manutenção 
até a estabilidade articular;
– Uso do suspensório de Pavlink
• Principio de redução em flexão evitando uma abdução 
forçada da articulação
• Pode ser usado do período de RN até 9 meses;
• Permanece usando de 6 a 8 semanas ou 2x 
idade
• Acompanhamento médico e orientações 
familiar semanal
•Flexão 90-100 graus e abdução não superior a 60 graus
•A excessiva flexão podecausar lesão do nervo femoral e a 
excessiva abdução pode causar osteonecrose.
•Acompanhamento semanal
•USG com 3 semanas
Tratamento
• Antes da marcha
– 3-6meses
– Tração previa
– Tenotomia percutânea dos 
músculos adutores do 
quadril
– Imobilização em gessado 
pelvicopodálico na posição 
humana de Salter - 6-8sem
– Órtese tipo Milgram por 
um período nunca inferior 
a 2 meses
• Aparelho na posição 
humana de Salter
– Flexão do quadril em 90 
graus e abdução entre 
50-60graus
– Troca do gesso 6-
8semanas
Tratamento
• Após inicio da Marcha
– período de deambulação,a maioria dos autores é 
favorável ao tratamento cirúrgico imediato.
– Artrografia pode ser realizada para diagnostico de 
estruturas que atrapalhem a redução
Osteotomia de Salter
• A osteotomia de Salter do osso inominado 
redireciona todo o acetábulo de modo que o 
seu teto “cubra” a cabeça do fêmur tanto 
anterior como superiormente.
Osteotomia de Salter
Obrigado

Continue navegando