Buscar

02 AULA EFEITOS DOS RECURSOS MATERIAL DE APOIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

MATERIAL DE APOIO 
Disciplina: Teoria Geral dos Recursos cíveis.
Professor: Luciano Péterson 
Aula: 
Data: 
_________________________________________________________________________________________
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO 
1 - Impedimento ao trânsito em julgado
2 - Efeito Suspensivo
3 - Efeito Obstativo
4 - Efeito Devolutivo
5 – Efeito Translativo
6 – Efeito Expansivo
7 – Efeito Substitutivo
TEORIA GERAL DOS RECURSOS CÍVEIS
       
INTRODUÇÃO AO NOVO CPC – LEI 13.105 DE MARÇO DE 2015.
1. - EFEITOS DOS RECURSOS
São efeitos dos recursos:
1 - Efeito Suspensivo
2 - Efeito Obstativo
3 - Efeito Devolutivo
4 – Efeito Translativo
5 – Efeito Expansivo
6 – Efeito Substitutivo
	A interposição de um recurso é ato processual capaz de gerar inúmeros efeitos diferentes. Enquanto alguns efeitos, como o efeito obstativo e o devolutivo, são inerentes a todos os recursos, os efeitos suspensivo, substitutivo e expansivo podem ou não ser configurados a depender do recurso e do caso concreto em questão.
	Ressaltamos também o efeito translativo, onde ainda não há posição mansa da doutrina em relação a sua existência para todos os recursos. Enquanto autores do porte de Fredie Didier se colocam no sentido de ser ele inerente a todos os recursos, Teresa Arruda Alvim Wambier, Bruno Dantas, Luiz Orione Neto e Nelson Nery Jr. afirmam que ele não subsiste (existe) nos recursos excepcionais. 
1. Impedimento ao trânsito em julgado
	A interposição do recurso impede o trânsito em julgado da decisão. O recurso prolonga o estado de litispendência, agora em nova instância.
	É importante lembrar, porém, que, de acordo com a concepção de Barbosa Moreira, já examinada, apenas os recursos admissíveis produzem efeitos e, portanto, apenas o recurso que for conhecido poderia impedir o trânsito em julgado; recurso não conhecido não impede o trânsito em julgado, de acordo com esse entendimento.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. "Reformatio in pejus". Direito processual civil (ensaios e pareceres). Rio de Janeiro: Borsoi, 1971, p.147-170.
2 - Efeito Suspensivo
	O efeito suspensivo é aquele que provoca o impedimento da produção imediata dos efeitos da decisão que se quer impugnar. 
	Barbosa Moreira assim se manifestou, demonstrando a equivocidade do termo (suspensivo): 
"Aliás, a expressão 'efeito suspensivo' é, de certo modo, equívoca, porque se presta a fazer supor que só com a interposição do recurso passem a ficar tolhidos os efeitos da decisão, como se até esse momento estivessem eles a manifestar-se normalmente.
	No direito brasileiro, todo recurso pode ter efeito suspensivo. Há os recursos que possuem efeito suspensivo automático, por determinação legal. 
	É o que acontece com a apelação (art. 1.012, CPC) e o recurso especial ou extraordinário interposto contra decisão que julga incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 987, § 1º, CPC).
	Mas a regra é a de que o recurso não possua efeito suspensivo automático por determinação legal (art. 995, CPC). Cabe ao recorrente pedir o efeito suspensivo ao relator do recurso, preenchido os pressupostos legais (art. 995, par. ún., CPC, p. ex.).
	Se a decisão contiver mais de um capitulo, é possível que o recurso tenha efeito suspensivo em relação a um e não tenha em relação a outro. 
	Basta pensar no caso de sentença que confirma tutela provisória parcial (art. 1.012, §1°, V, CPC); nesse caso, em relação à parte da sentença em que houve tutela provisória (art.1.013, §50, CPC), a apelação não terá efeito suspensivo automático; em relação a outra parte, terá.
Portanto, concluímos que pode ser obtido o efeito suspensivo, de duas formas distintas, a saber:
1 - Requerer ao tribunal, por petição simples, a concessão da suspensão da eficácia da sentença, quando o recurso de apelação ainda não tenha sido distribuído (§ 3º, inc. I, do art. 1.012) e, por fim,
2 - Após ter sido distribuída a apelação, requerer, também por meio de simples petição, nos termos do inc. II do § 3º do art. 1.012, ao relator, que defira a suspensão da decisão recorrida.
Exemplo Prático: Ação de Despejo onde o Juiz sentencia e determina que o réu desocupe o imóvel. Nesse caso cabe apelação. O réu (inquilino) apela e pede o efeito suspensivo até o julgamento do acórdão. Obs. Suspende apenas parte da decisão. 
3 - Efeito obstativo
	Este efeito refere-se à manutenção do estado de litispendência, ou seja, os recursos têm o poder de manter viva a relação processual. 
A litispendência se caracteriza através do ajuizamento de duas ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
	De maneira mais detalhada, este efeito dos recursos tem o condão de impedir que seja formada a preclusão máxima (a perda do direito de agir nos autos em face da perda da oportunidade), ou seja, a formação da coisa julgada formal, requisito essencial para a formação da coisa julgada material.
	O efeito obstativo está relacionado ao tema da preclusão temporal e à interposição do recurso.
 
	Segundo a doutrina, a interposição de qualquer recurso obsta a preclusão temporal e o trânsito em julgado da decisão, sendo este somente verificado com o julgamento definitivo do recurso. Então, conclui-se que, durante o processamento até o julgamento definitivo do recurso, não há que se falar em preclusão temporal, sendo por consequência afastado o trânsito em julgado e a coisa julgada material, extraindo assim o chamado efeito obstativo do recurso. 
	A princípio, este efeito poderia até parecer desnecessário, em face da concepção própria do que é recurso em nosso sistema processual, mas, conforme o magistério de Cassio Scarpinella Bueno:
“Não basta, assim, que se esteja diante de uma decisão jurisdicional que cause gravame a alguém. Para que a manifestação do prejudicado assuma foros recursais, é mister que seu inconformismo – a par, evidentemente, de outros tantos pressupostos amplamente estudados e sistematizados pela nossa doutrina sob o rótulo de “juízo de admissibilidade recursal” – manifeste-se na mesma relação processual.”
	Por fim, vale ressaltar que este efeito é inerente a todos os recursos do sistema processual brasileiro.
Conforme ressalta o douto processualista Cassio Scarpinella Bueno, outro importante desdobramento deste efeito seria o fato de que, embora o juízo de admissibilidade tenha caráter declaratório, este não iria retroagir no plano processual. Desta feita, resta claro que é suficiente para impedir a formação da coisa julgada.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO SEM ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO. INDEFERIMENTO DE PLANO DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA. AUSÊNCIA DE DEPÓSITO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS. DECRETAÇÃO DE PERDA DE PROVA PERICIAL. EFEITO OBSTATIVO DOS RECURSOS QUE IMPEDE A PRECLUSÃO DA MATÉRIA IMPUGNADA PENDENTE DE JULGAMENTO. REFORMA DA DECISÃO. 
O efeito obstativo, que é inerente a todo e qualquer recurso, impede a preclusão da matéria impugnada. Daí se extrai que apenas com o julgamento do agravo de instrumento, em que foi mantido o indeferimento da gratuidade judiciária, tornou-se exigível o pagamento dos honorários periciais. Julgado o recurso de agravo é de ser facultado ao Agravante o depósito dos honorários periciais. Reforma da decisão que decretou a perda da prova pericial. Conhecimento e provimento liminar do recurso.
(TJ-RJ - AI: 00640317320138190000 RJ 0064031-73.2013.8.19.0000, Relator: DES. ROGERIO DE OLIVEIRA SOUZA, Data de Julgamento: 12/12/2013, VIGÉSIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 10/02/2014 17:43)
4 - Efeito Devolutivo
	Entretanto, antes de falarmos do efeito devolutivo como é na atualidade, devemos voltar no tempo, para que possamos entender a origem do nome “efeito devolutivo”, uma vez que este efeito surgiu juntamente com os próprios recursos.
	Anteriormente à tripartição dos poderes, no período do procedimento extraordinário do direito romano, o poder absoluto,no caso o imperador concentrava todos os poderes em suas mãos. No entanto, seria inviável que este o exercesse de maneira adequada por si só, então várias tarefas eram delegadas a outros funcionários.
	No caso, o poder judiciário era delegado aos juízes, que deveriam decidir as causas, no entanto, assim como na atualidade, raramente alguém se sentia satisfeito quando a decisão era contrária aos seus interesses, então estes que se sentiam insatisfeitos suplicavam, apelavam para que o monarca pudesse revisar estes julgados. 
Resta salientar que já àquela época, havia os magistrados inferiores e os superiores, que exerciam o poder de julgar delegado pelo imperador.
	No entanto, este poder havia sido delegado aos juízes e, para que fosse possível a ele rejulgar tais causas, era necessário que tal poder fosse devolvido a ele e é exatamente deste ponto que tem origem o princípio devolutivo, pois ao rejulgar a causa, haveria a devolução do poder delegado. 
	Àquele período, o efeito devolutivo não trazia consigo a ideia da proibição da reformatio in pejus (reforma para pior, ou seja não é admissível que, ao julgar o recurso, o tribunal piore a condenação do recorrente, uma vez que se inadmitia que um órgão superior estivesse adstrito ao que julgou o inferior). 
	No entanto, esta noção, na atualidade, é entendida de maneira diversa, no sentido de que “não se concebe mais o efeito devolutivo com devolução da competência a órgão superior e tampouco se é possível falar no benefício comum ou, ainda, na permissão da reformatio in pejus”.
	Tanto é que no ordenamento jurídico atual não se entende mais este efeito como uma delegação a órgão superior, mas como uma fragmentação da competência funcional, relacionado à possibilidade de reexame de determinada decisão pelo judiciário, não necessariamente, por órgão superior, como é o caso dos embargos de declaração.
	É possível a afirmação que o efeito devolutivo é mera transposição do princípio dispositivo para a seara recursal, uma vez que irá direcionar a decisão do magistrado. 
	Assim como Calmon de Passos afirma que a petição inicial é considerada um projeto de sentença, por exemplo, a apelação seria um projeto de acórdão, uma vez que o órgão ad quem deve se ater aos argumentos e pedidos contidos nas razões da peça recursal, sob pena de julgar extra, ultra ou infra petita e, se o fizer, estará cometendo excesso de poder.
Recorribilidade das sentenças extra, ultra e citra petita. Resumo: O ordenamento jurídico pátrio consagrou o princípio da congruência, segundo o qual a decisão judicial deverá ter estrita relação com as pretensões do autor estabelecidas na inicial.
	Para demonstração do que se quer aqui afirmar, trazemos um exemplo: João entrou com uma ação ordinária contra Maria com pedido de danos morais e danos matérias. O juiz indeferiu ambos. João apelou apenas em relação ao capítulo referente aos danos morais.
	Chegando a apelação ao tribunal, em face do efeito devolutivo, o magistrado só poderá analisar esta parte da ação. Se o magistrado perceber que deveria haver também reforma da sentença no capítulo referente aos danos materiais, nada poderá fazer, sob pena de ofensa ao instituto da coisa julgada.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA QUE FOI DEFERIDA. APELAÇÃO RECEBIDA SOMENTE NO EFEITO DEVOLUTIVO. POSSIBILIDADE DE LESÃO. 
I - Conforme firme na jurisprudência deste Tribunal de Justiça, "excepcionalmente é possível a concessão de efeito suspensivo à apelação contra sentença que confirmar a antecipação dos efeitos da tutela, desde que a decisão recorrida seja capaz de gerar lesão grave de difícil reparação, ex vi do artigo 558, parágrafo único, do Código de Processo Civil" Precedentes do STJ: REsp nº 791.515/GO, Relatora Ministra Eliana Calmon, DJ 16/8/2007. II - No caso concreto vislumbra-se pelos documentos acostados nos presentes autos possibilidade de lesão à agravante se a apelação for recebida somente no efeito devolutivo. Ademais a sentença prolatada pelo juízo a quo, embora não traga expressamente que confirma a tutela antecipada, a torna definitiva. III - Agravo provido, para reformar a decisão examinada, e conceder efeito suspensivo e devolutivo ao apelo, excluindo o capítulo concedido em antecipação de tutela.
 
(TJ-MA - AI: 0599222015 MA 0010568-03.2015.8.10.0000, Relator: JOSÉ DE RIBAMAR CASTRO, Data de Julgamento: 15/03/2016, SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 16/03/2016)
	Logo, é necessário que o Tribunal se limite ao que o recorrente efetivamente impugnou em sede de recurso. No entanto, é importante a observação de que o recorrente de especificar os capítulos efetivamente impugnados, pois do contrário, considerar-se-á o recurso como total.
	Desta maneira, não é admissível o recurso interposto de forma genérica, no que alguns doutrinadores afirmam ser o princípio da dialeticidade.
	Este princípio tem, principalmente, duas razões de ser, que sejam possibilitar ao recorrente contrarrazoar de maneira adequada e, ao mesmo tempo, permitir que o juízo ad quem possa apreciar o mérito do recurso, uma vez que este será delimitado pelo próprio recorrente.
	Por fim, resta salientar que sequer é necessário que a matéria recursal coincida com o mérito da ação, uma vez que pode haver recurso em relação a uma questão processual. 
5 - Efeito Translativo
	Este efeito irá ocorrer em especial em relação às matérias de ordem pública, sobre as quais não se opera a preclusão e podem ser conhecidas ex officio. Podem elas serem conhecidas mesmo que não tenham sido alegadas em nenhum momento, constituindo uma verdadeira exceção ao princípio da proibição da reformatio in pejus.
	Também cabe ao tribunal analisar as questões não apreciadas na sentença de primeiro grau, conquanto tenham sido suscitadas e discutidas pelas partes, “independentemente de manifestação das partes, sob pena de incorrer em vício de omissão”.
	Sobre este ponto, trazemos o magistério de Ada Pellegrini:
”Por isso é que o brocardo latino tantum devolutum quantum appellatum (relativo à extensão do conhecimento), completa-se pelo acréscimo vel appellari debebat (relativo à profundidade).”
	Desta feita, conforme mencionado supra, serão transferidas ao tribunal tanto as questões cognoscíveis ex officio, mesmo que não trazidas pelas partes e as questões dispositivas, mesmo que não tenha havido referência na sentença de primeiro grau, embora tenham sido discutidas no processo.
6 - Efeito Expansivo
	Trata-se de uma importante nomenclatura doutrinária, que já apareceu em algumas provas de concurso para Magistratura.
	O efeito expansivo subjetivo ocorre na hipótese de litisconsórcio unitário e consiste na possibilidade de um recurso atingir determinado sujeito processual que não recorreu da decisão.
Obs. Em regra, a interposição do recurso produz efeitos apenas para o recorrente (princípio da personalidade do recurso).
Sobre este ponto, trazemos o magistério de Fredie Didier - Curso de Direito Processual Civil 3 - 2016:
Há casos, porém, em que o recurso interposto por uma parte produz efeitos em relação a outra.
a) O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses (art. 1.005, CPC). 
b) Convém lembrar, porém, que, por opção legislativa, o recurso interposto por um devedor solidário estende os seus efeitos aos demais, quando tratar de defesa comum (art. 1.005, par. Uri., CPC)
c) Os embargos de declaração interpostos por uma das partes interrompem o prazo para a interposição de outro recurso para ambas as partes, e não apenas para aquela que embargou (art. 1.026, caput, CPC).
d) A interposição de embargos de divergência no STJ interrompe, para ambas as partes, o prazo para a interposição de recurso extraordinário (art. 1.044, § 1º r, CPC).
7 - Efeito Substitutivo
	O efeito substitutivo do recurso consiste na substituição da decisão recorrida pela decisãodo recurso necessário, portanto, que o recurso seja, ao menos, conhecido, independente de ser dado ou não provimento, sendo conhecido opera-se o efeito substitutivo do recurso, pois, se houver reforma valerá o acórdão, se não houver reforma valerá a confirmação da sentença. Art. 1008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso.
MACETE JURÍDICO.
INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DOS PRAZOS.
Hoje iremos aprender, para nunca mais esquecer, a diferença entre suspensão e interrupção dos prazos.
Quando se fala em INTERRUPÇÃO devemos lembrar da palavra INTEIRO
Quando se fala em SUSPENSÃO devemos lembrar da palavra SOBRA
Interrupção = Inteiro
Suspensão = Sobra
Na INTERRUPÇÃO o prazo volta a contar por inteiro, ou seja, do zero, devolve ao interessado o prazo integral para a prática do ato processual. É como se o prazo nunca tivesse fluído. (Interposição de embargos de declaração)
Na SUSPENSÃO o prazo volta a fluir de onde parou. Conta o prazo que sobrou para completar o prazo. O prazo para a prática do ato será devolvido ao interessado pelo quanto faltava para seu término. (Férias forenses)
Dias úteis
	O Novo CPC estabelece que na contagem dos prazos fixados em dias computar-se-ão apenas os dias úteis, isto é, ficam excluídos da contagem os sábados, domingos e feriados (Novo CPC, art. 219). Nesse ponto, importante destacar que o referido dispositivo menciona apenas o “prazo em dias”, não fazendo referência aos prazos em geral, que, no Novo CPC, podem ser contados em meses e até mesmo em anos (a exemplo dos arts. 222 e 565, §1º, respectivamente). Dessa forma, a redação do dispositivo dá abertura a uma interpretação de que apenas os prazos fixados em dias serão contados nos dias úteis, sendo que os prazos estabelecidos em meses ou anos serão computados em dias corridos, assim como na regra do CPC/73.
	A esse respeito, cumpre evidenciar que, anteriormente, a existência de feriados apenas era relevante para o termo inicial e final do prazo. A partir de agora, diferentemente, mesmo os feriados ao longo do prazo influenciam na contagem e, consequentemente, na análise de tempestividade ou não de determinada manifestação processual. Nesse cenário, uma questão de relevância prática diz respeito aos feriados municipais. Os advogados devem ficar atentos para as peculiaridades de cada comarca e se certificar se determinado feriado se dá apenas na cidade em que se situa ou não. Caso a cidade do local de trabalho tenha um feriado municipal, os advogados devem ter em mente que o prazo continua a fluir normalmente em outras comarcas.

Continue navegando