Buscar

DIREITO ADMINISTRATIVO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO
ALEXANDRE SORMANI
1. INTRODUÇÃO E NOÇÕES BÁSICAS DA DISCIPLINA:[2: 	 1ª Aula (02 de fevereiro de 2016). 1º Bimestre.]
1.1. Diferença entre proprietário e administrador:
1.1.1. Propriedade: no direito, o proprietário pode USAR (explora a coisa e mantém as mesmas características), GOZAR (FRUIÇÃO) e DISPOR (alienar, vender, gravar sobre ônus) da coisa/bem. OBS.: fruição? Obter frutos.
	Pode-se definir o direito de propriedade como o poder jurídico atribuído a uma pessoa de usar, gozar e dispor de um bem, corpóreo ou incorpóreo, em sua plenitude e dentro dos limites estabelecidos na lei, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha.[3: 	 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro, volume 5: direito das coisas. 9ª ed. - São Paulo: Saraiva.]
1.1.2. Administrador: é aquele que usa da coisa para atender as determinações do proprietário. Fruição e a Disponibilidade somente com a autorização do mesmo.
O proprietário pode ou não autorizar que o administrador goze da coisa, ou pode ou não permitir que o mesmo a disponha.
Exemplo: administrador de uma Fazenda que possui alguns direitos em seu favor fornecidos pelo proprietário (para desempenhar suas funções, como no caso de compra de materiais e abate de animais.
CUIDADO: o administrador não possui poderes sobre a coisa sem a autorização do proprietário (mero detentor).
1.2. Administrador público: o administrador público não é proprietário do bem público, o mesmo pode usar do patrimônio desde que com autorização expressa.
O administrador público não é proprietário para atender as finalidades estabelecidas por quem é o dono do patrimônio. Não pode usufruir dos frutos deste patrimônio sem autorização do proprietário. De igual, não pode dispor do patrimônio sem autorização do proprietário.
1.2.1. Quem é o proprietário do patrimônio público? O público, ou seja, a sociedade, por meio de seus representantes eleitos (função pública = pólis).
As finalidades e os projetos para o uso do patrimônio público são estabelecidos pelo governo (não é a Administração), que é composta de representantes da sociedade em uma democracia. A autorização para fruição e disposição do patrimônio público é feita pelo legislativo (no âmbito de governo), que também é composto de representantes da sociedade.
#Seliga: a função de governo não se confunde com a administração pública, mesmo que ambas as funções sejam desempenhadas por uma mesma pessoa.
1.2.1.1. Governo e função política: é aquele que exerce função relevante para o Estado (num todo), estabelecendo diretrizes/caminhos ou metas (como planos plurianuais) para que o Estado se desenvolva. Exemplo: nomeação/exoneração de ministros, convocação do Congresso e declaração de guerra.
As funções de governo se derivam diretamente das normas constitucionais.
CUIDADO: o ato de governo não é ato normativo (abaixo das normas). O ato de governo observa a lei/CF (infranormativo).
1.2.1.2. Função administrativa: compreende atividades que também não inovam o ordenamento jurídico, apenas o executam. Atendem às diretrizes do Governo. Compreende o serviço público, a intervenção e o fomento da iniciativa privada e a polícia administrativa (três grandes grupos).
Logo, ambas estão abaixo da lei, sendo que o governo estabelece diretrizes (como se proprietário fosse) e a administração executa a norma infranormativa.
O administrador público somente pode desempenhar suas funções se determinadas por lei (vinculação obrigatória).
	Ao Direito Administrativo interessa o estudo da função administrativa, que “consiste no dever de o Estado, ou de quem aja em seu nome, dar cumprimento fiel, no caso concreto, aos comandos normativos, de maneira geral ou individual, para a realização dos fins públicos, sob o regime prevalente de direito público, por meio de atos e comportamentos controláveis internamente, bem como externamente pelo Legislativo (com auxílio do Tribunal de Contas), atos estes revisíveis pelo Judiciário” (FIGUEIREDO, 2008, p.34).[4: 	 PAVIONE, Lucas dos Santos. Direito Administrativo. In: CRISTINA, Flávia; FRABCESCHETm Júlio; PAVIONE, Lucas. (Org.) Exame da OAB: Todas as disciplinas – Volume Único. Salvador: JusPODIVM, 2015.]
2. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO:[5: 	 2ª Aula (16 de fevereiro de 2016). ]
2.1. Regime Jurídico: é um conjunto harmônico de regras e normas que regulam determinada atividade de interesse do Direito.
Quem dá a harmonia ao Direito Administrativo são os princípios jurídicos (comandos nucleares de um sistema = princípios fundamentais do Direito Administrativo).
Direito Administrativo é um regime jurídico (um conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado – Meirelles, H. L). 
OBS.: órgão (centro de função, ou seja, um poder que não detém de personalidade jurídica, como no caso de uma secretaria de governo), agente (aquele que comanda as entidades públicas) e atividade pública (aquela atividade que visa realizar as diretrizes do governo).
CUIDADO: entidades públicas? PJ's de direito público (ficção jurídica coordenada por pessoas físicas específicas de direito público). Exemplo: município, autarquias e empresas públicas.
Em resumo: o Direito Administrativo é um regime jurídico, pois é organizado sobre determinados valores (comandos nucleares do sistema).
	(…) a expressão regime jurídico-administrativo é reservada tão-somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o direito administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa.[6: 	 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo – 27ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.]
2.2. Classificação do Direito Administrativo:
2.2.1. Ramo do Direito Público (jus imperii): não é direito privado, ou seja, possui manifestação do poder soberano (de império) do Estado, como no caso do Direito Tributário, Direito Penal (persecução criminal) e Direito Processual.
CUIDADO: o Direito Administrativo pertence ao direito público interno (o seu alcance encontra-se nos limites do Estado brasileiro).
O Direito Administrativo se pauta basicamente em dois valores:
Valor = SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO (interesse público sobre o privado, ou seja, o coletivo sempre estará acima dos interesses particulares). OBS.: tecnicamente o patrimônio não é da Administração Pública, por isso o interesse coletivo deve sempre prevalecer). 
Valor = INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSES PÚBLICOS (os interesses públicos não podem ser dispostos; não podem ser entregues, grafados, alienados e abertos, pelo administrador público).
2.2.2. Interno (alcance no plano da soberania do Estado): nos limites do Estado brasileiro, ou seja, o Direito Administrativo não possui relevância e aplicação externa.
2.3. Princípios Jurídicos: são valores responsáveis para organizar as regras/leis/atos de Direito Administrativo. São consideradas como ferramentas conforme a necessidade do caso concreto, objetivando a finalidade do ato.
2.3.1. Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado: o interesse público sempre prevalecerá (preponderá) sobre os interesses privados (particulares). Decorre de valores do direito público.
O princípio possui duas características:
Autoexecutoriedade dos atos administrativos = permite a possibilidade de executar, por si, atos no interesse da Administração Pública, quando a lei autorizar ou em casos de urgência (não há necessidade de pleitear ao Poder Judiciário, a Administração Pública, por si só pode executar). 
Exemplo: embargo de obra que viole a legislação urbanística, revogação de permissão ou de autorização de atividades, desapropriação de imóveis, requisição de bens ou de serviços.
A título de curiosidade: a ação de desocupação irá apenas discutir os valores apontados como indenização,não a desocupação em si.
Autotutela dos atos administrativos = a Administração pode revogar os seus atos que não mais convém e pode anular aqueles que forem ilegais (por si só).
CUIDADO: pode a Administração inclusive anular o negócio jurídico que não atende os preceitos normativos. Exemplo: permissões e/ou concessões ilegais.
Obviamente, eventuais abusos podem ser corrigidos judicialmente (art. 5º, inc. XXXV, CF). Exemplo: requisição abusiva por parte da Administração Pública.
Exemplo de prevalência do interesse público sobre o privado: (i) rompimento de barragem com risco de inundação em uma cidade. A Administração municipal pode usar da propriedade particular para o escoamento de água = requisição (art. 5º, inc. XXV, CF); (ii) contratação, sem concurso público, de uma pessoa para trabalhar na Administração Pública em cargo efetivo. Pode a Administração anular a contratação por ser inválida (art. 37, inc. II, CF).
O princípio da supremacia do interesse público não é exclusivo do Direito Administrativo e está presente em toda a sociedade organizada (em que há manifestação do Estado).
Basicamente: a Administração Pública só tem poderes para fazer valer o instituto da Supremacia do Interesse Público.
O próximo princípio, embora também exista em outros regimes jurídicos, é “capital” (MELLO, Celso Antônio Bandeira de) para o Direito Administrativo.
2.3.2. Princípio da Legalidade (arts. 5º, inc. II, e 37 CF): decorre da indisponibilidade do interesse público = controle do Administrador pela Lei (ato normativo primário – abstrato, genérico). O referido princípio é diferente daquele aplicado aos particulares.
Em resumo: a Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei permite, seja de forma vinculada ou discricionária (opções restritas fornecidas pela legislação).
	Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite; no âmbito das relações entre particulares, o princípio aplicável é o da autonomia da vontade, que lhes permite fazer tudo o que a lei não proíbe.[7: 	 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo – 27ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.]
OBS.: o particular deve fazer o que a lei determina e pode fazer tudo que a lei não proíbe (princípio da autonomia da vontade). A Administração Pública só pode fazer o que lei DETERMINA.
2.3.3. Princípio da moralidade (art. 37 CF): o direito brasileiro diferencia moralidade de legalidade. Assim, é possível um ato ser lícito, mas imoral ao mesmo tempo (non omne quod licet honestum est = nem tudo o que é lícito, honesto é).
Inicialmente andava junto com o princípio da legalidade (há doutrinadores que não o consideram como princípio autônomo). No entanto, há uma ampliação da legislação tornando ilegais condutas antes apenas imorais (Exemplo: desvio de finalidade).
Exemplo: um administrador que desapropria um imóvel de seu adversário político para prejudicá-lo, seria uma conduta imoral, porém, esta hipótese está prevista – desapropriação. Isto acabou, pois a constituição não trata mais a moralidade como espécie de legalidade (art. 37).
CUIDADO: há uma ampliação da legislação tornando ilegais condutas antes apenas imorais (Exemplo: desvio de finalidade).
Acepções da palavra:
a) Moralidade como espécie de legalidade: não é mais aceita. Exemplo: art. 37, “caput”, CF.
b) Moralidade como a disciplina interna da Administração. Mas, o Judiciário pode fiscalizar a imoralidade administrativa. Exemplo: art. 5º, inc. LXXIII, CF.
Conclusão: é o combater a imoralidade. É também conhecido como o conceito de “boa Administração”, ou seja, o agente público deve agir de forma correta/moral/honesta/transparente.
2.3.3.1. Moralidade Administrativa: são valores éticos que decorrem dos princípios da lealdade e da boa-fé.
Ofendem a moralidade administrativa, os atos ofensivos à moral comum, à probidade (honestidade) administrativa e à disciplina ética da própria instituição.
Podem ser punidos por ofensa à moralidade, não só os agentes públicos, mas também os particulares que se relacionam com a Administração Pública (inclusive aqueles que se beneficiaram com o ato imoral).
Exemplo: licitantes que fazem conluio para fraudarem a licitação, combinando valores entre si; uso de dinheiro público para despesas pessoais (ofende tanto a legalidade, quanto a moralidade).
Exemplo de ato legal, mas imoral: município que desapropria imóveis residenciais de pessoas de baixa renda (modalidade de intervenção na propriedade privada), para a construção de um parque para espetáculos, desalojando-as das proximidades da cidade. Falta de lealdade com parte dos munícipes (os de baixa renda, atingidos por ato da Administração), embora lei permita.
	Em resumo, sempre que em matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa.[8: 	 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo – 27ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.]
2.3.4. Princípio da publicidade (arts. 5º, incs. XXXIII e XXXIV, “b”): requisito da eficácia e moralidade, pois é através da divulgação oficial dos atos da Administração Pública que ficam assegurados o seu cumprimento, observância e controle.[9: 	 3ª Aula (23 de fevereiro de 2016). ]
OBS.: se a Administração é pública, logo seus atos também devem ser públicos, objetivando fornecer o conhecimento aos particulares/cidadãos.
A publicidade é requisito da eficácia (com o intuito de que terceiros conheçam os atos) e moralidade (se é ou não moral).
O acesso será sobre assuntos de interesse próprio ou coletivo, nunca será sobre a vida de terceiros particulares. Exemplo: obras, receita investida e folha de pagamento de servidores públicos.
CUIDADO: deve ressalvar aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (não é perpetuo, possui prazo estabelecido em lei).
Advertência: certidões para situações de interesse pessoal? Cabível habeas data como remédio constitucional(art. 5º, LXXII, CF).
Em resumo: o sigilo deve ser expresso, pois é exceção (a regra é que o ato seja público). 
2.3.5. Princípio da Impessoalidade (art. 37, CF): o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não fazer distinções com base em critérios pessoais. Toda atividade da Administração Pública deve ser praticada tendo em vista a finalidade pública.
Basicamente: os atos administrativos não podem ser pessoais, ou seja, devem adotar critérios objetivos (não levar em conta o aspecto subjetivo; sem levar em consideração a pessoa interessada).
Exemplo: ofende a impessoalidade a desapropriação de um imóvel por ser amigo ou inimigo político do Administrador.
Alguns tratam do princípio da finalidade como distinto da impessoalidade. A finalidade diz com a prática do ato administrativo em concorrência com o fim legal. Já a impessoalidade diz com a adoção de critérios objetivos e não pessoais na prática do ato.
2.3.5.1. Impessoalidade: os critérios usados são os objetivos da Administração.
Exemplo: a realização de uma obra pública com a finalidade de aprimorar a saúde física da população, sendo que foi realizada a construção de uma academia ao livre atende a essa finalidade. Mas se a construção foi em um lugar para valorizar áreas residenciais de amigos políticos, ofende a impessoalidade.
2.3.5.2. Finalidade: quando o ato busca cumprir a finalidade da lei.
Exemplo: realização de uma obra pública com a finalidade de aprimorar a saúde física da população, sendo que foi realizada a construção de um teatro não atende a esta finalidade (desvio da finalidade). Mas não ofende necessariamente a impessoalidade.
2.3.6. Princípio da razoabilidade e da proporcionalidade: esses princípios têm valia para oscasos em que a lei dá ao administrador uma certa margem de opções na Administração. Exemplo: sanção administrativa.
Exemplo: poder discricionário (margem de escolha garantida por meio da lei).
OBS.: em sentido amplo são a mesma coisa.
2.3.6.1. Razoabilidade: condutas razoáveis = obedecer critérios aceitáveis do ponto de vista racional (necessidade e adequação do ato). O que é necessário? O ato é adequado?
Vide a necessidade e a adequação do ato. 
2.3.6.1.1. Critério: os atos administrativos devem ser razoáveis, isto é, se o critério utilizado for congruente com a situação. O ato é adequado? O ato é necessário?
a) Adequação: o ato administrativo deve ser efetivamente capaz de atingir os objetivos pretendidos.
b) Necessidade: o ato administrativo utilizado deve ser, de todos os meios existentes, o menos restritivo aos direitos individuais.
Exemplo 1: determinado funcionário público de ficha limpa e postura impecável deve se submeter a uma investigação por uma suspeita de falta administrativa? Sim, é razoável (mesmo sendo ficha limpa e com postura impecável).
Exemplo 2: é razoável que ele seja afastado durante a investigação, se a falta não tem nenhuma relação com as suas atuais atribuições? CASO: a falta diz com a fraude em concurso, hoje ele trabalha no atendimento público (sim, é razoável). 
2.3.6.2. Proporcionalidade: condutas praticadas na extensão e na intensidade proporcionais à finalidade pública (quantitativo). O ato é suficiente?
Vide se o ato é suficiente ou não. 
2.3.6.2.1. Em sentido estrito: deve haver uma proporção adequada entre os meios utilizados e os fins desejados. Proíbe não só o excesso (exagerada utilização de meios em relação ao objetivo almejado), mas também a insuficiência de proteção (os meios utilizados estão aquém do necessário para alcançar a finalidade do ato).
O mesmo servidor, caso culpado, a punição deve ser a mais grave ou a mais leve previstas em lei, se essa falta foi a única em sua linga carreira? Idem a dosimetria da pena no direito penal (analisar tanto o exagero e a insuficiência).
2.3.6.2.2. Proporcionalidade como ponderação: também é usado como critério exegético na ponderação entre o interesse público e o particular (equilíbrio entre a supremacia do interesse público e teoria das vontades do particular). Exemplo: Determinada empresa que é contratada para prestar serviços públicos (fornecimento de água potável). A Administração deixa de remunerar a empresa, mas proíbe que a empresa pare de fornecer água, em razão do princípio da continuidade do serviço público. Até quando é proporcionalmente admissível a prevalência do interesse público sobre o interesse da empresa (princípio da continuidade do serviço público)? Pode normalmente, conforme o caso concreto (não pode ser de maneira indefinida).
2.3.7. Princípio da eficiência (art. 37, CF; EC 19/98): é a obtenção do melhor resultado com o uso racional dos meios. Atualmente, na Administração Pública, a tendência é prevalência do controle de resultados sobre o controle de meios (obter o melhor resultado possível, com o menor custo).
CUIDADO: não constava no texto originário da CF, era tido como princípio implícito.
A eficiência é analisada pelo controle de resultado, ou seja, não importa mais o meio (o Judiciário pode quer saber sobre o meio, mas a Administração prevalece sobre o resultado).
2.3.7.1. Eficiência: ter efetividade (resultados concretos) com o uso racional dos meios disponíveis. Pelo princípio da eficiência, a Administração analisa os resultados (preponderância) e o uso dos meios.
Exemplo: o saneamento básico com tratamento e encanamento de esgoto é mais eficiente do que os mutirões contra a dengue? É mais eficiente, pois os mutirões são falhos (controle de resultado, não importa o controle do meio).
	QUESTÃO: Quando uma autoridade remove um servidor para localidade remota com o intuito de puni-lo.
(a) age dentro de suas atribuições;
(b) premia o interesse público em desprestígio do privado;
(c) está a cumprir a hierarquia funcional;
(d) ofende o princípio da finalidade.
OBS.: a remoção não é uma sanção prevista. Se usar uma conduta diferente da descrita será desvio de finalidade.
3. ENTIDADES, ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS. DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA (DECRETO-LEI 200/67):[10: 	 4ª Aula (1º de março de 2016). ]
3.1. Introdução:
3.1.1. Entidade: é a pessoa jurídica pública ou privada que desempenha as atividades administrativas (detém personalidade jurídica). Exemplo: entes federados, autarquias, fundações, serviços sociais autônomos.
OBS.: a prefeitura é um órgão, e o município é a entidade.
3.1.2. Órgão: é o elemento despersonalizado incumbido da realização das atividades da entidade a que pertence, através de seus agentes (faz parte da entidade). Exemplo: secretária e setor de obras (não possui personalidade jurídica do direito civil).
CUIDADO: não pode figurar no polo ativo/passivo de uma ação (não possui capacidade postulatória). 
OBS.: Mandado de Segurança? Pode sem problema nenhum (única exceção).
3.1.3. Agentes: são pessoas físicas que exercem a atividade pública (possuem personalidade jurídica normalmente). Exemplo: prefeito.
3.2. Entidades:
3.2.1. Classificação (art. 4º):
3.2.1.1. Administração Direta: que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios (Lei federal, e por questão se simetria, o mesmo raciocínio se aplica aos demais âmbitos do Poder Executivo).
3.2.1.2. Administração Indireta: que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria (descentralização):
a) Autarquias (comando, organização): é uma organização autônoma, ou seja, o serviço será desempenhada de forma separada da Administração Pública Direta. 
Em regra, as autarquias respondem diretamente por seus atos. Exemplo: Detran/SP, Der/SP, SPPREV e FAMEMA.
b) Empresas Públicas (paraestatais ou não): é o tipo de empresa cujo patrimônio é inteiramente público, ou seja, é a pessoa jurídica de direito privado, gerida com patrimônio público. Exemplo: CEF.
c) Sociedades de Economia Mista: é uma companhia, sendo que a maior parte do capital é público. Exemplo: BB e Petrobras. 
d) Fundações públicas: são entidades que possuem patrimônio próprio, destinado a uma finalidade específica. É diferente de associação (conjunto de pessoas que se associam em decorrência de direito comum).
OBS.: a Administração Pública Indireta não são entes políticos, e possuem personalidade jurídica.
CUIDADO (Maria Sylvia Zanella di Pietro): o legislador deixou de incluir, indevidamente, na Administração Indireta as concessionárias e permissionárias (ocorre descentralização de competências, mas não foram incluídas na letra da lei), e incluiu, indevidamente, na Administração Indireta as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividades econômicas, uma vez que somente ocorre descentralização quando o serviço realizado é público (são pessoas jurídicas de direito privado). 
3.2.2. Centralização e descentralização:
3.2.2.1. Competência administrativa centralizada na União, nos Estados, nos municípios e no Distrito Federal = Administração Pública Direta.
3.2.2.2. Competência administrativa descentralizada para outras pessoas jurídicas (delegação para outra pessoa) = Administração Pública Indireta.
CUIDADO: Descentralização (é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica) é diferente de desconcentração (é a distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica, observando as regras hierárquicas).
	Na centralização o Estado executa diretamente seus serviços e atividades administrativas, fazendo-o com seus próprios recursos e por meio de seus órgãos e agentes.
A descentralização representa o destacamento de determinado serviço público da Administração Pública Direta ou definição de setor de atividade econômica cuja exploração o Estado pretendapromover, para que sua execução ou atuação seja realizada de maneira descentralizada por uma entidade administrativa, com personalidade jurídica própria (...).[11: 	 PAVIONE, Lucas dos Santos. Direito Administrativo. In: CRISTINA, Flávia; FRABCESCHETm Júlio; PAVIONE, Lucas. (Org.) Exame da OAB: Todas as disciplinas – Volume Único. Salvador: JusPODIVM, 2015.]
3.2.2.3. Art. 10 (Decreto-Lei 200/67): a execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada (distribuída para outras pessoas jurídicas).
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais: 
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução: na verdade é desconsideração, pois a competência foi distribuída dentro da mesma pessoa jurídica).
b) da Administração Federal para a das unidades federadas (U/E/DF/M), quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio: como no caso de convênios firmados pela União com determinado Estado, para uma finalidade específica (acordos, cooperação).
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões: é caso de descentralização (outra pessoa jurídica).
3.2.2.4. Descentralização com a criação de pessoas jurídicas:
a) Pessoas jurídicas de direito público: INSS (autarquia) e FUNAI (fundação pública).
b) Pessoas jurídicas de direito privado: CEF (empresa pública) e Petrobras (sociedade de economia mista).
3.2.3. Traços distintivos entre as pessoas jurídicas de Direito Público e de Direito Privado:
	Regime jurídico pessoa privada:
	Regime jurídico pessoa pública:
	Origem na vontade do particular.
	Origem na vontade do Estado.
	Fim geralmente lucrativo.
	Fins não lucrativos.
	Finalidade de interesse particular.
	Finalidade de interesse coletivo.
	Liberdade de fixar, modificar, prosseguir ou deixar de prosseguir seus próprios fins.
	Ausência de liberdade na fixação ou modificação dos próprios fins e obrigação de cumprir os escopos.
	Liberdade de se extinguir.
	Impossibilidade de se extinguirem pela própria vontade.
	Sujeição a controle negativo do Estado ou a simples fiscalização (poder de polícia).
	Sujeição a controle positivo do Estado.
	Ausência de prerrogativas autoritárias.
	Prerrogativas autoritárias (geralmente).
A título de curiosidade: a União pode intervir na autarquia, com a finalidade de apurar se o ente está desempenhando todas as suas finalidades (intervenção ministerial).
Ocorre que, quando o Estado cria uma pessoa jurídica privada, ela aparece com praticamente todas as características indicadas para as pessoas públicas, em especial se for para realizar serviços públicos.
Assim, a regra é a derrogação parcial do direito privado por normas de direito público.
3.2.3.1. Modalidades de empresas estatais:
a) As que desempenham ATIVIDADE ECONÔMICA com base no art. 173, da CF (intervenção direta): regime jurídico de direito privado (a atividade-fim não é o serviço público propriamente dito, ou seja, o serviço desempenhado é privado). Exemplo: Banco do Brasil (SEM); Petrobrás (SEM); BNDES (EP, cuja atividade é o incentivo econômico); etc.
CUIDADO: são tratadas como se empresas privadas fossem (para fins trabalhistas, tributários, entre outros).
b) As que desempenham SERVIÇOS PÚBLICOS e se submetem ao art. 175, da CF (não diretamente na iniciativa privada): regime jurídico de direito público (presta serviço público). Exemplo: CORREIOS (EP); EMDURB (EP); SABESP (SEM); METRÔ SP (SEM); etc.
3.3. Criação das entidades da Administração Indireta (art. 37, inc. XIX, CF):[12: 	 5ª Aula (08 de março de 2016). ]
A LEI ORDINÁRIA ESPECÍFICA cria uma Autarquia, sendo que no caso de Fundação Pública/Sociedade de economia mista/Empresa pública o legislativo autoriza o Executivo que a cria por meio de DECRETO ou ATO normativo.
CUIDADO: lei complementar tratará da área de atuação da Fundação Pública.
OBS.: as autarquias só podem ser extintas por meio de lei ordinária específica, conforme sua criação (mesmo tipo normativo para extinguir, ou seja, aplicação do princípio da simetria). Entretanto, não precisa de lei para extinção de SEM, EP ou FP.
3.3.1. AUTARQUIAS: vem de auto (autônomo) e arquia (organização).
CUIDADO: uma autarquia não é subordinada hierarquicamente em relação ao ente que a criou, ou seja, é pessoa jurídica autônoma. 
A primeira autarquia criada no Brasil foi a CEF (atualmente transformada em empresa pública), instituída em 1861, portanto, pelo Governo Imperial. No entanto, controvérsias existem sobre a sua natureza jurídica.
O primeiro conceito legal de autarquia foi dado pelo Decreto-lei n. 6.016/43 que a definia como “o serviço estatal descentralizado, com personalidade de direito público, explícito ou implicitamente reconhecida por lei”.
3.3.1.1. Conceito (art. 5º, inc. I, Decreto-lei 200): “serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica [de direito público], patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”.
OBS.: o outro conceito é mais claro, concluía que a personalidade jurídica era de direito público. A doutrina concluiu que a personalidade jurídica do conceito previsto no Decreto-lei é de direito público, ou seja, por executar serviços públicos. Exemplo: INSS (entidade separada e autônoma, que não é subordinada hierarquicamente à União). 
CUIDADO: uma autarquia é criada com um serviço definido, ou seja, cria-se com um serviço já definido.
3.3.1.2. Características:
a) Criação e extinção por lei específica.
b) Personalidade jurídica pública.
c) Capacidade de autoadministração (e não propriamente autonomia, vez que não cria o próprio direito): não detém de competência política, ou seja, não pode fazer leis, não pode exercer jurisdição, e não pratica atos de governo.
O poder soberano não se divide, ou seja, os componentes não são independentes em uma república federativa (como no caso dos Estados-membros). OBS.: autonomia (autogoverno, autolegislação e autoadministração) para o direito constitucional é diferente da autonomia das Autarquias (autoadministra, não cria lei e nem exerce jurisdição).
CUIDADO: a descentralização será em relação às atividades administrativas, jamais serão politicas. 
d) Especialização dos fins ou atividades: não existe Autarquia genérica, no ato de criação são especificadas suas finalidades.
e) Sujeição a controle ou tutela da Administração Direta: controle positivo do Estado, ou seja, as Autarquias não são subordinadas hierarquicamente ao ente politico que a criou, sendo que este apenas fiscalizará seus serviços (intervenção ministerial). 
	Com esses dados, pode-se conceituar a autarquia como a pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei.[13: 	 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo – 27ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.]
3.3.1.3. Privilégios da Autarquia: nasce com privilégios administrativos (não políticos) da entidade política que a institui. Detém as vantagens tributárias e as prerrogativas processuais da Fazenda Pública. Exemplo: prazo em dobro para recorrer e quádruplo para contestar, isenção de impostos.
CUIDADO: Fazenda Pública? É a nomenclatura utilizada para os entes políticos em juízo. OBS.: Fazenda Nacional? Nomenclatura utilizada em relação aos impostos cobrados pela União.
Possuem imunidade de impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços vinculados (obrigatório a vinculação) às finalidades (art. 150, § 2º, CF).
Igualmente, possuem impenhorabilidade de seus bens imóveis (§§ do artigo 100, CF). Exemplo: não pode penhorar bens imóveis em caso de execução da entidade administrativa (será paga por meio de precatório ou RPV).As sentenças contrárias se submetem ao reexame necessário, ou seja, recurso de ofício (art. 475, CPC; art. 496, inc. I, NCPC). Exemplo: condenação de danos morais no importe de 100 salários-mínimos.
Por fim, os prazos processuais são especiais (art. 188, CPC; art. 183, NCPC). Exemplo: dobro para recorrer. 
3.3.1.4. Controle do Estado sobre a Autarquia: não é subordinada hierarquicamente.
A Administração Direta exerce o controle finalístico (não o hierárquico) das atividades da Autarquia. Não há hierarquia (em sentido estrito) entre a Administração Direta e a autárquica. 
a) Político: nomeação de dirigentes pelos entes políticos (Poder Executivo).
b) Administrativo: supervisão ministerial ou de órgão equivalente do Estado e do Município, além dos recursos administrativos internos e externos.
c) Financeiro (art. 71, inc. II, CF): apresentação das contas públicas junto ao Tribunal de Contas competente (como no caso dos entes da Administração Pública Direta).
3.3.1.5. Regime especial: maior autonomia, ou seja, atribui-se finalidades mais amplas, como a regulamentação e fiscalização de setores da economia, poder normativo, poder de polícia administrativa. Exemplo: Agências Reguladoras (ANEEL, ANATEL, ANVISA e outras), Conselhos Profissionais (COREN, CREDI, CREA, CRM, e outras).
CUIDADO: OAB? Não é autarquia, é entidade “sui generis”, ou seja, não se sujeita aos controles políticos, administrativos ou financeiros da Administração Direta, mesmo detendo das mesmas prerrogativas da Fazenda Públicas, sejam elas imunidades tributárias ou privilégios processuais (STF, ADIn n. 3.026/DF). Antigamente era considerada como Autarquia de regime especial. OBS.: execução de anuidade? Não é tributo, ou seja, não se submete à Lei 6.830/80.
Diminuir o controle político e administrativo (financeiro não, ou seja, sempre estará sob o controle do TCU). Exemplo: BACEN em que a nomeação do presidente e de diretores não é exclusiva do Executivo (art. 52, inc. III, “d”, CF). 
Basicamente: será de regime especial quando o controle estatal for reduzido, e quando as finalidades forem mais amplas (amplitude de suas funções).
3.3.2. FUNDAÇÕES:
Fundação = universidade de bens personalizada, em atenção ao fim, que lhe dá unidade. Se o patrimônio é público e a finalidade é pública, a FUNDAÇÃO É PÚBLICA, logo, a personalidade jurídica é de direito público.
Art. 5º, Decreto-lei 200/67: é pessoa jurídica de direito privado.
CUIDADO: não há posição absoluta sobre a natureza jurídica das Fundações Públicas.
OBS.: existem Fundações Públicas que foram criadas com bens particulares, sendo estar consideradas com personalidade jurídica de direito privado.
3.3.2.1. Qual a natureza de uma Fundação Pública? Depende do patrimônio, se público, será personalidade jurídica pública.
OBS.: as regras são praticamente as mesmas em relação às autarquias.
3.3.2.2. Semelhanças e diferenças entre Fundação Pública e Autarquias:
	
	AUTARQUIA
	FUNDAÇÃO PÚBLICA
	Natureza jurídica
	Pessoa jurídica de direito público.
	Há divergência doutrinária. Se o patrimônio é público, é pessoa jurídica de direito público.
	Criação
	Lei específica.
	Ato do Executivo autorizado por lei específica.
	Prerrogativas tributárias e processuais
	Equipara-se à Fazenda Pública.
	Equipara-se à Fazenda Pública.
	Finalidade
	Serviço autônomo descentralizado. Há especialização da atividade.
	Atividades voltadas à finalidade de interesse coletivo (cultural, educacional, social, etc), conforme a área de atuação definida por LC.
	Extinção
	Por lei.
	Por ato executivo, desde que autorizado por lei.
	Controle do Estado
	Positivo.
	Positivo.
Fundação? Patrimônio que se transforma em PJ. Autarquia? Serviço que se forma uma PJ.
3.3.3. EP, SEM, CONCESSIONÁRIA E PERMISSIONÁRIA:[14: 	 6ª Aula (15 de março de 2016). ]
3.3.3.1. Quadro comparativo:
	
	SEM
	EP
	CONCESSIONÁRIA
	PERMISSIONÁRIA
	Natureza Jurídica
	PJ de Direito Privada
	PJ de Direito Privada
	Em regra PJ de Direito Privado
	Em regra PJ de Direito Privado
	Vínculo com a Adm Pública
	Legal e Normativo (art. 37, inc. XIX). Criada pela Adm para executar serviço descentralizado
	Legal e Normativo (art. 37, inc. XIX). Criada pela Adm para executar serviço descentralizado
	Contrato (em regra). Pessoa criada sem a participação da Adm contratante.
	Ato. Pessoa criada sem a participação da Adm permitente.
	Estabilidade
	Estável
	Estável
	Estável na vigência do contrato
	Precário (A QUALQUER TEMPO PODE SER DESFEITO)
	Capital Social
	Público e Privado
	Público
	Em regra privado
	Em regra privado
3.3.3.2. EMPRESA PÚBLICA: o Estado pode constituir uma empresa, de capital público, para a prestação de serviços públicos. A empresa pode ser constituída sob qualquer modalidade empresarial (LTDA, Comandita Simples ou Por Ações, entre outras).
É uma pessoa jurídica de direito privado. Mas, quando realiza serviços públicos goza das prerrogativas de Direito Público necessárias para a prestação desse serviço.
Basicamente: é PJ de direito privado, cuja totalidade de seu patrimônio será publico (não precisa necessariamente ser da entidade política que a criou).
CUIDADO: geralmente o Estado cria uma empresa pública objetivando a intervenção no mercado econômico (exploração econômica, não prestação de serviço público descentralizado). Exemplo: CEF.
OBS.: no Brasil também são criadas EP para realizarem serviços públicos (equivocadamente), pois não há exploração econômica. Assim, esse tipo de EP goza das mesmas prerrogativas que a Fazenda. Exemplo: Correio.
3.3.3.2.1. Tipos de EP:
a) Empresa Pública prestadora de serviço público: segundo o STF, é o caso típico dos CORREIOS (RE 601.392, com repercussão geral, DJe 05-06-2013). A empresa pública deveria ser constituída para desempenho de atividades da iniciativa econômica, como forma de intervenção direta do Estado na economia. Os serviços públicos, quando descentralizados, deveriam ser entregues a uma Autarquia (mesmas prerrogativas da Fazenda).
Porém, as entidades políticas (U, E, M, DF) podem constituir uma empresa pública para serviços públicos. Não há vedação constitucional a isso.
b) Empresa pública voltada à atividade econômica: para isso deve observar o artigo 173, da CF. Não poderá ter, assim, privilégios não extensíveis ao setor privado, sob pena de concorrência desleal (igualdade em relação às demais PJ de direito privado). Ex: CEF e BNDES.
Requisitos da intervenção direta: a regra é que o Poder Público não participe da exploração econômica, sendo que ele atuará no setor quando ocorrer:
i. Relevante interesse coletivo; ou
ii. Imperativo de segurança nacional. Exemplo: criação de uma EP para proteger um determinado setor da economia.
3.3.3.3. SOCIEDADE DE ECONÔMICA MISTA: símile à empresa pública (igual, mesmas regras). Pode exercer serviço público, que gozará das mesmas prerrogativas processuais e tributárias da Fazenda (Exemplo: SABESP) ou explorar a atividade econômica (Exemplo: BB).
Diferenças:
a) Capital público e privado. Porém a parte pública tem que ser maior, no caso acima de 50% (se for apenas capital público, será EP).
b) Somente poderá ser constituída na forma de sociedade anônima (diferente da EP, que pode se constituir sob qualquer tipo societário).
3.3.3.3.1. Falência das empresas estatais/paraestatais: a SEM é uma empresa propriamente dita, no tocante à possibilidade de falência, existem quatro correntes.
a) Primeira corrente: não podem falir segundo a lei de falência (art. 2º, inc. I, da Lei 11.101/05).
Tratamento diferenciado às empresas estatais (art. 173, § 1º, inc. II, CF)? Em tese o referido inciso seria inconstitucional, pois fornece tratamento diferenciado em relação a outras PJ de direito privado que podem falir.
b) Segunda corrente: somente as que exploram a atividade econômica que podem falir (com exceção daquelas que prestam serviço público descentralizado).
As prestadoras de serviçopúblico não se sujeitam ao artigo 173, logo, o artigo 2º, inc. I da lei de falências somente se aplicam a elas. As que exploram a atividade econômica se sujeitam ao mesmo regime jurídico das empresas privadas.
Porém, como vai dispor do capital público para a massa falida, se o bem público é indisponível, pois é da sociedade e não da empresa? De fato seria um problema, pois não há previsão do procedimento que seria adotado pelo Administrador Judicial.
c) Terceiro corrente: somente as sociedades de economia mista que explorem a atividade econômica é que podem falir, se não houver outra restrição legal (como no caso de instituição financeira, que é liquidada extrajudicialmente).
Passaria para a massa apenas a parte do capital que é privada (arrecadado pelo Administrador Judicial).
d) Quarta corrente: o Estado assume a responsabilidade subsidiária pelas dívidas não pagas pela empresa estatal (art. 37 CF – princípio da moralidade).
Basicamente: não importa a falência em si, mas que em caso de prejuízos, os mesmos serão arcados pelo Poder Público.
3.3.3.4. CONCESSIONÁRIA: são Entidades, normalmente, de direito privado que recebem por meio de um contrato de concessão a execução de um serviço público mediante o pagamento de tarifa (preço público, ou seja, NÃO É TAXA!), sempre através de licitação (art. 175 CF). OBS.: a licitação é obrigatória, salvo excessos previstas.
CUIDADO: será necessário o contrato de concessão, quando o serviço for oneroso, ou seja, não gratuito, inclusive com estabilidade. Logo destina-se a serviços onerosos aos usuários e não gratuitos, com estabilidade compatível com o prazo contratual. Exemplo: Energia elétrica, manutenção de rodovias, etc.
CUIDADO: em regra o vínculo das Concessionárias com o Poder Público é realizado por meio de contrato. Entretanto, as vezes esse vínculo é realizado por meio de Lei específica (sem que crie a Concessionária, que fornece o prazo de validade).
3.3.3.4.1. Características:
a) A entidade concessionária não nasce com a concessão.
b) Necessidade de lei (geral) e de licitação (escolha); (atende ao princípio da moralidade e da impessoalidade).
c) Vínculo contratual – estável mas com prazo determinado (não há impedimento que se faça por lei a concessão).
d) Onerosidade (recomendável por tarifa e não por taxa).
e) O Poder concedente (Administração Pública Direta) continua com a possibilidade de explorar diretamente o serviço, se o interesse público determinar: a descentralização ocorre apenas em relação a execução do serviço público (titularidade é do Ente Público).
f) Ao término do contrato, reverte ao poder concedente os direitos e bens vinculados à prestação do serviço, conforme o pactuado (para a Administração Direta).
Se retomar antes do término do contrato, será o concessionário indenizado pelos investimentos e prejuízos.
3.3.3.5. PERMISSIONÁRIA: são Entidades, normalmente, de direito privado que recebem por meio de um ato unilateral de permissão a execução de um serviço público (precário) mediante o pagamento de tarifa (preço público), sempre através de licitação (art. 175 CF; previsão após a CF/88).
Destina-se a serviços onerosos, temporários, transitórios ou permanentes que exijam constantes modificações para acompanhar evolução técnica ou as variações do interesse coletivo (não cabe no caso de serviços estáveis).
Exemplo: Transporte coletivo (pode ser ônibus, táxi e metrô), abastecimento da população, etc.
3.3.3.5.1. Características:
a) A entidade permissionária não nasce com a permissão.
b) Necessidade de licitação (escolha): atende ao princípio da moralidade e da impessoalidade (não é necessário uma lie geral).
c) Ato de permissão é unilateral, discricionário e precário. Unilateral da Administração, pois pode ser rescindido sem a concordância do permissionário; Discricionário, já que compete à Administração avaliar a conveniência e oportunidade desse ato; Precário, pois não tem estabilidade (no Brasil a permissão costuma instituir prazo).
d) Onerosidade (recomendável por tarifa e não por taxa).
3.3.3.6. Exemplos:
 A Administração realiza um contrato de concessão para a exploração do fornecimento de energia elétrica pelo prazo de vinte anos. Antes do término do prazo, não pode a Administração resolver o contrato sem a concordância da concessionária (ato bilateral). Caso contrário, o concessionário tem direito a indenização.
 A Administração prática um ato unilateral de permissão para a exploração do serviço de abastecimento da população. Pode a permitente a qualquer tempo revogar a permissão. O permissionário não tem direito a indenização (regra), salvo, em casos excepcionais, se comprovar prejuízo significativo sofrido e a boa-fé (em razão do princípio de preservação da boa-fé).
4. ÓRGÃOS PÚBLICOS E AGENTE POLÍTICOS:[15: 	 7ª Aula (22 de março de 2016). ]
4.1. ÓRGÃOS PÚBLICOS: é o centro de poder ou de competência, inseridos na estrutura administrativa, a quem são cometidos funções determinadas. São integrados por agentes (pessoas físicas) que praticam a atividade administrativa em nome da entidade (pessoa jurídica).
CUIDADO: não possuem personalidade jurídica. Atuam em face da entidade que a criou. Exemplo: o ato administrativo praticado no âmbito do Gabinete do Prefeito é imputado ao Município. A responsabilidade é cobrada do Município ou, conforme o caso, também do agente público (art. 37, § 6º, CF), mas jamais do Gabinete do Prefeito (o Órgãos jamais).
Basicamente: são despersonalizados, ou seja, a atuação do órgão e a responsabilidade são imputadas à pessoa jurídica (entidade administrativa).
Responsabilidade? Como no caso de acidente de trânsito em decorrência de buraco na via pública, sendo cabível a responsabilização em face da Fazenda Pública Municipal(ente) ou do agente, se presente o dolo/culpa. OBS.: não cabe responsabilizar o Órgão (Secretária de Obras, como o caso).
4.1.1. Criação e extinção de Órgãos Públicos: sempre por meio de lei (cria/extingue o Órgão, atribui suas funções, bem como a criação dos respectivos cargos), sendo que caberá ao Executivo regulamentar o respectivo Órgão.
Art. 48, inc. XI, da CF – Compete ao Congresso Nacional a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. Depende, portanto, de lei. Por questão de simetria, os Estados e os Municípios somente podem criar e extinguir órgãos por lei (estadual e municipal respectivamente).
A estruturação, a divisão de atribuições e de atividades é processada por decreto, desde que não se crie despesa nova e não haja criação/extinção (Art. 84, VI, a CF):
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (mero Decreto do Poder Executivo).
CUIDADO: no caso de despesas (dinheiro), a Administração só poderá dispor em face de lei (Poder Legislativo).
4.1.2. Características dos Órgãos Públicos:
a) Não estão sujeitos a direitos e obrigações: por ser um centro de poder, e não possui personalidade jurídica.
b) Não são titulares jurídicos dos atos praticados (a titularidade é da entidade): o sujeito do ato praticado não é o Órgão.
c) Figuram na estrutura hierárquica: por serem inseridos na estrutura Administrativo. Exemplo: recurso hierárquico, ou seja, cabe ao supervisor rever o ato de seu subordinado.
d) A entidade representa o todo: o Órgão parte desse todo (responde a entidade).
Exceção: remédios constitucionais, como no caso de MS, cuja autoridade coatora poderá ser o chefe do Órgão/funcionário; o Órgão pode em algumas hipóteses ser o titular do polo ativo da ação (como no caso de MS).
Interessante: funcionário identificado? Pode o prejudicado propor a ação contro o particular ou contra a Administração Pública (mais fácil).
4.1.3. Classificação dos Órgãos Públicos:
Quanto ao ente federativo: federais, estaduais, distritais ou municipais;
Quanto à estrutura hierárquica: diretivos (envolve função de comando), subordinados (funçãode execução). OBS.: órgão intermediário? Ambos.
Quanto à composição: singulares (integrado por um único agente que lá trabalha) e coletivos (integrado por vários agentes).
Coletivo:
a) Órgão de representação unitária: a exteriorização da vontade do dirigente do órgão é suficiente para consubstanciar a vontade do órgão. Exemplo: Secretaria de Obras (embora existam vários agentes, a opinião do Secretário é que prevalece).
b) Órgão de representação plúrima ou órgãos colegiados: a exteriorização da vontade do órgão emana da unanimidade ou da maioria das vontades dos agentes que o integram, normalmente através de votação (no todo). Exemplo: Câmara de Vereadores, Senado Federal, Tribunal de Impostos e Taxas, etc.
4.2. AGENTE PÚBLICO: Agente Público é a Pessoa Física (detém personalidade jurídica, ou seja, é titular de direitos, deveres, obrigações e garantias).
a) Agentes políticos = integram o Governo (manifesta as diretrizes do Estado, bem como pela vontade política) e a organização política do país, incumbidos de ações que consubstanciam a vontade política do Estado. Exercem função pública de governo. Exemplo: Presidente, Vice, Deputados, Senadores, etc (representantes do Executivo e do Legislativo). 
CUIDADO: a doutrina majoritária não admite a presença dos membros do Judiciário como agentes políticos.
b) Agentes administrativos = integram a Administração Pública (princípio da hierarquia, ou seja, compõe os Órgãos Públicos) e desempenham função pública (administrativa) para a execução das diretrizes governamentais (estabelecidas pelos Agentes políticos), com ou sem vínculo profissional com a Administração. Exemplo: Servidores Públicos Civis e Militares, Voluntários (Agentes de colaboração), Agentes temporários (art. 37, inc. IX, CF), etc.
OBS.: função (atribuição pública prevista em lei, que fornece a característica do agente como agente político/administrativo) e cargo/emprego público (vínculo com a Administração, o primeiro vinculado por meio de Estatuto e o segundo por vínculo celetista).
	Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (...)
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
	CONCLUSÃO DOS INCISOS ANTERIORES:
Função pública, cargo e emprego são coisas distintas. Pode haver função pública sem cargo ou emprego, mas não pode haver cargo e emprego sem função. OBS.: para acesso à função pública (sem cargo ou emprego) não precisa de concurso. Mas para cargo ou emprego precisa, salvo os de comissão (de confiança, ou seja, de livre nomeação e exoneração, salvo quando apresenta motivo para exoneração = Teoria dos Motivos Determinantes).
Os agentes temporários (art. 37, inc. IX, CF) que não necessitam de concurso – às vezes de simples processo seletivo – corresponde a função pública, sem cargo ou emprego. Tem entendimento que considera o vínculo do temporário de emprego público, daí seria necessário o concurso. Para o verdadeiro temporário o vínculo é eventual e temporário com a Administração. Prazo sempre determinado (sem renovação). Exemplo: Recenseadores do IBGE, Agentes temporários de vigilância sanitária, etc. (Diferente a situação do art. 198, §§ 4º e 5º, CF).
Os agentes de colaboração (como estagiários, voluntários, mesários, etc.) exercem função pública desprovidos de cargo. Não tem vínculo profissional com a administração e não necessitam de concurso público. Quando houver dispêndio de dinheiro público, cabe processo seletivo por conta da moralidade e da impessoalidade administrativa (exemplo: Estágio remunerado).
5. ATO ADMINISTRATIVO:[16: 	 8ª Aula (29 de março de 2016). ]
5.1. Introdução:
ATO: manifestação de vontade. Derivado do latim actus, de agere (levar, conduzir), tem o sentido de indicar de modo geral, toda ação resultante da manifestação da vontade ou promovida pela vontade da pessoa. É tudo que acontece pela vontade de alguém (Vocabulário Jurídico, De Plácido e Silva, Volume I, 12.ª edição).
Em direito civil distingue-se de fato, esse como evento da natureza, sem manifestação volitiva de um sujeito.
5.2. Conceito:
a) Critério subjetivo/orgânico ou formal: ato administrativo é o que ditam os órgãos do Executivo na Administração (confunde com atos da administração). 
CUIDADO: esse critério é adotado por parte da doutrina, mais não é o mais técnico exemplificado.
b) Critério objetivo/funcional ou material: ato administrativo é somente aquele praticado no exercício concreto da função administrativa, seja ele editado pelos órgãos do executivo ou pelos órgãos judiciais e legislativos (podem estar presentes nos três órgãos de poder).
Assim, nem sempre qualquer ato praticado pela Administração Pública que será “Ato Administrativo”, ou seja, somente serão aqueles praticados na função administrativa.
OBS.: atos da administração são diferentes dos atos administrativos.
5.3. Elementos dos atos administrativos: competência ou sujeito (sempre estará vinculado na lei, sob pena de ser considerado inválido), finalidade (vinculado na lei), forma (vinculado na lei), motivo (a lei pode permitir escolha, desde que assim tenha sido escolhido pelo legislador) e objeto (a lei pode permitir escolha, ressalvado previsão em contrário).
Requisitos? Pressupostos de validade (todo ato administrativo terá esses cinco elementos.
Juízo discricionário (≠ de ato arbitrário, que é ilícito/ilegal, por ausência do cumprimento dos requisitos previstos na norma)? Permite margem de escolha do Administrador no tocante ao motivo e objeto do ato administrativo, por meio de análise da conveniência e oportunidade (a lei fornece a escolha, por isso não é ilegal o ato praticado). OBS.: não discricionariedade na competência, finalidade ou forma.
Exemplo: nomeação do Lula para Ministro de Estado, considerado como ilegal, pois atentou contra a finalidade (foro privilegiado em vez de auxiliar na administração do país). 
CUIDADO: atos vinculados (sem margem de escolha, a lei estabelece os cinco requisitos, como no caso de direitos subjetivos do administrado, ou seja, aposentadoria) e atos discricionários (a lei fornece Juízo discricionário quanto ao motivo e objetivo).
5.3.1. Competência: diz quem tem competência para a prática do ato. A competência é sempre definida em lei (ato normativo primário, pode ser qualquer tipo de norma) e a lei utiliza critérios como matéria (assunto), hierarquia, território, etc.
Exemplo: a Constituição atribui ao Município a prática de atos de interesse territorial local, como a concessão de alvará para construção de obra no município.
5.3.1.1. Competência: Conjunto de poderes que a lei confere aos agentes públicos para que exerçam suas funções com eficiência e assim assegurem o interesse público.
Nenhum ato será válido se não for executado por autoridade legalmente competente. É requisito de ordem pública, ou seja, não pode ser derrogado pelos interessados nem pela administração. Pode, no entanto, ser delegada (transferência de funções de um sujeito, normalmente para outro hierarquicamente inferior) e avocada (órgão superior atrai para si a competência para cumprir determinado ato atribuído a outro inferior). Se a competência for, legalmente, exclusiva de certo órgão ou agente, não poderá ser delegada ou avocada.Exemplo: art. 13 da Lei 9.784 de 1999.
5.3.1.2. Características:
a) Irrenunciabilidade: a competência é irrenunciável (art. 11 da Lei 9.784 de 1999), ou seja, não “abrir mão”, salvo no caso de delegação (transfere o exercício, sem abrir mão da competência, como no caso do diretor do foro na Justiça Federal que delega alguns atos à juízes federais das subseções) e avocação (trás para si as atribuições de um subordinado).
CUIDADO: delegação ou avocação não retira/trás a competência, apenas o seu exercício.
Indelegável? Competência exclusiva, decisão de recursos administrativos e atividade legiferante (caráter normativo).
b) Inderrogabilidade: a competência não pode ser derrogada (não comporta convenção entre os interessados), isto é, a modificação de seu conteúdo ou titularidade não pode ser operada por mero acordo de vontades entre particulares e/ou agentes públicos. Trata-se de uma característica de caráter absoluto.
c) Improrrogabilidade: veda-se aos agentes públicos que atuem além da lei, ou seja, além das competências previstas em lei (não pode ultrapassar/estender, deve agir conforme o previsto pela norma).
d) Imprescritibilidade: as competências devem ser exercidas a qualquer tempo, enquanto puder praticar o ato. O agente público é obrigado a exercer suas competências a qualquer tempo, salvo nas hipóteses a que a lei estabelece prazos de prescrição para a Administração.
Importante: os atos praticados podem prescrever (5 anos). Enquanto que a competência será imprescritível.
Exemplo: o auditor tem a competência para praticar a autuação. Não é porque ele demorou que ele perde a competência. Enquanto o ato for possível de ser praticado, a competência do auditor permanece.
OBS.: nos casos de avocação ou de delegação, o que se transfere é o exercício da competência e não a titularidade.
5.3.2. Finalidade: deve sempre ser o interesse público. É o objetivo que a administração pretende alcançar com a prática do ato administrativo, sendo aquela que a lei institui explícita ou implicitamente, não sendo cabível que o administrador a substitua por outra, sob pena de desvio de finalidade.
A finalidade deve ser sempre o interesse público e a finalidade específica prevista em lei para aquele ato da administração. É nulo qualquer ato praticado visando exclusivamente ao interesse privado, no entanto é válido o ato visando ao interesse privado (desde que, cumulativamente, ele vise também ao interesse público), desde que previsto em lei. 
Exemplo: permissão administrativa de linha de ônibus para particular (interessa também ao Particular).
CUIDADO: desvio de finalidade? Não observância da finalidade pelo administrador ao confeccionar um ato administrativo (a finalidade pode, inclusive ser além do interesse público). Se o interesse for apenas privado, haverá desvio de finalidade.
5.3.3. Forma: é o revestimento exteriorizador do ato administrativo. Todo ato administrativo é, em princípio, formal (como o ato se apresenta no mundo jurídico). Em sentido amplo, a forma é o procedimento previsto em lei para a prática do ato administrativo. Em sentido estrito, refere-se ao conjunto de requisitos formais que devem estar presentes no ato administrativo (não há que se falar em formalidade).
Exemplos = Forma escrita: o alvará deve ser exteriorizado de forma escrita; Forma verbal: ordem legal dirigida a subordinado para a prática de atividades condizentes com a sua função.
O descumprimento da forma, gera a nulidade do ato.
5.3.4. Motivo ou causa: é a situação de direito ou de fato que autoriza ou determina a realização do ato administrativo, podendo ser expresso em lei (atos vinculados) ou advir do critério do administrador (ato discricionário). Difere da motivação, que é a exposição dos motivos.
Basicamente: qual o motivo da prática no referido ato? OBS.: todo ato administrativo possui motivo, nem sempre possuirá motivação.
Exemplo: preenchidos os requisitos legais concede a aposentadoria. O motivo é o preenchimento dos requisitos legais.
5.3.4.1. Teoria dos Motivos Determinantes: segundo essa teoria, aplicável também para os atos discricionários, o motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação de vontade. Assim sendo, se o interessado comprovar que inexiste a realidade fática mencionada no ato como determinante da vontade, estará ele irremediavelmente inquinado de vício de legalidade (pode gerar nulidade do ato uma vez praticado).
CUIDADO: o motivo deve ser verídico (quando o administrador o escolhe) e real.
Exemplo: Aneel estabelece uma resolução que disciplina a tarifa social com a motivação de maior economia para a população carente. Mas descobre-se que o motivo era apenas o de beneficiar as concessionárias de energia elétrica com o aumento da arrecadação (ninguém conseguia ter acesso). 
5.3.5. Objeto ou conteúdo: é o efeito jurídico imediato que o ato deve produzir. Pode ser vinculado à Lei ou discricionário.
É basicamente o conteúdo do ato administrativo, ou seja, aquilo que ele pode produzir. Por exemplo, o ato administrativo de demissão produz o desligamento do servidor público.
6. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:[17: 	 9ª Aula (19 de abril de 2016). 2º BIMESTRE.]
6.1. Introdução: correspondem a reflexos do ato ou suas implicações: (PITA)
1 – Presunção de legitimidade/veracidade.
2 – Imperatividade.
3 – Autoexecutoriedade.
4 – Tipicidade.
6.2. Presunção de Legitimidade e de veracidade: somente podem ser praticados os atos previstos em lei (de forma obrigatória), sendo que o ato em si será legal.
Contudo, a presunção é relativa (juris tantum), pela qual admite provas em contrário.
Exemplo: se alguém sofre uma multa de trânsito, o ônus de demonstrar a ilegalidade ou a falsidade da multa é do motorista e não da Administração.
Outrossim, presumem-se que os fatos apurados no ato são verdadeiros/verídicos.
	A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei.
A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração.[18: 	 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo – 27ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.]
6.3. Imperatividade (poder extroverso do Estado): cabível para os atos de império; isto é, atos que impõe obrigações ou restrições aos administrados, sem a sua concordância. Não se aplica aos atos decorrentes de solicitação, declaratórios, negociais ou enunciativos (não são imperativos, como no caso de pedido de certidão = meramente enunciativa).
Decorre dos jus imperii do Estado. Exemplo: desapropriação em razão de utilidade/necessidade pública ou interesse social (intervenção do Poder Público na propriedade privada).
CUIDADO: Poder Extroverso? É um poder que se manifesta para os outros, ou seja, se impõem aos particulares (atribuir aos particulares, mesmo contra suas vontades).
	Decorre da prerrogativa que tem o Poder Público de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros; é o que Renato Alessi chama de “poder extroverso”, “que permite ao Poder Público editar atos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, ou seja, que interferem na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as, unilateralmente, em obrigações” (apud Celso Antônio Bandeira de Mello, 2004:383).[19: 	 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo – 27ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.]
6.4. Autoexecutoriedade: a Administração Pública pode satisfazer suas necessidades sem utilizar-se do Poder Judiciário, sendo que Administração não possui autoexecutoriedade em todos os atos administrativos.
OBS.: não possui autoexecutoriedade os tributos e as multas.
Prerrogativa de que certos atos administrativos sejam executados imediata e diretamente pela própriaAdministração, inclusive mediante o uso da força, independentemente de ordem ou autorização judicial prévia.
O particular para satisfazer a sia pretensão, caso não cumprida voluntariamente, tem que viscar o judiciário. A Administração não precisa, quando a lei autoriza ou em casos de emergência.
Limite principal: a propriedade particular.
Exemplo: o Estado necessita de um medicamento urgente para atender a população. Pode requisitá-lo, indenizando o particular depois (art. 5º, inc. XXV, da CF e art. 15, inc. XIII, da Lei n. 8.080/90).
A autoexecutoriedade se subdivide-se em:
a) Executoriedade: coerção direta. A Administração executa o ato ou compele o administrado. Exemplo: dispersão de uma passeata, destruição de produtos vencidos ou estragados, entre outros.
b) Exigibilidade: coerção indireta. A Administração impõe sanções para que o administrado cumpra o ato. Exemplo: plantio de árvores na calçada sob pena de multa.
	A diferença, nas duas hipóteses, está apenas no meio coercitivo; no caso da exigibilidade, a Administração se utiliza de meios indiretos de coerção, como a multa ou outras penalidades administrativas impostas em caso de descumprimento do ato. Na executoriedade, a Administração emprega meios diretos de coerção, compelindo materialmente o administrado a fazer alguma coisa, utilizando-se inclusive da força.[20: 	 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo – 27ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.]
Nem todos os atos exigíveis são executórios, como no caso da multa, que é exigível, mas não é executória.
A Administração pode aplicar multa como meio de exigir o cumprimento do ato, mas não pode executá-lo sem o auxílio do Judiciário.
6.5. Tipicidade: decorre do princípio da legalidade. O ato administrativo deve ter seus elementos previamente previstos em lei (todos). Mesmo os atos discricionários têm previsão em lei, caso contrário seriam arbitrários. Exemplo: atos vinculados/regrados ou discricionários.
6.5.1. Nulidades do ato administrativo:
a) Unitária ou Monista: o ato contrário à lei é nulo.
b) Binária ou Dualista: o ato contrário à lei pode ser nulo ou anulável (vício absoluta ou relativa).
c) Ternária: o ato contrário à lei pode ser nulo, anulável ou meramente irregulares.
d) Quaternária (mais adotada): o ato contrário à lei pode ser inexistente, nulo, anulável ou irregular. A doutrina atual entende que a nulidade dos atos administrativos podem ocorrer em quatro esferas, conforme a gravidade do vício.
Atos inexistentes: a violação à lei é tão forte que não precisa de declaração judicial ou administrativa para serem invalidados (é tão “forte” que nem precisa de decisão). Exemplo: vício de competência exclusiva; vício à forma escrita; objeto criminoso ou ilícito = Prefeito que edita um Decreto Federal; desapropriação verbal (vício formal); punição à morte (contrário ao previsto na CF), entre outros.
Atos nulos (nulidade absoluta, não permite-se correção do defeito): precisam de declaração judicial ou administrativa para ser invalidado (o vício não é tão latente quanto aquele que gera inexistência). Não admite correção, ou seja, é insanável. Exemplo: desvio de finalidade; vícios de motivo ou de objeto = realização de uma obra pública para fins particulares; promoção de funcionário por amizade; demissão para casos de falta leve (no máximo aplica a pena de suspensão pelo prazo de 30 dias), entre outros. CUIDADO: o prejuízo é presumido. Basicamente: se resolve com a prática de um novo ato válido, cujos efeitos do ato novo são ex nunc.
Atos anuláveis: vício não fundamental. Podem ser corrigido: vício de competência não exclusiva (essencial); erro de forma não essencial. Exemplo: estagiário minuta decisão de competência do funcionário. Publicação de Decreto Municipal em órgão oficial do Estado Federado. Basicamente: com a correção os efeitos são ex tunc, sendo que não é preciso refazer o ato, apenas corrigi-lo. 
OBS.: vícios de motivo e objeto não comportam correção.
Atos irregulares: não ofende nenhum dos elementos do ato (não precisa de declaração e nem conserto, pois o vício é irrelevante). Exemplo: vícios de formalismo; erros materiais; erros de cálculo (não geram invalidades). Exemplo: nomeação de funcionário com erro no número do RG; evidente erro de data na publicação; entre outros. Basicamente: não precisa de nada para resolver, são atos válidos.
6.6. Mérito administrativo: quando a Administração possui o juízo DISCRICIONÁRIO para escolher o motivo e/ou objeto do ato, esse juízo consiste no mérito do ato administrativo(é basicamente a análise de conveniência e oportunidade).[21: 	 10ª Aula (16 de abril de 2016)]
Não cabe ao Judiciário rediscutir o mérito do ato, pois o controle do Judiciário sobre os atos da Administração é apenas no campo da legalidade (em sentido amplo) = tripartição dos poderes (art. 2º, da CF).
CUIDADO: o Judiciário apenas analisa a legalidade, ou seja, um controle de validade em sentido amplo (qualquer análise legal, inclusive constitucional). Basicamente: só analisará quanto a competência, forma e finalidade. Exemplo: ampla defesa e contraditório em processo de suspensão do direito de dirigir discutido judicialmente.
Ofensa por parte do administrador = ofensa quanto aos princípios da razoabilidade e oportunidade.
6.7. Extinção: duas formas principais, ou seja, por revogação ou anulação e declaração de nulidade.
6.7.1. Revogação: ato válido mas que não interessa mais para a Administração. Efeito ex nunc (não retroage). Somente a Administração pode revogar seus atos, já que os mesmos são válidos. O Judiciário apenas fará o controle de legalidade (em sentido amplo).
6.7.2. Anulação e Declaração de nulidade: ato inválido. Efeitos ex tunc (retroage até a data do ato) Pode ser feita também pelo Judiciário, pois envolve um juízo de legalidade.
CUIDADO: súmula 473, do STF? A Administração pode revogar (análise de interesse) ou anular seus atos = deve, contudo, respeitar o direito adquirido/coisa julgada (não pode lesar terceiros de boa-fé). No caso, não é vedado a discussão no Judiciário, podendo inclusive poder decretar nulo ato (só não pode revogá-lo, mas pode anular a revogação). 
6.8. Saneamento dos vícios: saneamento ou convalidação consiste na supressão do vício existente em um ato ilegal. Isso é possível quando o ato for anulável.
A convalidação possui efeitos ex tunc, pois retroage (não confundir com os efeitos da declaração de nulidade ou da anulação).
A competência é exclusiva da Administração Pública para convalidar o ato. Somente ela é que poderá avaliar o que será melhor para a coletividade. O Judiciário somente pode decretar a nulidade ou anular o ato, mas não pode convalidá-lo.
Se houver prejuízo ao erário ou a terceiros não há convalidação, pois a nulidade não será relativa, ou seja, será absoluta (não podem ser convalidados, sendo necessário a prática de outro ato).
CUIDADO: artigos 53, 54 e 55, da Lei nº 9.784/99.
Exemplo: a contratação do terceirizado deve ser feita pelo ordenador de despesa. O termo de rescisão também. Se o secretário assina o termo de rescisão, o ato é nulo. Mas se for convalidado pelo ordenador, a convalidação retroage. Agora, se o ordenador não concordar e, portanto, não convalidar a rescisão, deve anular o ato e a anulação retroage (como se o termo de rescisão nunca existisse). 
6.9. Tredestinação:
LÍCITA: o ato é praticado com base em uma finalidade pública. Após a sua realização, com edificação de uma obra pública, verificou-se a necessidade de atender a outra finalidade pública (a finalidade foi alterada, mas o interesse ainda é público). Exemplo: desapropriação para construção de uma escola pública. Após a desapropriação, utiliza-se o imóvel para a construção de um hospital público.
ILÍCITA: há um desvio de finalidade para um interesse particular. Exemplo: desapropriação para beneficiar amigo.
6.10. Espécies de Ato Administrativo:
a) Atos Normativos: são atos abstratos e genéricos (sãoatos normativos secundários), de âmbito externo (produz efeitos para toda e qualquer pessoa), com o objetivo de explicar a lei. Não pode criar novidade no ordenamento jurídico (vedado assim os Decretos Autônomos). Exemplo; regulamento, ato normativo, regimento, resolução, entre outros.
b) Atos Ordinários: são atos genéricos de orientação e disciplina de âmbito interno (destinado aos servidores/funcionários da própria Administração, ou seja, não produz efeito para toda e qualquer pessoa), destinado aos subordinados hierárquicos para o bom funcionamento do serviço. Exemplo: avisos, instruções, circulares, entre outros.
c) Atos Negociais: são atos não genéricos e que consistem em uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a pretensão do particular (ambos possuem a mesma vontade). Produzem efeitos concretos e individuais. Exemplo: licença, autorização, permissão, aprovação e admissão.
Licença: é ato vinculado (não é discricionário, ou seja, não possui juízo de discricionariedade) e definitivo que faculta ao particular o desempenho de atividade ou a realização de fatos materiais, antes vedados ao particular. Exemplo: licença para construir uma fábrica.
Permissão: ato discricionário e precário pelo qual faculta ao particular a execução de serviços de interesse coletivo ou o uso especial de bens públicos (interesse coletivo sempre). Exemplo: permissão para a realização de um serviço de transporte coletivo.
Autorização: ato discricionário e precário pelo qual faculta ao particular a execução de atividades, serviços ou a utilização de determinados bens públicos ou particulares para seu exclusivo ou predominante interesse (não possui interesse coletivo). Exemplo: porte de arma, corte de determinadas espécies de árvores.
d) Atos Enunciativos: neles a Administração imita-se a certificar ou atestar um fato (enuncia uma situação de fato, sem qualquer manifestação de vontade). Exemplo: certidões, atestados, entre outros.
e) Atos Punitivos: são sanções impostas pela Administração aos servidores públicos em razão da hierarquia (âmbito interno) ou aos particulares em razão do poder de polícia (âmbito externo). Vale lembrar que nos atos punitivos ocorre a imperatividade, bem como nos atos normativos, ordinários e negociais. Exemplo: multa, suspensão, embargos de obra, entre outros.
7. PODERES ADMINISTRATIVOS:[22: 	 11ª Aula (2 de maio de 2016)]
7.1. Introdução: a ideia de poder é diferentemente daquela prevista no âmbito privado (faculdade).
No direito público poder não é faculdade, ou seja, é considerado como um dever (prerrogativa acima de qualquer particular), sendo obrigatório o seu exercício. 
Ademais, em algumas hipóteses, quando o Poder Público não utiliza o poder, poderá incorrer em delito inclusive.
7.2. Conceito: 
a) Manifestação do Poder Estatal: sempre, ou seja, os atos administrativos decorrentes do poder imperativo do Estado (impor ao particular, mesmo contra a sua concordância).
b) Poder-dever;
c) Ferramentas para a Administração pública.
7.2.1. Espécies: os tipos de poderes não são hierarquicamente superiores uns sobre os outros, em tese ambos possuem o mesmo status, podendo inclusive serem usados em conjunto.
Poder Vinculado:
Poder Discricionário:
Poder Regulamentar:
Poder hierárquico:
Poder Disciplinar:
Poder de Polícia:
7.3. Poder Vinculado: existe crítica na doutrina em considerar como um poder autônomo. Quando muito é um atributo ou característica de outro poder (não poder propriamente dito).
Confere ao Administrador Público a prática de atos, com atributos públicos, mas vinculados ou regrados na lei (quando usa o poder vinculado, segue o texto estrito da lei). Gera a produção de atos vinculados. Exemplo: licença para a instalação de uma fábrica (só pode conceder se presentes os requisitos legais, basta preencher a lei).
CUIDADO: todos os elementos do ato administrativo estão presos ao ato perpetrado. 
7.4. Poder Discricionário: sofre a mesma crítica do poder vinculado (não é poder em si). Entretanto, a doutrina majoritária o reconhece como poder.
Confere ao Administrador Público a capacidade de juízo discricionário (conveniência e oportunidade) quanto aos motivos e/ou objeto do ato. Gera a produção de atos discricionários. Exemplo: punição ao servidor infrator.
OBS.: possui mais juízo de escolha em relação ao poder vinculado, seguindo a norma, sob pena de ato arbitrário.
7.5. Poder Regulamentar:
Regulamento = regras jurídicas gerais (todo o coletivo), abstratas (na sua criação, observa-se a aplicabilidade abstratamente, ou seja, cuida-se de meras hipóteses), impessoais (princípio da impessoalidade) em desenvolvimento da lei, referentes à organização e ação do Estado, enquanto poder público (Oswaldo Aranha Bandeira de Melo).
Leis que dizem com a Administração Pública devem ser regulamentadas pela Administração Pública. O uso do poder regulamentar gera atos administrativos normativos.
O regulamento consiste em ato normativo secundário. Não inova o ordenamento, visa apenas ao efetivo cumprimento da lei (pode ser regulado por todo e qualquer tipo normativo).
CUIDADO: Lei é ≠ de regulamento? Sim, pois o regulamento diferentemente do ato normativo primário, não inova no campo do direito (apenas desenvolve/explica/esclarece o que já foi criado pelos atos normativos primários).
Os regulamentos podem ser veiculados por;
a) Decretos: de competência do chefe do executivo (meio que se exterioriza o regulamento). Exemplo: artigo 84, inciso IV, da CF.
b) Portarias, instruções normativas, resoluções, etc: de competência de outras autoridades. Exemplo: artigo 87, parágrafo único, inciso II, da CF.
O poder regulamentar pode ser fiscalizado pelo Judiciário (legalidade) e pelo Legislativo (em defesa da independência legislativa. Exemplo: artigo 49, inciso V, da CF (pelo Congresso Nacional).
Abuso de poder? Quando extrapola em suas competências. Exemplo: decreto que adentra em matéria exclusiva de determinado ente.
7.6. Poder Hierárquico: decorre da desconcentração administrativa.
7.6.1. Aspectos da hierarquia:
a) Relação estabelecida entre órgãos de forma necessária e permanente.
b) Que os coordena.
c) E que os subordina uns aos outros.
d) E gradua a competência de cada um.
7.6.2. Decorre do Poder Hierárquico:
a) Unidade de direção: unidade de direção, ou seja, a direção será unívoca, ambos em um mesmo caminho.
b) Vigilância.
c) Disciplina.
d) Avocação: temporariamente que retira a competência de um administrador público hierarquicamente inferior.
e) Delegação: desde que seja subordinado.
f) Revisão: mesmo na omissão da lei, onde há hierarquia, sempre haverá a possibilidade de solicitar a revisão de ato praticado por um subordinado. Exemplo: recursos (sempre, mesmo não existindo previsão de revisão). 
7.8. Poder Disciplinar: poder correlato ao poder hierárquico, mas não se confunde com ele (é autônomo). Produz atos punitivos aos servidores públicos, sendo obrigatória a prática de um ilícito pelo Administrador Público.
PODER DISCIPLINAR = Hierarquia + responsabilidade administrativa dos servidores (hoje não é utilizado a teoria da “verdade sabida”), sendo obrigatório o procedimento judicial ou administrativo. 
OBS.: existe a necessidade de prévia apuração com respeito ao contraditório e a ampla defesa (artigo 5º, inciso LV, do CF).
7.8.1. Trâmite: depende das previsões no Estatuto.
a) Sindicância: é quase igual ao procedimento adotado pelo direito penal (TC ou inquérito). 
b) Inquérito administrativo: é um processo administrativo adotado para investigar faltas graves. A aplicação da punição compete ao presidente da comissão
7.8.2. Tipos de penas disciplinares: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão, destituição de função comissionada.
CUIDADO: Motivação? Sim os motivos devem estar expostos/fundamentados. Não existe ato disciplinar válido sem motivação.

Continue navegando