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PROJETO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA CIDADE DE CAICÓ - RN 3a PARTE Alunos: Alysson Brito Andrey Bernardes Rafael Gomes Tairone Paz e Albuquerque Wlysses Wagner Campina Grande, Março de 2014. CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL ÁREA DE ENGENHARIA DE RECURSOS HIDRICOS Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 2 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS 5 LISTA DE TABELAS 6 1. APRESENTAÇÃO 7 2. CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO 8 2.1 Localização e acesso 8 2.2 Aspectos Socioeconômicos 9 2.3 Aspectos Fisiográficos 9 2.3.1 Clima 9 2.3.2 Formação Vegetal 10 2.3.3 Solos 10 2.3.4 Relevo 11 2.3.5 Geologia 11 2.4 Hidrografia 13 2.5 Bacia Hidrográfica Piranhas/Açu 14 2.6 Sistema de abastecimento atualmente 15 3. MEMORIAL DESCRITIVO 16 3.1 Concepção do projeto 16 3.2 Captação 16 3.3 Locação da Estação de Tratamento de água e do reservatório 18 3.4 Croqui do sistema proposto 20 3.5 Adução 20 3.5.1 Água bruta 20 3.5.2 Água tratada 20 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 3 4. MEMORIAL DE CÁLCULO 21 4.1 Previsão Populacional 21 4.1.1. Previsão Linear 22 4.1.2. Previsão Logarítmica 22 4.1.3. Previsão Potencial 23 4.1.4. Previsão Exponencial 23 4.1.5. Previsão Polinomial 24 4.1.6. Curva Logística 24 4.1.7. Método Aritmético 26 4.1.8. Método Geométrico 28 4.2. Análise dos Resultados 29 4.3 Demanda hídrica do projeto 29 4.3.1 Vazão média (Q) 30 4.3.2 Vazão nos dias de maior consumo (Q1) 30 4.3.3 Vazão nos dias de maior consumo na hora de maior demanda (Q2) 30 4.4 Vazões de adução 31 4.4.1 Vazão de captação e adutora de água bruta (Qa) 31 4.4.2 Vazão da adutora de água tratada (da ETA ao reservatório) (Qb) 32 4.4.3 Vazão da adutora de distribuição (Qc) 32 4.4.4 Vazão de Regularização 32 5. DIMENSIONAMENTO DAS ADUTORAS 33 5.1 Classificação das Adutoras 33 5.1.1 Quanto à energia utilizada para a movimentação de água 33 5.1.2 Quanto à natureza da água transportada 34 5.2. Considerações à Respeito do Período de Funcionamento 34 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 4 5.3. Dimensionamento Hidráulico da Adutora e da Estação Elevatória de Água Bruta 34 5.3.1. Material 35 5.3.2. Ancoragem 35 5.3.3. Equação 35 5.3.4. Dimensionamento Hidráulico 36 5.3.5. Trecho Captação- Estação de bombeamento -ETA 36 5.4. Análise Econômica do Recalque de Água Bruta 39 5.5. Escolha das Bombas – Estação Elevatória de Água Bruta 43 5.5.1. Trecho Captação- Estação de bombeamento -ETA 48 5.5.1.1. Análise Econômica do Recalque de Água Bruta: 51 5.5.1.2. Escolha das Bombas – Estação de Tratamento de Água (ETA) ao Reservatório de Distribuição 53 5.6 Verificação da resistência à pressão máxima da tubulação 58 5.7 Considerações sobre A ETA e Reservatório de Distribuição 59 5.7.1 Tratamento de Água Bruta – ETA 59 5.7.2 Dimensionamento do reservatório de distribuição 62 5.7.2.1. Dimensionamento do Reservatório Semi - Enterrado 64 5.7.2.2. Dimensionamento do Reservatório Elevado 64 5.7.3 Dimensionamento da Rede de Distribuição 65 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 70 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 71 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização Geográfica do Município de Caicó/RN. ......................................... 8 Figura 2 - Mapa geológico do município de Caicó/RN. .................................................. 12 Figura 3 - Mapa Recurso Hídricos do município de Caicó/RN.. ...................................... 13 Figura 4 - Bacia Hidrográfica do rio Piranhas/Açu. ......................................................... 15 Figura 5 - Fotografia do Açude Itans. ............................................................................. 17 Figura 6 - Captação com torre de tomada. .................................................................... 18 Figura 7 - Figura 7 – Perfil de elevação do traçado da captação por torre de tomada para a posição mais elevada até a ETA. .......................................................................... 19 Figura 8 - Perfil de elevação do traçado da ETA para a posição da cota mais alta o reservatório elevado. ..................................................................................................... 19 Figura 9 - Esquema gráfico do sistema proposto. Captação-adução-ETA-Reservatório.20 Figura 10 - Gráfico de previsão populacional pela regressão linear. ............................. 22 Figura 11 - Gráfico de previsão populacional pela regressão Logarítmica. ................... 22 Figura 12 - Gráfico de previsão populacional pela regressão Potencial. ....................... 23 Figura 13 - Gráfico de previsão populacional pela regressão Exponencial. ................... 23 Figura 14 - Gráfico de previsão populacional pela regressão Polinomial. ..................... 24 Figura 15 - Gráfico de análise do Crescimento Populacional de Caicó/RN. ................... 29 Figura 16 - Análise de regressão linear para custo unitário de tubulação de ferro fundido em função do diâmetro. ................................................................................... 40 Figura 17 - Curva de custo total...................................................................................... 43 Figura 18 - Escolha do tipo de Bomba. .......................................................................... 44 Figura 19 – Curvas características da Bomba centrífuga Maganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m. ..................................................................................................................... 45 Figura 20 - Curva do sistema e Curva da Bomba Maganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m. e associações em paralelo. .................................................................................. 46 Figura 21 - Encontrando o rendimento da bomba. ........................................................ 46 Figura 22 - Verificação do NPSHR e Potência das bombas. ............................................ 47 Figura 23 - Curva de custo total...................................................................................... 53 Figura 24 - Escolha do tipo de Bomba. ........................................................................... 54 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 6 Figura 25 - Curvas características da Bomba centrífuga Maganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m.. .................................................................................................................... 55 Figura 26 - Curva do sistema e Curva da Bomba Maganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m. e associações em paralelo. .................................................................................. 56 Figura 27 - Encontrando o rendimento da bomba. ........................................................ 57 Figura 28 - Encontrando o NPSH e potência. ................................................................. 58 Figura 29 - Esquema do posicionamento das unidadesde uma ETA convencional ...... 61 Figura 30 - Zoneamento com seus respectivos nós. ...................................................... 66 Figura 31 - Área de influência de cada zona. .................................................................. 67 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Informações sobre o clima do município de Caicó/RN. ................................ 10 Tabela 2 - Taxa média de crescimento populacional dos últimos três censos demográficos. ................................................................................................................. 27 Tabela 3 - Consideração nas Vazões para funcionamento interrompido. ..................... 34 Tabela 4 - Fórmulas para o cálculo do comprimento equivalente em peças de ferro fundido. .......................................................................................................................... 36 Tabela 5 - Limites de velocidade máxima da água nas tubulações. ............................... 39 Tabela 6 - Cálculo do custo total. ................................................................................... 42 Tabela 7- Limites de velocidade máxima da água nas tubulações ................................. 50 Tabela 8 - Cálculo do custo total .................................................................................... 52 Tabela 9 - Consumo de água para cada nó. ................................................................... 67 Tabela 10 - Análise das pressões nos nós. ...................................................................... 68 Tabela 11 - Análise das velocidades e Diâmetros. ......................................................... 68 Tabela 12- Análise das pressões dinâmicas. ................................................................... 69 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 7 1. APRESENTAÇÃO A água é a substância mais abundante em nosso planeta, aproximadamente 70% da superfície terrestre encontra-se coberta por água. No entanto, menos de 3% deste volume é de água doce, cuja maior parte está concentrada em geleiras (geleiras polares e neves das montanhas), restando uma pequena porcentagem de águas superficiais para as atividades humanas. O ser humano, por sua vez, necessita da água tanto para suas funções biológicas vitais, quanto para o desenvolvimento das diversas atividades econômicas do seu meio. Sendo assim, o abastecimento de água deve levar em consideração os aspectos de preservação da saúde humana, como também do desenvolvimento econômico e social. Um Sistema Urbano de Abastecimento de Água constitui, neste sentido, no conjunto de estruturas e equipamentos destinados ao fornecimento seguro de água de boa qualidade aos pontos de consumo público. O sistema é composto, ainda, por várias etapas e obras de engenharia para que a água chegue ao seu destino final com a qualidade desejada. Geralmente, estas etapas apresentam a seguinte sequência: captação, adução (transporte), tratamento, reservação (armazenamento) e distribuição. Neste contexto, o trabalho trata-se da proposta de um Sistema de Abastecimento de Água para a cidade de Caicó – RN. Nesta primeira parte do projeto, serão apresentadas as soluções encontradas para as etapas de captação, adução e tratamento da água. Considerando um horizonte de projeto de 20 anos, foram realizados estudos de crescimento populacional, assim como das características hidrográficas da região para a escolha do manancial que melhor convém ao abastecimento do município. Para a escolha das soluções mais apropriadas buscou-se atender os aspectos sociais, técnicos e econômicos do município em questão. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 8 2. CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO 2.1 Localização e acesso O município brasileiro para o qual se realizará o projeto de abastecimento será Caicó, pertencente ao estado do Rio Grande do Norte. É a principal cidade da região do Seridó, região centro-sul do estado, distante 256 km da capital estadual, Natal. Seu território ocupa uma área de 1.228,574 km², o equivalente a 2,33% da superfície estadual, posicionando-o como o quinto município com maior extensão do Rio Grande do Norte. (Fonte : Area territorial oficial resolução da presidência do IBGE de nº 5 (R.PR-5/02)). Localizada na confluência dos rios Seridó e Barra Nova, na microrregião do Seridó Ocidental, exibe uma altitude média de 151 metros. Sua população de acordo com o último censo oficial (2010) era de 62 709 habitantes, o que a coloca como a sétima cidade mais populosa do estado, sendo a segunda mais populosa do interior do Rio Grande do Norte, com uma densidade populacional de 51,04 habitantes por km². Conhecido centro pecuarista e algodoeiro, Caicó apresenta o quinto maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do interior e semi-árido nordestino. Alcançando o maior índice de longevidade do Rio Grande do Norte. O município ainda se destaca por possuir o menor índice de exclusão social do estado. Figura 1 - Localização Geográfica do Município de Caicó/RN. Fonte: Google Maps. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 9 2.2 Aspectos Socioeconômicos A criação do município foi determinada pela Ordem Régia de 22 de julho de 1766 e executada pela Ordem do Governo de Pernambuco, em 28 de abril de 1788, com o nome de Vila Nova do Príncipe. Através do Decreto Estadual n° 12, de 01 de fevereiro de 1890, passou a se chamar Seridó. O nome Caicó chegou oficialmente por força do Decreto Estadual n° 33, de 7 de julho de 1890. A rede de saúde dispõe de 05 Hospitais, 01 Policlínica, 01 Unidade Mista, 10 Centros de Saúde, 05 Postos de Saúde e 414 leitos. Na área educacional, o município possui 99 estabelecimentos de ensino, sendo 43 Municipais, 27 Estaduais e 28 Particulares, além de 01 de nível superior. Da população total, 80,40% são alfabetizados. O município possui 14.472 domicílios permanentes, sendo 12.986 na zona urbana e 1.486 na zona rural. Destes, 12.788 domicílios são abastecidos de água da rede geral, 505 de poços ou nascentes e 1.179 por outras fontes. São 8.322 os domicílios ligados à rede geral de esgotos e 12.405 os que têm coleta regular de lixo. As principais atividades econômicas são: agropecuária, extrativismo, comércio e mineração. Com relação à infraestrutura, o município possui 05 emissoras de rádio, 05 repetidoras de TV, 01 Agência dos Correios e 05 Unidades Postais, além de 930 empresas com CNPJ atuantes na unidade territorial (Fonte: IDEMA – 2001). No ranking de desenvolvimento, Caicó está em 03º lugar no estado (03/167 municípios) e em 1.694º lugar no Brasil (1.694/5.561 municípios) Fonte: (www.desenvolvimentomunicipal.com.br). 2.3 Aspectos Fisiográficos 2.3.1 Clima Período chuvoso observado: fevereiro a maio de 2005. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 10 Tabela 1 - Informações sobre o clima do município de Caicó/RN. TIPO DE CLIMA Clima muito quente e semiárido, com estação chuvosa atrasando-se para o outono. PRECIPITAÇÃO ANUAL Normal: 716,6 mm Desvio: 30,2 mm PERÍODO CHUVOSO Fevereiro a Maio TEMPERATURASMÉDIAS ANUAIS Máxima: 33,0 °C Média: 27,5 °C Mínima: 18,0 °C UMIDADE RELATIVA MÉDIA ANUAL 59% HORAS DE INSOLAÇÃO 2.700 Fonte: (http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/rgnorte/relatorios/CAIC025.PDF) 2.3.2 Formação Vegetal Caatinga Subdesértica do Seridó - vegetação mais seca do Estado, com arbustos e árvores baixas, ralas e de xerofitismo mais acentuado. Nesse tipo de vegetação as mais encontradas são pereiro, faveleiro, facheiro, macambira, mandacaru, xique-xique e jurema-preta. Segundo o Plano Nacional de Combate a Desertificação – PNCD, que define desertificação como a degradação da terra nas zonas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultantes de fatores diversos tais como as variações climáticas e as atividades humanas, Caicó está inserido em área susceptível à desertificação em categoria Muito Grave. 2.3.3 Solos Solos predominantes e características principais: Bruno Não Cálcico Vértico - fertilidade natural alta, textura arenosa/argilosa e média/argilosa, moderadamente drenado, relevo suave ondulado. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 11 Uso: Pecuária extensiva, rebanhos ovino e suíno. Culturas de feijão e batata doce. Destaca-se na horticultura com a produção de coentro, alface e pimentão. Aptidão Agrícola: regular e restrita para pastagem natural e aptos para culturas especiais de ciclo longo, tais como: algodão arbóreo , sisal, caju e coco. Pequena área isolada indicada para preservação da flora e da fauna ou para recreação. Sistema de Manejo: baixo, médio e alto nível tecnológico, podendo as práticas agrícolas estar condicionadas tanto ao trabalho braçal e de tração animal quanto a implementos agrícolas simples, como a motomecanização. 2.3.4 Relevo De 100 a 200 metros de altitude. Depressão Sertaneja - terrenos baixos situados entre as partes altas do Planalto da Borborema e da Chapada do Apodi. Planalto da Borborema - terrenos antigos formados pelas rochas Pré-Cambrianas como o granito, onde encontram-se as serras e os picos mais altos. 2.3.5 Geologia O Município de Caicó, geologicamente inserido na Província Borborema, está constituído por litótipos dos complexos Serra dos Quintos, Caicó e São Vicente, rochas do Grupo Seridó, representado pela Formação Jucurutú, granitóides das suítes Máfica e Poço da Cruz, além de granitóides diversos de quimismo indiscriminado (NP3g3i), como pode ser observado na Figura 02.O Complexo Serra dos Quintos (PRsq) é composto por xistos, gnaisses, BIF, mármores, metamáficas e metaultramáficas. O Complexo Caicó está representado na região por ortognaisses dioríticos a graníticos, com restos de supracrustais (PP2gcai). O Complexo São Vicente (PPsv) está constituído por ortognaisses TTG e migmatitos de protólito gabróico e diorítico. A Suíte Poço da Cruz (PP3gpc), está constituída por augen-gnaisses graníticos e leuco-ortognaisses quartzo monzoníticos a graníticos. A Suíte máfica (NP2d) é formada por gabros, dioritos e tonalitos. A Formação Jucurutu (NP3sju) inclui gnaisses, mármores e calcissilicáticas. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 12 Figura 2 - Mapa geológico do município de Caicó/RN. Fonte: CPRM – Serviço Geológico do Brasi Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 13 2.4 Hidrografia O município encontra-se totalmente inserido nos domínios da bacia hidrográfica Piranhas-Açu, sendo banhado pelos rios Seridó, que nasce na Serra dos Cariris, na Paraíba, Rio Sabugi, que nasce na Serra dos Teixeiras, na Paraíba; e pelo Rio Barra Nova, que nasce na Serra do Equador, em Parelhas, no RN. Ainda existe uma concentração de pequenas lagoas e açudes de pequeno e grande porte, sendo os mais importantes o Açude Itans com capacidade para 81.750.000 m³ de água, a Barragem Passagem das Traíras com capacidade para 49.702.393,65 m³, Açude Mundo Novo da EMPARN, com capacidade para 3.000.000m³. Figura 3 - Mapa Recurso Hídricos do município de Caicó/RN.. Fonte:http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=36&infoid=3130 (Consultar Anexo 1 para melhores detalhes) Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 14 2.5 Bacia Hidrográfica Piranhas/Açu Possui uma área total de drenagem de 43.681,5 km², sendo 60% na Paraíba e 40% no Rio Grande do Norte. Dos 147 municípios abrangidos pela Bacia do Piranhas- Açu, 102 são paraibanos e 45 potiguares, totalizando mais de 1,3 milhão de habitantes. Em termos socioeconômicos, a Bacia é fundamental para os dois estados porque nela estão localizados o sistema paraibano de reservatórios Coremas -Mãe D’Água, com capacidade de armazenamento de 1,35 bilhões de metros cúbicos, e a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório de água do Rio Grande do Norte, que pode armazenar até 2,4 bilhões de metros cúbicos. A bacia do rio Piranhas-Açu situa-se no Nordeste do Brasil e está inserida em território dos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. O rio é denominado Piranhas no estado da Paraíba e, após cruzar a fronteira com o estado do Rio Grande do Norte adquire o nome de Piranhas-Açu. A bacia é constituída por sete sub-bacias: Piancó, Peixe, Alto Piranhas, Médio Piranhas, Espinharas, Seridó e Baixo Piranhas. As três primeiras estão totalmente inseridas em território paraibano, a sub-bacia do Baixo Piranhas situa-se totalmente no estado do Rio Grande do Norte e as demais estão compreendidas nos dois estados. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 15 Figura 4 - Bacia Hidrográfica do rio Piranhas/Açu. Fonte: Projeto de Pesquisa – Características da Bacia Hidrográfica Piranhas/Açu – Marinaldo dos Santos Junior. 2.6 Sistema de abastecimento atualmente A cidade é abastecida por duas fontes independentes: o Açude Itans e a Barragem Passagem das Traíras, sendo o Açude Itans responsável por quase 100% do abastecimento da cidade. No entanto, devido ao clima adverso, baixo potencial dos aquíferos subterrâneos e topografia desfavorável, foi necessária a construção de uma garantia adicional, através do Sistema adutora Manoel Torres Piranhas Caicó, que possui como fonte de água o rio Piranhas na cidade de Jardim de Piranhas, rio este perenizado pelo sistema hídrico Curemas-Mãe d’água. O tratamento e distribuição da água é realizada pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte - CAERN. 0 12000m Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 16 3. MEMORIAL DESCRITIVO 3.1 Concepção do projeto O sistema de abastecimento a ser projetado prevê o atendimento a uma população de 79.228 habitantes, prevista de ser alcançada em um horizonte de projeto de 20 anos, ou seja, para o ano de 2034. Nesse momento do projeto, prevemos atender os seguintes itens: construção de uma estrutura de proteção para a montagem das bombas e quadro de comando da captação no Açude Itans, traçado da adutora de água brutacom extensão de 1,98 Km, locação do melhor ponto para instalação da ETA, traçado da tubulação de transporte de água tratada com 2,58 km até o reservatório de distribuição, locação do ponto para construção das unidades de reservatório de água tratada, dimensionamento da adutora, dimensionamento das bombas que fornecem água da adutora para a ETA e da ETA para o reservatório principal. Todas as partes do projeto foram idealizadas visando o abastecimento intermitente de 100% da população urbana com água de qualidade, adotando-se sempre medidas que reduzem o custo da obra e promovem o melhor aproveitamento das condições geográficas locais, favorecendo, assim, o funcionamento do sistema. 3.2 Captação Levando em conta a favorável condição hidrológica do município, localizado entre os dois reservatórios Açude Itans e Barragem Passagem das Traíras, optou-se por uma captação com torre de tomada diretamente do Açude Itans. Esta solução foi adotada visto que Açude Itans é responsável por 100% do abastecimento da cidade, dando segurança ao abastecimento durante todo o ano. A captação a fio d’água do rio piranhas poderiam ser uma solução, porém em regiões com ciclo hidrológico muito variável e com longos períodos de secas, a solução viável é o armazenamento hídrico (construções de açudes e barragens) para manter uma vazão de regularização. A perfuração de poços profundos poderia ser outra opção, mas os estudos hidrológicos da região informam que as águas desses poços possuem alto índice de cloretos e baixas vazões. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 17 Figura 5 - Fotografia do Açude Itans. Fonte: Google Earth. Como pode ser visualizado na Figura 5, o Açude Itans foi construído com objetivo de manter uma capacidade hídrica de abastecimento da cidade, já que se localiza em uma região que passa por períodos de secas, a qual a vazão de entrada no reservatório irá ser menor do que a de saída. Por essa razão, escolheu-se um sistema de captação com torre de tomada, similar ao representado na Figura 6, quando a captação é prevista no projeto do reservatório é comum a construção de torres de tomada com saída através do maciço da barragem. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 18 Figura 6 - Captação com torre de tomada. Levou-se igualmente em consideração o possível crescimento urbano dado a partir da construção de novos bairros ou de outras estruturas urbanas ao sul da cidade. Por esse motivo, a captação de água estará um pouco afastada da cidade, deixando-se uma faixa de terra disponível para futuras expansões urbanas a jusante de sua localização. 3.3 Locação da Estação de Tratamento de água e do reservatório A locação dos pontos integrantes do sistema de abastecimento tomou como base o relevo da região. Para instalação da ETA, encontrou-se a cota mais alta no traçado da adutora, para que, deste modo, a água tratada possa seguir para os sistemas de reservação e distribuição por gravidade, dispensando a necessidade de bombeamento. O reservatório de água tratada, por sua vez, foi posicionado estrategicamente próximo à BR-427, para que a tubulação que segue para a rede de distribuição possa ser traçada ao longo da estrada, evitando, dessa forma, maiores transtornos em propriedades privadas na hora da execução da obra. Foi feito, em seguida o levantamento altimétrico do traçado da adutora, como pode ser visto a seguir, na Figura 7. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 19 Figura 7 – Perfil de elevação do traçado da captação por torre de tomada para a posição mais elevada até a ETA. (Consultar Anexo 2). Fonte: Google Earth. Figura 7 - Perfil de elevação do traçado da ETA para a posição da cota mais alta o reservatório elevado. (Consultar Anexo 2). Fonte: Google Earth. A estrutura de captação no açude, posicionada à cota 170m (à esquerda da imagem) da figura 7, estará interligada à ETA localizada na cota mais alta do perfil altimétrico na cota 183m. Em seguida, a água tratada desce por gravidade e bombeamento em direção ao reservatório que será construído na cota 182m. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 20 3.4 Croqui do sistema proposto O esquema gráfico simplificado da primeira parte do projeto segue abaixo: Figura 8 - Esquema gráfico do sistema proposto. Captação-adução-ETA-Reservatório. (Imagem ampliada no Anexo 3). Fonte: Google Earth (imagem modificada pelos autores). 3.5 Adução 3.5.1 Água bruta A adutora de água bruta funcionará com uma tubulação de recalque, responsável por elevar a água por uma altura manométrica de 13 m.c.a. até a estação de tratamento, localizada na cota mais alta do terreno. A vazão recalcada é de 226,68 L/s (ver item 4.3.1 do memorial de cálculo) e o comprimento aproximado da tubulação é de aproximadamente 1980 metros. 3.5.2 Água tratada Como a ETA está posicionada no ponto mais alto do sistema de abastecimento (183 m acima do nível do mar), a adução de água tratada se dará por gravidade e por bombeamento. O desnível da ETA até o reservatório de água tratada é de 1 metro. A adutora de água tratada da ETA até o reservatório será dimensionada para a vazão de 0 270m Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 21 226,68 L/s (ver item 4.3.2). O comprimento desta adutora é de aproximadamente 2580 metros. Ainda não foi definido o traçado da adutora de água tratada que sai do reservatório para a rede de distribuição, mas sabe-se que seu dimensionamento será dado para a vazão de 275,08 l 𝑠⁄ (ver item 4.3.3). 4. MEMORIAL DE CÁLCULO Para a realização do projeto de abastecimento de água de uma cidade, é de suma importância o estudo do crescimento populacional dos municípios que compõem a mesma, para que seja possível estimar a demanda de água daquela população em um período futuro. O município de Caicó, atualmente, segundo o último senso realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, apresenta uma população urbana de 62.709 habitantes. 4.1 Previsão Populacional Na análise populacional foram realizadas previsões por métodos matemáticos (Aritmético, Geométrico e Curva Logística) e por regressões e correlações (linear, logarítmica, exponencial, potencial e polinomial), para um horizonte de projeto de 20 anos. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 22 4.1.1. Previsão Linear Figura 9 - Gráfico de previsão populacional pela regressão linear. 4.1.2. Previsão Logarítmica Figura 10 - Gráfico de previsão populacional pela regressão Logarítmica. y = 698,49x + 48349 R² = 0,9739 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 0 5 10 15 20 25 30 Estimativa Populacional Linear- Caicó - RN y = 5998,8ln(x) + 43940 R² = 0,8218 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 700000 5 10 15 20 25 30 Estimativa Populacional Logarítmica- Caicó - RN REGRESSÃO LINEAR Ano X (T - T0) Y (População) 1991 2 50640 1996 7 51513 2000 11 57002 2007 18 60656 2010 21 62709 2014 25 66246 Soma 84 348.766,00 Média 14 58.127,67 2034 80.465 REGRESSÃO LOGARÍTMICA Ano X (T -T0) Y (População) 1991 2 50640 1996 7 51513 2000 11 57002 2007 18 60656 2010 21 62709 2014 25 66246 Soma 84 348.766,00 Média 14 58.127,67 2034 66.839,00 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 23 4.1.3. Previsão Potencial Figura 11 - Gráfico de previsão populacional pela regressão Potencial. 4.1.4. Previsão Exponencial Figura 12 - Gráfico de previsão populacional pela regressão Exponencial. y = 45125x0,105 R² = 0,8364 0,00 20.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00 0 5 10 15 20 25 30 Estimativa Populacional Potêncial- Caicó - RN y = 48826e0,0121x R² = 0,9724 0,00 10.000,00 20.000,00 30.000,00 40.000,00 50.000,00 60.000,00 70.000,00 0 5 10 15 20 25 30 Estimativa Populacional Exponencial- Caicó - RN REGRESSÃO POTENCIAL Ano X (T -T0) Y ( População) 1991 2 50.640,00 1996 7 51.513,00 2000 11 57.002,00 2007 18 60.656,00 2010 21 62.709,00 2014 25 66.246,00 Soma 84 348.766,00 Média 14 58.127,67 2034 67.391,00 REGRESSÃO EXPONENCIAL Ano X (T - T0) Y ( População) 1991 2 50.640,00 1996 7 51.513,00 2000 11 57.002,00 2007 18 60.656,00 2010 21 62.709,00 2014 25 66.246,00 Soma 84 348.766,00 Média 14 58.127,67 2034 85.091,00 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 24 4.1.5. Previsão Polinomial Figura 13 - Gráfico de previsão populacional pela regressão Polinomial. 4.1.6. Curva Logística Segundo Tsutiya, neste método admite-se o crescimento da população segundo uma relação matemática do tipo curva logística, nos quais a população cresce assintoticamente em função do tempo para um valor limite de saturação. A curva logística possui três trechos distintos: o primeiro corresponde a um crescimento acelerado, o segundo a um crescimento retardado e o ultimo a um crescimento tendente a estabilização. A obtenção da população final é dada através da Equação: 𝑃 = 𝐾 1 + 𝑒𝑎−𝑏𝑇 y = 5,7146x2 + 543,79x + 49025 R² = 0,9764 0,00 10.000,00 20.000,00 30.000,00 40.000,00 50.000,00 60.000,00 70.000,00 0 5 10 15 20 25 30 Estimativa Populacional Polinominal- Caicó - RN REGRESSÃO POLINOMIAL Ano X (T -T0) Y ( População) 1991 2 50.640,00 1996 7 51.513,00 2000 11 57.002,00 2007 18 60.656,00 2010 21 62.709,00 2014 25 66.246,00 Soma 84 348.766,00 Média 14 58.127,67 2034 89.367,00 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 25 Onde as constantes a e b, são determinadas pelas Equações dadas a seguir. 𝑎 = − 1 0,4343 𝑙𝑜𝑔 𝐾 − 𝑃0 𝑃0 𝑏 = − 1 0,4343𝑑 log 𝑃0(𝐾 − 𝑃1) 𝑃1(𝐾 − 𝑃0) Onde: P é a população em um determinado ano; K é a população de saturação; a é o parâmetro da curva; b é a razão de crescimento da população. Com o auxílio de dados obtidos no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), usamos os mesmos nas fórmulas da seguinte maneira: 𝑃𝑜(1991) = 50640 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑃1(2001) = 57653 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑃2(2011) = 63148 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 Condição 1: Os três parâmetros das referidas populações e tempos devem ser igualmente espaçadas, ou seja, t1 – t0 = t2 – t1. De modo que esse tempo é de dez em dez anos. Condição 2: P0 < P1 < P2 50640<57653<63148 (Condição satisfeita) Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 26 Condição 3 : P0 P2 < P1 2 (50640)(63148) < (57653)² 3197814720 < 3323868409 (Condição satisfeita) Logo, podemos aplicar as equações dadas acima para a caracterização da população segundo o método da curva logística com os referidos valores adotados. 𝑘 = 2(50640)x(57653)x(63148) − (576532)(50640 + 63148) (50640)x(63148) − (576532) k = 75278 𝑏 = − 1 0,438𝑥10 𝑙𝑜𝑔 ( 50640 × (75278 − 57653) 57653 × (75278 − 50640) ) b = 0,04646662195 𝑎 = 1 0,4343 𝑙𝑜𝑔 ( 75278 − 50640 50640 ) a = -0,7204426574 𝑃(2034) = 75278 1 + ℮−0,720446574− 0,04646662195(2034−1991) P (2034) = 70619 habitantes 4.1.7. Método Aritmético Este processo consiste em um crescimento (positivo ou negativo) em forma de reta, ou seja, um crescimento constante com variação de taxa de crescimento igual a “zero”. De acordo com o IBGE, a população de Jaguaribe variou ao longo do tempo da seguinte forma: Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 27 Tabela 2 - Taxa média de crescimento populacional dos últimos três censos demográficos. Censo População (hab.) 1991 50.640 1996 51.513 2000 57.002 2007 60.656 2010 62.709 Fonte: IBGE 1991/1996/2000/2007/2010. Para uma menor margem de erros, foi feito uma razão média, para a obtenção de resultados mais coerentes, visto que a taxa de crescimento variou entre os períodos observados. Temos, então: R1 = P2 – P1 𝑡2−𝑡1 = 51513−50640 1996−1991 = 174,60 R2 = P3 – P2 𝑡3−𝑡2 = 57002−51513 2000−1996 = 1372,25 R3 = P4 – P3 𝑡4−𝑡3 = 60656−57002 2007−2000 = 522,00 R4 = P5 – P4 𝑡5−𝑡4 = 62709−60656 2010−2007 = 684,33 Rméd = 688,296 P2014 = P2010 + 688,295 x 4 P2014 = 65.462 hab P2034 = P2014 + 688,295 x 20 P2034 = 79228 hab Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 28 4.1.8. Método Geométrico Este processo consiste em um crescimento (positivo ou negativo) de forma variada uniformemente, ou seja, um crescimento constante com valores diferentes de “zero”. Do mesmo modo do processo anterior, foi feito uma razão média, para a obtenção de resultados mais coerentes. Temos que: 𝑃𝑡 = 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙𝑥 𝑟𝑔,𝑚é𝑑 𝑡−𝑡0 𝑟𝑔 = √ 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑡−𝑡0 Onde: 𝑟𝑔,𝑚é𝑑 = Taxa de crescimento geométrico; 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = População no início do período; 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = População no final do período; 𝑃𝑡 = População em um momento “t”. 𝑟𝑔1 = √ 51513 50640 5 = 1,0034 Análogamente, temos que : 𝑟𝑔2 = 1,0256 𝑟𝑔3 = 1,0089 𝑟𝑔4 = 1,0112 𝒓𝒈,𝒎é𝒅 = 𝟏, 𝟎𝟏𝟐𝟑 𝑃2014 = 𝑃2010 𝑥 1,01234 = 65.852 hab 𝑃2034 = 𝑃2014 𝑥 1,012320 = 84.092 hab Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 29 4.2. Análise dos Resultados Após estudos realizados, nota-se que a população de Caicó-RNestá em uma tendência de crescimento, não só pela natalidade positiva, mas também pela tendência de desenvolvimento da cidade em relação as cidades circunvizinhas, também contribuindo para este crescimento a migração do campo para a cidade. Observa-se abaixo o gráfico que analise todas as projeções populacionais com suas determinadas linhas de tendências, conclui-se que a previsão polinomial é que apresenta uma correlação maior de 0,9764, porém a linha de tendência de projeção populacional que mais se aproxima do IBGE e que representa um bom atendimento hídrico, com viabilidade financeira para os órgãos públicos é a projeção aritmética. De acordo com os cálculos a previsão populacional para cidade de Caicó em 2034 é de 79.228 habitantes. Figura 14 - Gráfico de análise do Crescimento Populacional de Caicó/RN. 4.3 Demanda hídrica do projeto De um modo geral, para o abastecimento de água de uma determinada área ocorrem variações anuais, mensais, diárias, horários e instantâneos do consumo de água. Assim, temos dias de maior consumo, e consequentemente, dias de menor demanda. 0 20000 40000 60000 80000 100000 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 P o p u la çã o Anos Crescimento Populacional Caicó- RN IBGE Polinomial Curva Logística Linear (Linear ) Linear (Logarítmica ) Exponencial (Logarítmica ) Exponencial (Potencial ) Exponencial (Exponencial ) Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 30 Temos ainda entre 17 horas as 21 horas que são horas do dia em que a demanda irá atingir seu valor mais alto. Neste contexto, alguns coeficientes que interpretam esta variação no consumo auxiliam no dimensionamento e operação dos sistemas de abastecimento. Os cálculos destas demandas hídricas são demonstrados a seguir, tomando como base a NBR 12211 (1992). 4.3.1 Vazão média (Q) Q = 200l habitantes x dia x 𝟕𝟗. 𝟐𝟐𝟖 habitantes = 15845,60 m 3 𝑑𝑖𝑎⁄ ou 183,39 l 𝑠⁄ 4.3.2 Vazão nos dias de maior consumo (Q1) É a demanda do dia de maior consumo. K1 é a relação entre o valor do consumo máximo diário ocorrido em determinado ano e o consumo médio relativo ao mesmo ano. Quando os valores desses consumos não são conhecidos, costuma-se adotar o valor de K1 entre 1,2 e 1,5. Adotou-se K1 = 1,2. . Q1 = 183,39 l 𝑠⁄ x 1,2 = 220,06 l 𝑠⁄ Vazão distribuída = 15845,60 m 3 𝑑𝑖𝑎⁄ 4.3.3 Vazão nos dias de maior consumo na hora de maior demanda (Q2) É a demanda da hora de maior consumo. K2 é a relação entre a maior vazão e a vazão média do dia de maior consumo, tendo como valor mais frequente K2 = 1,5. Q2 = 183,39 l 𝑠⁄ x 1,5 = 275,08 l 𝑠⁄ Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 31 4.4 Vazões de adução 4.4.1 Vazão de captação e adutora de água bruta (Qa) É a vazão do dia de maior consumo, levando em consideração a perdas de água com a lavagem dos filtros na ETA, TSUTIYA (2006) adota uma perda de 3% para a ETA, logo CETA = 1,03. A expressão geral para o cálculo desta vazão é dada por: Qa = ( K1. P. Q 86400 + Qesp) . Ceta Sendo: Qa: Vazão da captação (adução até a ETA); k1: Coeficiente do dia de maior consumo, 1,2. P: População da área abastecida; Q: Consumo per capita de água; CETA: Consumo na ETA (Adotada perda de 3% para lavagem de filtros); Qesp = Vazão específica, por exemplo, grandes consumidores (indústrias, comércios, etc). O Qesp foi desprezado, pois não se obteve dados referentes à demanda por parte de grandes consumidores da área em estudo. Logo, Qa = ( 1,2 x 79228 x 200 86400 ) x 1,03 = 226,68 L/s Vazão distribuída = 15845,60 m 3 𝑑𝑖𝑎 ⁄ Este valor será considerado no dimensionamento da adutora de captação e de água bruta. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 32 4.4.2 Vazão da adutora de água tratada (da ETA ao reservatório) (Qb) A vazão utilizada para dimensionamento da adutora de água tratada será a vazão do dia de maior consumo, já calculada anteriormente. Valor igual à vazão de captação desconsiderando as perdas na ETA. Qb = 220,06 l 𝑠⁄ 4.4.3 Vazão da adutora de distribuição (Qc) A vazão considerada para o cálculo da adutora de distribuição, tubulação que sai do reservatório levando água tratada para a rede urbana, é a vazão da hora de maior consumo. Assume-se, ainda, um abastecimento descontínuo, onde n é o número de horas que o sistema funciona diariamente. Imaginando que o sistema funcionará 20 horas ininterruptas durante o dia, pois supõe-se que o consumo durante a madrugada é consideravelmente reduzido, temos que: 𝑄𝑐 = 𝐾1 × 𝐾2 × 𝑃 × 𝑞 𝑛 × 3600 = 1,2 × 1,5 × 79228 × 200 20 × 3.600 = 396,14 l 𝑠⁄ 4.4.4 Vazão de Regularização Segundo o Engenheiro Rafael Lopes Pereira Medeiros da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), a vazão fornecida pelo sistema Rio Piranhas→ Rio Seridó → Açude Itans para cidade de Caicó é de 1350 m³/h (375 l/s). Logo, esta vazão garante uma vazão acima da estimada (Vazão de Captação de Água Bruta = 226,68 l/s) para o abastecimento da Cidade de Caicó. O restante que sobra é destinado a psicultura da cidade e a irrigação. 375 l/s > 226,68 l/s → Ok ! Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 33 5. DIMENSIONAMENTO DAS ADUTORAS As adutoras são tubulações do sistema de abastecimento de água que transportam água para as unidades que antecedem a rede de distribuição. Elas captam a água até a ETA e de lá, até os reservatórios de distribuição. Na análise do caminho que a tubulação percorre é necessário ser satisfeito uma condição de melhor uso das peças a fim de otimizar o caminho da água, consultando sempre plantas e perfis. A tubulação deverá preferencialmente passar por propriedades de domínio público além de apresentar um traçado mais direto possível. A NBR 12214 – Projeto de bombeamento de água para abastecimento público exige que, em cada estação elevatória, existam, pelo menos, duas bombas, com o intuito de garantir o abastecimento em caso de manutenção ou inoperância de uma das bombas por qualquer motivo. Desta forma, cada estação elevatória será projetada com pelo menos duas bombas iguais e com sistema hidráulico que permita o abastecimento pelo funcionamento de qualquer uma delas. 5.1 Classificação das Adutoras 5.1.1 Quanto à energia utilizada para a movimentação de água Adutora por gravidade em conduto forçado: neste caso o escoamento se dará entre um nível d’água mais elevado e um mais baixo, sendo a diferença dessas cotas a energia disponível para o escoamento. Adutora por gravidade em conduto livre: quando as condições topográficas forem favoráveis, é possível a adutora funcionar como conduto livre. O seu dimensionamento é feito em função de uma declividade disponível. Utilizando-se de preferência a fórmula de Chézy. No dimensionamento dos trechos da adutora sujeitos a escoamentos gradualmente variados, deve-se efetuar o cálculo das curvas de remanso. Adutora por recalque: esse tipode sistema é viabilizado quando se tem um nível inferior em relação ao reservatório elevado, que impossibilita a adução por gravidade. Nesse caso é necessário acessórios de recalque (motor bomba e acessórios). Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 34 5.1.2 Quanto à natureza da água transportada Adutora de água bruta: leva água da captação até a estação de tratamento. Adutora de água tratada: leva da estação de tratamento até o reservatório elevado. 5.2. Considerações à Respeito do Período de Funcionamento Na concepção do projeto é interessante que se evite o funcionamento da estação elevatória de água bruta no período de maior consumo de energia elétrica (entre 17 hs e 21 hs) a fim de reduzir o custo de bombeamento. Deste modo, fica definido o periodo de funcionamento de 20 horas por dia. Para que não haja quebra no fornecimento, é feito uma correção na vazão recalcada na captação que deverá ser aumentada para que atendidos todos os usuários da rede sem interrupção. As vazões a serem recalcadas estão descritas na Tabela 1. Tabela 3 - Consideração nas Vazões para funcionamento interrompido. Vazão a Considerar no Dimensionamento Da Captação à ETA Para 24hs de Funcionamento Para 20hs de Funcionamento 226,68 L/s 272,02 L/s 5.3. Dimensionamento Hidráulico da Adutora e da Estação Elevatória de Água Bruta O traçado da adutora segue o relevo natural do terreno, observando que as declividades são suaves (menores que 4%) não sendo necessário o corte ou aterro no solo. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 35 5.3.1. Material O material dos tubos será o ferro fundindo dúctil com junta elástica. 5.3.2. Ancoragem A utilização de blocos de ancoragem faz-se necessária para fixar as tubulações ao solo quando a declividade é superior a 25% e nas curvas horizontais. Neste projeto a inclinação máxima é da ordem de 4%, logo, os blocos de ancoragem serão colocados apenas nas curvas horizontais. 5.3.3. Equação No dimensionamento está sendo utilizada a equação de Hazen-Williams e, para o material utilizado que será ferro fundindo dúctil com junta elástica, considerando a situação de 20 anos de uso (horizonte de projeto), utilizar-se-á o fator de rugosidade C = 100 (PORTO, 2006). Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 36 Tabela 4 - Fórmulas para o cálculo do comprimento equivalente em peças de ferro fundido. 5.3.4. Dimensionamento Hidráulico 5.3.5. Trecho Captação- Estação de bombeamento -ETA Sabendo ainda que a vazão a ser captada é de 272,02 L/s com funcionamento de 20 horas por dia, determinada no levantamento anterior. Com os elementos necessários, determina-se a perda de carga neste trecho e, consequentemente, a carga hidráulica disponível à montante da estação elevatória de água bruta. É importante ressaltar que, neste arranjo a carga será positiva não sendo necessária, portanto, a análise da cavitação na sucção. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 37 Equação Característica da Tubulação Hm = Hg + ∆Hr + ∆Hs onde: Hm é a altura manométrica; Hg é a altura geométrica; ∆Hr é a perda de carga total no recalque; ∆Hs é a perda de carga total na sucção. Perda de Carga Total na Sucção (usando d = 550 mm): Ltotal = Lreal + Lequivalente Lequivalente: Válvula de pé com crivo = 265 x D = 265 x 0,550 = 145,75 m Joelho de 90º = 34xD = 34x0,550 = 18,7 m Registro de gaveta = 7xD = 7x0,500 = 3,85 m Lreal = 100 m Ltotal = 268,30 m 85,1 87,485,1 85,1 87,485,1 85,1 33,10 30,268 550,0100 65,10 65,10 QHs Q Hs L DC Q Hs Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 38 Perda de Carga Total Recalque (usando d = 500 mm): Ltotal = Lreal + Lequivalente Lequivalente: Registro de gaveta = 7xD = 7x0,500 = 3,5 m Válvula de retenção = 83,6xD =83,6x0,500 = 41,8 m Saída canalização = 30,2xD = 30,2x0,500 = 15,1 m Obs.: o restante das peças no decorrer do trecho será desconsiderado, pois essas perdas são desprezíveis devido o comprimento linear. Lreal = 2150m Ltotal = 2210,4 m 85,1 87,485,1 85,1 87,485,1 85,1 35,137 4,2210 5,0100 65,10 65,10 QHr Q Hr L DC Q Hr Então, com desnível de 16 m a vencer, a equação característica da tubulação é: Hm = Hg + ΔH Hm = 16 + 147,68 x Q 1,85 Verificação da Velocidade sm DA Q V /385,1 4 ²50,0 272,0 4 ² 272,0 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 39 Os limites de velocidade máxima da água nas tubulações recomendados pela CETESB estão indicados na Tabela 5 . Tabela 5 - Limites de velocidade máxima da água nas tubulações. Material do Tubo Velocidade Máxima ( m/s) Plásticos 4,5 Ferro Fundido Dúctil 4,0 a 6,0 Cimento Amianto 4,5 a 5,0 Aço 6,0 Concreto 4,5 a 5,0 Fonte: CETESB. Para velocidade mínima: Águas com suspensões finas: 0,30 m/s; Águas com areias finas: 0,45 m/s; Águas com matéria orgânica: 0,60 m/s. 5.4. Análise Econômica do Recalque de Água Bruta A análise econômica para a tubulação de recalque tem, como objetivo básico, o estudo comparativo entre os fatores que oneram uma obra de abastecimento de água, e através de curvas de custo, determinar um diâmetro minimize o custo total de instalação e operação. Os custos considerados nas curvas são: custo do conjunto elevatório, custo da energia elétrica, custo de aquisição e assentamento da tubulação. Com as curvas para os custos individuais de tubulação e de bombeamento, faz-se uma curva com o custo total, e assim, determina-se o menor custo e seu respectivo diâmetro comercial. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 40 Para a curva de custo de aquisição e assentamento da tubulação, utiliza-se a Equação abaixo (PORTO, 2006). 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐𝟏 = 𝑪𝒊 × 𝑳 × 𝒕 Onde: Ci representa a equação de custo unitário (R$/m); L o comprimento da tubulação (m); t a taxa de juros e amortização do capital (% a.a.). Não se obtendo os valores de mercado das tubulações usualmente utilizadas em redes de abastecimento, utilizou-se como referência as tabelas do TCPO 14 – versão Estudantil, da editora PINI. Para tal análise, se consultou os preços de diâmetros menores para tubos de ferro fundido com juntas, e fez-se uma extrapolação, observando-se que a relação entre preços e diâmetros seguiu um comportamento linear como visto na Figura 16. Figura 15 - Análise de regressão linear para custo unitário de tubulação de ferro fundido em função do diâmetro. y = 664,58x + 80,053 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,120,14 0,16 P R EÇ O DIÂMETRO Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 41 Para a curva de custo do conjunto elevatório e energia elétrica, utilizou-se a Equação abaixo (PORTO, 2006). 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐𝟐 = 𝟗, 𝟖. 𝑸. (𝑯𝒈 + 𝑱. 𝑳) 𝜼. 𝜼𝒎 × 𝑵 × 𝑻 × 𝑨 Onde: Q: Vazão (m3/h); Hg: Altura geométrica (m); J: Perda de carga unitária (m/m); L: Comprimento da tubulação (m); Ƞ: Rendimento da bomba; Ƞm: Rendimento do motor; N: Quantidade de dias por ano de funcionamento (dias); T: Quantidade de horas por dia de funcionamento (h); A: Custo por quilowatt-hora consumido (R$/KW.h). Para a terceira equação de custo, que representa o custo total, somam-se os valores de custo das curvas 1 e 2 para cada diâmetro. É importante considerar, entretanto, que tais procedimentos adotados são apenas estimativos e os valores reais de projeto dependem de um levantamento de quantitativos e serviços minucioso num projeto de orçamentação completo. Deve-se observar também que este processo não está incluindo fatores como o serviço de instalação, construção dos equipamentos (ancoragens, estações elevatórias, ETA, etc.) ou mesmo o preço de aquisição das bombas. Sabe-se também que os fatores de mercado, como as taxas de juros de amortização, condições de financiamento e processo de licitação são muito suscetíveis à variação no tempo. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 42 Este estudo de viabilidade econômica, logo, apresenta apenas uma referência para o custo total do projeto. Em virtude do exposto, os valores em real (R$) obtidos abaixo devem diferenciar da realidade no caso da execução do projeto, servindo apenas para a referência aqui necessária. Tabela 6 - Cálculo do custo total. DIAMETRO CUSTO DE TUBULAÇÃO CUSTO BOMBEAMENTO CUSTO TOTAL 0,3 617645,4408 1993966,796 2611612,237 0,4 764544,204 629234,6616 1393778,866 0,5 911442,9672 333620,3709 1245063,338 0,55 984892,3488 277742,2722 1262634,621 0,6 1058341,73 245066,5791 1303408,309 0,65 1131791,112 225076,6423 1356867,754 0,7 1205240,494 212372,4388 1417612,932 0,75 1278689,875 204030,9596 1482720,835 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 43 Figura 16 - Curva de custo total. FONTE: Recurso Excel. De acordo com a curva de custo total, observou-se que o diâmetro de mínimo custo será o de 500 mm, gerando um custo total de R$ 1.245.063,34. Será usado um diâmetro de 500 mm no recalque e 550 mm na sucção. 5.5. Escolha das Bombas – Estação Elevatória de Água Bruta Em posse do diâmetro mais econômico é possível determinar a altura manométrica necessária para a bomba e, assim, escolher a bomba (ou conjunto de bombas) que atenda satisfatoriamente ao sistema. Para isto, determina-se a equação do sistema (agora em função da vazão) para intersectá-la com as curvas das bombas. 1245063,338 0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 0,3 0,4 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 DIÂMETRO Curva do custo total x Diâmetro Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 44 Aplicando o valor do diâmetro econômico encontrado e deixando a equação em função da vazão, tem-se a seguinte equação: 𝑯 = 𝟏𝟔 + 𝟏𝟒𝟕, 𝟔𝟖 × 𝑸𝟏,𝟖𝟓 𝑯 = 𝟏𝟔 + 𝟏𝟒𝟕, 𝟔𝟖 × (𝟎, 𝟐𝟕𝟐)𝟏,𝟖𝟓 = 𝟐𝟗, 𝟑 𝒎. 𝒄. 𝒂 Usando o catologo de bombas, verificou-se que apenas uma bomba não atenderia de maneira econômica a vazão e altura manométrica. Entao, foi utilizado N = 1750 rpm. Os conjuntos escolhidos na figura 18, atenderia a altura manometrica e seria necessario uma associação em paralelo para atender a vazão de projeto. Figura 17 - Escolha do tipo de Bomba. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 45 A partir da Figura 18 selecionou-se a seguinte bomba: Figura 18 – Curvas características da Bomba centrífuga Maganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m. Foram feitas associaçoes de vários rotores e escolheu-se o que melhor se adaptou (ɸ290 mm), como está indicado na figura 19. A partir da curva do sistema e da bomba foi determinado a vazão e altura manométrica de operação. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 46 Figura 19 - Curva do sistema e Curva da Bomba Maganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m. e associações em paralelo. Altura manométrica de 29,9 m.c.a e vazão de 285 l/s, acima da vazão de projeto, sendo que a vazão de cada bomba será de 142,5 l/s ou 513 m³/h. Figura 20 - Encontrando o rendimento da bomba. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 47 De acordo com o rotor escolhido encontrou-se um rendimento de 83,5 % . Figura 21 - Verificação do NPSHR e Potência das bombas. A figura 22 mostra a potência e NPSH requerido para vazão de 513 m³/h, sendo, cada bomba de potência de 68 hp (52 KW). Com NPSHR = 3,6 m.c.a Sabendo que a pressão atmosférica de caicó é de 9,6 m.c.a, a perda de carga na sucçao de 0,5 m.c.a e não há desnível geométrico entre a casa de bomba e captação (situação hídrica mais desfavorável), tem-se NPSHD de: 𝐍𝐏𝐒𝐇𝐝 = 𝐏𝐚𝐭𝐦 − 𝐏𝐯 𝛄 − 𝐇𝐩𝐑′−𝐌𝐁 = 𝟗, 𝟔 − 𝟎, 𝟐𝟒 − 𝟎, 𝟓 = 𝟖, 𝟖𝟔 𝐦. 𝐜. 𝐚. Logo como NPSHR < NPSHD, não haverá cavitação. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 48 Assim, será usado um conjunto de três bombas em paralelo, sendo uma bomba reserva, a bomba será do tipo: Meganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m., diâmetro do rotor de 290 mm, rendimento de 83,5%, potência de 68 hp (52 KW) e com NPSHR = 3,6 m.c.a. 5.5.1. Trecho Captação- Estação de bombeamento -ETA Sabendo ainda que a vazão a ser captada é de 264,07 l/s ou 950,7 m³/h com funcionamento de 20 horas por dia, determinada no levantamento anterior. Com os elementos necessários, determina-se a perda de carga neste trecho e, consequentemente, a carga hidráulica disponível no trecho entre a Estação de Tratamento de Água e o reservatório principal de distribuição. Equação Característica da Tubulação Hm=Hg+ ∆Hr+ ∆Hs , onde: Hm é a altura manométrica; Hg é a altura geométrica; ∆Hr é a perda de carga total no recalque; ∆Hs é a perda de carga total na sucção. Perda de Carga Total na Sucção (usando d=550 mm): Ltotal = Lreal + Lequivalente Lequivalente: Saída canalização = 30,2xD = 30,2x0,550 = 16,61 m Registro de gaveta = 7xD = 7x0,500 = 3,85 m Lreal = 50 m Ltotal = 70,46 m Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 49 85,1 87,485,1 85,1 87,485,1 85,1 75,2 46,70 550,010065,10 65,10 QHs Q Hs L DC Q Hs Perda de Carga Total Recalque (usando d=500): Ltotal = Lreal + Lequivalente Lequivalente: Registro de gaveta = 7xD = 7x0,500 = 3,5 m Válvula de retenção = 83,6xD =83,6x0,500 = 41,8 m Saída canalização = 30,2xD = 30,2x0,500 = 15,1 m Obs.: o restante das peças no decorrer do trecho será desconsiderado, pois essas perdas são desprezíveis devido o comprimento linear. Lreal = 2530m Ltotal = 2590,4 m 85,1 87,485,1 85,1 87,485,1 85,1 97,160 40,2590 5,0100 65,10 65,10 QHr Q Hr L DC Q Hr Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 50 Então, com altura geométrica de 5m a vencer, pois a cota da ETA de 182m e cota da nível d’água do reservatório semi-enterrado de 187m, assim, a equação característica da tubulação é: Hm = Hg + ΔH Hm = 5 + 163,72Q 1,85 Verificação da Velocidade sm DA Q V /12,1 4 ²5,0 22,0 4 ² 22,0 Os limites de velocidade máxima da água nas tubulações recomendados pela CETESB estão indicados na Tabela . Tabela 7- Limites de velocidade máxima da água nas tubulações Material do Tubo Velocidade Máxima ( m/s) Plásticos 4,5 Ferro Fundido Dúctil 4,0 a 6,0 Cimento Amianto 4,5 a 5,0 Aço 6,0 Concreto 4,5 a 5,0 (Fonte: CETESB). Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 51 Para velocidade mínima: Águas com suspensões finas: 0,30 m/s; Águas com areias finas: 0,45 m/s; Águas com matéria orgânica: 0,60 m/s. 5.5.1.1. Análise Econômica do Recalque de Água Bruta: Para a curva de custo do conjunto elevatório e energia elétrica, utilizou-se a Equação abaixo (PORTO, 2006). 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐𝟐 = 𝟗, 𝟖. 𝑸. (𝑯𝒈 + 𝑱. 𝑳) 𝜼. 𝜼𝒎 𝒙𝑵𝒙𝑻𝒙𝑨 Onde: Q: Vazão (m3/h); Hg: Altura geométrica (m); J: Perda de carga unitária (m/m); L: Comprimento da tubulação (m); Ƞ: Rendimento da bomba; Ƞm: Rendimento do motor; N: Quantidade de dias por ano de funcionamento (dias); T: Quantidade de horas por dia de funcionamento (h); A: Custo por quilowatt-hora consumido (R$/KW.h). Para a terceira equação de custo, que representa o custo total, somam-se os valores de custo das curvas 1 e 2 para cada diâmetro. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 52 É importante considerar, entretanto, que tais procedimentos adotados são apenas estimativos e os valores reais de projeto dependem de um levantamento de quantitativos e serviços minucioso num projeto de orçamentação completo. Deve-se observar também que este processo não está incluindo fatores como o serviço de instalação, construção dos equipamentos (ancoragens, estações elevatórias, ETA, etc.) ou mesmo o preço de aquisição das bombas. Sabe-se também que os fatores de mercado, como as taxas de juros de amortização, condições de financiamento e processo de licitação são muito suscetíveis à variação no tempo. Este estudo de viabilidade econômica, logo, apresenta apenas uma referência para o custo total do projeto. Em virtude do exposto, os valores em real (R$) obtidos abaixo devem diferenciar da realidade no caso da execução do projeto, servindo apenas para a referência aqui necessária. Tabela 8 - Cálculo do custo total DIAMETRO CUSTO DE TUBULAÇÃO CUSTO BOMBEAMENTO CUSTO TOTAL 0,3 720921,66 1302668,422 2023590,082 0,4 892383,3 432547,692 1324930,992 0,5 1063844,94 244071,0554 1307915,995 0,55 1149575,76 208444,5095 1358020,269 0,6 1235306,58 187611,2652 1422917,845 0,65 1321037,4 174866,1573 1495903,557 0,7 1406768,22 166766,2595 1573534,479 0,75 1492499,04 161447,9309 1653946,971 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 53 FONTE: Recurso Excel Figura 22 - Curva de custo total FONTE: Recurso Excel. De acordo com a curva de custo total, observou-se que o diâmetro de mínimo custo será o de 500 mm, gerando um custo total de R$ 1.300.7915,995. Será usado um diâmetro de 500mm no recalque e 550mm na sucção. 5.5.1.2. Escolha das Bombas – Estação de Tratamento de Água (ETA) ao Reservatório de Distribuição Em posse do diâmetro mais econômico é possível determinar a altura manométrica necessária para a bomba e, assim, escolher a bomba (ou conjunto de bombas) que atenda satisfatoriamente ao sistema. Para isto, determina-se a equação do sistema (agora em função da vazão) para interceptá-la com as curvas das bombas. 1307915,995 0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 0,3 0,4 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 DIÂMETRO Curva do custo total x Diâmetro Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 54 Aplicando o valor do diâmetro econômico encontrado e deixando a equação em função da vazão, tem-se a seguinte equação: Hm = 5 + 163,72Q 1,85 Hm = 5 + 163,72(0,264) 1,85 = 18,9m.c.a , para uma vazão recalcada 264,0 l/s. Usando o catálogo de bombas, verificou-se que apenas uma bomba não atenderia de maneira econômica a vazão e altura manométrica. Entao, foi utilizado N = 1750 rpm. Os conjuntos escolhidos na figura 18, atenderia a altura manometrica e seria necessario uma associação em paralelo para atender a vazão de projeto. Figura 23 - Escolha do tipo de Bomba. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 55 Figura 24 - Curvas características da Bomba centrífuga Maganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m.. Fonte : Folheto de curvas características - Meganorm Foram feitas associaçoes de vários rotores e escolheu-se o que melhor se adaptou (ɸ264 mm), como está indicado na figura 25. A partir da curva do sistema e da bomba foi determinado a vazão e altura manométrica de operação. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 56 Figura 25 - Curva do sistema e Curva da Bomba Maganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m. e associações em paralelo. Fonte: Recurso do Excel. Altura manométrica de 22 m.c.a e vazão de 295 l/s, acima da vazão de projeto, sendo que a vazão de cada bomba será de 147,5 l/s ou 531 m³/h. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 Curva da associação em𝑅𝑜𝑡𝑜𝑟 ∅303 AB Curva da tubulação Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 57 Figura 26 - Encontrando o rendimento da bomba. Fonte : Folheto de curvas características – Meganorm De acordo com o rotor escolhido encontrou-se um rendimento de 82 % A figura 28 mostra a potência e NPSH requerido para vazão de 531 m³/h, sendo, cada bomba de potência de 49 hp (36 KW). Com NPSHR = 3,8 m.c.a Sabendo que a pressão atmosféricade caicó é de 9,6 m.c.a, a perda de carga na sucçao de 0,2 m.c.a e não há desnível geométrico entre casa de bomba da ETA e captação, tem- se NPSHD de: 𝐍𝐏𝐒𝐇𝐝 = 𝐏𝐚𝐭𝐦 − 𝐏𝐯 𝛄 − 𝐇𝐩𝐑′−𝐌𝐁 = 𝟗, 𝟔 − 𝟎, 𝟐𝟒 − 𝟎, 𝟐 = 𝟗, 𝟏𝟔 𝐦. 𝐜. 𝐚. Logo como NPSHR < NPSHD, não haverá cavitação. Assim, será usado um conjunto de três bombas em paralelo, sendo uma bomba reserva, a bomba será do tipo: Meganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m., diâmetro do rotor de 264 mm, rendimento de 82,0%, potência de 49 hp (36 KW) e com NPSHR = 3,8 m.c.a. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 58 Figura 27 - Encontrando o NPSH e potência. Fonte : Folheto de curvas características - Meganorm 5.6 Verificação da resistência à pressão máxima da tubulação Como o material da tubulação é de ferro fundido, a norma ABNT NBR 7675:1988, diz que a pressão de ensaio pneumático para controle deve ser de 100 KPa, mas, opcionalmente, o ensaio pneumático pode ser substituído por um ensaio hidrostático e, neste caso, as conexões devem suportar, sem vazamento, exsudação ou borbulhamento, as pressões indicadas na tabela abaixo. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 59 Como a tubulação utilizada é de 500 mm, a pressão máxima a qual ela deve suportar é de 1,6 MPa. Verificação das maiores pressões nos trechos Captação – ETA Z1 + 𝑃1 𝛾 + 𝑉1² 2𝑔 + Hm = Z2 + 𝑃2 𝛾 + 𝑉2² 2𝑔 + 21H 𝑃2 𝛾 = 5 + 28,28 – 0,095 – 221 5,0100 )272,0(65,10 87,485,1 85,1= 31,95 m P2 = 319500 Pa = 0,32 MPa -> (OK) Z1 + 𝑃1 𝛾 + 𝑉1² 2𝑔 + Hm = Z2 + 𝑃2 𝛾 + 𝑉2² 2𝑔 + 21H 𝑃2 𝛾 = 8 + 34,41 – 20 4 5,0 264,0 2 2 – 518 5,0100 )264,0(65,10 87,485,1 85,1 P2 = 0,39 MPa -> (OK) 5.7 Considerações sobre A ETA e Reservatório de Distribuição 5.7.1 Tratamento de Água Bruta – ETA Comumente define-se tratamento de água como conjunto de processos a qual a água é submetida que tem como objetivo melhorar suas caracteristicas físicas, químicas e bacteriológicas, afim de que se torne uma água potável para consumo humano. Em suma o processo de tratamento tem as seguintes finalidades: Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 60 Higiênicas - eliminação ou redução de bactérias, substâncias venenosas, mineralização excessiva, teor excessivo de matéria orgânica, algas protozoários e outros microrganismos; Estético - remoção ou redução de cor, turbidez, dureza, odor e sabor; Econômico - remoção ou redução de dureza, corrosividade , cor, turbidez, odor, sabor, ferro manganês, etc. Esquema do Tratamento de Água - ETA A água do Açude Itans esta no padrão de qualidade para que o processo de tratamento seja o convencional como demonstra na figura abaixo: Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 61 Figura 28 - Esquema do posicionamento das unidades de uma ETA convencional Fonte: Medeiros,Carlos (2000) Processo de Tratamento de Água –ETA Primeiramente inicia o procedimento com os ensaios de turbidez, cor e PH que são características perceptíveis ao consumo humano. A cor se deve a presença de tanino, oriundo dos vegetais, variando de incolor a castanho intenso. A turbidez é originada pela presença de material argiloso, matéria orgânica e microrganismo. Dando continuidade ao processo, o primeiro produto químico em geral que coloca-se é o coagulante, chamado devido a sua função, no Brasil emprega-se o sulfato Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 62 de alumínio. A função do alumínio justamente agregar as partículas coloidais, aquele material que está na água, iniciando o processo de coagulação-floculação. Na floculação, em seguida, ocorre um fenômeno complexo, que consiste essencialmente em agregar em conjuntos maiores, chamados flocos, as partículas coloidais que não são capazes de se sedimentar espontaneamente. Essa agregação, que diminui a cor e a turbidez da água, é provocada pela atração de hidróxidos, provenientes dos sulfatos de alumínio e ferro II, por íons cloreto e sulfatos existentes na água. É muito importante averiguar por meio de ensaios laboratoriais, se determinado floculante satisfaz as exigências previstas para o consumo humano, contudo, não há regra para prever o melhor floculante. O floculante mais largamente empregado é o sulfato de alumínio, de aplicação restrita à faixa de pH situada entre 5,5 e 8,0. Segundo Carlos Medeiros (2000), quando o pH da água não se encontra nessa faixa, costuma-se adicionar cal ou aluminato de sódio, a fim de elevar o pH, permitindo a formação dos flóculos de hidróxido de alumínio. O aluminato de sódio, empregado juntamente com o sulfato de alumínio, tem faixa de aplicação restrita a pHs elevados, onde se salienta, em certos casos, a remoção do íon magnésio. Removidas a cor e a turbidez, pelas operações de floculação, decantação e filtração, faz-se uma cloração. Na última parte do processo, aplica-se o cloro que tem uma função bactericida e clarificante, podendo ser utilizado sob várias formas: cloro gasoso, hipoclorito de cálcio (35 a 70% de cloro), hipoclorito de sódio (dez por cento de cloro) e monóxido de dicloro ou anidrido hipocloroso. É importante lembrar da aplicação do flúor na água, a qual tem o objetivo de fortalecer os dentes. Após estes processos a água segue para o reservatório de distribuição pela adutora. 5.7.2 Dimensionamento do reservatório de distribuição Para atender a demanda do projeto, será construído um reservatório apoiado cilíndrico com nível de água fixo a montante da cidade. Para a elaboração de projetos de reservatórios, normalmente se utilizam as recomendações da norma da ABNT para a determinação do volume do reservatório. Este volume deve ser determinado levando-se Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 63 em consideração o volume útil, o volume para combate a incêndio e o volume para emergências. Para encontrar o volume útil do reservatório, deve-se realizar um estudo da curva de consumo de água para a cidade em estudo. No entanto, Milton Tsutiya (2006) indica que caso não exista dados suficientes para permitir o traçado da curva de variação diária do consumo, o volume mínimo necessário para compensar esta variação deverá ser igual ou superior a 1/3 do volume distribuído no dia consumo máximo, para o caso de adução contínua: De acordo com a norma da ABNT, a utilização do volume de reservação de 1/3 do volume distribuído no dia de maior consumo, decorre do valor de 15,9% desse volume deduzido para a curva de consumo na forma de senóide, acrescido de 15% para eventuais emergências (TSUTIYA, 2006, p.365) Neste caso, o volume do reservatório será de: 𝑉𝑟= 1 3 𝑥 226,68 𝐿/𝑠 𝑉𝑟 = 75,56 𝐿/𝑠 𝑉𝑟 = 6528,38 𝑚³/𝑑𝑖𝑎 𝑽𝒓 = 𝟔. 𝟓𝟓𝟎 𝒎³ Este volume de 6.550m3 será dividido em dois reservatórios, para o semi enterrado será 2/3 do volume total, sendo volume de 4.366m3, construído na cota do terreno de 182 metros, com nível d’água na cota 188m e na execução do reservatório elevado, a cota do nível d’água é na cota 196m e a do terreno na cota de 182m, a altura do nível d’água de 14 metros em relação ao terreno, para elevar utiliza-se uma bomba. O reservatório elevado tem uma capacidade de volume 2183m3, está divisão tem como objetivo reduzir os custos da obra, quanto dimensão da seção circular do reservatório e da quantidade de aço utilizada. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 64 5.7.2.1.Dimensionamento do Reservatório Semi - Enterrado O reservatório será do tipo apoiado circular. Considerando o nível máximo da lâmina d’água a uma altura de 5,0 m, dimensões do cilindro são calculadas tomando como base o seu volume necessário: 𝑉 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒 × ℎ = 𝜋𝑑2 4 × ℎ = 4366 𝑚3 𝜋𝑑2 4 𝑥 5 = 4366 𝑑 = 30,43 𝑚 5.7.2.2.Dimensionamento do Reservatório Elevado O reservatório será do tipo apoiado circular. Considerando o nível máximo da lâmina d’água na cota de 196m, utiliza uma bomba Maganorm 200-150-315, n = 1750 r.p.m com altura manómetrica de 22m.c.a, com vazão de 147,5 l/s para elevar 14 metros, com altura do reservatório de 5,0 m, dimensões do cilindro são calculadas tomando como base o seu volume necessário: 𝑉 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒 × ℎ = 𝜋𝑑2 4 × ℎ = 2183 𝑚3 𝜋𝑑2 4 𝑥 5 = 2183 𝑑 = 23,57 𝑚 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 65 5.7.3 Dimensionamento da Rede de Distribuição Para o dimensionamento da rede malhada de distribuição, utilizou-se o software de cálculo EPANET 2.0 Brasil, com sua versão brasileira elaborada pelo Laboratório de Eficiência Energética e Hidráulica em Saneamento da UFPB (Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa, PB). A idealização do melhor traçado da rede principal do sistema de distribuição objetiva atender aos critérios de pressões e vazões estipulados pela NBR 12218. A Norma prescreve que a pressão dinâmica mínima deve ser de 10 m.c.a. e a pressão estática máxima não deve ultrapassar o valor de 50 m.c.a. para segurança do sistema. Além disso, a norma aconselha uma manutenção da velocidade da água nas tubulações com valores entre 0,6 m/s e 3,5 m/s para se obter uma melhor qualidade da água. De acordo com o zoneamento proposto para a cidade de Caicó-RN, foram determinadas as vazões requeridas para cada zona e, dessa forma, definidas as vazões de cada nó, os quais devem alimentar a rede de distribuição secundária. O traçado da rede principal é dado por dois anéis e 7 nós. Abaixo na Figura 29 segue o zoneamento proposto para cidade de Caicó. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 66 Figura 29 - Zoneamento com seus respectivos nós. O método de Hardy Cross utilizado no programa EPANET é para redes malhadas. A partir dos parâmetros de entrada definidos pelo projeto, como cota, vazões no nós, comprimento do trecho, o programa calcula, segundo esse método, as velocidades nas tubulações e as pressões em cada nó da rede. Após realizado o zoneamento da área da cidade de Caicó, marca-se os nós em cada zona, posteriomente determina-se o consumo de água para cada nó, determinando a área de influência como mostra a Figura 30, para este calculo foi determinado um fator de correção para densidade demográfica de cada zona, quanto maior a densidade demográfica maior o fator de correção, como segue na Tabela 9 a seguir. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 67 Figura 30 - Área de influência de cada zona. Tabela 9 - Consumo de água para cada nó. ÁREA DE INFLUÊNCIA (Km²) FATOR DE CORREÇÃO DA DENSIDADE DE CADA REGIÃO % DE ÁREA VAZÃO (l/s) NÓ 2 4,46 1,4 16,37 64,85 NÓ 3 4,77 1,4 17,51 69,35 NÓ 4 4,45 1 11,67 46,21 NÓ 5 5,03 1 13,19 52,24 NÓ 6 4,66 1 12,22 48,40 NÓ 7 5,3 1 13,89 55,04 NÓ 8 4,13 1,4 15,16 60,05 TOTAL 32,8 100,00 396,14 O programa funciona como um sistema iterativo de cálculo, onde o projetista insere o diâmetro inicial dos trechos de tubulação, as características do material, os Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 68 comprimentos equivalentes das peças do sistema, o comprimento real de cada trecho, as cotas e as vazões específicas de cada nó. Para cada diâmetro, o programa desenvolve uma simulação do sistema e pode-se conferir as pressões e as velocidades limites. Segue abaixo nas Tabelas 10,11, 12, os resultados das interações. Tabela 10 - Análise das pressões nos nós. Tabela 11 - Análise das velocidades e Diâmetros. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 69 Tabela 12- Análise das pressões dinâmicas. Os resultados demonstram que os diâmetros da rede principal variam entre 75 mm e 600 mm em função de cada trecho e a adutora que leva a água tratada do reservatório até o sistema de distribuição apresentará diâmetro de 600 mm. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 70 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta primeira etapa do projeto, foram coletados todos os dados essenciais para o dimensionamento de um sistema completo de abastecimento urbano de água. Da mesma forma, os cálculos iniciais de crescimento populacional, demanda hídrica, vazões de adução, assim como o traçado e a determinação dos pontos estratégicos para instalação das partes integrantes do sistema foram descritos sem maiores complicações. A partir de então, poderão ser dimensionadas todas as outras estruturas do sistema, como estações de bombeamento, adutoras, estação de tratamento de água, capacidade do reservatório e rede de distribuição. Nessa segunda e terceira etapa do projeto foram realizados os dimensionamentos da adutora. No nosso caso, uma adutora do ponto de captação até a estação de tratamento de água e a outra na estação de tratamento de água aos reservatórios de distribuição, semi - enterrado e ao elevado até os principais trechos de distribuição do abastecimento da cidade de Caicó-RN, assim como foi realizada a concepção dos processos da estação de tratamento de água. Todo o dimensionamento se deu levando-se em consideração as condições mais econômicas, realizando análise do diâmetro mais econômico, de acordo com valores do TCPO 14, as condições mais seguras e que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente. As adutoras foram dimensionadas assim como as suas respectivas bombas escolhidas,pois trata-se de uma adução por recalque. Foram utilizados associações em paralelos para as adutoras e apenas uma bomba para elevar água do reservatório semi enterrado para o elevado. É interessante lembrar que no nosso caso foram dispostas três bombas em cada trecho visto que as duas seriam para funcionar normalmente e uma terceira para quando houvesse algum problema com alguma das outras duas bombas. É importante enfatizar que o principal Açude da cidade, chamado de Itans tem uma perda de água da captação a distribuição de 60% da vazão captada, portanto, é de fundamental importância a gestão hídrica dos reservatórios pelos órgãos responsáveis, os mananciais que não consegue ter um controle de demanda e oferta d’água, pode colocar em risco a capacidade do reservatório nos períodos de seca, que ocorrem com frequência na região nordeste e consequentemente todo o projeto de abastecimento de água para a cidade. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Área de Engenharia de Recursos Hídricos. 2014.2 - Projeto de Abastecimento de Água da Cidade de Caicó – RN 71 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12218: Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1994. _________. NBR 12211: Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água. Rio de Janeiro, 1992. GIVISIEZ, G. H. N. Introdução a métodos de estimativas e interpolações populacionais. In: RIOS-NETO, E. L. G.; RIANI, J. L. R. (Org.) Introdução à demografia da educação. Campinas: Associação Brasileira de Estudos Populacionais – ABEP, 2004. MEDEIROS FILHO, Carlos F. Abastecimento de Água. Campina Grande, 2009, 154p. Apostila do curso de Engenharia Civil – Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Abastece.pdf>. Acesso em 29/11/2013. SHRYOCK, Henry S. e SIEGEL, S. J. The methods and material of Demography. Washington: U. S. Government Printing Office, 1980. Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Rio Grande do Norte – Dianóstico do Município de Caicó. Disponível para download em: http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=36&infoid=3130 acessado no dia 27 de Novembro de 2014 ás 01:41. GALVÃO, Carlos Oliveira. Projeto de Pesquisa : Características da Bacia Hidrográfica – Piranhas/Açu – UFCG. Campina Grande, Agosto de 2007. CAICÓ/RN. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caic%C3%B3 acessado no dia 27 de Novembro de 2014 ás 02:01. TSUTIYA, Milton Tomoyuki. Abastecimento de Água. 3ª Edição. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2006.