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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Discente: Alysson Kaio de Brito. Campina Grande, Dezembro de 2015. CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL _________________________________________________________ ALYSSON KAIO DE BRITO Estagiário de Engenharia _________________________________________________________ Eng.° LAVOISIER SILVA GARCIA DA COSTA Supervisor de Estágio _________________________________________________________ Prof.ª Dra. ANDRÉA CARLA LIMA RODRIGUES Supervisora Acadêmica Relatório entregue ao curso de graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Campina Grande, exigido pela grade curricular como pré-requisito obrigatório para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. Campina Grande, 04 de Dezembro de 2015. 2 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a toda a minha família, amigos e professores; em especial aos meus pais Gilvomar Gomes de Brito e Zilda Souto de Brito, que depositam sua fé em mim ao apoiar minhas escolhas dando-me forças nos momentos bons e ruins, durante toda minha caminhada de vida. 3 AGRADECIMENTOS À Deus, pela oportunidade de realizar meu sonho. Agradeço aos meus amados pais, Zilda e Gilvomar, pelo apoio, incentivo e por toda dedicação. Ao meu irmão Artur pela admiração. Aos meus avós, Dionísia e José Luís, que em seus momentos de vida me trataram sempre com amor e carinho e a minha avó Maria Brito por sua preocupação e amor. A todos os meus tios e primos pelas orações, carinho e apoio. Aos meus amigos de curso Janaína Leite, Wlysses Wagner, Rafael Gomes, Andrezza Farias e Paloma de Sousa que estiveram ao meu lado, nos momentos bons e ruins durante o curso, ajudando-me a amadurecer. A todos os professores que tive até hoje, que de algum jeito elevaram meu conhecimento. Em especial a professora Dr.ª Izabelle Marie Trindade Bezerra pelo apoio atenção e acompanhamento nas monitorias e projetos de pesquisa e a professora Dr.ª Andréa Carla Lima Rodrigues pela orientação e carinho como supervisora acadêmica do meu estágio curricular. A Ourovel Construções e Empreendimentos Imobiliários pela oportunidade de estágio. Agradeço aos Engenheiros, Mestres e todos os trabalhadores que fizeram parte da obra do Residencial Tom Jobim que me acompanharam durante o estágio, pelo apoio, respeitos e conhecimentos repassados. E por fim, aos velhos amigos e aos novos amigos que conquistei, agradeço à torcida que, de alguma forma, me ajudou a chegar até aqui! 4 IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO NOME: Alysson Kaio de Brito. CURSO: Engenharia Civil. PERÍODO DE ESTÁGIO: De 06/04/2015 a 04/08/2015. CARGA HORÁRIA: 20 horas semanais. TURNO: Vespertino. (Segunda a Sexta das 13:00 ás 17:00 horas) IDENTIFICAÇÃO DO ORIENTADOR DE ESTÁGIO NOME: Andréa Carla Lima Rodrigues, professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Civil. Universidade Federal de Campina Grande. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA NOME: Ourovel - Construções e Emp. Imobiliários LTDA – ME. ATIVIDADE: Execução de obra de infra e superestrutura de habitação multifamiliar. REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO: Residencial Tom Jobim. SUPERVISOR DO ESTÁGIO: Lavoisier Silva Garcia da Costa. ENDEREÇO: Rua Francisco Guedes de Moura, 122 – Catolé - Campina Grande, PB. 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10 1.1. Objetivo Geral ..................................................................................................... 10 1.2. Objetivos Específicos .......................................................................................... 10 2. CARACTERIZAÇÃO DA OBRA ............................................................................. 11 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 12 3.1. Canteiro de Obras ................................................................................................ 12 3.2. Locação da Obra .................................................................................................. 12 3.3. Fundações ............................................................................................................ 13 3.4. Alvenaria ............................................................................................................. 13 3.5. Estrutura da Construção ...................................................................................... 13 3.6. Forros ................................................................................................................... 14 3.7. Cobertura ............................................................................................................. 14 3.8. Revestimento de Paredes ..................................................................................... 15 3.9. Revestimentos de Áreas Molhadas ...................................................................... 15 3.10. Contrapiso e Piso ............................................................................................... 15 3.11. Esquadrias .......................................................................................................... 16 3.12. Pintura ................................................................................................................ 16 3.13. Instalações Hidrossanitárias .............................................................................. 17 3.14. Instalações Elétricas .......................................................................................... 17 3.15. Orçamento ......................................................................................................... 18 4. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 18 4.1. Concretagem de uma Laje Nervurada ................................................................. 18 4.2. Locação e Assentamento de Alvenaria ................................................................ 21 4.3. Instalações Elétricas ............................................................................................ 22 4.4. Instalações Hidrossanitárias ................................................................................ 24 4.5. Execução de Contrapiso e piso ............................................................................ 27 4.6. Quantitativo de Pastilhas (Revestimento das fachadas) ...................................... 31 6 4.7. Quantitativo de Revestimentos Internos .............................................................. 32 4.8. Quantitativo de Volume de Concreto para Concretagem de uma Laje ............... 34 4.9. Orçamento de uma Reforma ................................................................................ 35 5. PATOLOGIAS DA OBRA ........................................................................................ 38 5.1. Adensamento do Concreto Aplicado numa Laje .................................................38 5.2. Conexão de Tubos PVC Realizadas por Aquecimento ....................................... 38 5.3. Fissuração numa Camada de Emboço ................................................................. 39 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 41 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 42 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Residencial Tom Jobim. ................................................................................ 11 Figura 2 - Montagem da Estrutura e Espaçadores completa. ......................................... 19 Figura 3 - Detalhe do Espaçador e da Armadura Negativa da Laje Nervurada. ............ 19 Figura 4 - Realização do ensaio de Slump Test e verificação do abatimento. ............... 20 Figura 5 - Moldagem dos corpos de prova para obtenção da resistência do concreto usinado. ........................................................................................................................... 20 Figura 6 - Despejo no Concreto na Laje utilizando carrinho de mão. ............................ 20 Figura 7 - Espalhamento e Adensamento do Concreto na Laje. .................................... 20 Figura 8 - Adensamento do Concreto na Laje. ............................................................... 20 Figura 9 - Acabamento final da Laje Concretada. .......................................................... 20 Figura 10 - Caminhão Betoneira. ................................................................................... 21 Figura 11 - Locação da primeira fiada no pavimento térreo. ......................................... 22 Figura 12 - Utilização do esquadro para execução do amestramento. ........................... 22 Figura 13 - Disposição dos Eletrodutos na Parede – TORRE B. ................................... 23 Figura 14 - Disposição das Caixas de Passagem e dos Eletrodutos na Laje – TORRE B. ........................................................................................................................................ 23 Figura 15 - Chumbamento dos Eletrodutos na parede – TORRE B. .............................. 23 Figura 16 - Fiação instalada dentro dos Eletrodutos – TORRE B.................................. 23 Figura 17 - Quadros de Distribuição das Instalações Elétricas e de VDI – TORRE A. 24 Figura 18 - Ocultamento dos eletrodutos com forro no teto e revestimentos nas paredes – TORRE A. ................................................................................................................... 24 Figura 19 - Vista dos Barriletes saindo da Caixa D'água – TORRE A. ......................... 25 Figura 20 - Barriletes saindo da Caixa D'água -TORRE A. ........................................... 25 Figura 21 - Saída dos ramais da coluna de água fria para cada apartamento – TORRE A. ........................................................................................................................................ 25 Figura 22 - Ramais de água fria na parede de uma área de serviço TORRE B. ............. 25 Figura 23 - Instalações de esgoto do apartamento tipo do pavimento superior de uma cozinha – TORRE B. ...................................................................................................... 26 Figura 24 - Instalações de Esgoto de um banheiro TORRE B. ...................................... 26 Figura 25 – Instalações de esgoto no piso de um banheiro – TORRE B. ...................... 26 Figura 26 - Instalações Hidráulicas ocultas após execução dos revestimentos internos – TORRE A. ...................................................................................................................... 26 8 Figura 27 - Adesivo Plástico utilizado na montagem das tubos com as conexões de PVC. ............................................................................................................................... 27 Figura 28 - Taliscas para a execução de mestras. ........................................................... 28 Figura 29 - Argamassa de traço 3:1 (farofa) para execução do contrapiso. ................... 28 Figura 30 - Sarrafeamento com a régua utilizando as mestras. ...................................... 28 Figura 31 - Contrapiso de um quarto acabado. ............................................................... 28 Figura 32 - Piso umedecido para posterior aplicação do revestimento cerâmico. ......... 30 Figura 33 - Assentamento do revestimento cerâmico com argamassa colante. ............. 30 Figura 34 - Piso assentado e preparado para rejunte. ..................................................... 30 Figura 35 - Piso concluído após o rejunte. ..................................................................... 30 Figura 36 - Revestimento cerâmico utilizado no piso (45 cm x 45 cm). ........................ 30 Figura 37 - Esboço do programa AutoCAD utilizado no levantamento de áreas de pastilha do residencial Tom Jobim. ................................................................................ 31 Figura 38 - Alvenaria a ser demolida. ........................................................................... 35 Figura 39 - Alvenaria a ser construída............................................................................ 35 Figura 40 - Planta ilustrativa do projeto elétrico. ........................................................... 36 Figura 41 - Adensamento do concreto usinado por vibrador de imersão de uma laje nervurada. ....................................................................................................................... 38 Figura 42 - Conexões irregulares entre dois tubos de PVC de água fria. ....................... 39 Figura 43 - Fissuramento gerado na camada de emboço de uma parede interna. .......... 40 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Classes de pisos quanto a sua resistência a abrasão. ..................................... 16 Tabela 2 - Quantitativo de área de pastilhas utilizadas na obra do Residencial Tom Jobim. ............................................................................................................................. 31 Tabela 3 - Resumo com as Áreas dos Revestimentos Internos para Obra do Residencial Tom Jobim. ..................................................................................................................... 32 Tabela 4 - Tabela complementar da tabela resumo de revestimentos internos, Torre A.33 Tabela 5 - Quantitativo de volume de concreto utilizado na concretagem de uma laje da obra do Residencial Tom Jobim. .................................................................................... 34 Tabela 6 - Quantitativo da Reforma do Apartamento 704 - Torre B. ............................ 36 Tabela 7 - Ficha de composição para demolição. ........................................................... 37 Tabela 8 - Ficha de composição para alvenaria de vedação. .......................................... 37 Tabela 9 - Orçamento da reforma do apartamento 704 - Torre B. ................................. 37 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Materiais utilizados na concretagem da laje. ............................................... 19 Quadro 2 - Matérias utilizados no serviço. ..................................................................... 21 Quadro 3 - Materiais utilizados nas instalações elétricas. .............................................. 23 Quadro 4 - Materiais utilizados nas instalações hidráulicas de águafria e esgoto. ........ 26 Quadro 5 - Materiais utilizados na execução do contrapiso. .......................................... 28 Quadro 6 - Materiais utilizados na aplicação do revestimento cerâmico. ...................... 29 10 1. INTRODUÇÃO Apesar da crise econômica que atinge o Brasil desde o ano 2014 e que se reflete no mercado da construção civil, ainda são observados investimentos na área de habitação e infraestrutura, por parte do governo federal, e de empreendedores do setor privado. Este documento apresenta a descrição do acompanhamento por parte do estagiário, da execução em concreto armado da infraestrutura e superestrutura em uma obra de empresa privada, que corresponde a um edifício residencial com duas torres de 12 pavimentos cada. Durante o período de estágio, foram acompanhadas a execução de instalações hidrossanitárias e elétricas, concretagem de algumas lajes e pilares, execução de alvenarias, execução de revestimentos externos e internos além da realização de quantitativos diversos. 1.1. Objetivo Geral Descrever a execução das atividades realizadas pelo estagiário e possíveis patologias encontradas na execução dos serviços durante o período de estágio. 1.2. Objetivos Específicos Acompanhar a execução dos serviços nas fases de a infra e superestrutura, analisando se os mesmos são executados de acordo com os projetos e normas específicos, garantindo que os padrões de qualidade e funcionalidade da obra sejam atingidos. Auxiliar o engenheiro civil no levantamento de quantitativos e orçamentos realizados. Promover o aperfeiçoamento e o desenvolvimento profissional do estagiário nos aspectos relacionados às atividades técnicas e interpessoais. 11 2. CARACTERIZAÇÃO DA OBRA A obra de realização do estágio corresponde ao Edifício Residencial Tom Jobim (Figura 01), localizado na Rua Francisco Guedes de Moura, Catolé, Campina Grande, PB. O empreendimento é composto por duas torres cada uma com 12 lajes. Torre A: térreo, 10 pavimentos tipo com 4 apartamentos por andar, cobertura. Torre B: térreo, 10 pavimentos tipo com 4 apartamentos por andar, cobertura. Os apartamentos possuem áreas de 83,70 m², 85,90 m², 93,40 m², 101,60 m² e 110 m² diferenciadas de acordo com o tipo de apartamento. O residencial irá dispor das seguintes áreas de lazer com entrega prevista para setembro de 2016: Piscina Playground Brinquedoteca Espaço Cyber Salão de Festas Salão de Jogos Figura 1 - Residencial Tom Jobim. Fonte: www.ourovelconstrucoes.com.br. 12 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Será apresentada uma sucinta revisão bibliográfica sobre as etapas constituintes de uma obra. 3.1. Canteiro de Obras Segundo a norma NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, define-se canteiro de obras como: Área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra. A NB -1367 – Áreas de Vivências em Canteiros de Obras define o canteiro como: Áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência. (ALVES, 2012) 3.2. Locação da Obra Segundo SILVA 2015, locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação para o terreno, ou seja, os recuos, os afastamentos, os alicerces, as paredes, as aberturas etc. Essa fase é importantíssima, pois determina o perfeito posicionamento da construção no terreno. Na fase de execução da locação da obra deve se adotar o máximo rigor possível. A presença do Engenheiro Civil nesta fase deve ser constante. Deve-se ter em mente que os elementos de locação deverão permanecer na obra por um tempo razoável, até que se possa transferir para a edificação os pontos de referência definitivos. A obra deverá ser locada com rigor, observando-se o projeto quanto à planimetria e à altimetria. Esta fase é tão importante que requer também um projeto cujo objetivo é definir as escavações e a posição das fundações. A planta de locação faz parte do conjunto de informações que compõe o projeto arquitetônico, além do estrutural, do hidráulico, do elétrico (PADUA, 2012). Antes de realizá-la, deve-se garantir que haja água para consumo e energia elétrica disponível para execução de serviços posteriores. O canteiro de obras também deve estar finalizado. 13 3.3. Fundações Fundações são elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno as cargas da estrutura. Devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes. O solo deve ter resistência e rigidez apropriada para não sofrer ruptura e não apresentar deformações exageradas ou diferenciais. As fundações são classificadas em fundações diretas ou rasas e indiretas ou profundas. As fundações diretas são aquelas em que a carga da estrutura é transmitida diretamente ao solo pela fundação. São executadas em valas rasas, com profundidade máxima de 3 metros, e caracterizada por blocos, alicerces, sapatas e radiers. As fundações profundas são aquelas que transferem a carga por efeito de atrito lateral do elemento com o solo e por meio de um fuste. Estas estruturas de transmissão podem ser estacas ou tubulões. (BARROS, 2009) 3.4. Alvenaria É a construção de estruturas e de paredes utilizando comumente blocos cerâmicos furados ou tijolos unidos entre si por argamassa. Estas unidades podem ser blocos (de cerâmica, de vidro ou de concreto e pedras. Após ter feio a fundação e impermeabilizado, começa-se a subir os tijolos ou blocos da parede. Para isso a primeira coisa para saber é que um pedreiro não pode fazer esse trabalho sem linha, prumo e esquadro. Isso para garantir que a parede esteja alinhada (horizontal), nivelada (vertical) e que os cômodos estejam com os vértices das parede em ângulo de 90 º. (LEGGERINI, 2010) A alvenaria pode ser assentada basicamente em 1 vez (uma vez), quando a espessura da parede coincide com a maior dimensão do tijolo maciço ou bloco cerâmico (o bloco é assentado deitado). Ou em ½ vez (meia vez), quando a espessura da parede coincide com a dimensão intermediária do bloco ou tijolo (o bloco é assentado em pé). 3.5. Estrutura da Construção Uma construção tem como exigência primordial suportar todos os esforços produzidos pelo peso próprio, peso de seus ocupantes, vento e sobrecargas. Esses esforços são suportados por um conjunto formado de vigas, pilares e lajes, que juntos constituem a estrutura de uma construção. É aquele “esqueleto” de concreto que vimos quando passamos por uma construção que a alvenaria ainda não foi iniciada. 14 As estruturas podem ser constituídas de diversos materiais: concreto, aço ou madeira. Existe também o caso de alvenarias com função estrutural e podem ser alvenarias armadas ou não. Os casos mais comuns são as estruturas de concreto armado (BORGES, 2009). 3.6. Forros São utilizados para proteger os ambientes, possibilitando conforto térmico e acústico, os forros são mais do que um revestimento de teto, são um importante elemento em qualquer tipo de construção. O forro de gesso é um dos mais utilizados na construção civil, basicamente aplica-se o forro de gesso em banheiros e cozinha de prédios onde não existe o rebaixo das lajes e consequentemente as tubulações de esgoto possam passam por baixo das lajes. É utilizado também como solução arquitetônica para rebaixamento do pé direito, embutimento de luminárias e para esconder vigas aparentes no teto. Os forrosde gesso são formados por placas de gesso e sistema de fixação (arames ou estruturas de alumínio). As placas possuem uniformidade e superfície lisa, baixo peso (19 kg/m), resistência ao fogo, ~são isolantes térmico e acústico e aceitam qualquer tipo de pintura ou revestimento (BORGES, 2009). 3.7. Cobertura Entende-se por cobertura a parte superior da edificação, protetora das intempéries, constituída por um elemento de suporte resistente (laje, estrutura de madeira, estrutura metálica) e conjunto de componentes com função de vedação (telhado), podendo apresentar ainda isolação térmica, acústica, forro e impermeabilização. (COSTA e SILVA, 2004) Para a especificação técnica de uma cobertura ideal, o profissional deve observar os fatores do clima (calor, frio, vento, chuva, granizo, neve etc.), que determinam os detalhes das coberturas, conforme as necessidades de cada situação. 15 3.8. Revestimento de Paredes Os revestimentos protegem as alvenarias contra a chuva e a umidade, e também têm efeito arquitetônico, embelezando as fachadas e ambientes que compõem uma construção. O primeiro tipo de revestimento utilizado nas paredes é a massa grossa e a massa fina, que servem de substrato (base) para a aplicação de pinturas, azulejos ou outros revestimentos mais nobres, como pedras, cerâmicas ou pastilhas, utilizados normalmente em fachadas. O revestimento mais utilizado entre nós é o de argamassa de cimento, cal e areia, por ser o mais econômico e de simples execução. Normalmente, é aplicado em três camadas: chapisco, emboço e reboco (BORGES, 2009). 3.9. Revestimentos de Áreas Molhadas Normalmente emprega-se como revestimentos das paredes das áreas molhadas (banheiros, cozinhas, bem como garagens, lavanderias, etc.) materiais laváveis e impermeáveis. Inegavelmente é uma necessidade, desde que nesses cômodos se usa água em abundância, podendo haver infiltração nas paredes caso não estejam impermeabilizadas. Normalmente são empregados materiais como barra lisa, barra de estuque-lustre, azulejos, pintura acrílica texturizada e laminado melamínico (formica) para se obter impermeabilidade (BORGES, 2009). 3.10. Contrapiso e Piso Segundo MELADO 2014, contrapiso é uma camada de argamassa executada sobre uma base, que pode ser a laje de um pavimento ou um lastro de concreto, se for sobre o solo. Sua função é regularizar a superfície para receber o piso de acabamento final, além de colaborar nas funções que o piso final deverá cumprir, principalmente no aumento da resistência do conjunto contrapiso e piso. O contrapiso tem, para o acabamento do piso, função semelhante à do emboço para o acabamento da parede. Além disso, o contrapiso é necessário nas áreas molhadas (banheiros, cozinhas e áreas de serviço) onde é preciso de caimento, ou seja, uma inclinação no nível do piso. Isso faz com que águas lançadas nos pisos desses ambientes sejam direcionadas aos 16 ralos. Esses caimentos são dados no contrapiso e são acompanhados pelo revestimento cerâmico aplicado sobre ele. A argamassa do contrapiso deve ser traço de 1:3, de cimento e areia média em volume e deve ser seca, com consistência de “farofa”. Os revestimentos para acabamento final do piso são escolhidos de acordo com a classificação dos pisos e baseados na capacidade de resistência a abrasão (desgaste da superfície). A Tabela 1 apresenta essa classificação. PEI (Porcelain Enamel Institute) é a sigla que representa o nome do instituto que regulamentou as normas para a classificação da resistência à abrasão superficial. Tabela 1 - Classes de pisos quanto a sua resistência a abrasão. Fonte: Apostila de Revestimentos – COSTA e SILVA, 2004. 3.11. Esquadrias O termo esquadria é usado para a designação genérica de todos os sistemas de vedação de vãos com portas, janelas, persianas e venezianas, executados em madeira ou plástico; e o termo caixilho é usado para identificar toda a vedação de vãos por meio de portas e janelas executados em metal, seja de ferro ou alumínio. (ZULIAN, 2002) 3.12. Pintura Pintura se define como a camada de recobrimento de uma superfície, com funções protetora e pintura decorativa, obtida pela aplicação de tintas e vernizes, através de técnicas específicas. A pintura na construção civil é uma camada de acabamento na forma de uma película aderente, estratificada e de espessura total de 1,0 mm. Os múltiplos estratos resultam da aplicação de sucessivas demãos de tintas de fundo (primers), massas de nivelamento e tintas de acabamento. (CUNHA, 2015) CLASSES DE RESISTÊNCIA À ABRASÃO - PEI RESISTÊNCIA AO DESGASTE POR ABRASÃO CLASSE 0 Uso exclusivo em parede CLASSE 1 Baixíssimo tráfego CLASSE 2 Baixo tráfego CLASSE 3 Médio tráfego CLASSE 4 Alto tráfego CLASSE 5 Altíssimo tráfego 17 3.13. Instalações Hidrossanitárias As instalações hidrossanitárias, nomeadamente água e esgoto, têm como finalidade fazer a distribuição da água, em quantidade suficiente e promover o afastamento adequado das águas servidas, criando desta forma, condições favoráveis ao conforto e segurança dos usuários. O projeto de instalações hidrossanitárias devem ser projetadas de acordo com normas e regulamentações definidas, principalmente, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT. Entre elas pode-se destacar: NBR 5626 – Instalações Prediais de Água Fria; NBR 7198 – Instalações Prediais de Água Quente; e NBR 8160/ – Instalações Prediais de Esgotos Sanitários; NBR 13969 – Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação. 3.14. Instalações Elétricas Uma instalação elétrica é definida pelo conjunto de materiais e componentes elétricos essenciais ao funcionamento de um circuito ou sistema elétrico. As instalações elétricas também são projetadas de acordo com normas e regulamentações da ABNT. A legislação pertinente visa a observâncias de determinados aspectos, bem como, Segurança, Eficiência e Qualidade Energética, etc. A NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão, baseada na norma internacional IEC 60364, é a norma aplicada a todas as instalações cuja tensão nominal é menor ou igual a 1000VCA ou 1500VCC [6]. Outras normas complementares à NBR 5410 são: NBR 5456 – Eletrotécnica e eletrônica - Eletricidade geral – Terminologia; NBR 5444 – Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais; NBR 13570 – Instalações Elétricas em Locais de Afluência de Público e NBR 13534 – Instalações Elétricas em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. É necessário considerar, ainda, as normas definidas pelas concessionárias de energia para o projeto e execução de instalações elétricas (FERREIRA, 2010). 18 3.15. Orçamento Orçar é quantificar insumos, mão de obra, ou equipamentos necessários à realização de uma obra ou serviço bem como os respectivos custos e o tempo de duração dos mesmos. (AVILLA et al; 2003) 4. DESENVOLVIMENTO Serão apresentados os acompanhamentos e realização de serviços desempenhados durante o período de estágio supervisionado. 4.1. Concretagem de uma Laje Nervurada Antes de se iniciar a concretagem foram feitas as montagens das fôrmas das vigas e da laje como mostra a Figura 2. As armaduras foram montadas, conferidas e liberadas. É observado na Figura 3 que foram colocados espaçadores para se obter o recobrimento necessário especificado em projeto além de escoramentos necessários (pontaletes) em baixo da fôrma da laje. Antes da montagem das “cubetas”, das armações das vigas e da laje, verificou-se a limpeza geraldas formas e foi aplicado o desmoldante. As fôrmas foram molhadas abundantemente antes da concretagem tomando cuidado para não deixar água empoçada, para que o concreto não perdesse água para as fôrmas diminuindo seu fator água/cimento e consequentemente causar alterações em sua resistência. As ferragens e os espaçamentos exigidos pelo projeto estrutural foram conferidas. Após a montagem de toda a estrutura e a conferência das ferragens, começou-se o lançamento do concreto usinado tomando o cuidado de não formar grandes acúmulos de material num ponto isolado da fôrma (vide Figura 6 e 7), respeitando-se sempre o tempo limite informado pela usina entre a saída do caminhão betoneira (mostrado na Figura 10) e o lançamento (tempo médio estimado em 2 horas e 30 minutos); Durante o início da concretagem foi realizado o ensaio de Slump Test (Figura 4) para verificar a trabalhabilidade do concreto, fazendo-se a verificação do abatimento. Foi constatado que o abatimento estava dentro do descrito na nota fiscal do concreto usinado. Após a realização do slump teste foram moldados 3 corpos de prova (Figura 5) para a verificação da resistência do concreto posteriormente. 19 O concreto foi espalhado e vibrado (Figura 8) em diversos pontos, com distanciamento adequado. Há medida que o concreto era vibrado dava-se o acabamento para deixar a superfície nivelada e homogênea (Figura 9). Foram utilizados “carrinhos de mão” para levar o concreto do caminhão da usina até a laje, pois a localização da laje dentro da obra não permitia o acesso próximo do caminhão para que este despejasse o concreto diretamente na laje. A cura úmida foi iniciada após a superfície da laje ter ficado seca (secagem ao tato), molhando as peças por um período mínimo de três dias consecutivos, em intervalos de tempo suficientemente curtos para que a superfície das peças (laje e vigas) permanecessem sempre úmidas. O Quadro 1 mostra a lista de materiais utilizados durante a etapa de concretagem da laje. Quadro 1 - Materiais utilizados na concretagem da laje. MATERIAIS UTILIZADOS NA CONCRETAGEM DA LAJE Água Rolo para acabamento Moldes para corpos de prova; Pá, enxada, desempenadeira e colher de pedreiro; Equipamentos para slump test; Vibrador de imersão com mangote e Baco de alimentação; Mangueira; EPI’s (Uniforme, capacete, botas adequadas, luva, óculos, cinto de segurança, etc.); Guincho, grua ou bomba para concreto; Carrinho de mão. Figura 2 - Montagem da Estrutura e Espaçadores completa. Figura 3 - Detalhe do Espaçador e da Armadura Negativa da Laje Nervurada. 20 Figura 4 - Realização do ensaio de Slump Test e verificação do abatimento. Figura 5 - Moldagem dos corpos de prova para obtenção da resistência do concreto usinado. Figura 6 - Despejo no Concreto na Laje utilizando carrinho de mão. Figura 7 - Espalhamento e Adensamento do Concreto na Laje. Figura 8 - Adensamento do Concreto na Laje. Figura 9 - Acabamento final da Laje Concretada. 21 Figura 10 - Caminhão Betoneira. 4.2. Locação e Assentamento de Alvenaria Antes de começar o serviço, a concretagem de laje tinha que estar concluída, curada e liberada. Com a laje liberada, locou-se a primeira fiada (Figura 11) fazendo o uso da linha de náilon, do esquadro (Figura 12) e do nível, atentando-se para a locação dos vãos das portas. Os tijolos cerâmicos com furos possuindo dimensões de 19 cm x 19 cm x 9 cm, foram assentados em ½ vez, ou seja, a menor face do tijolo fica sobre o piso da laje (tijolo assentado em pé). Tal assentamento foi escolhido de modo que a parede acabada fique com espessura de 15 cm, atendendo ao projeto arquitetônico. O Quadro 2 mostra a lista de materiais utilizados durante a etapa de locação e assentamento de alvenaria. Quadro 2 - Matérias utilizados no serviço. MATERAIS UTILIZADOS NO ASSENTAMENTO DA ALVENARIA Blocos cerâmicos com furos (19 cm x 19 cm x 9 cm); Nível de mangueira; Argamassa de assentamento; Linha de náilon; Prumo de face; Escantilhão; Nível de bolha; Esquadro; Caixote de madeira; EPI’s: uniforme, botas, capacete, luva, óculos de proteção. Colher de pedreiro; 22 Figura 11 - Locação da primeira fiada no pavimento térreo. Figura 12 - Utilização do esquadro para execução do amestramento. 4.3. Instalações Elétricas Antes das instalações elétricas começarem, as lajes já estavam liberadas e as alvenarias já estavam levantadas. Inicialmente foram fixadas na laje de teto do cômodo as caixas de passagem onde se localizarão os pontos de luz. Em seguida, os eletrodutos foram distribuídos na laje de acordo com o projeto, vide Figura 14. A ponta das tubulações foi travada dentro das caixas de passagem para evitar que os eletrodutos se desprendessem. Os pontos de tomadas e interruptores e outros que estavam definidos em projeto foram marcados nas alvenaria. Em seguida, foram feitos cortes nas parede para instalação dos eletrodutos (Figura 13). As caixas de passagem foram fixadas na parede com determinada profundidade de modo que as mesmas ficassem niveladas com a espessura final de acabamento da alvenaria e entre si. Após o chumbamento das caixas de passagem, foram colocados os eletrodutos, fixando-se com argamassa, ver Figura 15. Depois dos eletrodutos estarem fixados nas caixas de passagem do teto e nas paredes, distribuídos pelos cômodos, iniciou-se a colocação da fiação (Figura 16), seguindo o caminhamento dos circuitos até os quadros de distribuição (Figura 17) de cada apartamento conforme é especificado no projeto. O Quadro 3 apresenta a lista de materiais utilizados durante a etapa de instalações elétricas. 23 Quadro 3 - Materiais utilizados nas instalações elétricas. MATERIAS UTILIZADOS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Tubo eletroduto nas dimensões indicadas no projeto; Fita perfurada; Curva eletroduto nas dimensões indicadas no projeto; Pistola para fixação de pino; Eletroduto flexível corrugado nas dimensões indicadas no projeto; Quadros de distribuição; Caixa PVC 4x2” e 4x4”; Serra manual; Pino de rosca com porca; Alicate; Fios e cabos; Adesivo plástico para moldagem de tubos; Fita isolante; EPI’s (Uniforme, capacete, bota, luva, óculos, etc.). Figura 13 - Disposição dos Eletrodutos na Parede – TORRE B. Figura 14 - Disposição das Caixas de Passagem e dos Eletrodutos na Laje – TORRE B. Figura 15 - Chumbamento dos Eletrodutos na parede – TORRE B. Figura 16 - Fiação instalada dentro dos Eletrodutos – TORRE B. 24 Figura 17 - Quadros de Distribuição das Instalações Elétricas e de VDI – TORRE A. Figura 18 - Ocultamento dos eletrodutos com forro no teto e revestimentos nas paredes – TORRE A. 4.4. Instalações Hidrossanitárias Instalações Hidráulicas de Água Fria As prumadas de água foram descidas nos pontos indicados nos projetos de instalações hidráulicas de água fria e depois foram executados os ramais de cada ambiente (Figura 22), fixando a tubulação em vários pontos, sem que esta fixação prejudicasse o revestimento final. Em seguida foram executadas as conexões atentando para o correto lixamento e limpeza das peças, vedando cada uma de acordo com o tipo de conexão (soldável ou rosqueável). O Barrilete (Figuras 20) foi montado de acordo com o projeto, executando as conexões com os mesmos cuidados tomados quando da ligação dos ramais de água fria. Foi feita a conexão da caixa d’água (Figura 19) com flange, calafetando com massaantes da impermeabilização da mesma. Os pontos finais foram fechados com peças específicas para se evitar que algum material adentre em algum orifício e impossibilite a total vazão do tubo. 25 Figura 19 - Vista dos Barriletes saindo da Caixa D'água – TORRE A. Figura 20 - Barriletes saindo da Caixa D'água - TORRE A. Figura 21 - Saída dos ramais da coluna de água fria para cada apartamento – TORRE A. Figura 22 - Ramais de água fria na parede de uma área de serviço TORRE B. Instalações sanitárias As prumadas de esgoto foram descidas nos pontos indicados nos projetos. Foram executados os ramais de cada ambiente (Figuras 23 e 24), fixando a tubulação em vários pontos. Também foram feitas as ligações em cada ambiente antes de se iniciar as instalações em outro. Os pontos finais foram fechados com bucha de papel, peças específicas ou utilizando pedaços do próprio tubo de PVC (Figura 25) para se evitar que algum material caia ou adentre em algum ponto e impossibilite a total vazão do tubo. O Quadro 4 descreve a lista de materiais utilizados durante a etapa de instalações hidrossanitárias. 26 Quadro 4 - Materiais utilizados nas instalações hidráulicas de água fria e esgoto. MATERIAIS UTILIZADOS NAS INSTAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS Tubos e conexões em PVC para água fria e esgoto; Fita perfurada para fixação; Adaptadores ou luvas; Perfuratriz para concreto; Adesivo plástico para colagem de PVC (Figura 27); Ponteiro e marreta; Solução limpadora; Pistola para fixação de pino; Pincel chato; Serra manual; Trapo para limpeza; Trena; Fita veda rosca; Pano; Pino de rosca com porca; EPI’s (Bota, luva, capacete, óculos, protetor de ouvidos). Figura 23 - Instalações de esgoto do apartamento tipo do pavimento superior de uma cozinha – TORRE B. Figura 24 - Instalações de Esgoto de um banheiro TORRE B. Figura 25 – Instalações de esgoto no piso de um banheiro – TORRE B. Figura 26 - Instalações Hidráulicas ocultas após execução dos revestimentos internos – TORRE A. 27 Figura 27 - Adesivo Plástico utilizado na montagem das tubos com as conexões de PVC. 4.5. Execução de Contrapiso e piso Contrapiso Antes de se começar o contrapiso, certificou-se que o reboco interno (emboço) foi concluído, as tubulações elétricas, hidráulicas e de gás estavam executadas e de que a base foi limpa e livre de restos de argamassa, entulho ou qualquer outro material aderido. Foi transferido o nível a partir do Nível de Referência (NR), segundo o projeto e utilizando nível de mangueira para cada pavimento o qual foi realizado o serviço. Após ter transferido o nível, foram feitas as taliscas (Figura 28) na base e foi previsto um caimento de 1% (1 cm a cada metro) nas áreas molhadas, em sentido aos ralos. Após a colocação das taliscas, a superfície foi limpa e iniciou-se a preparação da base, polvilhando cimento à superfície molhada a fim de criar uma fina camada de ligação entre a base de concreto e a argamassa “farofa” que será aplicada (Figura 29), essa nata de cimento foi espalhada utilizando de uma vassoura. Em seguida, lançou-se a argamassa “farofa” entre as taliscas para a execução das mestras. Depois foi preenchido os intervalos entre as mestras, espalhando a argamassa com enxada e compactando a “farofa” com um soquete. Após a compactação, foi feito o sarrafeamento do piso (Figura 30) com movimentos de vai e vem apoiando a régua nas mestras, “cortando” a sobra até que a superfície alcançasse o nível das mestras. Para o acabamento final (Figura 31), alisou-se a superfície com uma desempenadeira de madeira e bloqueou-se o acesso à área executada por no mínimo um dia, para não danificar o piso. O Quadro 5 mostra a lista de materiais utilizados durante a etapa de execução de contrapiso. 28 Quadro 5 - Materiais utilizados na execução do contrapiso. MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUÇÃO DO CONTRAPISO Argamassa de cimento e areia; Enxada; Cimento; Carrinho de mão; Vassoura; Soquete de madeira com até 8 kg; Mangueira de nível; Régua de alumínio; Nível de mão; Desempenadeira de madeira ou aço; Colher de pedreiro; EPI’s (Uniforme, botas, capacete, luva, etc.). Pá; Figura 28 - Taliscas para a execução de mestras. Figura 29 - Argamassa de traço 3:1 (farofa) para execução do contrapiso. Figura 30 - Sarrafeamento com a régua utilizando as mestras. Figura 31 - Contrapiso de um quarto acabado. Piso Para iniciar o piso, verificou-se que o contrapiso estava pronto, assim como o sistema de impermeabilização das áreas molhadas, que foi testado e liberado. Os ralos foram fechados, preenchidos com papel amassado ou semelhante de sacos de cimento. 29 A base foi limpa e livre de qualquer outro material aderido. No caso de parede, para aplicação do rodapé, o emboço estava pronto e liberado. Foi marcado os níveis do piso final junto às paredes, com o auxílio de mangueira de nível e de uma trena metálica. Esticou-se uma linha de náilon nos dois sentidos do piso e foi assentado a primeira fiada de cada sentido considerando o mínimo possível de recortes nas peças (trinchos), as demais fiadas obedeceram ao alinhamento das primeiras. Os cortes das peças foram executados antes da aplicação da argamassa de assentamento, por meio de serra elétrica com disco adiamantado ou riscador manual provido de broca de vídea. Antes do revestimento cerâmico (Figura 36) ser aplicado com argamassa colante, umedeceu-se o contrapiso que estava seco (Figura 32). A argamassa foi aplicada comprimindo-a contra o substrato com o lado liso da desempenadeira de aço, e depois com o lado dentado, formando cordões. Em seguida, assentou-se as peças cerâmicas como mostrado na Figura 33, ajustando-se o posicionamento das peças com o auxílio de espaçadores plásticos em X de 3 mm (espessura das juntas de dilatação recomenda pelo fabricante do revestimento cerâmico) e foi verificado constantemente o caimento com o auxílio de um nível de bolha. O Quadro 6 apresenta a lista de materiais utilizados durante a etapa de aplicação de revestimento cerâmico. Quadro 6 - Materiais utilizados na aplicação do revestimento cerâmico. MATERIAIS UTILIZADOS NA APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO Piso cerâmico de 45 cm x 45 cm (Figura 36); Martelo de borracha; Argamassa colante; Serra mármore com disco de corte diamantado; Rejunte; Riscador manual com broca de vídea; Lápis de carpinteiro; Espaçadores plásticos em X de 3 mm; Mangueira de nível e nível de bolha; Espátula de borracha; Trena metálica; Vassoura; Prego; Panos ou bucha de sisal; Linha de náilon; Masseira; Desempenadeira de aço com lado dentado; EPI’s (uniforme, botas, capacete, óculos, protetores auriculares, máscaras, luvas, etc.) Martelo; Serra mármore com disco de corte diamantado; 30 Um dia depois, limpou-se o revestimento cerâmico assentado e umedeceu-se as juntas (Figura 34). Em seguida, o rejunte foi espalhado com uma espátula de borracha, após secar, as juntas foram frisadas com um fio de cobre encapado para acabamento liso e uniforme (Figura 35). Figura 32 - Piso umedecido para posterior aplicação do revestimento cerâmico. Figura 33 - Assentamento do revestimento cerâmico com argamassa colante. Figura 34 - Piso assentado e preparado para rejunte. Figura 35 - Piso concluído após o rejunte. Figura 36 - Revestimento cerâmico utilizado no piso (45 cm x 45 cm). 31 4.6.Quantitativo de Pastilhas (Revestimento das fachadas) O quantitativo da área de pastilhas foi realizado utilizando o arquivo do projeto arquitetônico do Residencial Tom Jobim, medindo-se a área pela ferramenta MEDIRGEOM do programa AutoCAD 2016 (Figura 37). O quantitativo foi realizado com a finalidade de comparar a quantidade levantada com a quantidade em estoque na obra, para uma possível realização de pedidos do material utilizado no revestimento das fachadas do residencial. A tabela 2 apresenta um exemplo de descrição desse quantitativo. Figura 37 - Esboço do programa AutoCAD utilizado no levantamento de áreas de pastilha do residencial Tom Jobim. Tabela 2 - Quantitativo de área de pastilhas utilizadas na obra do Residencial Tom Jobim. BALEIA BERTIOGA CAMBURI Fachada Leste 154,64 241,30 142,25 Fachada Sul 605,69 22,23 1089,65 Fachada Oeste 194,50 252,22 178,71 Fachada Norte 629,43 673,86 364,41 Fachada Leste 233,31 120,38 417,64 Fachada Sul 191,78 ‒ 645,23 Fachada Oeste 337,29 ‒ 546,20 Fachada Norte 505,97 7,39 611,21 TÉRREO 111,36 18,95 794,14 SUBSOLO ‒ ‒ 969,53 CORRREDOR A ‒ ‒ 98,01 CORRREDOR B ‒ ‒ 343,338 MUROS, PEITORIS E RAMPAS ‒ ‒ 1314,511 Total por Cor (m²) 2963,95 1336,31 7514,81 TOTAL (m²) ÁREA DE PASTILHAS POR COR (m²) TORRE A TORRE B 11815,07 32 4.7. Quantitativo de Revestimentos Internos O quantitativo da área e perímetro de revestimentos internos (piso, rodapé, pintura e cerâmica da parede das áreas molhadas) foi realizado utilizando o arquivo do projeto arquitetônico do Residencial Tom Jobim, medindo-se a área pela ferramenta MEDIRGEOM do programa AutoCAD 2016, como foi mostrado no item anterior. O quantitativo foi realizado para saber a quantidade necessária de material para compra. As Tabela 3 e 4 apresentam um resumo feito para as áreas dos revestimentos internos da edificação. O quantitativo também serviu para se estimar a produção diária que cada pedreiro de piso teria que cumprir para terminar o serviço em determinado prazo na TORRE A, da obra do Residencial Tom Jobim. Tabela 3 - Resumo com as Áreas dos Revestimentos Internos para Obra do Residencial Tom Jobim. TORRE APARTAMENTO TIPO PISO (m²) RODAPÉ (m) CERÂMICA PAREDE (m²) PINTURA (m²) 01 73,63 55,55 81,12 144,43 02 73,88 56,90 81,25 147,94 03 74,37 57,70 80,99 150,02 04 73,51 56,56 81,12 147,06 01 90,01 60,02 89,96 156,05 02 83,18 63,03 83,75 163,88 03 83,17 62,25 83,72 161,85 04 97,57 59,80 113,10 155,48 A B TABELA RESUMO - QUANTITATIVO DE REVESTIMENTOS INTERNOS 33 Tabela 4 - Tabela complementar da tabela resumo de revestimentos internos, Torre A. APARTAMENTO TIPO CÔMODO ÁREA PISO (m²) PERÍMETRO (m) RODAPÉ (m) PINTURA (m²) CERÂMICA PAREDE (m²) Sala 16,68 15,34 15,34 39,88 − Varanda 3,84 − − − − Curadouro 1,44 − − − − Cozinha 10,52 13,70 − − 35,62 WC Serviço 2,03 4,90 − − 12,74 WC Social 2,66 6,30 − − 16,38 WC Suíte 2,84 6,30 − − 16,38 Suíte 11,98 12,38 12,38 32,19 − Quarto 1 8,96 11,13 11,13 28,94 − Quarto 2 9,35 11,50 11,50 29,90 − Corredor 3,33 5,20 5,20 13,52 − 73,63 − 55,55 144,43 81,12 Sala 17,10 15,40 15,40 40,04 − Varanda 3,77 − − − − Curadouro 1,38 − − − − Cozinha 10,44 13,85 − − 36,01 WC Serviço 1,95 4,80 − − 12,48 WC Social 2,65 6,30 − − 16,38 WC Suíte 2,81 6,30 − − 16,38 Suíte 11,64 12,50 12,50 32,50 − Quarto 1 9,10 11,70 11,70 30,42 − Quarto 2 9,66 12,00 12,00 31,20 − Corredor 3,38 5,30 5,30 13,78 − 73,88 − 56,90 147,94 81,25 Sala 17,10 15,40 15,40 40,04 − Varanda 3,77 − − − − Curadouro 1,38 − − − − Cozinha 10,44 13,75 − − 35,75 WC Serviço 1,95 4,80 − − 12,48 WC Social 2,65 6,30 − − 16,38 WC Suíte 2,81 6,30 − − 16,38 Suíte 11,64 12,50 12,50 32,50 − Quarto 1 9,61 12,50 12,50 32,50 − Quarto 2 9,64 12,00 12,00 31,20 − Corredor 3,38 5,30 5,30 13,78 − 74,37 − 57,70 150,02 80,99 Sala 16,71 15,36 15,36 39,94 − Varanda 3,84 − − − − Curadouro 1,44 − − − − Cozinha 10,34 13,70 − − 35,62 WC Serviço 2,03 4,90 − − 12,74 WC Social 2,69 6,30 − − 16,38 WC Suíte 2,84 6,30 − − 16,38 Suíte 11,98 12,70 12,70 33,02 − Quarto 1 8,96 11,50 11,50 29,90 − Quarto 2 9,35 11,80 11,80 30,68 − Corredor 3,33 5,20 5,20 13,52 − 73,51 − 56,56 147,06 81,12 TOTAL 04 TOTAL TORRE A 01 TOTAL 02 TOTAL 03 34 4.8. Quantitativo de Volume de Concreto para Concretagem de uma Laje Durante o período de estágio foi feito também um quantitativo para obtenção de volume de concreto necessário para concretar uma laje da edificação. A Tabela 5 traz esse quantitativo. Na realização do quantitativo foi considerado, a altura da laje de 26 cm, o número de cubetas contadas in loco, 190 cubetas, a dimensão de cada cubeta (0,56 x 0,56 x 0,21) m³, e a área da seção das vigas (0,15 x 0,65) m² e não foi considerada a área que o aço ocupa na laje. Tabela 5 - Quantitativo de volume de concreto utilizado na concretagem de uma laje da obra do Residencial Tom Jobim. Com o volume obtido no quantitativo, foi possível a realização do pedido de concreto usinado para a concretagem da laje. Considerando que um caminhão betoneira transporta 8 m³ de concreto e analisando o valor obtido (23,11 m³ de concreto) que se aproxima de 24 m³, foi realizado o pedido de três caminhões betoneiras para a concretagem da laje. Área das Lajes 107,49 m² V1 (A laje x 0,26) 27,95 m³ Número de cubetas 190 Unid. V2 (Nc x 0,56, x 0,56 x 0,21) 9,19 m³ Volume de Concreto das Lajes 18,75 m³ Viga 1 0,36 m³ Viga 2 0,36 m³ Viga 3 0,36 m³ Viga 4 0,36 m³ Viga 5 2,93 m³ Volume de Concreto das Vigas 4,35 m³ VOLUME TOTAL DE CONCRETO 23,11 m³ VOLUME DE CONCRETO NAS LAJES VOLUME DE CONCRETO NAS VIGAS 35 4.9. Orçamento de uma Reforma O quantitativo dos insumos referentes ao orçamento da reforma foi obtido através dos projetos da planta original do apartamento, da planta de reforma e do projeto elétrico, em arquivos no formatos DWG, executados no programa AutoCAD 2016. A Figura 38 ilustra a planta pela qual se obteve o volume de alvenaria a ser demolido. Essa alvenaria está destacada em vermelho. Figura 38 - Alvenaria a ser demolida. A Figura 39 apresenta a planta pela qual se obteve o quantitativo necessário para o orçamento de alvenaria a ser construída (destaque em azul). Figura 39 - Alvenaria a ser construída. 36 A Figura 40 traz a planta pela qual se obteve o quantitativo necessário para o orçamento dos pontos elétricos a serem construídos. Figura 40 - Planta ilustrativa do projeto elétrico. Quantitativo Com os projetos necessários e indicados nas Figuras 38 a 40 foi realizado quantitativo referente a reforma de um apartamento da edificação (Tabela 6). Tabela 6 - Quantitativo da Reforma do Apartamento 704 - Torre B. Fichas de Composição Foram montadas as fichas de composição do orçamento da reforma a partir dos dados das Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos de 2014 (TCPO14) e os preços dos insumos foram fornecidos pelo engenheiro responsável pela obra do Residencial Tom Jobim. Alguns exemplos dessas fichas estão apresentadas nas Tabelas 7 e 8. DEMOLIÇÃO Alvenaria m³ 5,34 Alvenaria m² 40,37 Reboco m 80,73 Tomada 2P + T unidade 20 RESTITUIÇÃO REFORMA 704 37 Tabela 7 - Ficha de composição para demolição. Tabela 8 - Ficha de composição para alvenaria de vedação. Orçamento Com o quantitativo feito e as fichasde composição devidamente preenchidas se elaborou o orçamento da reforma do apartamento 704 da TORRE B da obra do Residencial Tom Jobim. A Tabela 9 apresenta o resumo desse orçamento. Tabela 9 - Orçamento da reforma do apartamento 704 - Torre B. Unidade = m³ Ficha n° 01 05/10/2015 Material Mão de Obra Observações: h 0,30 6,98 2,09 LS = 101,16 % h 3,00 3,48 10,44 BDI = 100% m³ 1,00 30,00 30,00 30,00 12,53 Custo Total 10,40 30,00 22,93 Preço Unit. R$ 105,86R$ Totais DEMOLIÇÃO Pedreiro Servente Transporte Sub-Totais Leis Sociais Demolição de alvenaria 19x19x09cm com reboco Descrição UN Consumo Unidade = m² Ficha n° 03 05/10/2015 Material Mão de Obra Observações h 1,00 6,98 6,98 LS = 101,16 % h 2,00 3,48 6,96 Bonus = 100% un 27 0,37 9,99 m³ 0,011 229,7 2,53 12,52 13,94 Custo Total 11,56 12,52 25,50 76,04R$ Totais Servente Bloco Cerâmico Argamassa Sub-Totais Leis Sociais Pedreiro Alvenaria de vedação de bloco cerâmico 19x19x09cm, juntas de 15mm, com argamassa de cimento, cal e areia. 1:1,5:6 ou ensaiado para auterá Descrição UN Consumo Preço Unit. R$ DESCRIMINAÇÂO UNID. QUAT. P. UNIT. P. TOTAL Demolição m³ 5,34 R$ 105,86 R$ 565,51 Alvenaria m² 40,37 R$ 76,04 R$ 3.069,36 Reboco m² 80,73 R$ 178,63 R$ 14.420,54 Tomada 2P + T unidade 20 R$ 97,28 R$ 1.945,60 R$ 20.001,01TOTAL ORÇAMENTO PARA REFORMA NO APARTAMENTO 704 B 38 5. PATOLOGIAS DA OBRA Neste item serão apresentadas as patologias encontradas na execução de alguns serviços da obra durante o período do estágio supervisionado. 5.1. Adensamento do Concreto Aplicado numa Laje A Norma Brasileira de Execução de estruturas de concreto – Procedimento (ABNT NBR 14931) recomenda alguns cuidados no adensamento do concreto na execução de uma concretagem de qualquer tipo de peça estrutural utilizando vibradores de imersão. Tal norma, recomenda que o vibrador seja aplicado na posição vertical e evitar a vibração da armadura para que não se formem vazios ao seu redor. Como se nota na Figura 41, o vibrador não foi aplicado no sentido vertical e entrou em contato com a armadura negativa da laje. Tal erro de execução, pode gerar formação de vazios entre a armadura e o concreto, diminuindo a aderência entre eles e podendo ocasionar um possível colapso e rompimento na estrutura pela diminuição da resistência da peça estrutural (laje nervurada). Figura 41 - Adensamento do concreto usinado por vibrador de imersão de uma laje nervurada. 5.2. Conexão de Tubos PVC Realizadas por Aquecimento Várias marcas como a TIGRE e a AMANCO (mais encontradas no mercado brasileiro) produtoras de materiais hidráulicos recomendam a não utilização de aquecimento de tubulações em PVC por maçarico para conexões. A TIGRE explica em seu site que tubos de PVC quando aquecidos de forma descontrolada perdem suas características de pressão e resistência mecânica. 39 No manual técnico da AMANCO, estabelece-se que não é permitido o aquecimento dos tubos com a finalidade de se obter curvas, execução de bolsas ou furos. Caso ocorra essa situação, os Tubos Amanco Colefort perdem a garantia. Na obra foi encontrada duas conexão para unir dois canos de diâmetros nominais (DN) de 75 mm e 50 mm respectivamente, feitas a partir do aquecimento e alongamento de um dos canos utilizando um maçarico, como mostra a Figura 42. Tal procedimento pode ocasionar a perca de características de pressão e de resistência mecânica da tubulação podendo gerar problemas futuros como rompimento ou vazamento da tubulação. Uma solução para tal patologia seria a utilização de peças denominadas “Luvas”. Neste caso seria necessário uma luva de DN 75 e uma luva de DN 50. Figura 42 - Conexões irregulares entre dois tubos de PVC de água fria. 5.3. Fissuração numa Camada de Emboço Foi encontrado, na obra, o fissuramento na camada de revestimento (emboço) de uma parede interna mostrado na Figura 43. Tal fissuramento pode ter sido causado por dois fatores: Execução da argamassa de revestimento A primeira camada do revestimento é constituída pelo emboço, cuja função é regularizar a superfície da base, para que essa camada seja suficientemente elástica deve conter cal e cimento em proporções adequadas. Observam-se fissuras e deslocamento quando esta camada é excessivamente rica em cimento (proporção 1:2 em massa, por 40 exemplo), condição agravada quando aplicada em espessura maior de 2 cm. (DE MILITO, 2009) Aplicação da argamassa Para argamassa contendo cimento, se o tempo de endurecimento e secagem da camada inferior não é observado antes da aplicação da camada superior, a retração que acompanha a secagem da camada inferior gera fissuras, com configuração de mapa, na camada superior. O alisamento intenso da camada de reboco propicia uma concentração de leite de cal na superfície. Por carbonatação, forma-se uma película de carbonato uniforme que age como uma barreira à penetração do anidrido carbônico, impedindo o endurecimento do interior da camada de revestimento. (DE MILITO, 2009) Figura 43 - Fissuramento gerado na camada de emboço de uma parede interna. 41 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O acompanhamento de execução das atividades de uma obra apresenta ao aluno de graduação em engenharia civil o dia-a-dia da profissão, e surge como um primeiro contato com o mercado de trabalho. O estágio supervisionado proporciona ao aluno a aplicação dos conhecimentos adquiridos ao longo dos dez semestres cursados na universidade, e posiciona o estagiário no campo de decisões necessárias à boa execução e caminhamento das atividades. Os desafios propostos nesta fase de trabalho, início de carreira do profissional da engenharia civil, são de suma importância para a formação de um bom gestor, projetista, responsável técnico ou qualquer que seja a função almejada a ser seguida pelo engenheiro. Relativamente à boa execução, a atuação do estagiário tem um papel muito importante, no que diz respeito à conferência das atividades em desenvolvimento nos setores de sua responsabilidade de supervisão. Deve-se, portanto, haver um bom diálogo entre estagiário e engenheiro na proposição de soluções aos problemas que surgem diariamente, cabendo ao estagiário analisar criticamente a solução proposta pelo engenheiro, e o auxiliar na melhor tomada de decisões. Sobre as atividades desenvolvidas ao longo do estágio extra curricular e supervisionado na referida empresa, é possível considerar que o acompanhamento de execução de serviços, como um todo, deve ser realizado diariamente por estagiário que tenha disponibilidade de horário estando presente em todas as etapas executadas, pois há muito a ser feito num curto espaço de tempo, como o acompanhamento de serviços de acabamento, montagem de fôrmas e ferragens, execução e serviços de concretagem, realização de quantitativos, orçamentos e até mesmo a tomada de decisões na ausência dos engenheiros responsáveis. Foi possível observar que, o graduado em engenharia civil deve ir além da sua formação, é de grande importância ter conhecimentos administrativos, contábeis, e principalmente manter a educação e respeito para com os trabalhadores da construção, pois a obra funciona como um todo, e uma variedade de interesses e funções giram em torno dela. Quanto mais trabalho, mais aprendizado; quanto mais curiosidades em todo e qualquer setor de um canteiro de obras, mais dúvidas esclarecidas, e até mesmo, ou 42 principalmente com os erros é que obtém um resultado de aprendizadoesperado sobre essa etapa tão significativa da vida acadêmica do graduando em engenharia civil. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, André L. L. ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS: um estudo aplicativo na Construção do Centro de Convenções de João Pessoa – PB. Trabalho de Conclusão de Curso, UFPB, 2012. SILVA, Eduardo V. M. Estudo dos avanços tecnológicos na locação de obra de Edificações. 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