AULA SEXOLOGIA FORENSE

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31/03/2014 
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SEXOLOGIA FORENSE 
Crimes Sexuais 
FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU 
CURSO DE DIREITO 
MEDICINA LEGAL 
Professor Msc. Leonardo Rêgo 
É parte da Medicina Legal que estuda os 
problemas médico-legais ligados ao sexo. 
CONCEITO 
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Violência sexual 
De acordo com Sanchez, 2003: 
“A Violência é antes de tudo, uma violação dos direitos 
humanos, que se manifesta sob diversas formas de 
espaço públicos e privados” 
 
•Não possui raízes biológicas; 
 
•Independe de classe social; 
 
•Não está isolada das relações econômicas; 
 
•Independem das relações de gênero, de raça e de cultura 
que configuram a estrutura de uma sociedade. 
Violência Efetiva 
 
• Física: a lei exige que o agressor tenha agido de forma 
violenta, anulando ou enfraquecendo a oposição 
(resistência física) da vítima. 
 
• Psíquica: 
1. o agente conduz a vítima a uma forma de não resistência por 
inibição ou enfraquecimento das faculdades mentais 
1. embriaguez completa 
2. anestesia 
3. estados hipnóticos 
4. drogas alucinógenas (“Boa noite Cinderela”) 
 
Estupro 
CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
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CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
Dos crimes contra a liberdade sexual de interesse 
para a Medicina Legal: 
 
• Estupro 
• Violação sexual mediante fraude 
 
Segundo o Código Penal, são atos sexuais: 
 
• Conjunção carnal 
• Ato libidinoso 
 
Crimes Contra a Dignidade Sexual 
Anterior: 
 “O estupro, é um crime que consiste em constranger mulher a 
conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça,.” 
(CP: Artº 213). 
 
Alteração: 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com 
ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 
 É considerado crime hediondo, 
inafiançável, devendo a pena ser cumprida 
em regime fechado. 
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Grave Ameaça 
 
• É uma modalidade de constrangimento psíquico, de 
violência moral, visando a vencer a resistência da 
mulher e levá-la, pelo temor ou pelo perigo, à 
conjunção carnal, mesmo contra a sua vontade. 
• A ameaça deve ser: 
• Grave 
• Contra si 
• Ou contra outrem. 
Estupro 
CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
VIOLÊNCIA SEXUAL MEDIANTE FRAUDE 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio 
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade 
da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
Não confundir com estupro de vulnerável (art. 217-A) 
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Conjunção carnal: ato libidinoso por excelência 
 
 Atos libidinosos diversos da conjunção carnal: 
Atos orais 
 
 
Atos manuais 
 
 
Cópulas ectópicas 
 
Atos Libidinosos = Estupro (art. 213) 
Cópula anal 
Cópula retal 
Cópula vulvar 
Cópula oral ou felação 
Cópula entre as coxas 
felação 
cunilíngua 
beijos e sucções nas mamas, coxas ou 
outras regiões de conotação sexual 
masturbação 
manipulações eróticas de todos os tipos 
PERICIANDOS 
 
Mulheres 
exame ginecológico 
pesquisa de lesões 
Homens 
lavado peniano 
pesquisa de lesões 
- unguais 
- mordida 
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Perícia no Estupro 
Objetivos Periciais 
 
• Demonstrar a conjunção carnal ou penetração 
vaginal: 
- Mulher virgem 
- Mulher com vida sexual pregressa 
 
• A ausência de consentimento, pelos sinais de 
violência efetiva ou presumida 
 
• Provas biológicas que permitam identificar o 
estuprador 
O hímen é uma membrana 
mucosa que separa a vulva da 
vagina. Apresenta uma borda 
livre, que forma o óstio, orifício 
de morfologia variada, por 
onde escoa o fluxo menstrual e 
que se rompe usualmente no 
primeiro contato sexual. 
HIMENOLOGIA 
A materialidade da conjunção carnal pode ser configurada pela: 
 
 Ruptura do hímen 
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BORDA LIVRE 
( LISA ou 
ANFRACTUOSA ) 
BORDA INSERTA 
ORLA 
ENTALHE 
ÓSTIO 
Apud Frank H. Netter (1978) 
 
Perícia no Estupro - Exame do Hímen 
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(*) KOLPOS = vagina e ESCOLPIO = olhar com atenção. 
 A Colposcopia foi introduzida em Medicina Legal no RN pelo Prof. Milton Ribeiro Dantas 
(1960) 
Enfocar o COLPOSCÓPIO* a 20 cm do hímen exposto à maneira 
convencional. 
Observar a borda livre da membrana com aumentos variáveis 10 / 20 
vezes, conforme a capacidade do aparelho. 
Usar luz monocromática 
Fotografar as evidências - Colpofotogramas 
TÉCNICA 
EXAME DO HÍMEN - Colposcopia alargada* 
colposcopia 
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FILTRO VERDE 
EMPREGO DA LUZ MONOCROMÁTICA 
EXAME DO HÍMEN - Colposcopia alargada 
 LÂMPADA DE WOOD 
diagnóstico diferencial entre 
entalhes e roturas incompletas 
antigas, são amarelas as cicatrizes 
antigas e recentes arroxeadas. 
Mostra os vasos sanguíneos. 
Os vasos capilares dispostos 
na borda livre do hímen 
apresentam vestígios 
traumáticos recentes ou 
antigos. 
Solução de azul de toluidina a 1% 
EXAME DO HÍMEN - Colposcopia alargada 
Apud Vanrell, J. P. (2003) 
Apud Vanrell, J. P. (2003) 
VISTA DESARMADA AZUL DE TOLUIDINA 
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 lesões de silenciamento ou de homicídio 
 lesões de deslocamento ou de arrasto 
 lesões derivadas de atos libidinosos 
 lesões derivadas da conjunção carnal 
 lesões de imobilização ou sujeição 
 Observe-se: 
Exames das áreas lesionadas 
Exame especular 
vista da cérvix uterina em vídeo colposcopia 
ESFREGAÇOS - COLETA COM SWAB 
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COM HISTÓRIA DE EJACULAÇÃO VAGINAL 
 ESFREGAÇOS 
FUNDO DE SACO / INTRÓITO 
ENDOCERVICAIS 
 LAVAGEM - FUNDO DE SACO 
VÍTIMA VIVA 
OU MORTA 
Procedimentos para Coleta de vestígios 
 
 
COM HISTÓRIA DE EJACULAÇÃO ANAL 
 ESFREGAÇOS DA AMPOLA RETAL 
 ESFREGAÇOS REGIONAIS 
VÍTIMA VIVA ou 
MORTA 
 
Procedimentos para Coleta de vestígios 
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OROFARINGE 
CAVIDADE ORAL 
SEIO PIRIFORME 
BRÔNQUIOS 
ESÔFAGO 
 (*)CONSIDERE INFORMAÇÕES SOBRE OCORRÊNCIA DE 
HIGIENE BUCAL 
 COM HISTÓRIA DE EJACULAÇÃO ORAL* 
VÍTIMA VIVA 
CAVIDADE ORAL 
LAVAGEM 
ESFREGAÇOS 
ENTRE DENTES 
VÍTIMA MORTA 
 
Procedimentos para Coleta de vestígios 
Apud Vanrell, J. P. (2003) 
Coleta de pêlos 
pubianos 
EXAME DE PÊLOS 
 Penteado de pêlos pubianos 
 Retirada de pêlos da vítima 
 Retirada de pêlos do suspeito 
 Morfológico 
 Exame microscópico 
 Genético 
 Determinação de DNA-n (bulbo) 
 e DNA-m (haste) 
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Apud Vanrell, J. P. (2003) 
Pêlo na cérvix uterina 
 Pesquisa de espermatozóides 
 Pesquisa de fosfatase ácida 
 Pesquisa de proteína prostática p30 
 Pesquisa de células epidérmicas masculinas 
 Verificação de isoaglutinação 
 Identificação de DNA agressor 
Sequência de exames subsidiários 
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Provas de ejaculação 
O uso de preservativos por parte do homem 
praticamente elimina a positividade desse exame. 
Apud Vanrell, J.P. (2003) 
 Sêmen ejaculado (2 a 4 ml - 100 milhões de células /ml) 
 Coleta de espermatozóides após a agressão (tempo máximo)* 
 Boca - 8h 
 Vagina -14h 
 Muco cervical - 72h 
 Retal - 24 h 
Sêmen 
Provas de ejaculação 
Fosfatase ácida 
 
É uma enzima normalmente presenteem alguns órgãos, tecidos e 
secreções em teor normal 
 
O líquido seminal contém grandes 
teores de fosfatase ácida 
 
O achado de altos teores de fosfatase 
ácida na vagina é indicativo de 
sêmen (ejaculação) e, por 
conseguinte, de conjunção carnal 
(penetração vaginal) 
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Provas de ejaculação 
Proteína P30 (PSA) 
A P30 é uma glucoproteína produzida pela próstata e 
idêntica ao PSA - Antígeno Prostático Específico 
(marcador do câncer da próstata), cuja presença no 
sêmen independe de haver ou não espermatozóides. 
 
Sua verificação no fluído vaginal é teste de certeza 
quanto à presença de sêmen na amostra estudada 
(ejaculação) 
 
 Obs.: Pode ocorrer estupro sem que tenha havido 
ejaculação (sem sêmen) ou o sêmen encontrado na 
vítima pode ser oriundo de penetração consensual 
anterior 
 
Apud Vanrell, J. P. (2003) 
Lesões de silenciamento 
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ARRANHÕES DE DEFESA
Apud Vanrell, J. P. (2003) 
Lesões de arrasto 
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Apud Vanrell, J. P. (2003) 
Mordida humana 
ODAXELANIA 
EXCITAÇÃOCOM MORDIDA 
Apud Vanrell, J. P. (2003) 
Mordida humana 
ODAXELANIA 
EXCITAÇÃOCOM MORDIDA 
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Apud Vanrell, J. P. (2003) 
Mordida humana 
Apud Vanrell, J. P. (2003) 
Mordida humana 
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Lesões de afastamento das coxas 
Arquivo: ITEP/RN 
Escoriações 
na região 
anterior da 
coxa direita 
após 
tentativa de 
Estupro 
Lesões de afastamento das coxas 
Arquivo: ITEP/RN 
Escoriações 
na região 
anterior e 
posterior da 
coxa direita 
e esquerda 
após 
Estupro 
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Lesões de afastamento das coxas 
Escoriações 
na região 
anterior da 
coxa 
esquerda 
após 
estupro. 
Arquivo: ITEP/RN 
-Íntegro 
-Com rotura completa 
-Com rotura incompleta 
-Com agenesia (ausência congênita) 
-Complacente 
-Reduzido a carúnculas mitriformes (ocorre em 
mulheres que pariram) 
No exame, o hímen pode estar: 
Quanto à cicatrização: 
• Rotura de data recente: (até cerca de 20 dias) 
• Rotura antiga ou cicatrizada (quando se afirma que a rotura é 
antiga significa que ocorreu há mais de 20 dias) 
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SISTEMA CRONOMÉTRICO 
(Lacassagne) 
SISTEMA GONIOMÉTRICO (Oscar 
Freire) 
Representação gráfica das roturas do hímen 
Hímen - rotura recente 
Rotura de 
Hímen 
após estupro 
recente. 
Equimose em região 
ântero-posterior das 
virilhas por lesão de 
afastamento abrupta. 
Laceração perineal 
após estupro. 
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Manipulação digital - idade 8 meses 
Criança de 08 meses 
após manipulação digital. 
Arquivo: ITEP/RN 
Manipulação digital com penetração 
 idade 2 anos 
Criança de 02 anos 
após manipulação com 
penetração digital. 
Arquivo: ITEP/RN 
Rompimento de 
Hímen 
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Exame da região da púbis após estupro 
Lesões acessórias 
genitais e paragenitais 
Presença de corpo 
estranho inserido no 
canal vaginal 
Arquivo: ITEP/RN 
Arquivo: ITEP/RN 
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Rotura do hímen 
 
 
Rotura da mucosa do 
períneo 
Arquivo: ITEP/RN 
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HEMATOMA 
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ESCORIAÇÕES 
HEMATOMA 
ESCORIAÇÕES 
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Tipos de Violência Sexual: 
ARRANHÕES DE DEFESA 
Escoriações ungueais em Tórax, 90 minutos de evolução. 
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ESGANADURA 
Sexo masculino (1 ano e 9 meses) 
Coito anal 
Arquivo: ITEP/RN 
COITO 
ANAL 
(Pedofilia) 
 
Qualidade do 
abusador que 
tem interesse 
apenas por 
crianças. 
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Rágades: ROTURA TRAUMÁTICA no ânus 
Arquivo: ITEP/RN 
rotura do ânus por sodomia 
Arquivo: ITEP/RN 
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rotura do ânus por sodomia 
Arquivo: ITEP/RN 
Quesitos da conjunção carnal – Médico legista 
• Houve conjunção carnal? 
• Qual a data provável da conjunção carnal? 
• Era virgem? 
• Houve violência para essa prática? 
• Qual meio dessa violência? 
• O que resultou da violência? 
• A vítima é alienada ou débil mental? 
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Seminários 
Grupo 01 :Documentos médico-legais (p. 25) 
 
Grupo 02: Transtornos de sexualidade (p. 271) 
 
Grupo 03: Aborto legal e aborto criminoso (p.307) 
 
Grupo 04:Infanticídio (p. 328) 
 
Grupo 05: Eutanásia (p. 419) 
Sugestão de livro:Medicina Legal - Genival Veloso França 
Acrescentamos a exposição imagens pesquisadas na Internet conforme a 
Lei 9610/98, que permite o uso das imagens para fins educativos. 
 
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