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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI Centro de Ciências Agrarias – CCA Departamento de Planejamento e Politica Agrícola – DPPA Avaliação da altura de planta de milho variedade AG 1051 em diferentes espaçamentos. José Rita Pereira de Moraes Estudante de Engenharia Agronômica Teresina – PI - Brasil Janeiro – 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E POLÍTICA AGRÍCOLA Avaliação da altura de planta de milho variedade AG 1051 em diferentes espaçamentos. José Rita Pereira de Moraes Prof. D.r. José Algaci Lopes Relatório apresentado como parte dos critérios de avaliação da disciplina DPP0023- Experimentação Agrícola – Turma 1. Data de execução: Outubro de 2016 a Janeiro de 2017. Teresina – PI Janeiro - 2017 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS ..................................................................................................................... IV LISTA DE FIGURAS........................................................................................................................ I 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 1 2. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................................... 3 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................................. 5 3.1. Características relacionadas ao desenvolvimento das plantas ................................................ 5 3.2. Germinação: .............................................................................................................................. 5 3.2.1. Altura de plantas ............................................................................................................... 6 3.2.2. Inserção da primeira espiga .............................................................................................. 7 3.2.3. Cálculo do coeficiente de correlação: ............................................................................... 8 3.2.4. Cálculo de “T”. ................................................................................................................... 8 4. CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 9 5. REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 10 LISTA DE TABELAS 1 Tabela 1. Percentual de germinação nos diferentes tratamentos........................................... 5 2 Tabela 2. Percentual de germinação nas diferentes repetições ou blocos...............................5 3 Tabela 3. Valores médios das alturas de plantas em metros, nos diferentes tratamentos (A, B, C, D e E ), e blocos (I, II, III e IV). Teresina-PI, 2017..........................................................6 4 Tabela 4. Valores da analise de variância, fontes de variação (F.V.), graus de liberdade (G.L.), soma do quadrado (S.Q.), quadrado médio (Q.M.) e valores de F a 5% de significância. Teresina-PI, 2017..................................................................................................6 5 Tabela 5. Valores médios das alturas de plantas e de inserção das espigas. Teresina-PI, 2017.............................................................................................................................................7 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Alturas de inserções de espigas em cinco densidades de plantas. Teresina-PI, 2O17..........................................................................................................................................7 1 INTRODUÇÃO O milho (Zea mays L.) é uma planta da família Poaceae, originada da América Central, sendo cultivada em praticamente todas as regiões do mundo, nos hemisférios norte e sul, em climas úmidos e regiões secas (FILGUEIRA, 1988). Em função de seu potencial produtivo, composição química e valor nutritivo e constitui-se em um dos mais importantes cereais cultivados e consumidos no mundo. Devido sua multiplicidade de aplicações, quer na alimentação humana quer na alimentação animal, assume relevante papel socioeconômico, além de constituir-se em dispensável matéria-prima impulsionadoras de diversificados complexos agroindustriais. (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000). A importância econômica do milho é caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% da produção mundial (EMBRAPA, 2010). Em relação a atividades agrícolas, situa-se entre as mais importantes do Brasil, sendo um dos grãos mais produzidos no país, tendo na safra 2013/2014 uma produção de 75.191.000 toneladas, com produtividade média de 4,9 ton.ha¹ (CONAB, 2014). É um cultivo caracterizado por possuir diversas épocas e sistemas de plantio de acordo com a região e em função dessas características fazem com que a cultura tenha grande destaque econômico no país (CRUZ, 2008). No estado do Piauí, a produtividade média de grãos de milho é destaque para a região nordeste, com estimativas de primeira safra anual girando em torno de 2100 kg ha-1 e segunda safra com 4109 kg ha-1(CONAB, 2016-2017). Esta granífera é de extrema importância para o pequeno e médio produtor piauiense, quer seja no aspecto alimentar ou como opção econômica de exploração agrícola. A produtividade de um milharal é resultante da genética varietal e do ambiente de produção, além das práticas agrícolas adotadas durante o desenvolvimento da cultura. Geralmente, o potencial genotípico responsabiliza-se por 50% do fenótipo (CRUZ et al., 2004). Dentre os diversos fatores que influenciam na produtividade da cultura, a busca pelo melhor arranjo na distribuição das plantas de milho e uma melhor densidade de plantas é de grande importância, pois plantas espaçadas de forma equidistante competem minimamente por nutrientes, luz e outros fatores (SANGOI, 2000). Embora os números relativos à produção de milho-verde sejam mais modestos do que os relativos à produção de grãos, seu cultivo no Brasil cresce a cada ano devido ao valor 2 agregado ao produto e seus derivados (Vieira, 2007). O mercado de milho para alimentação humana é promissor, em especial na região Nordeste do País, onde o cultivo de milho-verde ocorre, atualmente, durante todo o ano, inclusive em condições de irrigação. O mercado tem se tornado tão promissor que produtores tradicionais de milho para grãos, feijão e café, entre outras culturas, estão se transferindo para a exploração de milho- verde ou diversificando suas atividades de modo a incluí-lo entre seus cultivos (Pereira Filho, 2003). As características exigidas pelo mercado consumidor de milho-verde diferenciam um pouco das do milho normal, especialmente quanto ao teor de açúcar. Para a indústria, maior teor de açúcar e menor teor de amido tem sido a preferência, o que também é desejado para o consumo “in natura”. O milho normal tem em torno de 3% de açúcar e entre 60 e 70% de amido, enquanto o milho doce tem de 9 a 14% de açúcar e de 30 a 35%. (SILVA, 1994).Estados Unidos, seguidos por Nigéria e França, são os maiores produtores de milho- verde, No Piauí, a maior produção e o consumo ocorrem na capital Teresina e na região próxima, que compreende treze municípios. Nessa região, na estação chuvosa (janeiro/maio), o milho é cultivado em condições de sequeiro, com o uso principalmente de híbridos duplos, os quais não são indicados para produção de milho-verde; no período de junho/dezembro, são utilizados cultivos irrigados por aspersão convencional, com uso predominante de híbridos duplos com versatilidade de uso. A manipulação do arranjo e alturas de plantas em milho, através de alterações na densidade de plantas, de espaçamento entre linhas, e de distribuição de plantas na linha, é uma das práticas de manejo mais importantes para maximizar a interceptação da radiação solar, otimizar o seu uso e potencializar o rendimento de grãos. As principais alterações no arranjo de plantas de milho, nas últimas décadas, foram o aumento na densidade de plantas e a redução na distância entre as linhas de semeadura. Tais mudanças foram estimuladas pela introdução de híbridos de maior potencial produtivo, pelo maior uso de fertilizantes, controle mais eficiente de plantas daninhas e por avanço no manejo de cultura (Argenta et al., 2001). Sendo assim, o presente trabalho tem como importância avaliar a altura de planta e altura da inserção da primeira espiga na cultivar AG-1051 em diferentes espaçamentos. 3 MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi realizado no campo experimental do Departamento de Planejamento e Politica Agrícola (DPPA) do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, localizado em Teresina, situado a 5° 2’ 00” de latitude S e 42° 46' 38” W. a uma altitude de 78 m. A região apresenta clima tropical com chuvas distribuídas de verão a outono, com média de precipitação anual de 1.337 mm. De acordo com Medeiros (2006), e que apresenta temperatura média 27,7ºC, amplitude térmica de 11,5ºC, fotoperíodo médio anual de 12,19 horas/dia, umidade relativa de 70% e insolação de 2.625 horas. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados (DBC), em cinco tratamentos (espaçamentos A, B, C, D e E), com quatro repetições, totalizando vinte parcelas. Cada parcela foi constituída por três fileiras, com cinco metros de comprimento, espaçadas 0,45 m tratamento A, 0,50 m tratamento B, 0,80 m tratamento C, 0,90 m tratamento D e 1,00 m tratamento E, considerando-se como área útil a central com eliminação de uma planta em cada extremidade. A cultivar de milho avaliado foi a hibrido duplo AG 1051. Apresenta ciclo semi precoce, diversidade de uso (grão e milho-verde), e maturidade lenta. Foi submetida a populações de 50 mil plantas ha-1, Para o preparo primário do solo, utilizou-se o conjunto trator-grade para realizar a aração, o nivelamento foi feito de forma manual com uso de enxadas. A semeadura do ocorreu no dia 28 de outubro de 2016, manualmente, colocando-se no sulco o dobro das sementes previsto pela densidade estabelecida. Utilizou-se calcário para correção do PH (potencial hidrogeniônico) do solo. A adubação por meio do formulado 5-30-15, foi dividida em duas doses, em semeadura foi efetuada manualmente, no fundo dos sulcos com 7 cm de profundidade e, em cobertura quinze dias depois, com distribuição na superfície a 10 cm das fileiras. Utilizando-se em quantidades totais 120 kg ha-1 de sulfato de amônio, 100kgha-1 de fosforo e 100kgha-1 de potássio. O desbaste e o transplantio foram realizados quando a plantas apresentaram três a quatro folhas bem expandidas, deixando-se a quantidade correta em cada tratamento. A irrigação por aspersão via sistema convencional, com turno de rega diário dividido em duas vezes; pela manha e tarde. 4 As plantas infestantes foram manejadas através de capina manual com primeira limpeza realizada sete dias após o plantio, sendo realizada entre linhas, com auxilio de enxadas e catação entre plantas. Características relacionadas ao desenvolvimento das plantas Germinação das sementes: determinou-se e comparou-se aos sete dias, a taxa de germinação com a informada pelo fabricante (85%), a conferencia foi realizada de linha em linha, utilizando-se papel e lápis para anotações. Altura de plantas: foi determinada com medições realizada no dia 6 de janeiro de 2017, em dez plantas da parcela útil, mediante a utilização de determinada com medições realizada no dia 6 de janeiro de 2017, em dez plantas da parcela útil, mediante a utilização de Altura da inserção da primeira espiga: determinada no dia 7 de janeiro de 2017 em 10 plantas da parcela útil, pela distância em metros do nível do solo até a inserção da primeira espiga. Os dados de germinação obtidos foram contabilizados e comparados por tratamentos e por blocos com os informados pelo fabricante, as medições das alturas de plantas foram submetidas à análise de variância pelo teste F de acordo com o delineamento experimental adotado. As médias de tratamentos foram comparadas pelo teste “t” de Student a 5% de probabilidade. Para estudar o efeito da característica altura da inserção de espiga, utilizou-se a análise de correlação para determinar o grau de correlação entre altura de plantas e altura da inserção da primeira espiga. 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES Características relacionadas ao desenvolvimento das plantas Germinação: Foram observadas pequenas variações em relação à germinação das sementes nos diferentes tratamentos, sendo que os tratamentos C (88,96%) e B (85,76%) apresentaram maiores porcentagens de germinações, seguidos por E (84,17% ), A(83,71%) e D(80,30%). Como mostra a tabela 1 abaixo. Tabela 1. Percentual de germinação nos diferentes tratamentos. TRATAMENTOS TOTAL DE SEMENTES PLANTADAS Nº GERMINARAM GERMINAÇÃO (%) A 264 221 83,71 B 288 247 85,76 C 480 427 88,96 D 528 424 80,30 E 600 505 84,17 Observaram-se pequenas variações em relação à germinação das sementes em função dos diferentes blocos, sendo que os blocos IV (86,1%) e III (85,6%) apresentam melhores resultados, seguidos pelos blocos I (84,1%) e II (82,0%). Como mostra a tabela 2 abaixo. Tabela 2. Percentual de germinação nas diferentes repetições ou blocos. REPETICÕES SEMENTES PLANTADAS Nº GERMINARAM GERMINAÇÃO (%) BLOCO I 540 454 84,1 BLOCO II 540 443 82,0 BLOCO III 540 462 85,6 BLOCO IV 540 465 86,1 6 Altura de plantas A característica altura média de plantas (tabela 3), não apresentaram diferenças significativas nos diferentes tratamentos (tabela 4), portanto, apresentaram médias de tamanho iguais estatisticamente a 5% de significância pelo teste F. Tabela 3. Valores médios das alturas de plantas em metros, nos diferentes tratamentos (A, B, C, D e E ), e blocos (I, II, III e IV). Teresina-PI, 2017. Trats. Blocos I II III IV A 1,40 1,16 1,06 1,19 B 1,37 1,20 1,17 1,06 C 1,49 1,32 1,22 1,01 D 1,33 1,39 1,34 1,06 E 1,20 1,25 1,22 0,99 Tabela 4. Valores da analise de variância, fontes de variação (F.V.), graus de liberdade (G.L.), soma do quadrado (S.Q.), quadrado médio (Q.M.) e valores de F a 5% de significância. Teresina-PI, 2017 F.V. GL SQ QM F Tratos 4 0,03 0,01 0,93 ns Blocos 3 0,23 0,08 Resid. 12 0,11 0,01 Total 19 0,37 F5% (4;12) = 3,26, ns= não significativa a 5% de significância.7 Inserção da primeira espiga A altura de inserção da primeira espiga aumentou com o aumento da densidade de plantas nos tratamentos (figura 1). A maior altura de inserção da primeira espiga aparentemente deve-se ao estímulo da dominância apical, com a elongação de entrenós, por interferência da quantidade e qualidade de radiações fotossinteticamente ativas, em ambientes com maior população de plantas, conforme Ballaré et al, (2000) e Sangoi (2000). Figura 1. Alturas de inserções de espigas em cinco densidades de plantas. Teresina-PI, 2O17. Através de analise de correlação foi possível avaliar vinte pares de dados (tabela 5), referentes a características altura de plantas e altura de inserção de espigas, para verificar se as duas estão relacionadas, constatando-se que as duas estão estatisticamente correlacionadas ao nível de 5% de significância pelo teste T. como pode ser observado nos cálculos abaixo. Tabela 5. Valores médios das alturas de plantas e de inserção das espigas. Teresina-PI, 2017. Média de altura de plantas 1,40 1,16 1,06 1,19 1,37 1,20 1,17 1,06 1,49 1,32 Médias de alturas de inserção de espigas 0,74 0,62 0,47 0,60 0,73 0,66 0,58 0,59 0,79 0,73 Média de altura de plantas 1,22 1,01 1,33 1,39 1,34 1,06 1,20 1,25 1,22 0,99 Média de alturas de inserção de espigas 0,58 0,54 0,66 0,77 0,71 0,54 0,64 0,72 0,70 0,53 0,61 0,64 0,66 0,67 0,67 y = 0,0038x + 0,5792 0,60 0,61 0,62 0,63 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0 5 10 15 20 25 30A lt u ra s m é d ia s d as in se rç õ e s Quantidade de plantas em fileiras de cinco metros. Alturas de inserção da primeira espiga em função de cinco densidades de plantas em fileiras. Teresina - PI, 2017. 8 Cálculo do coeficiente de correlação: 𝑟 = 30,21 − (24,43 ∗ ( 12,88 20 )) √(30,17 − ( 30,172 20 ) ∗ (8,44 − ( 8,442 20 ) = 0,9097 Cálculo de “T”. T = 0,9097 ∗ √18 √1 − 9097² = 9,238 Ttab5%(18) = 2,101 Como Fcal > Ftab, conclui-se que a altura da inserção da primeira espiga está correlacionada com a altura da planta, ao nível de 5% de significância pelo teste “T”. Portanto quanto mais alta for a planta, maior será a inserção da primeira espiga. 9 CONCLUSÃO Pode-se concluir que os percentuais de germinação das sementes do milho AG 1051, foram de encontro aos informados pelo fabricante com valores iguais ou bem próximos de 85%. Com relação aos diferentes espaçamentos avaliados, não houve diferenças significativas entre as médias das alturas de plantas. Verificou-se ainda que as características altura de plantas e altura de inserção da primeira espiga estão correlacionadas e, que aumentos nas densidades de plantas nas fileiras causam aumento na altura de inserção da primeira espiga. 10 REFERÊNCIAS CRUZ, J. C.; PEREIRA FILHO I. A. Manejo e tratos culturais. In: PEREIRA FILHO, I. A. (Ed). O cultivo do milho-verde. Brasília, DF: EMBRAPA, 2003. p. 31- 44. (Informação Tecnológica). ROCHA. D. R. Desempenho cultivares de milho-verde submetidas a diferentes populações de plantas em condições de irrigação. 2008. Tese (Doutorado) UNESP – Jaboticabal – São Paulo – Brasil. RAMALHO, M. A. P.; SANTOS, J. B.; ZIMMERMANN, M. J. O. Interação dos genótipos x ambiente. In: RAMALHO, M. A. P.; SANTAS, J. B.; ZIMMERMANN, M. J. O. Genética quantitativa em plantas autógamas: aplicação ao melhoramento do feijoeiro. Goiânia: UFG, 1993. cap. 6, p.131-169. (Publicação, 120). SILVA, P. R. F. Importância do arranjo de plantas na definição da produtividade do milho. Porto Alegre: Departamento de Plantas de Lavoura da UFRGS. 2006, 64 p. SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DO PIAUÍ ( SEPLAN-PI ). O grande Piauí que queremos: relatório de consulta à sociedade. Teresina: SEPLAN, 2002. 158 p.
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