Buscar

Teoria Geral dos Contratos

Prévia do material em texto

Teoria Geral dos Contratos
Contrato X Obrigações:
Obrigação é o liame (vínculo) que une o credor e devedor na obrigação de DAR, FAZER ou NÃO FAZER.
Diferença entre obrigação e contrato: contrato é uma relação de obrigação complexa, possui diversos tipos de obrigações (não só dar, fazer e não fazer). É um feixe de obrigações, relaciona credor e devedor de diversas maneiras (ex: contrato de aluguel).
Importância:
Celebra vários contratos ao longo do dia. Ex: metrô, pão de queijo...
Novidade:
Tão antigo quanto convivência social (“contrato social”), segue regras da sociedade é um contrato (ex: antes da sociedade não precisa usar roupas)
Contrato X Obrigações
Natureza Jurídica:
Fato jurídico: aquilo que acontece e tem interesse para o direito.
Ato Jurídico: depende do homem, consequência decorre da lei (casamento por exemplo). Você não escolhe os efeitos.
Negócio jurídico: Você escolhe os efeitos (única diferença dele para os atos jurídicos), contrato está aqui dentro.
NJ Unilateral: vontade de uma das partes, ex testamento.
NJ Bilateral: vontade de duas partes, contrato SEMPRE está aqui, até mesmo o contrato de doação. Não existe contrato sozinho!!
Caso fortuito: Até seria evitável, mas é impreisível.
Força maior: Fato da natureza, é previsível mais é inevitável (ex: furação).
!! A natureza jurídica do contrato é de negócio jurídico bilateral !! TODO contrato !!
OBS: o contrato pode ser unilateral mas NÃO em sua Natureza jurídica!! Ex doação.
Conceito:
Contrato é um acordo de vontades entre duas ou mais pessoas para criar, modificar, resguardar ou extinguir direitos e obrigações de natureza patrimonial.
Transformações
Contrato vem se modificando ao longo do tempo, sobrevivendo a mudanças. Revolução industrial cria a responsabilidade objetiva (máquinas, riscos novos, transportes).
Igualdade: Formal, Real
Autonomia da vontade: liberdade plena de contratar com quem, o que, e conteúdo. Hoje em dia começa a perder isso. É criada a autonomia privada da vontade. Ex: vai colocar água encanada no apartamento, não escolhe com quem, o que e nem conteúdo. Já no celular negocia o que e com quem mas não o conteúdo… É uma vontade com restrições e não mais plena.
Contrato de Adesão:
Se contrapõe ao contrato paritário (igualdade), ex compra e venda de carro.
(outros nomes dele)
Padronados: regra
Formulário: usando cada vez menos, aqueles contratos de papelaria (ex: locação)
Necessário: mais agressivo deles, ex seguro obrigatório
Crise? Com o contrato de adesão surge o “ou tudo ou nada”
Pacta sunt servanda: 
Contratos devem ser cumpridos, fazem lei entre as partes. MUITO mitigado hoje em dia (contrato de adesão por exemplo).
Dirigismo contratual:
Interferência do Estado nas relações privadas para desenvolver a ideia de igualdade, se houvesse autonomia de vontade. (ex flexibiliza cláusula de multa)
Norma? 
Regras (norma com baixo grau de abstração, menos margem de interpretação)
Princípios (norma aberta que se adequa - é um tipo de norma)
Obrigatoriedade
Expresso?
Segurança jurídica
Flexibilização
Obrigatoriedade decorre da segurança jurídica, não existe norma no direito brasileiro que obrigue a contratar (no direito francês existe - art. 1134 CC Francês) Porque surge a ideia de obrigatoriedade em um contrato? Não é obrigado a contratar mais se contrata deve seguir o que combinou, mas está mais flexibilizado.
2) Intangibilidade
Alteração
Preservação
Contrato não sofre alterações exceto por vontade de ambas ou todas as partes
Preservação: Judiciário quando intervém nos contratos procura preservar o contrato.
3) Relatividade dos efeitos “res inter alias”
Exceções
“res inter alias”: contrato gera efeitos entre as partes. 
Vincula / gera obrigação entre as parets e seus efeitos ficam entre as partes (normalmente)
Exceções: pode irradiar efeitos para fora das partes do contrato (promessa de fato de terceiro, contrato com pessoa a declarar, estipulação em favor de terceiro)
4) Autonomia de vontade
Com quem
O que
Conteúdo
Pode escolher essas coisas existe ainda hoje isso (contrato entre particulares) negociar é ter autonomia da vontade.
Liberdades:
Contratar (todos tem absoluta, todo mundo pode escolher o que contratar)
Contratual (diferença da liberdade de contratar, está relacionada com autonomia da vontade escolher o que, com quem…) - CC fala em liberdade de contratar, mas na verdade é liberdade contratual
Restrições = Autonomia privada -> Dirigismo contratual
5) Boa-fé objetiva (novo CPC)
Diferença Boa-fé: 
Objetiva (padrão de conduta deveres laterais ou anexos, lealdade, cuidado, resguardar, mitigar prejuízos…)
Subjetiva	(estado de consciência, percepção (estado de espírito - ex casar com alguém já casado sem saber))
6) Função social
Não importa só para as partes, tem efeitos externos. Ex;: contrato previdenciário para pessoa com câncer. 
Conceito (Flávio Tatuci): regramento contratual de ordem pública, pelo qual o contrato deve ser necessariamente analisado e interpretado de acordo com contexto da sociedade sem se afastar da noção da dignidade da pessoa humana.
Classificação dos contratos:
Quanto à matéria:
Publico: quando pelo menos um dos polos envolver o Estado 
Direito civil
Trabalho
Consumidor
2) Privado: quando não participam empresas públicas
/Quanto a tipicidade:
Típicos:
Nominados
Inominados
2) Atípicos
As diferenças são as regras de urgência (regras proibitivas, bons costumes, etc)
/Quanto às obrigações:
Unilaterais
/Bilaterais/sinalagmáticas
Bilateral: quando as partes tem obrigações
Unilateral: uma só parte tem obrigação
Sinalagmática: relação, existe correlação entre obrigações bem próximo ao contrato bilateral.
Existe também o contrato bilateral impróprio (não há sinalagma)
/Quanto a onerosidade:
Gratuito
Oneroso
Ambas as partes dispõe patrimonialmente é oneroso.
/Quanto a forma:
Solene: a lei reclama uma forma específica. Ex: fiança (tem que ser por escrito), casamento por procuração (necessita de escritura pública.
Não solene
/Quanto a execução:
Instantaneo (comer no restaurante, metro)
Auferido (vai pagando o curso)
Trato sucessivo
Cativo
Quanto maior o tempo de um contrato (contrato de plano de saúde, financiamento de imóvel), maior a chance de haver um desiquilíbrio, necessitando uma revisão/interferência do Estado
Quanto ao prazo:
Determinado: as parte não podem descumprir/desistir
Indeterminado: podem ser rescindidos
Quanto a pessoalidade:
Personalíssimo (Roberto Carlos cantor)
Impessoais (pintor para pintar a casa)
Leva em conta a pessoa, pode ou não substituir a pessoa (fungibilidade)
/Quanto ao risco:
Aleatórios: contrato de jogos, compra de uma safra futura de algum alimento -> trazem RISCOS
Comutativos: não existe RISCO claro e evidente
/Quanto a eficácia:
Real: tradição para existir exige a entrega (tradição). Ex: comodato, mútuo, doação.
Consensual: interesses antagônicos, porém convergentes.
/Quanto a dependência:
Principal: ex: contrato de locação
Acessório: segue a ordem do principal
/Quanto ao objeto:
Preliminar: pré-contrato, promessa de com´pra e venda. O objetivo é chegar ao contrato definitivo.
Definitivo
/Quando a predisposição ou cláusulas:
Paritário (igualdade)
De adesão (tudo ou nada)
Elementos do Contrato
Ausência: revisão judicial (nulidade/anulabilidade)
Capacidade: grau de discernimento? (usava isso mais antes da mudança). Estatuto da pessoa com deficiência (mudança no art. 3º e 4º do CC - lei 13.146/15- agora o absolutamente incapaz é apenas o menor de 16 anos!!! O resto é relativamente incapaz). Capacidade: Genérica (art. 3º e 4º CC) ou Específica (legitimação, limitação legal ou contratual para pratica de alguns atos).
Legitimação: restrição: legal ou contratual
Objeto: possível: física (a coisa existiu, algo exequível) ou juridicamente. Licito: moralmente (ex: leilão da virgindadeno mercado livre) ou legalmente. Determinado (individualizar algo para poder contratar ele).
Consentimento: Livre (sem vício de vontade ou social - erro, dolo, coação…) Sério (invalida casamento por exemplo, caso pergunte se casar com ele e a noiva responder é o tem para hoje) Sentido da avença (que o consentimento foi dado para aquela operação).
Adequação da forma (segue a forma prescrita em lei para ter validade)
Causa: (abordada por Pablo Stolze, não aparece em todos os autores) Inexistência: atual e superveniente (após a assinatura do contrato). (O motivo que gerou o contrato deve permanecer durante a sua vida, caso o motivo desapareça, perde a causa do contrato).
Outro enfoque:
Existência
Validade
Eficácia
	
	Existente
	Válido
	Manifestação de Vontade
	(de qq forma - não importa se é válida ou não)
	(vício..)
	Agente
	(pf, pj, qq forma mesmo incapaz)
	(capaz, legitimado)
	Objeto
	(exprimir ou definir objeto qualquer que seja(
	(possível, lícito, determinável)
	Forma
	(escrita, verbal)
	
(a existência depende do mínimo de requisitos)
Elementos Acidentais:
Termo (é evento futuro e CERTO), condição (evento futuro e INCERTO) ou encargo (condição: suspensiva (efeitos não surtem até verificada a condição) ou resolutiva (efeitos surtem desde já quando tem a condição, acabam)).
Formação
Fases: 
Negociação preliminares: Primeiro momento, as partes desejam celebrar NJ mas ainda não emitiram declaração de vontade! Fase de sondagem, analisar objeto, pessoa ainda não sabe se quer ou não. Objetivo é chegar no contrato definitivo.
Proposta/ oferta
Contrato preliminar
Contrato definitivo
1) Negociações preliminares ou pontuação (ou puntuação):
Responsabilidade? Via de regra não tem responsabilidade, não possui nem previsão legal nessa fase. São regidas pelas regras gerais da responsabilidade civil. Pode se exigir dependendo, é extracontratual a responsabilidade. Ex: conversa querendo saber preço mais é concorrente não quer comprar mais sondar a concorrência.
Previsão legal? São regidas pelas regras gerais da responsabilidade civil.
Discussão de cláusulas Podem ser discutidas nessa fase
Minuta? pode fazer a minuta também. É o rascunho do contrato.
Formação:
Direta
Indireta
2) Proposta ou Policitação:
Proposta é uma declaração unilateral de uma pessoa (proponente) dirigida a outra pessoa (oblato) contendo as condições nas quais o proponente aceita celebrar NJ. (condição que eu aceito celebrar NJ).
Conceito:
Proponente
Oblato
Diferença de negociações preliminares:
Vínculo: a proposta vincula o proponente
Negócio Jurídico unilateral: tem efeitos e consequências jurídicas: tem efeitos e consequências jurídicas
Efeitos em regra a proposta vincula o proponente
Exceções (427, 428) quando a proposta NÃO vincula
Retirada da proposta: consequências? pode retirar da mesma forma que faz proposta ( se faz pelo Facebook, retira a proposta pelo Facebook).
Aceitação:
Expressa
Tácita
Aceitação tardia (430) proponente comunica recebimento tardio do oblato, pode gerar perdas e danos
Aceitação:
Fora do prazo proposta não tinha mais validade (vinculação), mas quando aceita muda o polo de oblato para proponente
Com adição ou restrição inverte polos quando muda a proposta, muda o NJ.
Não integral
432: Dispensa aceitação
Entre: presentes ou ausentes
3) Contrato preliminar
Visa celebrar um contrato definitivo (objeto dele).
Conceito: objetivo celebrar um contrato futuro
Requisitos: todos do definitivo exceto a forma
Espécies: unilateral ou bilateral (de acordo com quem pode exigir o seu cumprimento - 1 ou mais pessoas. Ex: contrato de compra de imóvel, enquanto espera o financiamento sair, ou certidões por exemplo, as duas partes podem exigir o seu cumprimento, e nesse caso é um contrato bilateral. Se no contrato a opção só pode ser exercida por uma das partes (ex: comprar dólar daqui um ano a tal valor, é um contrato unilateral.
04/04/16
Contratos Bilaterais:
Conceito:
Negócio Jurídico Bilateral? Acontecimento que interessa para direito, efeitos decorrem da vontade das partes celebrado por pelo menos duas pessoas. Todo contrato é um negócio jurídico bilateral!
NJ bilateral = contrato (qualquer que seja o tipo, pode ser um contrato unilateral também)
Contrato bilateral?
Código italiano: não usa a expressão bilateral e unilateral como nome, mas significa a mesma coisa, é mais didático.
Prestação correspectiva bilateral
Prestação a cargo de uma só parte unilateral.
Relevância: 
Exceção do contrato não cumprido
Cláusula resolutiva
Diferente de sinalagmáticos?
Exceção do contrato não cumprido - art. 476 e 477 CC (aqui as exceções)
Fato impeditivo do direito do autor. Se aplica apenas ao contrato bilateral e a cláusula resolutiva também. 
Exceção:
Processual
Material - é uma exceção material, fatos impeditivos para o exercício do direito.
Fundamentos:
Proporcionalidade
Equilíbrio
Lealdade
Fato impeditivo do direito do autor.
Efeitos: suspende adimplemento
Convenção de condomínio - condomínio parar de entregar cartas por exemplo, ou elevador parar de ir no andar da pessoa, não pode acontecer. O contrato é suis generis.
Matrícula escolar - não fazer matrícula na escola porque você não estava pagando pode acontecer, mas não pode impedir que a pessoa pegue documentos para uma transferência por exemplo.
Cláusula resolutiva, arts. 473 e 475
Implícito em todo contrato bilateral essa cláusula. Diferente de rescisão e resilição. É a impossibilidade de cumprir o contrato. 
Tácita
Expressa
Causas:
Voluntária
Involuntária
Causa: inexecução superveniente (veio depois)
11/04/16
Aleatórios
Etimologia (álea) - vem do latim risco/sorte. Risco não é desproporção de prestações, mas no momento inicial não tem ideia de quanto vai usar. Existe risco para as duas partes. Obrigações certas e conhecidas mas não sabe a extensão dela. (como vai ter que assumir isso).
Certeza quanto à existência de contraprestação?
Contrato de seguro?
modalidades
futuro
atuais/existentes
existência
quantidade
Arts. 458 a 461, CC
Art. 458, CC: "venda da esperança" - se contrato envolver risco sobre/fato futuro, tem risco de não existir e uma das partes assume esse risco (ex: contrato de safra daqui a 20 anos, se não houver a safra ainda assim deve ser feito o pagamento, só não há o pagamento quando houver dolo ou culpa).
Professor distribuiu do art. 458 ao 461, ler, entender e depois identificar contratos aleatórios e tipos de contratos aleatórios.
Contrato aleatório: coisas ou fatos futuros:
Assume risco de não existir
Receber integralmente o que for prometido - SEM dolo ou culpa
Aleatório, art. 459, CC: coisa futura, pode existir em qualquer quantidade, preço inteiro se não tiver culpa mesmo se for em quantidade menor, se não tiver nada devolve valor.
Art. 460, CC: aleatório: não existe mas com risco (de quem adquire), recebe todo valor, como se não existisse em parte ou todo no dia.
Art. 459, CC: risco apenas de quantidade, se não existir não paga nada. Se existir em qualquer quantidade precisa fazer o pagamento.
Art. 460: coisa que existe mais exposto a risco. Ex: trazer produto da índia, pode ter pirataria. (compra e venda).
Art. 461: anulado quando você sabe que aquilo já não deu certo e vende assim mesmo, sabe que o risco já se consumou e vende da mesma maneira. Existe dolo na atitude da pessoa que faz a venda.
Aleatório tem a característica principal a existência de um risco em um contrato de compra e venda. Eu não sei qual será a contraprestação, se a parte poderá cumprir ou não.
Exemplo contrato de seguro de saúde por exemplo, se eu soubesse que não precisei usar o contrato em 10 anos nem teria feito o contrato.
Existem 3 modalidades de contrato aleatório
- Venda da Esperança (art. 458), vende-se a esperança da coisa existir ou não.
- art. 459 – o risco é com relação a quantidade,se nada vier a existir não tem que pagar o preço, alguma coisa tem que existir.
- Art. 460 – coisas existentes expostas a risco. Exemplo comprei um produto químico, que pode correr risco de degradar com a temperatura climática, por navio.
- Art. 461 – Se provar que quem me vendeu o material químico sabia que o produto estava estragado, há dolo neste caso.
Modalidades:
- Futuro (contrato de algo futuro)
. Existência (que pode existir ou não, exemplo contrato de soja de 2020, que pode por fatores climáticos correr o risco de não existir por exemplo). O comprador assume o risco de a coisa não existir e mesmo que ela não exista o comprador tem que pagar.
Art. 458.
. Quantidade. Art. 459. Exemplo, pago R$ 10,00 para passar uma rede no mar, se vier qualquer quantidade de peixe. Se não vier nada eu não pago, se vier um peixe ou 1000 peixes, eu pago os R$ 10,00. Se a rede estiver rasgada, há culpa por exemplo.
- Existentes
*** Curso de Direito Romano – Thomas Marky
18/04 - Semana Jurídica
25/04 - Professor faltou
02/05
Vícios redibitórios
Garantia: 
Material
Legal
Vício? Oculto antes da tradição
Vício redibitório e erro? Prazo
Boa-fé?
Vício aparente:
30 dias móveis
1 ano imóveis
(conta da entrega - 50% se já estava na posse)
Vício oculto:
180 dias móveis
1 ano imóveis
(conta do conhecimento)
CC art. 441 a 446 – não é defeito oculto, é uma garantia legal
Explicação da aula
Caput 441 a coisa recebida – vício redibitório
O que é vício redibitório?
Uma garantia, apesar da lei não usar essa palavra no título, ele e uma garantia legal implícita em todos os contratos comutativos ou doação onerosa.
É uma garantia legal contra defeitos no objeto ou ocultos em objetos, recebidos em razão de contratos comutativos ou doações onerosas, por isso temos uma garantia legal, material, matéria porque tem o objeto.
Ex: Você compra um ar condicionado, chama a pessoa para instalar, 2 dias depois o ar da problema, isso é um vício redibitório, oculto.
Quando falamos que o vício redibitório é uma garantia quanto aos defeitos ocultos, como saber o que é vício do objeto? Como perceber o vício redibitório.
O vício ou defeito: ou reduz o valor e consequentemente o valor determinado objeto ou torna o objeto impróprio para a finalidade que se presta.
Os vícios são de duas naturezas:
1- Reduzem o valor e a função da coisa.
2 - Torna inútil para a finalidade que presta, ex: compra um ar condicionado no nordeste e ele não tem a finalidade de resfriar o ambiente.
O vício deve existir na coisa, antes da tradição do contrato.
Quando falamos em redibir – falamos em: enjeitar pede uma restituição – relacionado a prescrição.
Estimar: abater proporcionalmente o preço. Relacionado a decadência.
Erro é diferente de vício redibitório.
O erro é a falsa percepção da realidade.
Vício redibitório é defeito oculto, que ou reduz a característica do produto ou inutiliza, você não compraria se soubesse que o defeito existe, você não consegue perceber e por isso compra.
É possível pedir perdas e danos se a pessoa que vende sabia do vício.
Exemplo:
Erro é achar que o celular é um Iphone quando ele não é
Vício é comprar um Iphone que dá defeito
Boa fé:
Pode ser que no erro o vendedor saiba ou não, no vício redibitório existe uma garantia, abatimento do preço ou substituição do objeto.
Contudo, se o vendedor sabe do defeito e não informa o adquirente, cabe perdas e danos.
Se o vendedor vende com boa fé, desconhecendo o risco, só se aplica a garantia, a garantia neste caso é a substituição do objeto ou abatimento do preço.
Isso muda se o bem já estava em pose do adquirente, o prazo reduz para metade.
< 30d moveis (conta da entrega)
1 ano 50% se já estava na posse
180 moveis – 1 ano imóveis – do conhecimento
Art. 445, § 1º, NCPC – Trata dos prazos e da garantia.
Prazo – prescrição – perca do direito de ação – ligada ao direito subjetivo, a um direito corresponde a prestação.
Decadência – perca do direito
Garantia Contratual. Decadência esta ligada ao direito Potestativo – não corresponde a prestação. Ex: união estável. Corresponde uma sujeição.
Tem uma ação constitutiva ou desconstitutiva. Pede pro juiz constituir ou desconstituir uma situação jurídica.
Para se valer do direito, o adquirente deve comunicar o defeito sobre pena de decadência.
09/05
Evicção
Vício/Defeito:
Material (aula passada)
Jurídico (dessa aula -evicção)
Conceito
Requisitos:
Contrato oneroso
Sentença/Ato administrativo
Boa-fé? Tanto faz a questão da boa fé
Partes:
Adquirente (evicto)
Alienante (vendedor)
Terceiro (evictor) - que vai reclamar a posse
Responsabilidade:
Reforçada
Afastada
Diminuída
OBS: quanto à exclusão
Direito do evicto
Arts. 447 a 457, CC
- Conceito - Evicção é a garantia legal e implícita contra defeitos jurídicos em contratos onerosos relativa a perda da posse ou propriedade do bem adquirido em virtude de decisão judicial ou ato administrativo que reconheça a propriedade da coisa como sendo de uma 3ª pessoa . Art. 447 CC – não explica o que é a evicção. Temos que saber que ela está ligada a ideia de perda. O objeto é perfeito, não tem um defeito material. Exemplo: Comprei um carro e quando vou no detran transferir é constatado em sistema que o carro é roubado, o carro é apreendido, ainda que o carro esteja perfeito (não há vício redibitório) eu perco a propriedade do carro. Atenção usucapião não se confunde com evicção. O prof. Passou exemplo onde eu comprei um imóvel que está passando por uma ação de usucapião, acabei de comprar o imóvel e o juiz decide que o imóvel é de propriedade do 3º, neste caso eu passei por um processo de evicção onde envolve também o usucapião, mas são duas coisas diferentes. Essa perda deve ser por decisão judicial pela lei, pela jurisdição agora também pode ser por ato administrativo (exemplo do Detran). Reintegração de posse também não entra aqui, seria o “próximo passo”. Pesquisar este assunto na internet – é bem complexo. A questão da compra e venda com vício não entra aqui, por exemplo a pessoa quer dilapidar patrimônio, tem fraude contra terceiros, não tem evicção.
OBS: evicção está ligada a ideia de PERDA. Se trata de uma garantia legal e implícita contra vícios e defeitos de um negócio jurídico, presente em contratos onerosos.
Partes: Não tem cláusula, a cláusula é implícita. Art. 450 – I – frutos de uma plantação que tem no imóvel por exemplo, II – custas do advogado e processuais por exemplo.
 
Obs = quanto à exclusão – Art. 448
As partes podem no contrato reforçar afastar, diminuir a questão da evicção. Colocar alguma cláusula dizendo que se houver a perda do negócio ele quer x, y e z a mais, se a pessoa que está vendendo tem certeza que não tem problema pode assinar… compro este imóvel mas se tiver uma ação que me faça perder o imóvel eu quero o dobro do valor que eu paguei.
Aula anterior – vícios redibitórios
Exemplo: Compro um carro e levo pra casa, no dia seguinte vou no Detran fazer a transferência, o número do motor está apagado e vou na concessionária reclamar.
16/05
Efeito dos contratos em relação a 3º.
Estipulação em favor de 3º - art. 436 e 438
Um contrato de locação entre a e b e b vende o imóvel para c. C pode despejar o locatário. Art. 167, I. Contrato tem que ter cláusula dizendo que o terceiro tem que continuar cumprindo com o contrato e esse contrato tem que ser registrado do registro de imóveis.
- Vantagem / benefícios a 3º que não é parte
- Conceito
- Atribuição patrimonial gratuita
- Estipulante
- Promitente
- Beneficiário
- É um típico contrato benéfico e tem como objetivo causar um benefício a terceiro que é estranho na relação contratual. É um contrato em que a contrata com b para beneficiar a c. Duas pessoas contratam para gerar benefício a um terceiro. Exemplo contratos de seguro de vida, onde existe um contrato que eu faço um segurode vida com uma seguradora, se eu falecer quem recebe o prêmio é um terceiro que eu vou identificar. Existem em outros casos também, porém o mais clássico é seguro de vida.
Pode ser imposta cláusula específica em algum contrato também. Por exemplo: Estou locando um imóvel e o zelador me ajudou a achar o imóvel, eu peço para colocar a informação no contrato que parte do pagamento da imobiliária será pago para o zelador pois ele ajudou na negociação (acordado com a imobiliária), eu estou comprando de uma pessoa e o zelador foi beneficiado também.
Promessa de fato de 3º - art. 439 e 440
- Promitente assume que 3º cumpra a obrigação
- Contrato por outrem
- 3º é obrigado a cumprir.
Uma pessoa se compromete com outra que 3º vai cumprir certa obrigação. A doutrina chama isso de contrato por outrem, o 3º não participa da relação contratual. Se o 3º não executar o contrato a pessoa que se comprometeu responde. Exemplo: Organizador de shows. O 3º não responde. A pessoa não pode ter nenhuma procuração, não tem poderes legais para representá-la. Se o 3º anuir a promessa a pessoa que se comprometeu fica livre da obrigação e o 3º passa a assumir.
Contato com pessoa a declarar
- Estratégia
- Desinteresse / Impossibilidade de cumprir um dos polos
- Substituição contratual futura
- Forma
Contrato estratégico – é celebrado inicialmente entre duas pessoas onde uma delas desde o momento inicial, tem clara e a outra aceita que ela vai ceder a sua posição no contrato. Apesar de ser entre a e b inicialmente, as partes tem em comum acordo que uma das partes será substituída por terceiro futuramente. Pode ser desinteressante ou impossível uma das pessoas cumprir um dos polos desde o ponto inicial. Exemplo: Quero vender um imóvel, e uma das pessoas que quer comprar este imóvel é o dono da Rede TV, naturalmente a pessoa vai aumentar o valor porque sabe que é para um artista por exemplo. Pode ser que esse artista coloque uma pessoa para negociar por ela. Construtora também entra nessa questão como exemplo. Desde o momento inicial as pessoas combinam que um dos polos serão substituídos.
23/05 
Extinção:
Terminação do contrato
Natural
Irregular
Anulação
Dissolução
Contrato
ANTERIOR
Anulação
POSTERIOR
Dissolução
Extinção
Fatores não imputáveis
Fatores imputáveis
Caso fortuito
Força Maior
Vontade
Vícios
Resilição
Solene (art. 472)
Unilateral
Bilateral
Denúncia:
Cheia
Vazia:	
despedida
Revogação
Renúncia
Resolução:
Impossibilidade:
Fatores imputáveis
Fatores não imputáveis
Rescisão:
Ineficácia
Descontinuação (judicial)
Somente por sentença
A extinção natural se dá com o cumprimento da obrigação.
A extinção irregular ocorre por conta da vontade das partes ou por anulação, dissolução.
Essa ruptura pode ocorrer anteriormente à formação do contrato: anulação ou nulidades. Se ocorrer posteriormente, quando o contrato já começou a produzir efeitos, denomina-se dissolução.
Extinção (término do contrato):
Resilição
Resolução
Rescisão
Resilição: é a extinção do contrato pela vontade de uma das partes ou das partes
Resilição unilateral é a denúncia (quando uma das partes notifica que não quer mais fazer parte do contrato). A denúncia pode ser CHEIA ou VAZIA.
Renúncia CHEIA ou despedida: relacionada a um contrato de prestação humana. Ex: contrato de trabalho.
Renúncia VAZIA: sem motivo: a parte simplesmente não quer fazer parte do contrato
Renúncia: a pessoa ABDICA dos poderes recebidos.
REVOGAÇÃO: retratar poderes que haviam sido conferidos.
Art. 472: solenidade do contrato
Resolução: diz respeito à impossibilidade do cumprimento do contrato.
Pode ser por caso fortuito ou força maior (não imputável) ou por ex. inércia da parte *fatos imputáveis não entregaram os doces da festa).
Mora X inadimplemento 
Mora: obrigação está em atraso, mas ainda é útil.
Inadimplemento: não é mais útil
Ex: doces para um casamento. 
30/05
Violação positiva do contrato
É o cumprimento (adimplemento) ruim do contrato. O contrato é cumprido mas não como se esperava. 
Surge na Alemanha com juiz Herman SatuB (ele cria essa violação porque em alguns momentos a pessoa cumpria o contrato mas não totalmente da maneira que deveria, esse juiz então em seu doutorado cria essa tese, para que fosse possível condenar a pessoa em certas situações).
Não segue a boa-fé objetiva (ou deveres anexo) apesar de ter cumprido o contrato. 
Boa-fé objetiva: dever de lealdade, transparência , assistência, cooperação. Não precisa estar escrito, mas se espera que as partes cumpram estes deveres.
Deveres anexos
Venire contra factum proprium:
Supressio
Surrectio
Quer dizer vedação ao comportamento contraditório (art. 330, CC). Exemplo: aceita sempre o pagamento no mesmo lugar, mesmo estando errado, e depois de muito tempo decide não aceitar mais. 
Supressio = supressão = perda - perda do direito por inexecução. Diferente de decadência e prescrição
Surrectio = ressurgimento
Os dois conceitos estão ligados, são dois lados de uma mesma moeda. Exemplo: ar condicionado em prédio. Pela convenção do condomínio não poderia alterar a fachada, mas o vizinho possui um ar condicionado há 10 anos e ninguém reclamou disso. Quando você resolve colocar um ar condicionado o condomínio reclama. Aqui há o suppresio no direito do condomínio de reclamar quanto ao ar condicionado, e ocorre o surrectio no seu direito de poder colocar o ar condicionado.
Exceptio poli: Quer dizer exceção dolosa - é um exercício abusivo de um direito, exerce o direito com interesse de uma vantagem abusiva e não de cumprir o contrato, art. 440, CC. Exemplo: litigância de má-fé.
Cláusula de Stoppel: é o venire contra factum proprium que acontece em âmbito internacional. Exemplo: Petrobrás com gás na Bolívia, a Bolívia emite decreto depois do contrato dizendo que apenas eles podem explorar o gás no país.
Duty to mitigate the loss: dever de mitigar o prejuízo. Exemplo: espera multa chegar no limite para executar, sem tentar nada para ser resolvido antes (aviso ou qualquer outra coisa do tipo), viola o direito de lealdade.
Teoria do substancial adimplemento: Exemplo: compra o carro em 50 parcelas, se não para dá o direito ao banco de busca e apreenção do carro e a venda do bem em leilão. Nesse caso a pessoa pagou 48 de 50 parcelas, pelo direito poderia leiloar o carro, está no contrato, mas fazer isso seria ruim, adimplemento ruim, seria melhor nesse caso entrar com uma ação de cobrança sem pegar o bem (boa-fé objetiva).
OBS: não são todos os autores que abordam essas teorias, olhar livros do Venosa e do Pablo Stolze.
FIM

Continue navegando