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EDEMA (COELHO, Eduardo Barbosa) - Definição: Acúmulo de fluído no espaço intersticial devido á desregulação na distribuição do volume líquido. - Essa desregulação pode ser localizada e envolver apenas os fatores que influenciam o fluxo de fluido ao longo do leito capilar, ou, ainda, pode ser secundária a alterações dos mecanismos de controle do volume do compartimento extracelular e do líquido corporal total, o que, na maioria das vezes, ocasiona edema generalizado. - O o fluxo dos fluidos, no nível capilar, depende da permeabilidade da parede capilar, definida pela constante Kf, e pela diferença entre as variações das pressão hidrostática e da pressão oncótica ao longo do leito capilar. - Em condições fisiológicas, espera-se que a pressão hidrostática seja maior que a pressão oncótica do plasma. - Ao longo do capilar, a pressão hidrostática se reduz de forma significativa. Em adição, a saída do fluido intravascular faz com que a concentração de proteínas intracapilares se eleve, o que acarretará discreto aumento da pressão oncótica. Assim, ocorrerá inversão do gradiente de pressão na extremidade venosa da rede capilar. - São caracterizados como: cardíaco, renal, cirrótico ou nutricional - grupados nesses nomes, porque, além das características patofisiológicas próprias de cada grupo, apresentam também etiologia específica. ASPECTOS SEMIOTÉCNICOS: - Uma história clínica e um exame físico cuidadoso são suficientes, na maioria dos casos, para o esclarecimento diagnóstico em pacientes com edema. - O primeiro passo a ser dado visa à busca de pistas diagnósticas para a identificação de edemas localizados ou generalizados. - Sinal de Cacifo: é realizado, comprimindo-se a região pré-tibial com o polegar por cerca de 10 seg e observando-se formação de depressão. A profundidade da depressão pode ser comparada com escala de cruzes, de + a ++++. A intensidade máxima (++++) é atribuída a edemas que formam depressões maiores /iguais a uma polpa digital. Uma 2ª informação: observando-se o tempo para o desaparecimento da depressão após a remoção da compressão. EDEMAS GENERALIZADOS – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Etiologia Mecanismo Semiótica Exames Complementares -Síndrome Nefrótica (Edema Renal: Edema Nefrótico) -Alta pH -Baixa ?c (leito capilar) -Urina espumosa e Proteinúria -Edema facial e matutino -Anasarca -Proteinúria > 3,5 g/dia -Hiperlipidemia -Hipoalbuminemia -Síndrome Nefrítica (Edema Renal: Edema Nefrítico) -Alta pH (leito capilar) -Redução Taxa de Filtração Glomerular (TFG –Causa Fundamental) -Hipertensão Arterial -Hematúria (sangue na urina) -Oliguria (anúria em casos mais graves: Diálise) -Náuseas -Urina I (Hematúria) -Creatina e Uréia Elevadas (Azotemia) -Eletrólitos (K+ ↓ / Na+↑) -Insuficiência Cardíaca (Edema cardíaco) Queda de Débito Cardíaco (falência Miocárdio): -Pressão Ven. Elevada (Alta pH) -Baixo VAE (Volume Arterial Efetivo) -Dispnéia -Estase Jugular -Hematopomegalia -Edema Vespertino (edema gravitatório, pressão venosa elevada nas extremidades) -Radiografia de Tórax -Ecocardiograma -Cirrose Hepática (Edema Cirrótico) -Baixa pressão oncótica -Alto Kf -Alta pH -Baixo VSE -Icterícia, Eritema palmar, Encefalopatia Hepática, Hálito Hepático, Equimoses, Hematêmese/Melema, Esplenomegalia, Aranhas vasculares, Hipotrofia muscular, Alopecia, Ginecomastia e Atrofia testicular, Ascite, Circulação colateral -Tempo de protrombina, Bilirrubinas, Enzimas hepáticas, Ultrasom abdominal, Albumina, Endoscopia EDEMAS LOCALIZADOS – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Etiologia Mecanismo Semiótica Teste e Conduta Terapêutica Erisipela (inflamação) Alta Permeabilidade do leito capilar Calor, Rubor, Ardor, Turgor - Antibióticos Analgésicos Trombose Venosa profunda Pressão venosa elevada (Alta pH) Edema Assimétrico, circulação colateral - Anticoagulantes (Heparina) Linfedema Obstrução Linfática Edema assimétrico e duro. Gânglios -Hemograma ASLO, VHS e PCR -Específicos: Mapeamento duplex venoso; Linfocintilo-grafia Radioisotópica; Resso-nância Nuclear Magnética; Pesquisa de filaria. EDEMAS LOCALIZADOS – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Etiologia Mecanismo Semiótica Angioedema Alta permeabilidade do leito capilar Assimétrico, frio e Indolor Antagonistas Cálcio Vasodilatação arteriolar (Alta pH) Edema Simétrico, Indolor Tornozelos EDEMA CIRRÓTICO: O Processo cirrótico afeta a função hepática em consequência do que descrevemos á seguir: a) Alterações do funcionamento de hepatócitos por causa das lesões celulares, comprometendo síntese de albumina b) Destruição da arquitetura lobular, canalicular e vascular, levando a distorções estruturais, que dificulta o livre fluxo de sangue e linfa dos sinusóides hepáticos: hipertensão portal. Além disso, a hipoalbunemia reduz a pressão oncóticado plasma e concorre para a formação de edema. c) Formação de shunts arteriovenoso. Redução VAES e ativação dos mecanismos de controle de volume extracelular. AVALIAÇÃO (KIRSZTAJN, Gianna Mastroiammi) -Pode ser localizado (limita-se a uma região anatômica bem definida) ou generalizado (com graus variados de intensidade) -Principais Mecanismos: Aumento da pressão hidrotática nos vasos, aumento da permeabilidade vascular, diminuição da pressão oncótica (hipoalbuminemia); e Obstrução linfática ou venosa (Linfedema, TV). - Causas mais conhecidas Edema Localizado: TVP/tromboflebite; Insuficiência Venosa Crônica; Celulite; Trauma; Obstrução Linfática e Linfangite; Fibrose Retroperitoneal; Síndrome da Veia Cava Superior. - Principais causas Edema Generalizado: Insuficiência Cardíaca Congestiva; Hipertensão Pulmonar; Cirrose; Doenças Renais (Síndrome Nefrótica, Nefrítica Aguda, Doença Renal Crônica); Gestação (Edema Fisiológico e/ou Toxêmico), Hipotireoidismo/ Mixedema; Desnutrição; Edema Iatrogênico (reposição Volêmica Excessiva) - Diagnóstico: Inspeção e Palpação; e tipo de Edema (Localizado ou Generalidado) - Pacientes que deambulam: edema acentuado em partes pendentes (membros); Pacientes que ficam deitados: Edema acentuado em região lombar e sacral. Duante o dia pode mudar de região (membros, tronco, face) - Tratamento: Objetivo principal a correção da doença relacionada etiologicamente ao edema. - Dependendo da causa: Uso de diuréticos, restrição de sódio e líquidos: contribuem para o controle. (ex: Renais) - No acompanhamento do edema generalizado: mensurar o peso e a diurese do paciente. - Eripsela: Apenas o tratamento da infecção pode resolver o problema. LINFEDEMA (Guedes Neto HJ et al) -Edema no sistema linfático: pode se tornar crôcico, com infecções de repetição, incapacidade funcional e restrição social do paciente. -Diagnóstico: Pesquisa de fatores etiológicos do edema; diagnóstico diferencial com outros edemas TRATAMENTO: -Higiene com os pés, evitando micoses interdigitais e lesões de pele. -Cuidados com a pele, hidratação e evitar traumas -Antibioticoterapia profilática. - Redução e Manutenção do volume da região afetada pelo edema: Repouso membros elevados, evitar ortostatismo prolongado, elevação dos pés da cama, melhora do retorno venoso. Terapia Física descompressiva, tratamento de lesões de pele, drenagem linfática manual, enfaixameto inelástico e elástico, autobandagem, autodrenagem linfática com roletes, contenção elástica com luvas ou meias de compressão e medidas adaptadas ao paciente. -Medidas Gerais: Dieta de emagrecimento, dieta com restrição de trigliceróis de cadeia longa. Psicoterapia de apoio. TRATAMENTO CIRÚRGICO: -As cirurgias de ressecção estão indicadas apóstratamento clínico adequado, como medida complementar para correção do excesso de pele e tecido subcutâneo (TCSC), visando otimizar a anatomia do membro. -Fibroedema: podem ser indicada as dermolipectomias totais, com resultados variáveis. AVALIAÇÂO (Passado em aula) - Modo de início do Edema - local de início - Circunstância em que apareceou é mais intenso - Duração - Curso - Dor e Temperatura - Consistência - Sensibilidade - Presença de alterações de pele no Local - Manifestações Concomitantes - Resultados de exames complementares - Tratamentos e Efeitos - Progressão