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13/09/2016 1 ESTÁTICA FETAL E MECANISMO DO PARTO Profa. Hellen Catunda 2016.2 Objetivos da aprendizagem Identificar os fatores mecânicos relacionados com o processo do nascimento; Caracterizar as mudanças do trajeto e as relações fetais durante o processo de trabalho de parto e parto. 2 13/09/2016 2 Estática fetal • Estudo das relações entre o feto e a bacia e o útero maternos, conhecendo a nomenclatura obstétrica; • As condições da estática fetal definem o prognóstico da via de parto; • O feto acomoda-se no útero em forma ovoide, sendo sua cabeça a parte de maior referência; • Expansão máxima da maior dimensão uterina: 30cm; tamanho do feto: 50cm. 3 Estática fetal Por isso, deve haver uma adaptação fetal para acomodar-se nesse espaço, flexionando-se; Estudo da estática fetal: identificação de 4 características básicas, avaliadas pela palpação obstétrica e toque cervical: situação, apresentação, posição e atitude/postura fetal. 4 13/09/2016 3 5 Fatores que afetam o trabalho de parto e parto Objeto (feto e placenta) Trajeto (canal de parto) Força (contrações) Posição da mãe Resposta psicológica 6 13/09/2016 4 Objeto Tamanho da cabeça fetal Situação fetal Apresentação fetal Posição fetal Atitude fetal 7 Tamanho da cabeça fetal Crânio fetal – maior estrutura fetal (cerca de 25% da área de superfície corporal) e menos compressível. Os ossos da face e da base do crânio são fixos. Ossos móveis: ◦ 2 Parietais ◦ 2 Temporais ◦ Frontal ◦ Occipital 8 13/09/2016 5 O CRÂNIO FETAL • Occipitofrontal: 12cm • Occipitomentoniano: 13,5cm • Suboccipitobregmático: 9,5cm • Biparietal: 9,5cm 9 O CRÂNIO FETAL FONTANELAS: zonas membranosas de convergência dos ossos cranianos; a partir delas partem as suturas. ◦ Lambdoide: posterior, pequena, forma triangular. ◦ Bregmática: anterior, grande, forma losangular. SUTURAS: espaços membranosos entre os ossos. ◦ Sagital: entre os parietais; principal referência. 10 13/09/2016 6 Diminuem as medidas cefálicas ◦ Moldagem – sobreposição dos ossos cranianos; *Bossa serosa – acúmulo de líquido no couro cabeludo; *Cefalematoma – acúmulo de sangue abaixo do couro cabeludo. 11 O CRÂNIO FETAL No trabalho de parto, no exame de toque, a palpação das fontanelas indica apresentação, posição e atitude. 12 13/09/2016 7 SITUAÇÃO FETAL Conceito: a relação entre os grandes eixos longitudinais fetal e uterino. Longitudinal: fisiológica, 95-98% dos fetos; eixo do feto paralelo ao eixo da mãe; Oblíqua: instável; feto inclinado; tende a corrigir durante o TP, embora o torne mais demorado e doloroso. Em condições adversas o feto pode adotar situação transversa: estresse, parturientes em horizontalidade demorada. 13 Transversa: eixo do feto perpendicular ao eixo da mãe. - Imprópria para parto vaginal; - Peso elevado materno; - Bacia não ginecoide. 14 13/09/2016 8 Apresentação fetal Conceito: é a região fetal que se loca na área do estreito superior, ocupando-a em seu todo, aí tende a insinuar-se e durante o parto é sede de mecanismo bem determinado. 15 APRESENTAÇÃO FETAL Cefálica: referência é occípto/vértice. Fisiológica, 96- 98% dos fetos. Pélvica: referência é osso sacral. Pode ser: ◦ Franca: feto eleva os pés até a proximidade do rosto; ◦ Completa: o feto curva-se sobre os MMII, com os joelhos totalmente flexionados; ◦ Incompleta: um ou dois quadris ou joelhos do feto não estão flexionados; ele mantem um pé ou joelho mais baixo, podendo apresentar os pés no canal de parto (podálica). 16 13/09/2016 9 17 APRESENTAÇÃO FETAL: 18 13/09/2016 10 Como identificar a apresentação pélvica? Ao exame obstétrico na 3ª manobra: alargado, não tão bem delimitado e rígido; O foco de ausculta cardiofetal encontra-se mais forte acima da linha da cicatriz umbilical. 19 • Córmica: a referência é a escápula; o feto assume situação transversa. • Parto vaginal é impossível! 20 13/09/2016 11 Apresentação composta Quando o feto apresenta o braço junto à cabeça; Pode dificultar o nascimento e causar isquemia no membro da criança; Pode causar ruptura uterina na mãe. 21 Tipos de apresentação composta em: Cefálica: a mão fetal surge à frente da cabeça Córmica: chamada de apresentação de ombro negligenciada. Útero forma anel de retração perigoso, que pode romper pela força das contrações 22 13/09/2016 12 ALTURA DA APRESENTAÇÃO Pode ser: Alta e móvel; Ajustada, fixa: pouca mobilidade; Insinuada: mais baixa, sem mobilidade ao toque (a passagem pelo estreito superior do maior plano perpendicular a linha de orientação). Cabeça insinuada 23 Atitude/Postura/Hábito fetal Flexão ou deflexão/extensão do pescoço e das costas do feto; Fisiológica: costas arredondadas, queixo próximo ao tórax, coxas e joelhos flexionados junto ao abdômen; Postura defletida: aumenta o diâmetro da apresentação fetal, dificultando o parto. Graus I, II e III. 24 13/09/2016 13 De vértice (A) - fletida De bregma (B) – defletida de I grau De fronte (C) – defletida de II grau De face (D) – defletida de III grau 25 26 13/09/2016 14 Avaliação da atitude fetal, apresentação e posição pelo toque cervicovaginal Tocar o polo de apresentação e a parte fetal de referência Procurar as unidades de referência: sutura sagital (entre os parietais) e fontanelas • ATENÇÃO: esse exame deve ser feito suave e delicadamente, devagar, como se tocasse as pétalas de uma flor 27 POSIÇÃO FETAL Conceito: é a posição da relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo materno. Denominada de acordo com a referência da apresentação: occípto/vértice, sacro, etc. Identifica-se com o toque cervical a VARIEDADE DE POSIÇÃO: • OEA – Occipto-esquerda-anterior (60%): Fisiológico • ODP – Occipto-direita-posterior (32%) • OEP – Occipto-esquerda-posterior (6%) • ODA – Occipto-direita-anterior (1%): mais lento e doloroso 28 13/09/2016 15 Posição fetal Relação entre a parte de apresentação e os quadrantes da pelve da mãe: Apresentação Localização da apresentação Lado da apresentação Occipital Anterior Direita Sacro Posterior Esquerda Mento Transversa Escápula ou Acrômio Sacro Púbis 29 30 13/09/2016 16 31 Outras variedades de posição Variedades de posição do acrômio: posterior e anterior 32 13/09/2016 17 Como a identificar a posição posterior Nesta posição, não se sente o dorso (liso) e o foco de ausculta fetal é muito próximo aos flancos da mãe, quase de lado É um sinal de distocia e de complicação no TP Torna o parto difícil e quase impossível No período expulsivo o feto pode defletir a cabeça e apresentar-se de fronte Geralmente é sinal de pelve não ginecoide, incompatível para parto vaginal 33 34 13/09/2016 18 Revisando... Situação: relação dos eixos longitudinais do feto e da mãe; longitudinal (fisiológica), transversa, oblíqua Apresentação: parte fetal que se apresenta no estreito superior da pelve e que está emíntima proximidade com o canal de parto; sentida no toque cervical; cefálica (fisiológica), pélvica, córmica Posição: relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo materno; OEA/OAE é a fisiológica Atitude/postura/hábito: relação das diversas partes fetais entre si; fletida (fisiológica), defletida (graus I, II, III) 35 Analise as figuras! 1. Situação 2. Apresentação 3. Posição 4. Atitude/postura 36 13/09/2016 19 Breve exercício: Identifique a estática fetal desta imagem 1. Situação 2. Apresentação 3. Posição 4. Atitude/postura 37 Trajeto Pelve óssea rígida da mãe Tecidos moles da cérvice Assoalho pélvico Vagina Intróito vaginal 38 13/09/2016 20 A PELVE (BACIA) A BACIA/PELVE SE DIVIDE EM: grande bacia (Pelve Falsa) acima, pelo estreito superior e pequena bacia (Pelve Verdadeira) abaixo, pelo inferior. • ESTREITO SUPERIOR: vai do promotório à borda da sinfíse púbica. • ESTREITO INFERIOR: vai da borda inferior da sínfise púbica à ponta do coccige. 39 40 13/09/2016 21 Formato da pelve Pelve Descrição Parto vaginal Antropóide Abertura pélvica superior oval e sacro longo, produzindo uma pelve profunda. Favorável Andróide Formato de coração. Dificultado. O feto desce lentamente pela pelve e comumente não consegue girar. Ginecóide Verdadeira pelve feminina. Diâmetros iguais nas três dimensões. Favorável. Platipelóide ou plana Menos comum. Pequena cavidade pélvica, alargada na abertura inferior da pelve, tornando difícil a descida do feto. Desfavorável (exceto se a cabeça do feto conseguir atravessar a abertura superior). Pelve mista: prognóstico difícil; quase impossível prever; formas variadas. 41 Tecidos moles Relaxina e estrogênio aumentam a frouxidão do tecido conjuntivo, mucosas, músculos e articulações pélvicas; Cérvice e vagina: apagam e dilatam até 10cm para a passagem do feto; Músculos do assoalho pélvico: auxiliam na rotação do feto durante sua travessia pelo canal de parto. 42 13/09/2016 22 Tecidos moles: trajeto 43 Triângulo do períneo 44 13/09/2016 23 ALTURA E DESCIDA DO POLO FETAL Medida em planos, avaliando a descida fetal. Há 2 padrões: Planos de Hodge e de DeLee. Plano mais baixo: vê-se o polo fetal na vagina (coramento); mudança na forma do introito vaginal de longelíneo para arredondado 45 Plano de HODGE I - Polo cefálico ao nível da borda superior do pube. Plano de HODGE II - Borda inferior do pube Plano de HODGE III - Ao nível das espinhas ciática. Plano de HODGE IV - Ao nível da ponta do cóccix e confundindo-se com o assoalho pélvico. 46 13/09/2016 24 Plano de LEE tem como plano referência zero as espinhas ciáticas. Acima do zero ou dentro da pelve é negativo; abaixo do 0 ou para fora é positivo Quando o ponto mais baixo da apresentação estiver a 1 cm acima do plano zero, a altura será - 1 ; 2 cm acima, como - 2; e assim sucessivamente. Quando o polo cefálico estiver abaixo do plano zero, usaremos a mesma progressão trocando o sinal para positivo (+ 1; + 2; até + 5). O plano zero De LEE corresponde, aproximadamente, ao plano III de HODGE! 47 PLANO DE LEE – ALTURA DA APRESENTAÇÃO 48 13/09/2016 25 Avaliação da altura/descida fetal 49 CONTRATILIDADE UTERINA • Conceito: é o fenômeno mais importante do trabalho de parto, indispensável para fazer dilatar o colo e expulsar o concepto. 50 13/09/2016 26 FUNçÕES DA CONTRATILIDADE UTERINA MANUTENçÃO DA GESTAçÃO DILATAçÃO DO COLO UTERINO DESCIDA E EXPULSÃO DO FETO DESCOLAMENTO DA PLACENTA HEMOSTÁSE PUERPERAL CONTRATILIDADE UTERINA 51 MECANISMO DO PARTO 52 13/09/2016 27 MECANISMO DO PARTO • O feto é o móvel ou objeto, que percorre o trajeto da bacia, impulsionado pelo um motor (contração uterina). • TEMPOS DO MECANISMO DO PARTO São basicamente três: insinuação, descida e desprendimento. 53 Tempos dos mecanismos de parto: simplificados 1. INSINUAÇÃO/ENCAIXAMENTO: passagem do polo fetal pelo anel do estreito superior na pelve materna. Quando cefálico, realiza a flexão. Mecanismo não ocorre em fetos transversais (apresentação córmica). Sem insinuação o parto vaginal é impossível 2. DESCIDA: migração do polo fetal pelo canal vaginal, com a rotação interna do feto para adaptação entre os diâmetros fetais e pélvico-vaginais 3. DESPRENDIMENTO: o feto cefálico faz movimento oposto, defletindo, para enfim exteriorizar-se 54 13/09/2016 28 INSINUAÇÃO/ENCAIXAMENTO 55 1. Encaixamento/insinuação 2. Descida 3. Rotação interna da cabeça e insinuação das espáduas 4. Desprendimento da cabeça 5. Rotação externa da cabeça e interna das espáduas 6. Desprendimento das espáduas Tempos dos mecanismos de parto: ampliados 56 13/09/2016 29 57 Plano alto ainda Encaixamento/insinuação Flexão Deflexão Extensão 58 13/09/2016 30 Vídeo sobre mecanismo de parto 59 OBRIGADA! 60
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