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Estática fetal

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Estática fetal: 
Introdução: 
O estudo da estática fetal é especialmente importante para identificar a situação, a posição e a 
apresentação fetais e para entender a nomenclatura obstétrica. Ela é definida pela relação entre o feto, a 
pelve e o útero. Para cada orientação fetal há um mecanismo específico de descida e uma conduta médica 
adequada no período de dilatação e expulsão. 
A orientação fetal na cavidade uterina é descrita em relação à situação, apresentação, atitude e posição 
fetais. Esses pontos podem ser estabelecidos clinicamente por palpação abdominal, exame vaginal e ausculta 
do feto, ou com ajuda de USG e radiografia. 
 
Feto: 
O estudo do feto visa conhecer suas estruturas ósseas e seu papel da estática e no parto. A 
cabeça fetal ou ​pólo cefálico se divide em crânio e face. Na sua avaliação, deve-se identificar ossos do 
crânio, suturas e fontanelas: 
- ​Ossos do crânio: ​parietais, frontais, temporais, occipital, esfenoide e etmoide; 
- ​Suturas:​ interfrontal, sagital, coronal, lambdoide e temporal; 
- ​Fontatelas: grande fontanela, fontanela anterior ou bregmática (losângulo entre ossos parietais e 
frontais), pequena fontanela, fontanela posterior ou lambdoide (triângulo entre os ossos parietais e o 
occiptal), esfenoidal (duas fontanelas entre os ossos temporal, frontal, parietal e occipital), mastoidea 
(duas fontanelas entre os ossos occipital, temporal e parietal). 
Três diâmetros do pólo cefálico merecem destaque: o occipitofrontal (distância entre os ossos 
occipital e frontal, em média 11 cm), o occiptomentoniano (distância entre o occipital e o mento, em 
média 13,5 cm) e o suboccipitobregmático (distância entre a região inferior do occipital e a fontanela 
bregmática, em média 9,5 cm). Esses diâmetros, juntamente com as medidas da pelve materna, 
determinam fenômenos que ocorrem no mecanismo de parto. 
 
Situação fetal: 
É a relação entre os eixos longitudinais do feto e do útero. Pode ser longitudinal, transversa ou 
oblíqua. A ​situação longitudinal é encontrada em mais de 99% das gestações a termo, pois é a forma 
como o feto fica melhor acomodado no eixo uterino. A ​situação transversa incide em 0,5 a 1% das 
gestações a termo, principalmente em condições fatores adversos. Já a ​situação oblíqua é instável, de 
transição, e em algum momento torna-se longitudinal ou transversal. 
 
Apresentação fetal: 
A apresentação fetal define a região do concepto que se relaciona com o estreito superior da 
pelve, onde se insinua e possui papel fundamental nos mecanismos do parto. Na situação longitudinal, 
duas apresentações podem ocorrer: cefálica e pélvica. Na situação transversa, a apresentação será 
córmica ​(acrômio). Se outras partes fetais estão em contato com o estreito da pelve, não utiliza-se o 
termo apresentação, e sim procidência (exemplo: procidência de mão). 
Até o 6º mês, a cabeça fetal geralmente está no fundo uterino (apresentação pélvica), que é 
quando se tem um movimento circular do feto (mutação) que assume, então, a apresentação cefálica. 
A apresentação pélvica no momento do parto está relacionada a diversos fatores, como 
hidrocefalia e outras malformações fetais, gemelaridade, vícios pélvicos, inserção cornual da placenta, 
brevidade do cordão umbilical, malformações e tumores uterinos, multiparidade, prematuridade, 
anormalidades neurológicas fetais e oligodramnia. 
Atitude do pólo cefálico na apresentação cefálica: 
É a relação das diversas partes fetais entre si. Geralmente, o concepto apresenta-se em flexão 
generalizada (ovóide fetal)​, com o mento em contato com a face anterior do tórax e as coxas fletidas 
sobre o abdome. As apresentações cefálicas classificam-se de acordo com a atitude do pólo cefálico, 
de acordo com alguns pontos de referência: 
- ​Eixo anteroposterior:​ flexão ou deflexão; 
- ​Eixo laterolateral:​ sinclitismo ou assinclitismo. 
No ​eixo anteroposterior​, o feto pode estar em apresentação cefálica fletida (mento próximo à 
face anterior do tórax), que também é chamada de apresentação de vértice ou occipital. Representa 
mais de 90% das gestações a termo. 
Porém, em outras situações, a cabeça fetal se afasta em graus variados da face anterior do tórax, 
o que constitui as deflexões. Elas resultam em uma alteração da atitude fetal de um contorno convexo 
para um contorno côncavo da coluna vertebral. 
A cabeça do feto pode se apresentar parcialmente fletida, com a apresentação da fontanela 
anterior, o que corresponde a deflexão de 1º grau ou apresentação de bregma. A cabeça do feto pode, 
ainda, assumir uma posição parcialmente estendida, 
que seria a ​deflexão de 2º grau ou apresentação de 
fronte. Já a ​deflexão de 3º grau (máxima) ou 
apresentação de face é encontrada quando o 
pescoço fetal está muito estendido, de forma que o 
occipital e o dorso entram em contato e a face fica 
mais anterior ao canal de parto. 
No ​eixo laterolateral​, o ​sinclitismo representa o encaixamento do pólo cefálico fetal com a sutura 
sagital com a mesma distância entre o púbis e o sacro, sem qualquer inclinação lateral. Já o 
assinclitismo consiste no encaixamento da cabeça fetal com as suturas fetais estão desnivelada em 
relação ao plano do estreito superior da pelve. Ou seja, há uma inclinação lateral da apresentação. 
O ​assinclitismo anterior (obiliquidade de Nagele) ocorre quando a sutura sagital está próxima ao 
sacro e o ​assinclitismo posterior​ (obliquidade de Litzmann), quando se aproxima do púbis. 
A dinâmica das atitudes da cabeça fetal na evolução do trabalho do parto é responsável pela 
descida do feto e está intimamente relacionada com a duração do trabalho do parto. 
 
Atitude do pólo pélvico na apresentação pélvica: 
As apresentações pélvicas correspondem a 3 a 4% das gestações a termo, mas nas gestações 
pré-termo ela é mais comum (25% com 28 semanas). 
O ponto de referência nessas apresentações é sempre o sacro e a linha interglúteo. Podem ser 
divididas em: 
- ​Pelvipodálica ou pélvica completa:​as pernas e as coxas estão fletidas com os pés juntos às nádegas; 
- ​Pélvica simples:​ coxas fletidas sobre a pelve e pernas estendidas sobre a superfície anterior do tronco; 
- ​Pélvica incompleta:​ quando os pés ou joelhos ocupam o estreito superior da bacia. 
 
altura da apresentação: 
O diagnóstico da altura da apresentação baseia-se na comparação do plano fetal mais baixo com 
os planos da pelve. Este parâmetro é um indicador dinâmico da evolução do trabalho de parto. 
Os ​planos da bacia constituem planos imaginários que foram descritos com o intuito de facilitar a 
avaliação da altura da apresentação da pelve feminina. Existem dois principais planos utilizados como 
referência para a altura das apresentações: os planos de DeLee e os planos de Hodge, sendo o 
primeiro o mais utilizado. 
 
 
Posição fetal: 
A posição fetal corresponde à relação entre o dorso fetal e o lado direito ou esquerdo do abdome 
materno. Pode ser: 
- Esquerda: quando o dorso do feto se apresenta à esquerda do abdome materno; 
- Direita: quando o dorso do feto se apresenta à direita do abdome materno; 
- Anterior: quando o dorso do feto se apresenta voltado para diante do abdome materno; 
- Posterior: quando o dorso do feto se apresenta voltado para trás do abdome materno. 
No final da gestaçãoé mais comum a posição esquerda, o que ocorre devido a uma leve rotação 
uterina para a direita e a um posicionamento anatômico do reto e sigmóide à esquerda. 
 
Variedades de posição: 
É a relação entre o ponto de referência da apresentação e o ponto de referência da pelve 
materna. Os pontos de referência da pelve são: a pube, as eminências ileopectíneas, as extremidades 
do diâmetro transverso máximo, a articulação sacroilíaca e o sacro. E os pontos de referência do 
concepto são os ossos do crânio e as suturas. 
Durante o toque 
em obstetrícia, 
devemos 
procurar 
identificar o ponto 
de referência 
fetal. Na 
apresentação 
cefálica fletida é 
a fontanela 
lambdoide. Já na apresentação cefálica defletida de primeiro 
grau, não é possível sentir-se a fontanela posterior (lamda), 
apenas a anterior (bregma). Caso as duas fontanelas sejam sentidas (fetos com a circunferência 
cefálica pequena ou obstetra com mãos compridas), trata-se de uma apresentação cefálica fletida. 
 
Nomenclatura obstétrica: 
As variedades de posição nomeiam-se pelo emprego de letras, sendo que a primeira se refere ao 
feto e as demais ao ponto de referência materno. Por exemplo: 
- ​OEA: a apresentação é cefálica fletida (O de occipital), o ponto de referência é o lamda, está em 
correspondência com o estreito superior da bacia à esquerda (E) e anteriormente (A); 
- ​MPD: ​a apresentação é de face e o ponto de referência é o mento (M), que está em relação ao estreito 
superior à direita (D) e posteriormente (P). 
A apresentação fetal mais favorável para o parto vaginal é a cefálica fletida, especialmente as de 
variedades anteriores. As apresentações defletidas podem ser apenas achados transitórios durante o 
mecanismo de parto ou podem ser persistentes (nesse caso, associam-se a maiores taxas de insucesso 
no parto vaginal). A apresentação de fronte (deflexão de 2º grau) é rara e impossibilita, na grande 
maioria das vezes, o parto vaginal. Já a apresentação de face (deflexão de 3º) pode permitir o parto 
vaginal caso a variedade seja mento anterior. 
 
Diagnóstico da apresentação e da posição do feto: 
Vários métodos podem ser usados para diagnosticar a apresentação e a posição do feto: a 
palpação abdominal, o exame vaginal, a ausculta e, em casos de dúvida, estudos de imagem. 
- ​Palpação abdominal:​ ​é feita através da manobra de Leopold, que é dividida em 4 tempos: 
- 1º tempo: delimita o fundo uterino com ambas as mãos deprimindo-o. Permite a identificação do 
polo que ocupa o fundo uterino (polo pélvico é mais volumoso, menos rígido e menos regular que o polo 
cefálico). Permite o diagnóstico da ​situação ​fetal e facilita o diagnóstico da​ apresentação​); 
- 2º tempo: ​com o deslizamento das mãos do fundo uterino em direção ao polo inferior do útero, 
procura-se sentir o dorso fetal e a região das pequenas partes fetais, determinando sua ​posição​. O 
dorso é resistente e contínuo; 
- 3º tempo: ​procura sentir o polo fetal que se apresenta ao estreito superior da pelve e sua 
mobilidade. Apreende-se a apresentação entre o polegar e os dedos e imprime-se movimentos laterais. 
Se a apresentação não estiver encaixada, será palpado um corpo móvel (geralmente a cabeça fetal); 
- 4º tempo: o examinador fica de frente para os pés da gestante e, com as pontas dos dedos, 
exerce pressão em direção ao eixo da entrada pélvica. Procura-se sentir o grau de penetração da 
apresentação na pelve e seu grau de flexão. Fornece informações sobre a altura da apresentação. 
- ​Exame vaginal (toque): antes do trabalho de parto, o diagnóstico da apresentação e posição fetal pelo 
toque vaginal geralmente inconclusivo, porque a apresentação e palpada através de um colo uterino 
fechado. Durante o trabalho de parto, quando o colo se abre, podem ser obtidas informações 
importantes. Na apresentação cefálica fletida, a posição e a variedade de posição são reconhecidas 
pela diferenciação das várias suturas e fontanelas, nas apresentações de face, pela diferenciação das 
partes da face e pélvicas, palpação do sacro e das tuberosidades isquiáticas. 
- ​Ausculta: seus achados reforçam os resultados da palpação e do toque. Comumente, os ruídos 
cardiofetais são transmitidos pela parte convexa do feto que fica em contato mais íntimo com a parede 
uterina e varia de acordo com a apresentação e com o grau de descida da apresentação na pelve. 
 
Camila Brito 
 
- Medcurso 2019.

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