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Apostila Anatomia.docx

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1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA 
1.1 - CONCEITO DE ANATOMIA 
No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American Association of Anatomists: anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas. A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência. Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras. Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos). A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento. Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a existência de estudos específicos. 
1.2 - NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é encontrado na maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional esta é uma variação. Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. Se a anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral, incompatível com a vida, é uma monstruosidade. 
- VARIAÇÕES ANATÔMICAS NORMAIS 
 Existem algumas circunstâncias que determinam variações anatômicas normais e que devem ser descritas: 
1. idade: os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando para a bolsa escrotal e nela se localizando durante a vida adulta; 
2. sexo: no homem a gordura subcutânea se deposita principalmente na região tricipital, enquanto na mulher o depósito se dá preferencialmente na região abdominal; 3. raça: nos brancos a medula espinhal termina entre a primeira e segunda vértebra lombar, enquanto que nos negros ela termina um pouco mais abaixo, entre a segunda e a terceira vértebra lombar;
Anatomia Humana - Posição e Planos Anatômicos
 
A chamada "Posição Anatômica" é tomada na disciplina de Anatomia Humana como posição do corpo que permite o melhor estudo e a referência da posição de cada uma das estruturas presentes. Juntamente com os "Planos Anatômicos", podemos ter a referência da localização de certo órgão, tecido, membro ou outra estrutura. São conceitos necessário como introdução ao estudo da Anatomia Humana, e somente pode-se partir para o estudo das estruturas após o entendimento das Posições e Planos Anatômicos. 
      A posição anatômica tomada como referência, sendo a base de todos os estudos do corpo, seja por meio de figuras, moldes ou representações, é a seguinte:
Corpo ereto, com as pernas unidas e pés virados para frente, braços retos ao lado do corpo e com as palmas das mãos viradas para frente. Olhar reto, fitando o horizonte.
      Essa é a posição que sempre vemos em todas as representações do corpo, independente do sistema ou órgão que esteja sendo abordado. Abaixo, uma representação (pelo Google Body Browser) da posição anatômica de um organismo feminino:
 
      Agora, entendido a posição anatômica, vamos entender melhor o que são os Planos Anatômicos. Os planos anatômicos são responsáveis por tangenciar (dividir) a superfície do corpo, formando ao redor dele o que se chamaria de forma sólida (um retângulo).
      Com essa divisão, temos o corpo tangenciado em seis partes diferentes, cada uma sendo um lado do retângulo. São elas: 
Ventral ou Anterior, Dorsal ou Posterior, Lateral Esquerdo e Lateral Direito, Cefálico e Podálico.
 
Um exemplo prático, seria determinar que as vértebras da coluna vertebral encontram-se no plano dorsal, já a patela (osso do joelho) encontra-se no plano ventral
      E para concluir os conceitos das posições e planos anatômicos, temos os planos de secção, que são responsáveis pelo "corte" do corpo, segundo os planos anatômicos, seccionando assim determinada região. Existem três planos de secção:
Plano Sagital Mediano, Plano Coronal ou Frontal e Plano Transversal ou Horizontal.
      O Plano Sagital Mediano divide o corpo ao meio, em duas metades, direta e esquerda. Quando uma estrutura está perto do corte, diz-se que a mesma é medial, e quando a mesma está mais afastada, diz-se que é lateral.
      O Plano Coronal ou Frontal divide o corpo segundo os planos anatômicos ventral e dorsal, ou seja, divide o corpo de forma lateral (orelha a orelha).
      O Plano Transversal ou Horizontal é o plano que divide o corpo de forma horizontal, e é paralelo aos planos anatômicos cefálico e podálico.
Representação dos três planos anatômicos de secção:
 
Exemplo prático: Pode-se determinar que o dedo polegar da mão esquerda encontra-se no Plano Anatômico Lateral Esquerdo, e que em um corte Sagital, encontra-se no lado esquerdo, e é lateral em relação ao plano.
      As posições, planos e secções na Anatomia são constantemente utilizadas, quase como uma "referência cartográfica" para as estruturas do corpo. Nesse post, coloquei os conceitos teóricos de cada um, e creio que possa parecer confuso à primeira vista, como pareceu para mim. Conforme estiver tendo aulas práticas, irei acrescer mais informações, de maneira concreta, sobre esse assunto. Comentem, e até a próxima!
- DIVISÃO DO CORPO HUMANO O corpo humano divide-se em cabeça, tronco e membros. 
2.1. Cabeça A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha imaginária passando pelo topo das orelhas e dos olhos é o limite aproximada entre estas duas regiões. O crânio contém o encéfalo no seu interior, na chamada cavidade craniana. As lesões crânioencefálicas são as causas mais freqüentes de óbito nas vitimas de trauma. A face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, olfato e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e digestivo. As lesões da face podem
ameaçar a vida devido ao sangramento e obstrução das vias aéreas.
 2.2. Tronco O tronco é dividido em pescoço, tórax, abdome e pelve
. 2.2.1. Pescoço Contém varias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical que abriga no seu interior a porção cervical da medula espinhal. As porções superiores do trato respiratório e digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. Contém também vasos 
sangüíneos calibrosos responsáveis pela irrigação da cabeça. As lesões do pescoço de maior gravidade são as fraturas da coluna cervical com ou sem lesão medular, as lesões do trato respiratório e as lesões de grandes vasos com hemorragia severa.
 2.2.2. Tórax Contém no seu interior, na chamada cavidade torácica, a parte inferior do trato respiratório (vias aéreas inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os grandes vasos sangüíneos que chegam ou saem do coração. É sustentado por uma estrutura óssea da qual fazem parte a coluna vertebral torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a escápula. As lesões do tórax são a segunda causa mais freqüente de morte nas vítimas de trauma. 
Sistema Tegumentar
O sistema tegumentar é composto pela pele e anexos (glândulas, unhas, cabelos, pelos e receptores sensoriais) e tem importantes funções, sendo a principal agir como barreira, protegendo o corpo da invasão de microrganismos e evitando o ressecamento e perda de água para o meio externo.
Entre os vertebrados, o tegumento é composto por camadas: a mais externa, a epiderme é formada por tecido epitelial, a camada subjacente de tecido conjuntivo é a derme, seguida por um tecido subcutâneo, também conhecida como hipoderme. Há também uma cobertura impermeável, a cutícula. Há uma variedade de anexos, tais como pelos, escamas, chifres, garras e penas.
Funções do Tegumento
Envolve e protege os tecidos e órgãos do corpo;
Protege contra a entrada de agentes infecciosos;
Evita que o organismo desidrate;
Controla a temperatura corporal, protegendo contra mudanças bruscas de temperatura;
Participa da eliminação de resíduos, agindo como sistema excretor também;
Atua na relação do corpo com o meio externo através dos sentidos, trabalhando em conjunto com o sistema nervoso;
Armazena água e gordura nas suas células.
Anatomia da Pele
Epiderme
 
A epiderme é constituída de tecido epitelial, cujas células apresentam diferentes formatos e funções. Elas são originadas na camada basal, e se movem para cima, tornando-se mais achatadas à medida que sobem. Quando chegam na camada mais superficial (camada córnea) as células estão mortas (e sem núcleo) e são compostas em grande parte por queratina. Entre a camada basal (mais interna) e a córnea (mais externa), há a camada granulosa, onde as células estão repletas de grânulos de queratina e a espinhosa, na qual as células possuem prolongamentos que as mantêm juntas, dando-lhe esse aspecto.
Nos vertebrados terrestres, as células da camada córnea são eliminadas periodicamente, tal como em répteis que trocam a pele, ou continuamente em placas ou escamas, como acontece nos mamíferos assim como nos humanos.
Derme
Observe na figura a seguir um corte transversal da pele visto ao microscópio. A parte superior (mais escura) é a epiderme e a parte mais clara representa a derme, com as papilas dérmicas em contato com as reentrâncias epidérmicas.
 
A derme é constituída de tecido conjuntivo fibroso, vasos sanguíneos e linfáticos, terminações nervosas e fibras musculares lisas. É uma camada de espessura variável que une a epiderme ao tecido subcutâneo, ou hipoderme. Sua superfície é irregular com saliências, as papilas dérmicas, que acompanham as reentrâncias da epiderme.
Apêndices da Pele
Unhas, Cabelos e Pelos
As unhas são placas de queratina localizadas nas pontas dos dedos que ajudam a agarrar os objetos.​ Os pelos estão espalhados pelo corpo todo, com exceção das palmas das mãos, das solas dos pés e de certas áreas da região genital. Eles são formados de queratina e restos de células epidérmicas mortas compactadas e se formam dentro do folículo piloso. Os cabelos, espalhados pela cabeça crescem graças às células mortas queratinizadas produzidas no fundo do folículo; elas produzem queratina, morrem e são achatadas formando o cabelo. A cor dos pelos e cabelos é determinada pela quantidade de melanina produzida, quanto mais pigmento houver mais escuro será o cabelo.
Receptores Sensoriais
São ramificações de fibras nervosas, algumas se encontram encapsuladas formando corpúsculos, outras estão soltas como as que se enrolam em torno do folículo piloso. Possuem função sensorial, sendo capazes de receber estímulos mecânicos, de pressão, de temperatura ou de dor. São eles: Corpúsculos de Ruffini, Corpúsculos de Paccini, Bulbos de Krause, Corpúsculos de Meissner, Discos de Merkel, Terminais do Folículo Piloso e Terminações Nervosas Livres. Veja a figura a seguir:
Glândulas
São exócrinas já que liberam suas secreções para fora do corpo. As glândulas sebáceas são bolsas que secretam o sebo (substância oleosa) junto aos folículos pilosos para lubrifica-los. Já as sudoríparas têm forma tubular enovelada e secretam o suor (fluido corporal constituído de água e íons de sódio, potássio e cloreto, entre outros elementos) através de poros na superfície da pele. O suor ajuda a controlar a temperatura corporal.
SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO
SISTEMA ESQUELÉTICO
Sabemos que a locomoção só é possível graças a uma ação coordenada de ossos, músculos e articulações. O sistema esquelético é essencial nesse processo de movimentação e é formado por uma grande quantidade de ossos perfeitamente interligados que recebe o nome de esqueleto. Além do esqueleto, cartilagens, tendões e ligamentos fazem parte desse sistema.
O esqueleto, com seus 206 ossos, atua sustentando alguns tecidos, protegendo órgãos, auxiliando no movimento, produzindo células do tecido sanguíneo e armazenando minerais. Os ossos são formados por um tipo de tecido conjuntivo denominado tecido ósseo, que se caracteriza por ter uma matriz calcificada que confere rigidez. Esse tecido é formado por três tipos celulares: os osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.
Os osteoblastos estão relacionados principalmente com a produção da matriz orgânica. Os osteoclastos atuam promovendo a reabsorção do osso através da liberação de enzimas. Por fim, temos os osteócitos, que são células maduras que ajudam na manutenção da matriz e na reabsorção óssea em resposta à estimulação do hormônio da paratireoide.
Podemos classificar o tecido ósseo em dois tipos: compactos e esponjosos. Os ossos compactos apresentam-se fortes e resistentes, com poucos poros. Já os esponjosos apresentam diversos espaços.
Os ossos do esqueleto também podem ser classificados de acordo com sua forma em: ossos longos, ossos curtos, ossos laminares, ossos irregulares e ossos sesamoides. Os ossos longos são aqueles que apresentam um comprimento maior que a largura. São constituídos por uma haste (diáfise) formada por tecido ósseo compacto e duas extremidades (epífises) formadas por um núcleo de osso esponjoso envolto por tecido ósseo compacto. Como exemplo de ossos longos, podemos citar o úmero, o rádio e a fíbula.
Os ossos curtos apresentam as mesmas medidas de comprimento, largura e espessura. Como exemplo, podemos citar os ossos do carpo e do tarso.
Os ossos laminares são aqueles que possuem comprimento e largura equivalente, porém maiores que a espessura. São ossos relativamente finos. São exemplos desse tipo de ossos a costela, a escápula e o crânio.
Os ossos irregulares são aqueles que possuem formato “diferente”, não podendo ser relacionados com nenhuma das formas geométricas. Os ossos das vértebras e ossículos da orelha são exemplos desse tipo de osso.
Os ossos sesamoides são pequenos e arredondados e atuam ajudando na função de alavanca dos músculos. Um exemplo é a patela, que é considerado o maior osso sesamoide do corpo.
	
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO.
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:
1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica.
2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores).
1-Esqueleto axial
1.1-Caixa craniana
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior).
 
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997.
Observações:
Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão denominada de sela turca onde se encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a hipófise, no centro geométrico do crânio. 
Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da cabeça da criança, que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por osso.
1.2-Coluna vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (coccix).
	
	
1.3-Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno).
 
2- Esqueleto apendicular
2-1- Membros e cinturas articulares
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges.
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e afíbula. A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelosmetatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges.
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada pelaclavícula e pela escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia (constituída pelo sacro - osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna.
  
Juntas e articulações
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, denominadasarticulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos.
Ligamentos
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão firmemente unidos às membranas que revestem os ossos.
Classificação dos ossos
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: 
A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso.  Exemplos: fêmur, úmero. 
 
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997, com adaptações
B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos. 
 
C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula.
 
Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana - o periósteo - responsável pelo crescimento em espessura do osso e também pela consolidação dos ossos após fraturas (calo ósseo). As superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a diáfise encontra-se um disco ou placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado de disco metafisário (ou epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando como depósito de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formação das células do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é popularmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoético estão nos ossos da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada principalmente nas epífises.
 
Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e feminino: 
	 
	
	 
Sistema Muscular
Os músculos são estruturas que cruzam articulações e, com isso, conseguem transmitir movimento. Possuem fibras musculares que podem ser controladas por meio do sistema nervoso. São aproximadamente 212 músculos no corpo humano e eles influenciam no peso corporal, ajudam na movimentação do corpo humano, trabalham com a movimentação de seu corpo, auxiliam a manter a temperatura do corpo e ajudam no fluxo sanguíneo.
O sistema muscular realiza diversos movimentos que são controlados pelo seu cérebro. Os músculos ajudam a manter a postura evitando dores crônicas. Mas, um dos principais trabalhos do músculo é sua capacidade de contração, tornando-se essencial para a movimentação.
Fibras Musculares: As fibras dos músculos são células longas que possuem miofibrilas, que ajudam na movimentação.
Grupos Musculares: Cabeça, Pescoço, Abdome, Região posterior do tronco, Tórax, Membros inferiores, Membros superiores, Órgãos dos Sentidos e Períneo.
Classificação dos Músculo
-Superficiais ou Cutâneos: Encontram-se por baixo da pele com algumas partes na camada profunda da derme. Podem ser encontrados na cabeça, na mão e pescoço.
-Profundos ou Subaponeuróticos: Músculos que não se encontram na camada profunda da derme e muitas vezes se encontram inseridos nos ossos.
Forma dos Músculos
Longos: Encontrados em sua maioria nos músculos como o bíceps.
Curtos: Músculos que ficam em articulações com pouco desenvolvimento, como os encontrados nas mãos.
Largos: Músculos que ficam nas paredes de cavidades maiores, como o abdômen e tórax.
Função dos Músculos
Agonistas: Músculos que ativam um movimento de seu corpo através da contração. Ex: segurar um objeto.
Antagonistas: Músculo que relaxa gradativamente para produzir um movimento ameno.
Sinergistas: Ajudam a estabilizar as articulações no intuito de evitar movimentos bruscos. Ajudam a estabilizar regiões do corpo como ombros e cotovelos.
Fixadores: Ajudam os músculos agonistas a trabalhar da melhor forma.
Tipos de Músculos
Músculo Esquelético: É aquele que pode ser visualizado, ou seja, quando se vai para a academia para aumentar sua massa, a pessoa está exercitando esse tipo de músculo. Surgem em pares e estão relacionados ao esqueleto. São contraidos através da ordem do seu cérebro.
Músculo Liso: Esse
tipo de músculo tem a capacidade de manter sua tensão por um tempo e estão nos vasos sanguíneos, bexiga, útero, sistema digestivo e vias respiratórias. O sistema nervoso faz com que ele se contraia de forma involuntária, como acontece com o seu estômago e você nem faz ideia.
Multiunitário: Fibras independentes e que não se contraem de forma voluntária. Ex: músculo intrínseco do olho.
Unitários Simples: As células trabalham como uma estrutura única e os impulsos passam de uma célula a outra. Ex: músculo intestinal.
Músculo Cardíaco: Músculo que pode ser encontrado somente no coração e possui muita resistência.
Tipos de Contração
- Contração Concêntrica: O músculo encurta e outra estrutura é tracionada fazendo um ângulo de uma articulação. Ex: Levar um objeto que está na mesa até sua cabeça.
- Contração Excêntrica: Quando durante a contração há o comprimento total do músculo. Ex: O ato de devolver um objeto de volta na mesa.
- Contração Isométrica: Estabilizam as articulações durante um movimento. Possibilita a tensão muscular, mas não realiza um movimento. Ex: Sustentar um objeto na posição de 90º.
Musculatura Esquelética
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal.
Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as outras.  Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta.
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados.
Cãibras musculares
O que é Cãibras musculares?
As cãibras são contrações involuntárias e dolorosas de um músculo ou de um grupo de muscular. Elas acometem apenas a musculatura estriada e afetam principalmente os músculos posteriores da perna. Uma cãibra pode começar durante a atividade física, no repouso e até durante o sono.
É mais comum uma cãibra começar após uma contração muscular intensa com consequente encurtamento do músculo que está sofrendo o processo. As cãibras estão associadas a uma série de condições não relacionadas com o esporte ou exercício. A falta de condicionamento físico e a fadiga também podem ser responsáveis pelas cãibras e outras lesões musculares.
Causas
O uso excessivo de um músculo, desidratação, tensão muscular ou simplesmente manter a mesma posição por um período prolongado de tempo pode resultar em uma cãibra muscular. Em muitos casos, no entanto, a causa exata do sintoma é desconhecida.
Embora a maioria das cãibras musculares seja inofensiva, algumas podem estar relacionados a uma condição médica subjacente, tais como:
Estreitamento das artérias
Compressão do nervo
Deficiência de potássio, cálcio ou magnésio
Uso de medicamentos diuréticos
Diabetes
Doenças neurológicas
Doenças do fígado
Distúrbios da tireoide
Alcoolismo
Fatores de risco
Fatores que podem aumentar o risco de cãibras musculares incluem:
Idade avançada
Desidratação
Gravidez
Ingestão excessiva de álcool
Presença de doenças metabólicas.
Sistema Digestório
O Sistema Digestório (antes Sistema Digestivo ou Aparelho Digestivo) é formado por um conjunto de órgãos cuja função é transformar os alimentos, por meio de processos mecânicos e químicos.
Componentes do Sistema Digestório
O Sistema Digestório (nova nomenclatura) divide-se em: Tubo digestório(propriamente dito) e os Órgãos anexos.
O tubo digestório (antes conhecido por tubo digestivo) divide-se em: alto, médioe baixo:
Tubo digestório alto: boca, faringe e esôfago.
Tubo digestório médio: estômago e intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo).
Tubo digestório baixo: intestino grosso (ceco, cólon ascendente, transverso, descendente, a curva sigmoide e o reto).
Órgãos anexos: glândulas salivares, dentes, língua, pâncreas, fígado e vesícula biliar.
Órgãos e anexos do Trato Digestório Alto
BOCA
A boca é a porta de entrada dos alimentos no tubo digestivo. Corresponde a uma cavidade forrada por mucosa, onde os alimentos são umidificados pela saliva, produzida pelas glândulas salivares.
Com isso, durante a mastigação os alimentos passam primeiro pelo processo da digestão mecânica, ação dos dentes e da língua e, posteriormente, pela atividade enzimática da ptialina (amilase salivar). Sendo assim, na rápida passagem dos alimentos pela boca, a ptialina começa a atuar sobre o amido (encontrado na batata, farinha de trigo, arroz transformando-o em moléculas menores demaltose.
Leia mais sobre a Saliva.
FARINGE
A faringe é um tubo muscular membranoso, que se comunica com a boca, através do istmo da garganta e na outra extremidade com o esôfago. Dessa maneira, para chegar ao esôfago, o alimento, depois de mastigado, percorre toda a faringe, que é um canal comum, tanto para o sistema digestório quanto para o sistema respiratório.
No processo de deglutição, o palato mole é retraído para cima e a língua empurra o alimento para dentro da faringe, que se contrai voluntariamente e leva o alimento para o esôfago. Nesse momento a epiglote fecha o orifício de comunicação com a laringe, impedindo a penetração do alimento nas vias respiratórias.
Leia mais sobre a deglutição e o processo da digestão.
ESÔFAGO
O esôfago é um conduto musculoso, controlado pelo sistema nervoso autônomo. Assim, por meio de ondas de contrações, conhecidas como peristaltismo ou movimentos peristálticos, o conduto musculoso vai espremendo os alimentos e levando-os em direção ao estômago.
Tubo Digestório Médio
Formado pelo estômago e intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo).
ESTÔMAGO
 
Anatomia de Estômago Sadio e de Estômago com Úlcera
O estômago é uma grande bolsa que se localiza no abdômen, responsável peladigestão das proteínas. A entrada do órgão recebe o nome de cárdia, porque fica muito próxima ao coração, separada dele somente pelo diafragma. Possui uma pequena curvatura superior e uma grande curvatura inferior: a parte mais dilatada recebe o nome de "região fúndica", enquanto a parte final, uma região estreita, recebe o nome de "piloro".
O simples movimento de mastigação dos alimentos já ativa a produção do ácido clorídrico no estômago, contudo somente com a presença do alimento, de natureza proteica, que se inicia a produção do suco gástrico: uma solução aquosa, composta de água, sais, enzimas e ácido clorídrico.
Importante notar que a mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege de agressões do suco gástrico, considerado bastante corrosivo. A partir disso, quando ocorre um desequilíbrio na proteção, resulta na inflamação da mucosa (gastrite) ou também no surgimento de feridas (úlcera gástrica).
Não obstante, a pepsina é a enzima mais potente do suco gástrico sendo regulada pela ação de um hormônio, a gastrina,
produzida no próprio estômago, no momento que moléculas de proteínas dos alimentos entram em contato com a parede do órgão. Assim, a pepsina quebra as moléculas grandes de proteína e as transforma em moléculas menores, chamadas proteoses epeptonas.
Por fim, a digestão gástrica dura, em média de duas a quatro horas. Nesse processo o estômago sofre contrações que forçam o alimento contra o piloro, que se abre e fecha, permitindo que, em pequenas porções, o quimo (massa branca e espumosa), chegue ao intestino delgado.
INTESTINO DELGADO
Órgãos Anexos que participam do Processo Digestivo no Intestino
O intestino delgado é revestido por uma mucosa enrugada que apresenta inúmeras projeções. Está localizado entre o estômago e o intestino grosso e tem a função de segregar as várias enzimas digestivas, dando origem à moléculas pequenas e solúveis: a glicose, aminoácidos, glicerol etc.
O intestino delgado está dividido em três porções: o duodeno, o jejuno e o íleo. Assim, o duodeno é a primeira porção do intestino delgado a receber o quimo que vem do estômago, que ainda está muito ácido, sendo irritante à mucosa duodenal. Logo em seguida, o quimo é banhado pela bile, secretada pelo fígado e armazenada na vesícula biliar, contendo bicarbonato de sódio e sais biliares, que emulsificam os lipídios, fragmentando suas gotas em milhares de micro gotículas.
Além disso, o quimo recebe também o suco pancreático, produzido no pâncreas, contendo enzimas, água e grande quantidade de bicarbonato de sódio, de maneira que favorece a neutralização do quimo. Assim, em pouco tempo, a “papa” alimentar do duodeno, vai-se tornando alcalina e gerando condições necessárias para ocorrer a digestão intra-intestinal.
Já o jejuno e o íleo é considerada a parte do intestino delgado onde o trânsito do bolo alimentar é rápido, ficando a maior parte do tempo vazio, durante o processo digestivo. Por fim, ao longo do intestino delgado, depois que todos os nutrientes foram absorvidos, sobra uma pasta grossa, com detritos não assimilados e com bactérias, já fermentado, que segue para o intestino grosso.
Leia também sobre o Intestino Delgado.
Tubo Digestório Baixo
Formado pelo intestino grosso (ceco, cólon ascendente, transverso, descendente, a curva sigmoide e o reto).
INTESTINO GROSSO
O intestino grosso mede cerca de 1,5 m de comprimento e 6 cm de diâmetro. É local de absorção de água (tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas), de armazenamento e de eliminação dos resíduos digestivos. Está dividido emtrês partes: o ceco, o cólon (que se subdivide em ascendente, transverso, descendente e a curva sigmoide) e reto.
No ceco, a primeira porção do intestino grosso, os resíduos alimentares, já constituindo o “bolo fecal”, passam ao cólon ascendente, depois ao transverso e em seguida ao descendente. Nesta porção, o bolo fecal permanece estagnado por muitas horas, preenchendo as porções da curva sigmoide e do reto.
Para tanto, o reto é a parte final do intestino grosso, que termina com o canal anal e o ânus, por onde são eliminadas as fezes. Para facilitar a passagem do bolo fecal, as glândulas da mucosa do intestino grosso, secretam muco a fim de lubrificar o bolo fecal, facilitando seu trânsito e sua eliminação.
Note que as fibras vegetais não são digeridas nem absorvidas pelo sistema digestivo, passam por todo tubo digestivo e formam uma porcentagem significativa da massa fecal. Sendo portanto importante incluir as fibras na alimentação para auxiliar a formação das fezes.
Sistema Circulatório
Fisiologia - Sistema Circulatório
Nosso sistema circulatório, como o dos outros vertebrados, é fechado, isto é, o sangue circula sempre dentro dos vasos sanguíneos, bombeado por contrações rítmicas do coração.
Anatomia do coração
O coração humano possui quatro cavidades internas, genericamente chamadas de câmaras cardíacas. As duas câmaras superiores são os átrios cardíacos (ou aurículas); as duas câmaras inferiores são os ventrículos cardíacos. Os ventrículos possuem uma parede bem mais espessa e musculosa que a dos átrios. Essa diferença pode ser explicada pela função que essas câmaras exercem na circulação sanguínea: enquanto cada átrio bombeia sangue apenas para o ventrículo imediatamente abaixo dele, o ventrículo direito bombeia sangue para os pulmões, e o esquerdo, para todas as partes do corpo.
O átrio cardíaco direito comunica-se com o ventrículo direito através de um orifício guarnecido pela valva atrioventricular direita (ou tricúspide). O átrio esquerdo comunica-se com o ventrículo esquerdo por um orifício guarnecido pela valva atrioventricular esquerda (bicúspide, ou mitral). A função dessas valvas é garantir a circulação do sangue no coração em um único sentido, sempre do átrio para o ventrículo. Em condições normais, não há nenhuma comunicação entre as metades direita e esquerda do coração.
Circulação pulmonar e circulação sistêmica
Impulsionado pela contração do ventrículo direito, o sangue vai aos pulmões para ser oxigenado, de onde retorna ao átrio esquerdo. Impulsionado pela contração do ventrículo esquerdo, o sangue vai para todos os sistemas do corpo, de onde retorna ao átrio direito. Por isso, diz-se que nossa circulação é dupla, sendo o trajeto “coração → pulmões → coração” denominado circulação pulmonar (ou pequena circulação) e o trajeto “coração → sistemas corporais → coração” denominado circulação sistêmica (ou grande circulação).
Artérias, veias e capilares sanguíneos
O coração conecta-se diretamente a dois tipos de vasos sanguíneos: artérias e veias. Artérias são vasos de paredes relativamente grossas, que conduzem o sangue do coração para as diversas partes do corpo. Veias são vasos de paredes mais finas que as das artérias, que trazem o sangue de volta para o coração. As veias de maior calibre têm, em seu interior, válvulas que impedem o refluxo de sangue, garantindo sua circulação em um único sentido. As artérias que se ramificam pelo coração, e cuja função é alimentar e oxigenar o miocárdio (componente fundamental do coração), recebem o nome de artérias coronárias.
O sangue sai do coração por grandes artérias, que se ramificam em artérias cada vez menores. Nos tecidos, as arteríolas, que são as artérias mais finas, se ramificam em vasos ainda mais finos, os capilares sanguíneos. Após se ramificarem intensamente nos tecidos, os capilares sanguíneos voltam a se fundir, originando finíssimas veias, as vênulas. Estas fundem-se progressivamente entre si, formando veias com calibres cada vez maiores.
Fisiologia da circulação
O sangue que circulou pelo corpo chega ao coração por duas grandes veias – veias cavas – que desembocam no átrio direito. A veia cava superior traz o sangue que circulou pela cabeça, braços e parte superior do tronco e a veia cava inferior traz o sangue que circulou pelas pernas e pela parte inferior do tronco. O sangue que circulou pelos pulmões retorna ao coração por duas veias pulmonares que desembocam no átrio esquerdo.
Sístoles e diástoles
Quando os átrios estão cheios, suas paredes contraem-se simultaneamente (sístole), bombeando o sangue para os ventrículos abaixo deles através das valvas atrioventriculares. Para receber o sangue dos átrios, os ventrículos devem estar relaxados, isto é, em diástole. Portanto, a sístole atrial ocorre simultaneamente à diástole ventricular.
Uma vez cheios, os ventrículos se contraem (sístole ventricular), o que faz as valvas atrioventriculares se fecharem, impedindo que o sangue retorne para os átrios. O sangue sai, então, através de grandes vasos ligados aos ventrículos. Do ventrículo direito parte o tronco pulmonar, que se ramifica nas artérias pulmonares, as quais conduzem sangue para os pulmões; do ventrículo esquerdo parte a artéria aorta, que conduz sangue para todas as demais partes do corpo. A seqüência completa de diástoles e sístoles das câmaras cardíacas constitui o ciclo cardíaco. O número de ciclos cardíacos que ocorrem em determinado intervalo de tempo, ou seja, a freqüência cardíaca, varia de acordo
com o grau de atividade física da pessoa, dentre outras coisas. Em média, a freqüência cardíaca oscila em torno de 70 a 80 ciclos, ou batimentos por minuto.
Pressão Arterial
Quando o sangue é bombeado pelos ventrículos, ele penetra nas artérias sob pressão. As paredes arteriais relaxam e aumentam de volume, o que faz diminuir a pressão em seu interior. Se as artérias não relaxarem o suficiente, a pressão do sangue em seu interior pode subir a níveis perigosos, até mesmo com risco de ruptura de vasos.
O relaxamento das paredes arteriais é causado por impulsos nervosos que são produzidos a cada sístole ventricular e se propagam desde o coração até as extremidades das artérias mais finas. Após a passagem do impulso, a artéria volta a se contrair. Desse modo, durante a diástole ventricular a artéria já está contraída o suficiente para manter uma pressão sanguínea capaz de continuar impulsionando o sangue.
A pressão sanguínea nas extremidades das artérias faz com que a água e diversas substâncias do sangue saiam dos capilares e banhem as células próximas, nutrindo-as e oxigenando-as. As células, por sua vez, eliminam gás carbônico e outras excreções no fluido proveniente dos capilares, reincorporando-se ao sangue. Assim, ao passar pelos capilares dos tecidos, o sangue torna-se mais pobre em nutrientes e em gás oxigênio, pois estes foram absorvidos pelas células, e mais rico em gás carbônico e em excreções, substâncias que as células eliminaram. O mecanismo de retorno do sangue ao coração ocorre de outra forma. Enquanto estamos em atividade, nossos músculos se contraem e comprimem as veias, causando deslocamento de sangue em seu interior. Dentro das veias há válvulas que permitem que o sangue se desloque somente em direção ao coração.
Os componentes do sangue
O sangue humano é constituído por um líquido amarelado, o plasma sanguíneo, e por três tipos de células: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas.
Sistema Linfático
O sistema linfático é constituído por uma ampla rede de vasos linfáticos distribuídos por todo o corpo. Estes vasos diferem dos capilares sanguíneos por terminarem em fundo cego, isto é, com extremidade fechada. Os capilares linfáticos estão mergulhados entre as células dos tecidos, de onde captam o excesso de líquido que saiu dos capilares sanguíneos e banham as células. Se, por algum motivo, o sistema linfático deixar de cumprir sua função de drenagem do excesso de líquido extravasado dos capilares sanguíneos, este se acumula no local, causando um inchaço conhecido como edema linfático. A confluência dos capilares linfáticos origina vasos com calibres progressivamente maiores, que convergem para a região torácica, onde formam dois grossos ductos linfáticos, que se unem às veias provenientes dos braços. Aí o líquido que circula pelos vasos linfáticos, a linfa, é lançado no sangue e com ele se mistura.
Em diversos pontos da rede linfática existem linfonodos, pequenos órgãos perfurados por canais. Em seu caminho para o coração, a linfa circula pelo interior dos linfonodos, onde é filtrada. Partículas como vírus, bactérias e resíduos celulares são fagocitadas pelos linfócitos presentes nos linfonodos.
Os linfonodos atuam na defesa do organismo. Quando nosso corpo é invadido por microorganismos, os glóbulos brancos presentes nos linfonodos próximos ao local da invasão começam a se multiplicar ativamente, para dar combate à infecção
Funções do sistema cardiovascular
transporte de gases:  os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela eliminação de dióxido de carbono, comunicam-se com os demais tecidos do corpo por meio do sangue.
transporte de nutrientes: no tubo digestório, os nutrientes resultantes da digestão passam através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira "auto-estrada", os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido intersticial que banha as células.
transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das células do corpo origina resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio externo. O transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção é feito pelo sangue.
transporte de hormônios: hormônios são substâncias secretadas por certos órgãos, distribuídas pelo sangue e capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos do corpo. A colecistocinina, por exemplo, é produzida pelo duodeno, durante a passagem do alimento, e lançada no sangue. Um de seus efeitos é estimular a contração da vesícula biliar e a liberação da bile no duodeno.
intercâmbio de materiais: algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em uma parte do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, por exemplo, armazenam moléculas de glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o sangue leva para outras células do corpo.
transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogênea de calor pelas diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura adequada em todas as regiões; permite ainda levar calor até a superfície corporal, onde pode ser dissipado.
distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circulam anticorpos e células fagocitárias, componentes da defesa contra agentes infecciosos.
coagulação sanguínea: pelo sangue circulam as plaquetas, pedaços de um tipo celular da medula óssea (megacariócito), com função na coagulação sanguínea. O sangue contém ainda fatores de coagulação, capazes de bloquear eventuais vazamentos em caso de rompimento de um vaso sanguíneo.
Sistema Respiratório
 
Principais componentes do sistema respiratório humano
O sistema respiratório é composto por um par de pulmões e por vários ductos por onde o ar circula, como as cavidades nasais, boca, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos.
Ao inspirarmos o ar, ele entra pelas nossas narinas chegando até às cavidades nasais. Essas cavidades são revestidas por uma camada de células que protegem e produzem um muco que escorre continuamente para a garganta, onde é engolido juntamente com a saliva. Esse muco produzido por essas células umedece as vias respiratórias, além de funcionar como um filtro, que retém partículas sólidas e bactérias que se encontram suspensas no ar. Ainda nas cavidades nasaishá células especializadas na percepção de odores.
As cordas vocais se localizam na laringe. Quando o ar é expelido, ele passa por elas, causando vibrações e produzindo o som
Após passar pelas cavidades nasais, o ar chega até à faringe, um canal comum ao tubo digestório e ao sistema respiratório; e logo depois à laringe, um ducto protegido por peças cartilaginosas onde encontramos as cordas vocais. Logo na entrada da laringe encontramos uma estrutura conhecida como epiglote, que funciona como uma válvula, impedindo que as substâncias que engolimos penetrem nas vias respiratórias, causando engasgamento.
Logo abaixo da laringe encontramos a traqueia, um tubo com 10 cm de comprimento com paredes reforçadas por anéis cartilaginosos, cuja função é manter a traqueia sempre aberta. A traqueia se divide em dois tubos chamados de brônquios, também protegidos por anéis cartilaginosos. Osbrônquios se ramificam para o interior dos pulmões, tornando-se cada vez mais finos, sendo chamados então de bronquíolos; e na extremidade de cada bronquíolo encontramos pequenas bolsas chamadas de alvéolos pulmonares. Traqueia, brônquios e bronquíolos são revestidos por um epitélio ciliado que é rico em células produtoras de muco que aderem partículas de poeira e bactérias que se encontram presentes no ar que respiramos. Todas essas impurezas são varridas através da movimentação dos cílios para a faringe, onde são engolidas e enviadas ao tubo digestório, para serem digeridas e eliminadas.
 
A traqueia bifurca-se, formando os brônquios
Os pulmões são estruturas esponjosas que medem 25 cm de altura e pesam aproximadamente 700g. Localizados na caixa torácica, os pulmões são revestidos por
uma membrana dupla chamada depleura. No interior dos pulmões encontramos cerca de 600 milhões de alvéolos pulmonares (que são pequenas bolsas com paredes muito finas), envolvidos por uma rede de capilares. É através dessa rede de capilares que ocorre a hematose, processo em que o gás oxigênio presente nos alvéolosdifunde-se para os capilares sanguíneos, penetrando nas hemácias.
 
O pulmão de pessoas jovens tem cor rosada e vai escurecendo com a idade, em virtude do acúmulo de impurezas presentes no ar
O ar dos nossos pulmões é renovado continuamente; assim sempre há gás oxigênio nos capilares sanguíneos que revestem os alvéolos pulmonares. Essa constante renovação de ar é chamada deventilação pulmonar e ela depende da ação dos músculos intercostais, que ligam as costelas entre si; e do diafragma, uma membrana muito resistente que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal.
Quando inspiramos o ar no processo de inspiração, ocorre a contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais, sendo que o diafragma abaixa e as costelas sobem, aumentando, dessa forma, o volume da caixa torácica e forçando o ar a entrar nos pulmões. Quando expiramos o ar, no processo de expiração, a musculatura do diafragma e os músculos intercostais se relaxam, diminuindo o volume da caixa torácica e forçando o ar a sair dos pulmões.
 
Na figura podemos ver como ocorre o movimento da caixa torácica na inspiração (A) e na expiração (B)
Sistema Excretor
 
O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, os órgãos que o compõe são: um par de rins, um par de ureteres, bexiga e uretra. 
A função do sistema excretor é eliminar as substâncias que estão em excesso, a fim de manter o equilíbrio essencial para o bom funcionamento da célula com o meio. 
Os rins filtram todas as substâncias da corrente sanguínea, a urina é formada destes resíduos. A urina é formada continuamente no rim e acumulada na bexiga 
Os rins estão localizados na parte dorsal do abdome, abaixo do diafragma, constituído de tecido conjuntivo. No rim estão localizadas as unidades filtradoras, os néfrons. 
O néfron, unidade funcional dos rins, é constituído de duas partes: o corpúsculo renal e o túbulo néfrico ou renal. Nele ocorrem a filtração, a reabsorção e a secreção. 
Através da excreção são eliminadas substâncias tóxicas fabricadas pelo metabolismo celular. Além da urina, essas substâncias podem ser eliminadas também pela pele através do suor, e pelo sistema respiratório, quando é eliminado o gás carbônico. O suor tem a função de resfriar o corpo. 
Os ureteres é o tubo que liga o bacinete de cada rim à bexiga urinária. 
O compartimento onde é depositada a urina por algum tempo é a bexiga, uma vez que o sangue é filtrado a todo o momento. Sua capacidade é de 250 ml, e é constituída por músculos lisos. 
Diurese é o processo de formação da urina. 
A uretra é o canal por onde a urina é eliminada. Os músculos que pressionam o canal da uretra fechando-o ou abrindo-o, são os esfíncteres. 
O que não é assimilado pelo organismo
O que o organismo não assimila, isto é, os materiais inúteis ou prejudiciais ao seu funcionamento, deve ser eliminado.
Observe, durante 24 horas, tudo o que o seu corpo elimina - os resíduos - certamente constarão:fezes, urina, suor...
Os materiais desnecessários ao funcionamento do seu corpo e por ele expelidos são iguais?
-Não. Há água, substâncias sólidas (nas fezes) etc.
 
Nossas células produzem muitos resíduos que devem ser eliminados (excretados) do organismo. Esses resíduos são chamados excretas.
Os resíduos formados a partir das reações químicas que ocorrem no interior das células podem ser eliminados através:
do sistema respiratório (gás carbônico)
da pele (suor)
do sistema urinário (urina)
 
A pele e o sistema urinário encarregam-se de eliminar de nosso organismo os resíduos das atividades das células e também as substâncias que estão em excesso no sangue, expelindo-os sob forma de suor (pela pele) e de urina (pelo sistema urinário). O sistema respiratório encarrega-se de eliminar de nosso organismo o gás carbônico.
Não confunda fezes com excretas!
As fezes são formadas principalmente pelo restos de alimentos não digeridos; os excretas são produtos das atividades das células e também substâncias que estão em excesso no sangue.
	Suor
O suor é um líquido produzido pelasglândulas sudoríparas, que se encontram na pele. Existem cerca de dois milhões de glândulas sudoríparas espalhadas por nosso corpo; grande parte delas localiza-se na fronte, nas axilas, na palma das mãos e na planta dos pés.
O suor contém principalmente água, além de outras substâncias, como uréia,ácido úrico e cloreto de sódio (o sal de cozinha). As substâncias contidas no suor são retiradas do sangue pelas glândulas sudoríparas. Através de canal excretor - o duto sudoríparo - elas chegam até a superfície da pele, saindo pelos poros. Eliminando o suor, a atividade das glândulas sudoríparas contribui para a manutenção da temperatura do corpo.
	 
	
O homem é um animal homeotérmico, isto é, mantém a temperatura do corpo praticamente constante, ao redor de 36,5°C. Quando praticamos algum exercício físico (futebol, corrida, levantamento de objetos pesados, etc.), a grande atividade muscular produz muito calor e a temperatura do corpo tende a aumentar, então eliminamos suor; a água contida no suor se evapora na pele, provocando uma redução na temperatura do ar que a circunda. Isso favorece as perdas de calor do corpo para o ambiente, fato que contribui para a manutenção da temperatura do nosso corpo.
 
Regulação da função renal
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em função da menor reabsorção de água.
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sangüíneo é detectada por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e, conseqüentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção do excesso de água, o que torna a urina mais diluída.
Sistema Endócrino
 
   
O sistema endócrino humano produz hormônios que interferem em todas as funções do organismo, além de interagir com o sistema nervoso que se comunica por meio de impulsos nervosos. Já no sistema endócrino a comunicação é feita com os hormônios. Ele é formado pelas glândulas endócrinas que secretam hormônios dentro dos capilares sanguíneos.
Principais órgãos do Sistema Endócrino e suas funções
As glândulas endócrinas secretam os hormônios, substâncias que são lançadas na corrente sanguínea, atingindo as células dos diversos tecidos do corpo humano. Os hormônios podem estimular ou inibir as funções metabólicas. Cada hormônio atua apenas sobre algumas células específicas, são as chamadas células-alvo. Alguns hormônios também atuam em conjunto ou em oposição a outros.
As principais glândulas endócrinas humanas são: a pineal, a hipófise, a tireoide, as paratireoides, as suprarrenais, o pâncreas, os ovários (nas mulheres) e os testículos (nos homens). Agora veremos um pouco sobre as funções e os hormônios secretados por cada uma delas.
Pineal
A pineal é uma pequena glândula situada no centro do cérebro.
Sua principal função é o controle dos ciclos diários de sono e vigília. Durante a noite, a escuridão estimula a secreção de um hormônio da pineal, a melatonina, que induz ao sono. Já a claridade inibe a produção de melatonina.
Hipófise
A hipófise, ou pituitária, é uma pequena glândula, situada sob o encéfalo e ligada ao hipotálamo. Além de controlar diretamente diversas funções metabólicas, a hipófise também estimula ou inibe a ação de outras glândulas. Ela é dividida em duas regiões, uma posterior, chamada de neuro-hipófise, e outra anterior, a adeno-hipófise.
A neuro-hipófise secreta principalmente dois hormônios: a ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH). A ocitocina atua sobre o útero, promovendo as contrações do parto, e sobre as glândulas mamárias, estimulando a secreção do leite. O ADH controla o equilíbrio hídrico do organismo. Ele atua sobre os rins aumentando a reabsorção de líquidos.
A adeno-hipófise secreta diversos hormônios. Alguns deles são: a somatotrofina (GH), o hormônio folículo estimulante (FSH), o hormônio luteinizante (LH), a prolactina e o hormônio tireotrófico (TSH).
A somatotrofina estimula a multiplicação celular e o desenvolvimento de tecidos. Consequentemente, o GH estimula o crescimento do corpo, sendo, por isso, conhecido também como "hormônio do crescimento".
Nas mulheres, o FSH atua sobre os ovários, promovendo o amadurecimento dos folículos e estimulando a liberação de estrogênio. Nos homens, o FSH atua sobre os testículos, estimulando a produção de testosterona.
O LH estimula a ovulação nas mulheres e a produção de testosterona nos homens. A prolactina atua sobre as glândulas mamárias, estimulando a produção de leite após o parto. O TSH atua sobre a tireoide, outra glândula do sistema endócrino, regulando a sua atividade.
Tireoide
A tireoide é uma glândula situada na região frontal do pescoço. Os principais hormônios secretados pela tireoide são: a tiroxina (T4), a triidoxina (T3) e a calcitonina. O T4 e o T3 regulam o metabolismo celular. Já a calcitonina regula a concentração de cálcio, elemento importante para a contração muscular.
Tanto a falta quanto o excesso de hormônios tireoidianos provocam doenças. O primeiro caso é conhecido como hipotiroidismo. Nesta disfunção, a baixa concentração de hormônios tireoidianos provoca uma redução do metabolismo, levando a consequências como ganho de peso, cansaço e disfunções intestinais.
Já no hipertiroidismo, o excesso de hormônios tireoidianos provoca um aumento do metabolismo, levando a sintomas como perda de peso, aumento de apetite, agitação e taquicardia.
Paratireóides
Ligadas à parte posterior da tireóide, existem quatro pequenas glândulas endócrinas, chamadas paratireoides. As paratireoides secretam o paratormônio (PTH), que atua na regulação da concentração de cálcio no organismo.
Suprarrenais
As glândulas suprarrenais, ou adrenais, estão localizadas sobre os rins. Internamente, são divididas em duas regiões, uma externa, o córtex adrenal, e outra interna, a medula adrenal.
Dois dos principais hormônios secretados pelo córtex adrenal são o cortisol e a aldesterona. Ambos são derivados do colesterol e, por isso, são chamados de esteroides. A principal função do cortisol é regular a permeabilidades dos capilares sanguíneos. Já a aldesterona atua sobre os rins, aumentado a absorção de sais durante o processo de filtração do sangue.
Os principais hormônios secretados pela medula adrenal são a adrenalina e a noradrenalina. A adrenalina prepara o organismo para situações de perigo ou estresse. Entre outros efeitos, ela aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arterial, preparando o indivíduo para uma reação rápida. A noradrenalina controla a pressão sanguínea do corpo.
Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista localizada na região abdominal. Ele é chamado de glândula mista pelo fato de possuir tanto funções endócrinas quanto exócrinas. A função endócrina é realizada por diversos conjuntos de células chamadas deilhotas de Langerhans.
Dois dos principais hormônios produzidos pelas ilhotas de Langerhans são a insulina e o glucagon, ambos relacionados ao controle da concentração de glicose no sangue. A insulina estimula a absorção da glicose presente no sangue e o seu armazenamento no fígado, na forma de glicogênio. Já o glucagon estimula o aumento da concentração de glicose no sangue e a quebra do glicogênio.
A deficiência de insulina provoca uma doença conhecida como diabete melito. A baixa concentração de insulina dificulta a absorção de glicose, afetando o metabolismo celular e, consequentemente, provocando um aumento dessa substância no sangue
Ovários
Os ovários secretam os hormônios sexuais femininos, o estrógeno e a progesterona. O estrógeno, entre outras funções, está relacionado ao ciclo menstrual e ao desenvolvimento de características sexuais secundárias femininas, como os seios e o acúmulo de gordura em certas regiões do corpo. A progesterona promove alterações necessárias para a manutenção de uma possível gravidez. No útero, por exemplo, o hormônio promove a formação do endométrio, tecido sobre o qual o embrião se fixa.
Testículos
Os testículos secretam o hormônio sexual masculino, a testosterona. Este hormônio, entre outras funções, promove o desenvolvimento de características sexuais secundárias masculinas, tais como voz grossa e barba.
 Sistema Nervoso
Cada movimento inconsciente, como o piscar dos olhos, até a ação voluntária de levantar os braços, depende do sistema nervoso. Esse sofisticado mecanismo espalha-se por todas as partes do corpo, trazendo inúmeras informações, transmitindo ordens e estimulando as ações musculares e dos demais órgãos.
Sendo assim, o sistema nervoso constitui uma complexa rede transmissora que possibilita a relação do organismo com o ambiente, seja ele externo (fora do corpo) ou interno (dentro do corpo).
O sistema nervoso é formado pelas seguintes estruturas:
⋅ sensoriais, que captam estímulos externos e internos;
⋅ integradoras, que processam e guardam as sensações nervosas;
⋅ motoras, que produzem movimentos musculares e secreções glandulares.
O ser humano apresenta o sistema nervoso mais complexo de todos os seres vivos; sendo composto pelo sistema nervoso central (o encéfalo e a medula espinhal) e os nervos periféricos, que servem todas as partes do corpo.
Os neurônios
As células nervosas ou neurônios são especializadas na propagação dos impulsos nervosos. A estrutura dessas células é formada por:
corpo celular;
dendritos (expansões do corpo celular);
axônio;
telodendros (ramificações terminais dos axônios).
Sinapse
É a região entre os terminais axônicos de um neurônio e a superfície de outra célula, que pode ser um outro neurônio, um músculo ou uma glândula. As mais comuns são: sinapse entre um neurônio e outro neurônio, e entre um neurônio e uma fibra muscular (neuromuscular).
Por meio do impulso nervoso há liberação de mediadores químicos, que atravessam a sinapse e podem excitar ou inibir a célula seguinte.
São mediadores químicos ou neurotransmissores: acetilcolina, adrenalina [epinefrina), noradrenalina {norepinefrina), serotonina, dopamina.
Veja mais em: Sinapse do Neurônio
Divisões do sistema nervoso
O sistema nervoso pode ser dividido em central e periférico.
Sistema nervoso central (SNC)
Encéfalo
Cérebro: Recebe os estímulos dos órgãos dos sentidos, controla a musculatura esquelética (voluntária) e é responsável pela memória e inteligência.
Cerebelo: Controla os movimentos e o equilíbrio do corpo.
Bulbo: Regula os batimentos cardíacos e a respiração.
Medula espinhal
É um órgão ligado ao bulbo e aos 31 pares de nervos raquidianos que funciona como uma estação retransmissora para o encéfalo. As informações colhidas nas várias regiões do corpo chegam à medula e são retransmitidas ao encéfalo para serem analisadas. Grande parte das ordens elaboradas no encéfalo passam pela medula para chegar ao seu destino.
Os órgãos do SNC são protegidos por três membranas
formadas por tecido conjuntivo, as meninges e pelos ossos do crânio e da coluna vertebral. A meninge mais externa denomina-se dura-máter, a intermediária aracnóide (semelhante a uma teia de aranha) e a membrana permanece em contato direto com a massa nervosa, chama-se pia-máter. Entre a aracnóide e a pia-máter e também no interior das cavidades do sistema nervoso, circula o líquido cefalorraquidiano, que funciona como proteção complementar do encéfalo e da medula, amortecendo os choques mecânicos, como no caso de uma batida na cabeça.
Sistema nervoso periférico (SNP)
O sistema nervoso periférico é dividido em somático ou voluntário e visceral ou autônomo.
SNP somático
O SNP somático é constituído por nervos e gânglios nervosos. Existem dois tipos de nervos periféricos: os cranianos (12 pares), que partem do encéfalo, e os raquidianos (31 pares), que partem da medula.
Os 12 pares de nervos cranianos atuam sobre os músculos que movem a cabeça e a face e trazem sensações dos órgãos dos sentidos. Já os 31 pares de nervos raquidianos trazem os estímulos da pele e dos órgãos viscerais (nervos sensitivos) e levam estímulos para a musculatura do corpo (nervos motores).
Nervos
Os nervos são conjuntos de fibras nervosas (axônios ou dendritos) envolvidos por tecido conjuntivo, com vasos sangüíneos que nutrem essas fibras. Os nervos transmitem impulsos nervosos das diversas regiões do corpo para o SNC e vice-versa.
Os nervos são classificados em:
sensitivos (aferentes);
motores (eferentes);
mistos (formados por fibras motoras e sensitivas).
As fibras nervosas sensitivas levam os impulsos do ambiente externo (pele) e interno (órgãos) até o sistema nervoso central.
Esses impulsos passam pela substância branca da medula e chegam ao encéfalo, onde são interpretados.
Em resposta, as fibras nervosas motoras transmitem os impulsos do SNC até o local estimulado como os músculos.
SNP autônomo
O SNP autônomo é constituído por nervos simpáticos e parassimpáticos que agem de forma contrária, ou seja, quando um inibe, o outro estimula determinada função e vice-versa. Na verdade, o sistema autônomo regula as atividades que não dependem de nossa vontade, como os batimentos cardíacos, os movimentos peristálticos, a contração ou dilatação das pupilas, o controle da musculatura da bexiga, etc.
Comparação entre as atividades dos nervos simpáticos e parassimpáticos
	
	SIMPÁTICO
	PARASSIMPÁTICO
	pupilas
	dilata
	contrai
	estômago
	paralisa
	excita
	intestino
	paralisa
	excita
	bexiga
	relaxa
	contrai
	útero
	relaxa
	contrai
	coração
	acelera
(taquicardia)
	retarda
(bradicardia)
	vasos sanguíneos
	contrai
(a pessoa fica pálida)
	dilata
(a pessoa fica vermelha)

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