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Curso Gratuito 
Introdução ao conhecimento de: 
Jacques-Marie Émile Lacan 
 
 
 
 
 
 
Por Paulo Bregantin 
Psicanalista Clinico– SBPI (Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa). 
 
 
 
 
Como faremos esse material: 
 
A ideia desse material é avaliarmos o que Lacan escreveu e falou sobre 
Psicanálise. Nesse material não tenho a intenção de acrescentar nada, pois a 
ideia é que com a leitura do que Lacan escreveu e falou seja o suficiente para 
iniciarmos o desejo de entendimento da importância de Lacan para a 
Psicanálise. 
Vamos tentar expressar um pouco sobre o que Lacan influenciou a Psicanálise 
nos dias atuais e, para isso, vamos passar pelos assuntos acima citados, claro 
que, não aprofundaremos os assuntos, pois aqui é um material onde teremos 
uma ideia sobre Lacan e sua obra, bem como sua importância para quem 
deseja ser Psicanalista-clinico. 
Não seguirei um roteiro muito que lógico, pois tenho em mente passar as 
informações de Lacan conforme tenho dado as aulas dele (Lacan) na SBPI 
(Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa), portanto, creio que seja muito 
importante que o leitor não seja tão crítico os o cronológico do que Lacan 
escreveu ou falou, ou seja, as datas podem variar, porém o conteúdo será 
preservado para que as ideias propostas por Lacan para a releitura de Freud 
sejam sempre preservadas e mantidas. 
Claro que como Professor da SBPI, utilizarei nossa forma integrativa para 
escrever esse material, sempre levando em conta uma forma simples para o 
entendimento e, tentando desmistificar o “medo” do ensino e aprendizado que 
Lacan oferece. 
Desafio você aluno e leitor a viver esse desafio de conhecer Lacan, um homem 
que em seu tempo ensinou e desvendou muitos mistérios sobre o ser humano, 
fazendo uma releitura minuciosa sobre a obra de Freud. 
 
Paulo Bregantin – Psicanalista Clinico 
 
 
 
 
 
 
 
Um pequeno resumo sobre LACAN: 
 
Jacques-Marie Émile Lacan, nasceu em Paris, 13 de abril de 1901 e, faleceu 
em Paris, 9 de setembro de 1981 foi um psicanalista francês. 
Formado em Medicina, passou da neurologia à psiquiatria, tendo sido aluno 
de Gatian de Clérambault. 
Teve contato com a psicanálise através do surrealismo e a partir de 1951, 
afirmando que os pós-freudianos haviam se desviado, propõe um retorno 
a Freud. Para isso, utiliza-se da linguística de Saussure (e posteriormente 
de Jakobson e Benveniste) e da antropologia estrutural de Lévi-Strauss, 
tornando-se importante figura do Estruturalismo. 
Posteriormente encaminha-se para a Lógica e para a Topologia. Seu ensino é 
primordialmente oral, dando-se através de seminários e conferências. 
Em 1966 foi publicada uma coletânea de 34 artigos e conferências, 
os Écrits (Escritos). A partir de 1973 inicia-se a publicação de seus 26 
seminários, sob o título Le Séminaire (O Seminário), sob a direção de seu 
genro, Jacques-Alain Miller. 
Sua primeira intervenção na psicanálise é para situar o Eu como instância de 
desconhecimento, de ilusão, de alienação, sede do narcisismo. 
É o momento do Estádio do Espelho. 
O “Eu” é situado no registro do Imaginário, juntamente com fenômenos 
como amor e ódio. É o lugar das identificações e das relações duais. 
Distingue-se do Sujeito do Inconsciente, instância simbólica. Lacan reafirma, 
então, a divisão do sujeito, pois o Inconsciente seria autônomo com relação ao 
Eu. E é no registro do Inconsciente que deveríamos situar a ação da 
psicanálise. 
Esse registro é o do Simbólico, é o campo da linguagem, do significante. Lévi-
Strauss afirmava que "os símbolos são mais reais que aquilo que simbolizam, o 
significante precede e determina o significado”, no que é seguido por Lacan. 
Marca-se aqui a autonomia da função simbólica. 
Este é o Grande Outro que antecede o sujeito, que só se constitui através 
deste - "o inconsciente é o discurso do Outro", "o desejo é o desejo do Outro". 
O campo de ação da psicanálise situa-se então na fala, onde o inconsciente se 
manifesta, através de atos falhos, esquecimentos, chistes e de relatos 
de sonhos, enfim, naqueles fenômenos que Lacan nomeia como "formações do 
inconsciente". A isto se refere o aforismo lacaniano "o inconsciente é 
estruturado como uma linguagem". 
 
O Simbólico é o registro em que se marca a ligação do Desejo com a Lei e a 
Falta, através do Complexo de Castração, operador do Complexo de Édipo. 
Para Lacan, "a lei e o desejo recalcado são uma só e a mesma coisa". 
 
Lacan pensa a lei a partir de Lévi-Strauss, ou seja, da interdição do incesto que 
possibilita a circulação do maior dos bens simbólicos, as mulheres. O desejo é 
uma falta-a-ser metaforizada na interdição edipiana, a falta possibilitando a 
deriva do desejo, desejo enquanto metonímia. Lacan articula neste processo 
dois grandes conceitos, o Nome-do-Pai e o Falo. Para operar com este campo, 
cria seus Matemas. 
 
É na década de 1970 que Lacan dará cada vez mais prioridade ao registro do 
Real. Em sua tópica de três registros, Real, Simbólico e Imaginário, RSI, ao 
Real cabe aquilo que resiste a simbolização, "o real é o impossível", "não cessa 
de não se inscrever". 
 
Seu pensamento sobre o Real deriva primeiramente de três fontes: a ciência do 
real, de Meyerson, da Heterologia, deBataille, e dos conceitos de realidade 
psíquica e de pulsão, de Freud. 
 
O Real toca naquilo que no sujeito é o "improdutivo", resto inassimilável, sua 
"parte maldita", o gozo, já que é "aquilo que não serve para nada". Na tentativa 
de fazer a psicanálise operar com este registro, Lacan envereda 
pela Topologia, pelo Nó Borromeano, revalorizando a escrita, constrói uma 
Lógica da Sexuação ("não há relação sexual", "A Mulher não existe"). 
 
Se grande parte de sua obra foi marcada pelo signo de um retorno a Freud, 
Lacan considera o Real, junto com o Objeto a ("objeto ausente"), suas 
criações. 
 
No Brasil, um dos principais pioneiros da psicanálise lacaniana é MD Magno, 
fundador do Colégio Freudiano do Rio de Janeiro, em 1975, bem como Célio 
Garcia, um dos primeiros a introduzir o pensamento de Lacan na Universidade, 
em Minas Gerais. O trabalho de Lacan exerce forte influência nos rumos do 
tratamento psíquico, inclusive na definição de políticas de saúde mental, 
especialmente no Brasil. 
 
 
 
 
 
 CRONOLOGIA DA VIDA DE LACAN 
 
 1901: Nasce em Paris, no dia 13 de abril, Jacques-Marie Émile Lacan, 
primeiro filho de uma próspera família católica. 
 
 1907: Nascimento de seu irmão, Marc-Marie, que mais tarde entrará 
para a ordem dos beneditinos como o nome de Marc-François. 
 
 1919: Matricula-se na faculdade de medicina. Paralelamente estuda 
literatura e filosofia, aproximando-se dos surrealistas. 
 
 1928: Trabalha como interno da Enfermaria Especial para alienados da 
Chefatura de Polícia, dirigida por Gaëtan Gatian Clérambault, que mais 
tarde reconhecerá como seu único mestre na psiquiatria. 
 
 1931: Após examinar Marguerite Pantaine, que havia tentado assassinar 
a atriz Huguette Duflos, escreve sobre o episódio (conhecido 
como "Caso Aimée") uma monografia que está na gênese de sua tese 
de doutorado. 
 
 1932: Inicia sua análise com Rudolf Loewenstein. Defende a sua tese de 
doutorado, Da psicose paranoica em suas relações com a 
personalidade. 
 
 
 1934: Casa-se com Marie-Louise Blondin, com quem terá três filhos. 
Caroline (1937), Thibault (1939) e Sybille (1940). 
 
 
 1936: Sua comunicação sobre o estádio do espelho, durantecongresso 
da Associação Internacional de Psicanálise (IPA) em Marienbad, é 
interrompida no meio por Ernest Jones, discípulo e biógrafo de Freud. 
 
 1938: Inicia relações com Sylvia Bataille, ex-mulher do escritor e 
filósofo Georges Bataille. Torna-se membro da Sociedade Psicanalítica 
de Paris (SPP). 
 
 1941: Separa-se de Marie-Louise. Nasce Judith Sophie, filha de Lacan 
com Sylvia. 
 
 1951: Sua técnica de sessões curtas gera controvérsias na SPP. Dá 
início aos Seminários, uma série de apresentações orais que 
constituirão o núcleo de seu trabalho teórico. 
 
 1953: Em meio à crise na SPP, faz conferências fundamentais como "O 
mito individual do neurótico" (em que utiliza pela primeira vez a 
expressão Nome do Pai), "O real, o simbólico e o imaginário" (que 
coloca suas teorias sob o signo do "retorno a Freud") e "Função e 
campo da palavra e da linguagem em psicanálise" (pronunciada 
em Roma). Deixa a SPP junto com Daniel Lagache, Françoise Dolto e 
outros 40 analistas. Funda a Sociedade Francesa de Psicanálise (SFP). 
Realiza o seminário os escritos técnicos de Freud, primeiro a ser 
registrado por estenotipista, possibilitando posterior publicação. 
 
 1963: A IPA admite a filiação da SFP. 
 
 1964: Lacan funda a Escola Freudiana de Paris (EFP) com antigos 
alunos como Françoise Dolto, Maud e Octave Mannoni, Serge 
Leclaire, Moustapha Safouan e François Perrier. 
 
 
 
 1966: Publicação de Escritos e criação da coleção Campo Freudiano, 
dirigida por Lacan. 
 
 1967: Propõe a criação do "passe", dispositivo regulador da formação do 
analista. 
 
 1968: Lançamento da revista Scilicet, do Campo Freudiano. 
 
 1973: Publicação da transcrição do Seminário XI, Os quatro conceitos 
fundamentais da psicanálise, realizado em 1964. A partir daí, os 
seminários passam a ser editados segundo esse procedimento. Caroline 
morre num acidente de automóvel. 
 
 1975: Lançamento de Ornicar?, boletim do Campo Freudiano. 
 
 1980: Anuncia a dissolução da EFP e funda em outubro a Escola da 
Causa Freudiana. 
 
 1981: Morre em Paris no dia 09 de setembro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O QUE LACAN ESCREVEU E PUBLICOU: 
 
 Seminário 1 - “Os escritos técnicos de Freud” (1953-54) 
 Seminário 2 - “O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise” (1954-
55) 
 Seminário 3 - “As psicoses” (1955-56) 
 Seminário 4 - “A relação de objeto” (1956-57) 
 Seminário 5 - “As formações do inconsciente” (1957-58) 
 Seminário 6 - “Les désir et son interprétation” (1958-59) 
 Seminário 7 - “A ética da psicanálise” (1959-60) 
 Seminário 8 - “A transferência” (1960-61) 
 Seminário 9 - “L’identification” (1961-62) 
 Seminário 10 - “A Angústia” (1962-63) 
 Seminário 11 - “Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise” (1963-
64) 
 Seminário 12 - “Problèmes cruciaux pour la psychanalyse” (1964-65) 
 Seminário 13 - “L’objet de la psychanalyse” (1965-66) 
 Seminário 14 - “La logique du fantasme” (1966-67) 
 Seminário 15 - “L’acte psychanalytique” (1967-68) 
 Seminário 16 - “De um Outro ao outro” (1968-69) 
 Seminário 17 - “O avesso da psicanálise” (1969-70) 
 Seminário 18 - “D’un discours qui ne serait pás du semblant” (1970-71) 
 Seminário 19 - “...Ou pire” (1971-72) 
 Seminário 20 - “Mais, ainda” (1972-73) 
 Seminário 21 - “Les non-dupes errent” (1973-74) 
 Seminário 22 - “R.S.I.” (1974-75) 
 Seminário 23 - “O Sinthoma” (1975-76) 
 Seminário 24 - “L’insu que sait de l’une bévue s’aile à mourre” (1976-77) 
 Seminário 25 - “Le moment de conclure” (1977-78) 
 Seminário 26 - “La topologie et le temps” (1978-79) 
 
Tese 
 Da psicose paranóica em suas relações com a Personalidade. Rio de 
Janeiro, Forense Universitária, 1987 
 
 
 
 
Seminários publicados 
 O Seminário – Livro 1 – Os Escritos Técnicos de Freud. Rio de Janeiro, 
Jorge Zahar Editor, 1979 
 O Seminário – Livro 2 - O Eu na Teoria de Freud e na Técnica da 
Psicanálise. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1985. 
 O Seminário – Livro 3 - As Psicoses, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Edit. 
1985. 
 O Seminário – Livro 4 - A Relação de Objeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar 
Editor, 1995. 
 O Seminário – Livro 5 - As formações do inconsciente, Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar Edit. 1999 
 O Seminário – Livro 7 - A ética da psicanálise, Rio de Janeiro, Jorge Zahar 
Edit. 1991. 
 O Seminário – Livro 8 - A transferência, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Edit. 
1992. 
 O Seminário - Livro 10 - A Angústia ,Rio de Janeiro, Jorge Zahar Edit., 2005 
 O Seminário – Livro 11 - Os Quatro Conceitos Fundamentais da 
Psicanálise, São Paulo, Jorge Zahar Editor, 1979. 
 O Seminário - Livro 16 - De um Outro ao outro, Rio de Janeiro, Jorge Zahar 
Edit., 2008. 
 O Seminário – Livro 17 - O Avesso da Psicanálise, Rio de Janeiro, Jorge 
Zahar Editor, 1992. 
 O Seminário - Livro 18 - De um discurso que não fosse semblante, Jorge 
Zahar Edit., 2009. 
 O Seminário – Livro 20 - Mais, Ainda. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores, 
1982. 
 O Seminário - Livro 23 - O sinthoma. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores, 
2007 
 
Coletâneas, Conferências, Aulas de Seminários, Artigos 
 Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998. 937 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Temas que estudaremos sobre Lacan nesse curso: 
 
 
 SINTOMA 
 UM POUCO DE FREUD 
 SIGNO – SIGNIFICADO - SIGNIFICANTE 
 GOZO I E GOZO II 
 O INCONSCIENTE – EXISTE ONDE? 
 ALÍNGUA / SUJEITO DO INCONSCIENTE 
 OBJETO / “A” , “a” 
 REAL – SIMBÓLICO – IMAGINÁRIO / NÓ BORROMEANO 
 ESTÁGIO DO ESPELHO 
 A FANTASIA 
 QUARTO NÓ / SINTOMA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “O Inconsciente é estruturado como uma linguagem” LACAN. 
 
Vamos conhecer um pouco sobre sintoma, pois para Lacan o sintoma tem 
três características: 
Lacan adota a grafia sinthome, "forma antiga de escrever o que foi 
posteriormente escrito symptôme", e fundamenta a distinção que faz 
recorrendo a etimologia da palavra symptôme, onde ptôma, do grego, 
significa queda. 
O sintoma, que se espera que caia durante a analise, não e o mesmo 
que sinthome, da antiga grafia francesa, para designar aquilo que não cai, 
que se fixa em torno da falta primeira e da necessidade de que esta não 
cesse, para que continuem sendo possíveis gozo e desejo. 
 
Escrito isso vamos sempre que pensar em “Sintoma” levar em conta o que 
Lacan pensa sobre essa palavra e, em todo esse material é fundamental 
que tenhamos em mente que Lacan utilizava de todas as ferramentas 
gramaticais e o que for preciso para explicar suas teorias e entendimento 
dos escritos de Freud para que por fim a psicanálise fosse como ele mesmo 
escreveu: “O inconsciente é estruturado como uma linguagem. ” 
 
Para Lacan o sintoma é muito importante e, por isso, vamos analisar como 
Lacan vê a palavra sintoma: 
 
1- O psicanalista faz parte do sintoma. (Sujeito-suposto-saber). 
2- Um sintoma é também um signo, mas também um significante. 
3- O sintoma é um sofrimento questionador. 
 
Bem, mas o que é um sintoma para Lacan? Vamos tentar explicar como ele 
entendia o que era sintoma: 
“O sintoma é, propriamente falando, um evento na análise, uma das 
imagens através das quais a experiência se apresenta. Nem todas as 
experiências analíticas são sintomas, mas todo sintoma que se manifesta 
no correr da análise constitui uma experiência analítica. ”, sim isso é 
fundamental percebermos, pois para Lacan o sintoma por seruma “queda” 
ou algo que aprece durante o processo de conversa dentro do campo 
analítico, é muito importante que o analista tem uma escuta muito 
apropriada e treinada para o entendimento disso. 
Experiência para o analista é quando o paciente diz e não sabe o que diz, é 
quando o paciente gagueja, é o instante que ele hesita, balbucia e sua fala 
subtrai...enfim, é quando o paciente sem perceber “fala” ou até gesticula 
fazendo com que o inconsciente fale e, ás vezes, até mesmo grite. 
Os Analista lacanianos “adoram” essa linguagem descrita acima... 
Pois um tropeço da linguagem dentro do set de atendimento para um 
lacaniano é fundamental para uma caminhada na terapia. E, para que isso 
aconteça com tranquilidade é fundamental entender cada princípio do 
entendimento sobre sintoma “lacaniano”. 
O devemos ouvir, ver e perceber quando dentro do set de atendimento para 
avaliarmos e quem sabe entendermos o que é um sintoma? 
O Lacaniano quando ouve um sonho fica atento a “como” ele é contado e 
não o sonho em si. 
O Lacaniano aguarda quando o paciente “derrapa” ou “tropeça na 
linguagem” 
É quando o paciente diz: “...Não sei?” , “ Não me lembro?” , “...talvez...” , 
“provavelmente”... 
A ISSO CHAMAMOS EXPERIÊNCIA. 
É assim que devemos iniciar o processo de entendimento e aprendizado 
sobre sintoma...Vamos avaliar mais algumas questões sobre isso... 
 
Para Lacan um sintoma é uma manifestação do inconsciente, ou seja, o 
sofrimento é um ato involuntário, produzido além de qualquer intenção. E, 
se apresenta de forma metafórica ou com palavras desconectadas. 
Lacan observa o sintoma com algum muito importante para o Analista e o 
analisando, vamos avaliar como ele faz isso... 
 
 
 
 
As três características do sintoma: 
1- A “maneira” como o analisando fala sobre o sintoma. 
2- A “teoria” como o analisando formula seu mal-estar e descreve-o. 
3- “o OUTRO”, quando o analisando descreve a teoria ou o sintoma ele 
conclama o psicanalista para participar do sintoma(destinatário). 
 
COMO FICA O SINTOMA NO LACANIANO?
Sintoma
signo
Gozo
Saber inconsciente (S2)
Características
Do sintoma:
Significante (S1)
O inconsciente é estruturado com uma linguagem 
•A maneira de exprimir
Meu sofrimento.
•A teoria sobre a causa
Do meu sofrimento.
*O Analista faz parte do
Meu sintoma.
Não existe relação 
sexual
 
 
No sintoma conforme o quando acima podemos perceber que para Lacan o 
sintoma é divido entre o Signo, Significantes( O inconsciente é estruturado 
como uma linguagem), Saber inconsciente, Gozo(Não existe relação sexual) e, 
características do sintoma: A maneira de exprimir meu sofrimento, A teoria 
sobre a causa do meu sentimento, o analista faz parte do meu sintoma. 
 
 
 
 
 
 
 “O ANALISTA FAZ PARTE DO SINTOMA” 
Lacan chama essa frase acima de: 
SUJEITO-SUPOSTO-SABER... O Analisando “lembra” do analista quando 
passa por situações de sofrimento, logo, o analista faz parte do sintoma vivido 
pelo analisando. 
...E, a isso chamamos transferência. (Freud). 
Exemplo: O analisando fala que tudo que ele está vivendo desde quando 
começou a análise tem relacionamento com o que está sendo tratado no 
período da análise. 
Ouvir (escuta atenta) do paciente é que faz a diferença entre o diagnóstico 
psiquiátrico e a identificação da psicanalítica de uma neurose. 
Lacan nos oferece uma oportunidade de iniciarmos em nós mesmos 
(Psicanalistas) um desejo de ouvir, se lermos com atenção e ouvirmos com 
atenção Lacan, nós poderemos perceber que a psicanálise é feita quando 
ouvimos com muita atenção nosso analisando, porém é um ouvir observando 
cada detalhe do analisando, cada movimento, cada lapso, procurando entender 
cada fala, cada história (metáfora), ou jeito de se falar... 
Não podemos ficar ouvindo o analisando se nos identificarmos com o que está 
sendo falado e, como veremos para Lacan o falar é muito mais que 
simplesmente expressar sentenças pela boca. O falar que Lacan descreve é 
como ele mesmo chama “Alíngua” – falaremos sobre isso mais adiante... 
. 
Antes de caminhar para o entendimento sobre sintoma é fundamental fazermos 
uma revisão “rápida” sobre os princípios de Freud sobre o início da psicanálise 
e como ele começou o processo, pois aí sim, iniciaremos o que Lacan escreve 
e fala sobre sintoma e outros princípios. 
 
 
 
 
 
 
 
Lacan escreveu e ensinou sobre Psicanálise com base uma releitura da obra 
de Freud e, como Lacan fez essa releitura muitas vezes falando “seminários”, a 
complexidade de alguns ensinamentos são realmente uma marca registrada, 
mas isso pode ser minimizado com uma leitura minuciosa e um estudo 
aprofundado das falas e escritos de Lacan. 
 
Todo sintoma é um signo 
Para Lacan, todo sintoma é um Signo e ao mesmo tempo um significante. 
O Signo para Laca é aquilo que representa algo para alguém. É um dado 
sintoma que representa algo para aquele que sofre e, ás vezes, para aquele 
que escuta. (Analista e Analisando). 
Ex.: A gravidez representa para uma moça o fruto do trabalho da análise, e, 
para o analista, um dos efeitos terapêuticos do tratamento. 
Esse é um aspecto de SIGNO do sintoma, pois é a constituição do fator que 
favorece a instalação e o desenvolvimento da TRANSFERENCIA. 
Para entendermos esse princípio Lacaniano sobre signo, significado e 
significante vamos entender um pouco sobre a gramática de FERDINAND DE 
SAUSSURE. 
Lacan indicará aos analistas em formação que lhes sejam ensinados alguns 
rudimentos de lingüística, nem que fosse apenas “ a instituição do significado e 
significante”. 
O lingüista Ferdinand de Saussure afirma que a língua não é uma 
nomenclatura, nem uma lista de palavras que corresponde a outra lista de 
coisas. 
Ele demonstra que o vínculo entre um nome e uma coisa é, ao contrário do que 
pode parecer, uma operação complexa. 
Lingüística Estrutural – Estuda os signos- significados e significantes; 
A língua fenômeno social; ( patrimônio social ). 
A fala é individual; ( expressão e compreensão ). 
 
A letra- é material suporte do significante Discurso- oral e escrito; provém de 
uma ideologia; 
Classes de palavras- pronomes, artigos e os verbos; 
Sinais de pontuação- reticência, exclamação, interrogação e ponto; 
Recursos Semânticos- metáfora e a metonímia; 
Variação lingüística- geográfica, histórica, social, etc. 
 Conceito de Ciência- objeto de estudo. 
DEFINIÇÃO DE ALGUNS TERMOS LINGUÍSTICOS: 
O signo, o significado e o significante: 
Quanto ao signo, o significado e o significante, partimos primeiramente da 
premissa de seu significado em dicionário: 
 O signo: s.m. 1. sinal, símbolo. 2. ( linguíst) qualquer unidade significativa 
entre o significado e o significante. 
O significado: s.m. 1. Significação, sentido, acepção. 2. (linguíst) a parte 
significativa de um signo. Opõe-se ao significante. 
O significante: adj. 1. Significativo. 2.(linguíst) a parte sonora do signo. Opõe-se 
ao significado. 
O Signo Lingüístico 
O signo não une uma coisa a um nome. 
Assim, o signo “árvore”, por exemplo, estabelece uma relação entre dois 
termos de ordem psíquica: o conceito árvore e a imagem árvore. 
 
O signo é a combinação do conceito e da imagem acústica. 
 Conceito 
 _______________________ 
 Imagem acústica 
 
A presença na mente da imagem acústica “árvore se vincula ao conceito de 
árvore. 
 
 Os termos que Suassure utiliza são: significado
e significante.
S significado
S significante
O significado e significante se correspondementre si no interior do signo.
 
 
Não há uma relação natural entre o significado e significante. O significado 
adere a diferentes significantes. EX Pássaros. 
 
Valor Lingüistico: 
Suassure trata a língua como um sistema de puros valores. Cada uma das 
partes se sustenta pelas outras. 
Assim, os signos não podem cumprir sua função de significação sem a 
sustentação que supõe a estrutura da linguagem. 
A Língua: 
Não da para conceber idéias sem que elas estejam configuradas na ordem da 
língua. 
Sem a língua, os sons, a substância fônica são apenas barulho. 
Não há pensamento sem linguagem. 
Significado: Suassure conclui que o nível do significado se constitui unicamente 
pelas conexões diferentes com outros conceitos da língua. Não é o som em si 
mesmo, mas a diferença entre uma palavra e outra. 
 
Significante: Imagem acústica; valor diferencial. 
Para Suassure, a significação é ao unir significado e significante, implica uma 
relação de reciprocidade, de conveniência, de adequação entre ambos os 
termos. 
 
Rompimento Lacan X Suassure 
Lacan entende que entre o significado e significante não há união em si, mas 
sim uma separação. 
Lacan vai operar mudanças importantes: 
O traço de separação entre significado e significante será mais grossa. 
Colocará o significante acima da barra para simbolizar a prevalência do 
significante, invertendo os termos saussurianos. O significado desce ficando 
abaixo da barra. 
ALGORITMO LACANIANO
S
S
 
A barra engrossada indica uma resistência do significante à significação. O 
significado vai se reproduzir por efeito de combinação de significantes. 
Lacan afirma que o significante entra de fato no significado. 
 
 
Dois exemplos para descrever o que Lacan está propondo: 
No primeiro quando pensamos em uma árvore ( significante) cada pessoa faz 
uma imagem individual, veja: Se eu te perguntar pense em uma árvore muito 
provavelmente você pensará em uma árvore específica, porém será muito 
diferente da minha e de tantas outras pessoas... Isso é significante. 
Arvore
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesse outro exemplo pense em duas portas de banheiro, o que faz com essas 
portas sejam diferentes? Vejam a figura abaixo: 
Cavalheiros Damas
 
 
O que modifica é o significante, pois a porta é um signo(porta), o significado é 
para abrir, fechar, proteger, etc. Agora o significante é para cada um. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todo sintoma é um significante... 
Significante é uma categoria formal, e não descritiva. 
O significante pode ser um lapso, um sonho, um relato do sonho, um detalhe 
desse relato, ou mesmo um gesto, um som, ou até um silêncio ou uma 
interpretação do Psicanalista. 
 
3 aspectos do significante: 
1- O significante é sempre a expressão involuntária de um ser falante. Um 
gesto qualquer só será significante se for um gesto desejado e imprevisto, 
executado fora de qualquer intencionalidade e saber consciente. 
2- O significante é desprovido de sentido, não significa nada e, portanto, não 
entra na alternativa de ser explicável ou inexplicável. O significante é e nada 
mais. 
3- O significante é, sim, desde que permaneça ligado a um conjunto de outros 
significantes. “Um significante só é significante para outros significantes” Lacan. 
É sempre um “UM” não vários acontecimentos ou sintomas. 
Obs: Para Lacan a repetição tem como conceito S1 – Significante UM, ou seja, 
o número 1 vem assinalar que trata de um acontecimento ÚNICO, o sintoma é 
sempre da ordem de UM e a letra S é notação da palavra SIGNIFICANTE. 
O significante pode ser um chiste...: 
O chiste (expressão que provoca riso). 
Ou seja, uma piada ou forma de falar que leva o analisando a demonstrar uma 
forma de falar espontânea e, que mesmo triste abatido força uma risada dele 
mesmo e do analista. 
Pois se o analista avaliar um chiste, pode fazer uma pergunta pertinente que dê 
acesso ao inconsciente do analisando. 
Não é “por que” que o analista quer e necessita saber e sim o “como” ex.; 
Como se organiza o desfile dos acontecimentos de sua vida? Qual é a ordem 
da repetição? 
 
 
 
 
Distinção entre signo e significante: 
Quando tomo o sofrimento do sintoma pelo ângulo da “causa” é fazer dele um 
SIGNO, ao passo que surpreender-me por sofrer essa mesma infelicidade num 
instante propício, como se ela fosse imposta por um saber que ignoro, é 
reconhecê-lo como SIGNIFICANTE. 
Ex.: Quando o analisando ri, fala um chiste, sonho, etc., e, o analista percebe 
somente “como” e não “por que” entra no inconsciente e, isso é terapia... 
O Inconsciente é um saber, não apenas porque sabe colocar uma dada palavra 
num dado instante, mas também porque garante a característica da repetição, 
logo, o inconsciente é o saber da repetição. 
Podemos afirmar então que o inconsciente é um processo constante ativo, que 
não pára de se exteriorizar através de atos, acontecimentos ou palavras que 
reúnam as condições definidoras do SIGNIIFCANTE, a saber: ser uma 
expressão involuntária, oportuna, desprovida de sentido e identificável como 
um acontecimento ligado a outros acontecimentos ausentes e virtuais. S1... Um 
único que toma o mesmo lugar toda vez que é necessário. 
“O inconsciente é um saber estruturado como uma linguagem. ” Lacan 
 
Tarefas sobre esse módulo: 
1 - Fale um pouco sobre quem é Lacan e o que ele fez ( depois dessa 
introdução)? 
 
2- O que é um sintoma para Lacan? 
 
3- Descreva o que você aprendeu sobre Signo, Significado e Significante e, 
Lacan, 
 
4- Descreva a importância dos significantes para os ensinos de Lacan. 
 
5- Fale sobre a importância de Lacan para a Psicanálise. 
 
 
Vídeos sobre os temas Lacaniano: 
 
Vídeo 1 – Sobre Signo, Significa e Significante 
Ministrante: Paulo Bregantin 
https://www.youtube.com/watch?v=n6JnwM0FXvQ 
 
Vídeo 2 – O outro sou eu mesmo – Uma avalia do autoconhecimento 
Ministrante: Paulo Bregantin 
https://www.youtube.com/watch?v=vX5CNrVIPrQ 
 
Vídeo 3 – Sonhos e Ato Falho 
Ministrante: Paulo Bregantin 
https://www.youtube.com/watch?v=UHcqJkC6Fx8 
 
Vídeo 4 – Autoconhecimento e auto entendimento 
Ministrante: Paulo Bregantin 
https://www.youtube.com/watch?v=BXLHyRkYBt0 
 
Vídeo 5 – Simbólico, Imaginário e Real 
Ministrante: Paulo Bregantin 
https://www.youtube.com/watch?v=OI8tQQkXVI8 
 
Vídeo 6 – Introjeção, Identificação e Projeção 
Ministrante: Paulo Bregantin 
https://www.youtube.com/watch?v=ZjxrxPZgKnI 
 
 
ARTIGOS QUE ESCREVI DOS ENSINAMENTOS LACANIANOS: 
 
1- Transferência e amor em psicanálise 
http://horoscopovirtual.uol.com.br/artigos/transferencia-e-amor-na-psicanalise 
 
2- Paranoica 
http://horoscopovirtual.uol.com.br/artigos/paranoica 
 
3- EGO-ISMO 
http://horoscopovirtual.uol.com.br/artigos/ego-ismo 
 
4- Ressonância Límbica – o que é e como funciona. 
http://horoscopovirtual.uol.com.br/artigos/ressonancia-limbica-o-que-e 
 
 
Vídeos que vale muito assistir 
1- Fenomenologia e existencialismo 
https://www.youtube.com/watch?v=Z2XPHjSYBfw 
 
2- Nietzsche - Café Filosófico - Viviane Mosé – Completo 
 
 https://www.youtube.com/watch?v=Mgr-6_cdSiE 
 
 
Professor Paulo Bregantin - SBPI

Outros materiais