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1º ESTÁGIO RESUMO DPP

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1º ESTÁGIO - PROCESSO PENAL 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – CONCEITO 
O direito processual penal é um ramo do direito público que se constitui de princípios e 
normas que disciplinam a persecução penal para a solução das lides penais. Solução essa, que só será 
dada pelo Poder Judiciário, após lhe ser apresentada uma acusação formal pelo titular do direito de ação. 
Uma vez aceita esta acusação, estará iniciada a ação penal, e o direito processual penal ditará as regras no 
transcorrer da ação até que se chegue à decisão final. 
 (Lides penais = Conflito de interesse entre o Estado - pretendendo punir o agente infrator – e o 
próprio agente infrator, exercendo seu direito de defesa constitucionalmente coberto, a fim de garantir sua 
liberdade.). 
 Parte dos dispositivos que regulamentam o Processo Penal encontram-se na Constituição Federal. 
Como por exemplo: 
- Pleno direito de defesa do acusado. (Principio do contraditório, da ampla defesa, da presunção 
de inocência...). 
- Regas que disciplinam os órgãos encarregados da persecução penal e o âmbito de atuação. 
(Polícia judiciária, MP). 
- Regras que definem o alcance e competência de certos órgãos jurisdicionais (JECRIM, 
Tribunal do Júri, Tribunais de Justiça e Superiores nos casos de foro especial por prerrogativa 
de função.). 
 A maior parte dos dispositivos que regulamentam o Processo Penal está no estatuto 
infraconstitucional, Decreto – lei n. 3.689/41, Código de Processo Penal. Tal Código dispõem, por 
exemplo, de: 
 - Aplicação da lei processual penal no tempo e no espaço. 
 - A investigação dos delitos por meio de inquérito policial. 
 - Os sujeitos processuais. 
 
1. CONCEITO 
2. FINALIDADE 
3. FONTES DO PROCESSO PENAL 
4. APLICABILIDADE DA NORMA PROCESSUAL PENAL 
5. PRINCÍPIOS 
6. INQUÉRITO POLICIAL 
 SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No Brasil é atualmente adotado o sistema acusatório. Com clara separação entre a função acusatória 
– do MP nos crimes de ação pública – e a julgadora. 
 
 Vale ressaltar que no Brasil o sistema acusatório aplicado não é puro, uma vez que, apesar de a regra 
ser a de que as partes devam produzir suas provas, admitem-se exceções em que o próprio juiz pode 
determinar de ofício, sua produção de forma suplementar em busca da verdade real (art. 156, art. 
212, art.404 do CPP). 
INQUISITIVO 
- A um só órgão cabe acusar e julgar. 
- O juiz dá início à ação penal e ao final já profere a 
sentença. 
- Critica→Não garantia de imparcialidade do julgador. Não 
observação, em plenitude, do direito de defesa, já que o 
próprio órgão acusador julgava os requerimentos. 
- Foi banido da nossa legislação pelo art.129, I, da CF, que 
conferiu ao MP a inciativa exclusiva da ação pública. 
 
MISTO 
- Há uma fase investigatória seguida de uma fase acusatória. 
- Fase Investigatória → conduzida por um juiz (≠ do inquérito 
policial, de natureza administrativa.). 
- Fase Acusatória → é assegurado todos os direitos do acusado e a 
independência entre acusação, defesa e juiz. 
- Atualmente adotado em diversos países europeus. 
- Característica marcante é a existência do Juizado de Instrução, 
fase preliminar instrutória presidida por juiz. 
ACUSATÓRIO 
- Separação entre os órgãos incumbidos de 
realizar a acusação e o julgamento. 
-Assegura a plenitude de defesa. Trato 
igualitário das partes. 
- Como a iniciativa é do órgão acusador, o 
defensor tem sempre o direito de se manifestar 
por último. 
- Produção de provas → incumbência das partes. 
 Evidência maior de que a legislação processual não adotou o sistema acusatório puro encontra-se nos 
arts. 385 do CPP, que permite ao juiz condenar o réu nos crimes de ação pública ainda que o MP 
tenha se manifestado pela absolvição. 
 
 Outra evidência é a possibilidade assegurada ao juiz criminal de destituir o defensor constituído pelo 
réu caso entenda que a defesa por ele apresentada é precária (réu indefeso). 
 
 LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO - O processo penal em todo território nacional rege-se 
com art. 1º do Decreto – lei nº 3.689/41 (CPP) (Princípio da territorialidade = aplica-se a todas as 
ações penais que tramitem pelo território brasileiro) 
 
 EXCEÇÕES A INCIDÊNCIA DO ART1º DO CPP 
(Nos cinco incisos do próprio art.1º do CPP foram elencadas hipóteses em que este não terá 
aplicação, ainda que o fato ocorrido no território nacional). 
 
- I – os tratados, as convenções e regras de direito internacional. 
Os tratados, convenções e regras de direito internacional, firmados pelo Brasil, mediante aprovação 
por decreto legislativo e promulgação por decreto presidencial, afastam a jurisdição brasileira, ainda 
que o fato tenha ocorrido no território nacional, de modo que o infrator será julgado em seu país de 
origem. (Ex.: Delito cometido por agentes diplomático). A Convenção de Viena sobre relações 
diplomáticas e a Convenção de Viena sobre relações consulares são convenções internacionais que 
cuidam do tema (delitos cometidos por diplomáticos e consulares). 
 
- Tribunal Penal Internacional (sede em Haia,) 
O art. 5º, §4º da CF, prevê que o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional, a 
cuja criação tenha manifestado adesão. Assim, ainda que um delito seja cometido no território 
brasileiro, havendo denúncia ao TPI, o agente poderá ser entregue à jurisdição estrangeira. 
O TPI órgão permanente com competência para o processo e julgamento dos crimes mais graves, que 
afetem a comunidade internacional no seu conjunto, quais sejam, crimes de genocídio, crimes 
contra a humanidade, crimes de guerra e crimes de agressão. 
 
Observação importante trás a doutrina sobre a extradição de brasileiros para julgamento pelo TPI. 
“O art. 5º, LI, da Constituição Federal veda a extradição de brasileiro nato e tal dispositivo conflita 
com o teor do Decreto, promulgado em 2002, em que o Brasil adere ao Tribunal Internacional, 
permitindo a entrega de brasileiros natos ou naturalizados para o julgamento em Haia. Exatamente 
por isso foi promulgada a Emenda Constitucional n. 45/2004, a fim de conferir caráter Constitucional 
ao Decreto. Agora, não há mais conflito entre uma regra constitucional e um Decreto, e sim entre 
duas regras da própria Carta Magna. A doutrina, contudo, harmonizou o conflito entre a permissão 
de “entrega” de brasileiros ao Tribunal Penal Internacional e a vedação da “extradição” de brasileiros 
natos, justificando que o instituto da Entrega é diferente da Extradição. A Entrega é o envio de um 
indivíduo para um Organismo Internacional não vinculado a nenhum Estado específico, 
diferentemente da Extradição, que é sempre para um determinado Estado estrangeiro.” 
 
 
- II – às prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos 
crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do STF, nos crimes de 
responsabilidade ( CF, art. 89, §2º e 100). 
Refere-se aos crimes de natureza político- administrativa e não aos delitos comuns. O julgamento 
dessas infrações não é feito pelo Poder Judiciário, e sim pelo Legislativo, e as consequências são a 
perda do cargo, a cassação do mandato, a suspensão dos direitos políticos etc. A condenação não 
gera reincidência nem o cumprimento de pena na prisão. 
 
- III – aos processos da competência da Justiça Militar; 
Os processo de competência da Justiça Militar, isto é, os crimes militares, seguem os ditames do 
Código de Processo Penal Militar ( Decreto – Lei n.1.002/69),e não da legislação processual 
comum. 
 
- IV – aos processos da competência do tribunal especial ( Constituição, art. 122, n. 17) 
A Constituição mencionada é a de 1937 e o tribunal especial referido julgava delitos políticos ou 
contra a economia popular por meio do chamado Tribunal de Segurança Nacional (Lei n.244/36). 
Esse dispositivo há muito deixou de ter aplicação, mesmo porque o art. 5º, XXVII, da CF veda os 
tribunais de exceção. No regime atual, os crimes políticos são de competência da Justiça Federal (art. 
109, IV, da CF) e os crimes contra a economia popular são julgados pela Justiça Estadual. 
 
- V – aos processos por crimes de imprensa. 
O STF, ao julgar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 130-7/DF), 
declarou que referida lei não foi recepcionada pela CF de 1988, de modo que, atualmente, os antigos 
crimes da Lei de Imprensa (Lei n. 5250/67) deverão ser enquadrados, quando possível, na legislação 
comum, e a apuração dar-se-á nos termos do CPP. Em suma, o que era exceção deixou de ser. 
 
- Exceções à incidência do Código de Processo decorrentes de leis especiais. 
Com a entrada de leis especiais em vigor, o legislador acaba por excepcionar a aplicação do CPP. 
Exemplos dessas leis especiais são a chamada lei de drogas (Lei n. 11.343/2006) bem como a lei que 
trata dos crimes falimentares (Lei n. 11.101/2005). 
- Extraterritorialidade da lei penal e territorialidade da lei processual 
 
“Não se confunde o fato criminoso com o processo penal que o apura. Quando uma infração penal é 
cometida fora do território nacional, em regra não será julgada no Brasil. Existem, entretanto, 
algumas hipóteses excepcionais de extraterritorialidade da lei penal brasileira em que será aplicada a 
lei nacional embora o fato criminoso tenha se dado no exterior. Ex.: crime contra a vida ou a 
liberdade do Presidente da República (art. 7º, I, a, do Código Penal). É evidente que o trâmite da 
ação penal observará as regras do Código de Processo Penal Brasileiro pela óbvia circunstância de a 
ação tramitar no Brasil. Em suma, a lei penal nacional pode ser aplicada a fato ocorrido no exterior 
(extraterritorialidade da lei penal), mas a ação penal seguirá os ditames da lei processual brasileira 
(territorialidade da lei processual penal). Para que fosse possível se falar em extraterritorialidade das 
regras processuais nacionais, seria preciso que o Código de Processo Brasileiro fosse aplicado em 
ação em tramitação no exterior, o que não existe.” 
 
 LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
 
O art. 2º do Código de Processo Penal adotou o princípio da imediata aplicação da lei 
processual penal. 
 
 
 
De acordo com esse princípio, os novos dispositivos processuais podem ser aplicados a crimes 
praticados antes de sua entrada em vigor. O que se leva em conta, portanto, é a data da realização do ato 
(tempus regit actum), e não a da infração penal. 
Importante também mencionar o exemplo da Lei n. 11.689/2008, que revogou o recurso do protesto 
por novo júri em relação às pessoas condenadas a 20 anos ou mais por crime doloso contra a vida, em que se 
firmou entendimento de que as pessoas que cometeram o crime antes de referida lei, mas que foram levadas 
a julgamento depois de sua entrada em vigor (quando já não existia o protesto por novo júri), não poderão 
requerer novo julgamento. 
Na aplicação do princípio da imediata aplicação da lei processual não importa se a nova lei é 
favorável ou prejudicial à defesa. Com efeito, o art. 5º, XL, da Constituição Federal estabelece 
exclusivamente que a LEI PENAL não retroagirá, salvo para beneficiar o acusado, dispositivo que, 
portanto, não se estende às normas de caráter PROCESSUAL. 
Assim para verificar a possibilidade de retroagir ou não é importante que seja analisado o conteúdo, 
posto que existam, excepcionalmente, regras de conteúdo processual no CP. São as chamadas normas 
heterotópicas. 
Art. 2º A lei processual penal aplicar -se -á desde logo, sem prejuízo, da 
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
Para se estabelecer quando uma norma tem conteúdo penal ou processual podem ser utilizados os 
seguintes critérios: 
1. Aquela que cria, extingue, aumenta ou reduz a pretensão punitiva ou executória do Estado tem 
natureza penal. 
2. Aquela que gera efeitos exclusivamente no andamento do processo, sem causar alterações na 
pretensão punitiva estatal, tem conteúdo meramente processual. 
 
 NORMAS HÍBRIDAS OU MISTAS 
Possuem conteúdo concomitantemente penal e processual, gerando, assim, 
consequências em ambos os ramos do Direito. Em tais casos, em atenção à regra do art. 5º, XL, 
da CF, a lei nova deve retroagir sempre que for benéfica ao acusado, não podendo ser aplicada, 
ao reverso, quando puder prejudicar o autor do delito cometido antes de sua entrada em vigor. 
 INTERPRETAÇÃO DA LEI (HERMENÊUTICA) 
A doutrina costuma dividir as formas de interpretação do seguinte modo: a) quanto à 
origem; b) quanto ao modo; c) quanto ao resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HERMENÊUTICA 
QUANTO A ORIGEM 
(Diz respeito ao responsável pela 
interpretação) 
 
Autêntica: dada pela própria lei que, 
em algum de seus dispositivos, 
esclarece o significado de outros. 
Doutrinária: interpretação feita 
pelos estudiosos, professores e 
autores de obras de direito, por meio 
de seus livros, artigos jurídicos. 
Jurisprudencial: interpretação 
realizada pelos tribunais e juízes em 
seus julgamentos 
 
 
 
QUANTO AO MODO 
(Diz respeito ao aspecto considerado pelo 
intérprete na busca do real significado da 
norma) 
Gramatical: leva em conta o sentido 
literal das palavras contidas no texto 
legal. 
Teleológica: busca descobrir o 
significado da norma mediante análise 
dos fins a que se destina o dispositivo. 
Histórica: avalia os debates que 
envolveram a aprovação da norma e os 
motivos que levaram à apresentação do 
projeto que nela culminou. 
Sistemática: busca o significado da 
norma por sua integração com os 
demais dispositivos de uma mesma 
lei ou com o sistema jurídico como 
um todo. 
 
 
QUANTO AO RESULTADO 
(Diz respeito ao alcance dado 
pelo intérprete ao dispositivo 
fruto da controvérsia). 
Declarativa: o intérprete conclui 
que a letra da lei corresponde 
exatamente àquilo que o legislador 
pretendia regulamentar; 
Restritiva: a conclusão a que se 
chega é de que o texto legal 
abrangeu mais do que o legislador 
queria, de modo que o intérprete 
reduz o seu alcance no caso 
concreto; 
Extensiva: o intérprete conclui que 
o legislador adotou redação cujo 
alcance fica aquém de sua real 
intenção e, por isso, a 
interpretação será no sentido de 
que a regra seja também aplicada 
a outras situações que guardem 
semelhança. 
 
 INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA E EXTENSIVA 
 
Estabelece o art. 3º do Código que a lei processual admite interpretação extensiva e analógica. A 
interpretação extensiva, conforme já mencionado, dá-se quando o texto legal diz menos do que pretendia o 
legislador, de modo que o intérprete estende o alcance do dispositivo a esta hipótese não mencionada 
expressamente. A interpretação analógica, por sua vez, mostra-se possível quando, dentro do próprio texto 
legal, após uma sequência casuística, o legislador se vale de uma fórmula genérica, que deve ser interpretada 
de acordo com os casos anteriores. 
 INTEGRAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL PENAL 
A integração da lei se mostra necessária para suprir suas lacunas em casos de omissão. De acordo 
com o art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, “quando a leifor omissa, o juiz decidirá 
o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. 
- ANALOGIA 
Essa forma de integração da lei processual somente se mostra possível quando não há dispositivo 
na legislação regulamentando determinado tema, hipótese em que se deve utilizar outro preceito legal que 
trate de hipótese semelhante para que a questão não fique sem solução. 
- COSTUMES 
No âmbito do direito processual, os costumes referem-se aos usos comuns, aplicados em todos os 
juízos, no tramitar das ações penais, ainda que não previstos expressamente na legislação. 
 - PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
De acordo com os ensinamentos de Carlos Roberto Gonçalves 2, “são regras que se encontram na 
consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo que não escritas. Tais regras, de caráter 
genérico, orientam a compreensão do sistema jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ou não 
incluídas no direito positivo”. 
 
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Diz respeito à origem das normas processuais, que pode ser apreciado sob dois ângulos, gerando, 
assim, a divisão entre as fontes materiais e as formais do processo penal. 
- FONTES MATERIAIS: São as entidades criadoras do direito, sendo, por isso, chamadas 
também de fontes de criação ou de produção. No caso do direito processual, o art. 22, I, da Constituição 
Federal dispõe que a legislação sobre o assunto compete privativamente à União, que é, portanto, a fonte 
material do processo penal. O processo criativo da norma se dá pela aprovação do projeto de lei pela Câmara 
dos Deputados e pelo Senado Federal, bem como pela respectiva sanção pelo Presidente da República. O art. 
22, parágrafo único, da Constituição Federal estabelece que Lei Complementar poderá autorizar os Estados a 
legislar sobre matérias específicas em matéria processual, ao passo que o seu art. 24, IX, estabelece que é 
concorrente a competência da União com os Estados e o Distrito Federal para legislar a respeito de 
procedimentos em matéria processual. É evidente, entretanto, que a competência dos Estados é residual, no 
sentido de suprir omissões ou especificar minúcias procedimentais, posto que a legislação estadual não pode 
contrariar a federal, que lhe é superior. Em suma, a fonte material (criadora) das leis processuais é a União e, 
subsidiariamente, os Estados e o Distrito Federal. 
- FONTES FORMAIS: São também chamadas de fontes de revelação ou de cognição, e dizem 
respeito aos meios pelos quais o direito se exterioriza. Dividem -se em fontes formais imediatas e mediatas. 
A) AS FONTES FORMAIS IMEDIATAS são as leis em sentido amplo, abrangendo o texto 
constitucional, a legislação infraconstitucional (leis ordinárias, complementares etc.) e os tratados, as 
convenções e as regras de direito internacional aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as súmulas 
vinculantes do Supremo Tribunal Federal. 
Tradicionalmente, nosso ordenamento, estruturado com fortíssima influência do sistema romano 
germânico (Civil Law), teve na lei a fonte exclusiva do direito, relegando os precedentes judiciais a posição 
bastante subalterna, já que seus efeitos sempre foram de caráter meramente persuasivo: o juiz pode 
influenciar-se pela decisão adotada por seus pares em casos análogos, convencendo-se da maior ou menor 
solidez da interpretação dada ao texto legal. 
É importante considerar, no entanto, que nosso sistema jurídico tem evoluído no sentido de conferir 
maior destaque para os precedentes judiciais como fonte do direito, de modo a prever que, em certas 
situações, o precedente terá influência decisiva na solução de casos futuros análogos, na medida em que terá 
efeito vinculante. 
Nos termos do art. 103 -A da Constituição Federal, “o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício 
ou por provocação, mediante decisão de dois terços de seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em 
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei”. 
Considerando, pois, o caráter vinculante dessas súmulas no tocante aos julgamentos realizados 
pelos demais órgãos do Judiciário e, ainda, em relação aos atos da Administração Pública, é inegável tratar -
se de fonte formal imediata, lembrando que o descumprimento de tais súmulas justificará o manejo de 
reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal, que poderá anular o ato administrativo ou cassar a 
decisão judicial que as contrarie (art. 103 -A, § 1º, da CF). 
Cuida-se de previsão, pelo texto constitucional, de hipótese de adoção da teoria denominada stare 
decisis, que se constitui em viga mestra do sistema da commom law e se baseia na convicção de que a 
eficácia vinculante do precedente é mecanismo essencial para dar concretude ao princípio da isonomia (art. 
5º, caput, da CF), por meio da garantia de que o Poder Judiciário, por seus vários órgãos, solucionará da 
mesma maneira as causas idênticas, bem como para propiciar a necessária segurança jurídica e, ainda, para 
evitar a desnecessária repetição de julgamentos sobre casos idênticos. 
A teoria do stare decisis3 obriga todos os órgãos jurisdicionais hierarquicamente inferiores a 
aplicarem a tese jurídica fixada no precedente vinculante a todos os casos em que houver a mesma razão de 
decidir (ratio decidendi). 
Caso a parte pretenda afastar a influência do precedente vinculante em determinado caso concreto, 
poderá lançar mão de duas técnicas: distinção (distinguishing), por meio da qual se demonstra ao magistrado 
a existência de distinção entre o caso em julgamento e o paradigma, de modo a evidenciar que as 
particularidades da causa apreciada justificam o afastamento da tese jurídica estabelecida pelo precedente; e 
superação (overruling), que visa provocar a revisão da tese jurídica fixada no precedente, impedindo a 
estagnação do direito, mediante apresentação de fundamentos não considerados na decisão vinculante, ou, 
ainda, em razão de alteração legislativa ou substancial modificação da realidade social. 
B) FONTES FORMAIS MEDIATAS: São a analogia, os costumes e os princípios gerais de 
direito.

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