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CCJ0015-WL-B-PP-Aula-06-Guido Cavalcanti

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Aula 06 
Efeitos da Posse 
 Justamente por não ser uma simples detenção, a posse em si gera diversos efeitos. Esses serão objeto da aula de hoje. 
A posse em regra gera: 
a) Proteção Possessória, abrangendo a autodefesa e a invocação dos interditos 
b) Percepção dos frutos 
c) Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa 
d) Indenização pelas benfeitorias e o direito de retenção 
e) Usucapião 
A proteção da posse se dá de dois modos: a) legítima defesa e pelo b) Desforço Imediato 
(autotutela, autodefesa ou defesa direta) 
As ações tipicamente possessórias são (manutenção, reintegração e interdito proibitório) que 
em gênero são chamados de interditos possessórios. 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no 
de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, 
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do 
indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de 
outro direito sobre a coisa. 
A legítima defesa não se confunde com o desforço imediato. Este ocorre quando o possuidor, 
já tendo perdido a posse (esbulho), consegue reagir, em seguida, e retomar a coisa. A 
primeira somente tem lugar enquanto a turbação perdurar, estando o possuidor na posse da 
coisa. O deforço não é no momento, mas no calor dos acontecimentos. 
Sempre observar o requisito que essa defesa seja feito “logo”. Imediatamente após a 
agressão, sob risco de exercício arbitário das próprias razões. 
Legitimidade ativa e passiva 
Exige-se a condição de possuidor. Como já foi dito, possui legitimidade possuidores diretos e 
indiretos. 
A legitimidade passiva nas ações possessórias é do autor da ameaça, turbação ou esbulho, 
assim como do terceiro que recebeu a coisa esbulhada, sabendo que o era. 
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o 
terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. 
Contra o terceiro que recebeu a coisa de boa-fé não cabe ação de reintegração de posse, mas 
sim ação petitória. 
A ação pode ser proposta tanto contra o autor do ato, como contra quem ordenou ou contra 
ambos. 
O herdeiro também é legitimado passsivo porque continua de direito a posse de seu 
antecessor. Já o a título singular, somente se escolheu continuar a posse anterior. 
A ação possessória pode ser cumulada com ação de indenização pelos danos sofridos. São 
pedidos que se complementam e mesmo se o objeto já tiver sido perdido, a indenização pode 
seguir tranquilamente. 
Da fungibilidade dos interditos 
O princípio da fungibilidade está regulado no art. 920 do Código de Processo Civil. 
Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz 
conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos 
estejam provados. 
É o caso de alguém pedir uma manuntenção, quando na verdade é uma reintegração ou 
talvez a própria situação mudou durante o transcorrer da ação. 
Mesmo com pedido diferente, o fundamento é mesmo: ofensa à posse. Em rigor, pode-se falar 
em apenas uma ação possessória, mas com diferentes circunstâncias. Isso acaba sendo uma 
exceção à regra que proíbe o julgamento extra petita, pois o pedido do autor foi a 
manuntenção, e o juiz concede, p.ex., a reintegração. 
O 921 afirma: 
Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; 
III - desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse. 
 
Caráter dúplice das ações possessórias 
Na relação processual clássica, é o autor que em regra formula o pedido e o réu que se opõe 
a tal pedido. Todavia, em alguns casos, inexiste essa predeterminação. A situação jurídica se 
apresenta de tal modo que qualquer dos sujeitos pode ajuizar a ação contra o outro. 
É o exemplo também da ação demarcatória e de divisão, pois não há rigorosamente autores e 
réus, pois cada um deles tem direito de tomar a iniciativa. 
Isso tem como consequencia que, independente de pedido de reconvenção, o juiz possa 
conferir proteção possessória a quem demonstrar ser o legítimo possuidor. Por isso, seria inútil 
o pedido de reconvenção nessa espécie de ação. 
 
Diferença entre juízo possessória e juízo petitório. A exceção de domínio. 
Ação petitória é o meio de tutela dos direitos reais, de propriedade ou outro. Ação possessória 
é o meio de tutela da posse perante uma ameaçã, turbação ou esbulho. São óbvias suas 
diferenças. Existe uma separação entre o possessório e o petitório. 
No juízo possessório não adianta discutir domínio e no juízo petitório, o foco é domínio, sendo 
a posse questão secundária. 
Art. 923. Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao réu, 
intentar a ação de reconhecimento do domínio. (Redação dada pela Lei nº 6.820, de 
16.9.1980) 
O artigo tem que ser lido junto com o 1.210 
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de 
outro direito sobre a coisa. 
Enquanto estiver tramitando a ação possessória, nem o réu nem o autor podem ajuizar, 
paralelamente, a ação petitória para obter a declaração do seu direito à posse. 
A consequência prática é que poderá o possuidor não proprietário, desde que ajuíze ação 
possessória, impedir a recuperação da coisa pelo seu legítimo dono, pois este ficará impedido 
de recorrer à reivindicatória até que a possessória seja definitivamente julgada 
 
SLIDES: 
 
 
https://docs.google.com/file/d/0B2leLJsVdYelLU03NEZXVTBtZzQ/edit?usp=sharing 
 
Prova: FCC - 2011 - TJ-PE - Juiz 
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas - Posse; 
O possuidor, objetivando adquirir um imóvel pela usuca- pião extraordinária, para atingir o 
prazo exigido por lei, 
 a) pode acrescentar à sua posse a dos seus antecessores, facultativamente na sucessão 
singular, sendo que isto se dá, de pleno direito, na sucessão universal. 
 b) não pode acrescentar à sua posse a dos seus antecessores, seja a sucessão a título 
singular, seja universal. 
 c) acrescerá de pleno direito à sua posse apenas a de seus antecessores a título 
universal, mas em nenhuma hipótese a de seus antecessores a título singular. 
 d) pode acrescentar à sua posse apenas a de seus antecessores a título singular. 
 e) pode acrescentar à sua posse a dos seus antecessores facultativamente na sucessão a 
título universal e de pleno direito na sucessão a título singular. 
 
resp: A 
 
 
Prova: FCC - 2010 - TRE-RS - Analista Judiciário - Área Judiciária 
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas; Direito das Coisas - Posse; 
C om relação à posse é certo que: 
 a) A posse do imóvel não faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele 
estiverem, tendo em vista que são posses distintas, com efeitos distintos. 
 b) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude 
de direito pessoal anula a indireta, de quem aquela foi havida. 
 c) Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, não poderá cada uma exercer 
sobre ela atos possessórios, devendo estes serem praticados sempre em conjunto. 
 d) O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; mas ao sucessor 
singular é vedado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
 e) Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de 
algum dos poderes inerentes à propriedade. 
 
resp. EProva: FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados 
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas; Direito das Coisas - Posse; 
Segundo o Código Civil brasileiro, a posse direta de pessoa que tem a coisa em seu poder, 
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, 
 a) anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a 
sua posse contra o indireto. 
 b) não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender 
a sua posse contra o indireto. 
 c) anula a indireta, de quem aquela foi havida, mas não pode o possuidor direto defender 
a sua posse contra o indireto. 
 d) não anula a indireta, de quem aquela foi havida, mas não pode o possuidor direto 
defender a sua posse contra o indireto. 
 e) anula a indireta, de quem aquela foi havida, bem como de terceiros ocupantes ou 
detentores, não havendo meio de defesa da posse em razão de sua anulação. 
resp. b

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