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Resumão de epidemiologia – prova II Aulas: Medidas gerais de profilaxia Estudos epidemiológicos Amostragem em saúde animal Testes de diagnostico Medidas gerais de profilaxia Profilaxia é o conjunto de medidas adotadas com a finalidade de interromper a cadeia de transmissão de uma enfermidade. As medidas profiláticas podem ser adotadas em 3 níveis: Prevenção: evitar o aparecimento da doença na população; Controle: reduzir a frequência de ocorrência de uma doença já presente na população; Erradicação: tem como objetivo eliminar a doença de uma população. Como decidir qual fazer? Avaliar a existência de recursos humanos e financeiros, as características do agente etiológico e da cadeia epidemiológica da doença, a relação custo-benefício e o risco para a espécie humana. As medidas de profilaxia se aplicam somente a DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS. Doenças com vários vetores são difíceis de erradicar, e num primeiro momento, deve-se pensar apenas em controlar. Medidas relativas à fonte de infecção Objetivo: limitar a transmissão da infecção, que é representada pelo número e pela mobilidade do agente etiológico. IDENTIFICAÇÃO Primeiro passo para combater a infecção. Quanto mais cedo for realizada, mais eficaz será a ação profilática. A identificação é complicada especialmente em portadores sãos, que aparentam estar saudáveis, mas eliminam o agente etiológico. NOTIFICAÇÃO Comunicado oficial feito às autoridades sanitárias. Ex.: brucelose e tuberculose bovina. ISOLAMENTO Separação da fonte de infecção durante o período máximo em que há chance de transmissão da doença. Objetiva concentrar a infecção a uma área restrita, para melhor destruir o agente etiológico e bloquear seu contato com outros hospedeiros susceptíveis. ISOLAMENTO INDIVIDUAL As instalações devem passar por rigorosa desinfecção e fezes, urina e camas devem ter um destino apropriado. ISOLAMENTO EM GRUPO (ACANTONAMENTO) Isolar um grupo doente em uma área restrita, de forma que esse tenha a menor mobilidade possível. CORDÃO SANITÁRIO (ISOLAMENTO DE UMA ÁREA) Linhas demarcatórias que estabelecem limites geográficos dos quais não entram nem saem animais, ou seja, o transito destes e de seus produtos fica PROIBIDO. TRATAMENTO Objetivo: interromper a eliminação do agente etiológico. Há casos em que o tratamento pode reduzir o tempo de transmissão da doença. EX. VERMINOSES – o tratamento interfere no desenvolvimento do parasita reduzindo a contaminação ambiental. SACRIFICIO Abate das fontes de infecção para proteger o restante da população ainda não afetada. Ocorre quando é economicamente justificável e depende de leis, autorização do proprietário e indenizações. FATORES LIMITANTES Disponibilidade de meios para diagnostico – é preciso ter certeza de que o animal está de fato infectado. Espécie de hospedeiro – o sacrifício não é adotado quando o hospedeiro é o ser humano, por exemplo. Característica do agente etiológico – o sacrifício não é adotado quando o agente etiológico apresenta elevada resistência ao ambiente (bactérias esporuladas) ou contam com recursos alternativos para persistir na natureza – ex.: vetores ou reservatórios silvestres. DESTRUIÇÃO DE CADÁVERES Não devem ser jogados em águas correntes nem perto das mesmas. Não se deve utilizar a carcaça como alimento para outros animais. A necropsia deve ser feita somente na presença de um veterinário e em condições de assepsia (máscaras, luvas, roupa especial e proteção para os olhos). ENTERRAR Procedimento mais fácil e comum de se realizar. Não enterrar próximo de águas correntes, lençóis freáticos ou aquíferos. Recomenda-se usar substancias químicas de odor forte o suficiente para afastar animais carnívoros do local – além de desinfectar. INCINERAR Não usar gasolina, devido ao risco de explosão. Vigiar o fogo até que as carcaças sejam totalmente destruídas para evitar a aproximação de aves ou carnívoros que espalhem os restos. PROBLEMA: POLUIÇÃO AMBIENTAL. Medidas relativas aos meios de transmissão OBJETIVO: destruir o agente etiológico no período em que se encontra nos meios de transmissão e impedir que o agente tenha acesso aos hospedeiros susceptíveis. CONTATO DIRETO Relação direta e próxima entre a fonte de infecção/agente etiológico e os hospedeiros susceptíveis, o que reduz o sucesso da profilaxia. TRANSMISSÃO PELO AR Quando a transmissão ocorre por meio de aerossóis – espiro, tosse, gotículas de água no momento da fala – as medidas profiláticas ficam comprometidas, pois o agente está protegido dentro de partículas e não há como agir nesse sentido. SOLO MEDIDAS PROTETORAS – objetivo de evitar a contaminação do solo. Ex.: tratamento de resíduos e destino adequado; controle dos adubos orgânicos. MEDIDAS SANEADORAS – objetivo de higienizar as superfícies contaminadas do solo. Ex.: drenagem de áreas alagadas, correção do pH do solo e rotação de pastagens. ÁGUA E ALIMENTOS Objetivo de proteger as pessoas (evitando a contaminação) e o tratamento (o objetivo é sua descontaminação). VETORES No caso de vetores mecânicos, o adequado é impedir sua proliferação. O emprego de barreiras físicas, como telas e redes, impede o acesso do vetor. Quando se trata de vetores biológicos, o controle se torna mais difícil: MEDIDAS DEFENSIVAS Impedem o acesso do vetor aos hospedeiros. Ex: construção de casas desprovidas de frestas ou fendas e com telas de proteção; uso de repelentes e roupas especiais para o ser humano. MEDIDAS SANEADORAS Ações dirigidas ao ambiente, para criar condições adversas ao desenvolvimento da vida dos invertebrados. Ex: destino adequado de resíduos, rotação de pastagens, remoção de entulhos e drenagem de pântanos. MEDIDAS OFENSIVAS Destruição do vetor, tanto em seu estágio larvar quanto a forma adulta. Ex: emprego de machos estéreis, peixes que comem larvas ou aves insetívoras; uso de inseticidas; FOMITES Meios de desinfecção dos instrumentos utilizados com fontes de infecção, com o objetivo de impedir a transmissão do agente etiológico a outros animais que usem esses materiais. Medidas relativas aos comunicantes / contatos Comunicantes ou contatos são hospedeiros vertebrados que tiveram contato com a fonte de infecção, estiveram em locais contaminados realmente ou ainda ingeriram alimentos contaminados. SACRIFICIO Pode ser individual ou em massa (ex: febre aftosa). Medida usada apenas quando se trata de doença infecciosa e sem recuperação ou em caso de doença exótica (sem tratamento conhecido ainda). QUARENTENA – SOMENTE SE APLICA A COMUNICANTES! Isolamento do comunicante pelo tempo máximo de incubação da doença com o objetivo de impedir a propagação da mesma caso o animal entre em contato com outro. O tempo é específico para cada enfermidade. QUIMIOPROFILAXIA Usada quando a taxa de prevalência é alta e inviabiliza o despovoamento. Ex: uso de antibióticos nas rações, anti-helmínticos no sal mineral etc. TRATA-SE O INDIVIDUO ANTES QUE ELE FIQUE DOENTE. IMUNOPROFILAXIA Vacinação ou soroterapia. VIGILANCIA SANITÁRIA É a observação do comunicante pelo período máximo de incubação da doença, contando a partir do ultimo contato desse com a fonte de infecção. DIFERE DA QUARENTENA PORQUE OS INDIVIDUOS NÃO SÃO ISOLADOS. Pode se usar animais sentinelas, que interagem com o comunicante para tentar detectar o problema – caso os sentinelas apresentem sinais ou sintomas característicos, o comunicante é positivo para a enfermidade. Ex: uso de bovinos jovens ou suínos para detectar febre aftosa em bovinos adultos. Medidas relativas aos susceptíveis MEDIDAS GERAIS – cuidados com alimentação, proteção contra vetores (uso de telas, por exemplo) e proteção individual: uso de luvas, preservativo, máscaras e protetores para os olhos, dentre outros. MEDIDAS ESPECÍFICAS – ingestão de colostro pelos recém-nascidos, aplicação de soro imune, vacinação, Medidas relativas à comunidade – educação sanitária; ESTUDOS EPIDEMIOLOGICOS Epidemiologia descritiva Epidemiologia analítica formula hipóteses e as testa através de estudosobservacionais; Epidemiologia experimental testa hipóteses por meio de experimentos; Conceito: método científico de investigação dos eventos relacionados com a ocorrência de doenças em uma ou mais populações. Relação causal: variáveis = doença e fator. Doença = variável dependente Fator = variável independente pode ser causal ou adicional (se for desse tipo, pode ser controlável ou não controlável). Formulação de hipóteses: coleta de dados através de questionários ou observação a campo. É baseada em CAUSAS, MEDIDAS PROFILÁTICAS E MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DO AGENTE. Investigação de hipóteses: estratégias utilizadas em estudos de saúde; Estudo de casos – pouco confiável, pois avalia apenas os casos, sem compara-los com os indivíduos saudáveis; Estudos laboratoriais – pouca subjetividade pela parte de quem está avaliando; Estudos populacionais – os mais utilizados em epidemiologia. Principais tipos: Estudo observacional (não experimental): Hipótese causal DOENÇA Total Infectado Não Infectado Exposto a b a + b Não exposto c d c + d Total a + c b + d N Baseia-se na observação! 4 tipos: Estudo de coortes Consiste em verificar se há diferença para as proporções de atingidos entre os expostos e de atingidos entre os não expostos, ou seja, compara a / a + b com c / c + d. VANTAGENS: não há problemas éticos, os dados da exposição são conhecidos antes da ocorrência da doença, permite o cálculo dos coeficientes de incidência e há menor risco de conclusões falsas. DESVANTAGENS: custo elevado, longa duração, acompanhamento de um grande número de indivíduos e perda do acompanhamento em alguns casos. Estudo de casos controle Parte de casos já diagnosticados da doença em foco e ao mesmo tempo seleciona outro grupo de indivíduos que não apresentam a doença. VANTAGENS: Fácil execução, resultados obtidos rapidamente, baixo custo e o numero de participantes pode ser pequeno; DESVANTAGENS: somente casos novos são incluídos na investigação, os casos não são escolhidos aleatoriamente e não é possível calcular as taxas de incidência. Estudo seccional Sem levar em conta os acontecimentos do passado ou do futuro, mede-se a suposta causa e o respectivo efeito em um dado momento. Seleciona-se uma amostra de indivíduos de uma população e verifica-se para cada individuo a presença ou não da doença e a presença ou não do fator, ao mesmo tempo. VANTAGENS: simples e de baixo custo, rapidez e objetividade na coleta de dados. DESVANTAGENS: não permite identificar a taxa de prevalência da doença, quando prevalência é a amostra deve ser grande (dificuldades operacionais). Estudo ecológico Estudo experimental: baseado na intervenção do ser humano. Ensaio clínico randomizado Estudo ecológico Meta-analise: analise de todos os dados coletados em estudos anteriores; ESTIMATIVA DO RISCO RELATIVO USAR O.R. O.R. = a x d / b x c TESTES DE DIAGNOSTICO Diagnostico é todo recurso utilizado para identificar uma fonte de infecção. Todo diagnostico está sujeito a um ERRO. TIPOS DE DIAGNOSTICO Clinico Epidemiológico Laboratorial quantitativos: Contagem de hemácias, leucócitos, etc. qualitativos: natureza dicotômica – SIM ou NÃO! CARACTERISTICAS DOS METODOS QUALITATIVOS Sensibilidade: capacidade que o teste tem de fornecer o resultado positivo quando o individuo testado está de fato infectado. (a / a+c) x 100 Especificidade: capacidade que o teste tem de fornecer o resultado negativo quando o individuo testado está livre da infecção. (d / b+d) x 100 Relação entre sensibilidade e especificidade: Quanto mais sensível o teste, menos específico ele é, ou seja, quando aumenta a sensibilidade – diminui a especificidade. MELHOR PONTO DE CORTE É AQUELE EM QUE A SOMA DA ESPECIFICIDADE COM A SENSIBILIDADE É A MAIS ALTA POSSÍVEL. Valor preditivo positivo e negativo Positivo: qualidade do teste em identificar os verdadeiros positivos. (a / a+b) x 100 Negativo: qualidade do teste em identificar os verdadeiros negativos. (d / c+d) x 100 VP positivo (+) especificidade (-) VP negativo (-) sensibilidade (+) Indice global do teste Reflete a proporção de positivos verdadeiros mais os negativos verdadeiros em relação ao total de indivíduos examinados. (a+d / N) x 100 Concordância Comparação dos resultados encontrados em 2 testes semelhantes ou não, sendo 1 deles tendo sido realizado previamente. RESULTADO TESTE 1 RESULTADO TESTE 2 Total Positivo Negativo Positivo a b a + b Negativo c d c + d Total a + c b + d N Calcular Po e Pe Po = a + d / N (FORMULA DO INDICE GLOBAL DO TESTE) Pe = ((a+b)(a+c) + ((c+d)(b+d)) / N2 Calcular o índice kappa K = Po – Pe / 1 – Pe QUANTO MAIOR O VALOR DE K (Kappa), MELHOR A CONCORDANCIA!
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